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Módulo II - Planejamento em saúde Jorge Kayano Instituto Pólis 19/Out/2015

Módulo II - Planejamento em saúde Jorge Kayano

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Módulo II - Planejamento em saúdeJorge Kayano

Instituto Pólis

19/Out/2015

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Planejamento e programação em saúde

Planejamento é um processo contínuo e dinâmico que consiste em um conjunto de ações intencionais, integradas, coordenadas e orientadas para tornar realidade um objetivo futuro, de forma a possibilitar a tomada de decisões antecipadamente. Essas ações devem ser identificadas de modo a permitir que sejam executadas de forma adequada e considerando aspectos como prazo, custos, qualidade, segurança, desempenho e outros condicionantes.•O Sistema de Planejamento do Sistema Único de Saúde pressupõe a atuação contínua, articulada, integrada e solidária das áreas de planejamento das três esferas de gestão do SUS.•Podem ser adotadas várias metodologias em sua elaboração, mas o planejamento municipal deve ser sempre um processo participativo, envolvendo trabalhadores e usuários, além de ascendente, ou seja, partindo das unidades de Saúde e da leitura das necessidades de cada território. (Conasems)•Planejar implica definir prioridades, mobilizar recursos e vontades em prol de objetivos conjuntamente estabelecidos, em um processo aberto e dinâmico, que oriente o cotidiano da Saúde municipal, em seus vários espaços.

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PORTARIA Nº 2.135 – 25/09/3013

Estabelece diretrizes para o processo de planejamento no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

Art. 1º Esta Portaria estabelece diretrizes para o processo de planejamento no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

•Parágrafo único. O planejamento no âmbito do SUS terá como base os seguintes pressupostos:

•I - planejamento como responsabilidade individual de cada um dos três entes federados, a ser desenvolvido de forma contínua, articulada e integrada.

•II - respeito aos resultados das pactuações entre os gestores nas Comissões Intergestores Regionais (CIR), Bipartite (CIB) e Tripartite (CIT).

•III - monitoramento, a avaliação e integração da gestão do SUS.

•IV - planejamento ascendente e integrado, do nível local até o federal, orientado por problemas e necessidades de saúde para a construção das diretrizes, objetivos e metas.

•V - compatibilização entre os instrumentos de planejamento da saúde (Plano de Saúde e respectivas Programações Anuais, Relatório de Gestão) e os instrumentos de planejamento e orçamento de governo, quais sejam o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA), em cada esfera de gestão;

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PORTARIA Nº 2.135 – 25/09/3013VI - transparência e visibilidade da gestão da saúde, mediante incentivo à participação da comunidade;•VII - concepção do planejamento a partir das necessidades de saúde da população em cada região de saúde, para elaboração de forma integrada.

Art. 2º Os instrumentos para o planejamento no âmbito do SUS são o Plano de Saúde, as respectivas Programações Anuais e o Relatório de Gestão.

•§ 1º Os instrumentos referidos no "caput" interligam-se sequencialmente, compondo um processo cíclico de planejamento para operacionalização integrada, solidária e sistêmica do SUS.

•§ 2º O Plano de Saúde norteia a elaboração do planejamento e orçamento do governo no tocante a saúde.

Art 3º - § 3º A elaboração do Plano de Saúde será orientada pelas necessidades de saúde da população, considerando:

•I - análise situacional, orientada, dentre outros, pelos seguintes temas contidos no Mapa da Saúde: a) estrutura do sistema de saúde; b) redes de atenção à saúde; c) condições sociossanitárias; d) fluxos de acesso; e) recursos financeiros; f) gestão do trabalho e da educação na saúde; g) ciência, tecnologia, produção e inovação em saúde e gestão;

•II - definição das diretrizes, objetivos, metas e indicadores; e

•III - o processo de monitoramento e avaliação.

