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Livro plantas aromaticas

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Índice

Introdução 3

Alecrim 4

Coentro 6

Erva príncipe 8

Hortelã pimenta 10

Lúcia-lima 12

Manjericão 14

Orégãos 16

Poejo 19

Salsa 21

Opinião dos alunos e familiares 22

Conclusão 24

Webgrafia 25

Page 3: Livro plantas aromaticas

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INTRODUÇÃO

Plantas Aromáticas da Horta e saúde

As plantas aromáticas são de há muito conhecidas e utilizadas pelo Homem em

diversos fins. Apresentam variados tamanhos, texturas, formas, perfumes e podem ser

cultivadas em qualquer tipo de jardim ou vaso, funcionando também como protectoras de

outras plantas (muito comum em agricultura biológica ou numa agricultura tradicional). A

maioria das ervas verdes que ainda hoje se utiliza é originária da região do Mediterrâneo.

São utilizadas desde tempos longínquos e acompanharam as migrações e a

evolução dos povos que as utilizavam, inclusivamente protegendo a sua saúde, devido às

suas variadas propriedades, nomeadamente anti-microbianas que, não só evitavam

algumas infecções, como a própria deterioração dos alimentos frescos. Contudo, foi com

os descobrimentos que o conhecimento das mesmas se disseminou. Estas plantas são

usadas na culinária e na indústria farmacêutica, na produção de medicamentos e na

estética.

As vantagens da utilização destas ervas na alimentação relacionam-se com os

aromas que libertam e que estimulam o apetite, com a modificação positiva do sabor

dos alimentos e com a sua conservação. As ervas aromáticas contribuem ainda para a

redução do consumo de sal, auxiliam a digestão e a absorção dos nutrientes.

Na nossa escola o projecto Horta Biológica/Jardim Mediterrânico dá um relevo

especial a estas plantas e utiliza-as na preparação de infusões, chás e no condimento de

alguns pratos. Foi o que sucedeu a 16 de Outubro de 2009, Dia Mundial da Alimentação.

Na turma C do 7º ano, teve lugar uma apresentação electrónica sobre o tema, em

articulação com a Educação para a Saúde, a que se seguiu um lanche convívio em que

a bebida foi o chá de Príncipe da nossa horta. A reacção da grande maioria dos alunos foi

muito positiva, tendo apreciado muito esta bebida.

Na disciplina de Área de Projecto alguns grupos iniciaram a realização de

trabalhos sobre estas plantas, procurando informação relativa às suas características

morfológicas, distribuição geográfica, características dos solos que se lhes adequam e

propriedades nutritivas. Em Educação Visual foram desenhadas as plantas.

A participação dos encarregados de educação foi feita através da pesquisa e envio

de receitas tradicionais que envolvem a utilização destas plantas, contribuindo para a

manutenção e divulgação de diferentes características da nossa cultura.

O produto final é este pequeno livro que, esperamos, contribuirá para divulgar a

importância das plantas aromáticas e fomentará a sua utilização na alimentação.

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Alecrim

Nome vulgar

Alecrim

Nome científico

Rosmarinus officinalis

Áreas de origem

Sul da Europa.

Clima a que melhor se adapta

Temperado mediterrânico.

Solos

Dá-se bem em qualquer terreno, de preferência calcário, bem

drenado, bem exposto ao sol e protegido de ventos dominantes.

Características morfológicas

Arbusto com folhas estreitas, geralmente verdes na página superior

e brancas na inferior. Pode atingir cerca de 1,30 metros de altura.

Floresce nos meses de Abril e Maio, embora nas plantas adultas

possa ocorrer ao longo do ano. As flores podem ser azuladas ou

arroxeadas, dependendo das espécies.

Propriedades e utilizações

É utilizado na culinária, em aplicações medicinais, na cosmética e em actividades

religiosas.

Os cozinhados ficam mais saborosos e com melhor aroma. É o caso dos assados de

carneiro, cabrito e vitela. Nos churrascos, espalhando uma boa porção sobre as brasas do

carvão aceso, a carne fica mais saborosa e o ambiente mais perfumado. Pode ainda ser

utilizado em sopas e molhos.

Dele pode ser retirado um óleo intenso que é um estimulante tanto físico como mental.

Desde os tempos antigos têm-lhe sido atribuídas propriedades analgésicas, anti-sépticas,

anti-diarreicas, anti-reumáticas, anti-espasmódicas, adstringentes, sudoríferas,

cicatrizantes, hepáticas, revigorantes e estimulantes do sistema circulatório.

