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AVALIAÇÃO CINÉTICO FUNCIONAL
AULA 1:
Anamnese
Objetivos da aula
• Apresentar e descrever o modelo generalista
de Avaliação
• Apresentar e demonstrar aplicação de
modelos complementares em Avaliações
funcionais
Definição de Fisioterapia
• Ciência da Saúde que estuda, previne e trata os distúrbios cinéticos funcionais intercorrentes em órgãos e sistemas do corpo humano, gerados por alterações genéticas, por traumas e por doenças adquiridas
• Fundamenta suas ações em mecanismos terapêuticos próprios, sistematizados pelos estudos da Biologia, ciências morfológicas, ciências fisiológicas, patologias, bioquímica, biofísica, biomecânica, cinesia, sinergia funcional, e cinesia patológica de órgãos e sistemas do corpo humano e as disciplinas comportamentais e sociais
Fisioterapeuta
• Profissional de Saúde, com formação acadêmica superior, habilitado à:
• Construção do diagnóstico dos distúrbios cinéticos funcionais (Diagnóstico Cinesiológico Funcional)
• Prescrição das condutas fisioterapêuticas, sua ordenação e indução no paciente
• Acompanhamento da evolução do quadro clínico funcional e condições para alta do serviço
Atividade de saúde, regulamentada pelo Decreto-Lei 938/69, Lei 6.316/75, Resoluções do COFFITO, Decreto 9.640/84, Lei 8.856/94.
Questões
• Como se constrói diagnóstico dos distúrbios cinéticos funcionais?
• E o que são distúrbios cinéticos funcionais?
• Como se prescreve condutas fisioterapêuticas, sua ordenação e indução no paciente? A partir de quais dados?
• Como pode ser feito o acompanhamento da evolução do quadro clínico funcional e definição das condições para alta?
A formulação do diagnóstico cinesiológico funcional
• Realizada com base na entrevista (Anamnese) e exame físico do paciente, quando são identificadas as limitações e disfunções
• O agrupamento e análise desses dados pelo fisioterapeuta resulta numa conclusão acerca do estado funcional do paciente
• O Diagnóstico Cinético-Funcional pode então ser utilizado para que um programa objetivo de treinamento e/ou reabilitação seja posteriormente prescrito para esse paciente
A Entrevista Inicial
Anamnese
Aná = trazer de volta, recordar Mmnese = memória
É trazer de volta à mente todos os fatos
relacionados com a doença e com a pessoa
doente
Anamnese
• Conjunto de informações recolhidas sobre
fatos de interesse médico sobre à vida do
paciente
• Importância: direcionador da avaliação
física e específica do paciente
Objetivos
• Compreender total e claramente os problemas do paciente,
pelos sintomas que o levaram a procurar ajuda
• Conhecer as dimensões do diagnóstico (o paciente, a doença e
as circunstâncias)
• O diálogo que se estabelece tem objetivo e finalidade pré-
estabelecidos - reconstituir fatos e acontecimentos direta ou
indiretamente relacionados com uma situação anormal na vida
do paciente
• Conhecer e interpretar os sinais verbais e não-verbais
• Vínculo de confiança, segurança e respeito MAGEE, 2010
Habilidade do entrevistador• É ele quem direciona a entrevista e expõe os detalhes
• Princípios que podem ajudar:
Ouvir o paciente
Evitar interrupções e distrações sendo as vezes necessário para
redirecionamento
Dispor de tempo suficiente para ouvir
Não desvalorizar informações precocemente nem fazer julgamentos
precipitados
Observar o comportamento e sinais não-verbais do paciente.
Não demonstrar sentimentos desfavoráveis: impaciência, desprezo,
tristeza ou cansaço...
Evitar opinar sobre outros assuntos
Saber interrogar o paciente.
Possuir conhecimento teórico sobre as doenças
Dicas para orientar o relato do paciente
• Intervenções não-verbais
• Atitudes, gestos, expressões faciais
• Silêncio
• Intervenções verbais
• Interjeições: Heim?, Hum? Como?dúvida e desejo de mais
explicações
• Repetir a última palavra
• Discreto comando: “Fale mais a respeito da sua tosse”.
• Perguntas gerais e especificas:
• Perguntas gerais:
• “Quais são seus problemas?”
• Perguntas específicas:
• “Mostre-me o local onde a dor apareceu”
ANAMNESE
• Início com perguntas do tipo:
• O que o(a) senhor(a) está sentindo?
