21
0 CISTICERCOSE Discentes participantes da Equipe: Ana Paula Viana Antônia Angélica Ilana Moura João Paulo Carreira Lívia Estela Raimundo Abelardo Reginaldo Marques Vanderson Lira Docente: Joyce Fontelles Bacharel em Enfermagem - 3º semestre NC

Cisticercose

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Trabalho escrito sobre Cisticercose.

Citation preview

Page 1: Cisticercose

0

CISTICERCOSE

Discentes participantes da Equipe:

Ana Paula Viana

Antônia Angélica

Ilana Moura

João Paulo Carreira

Lívia Estela

Raimundo Abelardo

Reginaldo Marques

Vanderson Lira

Docente: Joyce Fontelles

Bacharel em Enfermagem - 3º semestre NC

Fortaleza

2014

Page 2: Cisticercose

1

SUMÁRIO

1 Introdução --------------------------------------------------------------------------------------- 2

2 Morfologia --------------------------------------------------------------------------------------- 3

3 Ciclo Biológico -----------------------------------------------------------------------------------

4 Modo de Transmissão --------------------------------------------------------------------------

5 Imunologia -----------------------------------------------------------------------------------------

6 Patogenia ------------------------------------------------------------------------------------------

7 Sintomatologia -----------------------------------------------------------------------------------

8 Epidemiologia ------------------------------------------------------------------------------------

9 Diagnóstico ---------------------------------------------------------------------------------------

10 Profilaxia ----------------------------------------------------------------------------------------

4

5

5

6

7

8

8

11

11 Tratamento ------------------------------------------------------------------------------------- 12

Referências Bibliográficas ----------------------------------------------------------------------- 13

Page 3: Cisticercose

2

1 Introdução

A cisticercose suína causada pela Taenia solium é uma das doenças zoonóticas

parasitárias mais importantes para humanos e suínos em muitos países da América

Latina, representando um dos mais relevantes problemas ao desenvolvimento da

produção suína em países do terceiro mundo, afetando especialmente as populações

rurais sob os pontos de vista econômico e nutricional.

Pertencente à classe Cestoda e à família taenidae, na qual são destacadas Taenia

solium e Taenia saginata. Essas espécies são conhecidas como solitárias, são

responsáveis pelo complexo Teníase/Cisticercose, causando alterações patológicas na

sua forma adulta e lavares nos hospedeiros.

O complexo Teníase/Cisticercose é constituído por duas entidades mórbidas

distintas em fases diferentes do seu ciclo de vida. A Teníase é provocada pela presença

da forma adulta da Taenia solium ou da Taenia saginata, no intestino delgado do

homem, onde o homem é o hospedeiro definitivo e suínos e bovinos são os hospedeiros

intermediários.

Essas patologias têm dois nomes diferentes na fase adulta e larvária, devido na

antiguidade se pensar que eram causadas pela mesma espécie. Com os estudos de

Malpighi em 1697, descobriu que a cisticercose, era um verme. Werne, em 1786,e

Goeze, em 1789, observaram que as formas encontradas nos suínos e nos humanos eram

idênticas. Em 1758, Linnaeus descreveu T. solium e T. saginata. Em 1800, Zeder cria o

gênero Cysticercus para o agente da cisticercose e, finalmente Küchenmeister, em 1885,

demonstrou que o cisticerco dos suínos originava o verme adulto nos humanos.

No Brasil, há relatos prevalentes de cisticercose em suínos, teníase e

neurocisticercose em humanos, sendo esta encontrada com elevada frequência nos

estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Goiás.

Page 4: Cisticercose

3

2 Morfologia

A Taenia solium é um platelminto da classe Cestoda, pertencente à ordem

Cyclophyllidea e à família Taenidae. São vermes grandes, em forma de fita, sendo

compostos por escólex, colo e estróbilo constituído por proglótides. No interior da larva

há um líquido claro como água, semelhante ao líquido cefalorraquidiano.

