22
0 FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE SAÚDE - COLEGIADO DE ENFERMAGEM IRANILDO RIBEIRO DA CRUZ FERREIRA HUMANIZAÇÃO NA ASSISTÊNCIA EM ENFERMAGEM: É PRECISO CUIDAR DE QUEM CUIDA

Humanização na assistência em enfermagem: é preciso cuidar de quem cuida

Embed Size (px)

DESCRIPTION

A qualidade de vida é um assunto que tem sido muito abordado nos últimos anos, tanto no âmbito social como no profissional. A vida profissional dos enfermeiros é muito desgastante, com cargas horarias excessivas, baixos salarios, pouca valorização da profissão, condições precarias de trabalho e descaso frente aos problemas identificados pela equipe de saúde fazem com que esses profissionais sintam-se insatisfeitos com sua profissão. Alem disso, eles estão em constante convivencia com a dor, a morte, o sofrimento, a tristeza, o que acaba gerando transtornos psicologicos, estresse e doenças crônicas nesses individuos.

Citation preview

Page 1: Humanização na assistência em enfermagem: é preciso cuidar de quem cuida

0

 

FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS

DEPARTAMENTO DE SAÚDE - COLEGIADO DE ENFERMAGEM

IRANILDO RIBEIRO DA CRUZ FERREIRA

HUMANIZAÇÃO NA ASSISTÊNCIA EM ENFERMAGEM:

É PRECISO CUIDAR DE QUEM CUIDA

Feira de Santana-BA.

2013

Page 2: Humanização na assistência em enfermagem: é preciso cuidar de quem cuida

1

IRANILDO RIBEIRO DA CRUZ FERREIRA

HUMANIZAÇÃO NA ASSISTÊNCIA EM ENFERMAGEM:

É PRECISO CUIDAR DE QUEM CUIDA

Antiprojeto de pesquisa apresentado à disciplina de TID IV do curso de Bacharel em Enfermagem da Faculdade de Tecnologia e Ciências de Feira de Santana, como requisito parcial para avaliação da 2ª Unidade.

Orientador: Prof. Mestre Carlos Magno Vitor da Silva.

Feira de Santana-BA.

2013

Page 3: Humanização na assistência em enfermagem: é preciso cuidar de quem cuida

2

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO, 3

1.1 TEMA, 31.2 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA,31.3 HIPÓTESES, 31.4 OBJETIVOS, 41.4.1 Objetivo geral, 4 1.4.2 Objetivos específicos, 41.5 JUSTIFICATIVA, 4

2 REFERENCIAL TEÓRICO , 5 3 METODOLOGIA, 114 RECURSOS, 125 CRONOGRAMA, 13

REFERÊNCIAS, 14

Page 4: Humanização na assistência em enfermagem: é preciso cuidar de quem cuida

3

1 INTRODUÇÃO

A qualidade de vida é um assunto que tem sido muito abordado nos últimos

anos, tanto no âmbito social como no profissional. A vida profissional dos

enfermeiros é muito desgastante, com cargas horarias excessivas, baixos salarios,

pouca valorização da profissão, condições precarias de trabalho e descaso frente

aos problemas identificados pela equipe de saúde fazem com que esses

profissionais sintam-se insatisfeitos com sua profissão. Alem disso, eles estão em

constante convivencia com a dor, a morte, o sofrimento, a tristeza, o que acaba

gerando transtornos psicologicos, estresse e doenças crônicas nesses individuos.

A maioria dos profissionais enfrenta situações difíceis em seu ambiente de

trabalho e poucas são as medidas voltadas para cuidar desses individuos, sendo

assim torna-se extremamente importante a necessidade do cuidado direcionado ao

cuidador, para que assim o enfermeiro possa assistir dao cliente de forma

humanizada. A qualidade de vida dos enfermeiros está em completa decadência,

eles que zelam tanto pela saúde do outro, muitas vezes, tem sua sauade deixada de

lado e um grave problema pode afetar esses profissionais, que é a Síndrome de

Burnout, a qual acontece devido ao estresse ocupacional, sendo mais propenso a

acometerem os profissionais da área da saúde devido as longas jornadas de

trabalho, conflitos entre trabalho e família, envolvimento com os sentimentos dos

pacientes, entre outras causas.