Em templos, o alecrim é queimado como incenso desde a Antiguidade. Na Igreja

Ortodoxa grega, o seu óleo é utilizado até aos nossos dias, para unção. Noutros cultos

religiosos afro, é utilizado em banhos e como incenso.

Curiosidades

Um ambiente aromatizado com alecrim, melhora a respiração, estimula, tonifica, favorece

a memória e o bom humor.

Desenho

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5

Pode ser usado para lavar feridas, diluindo umas gotas de alecrim numa decocção de

alecrim.

Uma infusão de alecrim faz-se com 4 gramas de folhas por uma chávena de água a ferver

e deve tomar-se depois das refeições.

Muitos cientistas defendem a ideia de que alguns ramos de alecrim deveriam ser

pendurados em oficinas e zonas onde as crianças fazem tarefas escolares, para um

melhor funcionamento da memória.

A sua flor é muita apreciada pelas abelhas produzindo assim um mel de extrema

qualidade.

Receita

Borrego no forno com alecrim e batata-doce

Ingredientes

Borrego em pedaços (por exemplo perna)

Dentes de alho inteiros e ligeiramente esmagados

Batatas doces com casca e partidas em quartos

Alecrim em ramo

Azeite

Colorau

Sumo de limão

Vinho branco

Sal e pimenta moída no momento

Coloque o borrego, as batatas e os alhos no tabuleiro e regue com o sumo de um limão.

Deixe repousar durante uns minutos.

Tempere tudo com o alecrim, colorau, sal e pimenta e regue com azeite e vinho branco.

Leve ao forno a 180ºC. Vire tudo e regue com o molho ao fim de uns 20 minutos e

mantenha o borrego no forno até estar cozinhado.

Autora da receita Maria João Almeida, mãe do aluno Bruno Teixeira.

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Coentro

Nome vulgar

Coentros

Nome científico

Coriandrum sativum

Origem

Originário do sul da Europa e do Médio Oriente.

Clima a que melhor se adapta

Climas amenos com boa luminosidade.

Solos

Solo leve e com boa drenagem.

Características morfológicas

É uma planta herbácea, de flores róseas ou alvas, pequenas e aromáticas, cuja folha,

usada como tempero ou condimento, exala um odor característico. As folhas anteriores à

floração são as melhores para a cozinha.

O coentro é uma planta herbácea, de caule liso e ramificado, que mede de 50cm a 80cm

e tem um cheiro forte.

Propriedades e utilizações

Estimula o apetite; pode juntar-se aos pratos como guarnição ou na confecção, como

condimento. As folhas anteriores à floração são as melhores para a cozinha. As folhas

são picantes e oleosas, com sabor característico a terra.

Curiosidades

Já era conhecido e utilizado pelos egípcios como planta medicinal, atribuindo-se-lhe

propriedades digestivas, calmantes e, quando usado externamente, como alívio de dores

das articulações e reumatismos.

Receita

Lombo de perú com coentros

Ingredientes

1 peito de perú

1 molho de coentros

3 dentes de alho

1 limão

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Sal

Pimenta q.b.

1 colher de sopa de margarina

Ponha o lombo a marinar com o sumo de limão durante, aproximadamente, uma hora. À

parte esmague os alhos e junte o sal grosso, a pimenta e um molho de coentros muito

bem picados. Esmague tudo e juntamente com a margarina prepare uma massa com a

qual se envolve o lombo.

Leve ao forno a assar. Pode acompanhar com uma salada mista e um arroz branco.

Autora da receita Cristina Santos, mãe da aluna Inês Santos.

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Erva Príncipe

Nome vulgar

Erva príncipe

Nome científico

Cymbopogon citratus

Área de origem

É originária da Índia.

Clima a que melhor se adapta

Clima temperado.

Solos

Necessita de solos húmidos e ricos em matéria orgânica.

Características Morfológicas

É uma planta gramínea que forma aglomerações robustas que

emitem um forte e agradável cheiro a limão; é rústica e fácil de

cultivar e propaga-se pela divisão do caule.

Propriedades e utilizações

Tem propriedades anti-depressivas, calmantes, bactericidas e diuréticas. É muito utilizada

na indústria cosmética, alimentar e farmacêutica.

Curiosidades

É muito procurada na Europa porque é um excelente repelente para os insectos picadores

que atacam os cães.

