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Mensuração de Custos em Saúde Claudio Pericles MD, MBA, MSc Resulta ® [email protected] [email protected]

Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

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Farmacoeconomia: mensuração de Custos em Saúde Conceitos Básicos Técnicas Ferramentas

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Page 1: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Mensuração de Custos em

Saúde

Claudio PericlesMD, MBA, MSc

Resulta®

[email protected]

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Page 2: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Partimos da premissa de que quase tudo pode

ser medido, valorizado ou interpretado...

Disclaimer

Page 3: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude
Page 4: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

• Que Conceitos básicos devemos conhecer?

• O que medir?

• Por que medir?

• Como medir?

• Quando não medir?

• É possível comparar medidas?

• Como criticar uma medida?

Perguntar para Responder

Page 5: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

• Passado:– “Aspirina para dor de cabeça, Cataflam para dor muscular e

Buscopan para as abdominais...” (dito popular intra-hospitalar)

– 8 anos para desenvolvimento “pleno” de um fármaco

– Registro tardio de patentes

– Fármacos “seguros”

• Presente– Mais de 1.200 fármacos legalmente disponíveis

– 10 anos para desenvolvimento PARCIAL de um fármaco

– Registro precoce de patentes

– Ausência de fármacos “seguros” – retirada do mercado pós-lançamento

• Futuro– Biotecnologia & Terapia genética (alvo-orientada)

– Limitação progressiva de recursos

Page 6: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

“ Várias são as possibilidades,

do ponto de vista tecnológico.

No entanto, a realidade só brindará os

produtos economicamente viáveis.”

Noyce R. Ch. 11. Project strategy. In: Matheson D et al. The smart organisation:

creating value through strategic R&D. Boston (MA): Harvard Business School Press,

1998:221

Page 7: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Sistemas de Saúde“Um Sistema de Saúde consiste de arranjos organizacionais e processos através dos quais uma sociedade faz escolhas em relação à produção, consumo e distribuição de serviços de saúde.”

Santerre RE & Neun SP. Health Economics: Theories, Insights, and Industry Studies. Third edition. Thomson South-Western. 2004.

“Um Sistema de Saúde inclui todas as atividades cujo o objetivo primário é promover, restaurar ou manter a saúde.” World Health Report 2000

“O objetivo do financiamento de um sistema de saúde é tornar disponível

recursos financeiros, bem como estabelecer incentivos corretos para os

provedores, garantindo que todos os indivíduos tenham acesso a uma

saúde pública e a serviços de saúde efetivos.”

World Health Report 2000

Page 8: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

• “Conjunto de práticas para as quais se usam os conhecimentos

disponíveis para alcançar objetivos desejados.”

Ellul, 1964

• “Aplicação sistemática do conhecimento científico organizado

em tarefas práticas.”

Galbraith, 1977

Tecnologia

Page 9: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

EFICÁCIA “FUNCIONA” EM CONDIÇÕES IDEAIS

EFICIÊNCIA OS BENEFÍCIOS JUSTIFICAM OS CUSTOS

EFETIVIDADE “FUNCIONA” EM CONDIÇÕES REAIS

MEDICINA BASEADA EM EVIDÊNCIAS (EBM)

CUSTO-EFETIVIDADE

Não é “economia”...É quando o valor do benefício, no mundo real, justifica os custos adicionais!

Page 10: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Warren Buffet, O Tao de Warren Buffet

“ As pessoas insistem em confundir

PREÇO e VALOR.

Preço é o que se paga.

Valor é o que se quer levar.”

Page 11: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Custos

DIRETOS•Hospitalizações,

•Tratamento,

•Exames

INDIRETOS•Efeitos colaterais,

•Transporte,

•Perda de produtividade etc.

INTANGÍVEIS•Dano psíquico

•Conflitos familiares etc

PERSPECTIVAS•Sociedade

•Governo

•Pagador privado

•Paciente

Page 12: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Economia da Saúde - Fundamentos

Economia da Saúde:• Como indivíduos e sociedades exercem uma opção de escolha,

entre as alternativas na alocação dos escassos recursos destinados à

área da saúde, considerando custos e desfechos (outcomes).

Valores Monetários: • NÃO são recursos, mas unidades de troca ou de medida de valor.

Custo de Oportunidade:• Prioridades não são absolutas, mas função de benefícios e custos

• A avaliação de custos e benefícios é subjetiva

• No processo de decisão é importante a avaliação marginal

• Diferentes indivíduos (“clientes”) podem entender custos e benefícios

de forma diferente

Page 13: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Demanda:• Quanto maior a preferência ou vantagem PERCEBIDA (Utility), maior a vantagem de

pagar pelo produto ou serviço.

Igualdade vs Eqüidade: • Eqüidade horizontal: Tratamentos (procedimentos) iguais para as mesmas necessidades

• Eqüidade vertical: Tratamentos (procedimentos) desiguais para necessidades distintas

Eficiência Alocativa - Critério Pareto: • É alcançada quando não é mais possível alterar a alocação de recursos de modo a fazer

uma pessoa melhor sem fazer com que ao menos uma pessoa fique pior. Na prática as

alterações fazem com que alguns percam.

Incerteza, Probabilidades & Complexidade:• Riscos comuns à saúde: alto risco de uso; Independência do risco; Seleção Adversa;

Lucros progressivos; “Moral Hazard”

• As decisões precisam ser tomadas, no dia-a-dia

Economia da Saúde - Fundamentos

Page 14: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Análise de Custos - fundamentos

Variabilidade de interpretação:– Perspectiva da análise (ponto de vista)

– Alternativas que estão sendo comparadas na análise (alternativa “fazer nada” é válida?)

– Tipo de análise (Custo-benefício? Custo-efetividade? Custo-utilidade?)

