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Hipertensão Arterial
Mario Coutinho, UFSC, 2005
Fisiologia
Pressão Arterial =
Débito Cardíaco X
Resistência Vascular Periférica
PA= DC x RVP
Fisiologia Lei de Poiseuille
π . G . R4
Fluxo = _____________
8 . C . V G= gradienteR= raioC= comprimentoV= viscosidade
0,9 65%
0,8 40%
0,5 6%
1,1 146%
1,2 207%
Raio e Fluxo
Fisiologia da Pressão Arterial
Função da Pressão Arterial > manter perfusão de órgãos vitais
PAM (mamíferos) ~ 100 mmHg, (girafa ~ 300 mmHg)
Pressão Arterial Média = PAD + (PAS - PAD) / 3PAM = 80 + (120 - 80) / 3 = 80 + 13 = 93 mmHg
Pressão de Pulso = PAS - PAD
Pressão sistólica é, isoladamente, o mais importante determinante de
morbi-mortalidade
Resistência Vascular Periférica
Catecolaminas Angiotensina II
VasopressinaEndotelina 1
Prostaglandinas
Peptídeo NatriuréticoOutros
Na+ / Ca++Cininas
SNC
Fatores que modificam a RVP
Complicações Vasculares
Hipertensivas
• Fase “maligna”• AVC hemorrágico• Ins.Cardíaca• Nefrosclerose• Dissecção aórtica
Ateroscleróticas
• Doença Coronária• AVC isquêmico• Doença vascular
periférica
Hipertensão Arterial: Definição
• PA Sistólica ≥ 140 mmHg
ou
• PA Diastólica ≥ 90 mmHg
• PA <140/90mmHg e em uso de Anti-hipertensivo
VII Joint National Committee on Prevention, Detection, Evaluation
and Treatment of High Blood Pressure
Categoria Sistólica (mmHg)
Diastólica (mmHg)
Normal < 120 e < 80 Pré-hipertensão 120-139 ou 80-89 Estágio 1 140-179 ou 90-109 Estágio 2 ≥ 180 ou ≥ 110
Es
NIH, 2003
Medindo a Pressão Arterial
• Ambiente calmo
• Sem cafeína, nicotina, drogas
• Sentado, reclinado, 5 minutos
• Aparelho calibrado e manguito (2/3)
• Fase I (sistólica) / Fase V (diastólica)
• 2 ou + medidas por visita
• Três visitas (2-4 semanas)
Hipertensão Arterial: Etiologia
95% primária (???) 5% secundária
Hipertensão Secundária
Renovascular / renal estenose de artéria renal nefropatia diabética glomerulonefrites doença policística
• Doença aórtica Coarctação
• Gravidez Pré-eclâmpsia
Causas endócrinas feocromocitoma síndrome de Cushing hiperaldosteronismo primário acromegalia hiperparatiroidismo hipertiroidismo
Drogas álcool contraceptivo oral esteróides AINH simpaticomiméticos
Avaliação Inicial do hipertenso
• História e exame físico (pulsos)
• Fundoscopia
• Urinálise / proteinúria
• Creatinina, glicose, K+, lípides
• ECG
Hipertensão “inapropriada”
• Início precoce ou tardio da PA
• Hipertensão “rebelde”
• Sintomas sugestivos de HAS 2ária
• Lesão de “órgãos-alvo”
• F.O: estreitamento arterial, exsudatos, hem.