O cisticerco plenamente formado é uma vesícula arredondada ou ovoide e

semitransparente. Dentro dela nota-se uma pequena mancha leitosa (receptaculum

capitis). Pode medir 15 mm de comprimento por 7 a 8 mm de largura. A forma depende

da localização.

Cisticerco da Taenia solium é constituído de uma pequena bexiga, que deixa

a luz passar, com líquido translúcido. Dentro dela, existe um escólex, uma cabeça de

tênia com as quatro ventosas com rostelo e colo já formados. Dentro do cérebro

humano, os cisticercos podem permanecer durante vários anos. Neste período ele vai se

transformando, de acordo com os estágios abaixo:

Estágio Vesicular: A membrana do cisticerco é bem clara e fina. Pode ficar

inativo por um tempo impreciso ou entrar em degeneração devido a resposta

imune do seu hospedeiro.

Estagio Coloidal: É a fase onde ocorre a passagem de um estado do líquido da

vesícula translúcida para turvo.

Estagio Granular: Ocorre espessamento de membrana, ocorrendo deposição

de cálcio dentro da pequena bexiga.

Estágio Granular Calcificado: O tamanho do cisticerco é reduzido e este

encontra-se totalmente calcificado.

Existe também o Cysticercus racemosus ou forma racemosa é considerada por

alguns autores como forma anômala do cisticerco da T. solium. A larva perde a forma

elipsóide para assumir aspecto irregular. Estas larvas formam agrupamentos de

membranas formando um cacho de uva. É encontrada no sistema nervoso central, com

mais freqüência nos ventrículos cerebrais e espaço subaracnóideo. Somente registrado

em seres humanos.

Diferenças entre T. solium e T. saginata

Page 5: Cisticercose

4

Estrutura T. solium T. saginata

Escólex

*Presença de rostro

*Presença de dupla fita de acúleos

*Formato globular

*Sem rostro

*Sem acúleos*

*Formato quadrangular

Proglotes

*São mais passivas

*Ramificações uterinas em menor

número

*São ativas (movimento)

*Ramificações uterinas

numerosas

Cysticercus C. cellulosae C. bovis

Leva a cisticercose em

humanosApresenta possibilidades Sem comprovação científica

Ovos Iguais Iguais

3 Ciclo Biológico

O ciclo de vida natural do complexo teníase / cisticercose envolve ao homem

como único hospedeiro definitivo da Taenia solium e ao suíno, hospedeiro

intermediário, como fonte de infecção para o homem ao abrigar a Cysticercus

cellulosae. No entanto o homem pode atuar como hospedeiro “intermediário” acidental

quando se infecta com cisticercos por ingestão acidental dos ovos da Taenia solium.

O homem, contaminado com Taenia solium, elimina com as fezes ovos ou

proglótides grávidos. Os ovos e/ou proglótides ao serem ingeridos pelos porcos, através

de alimentos contaminados no ambiente, chegam ao tubo digestivo, onde as oncosferas

ou hexacanto são liberadas por ação dos sucos digestivos. Uma vez livres, as oncosferas

se aderem à mucosa e logo penetram na parede intestinal para alcançar os vasos

sanguíneos e linfáticos. Já nesta via, as oncosferas se dispersam por todo o organismo,

sendo de maior importância para o ciclo evolutivo sua localização na musculatura do

suíno, como por exemplo língua, diafragma, músculo cardíaco, e também cérebro, onde

se desenvolverá a larva ou cisticerco, após 8 a 10 semanas.

Page 6: Cisticercose

5

O homem adquire a infecção e desenvolve a tênia ao ingerir carne de porco

infectada, mal cozida e com cisticercos viáveis. O cisticerco chega ao estômago e logo

ao intestino delgado, que por ação dos sucos gástricos e biliares, o escólex se invagina e

se fixa na mucosa intestinal e começa o desenvolvimento da tênia adulta que pode

chegar a medir entre 2 a 5 metros e algumas vezes até 8 metros.