Potenciais problemas:– Incerteza nas estimativas

– Definição de limites de confiança (análise de sensibilidade)

– Ganhos de produtividade & queda dos custos de produção

– Rápidas mudanças tecnológicas

– Capacidade com que o sistema irá operar (e.g., custo de uma RM varia se está em uso pleno ou em uso de apenas 30% de sua capacidade)

– Otimização/ uso mais eficiente de recursos (e.g., médico e enfermeira)

– Inclusão dos custos de pesquisa e desenvolvimento

– Incluir ou não custos indiretos em uma análise

– Quais custos diretos devem ser incluídos na análise (e.g., Papanicolau e consulta

apenas para prevenção do Ca ginecológico ou em prevenção global)

Page 15: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Maior custo

Menor custo

Em geral, novos tratamentos

(mais efetivos, porém de

maior custo)

Em geral, o tratamento

vigenteCenário ideal

Estratégia Dominante

Descartar

Maior efetividadeMenor efetividade

Síntese das Avaliações Econômicas

Page 16: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

The New England Journal of Medicine – Editorial, 2005

“Financiamento da Saúde:

Conseguir dinheiro é difícil.

Gastá-lo bem, mais difícil ainda.

Os recursos serão sempre

limitados –- e cada vez mais

escassos.”

Page 17: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

1. Uso racional de medicações / tecnologias

2. Controle das taxas e duração das internações

3. Redução de custos hospitalares

4. Programas de prevenção alocados por grupos de risco

5. Medicina Baseada em Evidências (EBM)

6. Pesquisa de mercado: fornecedores; epidemiologia;

farmacoeconomia; satisfação com serviços; benchmarks

Tendências de Otimização dos Sistema de Saúde

Page 18: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Tendências da Incorporação de Tecnologia em Saúde

1. Aumento da Capacidade Resolutiva

2. Aumento da Velocidade Resolutiva/ Produtividade

3. Aumento nos Procedimentos Ambulatoriais

4. Redução do Tempo de Internação

5. Prevenção de Doenças e Reabilitação

6. Redes e Sistemas de Informação Médica

7. Transmissão de Dados e Imagens

8. Redução das Necessidades de Espaço Físico

9. Integração entre Sistemas de Diagnóstico e Terapia

Page 19: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Exemplos Práticos

Considere os seguintes exemplos de mensurações e a tomada de decisões a seguir...

Page 20: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Procedimento Cura Custa

A 99 % 1000

B 95 % 20

Qual importância - cura x valor ?

Exemplo 1 - Estudo de Caso:

Micose superficial ou Melanoma in situ?

Page 21: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Procedimento Durabilidade Custa

A 4 anos 4000

B 12 anos 12000

Qual importância - durabilidade x desembolso ?

Exemplo 2 - Estudo de Caso:

Escolha de uma prótese

Page 22: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

European Journal of Vascular and Endovascular Surgery - 2004

Estratégia de follow-up após Reconstrução

Aorto – Ilíaca com Prótese

Análise de custo – efetividade se o seguimento com ultrassonografia

para detecção de falso aneurisma após a cirurgia aumenta a

expectativa de vida dos pacientes.

Conclusão:

Só se justifica o follow-up anual em pacientes com < 54

anos de idade, começando 10 anos após a cirurgia.

Exemplo 3 - Estudo de Caso:

Reconstrução vascular

Page 23: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Lung Cancer - 2004

Screening para Câncer de Pulmão com

Tomografia Computadorizada Helicoidal.

Análise utilizando Modelo de Markov com o objetivo de saber se TC de

tórax é uma alternativa viável nesses pacientes

Conclusão:

Somente é válido para pacientes de altíssimo risco para

câncer de pulmão.

Exemplo 4 - Estudo de Caso:

Check Up & Screening de Câncer

Page 24: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Value in Health - 2005

Screening para Câncer de Próstata utilizando

PSA

Análise de custo – efetividade em termos de saúde pública.

Conclusão:

É custo – efetiva 1 dosagem de PSA por grupo etário (i.e.,

a cada 5 anos).

Exemplo 5 - Estudo de Caso:

Check Up & Screening de Câncer de Próstata

Page 25: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

American Journal of Preventive Medicine - 2005

Custo – Efetividade do Seguro Saúde

Análise de custo – efetividade em diferentes faixas etárias e o impacto

na qualidade de vida dos usuários.

Conclusão:

O seguro saúde é custo – efetivo na faixa etária entre 25 e 64

anos.

Exemplo 6 - Estudo de Caso:

Fazer ou não plano de saúde?

Page 26: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

American Journal of Medicine - 2003

Revascularização versus Angioplastia na

Doença Coronária de Múltiplos Vasos

Análise de custo – efetividade desses dois métodos como alternativa

primária.

Conclusão:

Revascularização mostrou-se mais custo – efetiva nesses

pacientes.

Exemplo 7 - Estudo de Caso:

Intervenção em Doença Coronariana Grave

Page 27: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Emerging Infectious Diseases - 2003

Vacinação contra HPV

Análise de custo – efetividade da vacinação em diferentes faixas

etárias

Conclusão:

A vacinação é custo – efetiva e importante ferramenta na saúde

pública principalmente na faixa de 12 a 15 anos.

Exemplo 8 - Estudo de Caso:

Vacinação contra o Câncer de Colo de Útero

Page 28: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Ivone Minhoto Meinão

Utilização de Recursos e Custos em Pacientes

com Lúpus Eritematoso Sistêmico

Conclusão:

Consultas, exames e internações representaram 9% dos custos

totais, ao passo que medicamentos representaram 45% desse

custo.

Exemplo 9 - Estudo de Caso:

Lúpus Eritematoso Sistêmico

Page 29: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Marcos Bosi Ferraz

Utilização de Recursos na Osteoporose Pós Menopausa

sem Fraturas.

Conclusão:

O custo com medicamentos ficou em torno de 9% , e o item de

maior significância foi o relativo aos gastos com transporte

dessas pacientes.

