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TECNOLOGIA DE ALIMENTOS
Profª Drª Fabiana Soares
Temas abordados
Conceito de tecnologia de alimentosImportância da tecnologia de
alimentosProcessamento de alimentos
O QUE É TECNOLOGIA DE ALIMENTOS?
Aplicação de métodos e da técnica para preparo, armazenamento, processamento, controle, embalagem,
distribuição e utilização dos alimentos (SBCTA)
Estuda a aplicação da Ciência e da Engenharia na produção, processamento, embalagem, distribuição e
utilização dos alimentos
IMPORTÂNCIA DA TECNOLOGIA DE ALIMENTOS
A TECNOLOGIA ALIMENTAR é o vínculo entre a produção e o consumo dos alimentos.
manipulação Elaboraçãopreservação
armazenamento comercialização
OBJETIVO DA TECNOLOGIA DE ALIMENTOS
Garantir o abastecimento de alimentos nutritivos e saudáveis para o homem, que necessita suprir suas necessidades energéticas mediante o consumo de diversos produtos procedentes dos reinos animal, vegetal e mineral.
APLICAÇÕES DA TECNOLOGIA DE ALIMENTOS
Aumento do valor nutritivo dos alimentos pela inclusão de nutrientes (proteínas, vitaminas, minerais, etc).
Obtenção do máximo de aproveitamento dos recursos nutritivos existentes atualmente na terra e buscar outros, a partir de fontes até agora não exploradas.
Preparação de produtos para indivíduos com necessidades nutritivas especiais, como crianças, idosos, diabéticos, celíacos, etc.
APLICAÇÕES DA TECNOLOGIA DE ALIMENTOS
Desenvolvimento de produtos prontos e semi-prontos, já que é cada vez mais necessária a saída das mulheres para buscar opções de renda extra.
Distribuição mais uniforme dos alimentos durante todas as estações e épocas do ano.
Aumento de vida útil dos produtos alimentícios, facilitando o seu armazenamento.
APLICAÇÕES DA TECNOLOGIA DE ALIMENTOS
Melhorias das qualidades sensoriais através do uso de aditivos.
Desenvolvimento de embalagens mais resistentes e apropriadas.
Segurança quanto às condições higiênico-sanitárias dos alimentos, diminuindo os riscos de doenças de origem alimentar (BPA, BPF)
Queda de preço devido à grande oferta e facilidade de acondicionamento.
DESVANTAGEM DO PROCESSAMENTO DE ALIMENTOS
A única desvantagem ainda discutida é que o processamento do alimento pode muitas vezes destruir alguns dos nutrientes.
Agricultura:
Métodos e progressos da
produção agrícolaPrincípios e práticas da
nutrição humana
Consumo de alimentos
Tecnologia de alimentosManipulação
ElaboraçãoPreservação
ArmazenamentoComercialização
IMPORTÂNCIA DA TECNOLOGIA DE ALIMENTOS
QUANDO ESTUDAMOS A TCNOLOGIA DE ALIMENTOS LEMBRAMOS DAS GRANDES INDÚSTRIAS ALIMENTÍCIAS
TIPOS DE INDÚSTRIAS ALIMENTÍCIAS
Bebidas não alcoólicasBebidas Alcoólicas
AmidonariaDerivados de Leite
Produtos de confeitariaÓleos comestíveis e margarinas
Ovos e produtos derivadosVegetais fermentados
Peixes e outros produtos aquáticosFrutasGeléiasCarnesMolhos
Açúcares e xaropesHortaliças
Ingredientes especiais: condimentos, gelatina, ectAlimentos para crianças
SopaSal
FUNDAMENTAÇÃO/ALICERCE
CIÊNCIA E TECNOLOGIA
DE ALIMENTOS
Nutrição
Química
Engenharia
Biologia
Alimento
“Toda substância que, ingerida ou absorvida por um ser vivo, oalimenta ou nutre.”