Receita

Sopa picante de camarão e erva príncipe

Ingredientes

750 ml de caldo de vegetais, peixe ou galinha

3 caules de erva príncipe cortados em 3 pedaços

4 folhas de lima

2 malaguetas vermelhas/pimenta dedo-de-moça cortadas às rodelas finas

8 cogumelos cortados em quartos

3 a 4 camarões por pessoa, descascados, sem veio, mas com a “cauda”

2 colheres de sopa de molho de peixe

2 colheres de sopa de lima (ou limão)

Desenho

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1 colher de chá de açúcar

Coentros frescos para guarnecer

Numa panela, aqueça o caldo até ferver. Junte a erva príncipe, as folhas de lima, as

malaguetas e os cogumelos e deixe levantar fervura outra vez. Junte os camarões, o

molho de peixe, o sumo de lima e o açúcar e deixe fervilhar apenas um minuto (até o

camarão estar cozido). Retire os talos da erva príncipe, pois, regra geral, são muito

fibrosos. Sirva a sopa guarnecida com coentros picados. Se estiver picante é só juntar

mais lima ou limão.

Autora da receita Maria Helena Baptista, avó da aluna Rita Baptista.

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Hortelã-pimenta

Nome vulgar

Hortelã-pimenta, hortelã das cozinhas

Nome científico

Mentha piperita

Área de origem

Europa e Ásia.

Clima a que melhor se adapta

Climas temperados.

Solos

Desenvolve-se em quase todos os tipos de terreno, em

especial nas terras leves.

Características morfológicas

Erva anual ou perene que possui, em média, 30 cm de

altura. A cor das folhas varia entre o verde escuro e o

roxo purpúreo e são muito aromáticas. As flores são

pequenas e de cor rosa.

Propriedades e utilizações

É utilizada para diversos fins nomeadamente terapêuticos, alimentares e cosméticos.

Popularmente é usada como descongestionante nasal, antigripal, vermífuga, digestiva e

analgésica.

Também é usada como um condimento para certas comidas, tais como pratos de carne e

massas. A sua utilização é comum na confecção de chá.

Desta planta, extrai-se uma essência, o mentol, de inúmeras aplicações e qualidades

terapêuticas.

Curiosidades

Um chá de hortelã tira manchas da pele, clareando-a.

Um creme feito com hortelã também é muito bom para a celulite e evita estrias em

mulheres grávidas.

Uma infusão desta erva serve, de igual modo, para retirar pulgas.

Desenho

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Receita

Canja de galinha

Ingredientes

Metade de uma galinha

1 cebola

1 dente de alho

1 cubo de caldo

Hortelã

Corte metade de uma galinha e coloque-a numa panela com um dente de alho, uma

cebola pequena e o cubo de caldo. Leve ao lume 20 minutos. Quando a galinha estiver

cozida, tire-a e desfie-a, tirando-lhe os ossos.

Na água de cozer a galinha meta a massa e a hortelã e, quando a massa estiver cozida,

junte-lhe a galinha e espere entre 8 a 10 minutos – a canja está pronta a comer.

Autora da receita Ana Maria Viegas, mãe da aluna Marlene Mateus.

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Lúcia-Lima

Nome(s) vulgar(es)

Lúcia – Lima, Bela Luísa, Limonete,

Erva Luísa

Nome científico

Aloysia triphylla

Áreas de origem

A Lúcia-lima é uma planta aromática, originária

da América do Sul (predominantemente da

Argentina, Perú e Chile).

Clima a que melhor se adapta

Clima frio e chuvoso.

Solos

Levemente margoso.

Características morfológicas

O arbusto pode atingir cerca de três metros de altura e possui folha caduca. As folhas são

lanceoladas e dispostas em grupos de três em torno do caule. As flores são brancas com

laivos lilás e um aroma a limão.

Propriedades e utilizações

As folhas e as flores podem ser utilizadas para fazer chás, bolos, bebidas, saladas de

frutas e ainda gelatinas. Dão também sabor a azeites e vinagres.

Pode também ser usada para melhorar as infecções do corpo, dores e até certas

doenças, tais como a asma, bronquite, dores de cabeça, dores de estômago, doenças

nervosas, gripes, inchaço dos olhos, vertigens, vómitos, entre muitas outras.

Pode contudo causar efeitos secundários, tais como um aumento do sono e irritação do

aparelho digestivo.

Curiosidades

É um bom repelente de insectos e, quando posta dentro de um armário, repelente de

traças.