• Qual o seu problema?
Linguagem comum Termo científico
Sintoma guia
Siglas
QP = Queixa Principal
HDA ou HMA = História da Doença Atual ou da
Moléstia Atual
HP = História Pregressa (anterior)
HF = História Familiar
HS = História Social
HD = Hipótese Diagnóstica
1. Componentes Iniciais da Entrevita
Apresentação e explicações
Nome completo, Endereço, Telefone
Idade
Sexo (Gênero)
Cor (raça)
Estado civil
Escolaridade – adequação da idade
Profissão – associação da doença –ocupação
Naturalidade - epidemiologia
Diagnóstico clínico: feito pelo médico
Médicos responsáveis: discussão, emergências
Encaminhamento – reforçar vínculo profissional
Responsável
Documentação
• Dados significativos,objetivos,completos, e oportunos
• Organização: dados claros, legíveis, seqüência lógica
• Registro imediato
• Terminologia adequada
• Dados esquecidos “em tempo”
• Registro de comunicação verbal com a equipe e família
• Não rasurar, assinar, datar / Evitar abreviaturas
• É um documento:segurança p/ terapeuta e cliente
• Não deixar espaços em branco
2. Impressão Geral do Paciente
• Descrição geral do primeiro o contato
com paciente
• Postura
• Acessórios
• Expressão
• Acompanhante ...
3. Queixa Principal (QP)
• Principais motivos por ordem de freqüência
que levam um paciente a consulta
• “O que traz o Sr. à fisioterapia?”
• •Registro conciso, de preferência, nas palavras do paciente
• “Sinto dor e fraqueza nas pernas”
4. História da Doença Atual (HDA)
Chave mestra para o diagnóstico
• Construir desde seu início e sua duração
• Fatores causais - fator conhecido ou espontâneo
• Características dos sintomas - iniciais ou no curso da doença
• Evolução - comportamento evolutivo da doença
Descrição detalhada
• Cronologia dos sintomas -Quando?, Como?, Por que
iniciou? E depois?
• Época de início dos sintomas
• Evento que deflagrou o início
• Evolução e tratamentos realizados
Descrição detalhada
• Localização corporal: Apontar
• Localizada? Irradiada?
• Qualidade: sensação percebida: dor, parestesia, rigidez,
tonteira,... Como é sua dor? (pontada, queimação, ...)
• •Freqüência: vezes/dia, quanto tempo dura, constante,
intermitente, forte, leve
• •Fatores desencadeantes, agravantes ou atenuantes -
Quando aparece a dor? O que o Sr faz para aliviá-la?
• •Manifestações associadas
HDA
Relato do paciente
Informações valiosas
Sinais clínicos norteadores
Sintoma guia
• época e modo de início e evolução (contínua,
descontínua, períodos assintomáticos, duração)
Intercorrências e outros sintomas
ADERÊNCIAS
SINTOMATOLOGIA
ATROFIA
MUSCULAR
DOR
BLOQUEIO
ARTICULAR
DERRAME
ARTICULAR E
EDEMA
5. DEMAIS COMPONENTES
• História da Patologia Pregressa (HPP)
- doenças anteriores que possam ter correlação com a atual
• História Fisiológica
- Referente as condições de nascimento
- Condições de desenvolvimento
- Aparecimento da puberdade, menarca, dentre outros
5.1 História Pregressa (HP)
• Demais informações sobre o passado do paciente
• •Podem ter relação direta ou indireta de causa e efeito
com a QP
Doenças prévias, traumatismos
Gestações e partos
Cirurgias, hospitalizações
Exames laboratoriais
Medicamentos em uso
Fumo, álcool, tóxicos
Imunizações
Sono hábitos alimentares
Atividade física e lazer
6-História Familial e Familiar
• História Familial
- Relativa aos ascendentes e descendentes
- Doenças de caráter hereditário
• História Familiar
- Pessoas e outros seres que convivem com o doente
- Doenças contagiosas
7. Demais componentes
• ASPECTOS BIOPSSICOSSOCIAIS
• História de vida
• •Personalidade do paciente
• •Situação socioeconômica
• •Descrição do ambiente onde reside
• •Relação familiar
• •Religião, sexualidade
8. Medicações em uso
• Controle das doenças
• Efeitos colaterais
9. Exames Complementares
• Sua impressão e resultados
• Detalhes do diagnóstico
• Nível de gravidade do problema
10-Revisão dos sistemas
• Geral:
• •Pele: feridas, alergias, manchas.•SNC: vertigens
• SNC - tonturas, síncope, alterações de equilíbrio,
depressão, cefaléia, doenças neurológicas, tremores
• Sistema endócrino: diabetes, tireóide, hormônios
sexuais,...