Exemplo 10 - Estudo de Caso:

Onde estão os custos na osteoporose?

Page 30: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Marcos Bosi Ferraz

Teste de colesterol para adultos 25-39 anos =

US$ 20,000 / ano de saúde perfeita

No Brasil:

Custo da estratégia/ hab x Pop de 25 a 39 anos .

Conclusão:

O fato de uma estratégia ser custo-efetiva não garante que haja

recursos disponíveis para implementá-la.

Exemplo 11 - Estudo de Caso:

Vale a pena implementar um política eficaz de manejo

dislipidêmico, na população em geral?

Page 31: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

The Cost-Effectiveness of misoprostol in

preventing serious gastrointestinal events

associated with the use of nonsteroidal

antiinflammatory drugs

A Maetzel, C Bombardier, M Bosi Ferraz

Arthritis and Rheumatism 1998; 41:16-25

Exemplo 12 - Estudo de Caso:

Vale a pena prevenir sangramento GI em pacientes em uso de

AINEs?

Page 32: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude
Page 33: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Cenário Mundial

Page 34: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude
Page 35: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

O Custo da Desigualdade

“What matters in determining mortality

and health is less the overall wealth of

the society and more how evenly

wealth is distributed. The more equally

wealth is distributed, the better the

health of that society.”British Medical Journale.g. Sweden, Japan vs USA

Page 36: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Investimento setorial em R&D, USA, 2000-2006

Fonte: Compustat

Page 37: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Taxas de mortalidade globais em alguns grupos terapêuticos

Fonte: Lichtenberg FR – Columbia University USA 2002

Page 38: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Evolução da Expectativa de Vida, USA

EUA 1950-2000 Expectativa de vida ao nascer

Fonte: Lichtenberg FR – Columbia University USA 2002

Page 39: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

USA: Elevação dos Custos em Saúde

Fonte: Folland et al 2001 e http://www.cms.hhs.gov/statistics/nhe/projections-2003/t1.asp

US

D p

er

ca

pita

/ a

no

84 143346

1063

2738

4670

5808

8995

4,5

5,9

8,3

10,5

12

13,3

15,1

17,4

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

10000

1950 1960 1970 1980 1990 2000 2005 2010

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

USD$/ hab/ ano % PIB anual

% d

o P

IB a

nu

al

Page 40: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

2000 20012002 2003

2004

Extraordinário

Aporta algo

Não relevante

219

157

196

133

196

2417 18 23

129 11 95 64 2 4 4

00

50

100

150

200

250

Extraordinário

Interessante

Aporta algo

Eventualmente útil

Não relevante

Fora dos padrões

Fuente: La Revue Prescrire

Poucas Inovações Farmacológicas Recentes

Page 41: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Será que quanto maior o % do PIB

(+ recursos) aplicada no

Sistema de Assistência à Saúde,

melhor será o Sistema de Saúde?

Page 42: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

País Gastos em Saúde Gastos em Saúde

Total per Capita (USD) como % do PIB anual

1960 1990 1998 1960 1990 1998 ______________________________________________________

Australia 517 1647 2040 4.9 8.2 8.3

Canada 600 2115 2250 5.4 9.2 9.3

France 396 1920 2120 4.2 8.9 9.6

Germany 495 1999 2400 4.8 8.7 10.6

Italy 270 1648 1660 3.8 8.1 7.6

Sweden 490 1861 1820 4.7 8.8 8.6

Switzerland 479 2196 2740 3.1 8.3 10.2

United Kindom407 1191 1450 3.9 6.0 6.9

Japan 143 1350 1780 3.0 6.1 7.4

United States 820 3491 4270 5.2 12.6 14.0

Average 2250 9.3

Iglehart J, NEJM, 2000

Page 43: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

País Pop Prob morte % Pop Expectativa de vida(Mi) <5 anos >60 anos ao nascer (anos)

(per 1000) Masc Fem

______________________________________________________

Australia 18 6 16 77 82

Canada 31 6 16 76 82

France 59 6 19 75 84

Germany 82 6 20 74 80

Sweden 9 5 23 77 82

Switzerland 7 6 19 76 82

United K 59 7 21 75 80

Japan 126 5 17 78 85

United States 276 8 17 74 80

BRAZIL 168 44 7.6 64 71

Average 10 18 75 81

The World Health Report – 2000 (WHO)

Indicadores em Saúde

Page 44: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Financiamento dos Sistemas de Saúde

C om posição de F inanciam ento

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Reino Unido Dinam arca Austrália Espanha Finlândia Canadá Nova

Zelândia

Portugal EUA Áustria Alem anha França Corea

Pagto d ire to Seguro privado fins lucra tivos Seguro privado fins não lucra tivos Seguridade socia l Im postos O utras fon tes

Page 45: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

0%

20%

40%

60%

80%

100%

C zech R ep

1999

D enm ark

1999

G erm any

1998

France

1999

Italy 1997 C roatia

2002

C o m pa riso n o f H e a lth S pe nding by F unc tio ns a s % To ta l

O thers (Health Ad minis tratio n, P ub lic Health, etc )

T herap eutic ap p liances

P harmaceuticals & med ical co nsumab les

O utp atient, Anc illary & Ho me Health

Inp atient

Page 46: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Gasto Total em Saúde (% do PIB)

Média ~ 10% PIB

Page 47: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Gasto em Saúde Per Capita

Média ~USD $ 3.000 / pessoa

Page 48: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Financiamento Privado da Saúde

Média ~30% de inv. privado

Page 49: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

• Inputs/Outcome =

– Custo-Benefício ou Custo-Efetividade

– e.g., custo $$ / redução da taxa de uma doença

• Inputs/Outputs =

– Indicadores de processos intermediários

– e.g., custo / hospitalização

• Outcome/ Outputs =

– Efetividade de uma determinada intervenção

– e.g., taxa de redução de uma doença / taxa de vacinação

Como Medir o Desempenho de um Sistema de Saúde?