A cisticercose no homem se produz ao ingerir acidentalmente os ovos de Taenia

solium ao ingerir alimentos ou águas contaminadas com fezes de pessoas infectadas ou

via fecal–oral por falta de higiene nas mãos de portadores da tênia adulta. Ao passar

pelo trato digestivo, as oncosferas são ativadas, penetram na parede intestinal e através

dos vasos sanguíneos e linfáticos chegam a diferentes locais, onde se transformam em

cisticercos. Este processo demora aproximadamente de dois ou três meses. Quando os

cisticercos se localizam no SNC se desenvolve a neurocisticercose.

4 Modo de transmissão

A Teníase é adquirida pela ingesta de carne bovina ou suína mal cozida ou mal

assada, que contém as larvas. Quando o homem acidentalmente ingere os ovos de T.

solium, através de alimentos, água ou mãos contaminadas, adquire a Cisticercose. A

Cisticercose humana por ingestão de ovos de T. saginata não ocorre ou é extremamente

rara.

5 Imunologia

A resposta imunológica dos pacientes vem sendo estudada e viu-se que cerca de

50% desses pacientes respondem ao teste subcutâneo com PPD (Proteína purificada do

Mycobacterium tuberculosis). A presença de anticorpos específicos pode ser

demonstrada também por reações de precipitação.

Os antígenos de cisticerco induzem ao aumento da concentração das

imunoglobulinas IgG, IgM, IgE, IgA, e IgD no soro de indivíduos com neurociscercose.

Contudo, existe uma associação entre nível de classe de anticorpo encontrado em soro e

LCR de paciente com NCC com os tipos, localizações e estágio de evolução dos

Page 7: Cisticercose

6

cisticercos no cérebro. A forma maligna da doença (hidrocefalia, vasculite, infarto

cerebral, e múltiplos granulomas) foi correlacionada a níveis elevados de anticorpos.

Nos pacientes com NCC tem-se observado predominância de anticorpo do tipo IGM

específicos para antígenos de cisticercos no LCR. O cisticerco é capaz de produzir

alguns mecanismos de escape da resposta imune humoral. O componente Clq pode ser

inibido pela ação da paramiosina. A taenistatina inibe as vias clássicas e alternativas do

complemento, e parece interferir, juntamente com outros fatores, com a proliferação dos

linfócitos e com a junção dos macrófagos, inibindo a resposta celular.

Pesquisas têm sido realizadas com intuito de se obter uma vacina para impedir a

infecção humana. Alguns resultados são animadores, sendo possível observar nos suínos

vacinados uma proteção de 75% à infecção-desafio.

6 Patogenia

A patogenia vai depender do número, tamanho, fase do parasito, do local afetado

e das respostas do órgão afetado.

A cisticercose provoca lesões graves paciente, mas como em geral os suínos são

abatidos precocemente (em torno de seis meses), muitas vezes não se percebe alterações

de monta como encontra-se em reprodutores mais velhos, como o encontro de cisticerco

no coração, músculos mastigadores, músculos respiratórios e cérebro.

Em cães apesar de não ser muito comum a presença do C. cellulosae, no SNC

provoca sintomas nervosos que irão depender do tamanho, número e localização dos

cisticercos para os estágios do seu desenvolvimento, muitas vezes semelhante a raiva.

No bovino também não são muito conhecidas as alterações causadas pelo C. bovis.

O cisticerco muscular ou subcutâneo provoca poucas alterações e na maioria das

vezes é assintomática. Os cisticercos instalados na musculatura desenvolvem reação

local, formando uma membrana adventícia fibrosa. Com a morte do parasito há

tendência à calcificação. Quando numerosos cisticerco instalam-se no músculo

esquelético, podem provocar dor, fadiga e cãibras.

A cisticercose cardíaca pode resultar em palpitações e ruídos anormais ou

dispneia quando os cisticercos se instalam nas válvulas.

Page 8: Cisticercose

7

A cisticercose das glândulas mamária é rara. Pode-se apresentar sob a forma de

um nódulo indolor com limites precisos, móvel, ou ainda, como uma tumoração

associada a processos inflamatórios, devido ao estágio degenerativo da larva.