.

1.1 TEMA

É preciso cuidar de quem cuida: a qualidade de vida dos enfermeiros

1.2 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA

O que está afetando a qualidade de vida dos enfermeiros?

1.3 HIPOTÉSE

Page 5: Humanização na assistência em enfermagem: é preciso cuidar de quem cuida

4

Um sistema de saúde precario, defazado, com condições de trabalho

insalubres, associados aos baixos salarios, cargas horarias excessivas, convivencia

com intenças emoções tornam a vida profissional dos enfermeiros muito

desgastantes e isso acaba comprometendo a qualidade do atendimento ao cliente,

podendo coloca-los em risco de vida. Tudo isso se torna uma bola de neve na vida

dos enfermeiros, que muitas vezes tem que conciliar dois emprego ou mais com vida

familiar e social, essa pressão psicologica sofrida por estes individuos levam os

mesmos a desenvolerem transtornos psicologicos, problemas emocionais, estresse

e doenças crônicas.

1.4 OBJETIVOS

1.4.1 OBJETIVO GERAL

Este projeto tem em visa discutir sobre fatores interferem na qualidade de

vida dos Enfermeiros e como isso pode comprometer o cuidado dos pacientes, a

vida dos enfermeiros e o trabalho da equipe de enfermagem.

1.4.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS

Função do cuidar

Fatores que interferem na qualidade de vida dos Enfermeiros

Porque o profissional precisa se cuidar

Como a Síndrome de Burnout pode afetar a vida do enfermeiro

Como promover uma melhor qualidade de vida

1.5 JUSTIFICATIVA

As longas jornadas de 12 e 24 horas, plantões noturno e o multiemprego são

outros fatores que inteferem na qualidade de vida dos enfermeiros, levando-os a não

terem vida social e se tornarem sedentaristas, o que gera obesidade e hábitos de

vida pouco saudáveis, tais como: dormir menos de 6h/dia, maior consumo de

Page 6: Humanização na assistência em enfermagem: é preciso cuidar de quem cuida

5

bebidas alcoólicas e cigarro. Estes fatores promovem o desenvolvimento de diversos

problemas de saúde, como por exemplo, os problemas cardiovasculares.

Muitos enfermeiros por terem que trabalhar em turnos, principalmente o

noturno, acabam a apelando para o uso de substancias com alto teor energetico e

medicamentos tarja preta, os quais podem inibir a sonolência desses individuos,

mas em contra partida aumentam a incidência de agravos à saúde e o

desenvolvimento de distúrbios digestivos, problemas psíquicos, queixas do sono,

doença coronariana e problemas na saúde reprodutiva. Esses individuos que

trabalham à noite, e que tem seu sono privado tem tendência a diminuir seu

desempenho psicomotor, incidindo não apenas sobre os trabalhadores, mas

também sobre a assistência prestada aos pacientes, resultando na maior

possibilidade de erros nos cuidados de enfermagem.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 FUNÇÕES DO CUIDAR

A Enfermagem tem como premissa básica o cuidado com o ser humano na

sua totalidade e, de acordo com a sua natureza, reconhecendo-o como um ser com

potencialidades e capacidades para agir e decidir, observando sua individualidade,

necessidades, expectativas e realidades. Enfermagem é gente que cuida de gente,

portanto seu trabalho se fundamenta num profundo respeito humano para lidar com

as pessoas. O cuidar exige conhecimento, dedicação, zelo e amor, é fruto de um

trabalho sensível e humano, que fortalece sentimentos e conserva a relação entre

quem cuida e quem é cuidado.