Page 50: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Resultados dos Sistemas de Saúde

Mortalidade Infantil

5,3

3,9

5,1

6,8

22,58

Canadá

Alemanha

Reino Unido

Estados Unidos

Brasil*

Fonte: OECD Health Data 2007, DATASUS-MS 2004

Esperança de Vida ao Nascer

80,2

79

79

77,8

71

Canadá

Alemanha

Reino Unido

Estados Unidos

Brasil

Page 51: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Canadá: Nova Scotia – Estudo de Mortalidade

3/4 dos óbitos advém de 4 doenças crônicas

• Patologia % vs 1900

• Cardiovascular 50 +36%

• Câncer 39 +30%

• DPOC 6 +5%

• Diabetes 5 +3%

Essas doenças respondem por 60% dos custos médicos e por 78% das mortes prematuras.

E mais: alto índice de internações psiquiátricas, artrite etc

Page 52: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude
Page 53: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude
Page 54: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Custos dos Fatores de Risco Canadá, Nova Scotia (2001 $ millions)

Óbitos Diretos Indiretos Total

Tabaco 1,700 $188 $300 $488

Obesidade 1,000 $120 $140 $260

Sedentarismo 700 $107 $247 $354

• Tabaco - cardiovascular, câncer, AVE, DPOC

• Obesidade - cardiovascular, câncer, AVE, diabetes

• Sedentarismo- cardiovascular, câncer (cólon e mama), AVE, diabetes,

osteoporose

• Dieta - cardiovascular, câncer, AVE, diabetes

Page 55: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Canadá - Cape Breton study:

• Baixo índice de desenvolvimento

• Câncer: Mortalidade (231.8 per 100,000) 25% maior que média nacional

• Câncer: Perda de 2262 anos de vida potenciais (PYL)/ 100,000 habitantes: 41% maior que a média nacional

• HAS: 72% mais freqüente que a média nacional.

• DCV: Perda de 1684 anos de vida potenciais (PYL)/ 100,000 habitantes, 65% maior que a média nacional

• DPOC: Mortalidade 50% maior que a média nacional (9.2 per 100,000)

• Expectativa média de vida 5% menor que a média nacional

• Expectativa média de vida livre de incapacitação 11% menor que a média nacional.

Page 56: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Determinantes Sócio-Econômicos da Saúde• Educação, renda, estresse e vínculo empregatício são variáveis

modificáveis.

• Intervenções em estilo de vida costumam ser mais precocemente

eficazes nos estratos mais altos da população, ampliando hiatos de

desigualdade.

• Pobreza infantil: maiores índices de obesidade, retardo psicomotor,

doenças respiratórias, anemia, intoxicação, trauma etc

• Incapacidade e morte prematura são até 4x mais altos nas camadas

menos favorecidas.

• Uso de recursos médicos (Kephart)

– No high school = +49%

– Lower income = +43%

• Índices de hospitalização: – Homens 15-39 = +46%; 40-64 = +57%

– Mulheres 15-39 = +62%; 40-64 = +92%

Page 57: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Interesses setoriais Custo Qualidade Acesso

Pesquisador

Ind insumos

Indivíduo/ usuário

Pagador

Sociedade

Paciente

Prestador/ Gestor

Conflito de Expectativas e Interesses

ALTO INDIFERENTE BAIXO

Page 58: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude
Page 59: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Take Home Messages (A)

1. O PIB pode crescer, e as desigualdades podem persistir.

2. Mais horas de trabalho = Mais PIB = Mais estresse.

3. PIB não leva em conta filantropia e voluntariado.

4. Diferenças regionais existem, mesmo em países ricos.

5. A manutenção da pobreza e da ignorância custa caro.

6. Custos mais altos em saúde:– Doenças crônicas

– Custos indiretos

Page 60: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude
Page 61: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Mais Conceitos

Page 62: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude
Page 63: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

O lucro não é mais a margem desejada sobre o custo.

O lucro passou a ser obtido pela diferença entre o preço (agoradeterminado pelo mercado competitivo) e os custos (estes sim, sujeitosà administração da empresa).

Gestão de Custos vs Gestão de Preços

Page 64: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Objetivos da Gestão de Custos em Saúde:

Conhecimento detalhado da formação do custo das atividades

Conhecer o custo de cada ato médico para avaliação dodesempenho e formação do valor de vendas dos serviços.

Definir o volume mínimo de atividades necessárias, nas diversasmodalidades de serviços, para atingir o ponto de equilíbrio.

Desenvolver o mix adequado de serviços (tipo e quantidades)

Analisar a viabilidade dos investimentos.

Calcular o crescimento e lucro (ou prejuízo) do período.

Avaliação das áreas mais rentáveis.

Gestão de Custos vs Gestão de Preços

Page 65: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

O que medir:

•Produto

•Linhas de produto

•Serviço

•Cliente

•Projeto

•Atividade

•Departamento

Gestão de Custos vs Gestão de Preços

Page 66: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Conceituação e Classificação dos Custos:

Gestão de Custos vs Gestão de Preços

CUSTOS DIRETOS

Pessoal (salários e encargos)

Materiais (limpeza, manutenção,

combustíveis)

Materiais médicos

Serviços prestados

CUSTOS INDIRETOS

Serviços (Energia, teles, água)

Equipamentos – depreciação

Instalações – depreciação

Impostos e taxas

Page 67: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Conceituação e Classificação dos Custos:

Gestão de Custos vs Gestão de Preços

ITEM DE CUSTO (1)

Aluguel

Manutenção e conservação

Depreciação (2)

Seguros (2)

Energia Elétrica

Água

Telefone

Impostos e taxas (3)

Outros custos e despesas

FÓRMULAS DE RATEIO

Área ocupada (m2)