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Receita

Bolo de chá de Lúcia-Lima

Ingredientes

1 colher de chá de erva-doce

1 colher de chá de canela em pó

4 ovos

1 pacote de chá de Lúcia-lima, ou chá feito com as suas folhas

250g de farinha de trigo

200g de margarina

250g de frutos cristalizados

200g de açúcar

1 colher de fermento

3 dl de água

Prepare o chá, pondo ao lume a água com o pacote de Lúcia-Lima (ou chá feito com as

suas folhas) e deixe ferver. Retire o chá e reserve-o tapado durante 15 minutos. Pique os

frutos cristalizados e junte-lhes o chá quente, reservando-o por 10 minutos. Num

recipiente à parte, junte o açúcar com a farinha e o fermento e mexa muito bem; junte-lhe

os ovos, bata a massa, juntando a pouco e pouco a margarina (previamente derretida em

banho-maria). Por fim adicione a canela e a fruta picada, envolvendo bem.

Ligue o forno a 180ºC. Unte uma forma com um pouco de margarina, cubra-a com

farinha, deite a massa e leve-a ao forno durante 40 minutos.

Retire o bolo do forno e saboreie-o com uma chávena de café.

Autora da receita Ana Maria Coelho, mãe da aluna Joana Coelho.

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Manjericão

Nome vulgar

Manjericão ou basílico

Nome científico

Ocymum basilicum

Áreas de origem

Médio Oriente, Índia e região mediterrânica.

Clima a que melhor se adapta

Adapta-se melhor a um clima quente e precisa de

uma disponibilidade regular de água. Cultiva-se facilmente num vaso, mas precisa de

muita luz Deve-se manter a terra sempre fresca e colocá-lo ao orvalho da noite, como o

manjerico. Cresce rapidamente; em 2 meses consegue-se ter uma planta já com

bastantes folhas.

Solos

Necessita de um solo rico em matéria orgânica.

Características Morfológicas

.As suas folhas são verdes e alongadas. Pode atingir até 45 cm de altura e 30 cm de

amplitude. Esta planta tem um aroma forte e doce. É parecida com a Hortelã-Pimenta

(são da mesma família).

Propriedades e Utilizações

O manjericão contém as vitaminas A, C e K e ainda cálcio, ferro, fibras, manganésio,

magnésio e potássio. É um desinfectante digestivo, diurético e refrescante. Em forma de

chá, alivia dores de cabeça de origem nervosa. Apresenta propriedades que beneficiam o

sistema cardiovascular. Misturado com óleo de amêndoas doces ou azeite pode ser

utilizado em massagens para aliviar dores reumáticas e inflamações das articulações.

É muito usado em culinária para condimentar pratos, massas, saladas, peixes, cereais,

carne, cogumelos, pizzas, enchidos, molhos, ovos. Utiliza-se ainda no fabrico de licores e

se for seca pode misturar-se com azeite ou com vinagre para lhes dar sabor. É a erva

aromática ideal para ser utilizada no tomate.

Curiosidades

Existem à volta de 150 variedades de manjericão.

O mais utilizado na alimentação é o de folha verde e larga.

As primeiras flores do manjericão devem ser tiradas para aumentar o número de folhas e

tempo de duração da planta.

O manjerico dos Santos Populares é uma variedade de manjericão de folhas pequenas.

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Na Grécia o manjerico é utilizado não só na comida como para afastar as moscas das

sardinhas.

Receita

Salada de Tomate, Mozzarella e Manjericão

Ingredientes (1 pessoa)

1 tomate

3 rodelas de queijo Mozzarella

Folhas de manjericão frescas

Sal q.b.

Azeite q.b

Vinagre q.b

Lave e seque o tomate. Em seguida corte-o em rodelas, coloque-as num prato alternando

com rodelas de queijo. Pique grosseiramente folhas de manjericão e disponha por cima

do queijo e do tomate. Por fim tempere com sal, azeite e vinagre.

Autor da receita Carlos Martins, pai do aluno Luís Martins.

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Orégãos

Nome comum

Orégão

Nomes populares

Orégão, Manjerona Silvestre

Nome científico

Origanum vulgare

História

O orégão era utilizado na Roma antiga

como planta culinária e medicinal e era

também considerado um símbolo de paz e felicidade. No antigo Egipto o pó de orégão

utilizava-se como desinfectante e conservante. O seu nome deriva de dois vocábulos

gregos, oros (montanha) e ganos (alegria) e significa “esplendor da montanha” pela

beleza que confere aos lugares onde cresce.

