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Desempenho de Dois Modelos de Predição Prognóstica em Pacientes Críticos na Unidade de Tratamento Intensivo Oncológica Xavier, DS I , Santos NGB II Almeida JAP II I Fisioterapeuta Doutor em Terapia Intensiva. II Fisioterapeutas Especialistas em Fisioterapia Intensiva. Os pacientes oncológicos criticamente enfermos geralmente estão propensos à internação na unidade de terapia intensiva (UTI) e consequentemente apresentam prognósticos desfavoráveis por conta das inúmeras disfunções orgânicas que acompanham a doença neoplásica. O conhecimento epidemioógico e das características associadas ao prognóstico destes pacientes depende de fatores multidimensionais (características clínicas e laboratoriais); como a doença de base, tipos de tratamentos implantados, imunossupressão e porte da cirurgia. (1,2) Os diversos modelos de predição prognósticas desenvolvidos quantificam e reduzem as variáveis relacionadas com o estado do paciente a um único valor, geralmente, um escore de pontos (3) . Embora não devam ser empregados para a predição de um prognóstico individual, estes modelos podem ajudar nas discussões clínicas posteriores, melhoria da alocação de recursos e estratificação de pacientes em estudos clínicos. (1,4) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. AARC Clinical Practice Guideline. Bronchial Hygiene Guidelines Committee. (1993). Use of Positive Airway Pressure Adjuncts to Bronchial Hygiene Therapy . Respiratory Care Journal, 38 (5); 516- 521. 2. AZEREDO, C. A. C. Ventilação Mecânica – Invasiva e Não Invasiva. Rio de Janeiro: Revinter, 1994. 3. Snyder, R. J., Slaughter, S. L., & Chatburn, R. (2001). Pressure/flow characteristic of the EzPAP® positive airway pressure therapy system. The Science Journal of the American Association for Respiratory Care, 1-2. 4. Wilkins, R. L., Stoller, J. K., & Kacmarek, R. M. (Eds.). (2009). Fundamentals of Respiratory (9th ed.). St. Louis, Missouri: Mosby. 5. Vídeo de Instruções para utilização do EzPAP® da DHD Healthcare Corporation em http://www.youtube.com/watch?v=daXC_Y-7W2E CONCLUSÃO INTRODUÇÃO Quando aplicados aos pacientes com câncer, os escores de prognóstico gerais apresentam desem-penho insatisfatório, em especial devido à má calibração e tendência à subestimação da letalidade. (9) A mensuração do prognóstico de letalidade, pode ser util para enriquecer discussões sobre os modelos e identificar a gravidade de pacientes oncológicos em estudos clínicos. Concluimos que, neste grupo de pacientes o SAPS III foi mais fidedigno nos casos em que houve letalidade e apresentou melhor discriminação. OBJETIVO GERAL Portanto este estudo teve por objetivo avaliar os escores de dois modelos de predição prognóstica (APACHE II E SAPS III) e discorrer uma comparação direta e paralela de seus resultados, para observações sobre níveis de possíveis discrepâncias entre os escores obtidos de taxa de morbidade e mortalidade na UTI. . DISCUSSÃO Alguns estudos mostraram que o paciente oncológico crítico está apresentando uma sobrevida cada vez mais elevada e com melhores prognósticos. (1,8) O desempenho dos modelos prognósticos abrangem duas medidas objetivas: calibração e discriminação, referindo-se a proximidade quanto às probabilidades de letalidade correlacionadas aos óbitos observados no intervalo das probabilidades. A discriminação aponta, entre os indivíduos analisados, quem poderá evoluir para uma alta clínica ou para um óbito. Nenhum modelo apresenta calibração perfeita e uma discriminação exata. (10) No presente estudo, os modelos comparados tiveram uma discriminação irregular que subestimaram a letalidade na UTI. Os prognósticos do SAPS III, para óbitos, foram mais desfavoráveis; apresentando uma média de percentuais de óbitos de 52,73%, e em contrapartida o APACHE II apresentou uma média de 49%. Na tabela 01 é observado que o índice preditivo SAPS III, parece ser mais fidedigno nos casos em que houve a letalidade, porém a amostra é limitada, não sendo suficiente para a veracidade de tal afirmação. RESULTADO Característica Total Altas Óbitos Total de pacientes 18 (100%) 14 (77,77%) 4 (22,22%) Sexo Masculino (%) 72,22% 76,92% 23,07% Sexo Feminino (%) 27,77% 80% 20% Média de Idade (anos) 53,88 57,14 42,85 Score APACHE II 17,27 15.14 24,75 Mortalidade APACHE II (%) 22,61% 15,07% 49% Score SAPS III 29,13 47,07 69 Mortalidade SAPS III (%) 54,33% 22,68% 52,73% Dias de internação na UTI (dias) 5,38 3,07 13,5 Tabela 01. Características demográficas e clínicas. (n =18) Figura 01. Porcentagem de risco de letalidade dos dois modelos preditivos

Desempenho de Dois Modelos de Predição Prognóstica em Pacientes Críticos na Unidade de Tratamento Intensivo Oncológica

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Desempenho de Dois Modelos de Predição Prognóstica em Pacientes Críticos na Unidade de Tratamento Intensivo Oncológica

Xavier, DS I, Santos NGBII Almeida JAPII

I Fisioterapeuta Doutor em Terapia Intensiva. II Fisioterapeutas Especialistas em Fisioterapia Intensiva.