Horas de manutenção

Custo/ funcionário

Ticket médio

Consumo de energia (%)

Consumo de água (%)

Número de ramais

Área ocupada (m2)

Número de funcionários

% do faturamento

% dos custos totais

Centro de Custos

Tempo de Internação

Número de Admissões

Page 68: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

• TIPO I (investimento com retorno garantido)

– Tecnologia Madura com potencial de retorno financeiro positivo independentemente da essencialidade

• TIPO II (reposição de tecnologia operacional)

– Tecnologia Essencial ao Processo, Independente do Retorno Financeiro da Atividade ser Positivo ou Negativo

• TIPO III (inovação tecnológica)

– Tecnologia Inovadora em Medicina cuja Aplicabilidade Prática ou Potencial de Uso ainda não foram totalmente estabelecidos

• TIPO IV (infra-estrutura)

– Tecnologia Necessária à Manutenção de Padrões de Segurança Minimamente Aceitáveis no Ambiente Assistencial

Classificação de Investimentos em Atividade Hospitalar

Page 69: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude
Page 70: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude
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Page 72: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude
Page 73: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

COMPROMETIMENTO DA RENDA BRUTA COM BENEFÍCIO-SAÚDE

Empresa

Passivo atuarial com benefício-

saúde

% da Receita Bruta

A 3.270.000 4,09%

B 1.454.944 7,49%

C 250.403 14,00%

D 205.726 14,75%

E 193.424 16,35%

F 107.507 14,03%

Fonte: Pesquisa Towers Perrin 2002

• 70% das empresas tiveram aumento nos custos

saúde >5% sobre a inflação

• Em 2002, as empresas gastaram mais de R$ 10

bilhões com benefício saúde

1995 19961997

19981999

20002001

2002

S1

73,36%

75,50% 75,54%

78,16% 79,05% 79,91%

83,12% 84,22%

Evolução da Sinistralidade no Brasil

FONTE: FENASEG – BALANÇO SOCIAL 2002

Page 74: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

% DE EMPRESAS NOS EUA QUE INTRODUZIRAM PROGRAMAS

DE GERENCIAMENTO DE DEMANDA (2002)

Gerenciamento de casos catastróficos 48%Programas de gerenciamento de doenças e casos (DMP) 38%Call center (SAC) 24h coordenado por enfermagem 35%Centros de excelência/ Centros de referência 34%Programas locais de bem estar 27%“Questionários” de avaliação de risco 19%

FONTE: “HEALTH CARE COST SURVEY” – Towers Perrin - 2002

Page 75: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude
Page 76: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Cenário Brasil

Page 77: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude
Page 78: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

ATENÇÃO

HOSPITALAR

ATENÇÃO

AMBULATORIAL

ESPECIALIZADA

ATENÇÃO

PRIMÁRIA

A

INTERNAÇÃO HOSPITALAR

SEVERIDADE DA

DOENÇA

TEMPO

FONTE: ADAPTADO DE EDWARDS,HENSHER & WERNEKE ( 1999)

PRONTO

ATENDIMENTO

AMBULATORIAL

A LÓGICA DA ATENÇÃO ÀS CONDIÇÕES AGUDAS

Page 79: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

A CONCEPÇÃO

HIERÁRQUICA DO SUS

Alta com plexidade

M édia com plexidade

Atenção Básica

Níve l 1 - 70-80% de pacientes

com doença sim ples

Níve l 2 - Pacientes com plexos

Níve l 3 - Pacientes a ltam ente com plexos

FONTE: MENDES (2002)

G estão de Caso

G estão de Pato logia

Au to-Cuidado Suportado

Níve l 1 - 70-80% de pacientes

com doença sim ples

Níve l 2 - Pacientes com plexos

Níve l 3 - Pacientes a ltam ente com plexos

FONTE: SING & HAM (2006)

A CONCEPÇÃO KAISER

PERMANENTE (EUA)

Adesão

terapêutica

Dispensação

especializada

Assistência

farmacêutica

Populações

prioritárias

Educação

farmacêutica

Page 80: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Município de Luiz Antonio, SP

10.000 habitantes (antiga Jataí)

2000 2005

629,5

100

129

100

0

100

200

300

400

500

600

Cresc Pop Cresc Gastos Saúde

10000

47800

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

35000

40000

45000

50000

População 2005 Prescrições 2005

29%

529%

Page 81: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Conceitos

Contato: (21)2531.0267

Agravo – Definição: Qualquer acréscimo no valor da contraprestação paga

ao plano ou seguro de saúde, para contemplar o custo com as doenças e

lesões preexistentes em detrimento da Cobertura Parcial Temporária.

Agravo – Amparo Legal: O agravo deverá ser oferecido como alternativa à

cobertura parcial temporária, obrigatoriamente, para todos os novos

contratos a partir de dezembro de 1999. A escolha entre agravo e Cobertura

Parcial Temporária dependerá exclusivamente da decisão do consumidor

por meio de declaração expressa.

Agravo – Inconsistências: (1) Os atuais Banco de Dados das Operadoras

não apresentam estatística suficiente para mensuração do Risco. (2) O Rol

de procedimentos instituídos pela Agência são passíveis de modificação a

qualquer momento.