A cisticercose ocular o cisticerco instala-se na retina provocando o deslocamento

ou perfuração desta, atingindo o humor vítreo. As consequências são: reações

inflamatórias, exsudativas que promoveram opacificação do humor vítreo, sinéquias

posteriores da íris, uveítes ou até pantoftalmias. Tais alterações podem levar o paciente

a perca da visão parcial ou total.

A cisticercose no SNC pode acometer o paciente por três processos: presença do

cisticerco no parênquima cerebral ou nos espaços liquóricos; pelo processo inflamatório

decorrente; ou pela formação de fibroses, granulomas e calcificações.

Os cisticercos parenquimatosos podem ser responsáveis por processos

compressivos, irritativos, vasculares e obstrutivos; os instalados nos ventrículos podem

causar obstrução do fluxo líquido cefalorraquidiano, hipertensão intracraniana e

hidrocefalia e, finalmente, as calcificações, que correspondem à forma cicatricial da

neurocisticercose e estão associadas à epileptogênese.

7 Sintomatologia

Os sintomas desta doença podem ocorrer messes ou até anos depois de ter

consumido alimentos contaminados. Dentre eles podemos citar: dores de cabeça

frequentes, convulsões, transtornos de visão, vômitos, infecções na coluna, demência e

perda da consciência.  A maioria das pessoas com cisticercose nos músculos não

apresenta sintomas. Pode-se suspeitar de neurocisticercose em caso de epilepsia tardia,

ou seja, em pessoas com mais de doze anos, hidrocefalia e desordens neuropsicológicas,

especialmente em países latino americanos, onde os fatores de risco incluem o consumo

de frutas e verduras contaminadas com o parasita, contato com pessoas infectadas ou

material fecal.

Page 9: Cisticercose

8

8 Epidemiologia

As tênias são encontradas e, todas as partes do mundo em que a população tem

hábito de comer carne de porco ou de boa, crua ou malcozida. De acordo com o hábitos

alimentares de certos povos, haverá ou não mais prevalência da teníase.

Na América Latina, países como Bolívia, Brasil, Equador, México e Peru são

considerados países de alta prevalência de cisticercose suína. As estatísticas brasileiras

do complexo teníase/cisticercose derivadas de hospedeiros humanos pertencentes à

região urbana e de abatedouros não refletem a verdadeira situação das comunidades

rurais, em virtude da ausência de notificação tanto nos hospitais como nos abatedouros,

além da existência de grande número de abates clandestinos nas áreas rurais e na

periferia dos grandes centros.

No Ceará, em abatedouros de Maracanaú e Iguatu, foram observadas as

prevalências de cisticercose suína 1,1% e 4,4%, respectivamente, entre os anos de 1990

a 1994 (Morais & Leite, 1996).

Quanto a contaminação humana por ovos de T. solium, o mecanismo mais

comum é a heteroinfecção, no qual o indivíduo ingere ovos através de dejetos humanos

contaminando contes de água para beber ou regar hortaliças; disseminação de ovos de

T. solium por moscas e baratas; acidentes de laboratório, quando o técnico ao manipular

material fecal ou vidraria se infecta acidentalmente e/ou transmissão através de práticas

sexuais orais.

9 Diagnóstico

9.1 Diagnóstico em humanos

O diagnóstico da cisticercose humana tem como base aspectos clínicos,

epidemiológicos e laboratoriais. Como na maioria das vezes os casos de Teníase são

oligossintomáticos, o diagnóstico comumente é feito pela observação do paciente.

Diagnóstico Clínico

Page 10: Cisticercose

9

Oftalmocisticercose - Fazendo uso de um oftalmoscópio realiza-se o exame de

fundo de olho, no qual permite ver o levantamento da retina, marcas e hemorragias, o

processo inflamatório e, em ocasiões, o cisticerco vivo.