Nesse contexto o significado do verbo cuidar em português:

Denota atenção, cautela, desvelo, zelo. Assume ainda características de

sinônimo de palavras como imaginar, meditar, empregar atenção ou

prevenir-se. Porém representa mais que um momento de atenção. É na

realidade uma atitude de preocupação, ocupação, responsabilização e

envolvimento afetivo com o ser cuidado (REMEN, 1993; BOFF, 1999;

WALDOW, 1998; SILVA et al., 2001).

Boff (1999) diz:

Page 7: Humanização na assistência em enfermagem: é preciso cuidar de quem cuida

6

O cuidado é a primeira característica do ser humano, revelando a natureza

humana e a maneira mais concreta de ser humano. Sem o cuidado, o

homem deixa de ser humano desestrutura-se, definha, perde o sentido e

morre. Se ao longo da vida não fizer com cuidado tudo o que empreender,

acaba por prejudicar a si mesmo e por destruir o que estiver a sua volta.

Boff, (1999) tambem nota que “o cuidado apenas aparece quando a

existência de alguém adquire significado para nós. Nesse sentido, passamos a

cuidar, participar do destino do outro, de suas buscas, sofrimentos e sucessos”.

O cuidado por sua própria natureza possui dois significados que se

interrelacionam, por ser uma atitude de atenção e solicitude para com o outro, ao

mesmo tempo em que representa preocupação e inquietação, pois o cuidador se

sente envolvido afetivamente e ligado ao outro.

Na visão de Waldow, (1998):

A Enfermagem moderna é por essência, desde o seu nascimento,

expressa através do cuidado para a garantia do alívio do sofrimento e

manutenção da dignidade em meio às experiências de saúde, doença, vida

e morte. Convém lembrarmos que o cuidado humano dispensado pelo

enfermeiro deve atingir, além dos clientes e seus familiares, a sua equipe de

modo a garantir melhor relacionamento, interdependência, coesão e

competência.

.

“O ato de zelar por alguém só existe quando é sentido, vivido, experienciado.

Isto envolve respeitar ao outro e a si mesmo como ser humano e também como

profissional” (WALDOW, 1998).

Diante dessas afirmações para que a atmosfera de cuidado ocorra de forma

verdadeira e acolhedora, é necessario que a intenção do cuidador seja demonstrada

genuinamente por palavras e ações. Esta ação é repleta de sensibilidade

delicadeza, solidariedade e profissionalismo, pois, deve excluir preconceitos de

qualquer ordem e utilizar a relação interpessoal como base entre seres humanos.

Para nos envolvermos dessa maneira é necessário um preparo

emocional do profissional que irá conseqüentemente, se expor e se colocar

como ferramenta de trabalho. Outro aspecto fundamental nesse processo é

a disponibilidade do enfermeiro para entender e lidar com a “pessoa inteira”,

uma vez que para isso ele se coloca diante da sua própria existência

(ESPERIDIÃO & MUNARI, 2000; ESPERIDIÃO et al., 2002; SHIRATORI et

al., 2003).

Page 8: Humanização na assistência em enfermagem: é preciso cuidar de quem cuida

7

“Vale ressaltar ainda que o processo de cuidar não deve se pautar somente

na identificação dos sinais e sintomas clínicos da doença, mas nas modificações que

ocorrem na estrutura dos seres humanos as quais abalam a sua totalidade”

(CECCATO & VAN DER SAND, 2001).

A compreensão desses aspectos é fundamental para o

reconhecimento do conceito e do significado de cuidar para o profissional de

saúde, pois “a tarefa de cuidar é um dever humano. Cuidamos porque

queremos ser mais felizes, plenos e para alcançarmos a felicidade é

fundamental que cuidemos bem de nós mesmos e dos outros. A condição

humana é tão frágil como efêmera, requer equilíbrio e constantes cuidados

pessoais, sociais e ambientais” (MARTINS, 2003).