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INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO Fonte: Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa – SGEP , Departamento de Articulação Interfederativa – DAI

CONTRATO ORGANIZATIVO DA AÇÃO PÚBLICA DA

SAÚDE - COAP

RELATÓRIO DE GESTÃO

Diretrizes, Objetivos e MetasPROGRAMAÇÃO ANUAL DE SAÚDE

PLANEJAMENTO REGIONAL INTEGRADO

- REGIÃO DE SAÚDE -

MAPA DA SAÚDE necessidades de

saúde

PPA, LDO e LOA

Diretrizes, Objetivos Plurianuais e Metas da Saúde para a Região

PROGRAMAÇÃO GERAL DAS AÇÕES E SERVIÇOS DE SAÚDE

DIRETRIZES NACIONAIS-CNSPRIORIDADES: CONSELHOS

DE SAÚDEPNS PES PMS

RELATÓRIO DETALHADO

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Decreto 7.508/11

• O Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde (COAP), é o acordo de

colaboração firmado entre entes federados com a finalidade de organizar e

integrar as ações e serviços de saúde na rede regionalizada e hierarquizada, com

definição de responsabilidades.

• Implementado em cada Região de Saúde e assinado pelos 3 entes federados

(Ministério da Saúde, Estados e Municípios)

• O COAP deve ser elaborado em sintonia com o planejamento integrado entre os

entes federados, a partir normas e fluxos estabelecidos na CIT.

• Cabe à Secretaria de Saúde Estadual coordenar a sua implementação.

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CONASEMSEncontramos diversas dificuldades para a implementação do planejamento como processo permanente de trabalho na construção do SUS, entre elas podemos citar as que o gestor deve estar atento:• A tentativa de imposição de determinados instrumentos ou tecnologias de planejamento específico;• A tendência de operar o planejamento de forma normativa e não participativa;• O desvinculo entre o planejamento e os marcos regulatórios do SUS, como o Pacto pela Saúde e seus processos de organização;• Falta de unicidade entre as diversas áreas técnicas do SUS;• Planejamento técnico, dissociada da gestão, da participação e do controle social;• Planejamento dissociado do processo de financiamento ou orçamentação;• Desrespeito aos tempos diferenciados das esferas de gestão que possuem a regulamentação do PPA em anos diferentes.

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TRIÂNGULO DE GOVERNO

Programa de Governo

Capacidade de Governo Governabilidade

Configura um sistema de relações sobre os quais se baseia a eficácia do Plano de

Governo.

Os Vértices do TriânguloPrograma de Governo corresponde às ações concretas percebidas pela População.Governabilidade do sistema define a correlação de forças, favorável ou desfavorável, do Ator que Planeja em relação aos demais Atores Sociais.

Capacidade de Governo é o conjunto de recursos, destrezas, experiências, habilidades e métodos dedireção da equipe de gestão, considerando aspectos econômicos, políticos etécnico-administrativos.

A Capacidade de Governo e a Governabilidade condicionam sempre os governantes na execução do Programa de Governo.Para se governar com maior eficiência e eficácia, é necessário que o Triângulo de Governo esteja em equilíbrio, isto é, que existam condições reais de Capacidade (política, econômica e técnico-administrativa) e Governabilidade para se concretizarem as ações do Programa de Governo. O ato de governar é uma busca permanente do Equilíbrio do Triângulo de Governo.

Triângulo de Governo

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Planejamento estratégico

• Quando nos referimos ao planejamento, estamos falando de uma atitude que precede e preside a ação. Quem não planeja, invariavelmente é manipulado(a) pelas estratégias desenhadas pelas pessoas que planejam. Quem não planeja apenas constrói reações, e não ações.• Segundo Carlos Matus - economista chileno que desenvolveu a proposta do Planejamento Estratégico Situacional (PES) -, a atitude de planejar precede e preside a ação porque é um cálculo realizado no passado, que orienta as opções e ações no presente, mas que estará incidindo no futuro. O cálculo estratégico supõe uma relação com o(a) outro(a), o que coloca problemas de ordem psicológica, ética e política numerosos e complexos. Para o planejamento estratégico, devemos ter pelo menos 50% de previsão com 50% de improvisação, criatividade.• Para estrategistas, o que precede a ação é um cálculo que considera uma situação complexa, com um conjunto de variáveis mutantes: a força e a debilidade do sujeito que planeja, uma instituição ou conjunto de instituições; a força e a debilidade de quem apóia a ação de quem planeja e de quem se opõe às ações de quem planeja; o contexto histórico, social, econômico, político, cultural em que se encontram todos os sujeitos.