Área de origem

Mediterrâneo. Encontra-se numa área extensa desde os Açores até Taiwan. Encontra-se

em zonas pedregosas, valas húmidas, beiras dos caminhos, matas e bosques.

Clima a que melhor se adapta

Regiões de clima subtropical com bastante luminosidade. Em locais mais quentes, ganha

aroma mais intenso, sabor mais picante e perfume mais persistente. Não tolera alta

humidade relativa do ar (ideal entre 60% a 65%), nem exposição directa aos ventos fortes

e frios e também não suporta geadas acentuadas; está entre as espécies com resistência

a grandes variações de altitude (50 a 3400 m) e temperatura.

Solos

O solo necessita de estar húmido mas não encharcado, sendo necessário regar quando o

solo começar a ficar seco.

Características morfológicas

É uma planta perene e aromática. É uma espécie vivaz, com elevado polimorfismo.

Possui caules erectos de coloração arroxeada podendo atingir até 80 cm de altura, raízes

na forma de caules subterrâneos (rizomas), as folhas são pequenas, opostas, ovais, de

cor verde-claro, inteiras ou serrilhadas, com aproximadamente 35 mm de comprimento e

com extremidades pontiagudas. As flores de orégão são de pequeno porte, brancas ou

violáceas.

Com duração de 4 a 6 anos, seca no inverno e rebrota no verão.

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Propriedades e utilizações

Tem aplicações medicinais e uso culinário. No primeiro caso, as partes utilizadas são as

folhas e as flores. Os orégãos têm propriedades anti-tússicas, anti-bacterianas, anti-

sépticas, anti-espasmódicas. São utilizados em caso de tosse, perda de apetite,

dispepsia, flatulência, cólicas e infecções bronco pulmonares.

São compostos por fenólicos, principalmente timol e carvacrol. No segundo caso, é um

ingrediente imprescindível da culinária italiana, onde é utilizado em molhos de tomate,

vegetais refogados, carne e é claro na pizza.

Em Portugal os orégãos são indispensáveis na confecção de caracóis, e é usado também

em caldeiradas e em saladas de tomate e queijo fresco ou requeijão. O seu sabor é

condimentado, um pouco adocicado e muito refrescante. Tem um aroma intenso.

Origanum vulgare, após processo de secagem

Curiosidades

Era utilizado na Roma antiga como planta culinária e medicinal e era também considerado

um símbolo de paz e felicidade.

No antigo Egipto o pó de orégão utilizava-se como desinfectante e conservante. O seu

nome deriva de dois vocábulos gregos, oros (montanha) e ganos (alegria) e significa

“esplendor da montanha” pela beleza que confere aos lugares onde cresce.

Receitas

Como entrada:

Pão tostado com tomate e orégãos

Ingredientes

1 baguete

Azeite

2 dentes de alho

2 tomates maduros

Sal e pimenta

1 colher de sopa de orégãos secos

Corte a baguete às fatias de +/- 1 cm e coloque-a num tabuleiro de ir ao forno.

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Ferva 100 ml de azeite com os alhos picados e espalhe-os sobre as fatias de pão. Por

cima, coloque o tomate cortado em cubos e tempere-os com sal, pimenta e orégãos a

gosto.

Coloque o preparado anterior no tabuleiro e leve-o ao forno, durante10 minutos, a 200º

C.

Retire o tabuleiro e regue o pão e restantes ingredientes com azeite e polvilhe com os

restantes orégãos.

Como prato principal:

Bifanas de porco enroladas com presunto

Ingredientes

4 bifanas finas

4 fatias de presunto finas

2 fatias de queijo (Terra Nostra ou outro)

4 tomates

Vinho branco

Azeite

Orégãos secos

Alho picado

1 colher de chá de pimentão doce

Pimenta

Sal

Palitos

Coloque as bifanas numa tigela, tempere com sal, pimenta, alho, pimentão, azeite e vinho

branco. Misturar bem e deixar marinar no frio durante 30 minutos.

Lave o tomate e corte-os ao meio. Temperar com sal e reservar.

Coloque as bifanas escorridas em cima de um tabuleiro de ir ao forno, colocar 1 fatia de

presunto em cima e o queijo cortado em palitos. Enrole as bifanas e prenda-as com um

palito. Levar tudo a grelhar com o tomate. Servir as bifanas e o tomate polvilhados com os

orégãos e regados com um fio de azeite.

Autora da receita Florence Alexandre, mãe da aluna Anaís Alexandre.

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Poejo

Nome(s) vulgar(es)

Poejo, Erva de São Lourenço, Poejo Real,

Menta Selvagem, Poejo das Hortas.