2.2 FATORES QUE INTERFEREM NA QUALIDADE DE VIDA DOS ENFERMEIROS

O trabalho do enfermeiro sofre os impactos das transformações no mundo do

trabalho do século XXI. Desde os anos 70, a Organização Internacional do Trabalho

(OIT) junto com a Organização Mundial da Saúde (OMS) elabora documentos que

reforçam a relevância do exercício do trabalho da enfermagem, e alertam para os

riscos aos quais a categoria está exposta diariamente. Segundo a OMS, a escassez

de profissionais, as baixas condições de trabalho, e o abandono da profissão são

destacados como dificuldades a serem superadas, principalmente nos países em

desenvolvimento (OIT, 2003).

As longas jornadas de 12 e 24 horas, plantões noturnos, e o multiemprego

são exemplos de algumas modalidades de trabalho exercidas pelos enfermeiros.

Estas características têm sido associadas a distúrbios musculoesqueléticos, à

obesidade e hábitos de vida pouco saudáveis, tais como: dormir menos de 6h/dia,

maior consumo de bebidas alcoólicas e cigarro. Estes fatores aumentam a chance

de desenvolvimento de diversos problemas de saúde, em especial, problemas

cardiovasculares.

O trabalho em turnos, particularmente o trabalho noturno, está associado a

agravos à saúde: distúrbios digestivos, problemas psíquicos, queixas do sono,

doença coronariana e problemas na saúde reprodutiva. No caso dos trabalhadores

de enfermagem que trabalham à noite, deve-se considerar que as consequências da

privação de sono não incidem apenas sobre os trabalhadores, mas também sobre a

Page 9: Humanização na assistência em enfermagem: é preciso cuidar de quem cuida

8

assistência prestada aos pacientes, resultando na maior possibilidade de erros nos

cuidados de enfermagem, já que podem diminuir o desempenho psicomotor.

Os problemas de saúde entre os trabalhadores têm gerado manifestações de

presenteísmo e absenteísmo. O afastamento do trabalho por motivos de saúde

resulta em grandes perdas tanto para o trabalhador quanto para as instituições,

outras vezes os trabalhadores comparecem ao trabalho, porém doentes, aspecto

este que pode estar relacionado tanto a problemas de saúde propriamente ditos,

como relacionado ao grau de motivação, engajamento ou satisfação com o trabalho.

O trabalho em saúde impõe aos profissionais da área uma rotina carregada

de alto grau de tensão que envolve toda a equipe. Inúmeras pessoas transitando e

conversando, sons agudos, intermitentes e variados, queixas constantes, ansiedade,

tristeza, dor e morte constituem o cotidiano da maioria desses profissionais e, em

particular, a do enfermeiro. Segundo REMEN (1993, p.180):

Um profissional de saúde é uma pessoa que sofreu profundas modificações

como resultado de treinamento especializado, do conhecimento e da

experiência; são pessoas diariamente expostas à dor, à doença e à morte,

para quem essas experiências não são mais conceitos abstratos, mas sim,

realidades comuns. De muitas maneiras, é como estar sentado na poltrona

da primeira fila no teatro da vida, uma oportunidade inigualável para adquirir

um profundo conhecimento e maior compreensão da natureza humana.

2.3 PORQUE O PROFISSIONAL PRECISA SE CUIDAR?

A história do cuidado humano e a história da Enfermagem como ciência tem

uma ligação importante, no entanto, o foco da atenção sempre foi mais voltado para

o cuidado do outro, o ser doente, mas nunca o cuidado ao cuidador. Quem garante

ao enfermeiro, em seu trabalho, o alívio do sofrimento e manutenção da dignidade

em meio às experiências de vida e de morte?

O legado de Florence Nightingale, sem dúvidas se faz presente na formação

dos enfermeiros, e é marcado por uma dualidade: “disciplina, autoritarismo,

organização por um lado; obediência, servilismo, docilidade por outro” (WALDOW,

1998, p.54).