“Toda substância ou mistura de substâncias, no estado sólido, líquido, pastoso ou qualquer outra forma adequada, destinadas a fornecer ao organismo humano os elementos normais à sua formação, manutenção e desenvolvimento.”(Código Nacional de Saúde, Decreto-lei Nº 986, de
21 de Outubro de 1969)
Toda substância de origem vegetal ou animal, em estado bruto, que para ser utilizada como alimento precise sofrer tratamento e/ou transformação de natureza física, química ou biológica.
(Código Nacional de Saúde, Decreto-lei Nº 986, de 21 deOutubro de 1969)
MATÉRIA-PRIMA ALIMENTAR
De acordo com a estabilidade:
Perecível (Ex: Leite, carne fresca, frutas etc.);
Semi-perecível (Ex: Cárneos defumados e queijos curados.);
Não-perecível (Ex: Cereais, arroz, etc.).
FUNDAMENTAÇÃO/ALICERCE
Origem Animal: Carnes Leite Pescados Mel e ovos
MATÉRIA-PRIMA ALIMENTAR
Origem Vegetal: Cereais; Hortaliças; Frutas; Sacarínicas; Plantas aromáticas e especiarias.
MATÉRIA-PRIMA ALIMENTAR
Origem Mineral: Água; Sal.
MATÉRIA-PRIMA ALIMENTAR
Natural: não sofreu nenhum processamento
Frutas; Verduras.
MATÉRIA-PRIMA ALIMENTAR
Industrializado: sofreu algum tipo de processamento
carne; leite.
MATÉRIA-PRIMA ALIMENTAR
ALTERAÇÕES EM ALIMENTOS
Será que toda
alteração é indesejável
?
“São todas as mudanças que tornam o alimento indesejável ou inadequado à sua ingestão” (EVANGELISTA, 2003).
ALTERAÇÕES NO ALIMENTOS
ALTERAÇÕES NO ALIMENTOS
Amaciamento de carnes
Escurecimento enzimático em
ameixas
ALTERAÇÕES NO ALIMENTOS
Fabricação de Queijos Reação de Maillard
ALTERAÇÕES NO ALIMENTOS
Contaminação Microbiológica em
frutas
Escurecimento Enzimático na maçã
ALTERAÇÕES DOS ALIMENTOS
Caracteres organolépticos
Composição química
Estado físico
Estado de sanidade
Valor nutritivo
ALIMENTO
1.1. PERECIBILIDADE DOS ALIMENTOSPOTENCIAL DE RISCO DOS ALIMENTOS
ALTERAÇÕES NO ALIMENTOS
Atividade de Microorganismos; Ação de Enzimas;
Reações Químicas;Insetos e roedores (MACROBINAS); Ação Física (frio, calor, desidratação);
ALTERAÇÕES NO ALIMENTOS
3. Potencial de óxido- redução (Eh); Constituição do alimento;Presença deantimicrobianos naturais.
3. Umidade.
4.5.
Principal causa de alterações de alimentos (EVANGELISTA, 2003)
1.2.1.1 Fatores que afetam o crescimento de MOO Fatores
ExtrínsecosFatores Intrínsecos
1. Atividade de água (Aw);
2. pH;
1. Temperatura;2. Atmosfera;
MICROORGANISMOS
1. CRESCIMENTO E ATIVIDADE DE MICRORGANISMOS
MICROORGANISMOS
- MOFOS OU FUNGOS- LEVEDURAS- BACTÉRIAS
MICROORGANISMOS
- MOFOS OU FUNGOS Umidade: mínimo 10% não perecíveis Aw >0,80 frutas e verduras mesófilos: 32 – 370C pH: 2,0 – 8,5 - pH ácido < 4,5 - pH não ácido > 4,5 oxigênio: aeróbios e anaeróbios
MICROORGANISMOS
- LEVEDURAS : Umidade: >10% Aw > 0,88 mesófilos: 32 – 370C pH ácido: 4,0 – 4,5 oxigênio: aeróbios ou anaeróbios
- xarope
- mel
MICROORGANISMOS
- BACTÉRIAS: Umidade: >30% Aw > 0,75 mesófilos, termófilos (45-800C), psicotróficos (5-150C) pH >= 5,5 oxigênio: aeróbios, anaeróbios, anaeróbios facultativos
- carnes
- frango
- ovo
- leite
1.1.2.1.2.Tipos de Modificações
ALTERAÇÕES NA COR
Fig.1: Presença de manchas verdes, de origem microbiana, na superfície de salcichas.