Rastreio da HDA e HP fatos
omitidos ou negligenciados
• Sistema músculo-esquelético: dores musculares;
fraturas; cirurgias, doenças articulares, osteoporose
• Sistema cardiovascular: doenças cardíacas, hipertensão,
varizes, aneurismas, isquemias ou AVC, dispnéia, angina,
palpitação
• Sistema respiratório: alergias, DPOC, pneumonias,
tosse, roncos, expectoração, sangramento
• Sistema genitourinário: história ginecológica e obstétrica,
próstata
10-Revisão dos sistemas
Elaboração do Diagnóstico Funcional
Pautado nos sinais e sintomas
Estratégias para Intervenção
Plano terapêutico
Exame Físico
F orça, Mobilidade ativa e passiva, tônus, sensibilidade, dor, trofismo, coordenação, marcha, equilíbrio,
Anamnese
Dados de identificação, QP, HDA, HPP, História familiar, Revisão dos sistemas, medicação, história social
AVALIAÇÃO
EXAME
DIAGNÓSTICOPROGNÓSTICO
INTERVENÇÃORESULTADOS
Processo
dinâmico no
qual o fisio faz
juízos clínicos
baseado em
dados coletados
no exame
Processo de
obtenção da história,
realização de
revisões relevantes
dos sitemas e
seleção de aplicação
de testes e medidas
para obtenção de
dados
Incluem correção da
limitação funcional e
incapacidade,
otimização da
satisfação do cliente
e prevenção primária
ou secundária
Tanto o processo como o
resultado final das informações
de avaliação obtidas a partir do
exame e organizados em
grupos, síndromes ou
categorias que auxiliam na
determinação de estratégias de
intervenção apropriadas
Determinação do
nível ótimo de
melhora que
poderia ser
conseguido pela
intervenção e tempo
requerido para
alcance de tal nível
Interação objetiva e hábil
do fisioterapeuta com o
cliente e /ou com demais
profissionais envolvidos
no cuidado utilizando
métodos e técnicas para
produzir mudanças na
condição ,coerentes com
diagnóstico e prognóstico
Elementos da Abordagem Paciente/Cliente
MODULADORSistema Nervoso
BASESistema Muscular e
esquelético
BIOMECÂNICAEstática e dinâmica
SISTEMAS DE SUPORTECardíaco, pulmonar e
Metabólico
Variedade de movimentos articulares e
posturas específicas
Precisão do Movimento
Boa saúde do sistema musculoesquelético
Modelo cinesiológico
MODULADORSistema Nervoso
BASESistema Muscular e
ósseo
BIOMECÂNICAEstática e dinâmica
SISTEMAS DE SUPORTECardíaco, pulmonar e
Metabólico
Anormalidade ou lesão
Acometimento dos componentes
Modelo patocinesiológico
Disfunção do movimento
Limitação funcional
Incapacidade
MODULADORSistema Nervoso
BASESistema Muscular e
ósseo
BIOMECÂNICAEstática e dinâmica
SISTEMAS DE SUPORTECardíaco, pulmonar e
Metabólico
Repetição de determinados movimentos articulares; posturas prolongadas
Acometimento dos componentes e das interações entre eles
Modelo cinesiopatológico
Disfunção dos movimentos
Síndromes de disfunção dos movimentos
Anormalidades encontradas no exame neurológico ou radiológico
Limitação funcional
ATIVIDADE DE CLASSE
• Em pares:
• Elaborar procedimentos de identificação dos pacientes
• Aplicação de um modelo de avaliação
• Coletar a história clínica do colega
• Elaborar um diagnóstico cinético funcional
REFERÊNCIAS
• PORTO, Celmo Celeno. Semiologia médica. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
• SWARTZ, Mark H. Semiologia: anamnese e exame físico. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1992.