Esperidião & Munari, (2000) relata que:

O processo de formação do enfermeiro foi guiado por essas características,

sempre muito presentes e, acrescido da excelência pela técnica,

Page 10: Humanização na assistência em enfermagem: é preciso cuidar de quem cuida

9

fundamentada no modelo biológico, sem que fosse dada a mesma

importância para os processos relacionais, fundamentais nos dias de hoje.

REMEN, (1993) destaca:

Que o ser humano não foi “configurado”, como uma máquina, podendo

despir-se de suas vontades e necessidades. Enquanto ser humano, também

refletimos sobre quão difícil é a missão de formar enfermeiros e inserir neste

contexto de formação a abordagem holística como base para as ações e a

própria profissão.

Esperidião & Munari, (2000); Moscovici, (2001) enfatiza que:

O perfil profissional do enfermeiro da atualidade requer muito além

de um conjunto de conhecimentos técnico-científicos. É preciso que este

profissional saiba lidar equilibradamente com a razão e a emoção, que

tenha conhecimentos, habilidades e atitudes relacionais, que desenvolva

competência interpessoal e capacidade de liderança, que valorize enfim, o

seu desenvolvimento como pessoa para balizar o seu desenvolvimento

profissional.

Em um momento singular como este, de expansão profissional e sócio-

econômica, “a Enfermagem deve se preocupar, com seriedade, em ser direcionada

para consolidar-se como a profissão do cuidado e cada vez mais, deve primar por

cuidar de seus próprios cuidadores” (COSTENARO & LACERDA, 2002).

“As pessoas que cuidam, sejam elas profissionais ou familiares, acabam por

sofrer um grande desgaste emocional, porém passam a idéia de que cuidam

também de si mesmas” (FERNANDES et al, 2003). Ocorre que cuidar e ser cuidado

envolve relação de gente com gente.

“Ninguém pode dar ao outro o que não tem, diz um antigo provérbio, é fato,

que seremos mais eficazes na nobre tarefa de cuidar se nos dispusermos a

promover o bem estar do outro sem esquecermos o nosso próprio” (MARTINS,

2003).

2.4 COMO SÍNDROME DE BURNOUT PODE AFETAR A VIDA DO ENFERMEIRO

Hoje em dia os profissionais dessa área estão mais humanizados, levando em

consideração a história da pessoa internada. Humanizar, segundo a Organização

Mundial de Saúde, é “Adotar uma prática em que profissionais e usuários

consideram o conjunto dos aspectos físicos, subjetivos e sociais que compõem o

Page 11: Humanização na assistência em enfermagem: é preciso cuidar de quem cuida

10

atendimento à saúde”, então humanizar é ter uma postura ética frente ao indivíduo,

é ter uma atitude de acolhida, mostrando que a pessoa que está em sua frente tem

direitos e deve ser tratada com dignidade.

Por zelar pela saúde do outro, em muitos casos, a saúde do profissional é

deixada de lado, mas é preciso cuidar de quem cuida também, pois existem alguns

problemas emocionais que podem afetar esses profissionais, como é o caso da

Síndrome de Burnout, a qual acontece devido ao estresse ocupacional, devido as

longas jornadas de trabalho, conflitos entre trabalho e família, envolvimento com os

sentimentos dos pacientes, entre outras causas.

A Síndrome de Burnout é um estado de exaustão continuada e diminuição do

interesse das pessoas, especialmente no que diz respeito ao trabalho. As

características desse transtorno são: exaustão emocional, despersonalização e

diminuição da realização profissional, outros sintomas relacionados: insônia,

ansiedade, dificuldade de se concentrar nas atividades, alterações do apetite,

irritabilidade, desânimo e, em alguns casos, medo do contato social.