O Agravo e as Inconsistências Atuariais

Page 82: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Contato: (21)2531.0267

Patologia N. usuários Custo Prob Total

Cardiologia 5000 12.000,00R$ 40% 24.000.000,00R$

T. Renal 40 40.000,00R$ 80% 1.280.000,00R$

Diabetes 7000 3.000,00R$ 30% 6.300.000,00R$

outros 10000 2.000,00R$ 50% 10.000.000,00R$

Total 22040 41.580.000,00R$

Total do Custo 41.580.000,00R$

N. de meses 24

N. total de usuários 100000

Custo Agravo Puro 17,33R$

Total do Custo 41.580.000,00R$

N. total de preexistencias 22040

Custo Agravo Puro 17,33R$

Total a ser arrecadado 9.166.876,80R$

Diferença R$ 32.413.123,20

O Agravo – Exemplo de Cálculo

Page 83: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude
Page 84: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Modelos de Análise

Page 85: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude
Page 86: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Desenho Evidência Custo Finalidade

Ensaio clínico + + + + + + + Terapêutica

Coorte + + + + + + + Etiologia, fatores de risco, prognóstico

Farmacoeconomia

(Health

Outcomes)

+++ ++ Terapêutica, Inclusão em Listas

Caso-controle + + + + Etiologia, fatores de risco, prognóstico

Transversal + + + Prevalência

Série de casos + + Doenças raras

Relato de caso + + Doenças raras

Grau de Evidência & Recomendação

Page 87: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

1. Estabelecer a perspectiva (ponto de vista)

2. População a ser estudada + Local e período da análise

3. Estratégias a serem comparadas - descrever e especificar alternativas

4. Revisão da literatura

5. Para cada alternativa, especificar os possíveis desfechos e probabilidade

6. Medida da conseqüência / benefício

7. Especificar a unidade de desfecho

8. Realizar análise de sensibilidade

9. Especificar os recursos consumidos em cada alternativa

10. Atribuir valor monetário aos recursos consumidos

Etapas da Avaliação Econômica

DEPT. CE & B, MCMASTER UNIVERSITY CAN MED ASSOC J 1984; 130

Page 88: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Avaliação Crítica de Artigo• Resumo

– Título, Tipo de Estudo & Objetivos

– Intervenção:

– Desfechos clínicos:

– Resultados

– Conclusão

• Pergunta– Qual a hipótese do estudo?

– Qual a variável exposição: fator de risco? Causa? Intervenção?

– Qual a variável resposta: Doença ? Morte?

• Desenho do Estudo - validade– Qual o tipo de estudo foi realizado?

– O tipo de estudo é adequado para responder a questão do estudo?

• Amostra - Validade– Como foi selecionada a amostra?

– Quais foram os critérios de inclusão e exclusão?

– Os pacientes não acompanhados são citados? (perdas)

– O autor discute o tamanho da amostra?

Inferências dos Resultados

Quais são os resultados?

Quais são as conclusões dos autores?

São coerentes com o resultado?

A discussão é convincente sobre as

conclusões?

Podem os resultados ser generalizados

para grupos diferentes dos estudados?

Importância

A informação é clinicamente importante

Em que tipo de pacientes você aplicaria

os resultados?

O estudo muda sua prática?

Aplicabilidade

Os resultados são válidos para os meus

pacientes?

Similaridade

Disponibilidade

Culturalmente aceitável

Os efeitos positivos são maiores que os

efeitos colaterais?

O custo é aceitável ?

Page 89: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Comparando Avaliações em Saúde

Comparação entre 2

ou + alternativas?

SIM NÃO

Avaliação completa

(custos & conseqüências)?

Avaliação parcial

Só Conseqüências? Custos?

Custo-Minimização (CMA)

Custo-Benefício (CBA)

Custo-Utilidade (CUA)

Custo-Efetividade (CBA)

CUSTOS:

Análise de Custos

CONSEQÜÊNCIAS:

Avaliação de eficácia

Avaliação de efetividade

Avaliação parcial

(custos & conseqüências)?

Avaliação parcial

Só Conseqüências? Custos?

Descrição de

custo-desfecho (COD)

Descrição

de Custos (CD)

Descrição

de Desfecho (OD)

DEPT. CE & B, MCMASTER UNIVERSITY CAN MED ASSOC J 1984; 130

Page 90: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Método Custo Desfecho Foco

CBA $ (real) $ (real) Eficiência

alocativa

CEA $ (real) Unidade natural

(anos de vida

ganhos)

Custo para obter

uma unidade de

desfecho

CUA $ (real) Unidade natural

(QALYS)

Custo para obter

uma unidade

QALY

TIPOS DE ANÁLISE ECONÔMICA “COMPLETA”

Page 91: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

• PROS– Compara o valor monetário de todos

os recursos consumidos (custos) para prover a intervenção com o valor monetário do desfecho (benefício) proporcionado pela intervenção.

– Custos e desfechos são mensurados em valor monetário (dólar, real).

– Permite comparação entre intervenções com diferentes desfechos.

– Mais poderosa análise econômica, única análise que captura eficiência alocativa

• CONS

– Problemas:

• valorar ($) o estado de saúde

• valorar ($) a vida

– CBA é de difícil realização porque

requer que TODOS os custos e

benefícios sejam mensurados (ou

convertidos) em termos monetários

• Human Capital Approach

• Willingness-to-Pay Approach

Análise de Custo-Benefício (CBA)

Page 92: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

• PROS– Fácil compreensão por parte dos clientes

(médicos, tomadores de decisão) a respeito do que significa a conseqüência ou parâmetro clínico

– Boa quantidade de dados já disponíveis na literatura a respeito da efetividade ou eficácia das estratégias

– Ética: A efetividade pode ser expressa em unidades não monetárias.

• Vidas salvas (anos de vida ganho)• Dias de incapacidade evitada• Casos tratados• Custo incremental por benefício adicional

• CONS– Não pode ser utilizada para comparar

intervenções com diferentes desfechos. Só

permite a comparação de estratégias onde a

conseqüência, parâmetro clínico seja o

mesmo (mesma doença ou mesmo grupo de

doenças)

– Não avalia a conseqüência como um todo

(mmHg não captura eventuais efeitos

colaterais das estratégias sendo

comparadas)

Análise de Custo-Efetividade (CEA)

Page 93: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Custos Desfechos

DESFECHOS (OUTCOMES)•Melhora de parâmetro clínico

(e.g., PA)

•Eventos evitados (ex. IAM,

AVC)

•Dias livres de sintomas

•Anos de vida ganhos

•Redução de Hospitalização

•Eventos evitados

UTILITIES• QALYs: quality-adjusted

life-years

• DALYs: disability-adjusted

life-years

CUSTOS:

DIRETOS•Hospitalizações,

•Tratamento,

•Exames,

INDIRETOS•Efeitos colaterais,

•Transporte,

•Perda de produtividade etc.