Nome científico

Mentha pulegium

Áreas de origem

É conhecida há séculos em todo o Mediterrâneo e Ásia ocidental.

Clima a que melhor se adapta

Clima ameno, com muita luminosidade, mas sem incidência directa de sol e com

precipitação regular. No entanto, adapta-se também a locais não muito húmidos, ficando,

neste caso, mais rastejante.

Solos

O solo deve ser, de preferência, leve e rico em matéria orgânica e húmido.

Características Morfológicas

Apresenta caules erectos com formas quadrangulares, muito ramificados, podendo

chegar a medir entre 30 a 40 cm. As folhas têm uma forma semelhante a uma pequena

lança e são ligeiramente dentadas, de cores que variam entre os verdes médio e escuro.

Dispõem-se opostamente ao longo dos talos. As flores nascem agrupadas e apresentam

uma cor rosada.

Propriedades e utilizações

Pode ser utilizado contra a gripe, tosse crónica, como calmante para o sistema nervoso,

constipações, insónias, dores reumáticas, acidez do estômago, fermentação, enjoo,

bronquite e asma. Por extracção de um óleo essencial, também pode ser usado em

aromaterapia.

Curiosidades

Cresce bem em sítios húmidos ou junto de cursos fluviais, onde pode ser encontrada

selvagem entre gramíneas e outras plantas.

O termo pulegium deriva da palavra latina pulex (pulga) e deve-se ao antigo costume de

queimar poejo no interior das casas para repelir aqueles insectos. Costumava-se esfregar

as folhas da erva nas roupas e na pele.

Na cozinha, as suas folhas são usadas frescas na confecção de carnes de sabor forte,

como de ovelha, de carneiro, de cabrito e de bode, ou ainda, para finalizar e decorar

pratos.

É uma erva bastante difundida na Itália.

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Receitas

Licor de Poejo

Ingredientes

1 ramo de poejo

800 ml de vodka

800 g de açúcar

750 ml de água

Lave bem os poejos, escorra-os e coloque-os dentro de uma garrafa juntamente com a

vodka. Guarde este preparado, em local escuro, durante 15 dias e agite-o de vez em

quando.

Após este processo, misture o açúcar com a água e leve esta mistura ao lume, até ferver,

para formar uma calda. Deixe arrefecer.

Junte a vodka, coada, à calda de açúcar. Deixe arrefecer e filtre novamente, utilizando

filtros de café e engarrafe.

Mantenha a garrafa em local escuro por mais 30 dias. Deverá ser servido fresco.

Autora da receita

Sandra Cordeiro, mãe de André Cordeiro

Frango Estufado com Poejo

Ingredientes

1 frango pequeno partido em bocadinhos

1 cebola

3 dentes de alho

50 ml de azeite

50 g de bacon e chouriço mouro em cubos

30 ml de brandy

30 ml de água

4 a 6 pezinhos de poejo fresco

Sal e pimenta preta q.b.

Coloque a cebola e o alho no copo misturador e pique-os durante uns segundos. Retire-

os do copo e junte, num tacho, o azeite, o bacon e o chouriço. Refogue aproximadamente

quatro minutos. Junte o frango, o poejo, o brandy e a água. Tempere com sal e pimenta e

deixe ao lume até estar cozinhado, mexendo de vez em quando. Deixe repousar alguns

minutos antes de servir, para apurar o molho. Pode, por exemplo, acompanhar com arroz

branco ou esparguete.

Autora da receita Maria dos Anjos Pereira, mãe do aluno Ricardo Bandeira.

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Salsa

Nome vulgar

Salsa

Nome científico

Petroselinum sativa

Clima a que melhor se adapta

Clima ameno, desenvolvendo-se melhor sob

temperaturas entre 8 e 22ºC.

Solos

Não é muito exigente quanto à fertilidade do solo mas adapta-se

melhor a solos areno-argilosos, ricos em matéria orgânica e bem

drenados.

Características morfológicas

É uma planta bienal ou perene, herbácea, com 0,60 a 1,00 m de

altura, de caule oco, cilíndrico, pouco ramificado, de coloração

verde-clara e rico em canais oleíferos que lhe dão aroma e sabor

peculiar. As folhas maiores estão reunidas em roseta basal, são

de coloração verde-escura, brilhantes e compostas por folíolos

triangulares, serrilhados e largos. Possuem também aroma forte e agradável. As flores

são pequenas e apresentam coloração amarelo-clara.