Demais medidas de avaliação complementares
Medidas de avaliação funcional complementares
Testes funcionais
Escalas funcionais
Questionários de Qualidade de vida
Eletromiografia
Avaliação Isocinética
Avaliação da Marcha
Plataformas de força
Avaliação funcional
• A capacidade de tomar decisões e de auto governo
podem estar comprometidas por doenças físicas e
mentais ou por restrições econômicas e educacionais
• A avaliação funcional é uma etapa importante no
cuidado das pessoas com comprometimento físico
ou neurológico
• Representa se a pessoa é ou não capaz de
desempenhar as atividades para cuidar de si mesma
A avaliação funcional é necessária para o fisioterapeuta?
Para que e por que avaliar o indivíduo do ponto de
vista funcional?
Capacidade Funcional• Construto que indica o máximo possível de funcionalidade
que uma pessoa pode atingir em um dado momento (OMS,
2003)
• Conjunto de competências comportamentais, relacionadas ao
manejo da vida diária sem ajuda de outra pessoa e está
dimensionada nos termos da habilidade e independência para
realizar determinadas atividades
• Pode ser expressa como o funcionamento do indivíduo física e
cognitivamente independente (NERI, 2006; MELO, 2009)
Capacidade Funcional
• A capacidade funcional é avaliada no desempenho das atividades cotidianas ou atividades de vida diária (AVD’s):
I. AVD’s – relacionadas ao autocuidado -Alimentar-se
Banhar-se
Vestir-se
Mobilizar se
Deambular
Ir ao banheiro
Manter controle de suas necessidades fisiológicas
Capacidade FuncionalII. Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVD’s)
• Relacionadas a participação do indivíduo em seu entorno social e indicam a capacidade de levar uma vida independente dentro da comunidade
Utilizar meios de transporte
Manipular medicamentos
Realizar tarefas domésticas leves e pesadas
Utilizar telefone
Preparar refeições
Cuidar das próprias finanças
Instrumentos para Avaliação Funcional
• Utilizam diferentes dimensões:
física
psicológica
funcional
social
outras
• As avaliações podem ser unidimensionais, mistas ou globais
Escalas ou Índices Funcionais
• Escala de Katz -independência funcional em seis funções básicas (banhar-se, vestir-se, ir ao banheiro, transferir-se da cama para a cadeira e vice-versa, ser continente e alimentar-se)
• Escala de Lawto - atividades instrumentais de vida diária, como usar o telefone, fazer viagens, preparar a alimentação, fazer compras, desenvolver trabalhos domésticos, tomar corretamente os medicamentos e controlar o orçamento doméstico
• Índice de Barthel - dez itens de mobilidade, que constituem as ABVD. Avalia a independência funcional no cuidado pessoal e a mobilidade
• Escala Older Americans Resourses and Services – OARS - perfil de saúde multidimensional
• Escala Performance Oriented Mobility Assessment – POMA avalia e equilíbrio e marcha
• Medida de Independência Funcional (MIF)- avalia o desempenho quanto às funções motoras, cognitivas e interação social
Qualidade de Vida
• Grau de satisfação encontrado na vida familiar,
conjugal, ambiental, social e na própria estética
existencial
• Pressupõe a capacidade de efetuar uma síntese
cultural de todos os elementos que uma
determinada sociedade considera seu padrão de
conforto e de bem estar
Qualidade de Vida
• O termo abrande muitos significados refletindo os
conhecimentos, experiências, e valores individuais e
coletivos que a eles se reportam em diferentes
épocas, espaços e histórias sendo uma construção
social com a marca da relatividade cultural
Avaliação de Qualidade de Vida
SF 36 - DOMÍNIOS
Capacidade funcional
Limitação por aspectos físicos
Dor
Estado geral de saúde
Vitalidade
Aspectos sociais
Aspectos emocionais
Saúde mental
Testes Funcionais • Teste de caminhada de seis minutos (TC6') / 15,24 m - desempenho dos
músculos respiratórios (com mensuração das pressões inspiratória e
expiratória máximas)
• Sensação de fadiga ( ESF - escala de severidade de fadiga)
• Roland-Morris (QRM)
• Testes de capacidade física Sentado para de Pé
• Teste de levantar e caminhar cronometrado (timed up & go)
• Medida de Desempenho Ocupacional Canadense (MDOC)
• Velocidade de marcha (VM) natural e máxima (protocolo de Flansbjer)
• Escala de equilíbrio de Berg
Tarefa de Casa
• Aplicar um modelo de Questionários de
Qualidade de Vida e uma Escala de
Capacidade Funcional
• Demonstração em sala por equipes de testes
funcionais mais utilizados em Fisioterapia