INTANGÍVEIS•Dano psíquico

•Conflitos familiares etc

1. Drummond et al. Ann Int Med 1987; 107(1): 88–92

2. Kobelt G. Health Economics: an introduction to economic evaluation. London: OHE, 2002

Análise de Custo-Efetividade (CEA)

Razão de Custo-Efetividade Incremental (ICER):= Diferença nos custos dividido pela diferença dos desfechos entre 2 estratégias de tratamento

Page 94: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Custo Incremental = (Custo intervenção A) - (Custo intervenção B)

Efetividade Incremental = (Efetividade A) - (Efetividade B)

ICER é utilizada para tomada de decisão

(e.g., $ por vida salva, $ por dia de incapacidade evitada)

Razão de Custo-Efetividade Incremental (ICER)

Razão de Custo-Efetividade Incremental (ICER):= Diferença nos custos dividido pela diferença dos desfechos entre 2 estratégias de tratamento

Page 95: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Droga A (nova) x Droga B (em uso)

CustoA - CustoB__________

EfetividadeA - EfetividadeB

Análise de Custo-Efetividade (CEA) & ICER

$280 - $120 = $ 160 = $ 80 = C$ 80 / mmHg12-10 2 1

Page 96: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Source: WHO Commission. Macroeconomics and health: investing in health for economic development.. Report of the Commission

on macroeconomics and Health. Geneva: World Health Organization; 2001

Patamares de Custo-Efetividade:

A OMS define o limiar de custo-efetividade como

< 3 vezes o PIB (GDP) per capita

Custo-Efetivo

Intervenções em que cada ano de vida saudável ganho (e.g. disability

adjusted life year [DALY] evitado) custe < 1 PIB per capita (i.e. < US$

30,000 per capita, nos EUA) são definidas como ALTAMENTE

CUSTO-EFETIVAS

Intervenções em que cada ano de vida saudável ganho ( DALY) custe

< 1-3 vezes o PIB per capita (i.e. < US$ 30,000 –US$90,000 per

capita, nos EUA) são definidas como CUSTO-EFETIVAS

No Brasil, as estimativas para 2008 são:

PIB: R$2,7 tri US$1,6 tri (8o – 10o mundial)

PIB per capita: R$16500 US$ 9500 (93o – 95o mundial)

Page 97: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

7600 7600

8100

8300

8800

9600

7000

7500

8000

8500

9000

9500

10000

2003 2004 2005 2006 2007 2008

PIB per capita (US$)

No Brasil, as estimativas para 2008 são:

PIB: R$2,7 tri US$1,6 tri (8o – 10o mundial)

PIB per capita: R$16500 US$ 9500 (93o – 95o mundial)htt

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(CIA

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actb

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MA

Y08)

1x PIB per capita: USD$ 9500

3x PIB per capita: USD$ 28500

Page 98: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Redução de QALYs Aumento de QALYs

Menor Custo

Maior Custo

E

(REJEITAR:

Intervenção gera <

efetividade e > custo)

A

(IDEAL:

Intervenção gera >

efetividade e < custo)

Ba

Bb

Db

Cb

Da

Ca

NÍVEIS DE RECOMENDAÇÃO PARA INCORPORAÇÃO DE

NOVAS TECNOLOGIAS

Ontario Cost/ QALY criteria

Intervenções com valores

de cost-utility <

20.000/QALY são

geralmente consideradas

como tendo um valor

apropriado para o $

investido

Page 99: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

• USA– R$ 155000

– USD$ 90000

• Brasil– R$ 50000

– USD$ 28500

Custos Desfechos

USA R$ 52000-155000

USD$ 30000-90000

Brasil R$ 16500-50000

USD$ 9500-28500

USA R$ 52000

USD$ 30000

Brasil R$ 16500

USD$ 9500

Patamares da OMS (WHO) para Custo-Efetividade

Esta é a razão pela

qual são exigidas

avaliações econômicas

LOCAIS.

Page 100: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

TreatmentCost per year of life gained

(USD$)

Smoking cessation - physician counseling 2,600

B-blocker post-MI, high-risk 5,900

Statins (4S) 9,800

AIDS drug cocktails 17,500

B-blocker post-MI, low-risk 20,200

Driver’s-side air bag 27,000

Kidney dialysis 50,000

Annual mammography for women aged < 55 y.o 110,000

Exercise ECG for asymptomatic man, 40 y.o. 124,000

Cox-2 inhibitors for arthritis patients at low risk for

ulcers

185,000

Source: J Probstfield, Am J Cardiol 2003: 91 (suppl): 22G – 27G Johannesson et al. N Engl J Med 1997; 336: 332–336; T O Tengs,

Risk Analysis 1995: 15, 3, 369-389; Goldman L et al. N Engl J Med 1988; 319: 152-157

Análise de Custo-Efetividade (CEA)

Page 101: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

CUSTO POR QALY GANHO PARA ALGUMAS

INTERVENÇÕES EM SAÚDE

(GBP £, 1989-1990 )

Drummond et al, 1993

INTERVENÇÃO CUSTO/ QALY

• Colesterol e tratamento com dieta 220

• Implante de marcapasso 1.100

• Cirurgia de prótese articulação coxofemural 1.130

• Troca valvar em estenose aórtica 1.140

• Transplante renal 4.710

• screening para câncer de mama 5.780

• Hemodiálise em hospital 21.970

• Eritropoetina em anemia + diálise 126.290

Page 102: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

• PROS– Similar a CEA.

– CUA combina qualidade e quantidade de vida na mensuração do desfecho (Utility X Time).