Receita

Pastéis de bacalhau

Ingredientes

Salsa

Bacalhau

Batata

Ovos

Cebola e alhos

Coza o bacalhau e as batatas e pique o alho, a cebola e a salsa.

Desfie o bacalhau e reduza a batata a puré. Misture o bacalhau, a batata, a salsa, o alho,

a cebola e os ovos. Rectifique o sal e a pimenta e forme os pastéis, com a ajuda de 2

colheres. Ponha de seguida o óleo ao lume e, quando estiver bem quente, frite os pastéis,

virando sempre para não queimar.

Autora da receita Fernanda Paris, mãe do aluno João Paris.

Desenho

Page 22: Livro plantas aromaticas

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Opinião dos alunos e familiares sobre o projecto

A minha família (Joana) pensa que o trabalho, foi muito útil porque mostrou-me e,

certamente aos meus colegas, a importância das ervas aromáticas (no nosso caso a

Lúcia-Lima). Isto porque hoje em dia as gerações mais jovens não mostram interesse

nem curiosidade em explorar os meios naturais. E é importante que as gerações mais

novas herdem os costumes, as tradições e a sabedoria popular dos antepassados.

Eu estou de acordo com a minha família (Sara) acerca da opinião sobre o trabalho.

Acho que foi muito útil, porque na realidade os mais novos não mostram interesse em

descobrir a utilidade das plantas e das ervas aromáticas. Contudo, gostei muito de fazer

este trabalho sobre ervas aromáticas e sobre a Lúcia-Lima porque descobri que estas

plantas não só podem ser utilizadas na culinária mas também na cosmética, no fabrico de

medicamentos, entre outras utilizações.

Na minha opinião (André) gostei de fazer este trabalho, apesar de ser um pouco

cansativo e moroso, mas com tudo isto aprendi muitas coisas sobre esta planta

aromática, o poejo e espero nunca esquecer este trabalho e esta planta tão conhecida.

Na nossa opinião (pais André), achamos que o trabalho é bastante interessante,

pois os alunos podem conhecer melhor as plantas aromáticas utilizadas no nosso país.

Como se sabe o poejo é muito usado no Alentejo, mas aos poucos está a ser introduzido

noutras regiões do país.

Na minha opinião (Ricardo) também gostei de fazer este trabalho, apesar de ter

sido um pouco difícil de encontrar a informação certa, mas com este trabalho pude alargar

os meus conhecimentos em relação ao poejo, as suas várias utilizações medicinais,

utilização do poejo em pratos, principalmente em pratos alentejanos.

Na nossa opinião (pais Ricardo) achamos que este trabalho é bastante educativo porque

assim os alunos poderão ter um melhor conhecimento e uma melhor ideia, como o

Ricardo disse, as suas várias utilizações e o que são plantas aromáticas e quais é que

são usadas no nosso país.

E dessa forma eles podem ver como é que o poejo se vai introduzindo noutras

regiões do país.

É um projecto bastante interessante, devido ao facto de familiares e educandos

cooperarem e terem uma participação neste projecto.

Como mãe e encarregada de educação (da aluna Anaís) acho este projecto

pertinente e de grande importância quer para os alunos quer para os pais. Hoje em dia,

vivemos numa correria constante, onde é dado pouco tempo à elaboração de ementas

saudáveis, substituindo-as por pratos pré-confeccionados e alimentação de fast-food.

Cada vez mais, cruzamo-nos na rua com adolescentes com excesso de peso, no limiar da

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obesidade. Muitos destes jovens/adolescentes e pais não têm consciência dos graves

problemas de saúde que futuramente poderão surgir. Todos nós sabemos que uma

alimentação equilibrada e variada contribui para um bom desenvolvimento quer físico quer

mental. A elaboração deste projecto com a participação de alunos e pais é essencial para

uma tomada de consciência que afinal é fácil e por vezes rápido a confecção de refeições

simples e saudáveis, onde os filhos podem participar, desenvolvendo assim o interesse

para a culinária. É sem dúvida um momento de partilha e convívio. Permite ainda,

redescobrir as plantas aromáticas e os seus efeitos benéficos para a saúde. Afinal, são os

ingredientes de referência da alimentação mediterrânica, dando um sabor diferente aos

alimentos e cor/alegria aos pratos confeccionados.

Por tudo o que foi referido, dou os meus parabéns à Sra. Professora Elisabete

Garcia por ter tido a ideia de elaborar este projecto e manter a motivação para o seu

desenvolvimento.