Fig.2: Mancha negra na extremidade da toscana.
linguiça
MICROORGANISMOS
1.2.1.2.Tipos de Modificações
ALTERAÇÕES NO ODOR E SABOR: aumento daacidez
(fermentação), degradação de proteínas, hidrólise de lipídeos
ALTERAÇÕES NA VISCOSIDADE (Produtos líquidos como o leite)
LIMOSIDADE SUPERFICIAL(Carnes)
MICROORGANISMOS
2. 1.2.1.2.Tipos de ModificaçõesFORMAÇÃO DE GÁS:
AMOLECIMENTO E EXUDAÇÃO: Frutas
MICROORGANISMOS
1. Hidrólise de proteínas:Geração de sabor amargo
2. Hidrólise péctica:Amolecimento de frutas (abrandamento da textura)
3. Hidrólise lipídica:Ranço
Sucos cítricos tratamento térmico = inativar enzimar evitar precipitação
REAÇÃO ENZIMÁTICA
- Escurecimento enzimático
POLIFENOLOXIDASE
- perdas econômicas- perdas de qualidade: nutricional sensorial
REAÇÃO ENZIMÁTICA
- Escurecimento enzimático
POLIFENOLOXIDASE
Compostos fenólicos quinona
melanoidinas
O2
polimerização
(taninos e tirosina)(C=O)
REAÇÃO ENZIMÁTICA
REAÇÃO ENZIMÁTICA
REAÇÃO ENZIMÁTICA
- Escurecimento enzimático (CAUSAS)
- Deficiência de ácido ascórbico no tecido vegetal- Embalagens inapropriadas- Armazenamento a frio
enzima, substrato, oxigênio
REAÇÃO ENZIMÁTICA
- Escurecimento enzimático (CONSEQUÊNCIA)
- Irreversível
- Principais problemas da indústria de alimentos
- Redução da vida útil e do valor de mercado
(50% das perdas de frutas tropicais)
- Pode ser desejável na fabricação de café, chá, ameixa seca
REAÇÃO ENZIMÁTICA
Depende da presença de fatores combinados:
- temperatura;
- tempo;
- umidade;
- meio ácido ou alcalino;
- componentes dos alimentos
REAÇÕES QUÍMICAS NÃO-ENZIMÁTICAS
REAÇÕES QUÍMICAS NÃO-ENZIMÁTICAS
- Formação de substâncias escuras: melanoidinas = polimerizadas
cor amarela dourando caramelo marrom claro amarelado melanoidinas
* INDESEJÁVEIS: nutricional e organoléptico
- leite e derivados: destruição da lisina tratamento térmico
- sucos, vegetais, produtos desidratados, concentrados,
cereais e derivados destruição da lisina durante a secagem
* DESEJÁVEIS: aparência e “flavor”
- crosta do pão - café torrado - cerveja - carne de peixe assado - batata frita
REAÇÕES QUÍMICAS NÃO-ENZIMÁTICAS
REAÇÕES QUÍMICAS NÃO-ENZIMÁTICAS
- reação de Maillard
- perda de ácido ascórbico
- caramelização
MecanismoRequerimento de oxigênio
Requerimento de NH2
pH ótimo Produto final
Maillard Não Sim >7,0 Melanoidinas
Caramelização Não Não 3,0 a 9,0 Caramelo (melanoidinas)
Oxidação de ácido ascórbico
Sim Não 3,0<pH<5,0 Melanoidinas
Fonte: Araújo, J. M.A., Química de Alimentos – Teoria e Pratica (2003).
ESCURECIMENTO NÃO-ENZIMÁTICOPodem ser divididos em 3 mecanismos:
CARAMELIZAÇÃO• Durante o aquecimento de carboidratos, particularmente
açúcares e xaropes de açúcares, ocorre uma série de reações que resultam no seu escurecimento, denominada de caramelização.