• Creatinina >1.5mg/dL, microalbuminúria
• Hipertrofia do VE
• Placas no ultrasom (carótidas, ilíaca, femoral)
Genes + Estilo de Vida
Saúde ou Doença
Genética e Ambiente
Hipertensão Arterial e Genética
Causa monogênica é rara
Maioria é multifatorial e poligênica
Vários genes candidatos em estudo
Interação ambiental é fundamental
Estilo de Vida e HAS
Dieta (sódio e calorias)
Obesidade
Sedentarismo
Álcool
Tabagismo
Stress psico-social
Epidemiologia
Por quê não há hipertensão arterial entre nativos caçadores-coletores ?Yanomanis : PA 90 / 60 mmHg
Características dos caçadores-coletores• Gasto energético maior• Dieta com baixo teor de sódio • Obesidade não era um problema
Efeitos da migração da região rural para a cidade• sedentarismo• mudança de hábitos (dieta, sódio etc)• obesidade
Epidemiologia
Alta Prevalência ≈ 25% (18-74 anos)
18-24a > 10% 65-74a > 60%
Negros, idosos
Fator de Risco → AVC, DAC, IRC, ICC
Associada a: obesidade, sedentarismo, dieta
90% → leve/moderada (estágios 1 e 2)
O Fator de Risco Hipertensão
Relação independente, direta e contínua
entre PA diastólica e AVC / IAM
Meta-análise de 9 estudos observacionais, com 420.000 indivíduos, por 6 a 25 anos (Lancet, 1990)
↑ 5mmHg : ↑ 34% AVC e 21% IAM
↑ 10mmHg : ↑ 56% AVC e 37% IAM
PA sistólica e pressão de pulso (sist - diast) são melhores preditores de novos eventos (SHEP)
Efeito do Tratamento Anti-Hipertensivo sobre a Incidência de Eventos Cardiovasculares
em Ensaios Randomizados
-52%
-38%-35%
-21%-16%
-60%
-50%
-40%
-30%
-20%
-10%
0%
ICC AVC HVE Morte CV IAM
Resultados combinados de 17 ensaios randomizados (JACC, 1996)
Lancet, 2002
Infarto do Miocárdio e Hipertensão Arterial
Infarto Cerebral (AVC) e Hipertensão Arterial
Lancet, 2002
A realidade da HAS
• 1a causa de visita ao médico (EUA)• 1a lugar em prescrição médica
68% sabe que tem HAS 53% está em tratamento 27% PA < 140/90mmHg
NHANES III, 1991-1994 (adultos 18-74 anos)
Tratamento
Não-farmacológico
• redução do peso• restrição de sódio• redução do álcool• exercício aeróbico• parar de fumar
Meta: normalizar a PA (<140/90mmHg)
Anti-hipertensivos
• Diuréticos tiazídicos (hidroclorotiazida)
• Beta-bloqueadores (propranolol)
• Inib. da enzima conversora da angiotensina (captopril)
• Bloq.dos receptores da angiotensina (losartan)
• Antagonistas dos canais do cálcio (anlodipino)
• Vasodilatadores (hidralazina, minoxidil)• Alfa-1 antagonsitas (metildopa)• Alfa-2 antagonistas (prazosin, doxasosin)
• 1a. linha: diuréticos e beta-bloqueadores• Aumentar dose e acrescentar outra droga• combinações são comuns e desejáveis (aderência)• situações especiais Diabetes e IC: IECA
Doença coronária: beta-bloqueadores, BCC
Insuf. Aórtica: IECA, BCC
Depressão e doença art. periférica: evitar BB
• Controle da HAS, em geral com 2 a 3 fármacos
Tratamento Farmacológico: princípios
Monitoração Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA)
• Não é procedimento de rotina
Pode ser útil na: hipertensão do “avental branco” (20%)
hipertensão refratária
hipotensão durante a terapia
hipertensão episódica
disfunção autonômica
Problemas na abordagem da HAS
• Doença crônica e ”silenciosa”
• Argumento preventivo
• Uso permanente de medicamentos
• Efeitos colaterais
• Custo das drogas
• Aderência ao tratamento
• Mudanças do estilo de vida
Desafios na Hipertensão
• Prevenir o aumento da PA com a idade
• Diminuir a prevalência da hipertensão
• Aumentar a detecção e consciência
• Melhorar o controle da hipertensão
• Reduzir fatores de risco cardiovasculares
• Reconhecer a importância da HA sistólica
• Aumentar as oportunidades de tratamento
A abordagem do hipertenso assintomático não deve ser considerado tratamento,
mas sim, medicina preventiva.
“The care of the symptomless hypertensive person is preventive medicine,
not therapeutics. (G.Rose, 1981)