2.5 COMO PROMOVER UMA MELHOR QUALIDADE DE VIDA

Alguns dos problemas vivenciados por esse grupo de trabalhadores são o

próprio adoecimento físico e principalmente, psíquico, falta de recursos humanos e

de material adequado para trabalhar e espaço inadequado para repouso. As

possíveis ações para mudanças nas situações desfavoráveis para as relações

trabalho-saúde surgiram como maior atenção à saúde do trabalhador (desde a

criação de Núcleos até disponibilização adequada de EPIs) e ouvir mais os

trabalhadores, no sentido de entender melhor suas demandas e sugestões.

Os principais problemas apontados referiram-se à falta de atenção à saúde

dos trabalhadores de enfermagem nas próprias unidades, e a solução apontada

referiu-se a ações de promoção de saúde (consultas de enfermagem, criação de

espaço terapêutico e de núcleos de saúde do trabalhador nas unidades).

A qualidade de vida (QV) é um assunto que tem sido muito abordado nos

últimos anos, tanto no âmbito social como no profissional. Na vida do profissional

enfermeiro não é diferente, uma melhor QV constitui-se em um objetivo a ser

alcançado. A QV possui vários significados, de acordo com a Organização Mundial

Page 12: Humanização na assistência em enfermagem: é preciso cuidar de quem cuida

11

de Saúde (OMS), a QV é “a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no

contexto da cultura e sistemas de valores nos quais vive e em relação aos seus

objetivos, expectativas, padrões e preocupações”.

Desta forma, ressalta-se a importância de estudos sobre o efeito da

organização do trabalho na saúde dos profissionais de enfermagem, que se

expressa também através dos horários de trabalho, duração da jornada e ritmo de

trabalho. A obtenção de evidências mais acuradas sobre as relações entre o

trabalho e a saúde poderá contribuir para justificar a importância dos exames

periódicos de saúde integrados aos cuidados preventivos entre os trabalhadores de

turnos, além de oferecer dados para subsidiar legislações específicas que protejam

a saúde destes trabalhadores.

FERNANDES et al. (2003) ao se referirem à importância do investimento no

desenvolvimento pessoal do enfermeiro, sinalizam aspectos relevantes e

necessários a esse processo, como por exemplo, a implantação de planos de

desenvolvimento profissional e pessoal, fortalecimento das relações interpessoais no

trabalho e programas específicos de promoção e prevenção da saúde física e

mental dos profissionais.

Seria de grande valia que as instituições conseguissem formar grupos

terapêuticos, onde os colaboradores pudessem expor seus medos, suas dúvidas,

compartilhar suas experiências de alguma forma, sempre com o suporte de um

profissional da Psicologia para repassar técnicas e dar o suporte emocional

necessário para a equipe da saúde, afinal nas instituições de saúde trabalha-se com

as mais diversas doenças desde as mais comuns como diabetes, hipertensão,

pneumonia, câncer em fase terminal e outras doenças com prognóstico complicado.

É necessario amparar ainda mais os enfermeiros, pois uma equipe de

Enfermagem que se sente zelada e valorizada por seu líder, certamente saberá

devolver este cuidado, quando se fizer necessário.

3 METODOLOGIA

O presente estudo foi realizado a partir de uma pesquisa bibliográfica de

caráter dedutivo. A escolha deste método tem como objetivo investigar a qualidade

de vida dos enfermeiros, revelando os fatores que podem agravar a saúde destes

Page 13: Humanização na assistência em enfermagem: é preciso cuidar de quem cuida

12

profissionais, assim como o impacto deste sobre a vida dos pacientes. Utilizando de

estudos já feitos, encontrados em livros, artigos e internet, a fim de elaborar o atual

estudo.