• Degradação de açúcares na ausência de aminoácidos e proteínas.
• Os açúcares no estado sólido são relativamente estáveis ao aquecimento moderado, mas em temperaturas maiores que 120 ºC são pirolisados para diversos produtos de degradação de alto peso molecular e escuros, denominados caramelos.
A composição química do pigmento é complexa e pouco conhecida, embora caramelos obtidos de
diferentes açúcares sejam similares em composição. As frações de baixo peso
molecular presentes na mistura caramelizada contêm, além do açúcar que não reagiu, ácido
pirúvico e aldeídos.
• Reação envolvendo um aldeído (açúcar redutor) e grupos amina de aminoácidos,
peptídeos e proteínas.
REAÇÃO DE MAILLARD
CH2N
COO
H
R
HMF
MELANOIDINA
PROTEÍNA + AÇÚCAR GLICOSILAMINA -NH2 -CO
Formação de pigmentos escuros: melanoidinas
CONTROLE DO ESCURECIMENTO
• Temperatura:- As reações se intensificam com o
aumento da temperatura.
- Portanto, refrigeração as inibirá.
- A sacarose é inerte a baixas temperaturas.
CONTROLE DO ESCURECIMENTO
• Umidade- A água catalisa as reações.
- O escurecimento aumenta com o aumento da umidade relativa, depois diminui.
- Leite em pó:Aw = 0,6 – escurecimento mais intensoAw<0,4 e >0,7 – escurecimento não ocorre
CONTROLE DO ESCURECIMENTO
• Adição de aditivos
- Sulfitos: bloqueiam a carbonila de açucares redutores e previnem a reação de Maillard.
Oxidação do ácido ascórbico• A vitamina C oxida rapidamente em
solução aquosaGeralmente ocorre em sucos de frutas como
o limão, laranjas• Exposição ao ar, calor e luz e metais
(cobre, ferro)
ALTERAÇÃO QUÍMICA
Rancidez = deterioração da gordura
Um dos problemas técnicos mais importantes da indústria de
alimentos.
DETERIORAÇÃO
Rancidez hidrolítica Rancidez oxidativa
Hidrólise da ligação éster por lipase e
umidade
Autoxidação
Rancidez Oxidativa
• Reações que ocorre entre o oxigênio atmosférico e os ácidos graxos insaturados
• Estágios:
– Iniciação
– Propagação
– Terminação
62
Rancidez Oxidativa
Fatores que influenciam a oxidação lipídica nos alimentos
Composição do ácido graxo:
quantidade, posição e geometria (cis mais facilmente oxidadas que trans)
Ácidos graxos livres:
Concentração de oxigênio:
Temperatura:
Área superficial: maior área de superfície, maior a exposição de O2 (carne moída- maior superfície de contato)
Fatores que influenciam a oxidação lipídica nos alimentos
Atividade de água:
Em alimentos secos com muito baixo conteúdo de umidade a velocidade de oxidação lipídica é rápida. Aumentando a Aw para aproximadamente 0,3 há um retardo na oxidação.
ALTERAÇÕES PROVOCADAS POR SERES SUPERIORES
- Alterações na aparência;
- Deposição de pêlos de ratos e fragmentos de insetos;
- Favorece um posterior ataque de microorganismos no alimento.
AÇÃO FÍSICA E MECÂNICA
- amassamento de latas em conserva;
- rachadura na casca de ovo;
- queimadura de vegetal pelo frio ou desidratação
- perda de umidade por evaporação da água de constituição etc.
REFERÊNCIAS
• GAVA, A. J.; SILVA, C. A. B. da; FRIAS, J. R. G. Tecnologia de Alimentos – Princípios e aplicações. São Paulo: Manole, 2008.
• OETTERER, M.; D`ARCE, M. A. B. R; SPOTO, M. H. F. Fundamentos de Ciência e Tecnologia de Alimentos. Barueri-SP: Manole, 2006.