Os pacientes oncológicos criticamente enfermos geralmente estão propensos à internação na unidade de terapia intensiva (UTI) e consequentemente apresentam prognósticos desfavoráveis por conta das inúmeras disfunções orgânicas que acompanham a doença neoplásica. O conhecimento epidemioógico e das características associadas ao prognóstico destes pacientes depende de fatores multidimensionais (características clínicas e laboratoriais); como a doença de base, tipos de tratamentos implantados, imunossupressão e porte da cirurgia. (1,2)

Os diversos modelos de predição prognósticas desenvolvidos quantificam e reduzem as variáveis relacionadas com o estado do paciente a um único valor, geralmente, um escore de pontos (3). Embora não devam ser empregados para a predição de um prognóstico individual, estes modelos podem ajudar nas discussões clínicas posteriores, melhoria da alocação de recursos e estratificação de pacientes em estudos clínicos. (1,4)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. AARC Clinical Practice Guideline. Bronchial Hygiene Guidelines Committee. (1993). Use of Positive Airway Pressure Adjuncts to Bronchial Hygiene Therapy. Respiratory Care Journal, 38 (5); 516-521.

2. AZEREDO, C. A. C. Ventilação Mecânica – Invasiva e Não Invasiva. Rio de Janeiro: Revinter, 1994.

3. Snyder, R. J., Slaughter, S. L., & Chatburn, R. (2001). Pressure/flow characteristic of the EzPAP® positive airway pressure therapy system. The Science Journal of the American Association for Respiratory Care, 1-2.

4. Wilkins, R. L., Stoller, J. K., & Kacmarek, R. M. (Eds.). (2009). Fundamentals of Respiratory (9th ed.). St. Louis, Missouri: Mosby.

5. Vídeo de Instruções para utilização do EzPAP® da DHD Healthcare Corporation em http://www.youtube.com/watch?v=daXC_Y-7W2E

CONCLUSÃO

INTRODUÇÃO

Quando aplicados aos pacientes com câncer, os escores de prognóstico gerais apresentam desem-penho insatisfatório, em especial devido à má calibração e tendência à subestimação da letalidade. (9)

A mensuração do prognóstico de letalidade, pode ser util para enriquecer discussões sobre os modelos e identificar a gravidade de pacientes oncológicos em estudos clínicos.Concluimos que, neste grupo de pacientes o SAPS III foi mais fidedigno nos casos em que houve letalidade e apresentou melhor discriminação.

OBJETIVO GERAL

Portanto este estudo teve por objetivo avaliar os escores de dois modelos de predição prognóstica (APACHE II E SAPS III) e discorrer uma comparação direta e paralela de seus resultados, para observações sobre níveis de possíveis discrepâncias entre os escores obtidos de taxa de morbidade e mortalidade na UTI..

DISCUSSÃOAlguns estudos mostraram que o paciente oncológico crítico

está apresentando uma sobrevida cada vez mais elevada e com melhores prognósticos. (1,8) O desempenho dos modelos prognósticos abrangem duas medidas objetivas: calibração e discriminação, referindo-se a proximidade quanto às probabilidades de letalidade correlacionadas aos óbitos observados no intervalo das probabilidades. A discriminação aponta, entre os indivíduos analisados, quem poderá evoluir para uma alta clínica ou para um óbito. Nenhum modelo apresenta calibração perfeita e uma discriminação exata. (10)

No presente estudo, os modelos comparados tiveram uma discriminação irregular que subestimaram a letalidade na UTI. Os prognósticos do SAPS III, para óbitos, foram mais desfavoráveis; apresentando uma média de percentuais de óbitos de 52,73%, e em contrapartida o APACHE II apresentou uma média de 49%. Na tabela 01 é observado que o índice preditivo SAPS III, parece ser mais fidedigno nos casos em que houve a letalidade, porém a amostra é limitada, não sendo suficiente para a veracidade de tal afirmação.

RESULTADOCaracterística Total Altas Óbitos

Total de pacientes 18 (100%) 14 (77,77%) 4 (22,22%)Sexo Masculino (%) 72,22% 76,92% 23,07%Sexo Feminino (%) 27,77% 80% 20%

Média de Idade (anos) 53,88 57,14 42,85Score APACHE II 17,27 15.14 24,75

Mortalidade APACHE II (%)

22,61% 15,07% 49%

Score SAPS III 29,13 47,07 69Mortalidade SAPS III

(%)54,33% 22,68% 52,73%

Dias de internação na UTI (dias)

5,38 3,07 13,5

Tabela 01. Características demográficas e clínicas. (n =18)

Figura 01. Porcentagem de risco de letalidade dos dois modelos preditivos