– Utility = Nível de satisfação ou preferênciaque o consumidor obtém do consumo de produtos ou serviços.

– Na teoria econômica, o consumidor tomadecisão de compra baseada no nível de utilidade por dólar gasto.

– O desfecho mais comumente utilizado naCUA é Quality Adjusted Life Years (QALYs).

• Exemplo: Pessoas com insuficiência renal têm menor qualidade de vida, portanto, paraestas pessoas, 10 anos de vida poderiamser equivalentes a 5 QALYs.

• CONS– Mensuração de utility é demorada e recurso

intensiva.

– Não há consenso sobre o método de mensuração

• Em geral, pesquisadores acreditam queabordagens “baseada em escolha” são maisapropriadas.(ex., standard gamble, time trade-off).

– Utilidade é função = qualidade de vida * tempo de sobrevida

– QoL, per se, NÃO é utilidade!

Análise de Custo-Utilidade (CUA)

Page 103: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Escore = 0,1

10 anos de vida

QALY = 1

4 anos de vida

Escore = 0,5

QALY = 2

QALY: Anos de vida ganhos, ajustados à qualidade

Page 104: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

ALGUNS VALORES DE “UTILITY”

Estados de Saúde Utility

Saúde Perfeita (referência) 1.00

Mulher com sintomas da menopausa (ET) 0.99

Tratamento de Hipertensão Arterial c/ EC (ET) 0.95

Angina Leve (ET) 0.90

Transplantado de rim (TTO) 0.84

Angina Moderada (ET) 0.70

Angina Grave (ET) 0.50

Cego, surdo ou mudo (TTO) 0.39

Morte (referência) 0.00

Restrito à cama e com muita dor (ET) < 0.00

Page 105: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Limitações das Avaliações Econômicas

Fonte: Problems with the interpretation of pharmacoeconomic analysis. A review of submissions to the Australian Pharmaceutical Benefits

Scheme. Hill et al., JAMA, April 2000; 283:2116-2121

41%

19%

4% 3%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

Estimativa das

conseqüências

Escolha do modelo

analítico

Escolha do agente

comparativo

Erros de cálculo

Problemas detectados

Page 106: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Exemplo Interativo - Custo-Utility (CUA)

Brasil, Vacinação contra gripe no idoso

• 6.000.000 idosos

• Incidência de Gripe = 5% idosos ao ano

• 0.5% com complicação e morte

– 5.700.000 sem gripe

– 300.000 com gripe

» 298.500 com gripe e recuperação total

» 1.500 mortes

Page 107: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Avaliação Econômica:

• 2 possibilidades:

– Vacinar (100% efetiva) ou

– Não Vacinar

• Vacinar –

– Custo da vacinação –

R$ 4,00/ idoso

• Não Vacinar –

– Custo do tratamento dos

casos com gripe –

R$ 55,00/ paciente

QALYs:

Idoso sem gripe:

Utility = 0.8 (0 a 1)

Idoso com gripe e morte:

Utility = 0.0 (0 a 1)

Idoso com gripe e com recuperação:

Utility (15 dias) = 0.5 (0 a 1)

Exemplo Interativo - Custo-Utility (CUA)

Brasil, Vacinação contra gripe no idoso

Page 108: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

QALYs

• QALY p/ Mortes acontecendo no meio do ano:

(0.8 x 182,5 d) + (0 x 182,5 d) = 0,4 365

• QALY p/ Gripe e recuperação total:

(0.5 x 15 d) + (0.8 x 350 d) = 0.79 365

• Sem gripe:

(0.8 x365 d) = 0.8 365

QALYs em nível populacional

Gripe e morte

(1.500 x 0.4) +

Gripe e recuperação

(298.500 x 0.79) +

Sem Gripe

(5.700.000 x 0.8)

dividido por

6.000.000 (população de idodos) =

= 0.79928

Exemplo Interativo - Custo-Utility (CUA)

Brasil, Vacinação contra gripe no idoso

Page 109: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Análise Econômica:

Diferença de custos / Diferença de QALYs

Diferença de custos:

Custo total vacina + doença / # idosos

(6.000.000 x 4,00) – (300.000 x 55,00) =

R$ 7.500.000,00

R$ 7.500.000,00 / 6.000.000 =

R$ 1,25 / idoso

Diferença de QALYs:

0.8 - 0.79928 = 0.00072 / idoso

Análise Econômica:

Diferença de custos / Diferença de

QALYs

R$ 1,25 / 0.00072 =

R$ 1.736,11 / 1 QALY

A estratégia VACINAR custa

R$ 1.736 adicionais

para cada QALY adicional

ganho

Exemplo Interativo - Custo-Utility (CUA)

Brasil, Vacinação contra gripe no idoso

Page 110: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Take Home Messages (2)

1. Estudos de Farmacoeconomia são custo-efetivos e viáveis, em termos de tempo e

investimentos

2. Os dados internacionais não podem ser simplesmente replicados no país – é necessário

conduzir estudos locais

3. Clientes diferentes exigem premissas diferentes e podem levar a resultados distintos -

que podem estabelecer subpopulações mais adequadas (segmentação alvo-orientada)

4. Estudos farmacoeconômicos não são aplicáveis só a produtos “caros”

5. Estudos farmacoeconômicos representam evidência e podem ajudar a promover o uso

ético e racional

6. Publicar é importante

7. Autoridades regulatórias levam em consideração estudos bem feitos

8. Estudos farmacoeconômicos representam uma efetiva aliança entre os departamentos

Comercial e Científico

9. Esta é uma tendência mundial, não um modismo

10. Se você não fizer, a concorrência o fará

Page 111: Farmacoeconomia: Medindo Custos em Saude

Take Home Messages (3)

“Normalmente nascemos sem pedir,

e morremos sem querer…

Vamos aproveitar o intervalo!

(Dito popular)