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O que precede são apenas considerações sobre os limites e possibilidades já perceptíveis no presente e não a adivinhação sobre o que poderá acontecer no futuro. Não é possível predizer comportamentos, mas apenas prever as relações interativas entre adversários(as) e aliados(as) a cada nova situação. Planejar é pactuar com um grupo de pessoas o que se pretende fazer, portanto, fica redundante explicitar, mas planejar é dizer não. Quem planeja sabe o que não dá para fazer.

Destacamos alguns momentos que devem ser observados para quem pretende agir orientado(a) por uma estratégia. Primeiro, estar sempre construindo e reconstruindo a explicação a respeito da situação sobre a qual se pretende atuar. Segundo, descrever como deve ser a realidade modificada, com base no desejo de quem planeja. Terceiro, medir as “pernas que o sujeito que planeja tem para fazer o que se pretende, enfim ver o poder de fogo”. Quarto, organizar o plano de ação. O plano de ação deve ser fruto do processo de planejamento e não uma relação aleatória de datas e compromissos. Quinto, definir uma estrutura mínima de gerenciamento, como por exemplo: reuniões para retomar o plano inicialmente desenhado no passado à luz do que acontece no presente e pensar no que poderá acontecer à luz deste plano.

Não há planejamento estratégico sem gerenciamento estratégico.

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Vigilância em Saúde

• O conceito de vigilância em saúde inclui: a vigilância e o controle das doenças transmissíveis; a vigilância das doenças e agravos não transmissíveis; a vigilância da situação de saúde, vigilância ambiental em saúde, vigilância da saúde do trabalhador e a vigilância sanitária.• Visando a integralidade do cuidado, a Vigilância em Saúde deve inserir-se na construção das redes de atenção à saúde, coordenadas pela Atenção Primária à Saúde.•A integração entre a Vigilância em Saúde e a Atenção Primária à Saúde é condição obrigatória para a construção da integralidade na atenção e para o alcance dos resultados, com desenvolvimento de um processo de trabalho condizente com a realidade local• As ações de Vigilância em Saúde, incluindo-se a promoção da saúde, devem estar inseridas no cotidiano das equipes de Atenção Primária – Saúde da Família, com atribuições e responsabilidades definidas em território único de atuação, integrando os processos de trabalho, planejamento, monitoramento e avaliação dessas ações.• A vigilância da situação de saúde desenvolve ações de monitoramento contínuo do país/estado/região/município/território, por meio de estudos e análises que revelem o comportamento dos principais indicadores de saúde, priorizando questões relevantes e contribuindo para um planejamento de saúde abrangente.

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A vigilância em saúde e o planejamentoA vigilância em saúde detém conhecimentos e metodologias que auxiliam a gestão para o conhecimento da realidade, identificação de problemas, estabelecimento de prioridades de atuação e melhor utilização dos recursos em busca de resultados efetivos, fundamentais para a elaboração do planejamento.

A análise da situação de saúde permite a identificação, descrição, priorização e explicação dos problemas de saúde da população, por intermédio da:

• caracterização da população: variáveis demográficas (número de habitantes com distribuição por sexo, idade, local de residência, fluxos de migração, etc.); variáveis socioeconômicas (renda, inserção no mercado de trabalho, ocupação, condições de vida, etc.); variáveis culturais (grau de instrução, hábitos, comportamentos, etc.);

• caracterização das condições de vida: ambientais (abastecimento de água, coleta de lixo e dejetos, esgotamento sanitário, condições de habitação, acesso a transporte, segurança e lazer); características dos sujeitos (nível educacional, inserção no mercado de trabalho, tipo de ocupação, nível de renda, formas de organização social, religiosa e política);

• caracterização do perfil epidemiológico: indicadores de morbidade; indicadores de mortalidade;

• descrição dos problemas: O quê? (problema); Quando? (atual ou potencial); Onde? (territorialização); Quem? (que indivíduos ou grupos sociais).

•Recomenda-se, para análise da situação de saúde, utilizar os sistemas de informação disponíveis, indicadores de saúde, fontes diversas de dados, processamento estatístico, construção de séries temporais, desagregação por grupos e distribuição territorial.

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O IPVS dos municípios da Região Metropolitana de São Paulo - 2010

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