Cisticercose subcutânea e muscular - O diagnóstico se confirma com base na

parasitoscopia, mediante a extirpação cirúrgica do tumor e seu exame pelo método de

compressão ou por estudo histopatológico.

Diagnóstico Laboratorial

O diagnóstico laboratorial tem como base a pesquisa do parasito, através de

observações anatomopatológicas das biopsias, necropsias e cirurgias. O cisticerco pode

ser identificado por meio direto, através do exame oftalmoscópico de fundo de olho ou

ainda pela presença de nódulos subcutâneos no exame físico.

Diagnóstico por Imagem

O diagnóstico através do RX utilizado durante algum tempo é limitado, pois

somente evidência cisticercos calcificados que podem aparecer anos após a infecção.

Os estudos de Tomografia Axial Computarizada (TAC) e de Resonância

Magnética (RM) do cérebro, têm sido em anos recentes bastante utilizados para o

diagnóstico da neurocisticercose. A TAC permite visualizar formas císticas, geralmente

disseminadas no parênquima cerebral. Igualmente, observa-se o grau de hidrocefalia e o

edema cerebral reacional. Entretanto é melhor usar a TAC conjuntamente com alguma

prova sorológica como a Electroinmunotransferência Blot (EITB), e correlacionar os

resultados com o quadro clínico geral do paciente.

Diagnóstico Sorológico

As provas sorológicas representam uma ajuda ao diagnóstico por imagens de

cisticercose cerebral humana. É considerada a ferramenta principal do diagnóstico

clínico em muitas regiões endêmicas de países em desenvolvimento, já que mediante

elas se pode realizar o diagnóstico diferencial entre uma lesão por cisticercose e outra de

aparência similar.

Os métodos usados para detectar anticorpos anticisticercos no soro, liquido

cefalorraquidiano (LCR) e humor aquoso eram: a fixação do complemento (Reação de

Page 11: Cisticercose

10

Weinberg), hemaglutinação indireta e imunofluorescência que apresentavam limitações

devido à baixa sensibilidade e especificidade. Posteriormente, o teste imunoenzimático

(ELIZA) passou a ser recomendado após a melhora na qualidade e preparo de antígenos.

Atualmente a técnica de EITB é considerada a melhor para o diagnóstico da cisticercose

em decorrência da alta sensibilidade e especificidade produzindo altos valores

preditivos positivos sendo útil em estudos epidemiológicos.

9.2 Diagnóstico em suínos

Exame de língua

Este exame é realizado normalmente em zonas onde existe a enfermidade e se

utiliza para diferenciar a presença de cisticercose nos suínos, antes de uma transação

comercial. Consiste na palpação dos nódulos e/ou identificação visual dos cisticercos.

Para a realização, prende-se o animal, introduz-lhe uma madeira em forma transversal

no focinho para mantê-lo aberto e se transporta a língua usando uma tela. Os critérios

utilizados para o diagnóstico são: a) a observação dos cistos na superfície da língua, b) a

palpação da língua e sua base e c) a observação dos cisticercos ou marcas que sugiram

que foram extraídos (prática muito comum). Este método é relativamente sensível

(87%) e altamente específico (99%) para detectar cisticercose suína. A vantagem deste

exame é que é fácil de aprender e é de grande utilidade como método de avaliação

grosseira em países com cisticercose suína.

Inspeção

O diagnóstico se realiza fazendo cortes nos músculos (serrátil dorsal, psoas,

grácil, masseter, diafragma e coração) e vísceras do suíno (pulmão, fígado) em busca de

cisticercos. O problema é que se não se realiza o exame de maneira cuidadosa, os

cisticercos poderiam passar despercebidos, principalmente quando existem infecções

leves.

Diagnóstico Sorológico

As provas sorológicas como a de ELISA para o diagnóstico da cisticercose suína

apresenta reações cruzadas com outros parasitos, além de oferecer valores de

sensibilidade e especificidade baixos. Já a prova de EITB não tem reações cruzadas e é

Page 12: Cisticercose

11

100% específica e bastante sensível. Ambas as provas diagnósticas permitem detectar

basicamente exposição a ovos de Taenia solium mais que infecção, as investigações têm

se direcionado o a detectar antígeno de Cysticercus cellulosae a fim de comprovar o

desenvolvimento de uma infecção viável ou não nos suínos.