Na minha opinião (Anaís) acho que este projecto é interessante e produtivo, pois

permitiu-nos (pais e alunos) acumular mais conhecimentos sobre as plantas e as suas

respectivas características, as aplicações medicinais e culinárias. Descobri também mais

acerca dos seus habitats e como e onde plantá-las, dos seus diversos nomes e da sua

família e da planta em si (a sua descrição).

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Conclusão

Este trabalho permitiu-nos ficar a conhecer melhor as ervas aromáticas.

Aprendemos a identificá-las na Horta Biológica e aprofundámos as suas características

através da pesquisa que realizámos. Conhecemos melhor as suas propriedades e

aprendemos que se utilizarmos mais ervas aromáticas nos nossos cozinhados, estamos a

substituir temperos que prejudicam a saúde, tais como o sal e a pimenta.

O desenvolvimento do projecto mostrou algumas dificuldades. A começar pela

pesquisa, selecção e organização da informação. Trabalhar em grupo também constituiu

um desafio.

Este livro resulta de um desafio que nos foi feito pela directora de turma. A

colaboração de professores das outras disciplinas foi também muito importante. A

contribuição dos nossos familiares foi, igualmente, preciosa. Estes ensinaram-nos

algumas receitas em que as ervas aromáticas dão um toque especial.

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Webgrafia

www.alimentaçãosaudavel.org/manjericão

www.bigeoculto.blogspot.com/

www.centrovegetariano.org

www.conceitodeecologia.blogspot.com

www.criareplantar.com.br

www.diáriodenoticas.pt

www.iac.sp

www.inkanat.com

www.portaldojardim.com

www.wikipedia.com

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Nota Final

A ideia de divulgar a variedade de ervas aromáticas que existem na Horta Biológica da

escola, realçando a sua importância na nossa saúde, foi a que orientou este projecto de

trabalho.

O trabalho foi desenvolvido no âmbito da disciplina de Formação Cívica da turma C do

8º ano, integrou o projecto da Horta Biológica e teve a colaboração dos projectos

Educação para a Saúde e Biblioteca Escolar.

Partiu-se do cultivo e cuidado das diversas plantas no espaço da horta e da sua

identificação. Procedeu-se à pesquisa, selecção e organização de informação sobre as

diversas espécies, nomeadamente no que se refere às características morfológicas,

necessidades em termos de clima e de solos e às propriedades das mesmas que

permitem utilizações alimentares, medicinais e na cosmética.

Houve o envolvimento de diversas disciplinas – Ciências Naturais, Educação Visual,

Geografia, Olaria e a colaboração dos encarregados de educação na elaboração de

receitas sobre as espécies em estudo.

Os alunos da turma continuaram a cuidar do espaço da Horta Biológica e em particular

das ervas aromáticas ao longo dos anos lectivos transacto e actual.

Agradece-se a colaboração de todos os intervenientes no trabalho que realizaram, não

podendo, no entanto, deixar de salientar: a coordenadora do Projecto Educação para a

Saúde, professora Emiltina Matos, pelo contributo no desenho do projecto, pela realização

com a turma de uma sessão sobre plantas aromáticas e pela revisão final dos trabalhos; a

professora Teresa Rafael pela revisão final dos trabalhos em termos de língua materna;

as professoras Sofia Afonso e Teresa Cameira respectivamente pelo acompanhamento

da realização da capa, do “desenho” das plantas pelos alunos, em diversas aulas e pela

respectiva digitalização; a professora Isabel Marques pela edição; a D.Helena, assistente

operacional pela disponibilidade e sugestões na impressão; a professora Vanda Cândido,

coordenadora da Biblioteca Escolar, pelo apoio na apresentação do livro e a Direcção por

todo o apoio ao projecto.

A Coordenadora do Projecto Horta Biológica/Jardim

Mediterrânico e professora da turma

Professora Maria Elisabete Garcia

Junho de 2011

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Capa elaborada pelo aluno Bruno Teixeira

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Neste livro falamos sobre as plantas aromáticas, pretendendo

assim que possa adquirir conhecimentos sobre estas plantas, ou

seja as suas características, as suas origens, as suas utilizações e

a importância de cada uma. Abordamos as suas histórias e

comunicamos os seus muitos nomes. Contamos quais as suas

origens, as suas famílias e os seus habitats. Fazemos uma

pequena descrição de cada planta presente neste livro e

transmitimos as suas propriedades que permitem utilizações

alimentares, medicinais, na cosmética e também algumas

receitas culinárias.