4 RECURSOS

4.1. MATERIAIS PERMANENTES

Especificação Quantidade Valor (R$)

Unitário

Valor Total R$

Computador 01 900,00 900,00

Subtotal - - 900,00

4.2. MATERIAIS DE CONSUMO

Especificação Quantidade Valor (R$)

Unitário

Valor Total R$

Pendrive de 1 Gigabyte 01 30,00 30,00

Canetas 01 0,80 0,80

Grafite 01 2,00 2,00

Borracha 01 0,70 0,70

Cardeno 01 18,00 18,00

Subtotal - - 51,50

4.3. SERVIÇOS TERCEIRIZADOS

Page 14: Humanização na assistência em enfermagem: é preciso cuidar de quem cuida

13

Especificação Quantidade Valor (R$)

Unitário

Valor Total R$

Encadernação 01 1.50 1.50

Impressão 16 0,50 8,00

Subtotal - - 9,50

4.4. PREVISÃO TOTAL DE GASTOS

Especificações Subtotal R$

Materiais Permanentes 900,00

Materiais de Consumo 51,50

Serviços Terceirizados 9,50

TOTAL 961,00

5 CRONOGRAMA

2013

Etapas/meses do ano Setembro Outubro Novembro

Levantamento bibliográfico

preliminar para construção do

Projeto de Pesquisa

X X

Fichamento de textos X

Discussão com o orientador;

redação do Projeto.

X X

Page 15: Humanização na assistência em enfermagem: é preciso cuidar de quem cuida

14

Entrega do Projeto para

avaliação

X

REFERÊNCIAS

BOFF, L. Saber cuidar: ética do humano – compaixão pela terra. Petrópolis, RJ:

Vozes, 1999.

CECCATO, S. R.;  VAN DER SAND, I. C. P. O cuidado humano como princípio da

assistência de enfermagem à parturiente e seus familiares. Goiânia, v.3, n.1, 2001.

COSTENARO, R.G.S.; LACERDA, M. R.  Quem cuida do cuidador? Santa Maria;

Centro Universitário Franciscano, 2002.

ESPERIDIÃO, E.; MUNARI, D.B. Repensando a formação do enfermeiro e

investindo na pessoa: algumas contribuições da abordagem gestáltica. Rev. Bras.

Enf., v. 53, n. 3 p. 339 – 340, 2000.

ESPERIDIÃO, E. Holismo só na teoria: a trama dos sentidos do acadêmico de

enfermagem sobre sua formação. Ribeirão Preto. 2001. 106 p. Dissertação

[Mestrado] – Escola de Enfermagem de Rib. Preto / Universidade de São Paulo.

ESPERIDIÃO, E.; MUNARI. D.B.; STACCIARINI, J. M. R. Desenvolvendo pessoas:

estratégias didáticas facilitadoras para o autoconhecimento na formação do

enfermeiro. Rev. Lat-Am., Enf. v. 10, n. 4, p. 516 – 522, 2002.

FERNANDES, M.V.; BATISTA, A. S; LEITE, M. A. N Endomarketing: uma

possibilidade nos serviços de saúde.

MARTINS, M. C. F. N. Humanização da assistência e formação do profissional de

saúde. Maio de 2003 - Vol.8 - Nº 5

Page 16: Humanização na assistência em enfermagem: é preciso cuidar de quem cuida

15

MOSCOVICI, F. A organização por trás do espelho: reflexos e reflexões. Rio de

Janeiro: José Olympio Editora, 2001.

REMEN, R. N. O paciente como ser humano.  Trad. de Denise Bolanho. São Paulo,

Summus, 1993.

WALDOW, V.R. Cuidado Humano: o resgate necessário. Porto Alegre, Sagra. 1998.

Disponivel em: <http://www.ioc.fiocruz.br/enfsaude/saude.php> Acessado em: 05 de

outubro de 2013.

Disponivel em: <http://www.ioc.fiocruz.br/enfsaude/resultados.php> Acessado em:

05 de outubro de 2013.

Disponivel em: <http://jornalpequeno.com.br/edicao/2005/07/11/enfermagem-e-o-

cuidar/> Acessado em: 10 de outubro de 2013