O diagnóstico de cisticercose suína mediante a detecção de antígeno tem

conseguido bons resultados quando se emprega anticorpos monoclonais dirigidos contra

o Cysticercus bovis, metacestódio da Taenia saginata.

A prova de ELISA – Ag faz uso dos anticorpos monoclonais de isotipo Ig G e

têm alta sensibilidade e especificidade para o diagnóstico de cisticercose.

10 Profilaxia

A criação inadequada de suínos, hábitos higiênicos, serviço de saneamento

básico, qualidade de água utilizada para beber e irrigar hortaliças, ingestão de carne de

porco malcozida são os principais fatores para o aparecimento da cisticercose. Podemos

citar medidas profiláticas como:

Trabalho educativo para a população;

Saneamento básico;

Impedir o acesso do suíno e do bovino ás fezes humanas;

Inspeção sanitária da carne;

Fiscalização de produtos de origem vegetal;

Cuidados na suinocultura;

Desinfecção concorrente.

Melhoramento do sistema dos serviços de água, esgoto ou fossa;

Tratamento em massa dos casos humanos nas populações-alvo

Orientar a população a não comer carne crua ou malcozida;

Page 13: Cisticercose

12

11 Tratamento

As drogas mais recomendadas para o tratamento são niclosamida ou

praziquantel. A niclosamida atua no sistema nervoso da tênia, levando a imobilização da

mesmo, facilitando a sua eliminação com as fezes.

Teníase:

Mebendazol: 200mg, 2 vezes ao dia, por 3 dias, via oral

Niclosamida ou Clorossalicilamida: adulto e criança com 8 anos ou mais, 2g, e

crianças de 2 a 8 anos, 1g, via oral, dividida em 2 tomadas.

Praziquantel, via oral, dose única, 5 a 10mg/kg de peso corporal

Albendazil, 400mg/dia, durante 3 dias.

Neurocisticercose:

Praziquantel, na dose de 50mg/kg/dia, durante 21 dias, associado à

Dexametasona, para reduzir a resposta inflamatória, consequente à morte dos

cisticercos. Pode-se, também, usar Albendazil, 15mg/dia, durante 30 dias,

dividida em 3 tomadas diárias, associada a 100mg de Metilpredinisolona, no

primeiro dia de tratamento, a partir do qual se mantém 20mg/dia, durante 30

dias. O uso de anticonvulsivantes, às vezes, se impõe, pois cerca de 62% dos

pacientes desenvolvem epilepsia secundária ao parasitismo do SNC.

Page 14: Cisticercose

13

Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – 8. ed. rev. – Brasília: Ministério da Saúde, 2010.

MORAIS, N.B & LEITE, A.I. Cisticercose no Ceará, um diagnóstico situacional. Secretaria de Saúde do Estado do Ceará, 1996.  

NEVES, David Pereira. Parasitologia Humana. 11. ed. São Paulo. Editora Atheneu, 2010.

SILVA, MICHELLE COSTA E. Levantamento soroepidemiológico de cisticercose suína na região centro-sul do Estado do Ceará. 2004. 108f. Dissertação (Mestrado em ciências veterinárias) - Universidade Estadual do Ceará, Faculdade de Veterinária. 1. Cisticercose 2. Espécie suína 3. Ceará I. Universidade Estadual do Ceará, Faculdade de Veterinária.

Teníase cisticercose: uma revisão de literatura. Disponível em: <http://www.sapuvetnet.org/Teaching%20Materials/Case%20Studies/Case%20Studies%20I%20e%20II/Ten%C3%ADase%20e%20Cisticercose%20Revis%C3%A3o%20de%20Literatura.pdf> Acessado em: 03/05/2014.