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O Luto Infantil: Perda, O Luto Infantil: Perda, Separação e Divórcio Separação e Divórcio Professora Doutora Teresa Professora Doutora Teresa Andrade Andrade

Luto, perda e separação na infância

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O Luto Infantil: Perda, Separação O Luto Infantil: Perda, Separação e Divórcioe Divórcio

Professora Doutora Teresa Professora Doutora Teresa AndradeAndrade

Ideias correntes acerca do Luto na Ideias correntes acerca do Luto na InfânciaInfância

As crianças ainda não compreendem o conceito de As crianças ainda não compreendem o conceito de irreversibilidade da morteirreversibilidade da morte

Podem ficar traumatizadas se estiverem presentes Podem ficar traumatizadas se estiverem presentes nos rituais em torno da mortenos rituais em torno da morte

As crianças esquecem facilmente a morte de alguém As crianças esquecem facilmente a morte de alguém querido e continuam a comportar-se de igual formaquerido e continuam a comportar-se de igual forma

As crianças devem ser poupadas a qualquer As crianças devem ser poupadas a qualquer sofrimentosofrimento

ConsequênciasConsequências destas Ideiasdestas Ideias O tema da morte não é discutido com as crianças O tema da morte não é discutido com as crianças

As crianças são afastadas das pessoas que estão As crianças são afastadas das pessoas que estão a morrer, por vezes usando mentiras e histórias a morrer, por vezes usando mentiras e histórias fantasiosasfantasiosas

As explicações dadas sobre a morte são vagas e As explicações dadas sobre a morte são vagas e confusasconfusas

Não se relacionam os problemas que as crianças Não se relacionam os problemas que as crianças desenvolvem, depois de uma perda significativa desenvolvem, depois de uma perda significativa com o processo de luto que possam estar a vivercom o processo de luto que possam estar a viver

SemelhançasSemelhanças entre crianças e entre crianças e adultos nos processos de lutoadultos nos processos de luto

Mesmo bebés e crianças Mesmo bebés e crianças muito jovens apresentam muito jovens apresentam sintomas depressivos na sintomas depressivos na sequência de uma perda sequência de uma perda significativasignificativa

Manifestam uma saudade Manifestam uma saudade declarada e descrevem declarada e descrevem sensações físicas de dor sensações físicas de dor associadas a essa saudadeassociadas a essa saudade..

Choram a perda de alguém Choram a perda de alguém que amam e fazem-no tanto que amam e fazem-no tanto mais quanto mais velhas mais quanto mais velhas sãosão

Sonham ocasionalmente com Sonham ocasionalmente com as pessoas que já morreramas pessoas que já morreram

Recordam-se Recordam-se persistentemente de quem persistentemente de quem lhes morreu e conservam lhes morreu e conservam objectos dessa pessoa como objectos dessa pessoa como forma de as ter mais pertoforma de as ter mais perto

Falam da morte dessa pessoa Falam da morte dessa pessoa com pessoas estranhas e com pessoas estranhas e expressam as suas saudadesexpressam as suas saudades

Tendem a imitar os Tendem a imitar os comportamentos da pessoa comportamentos da pessoa falecidafalecida

Culpabilizam-se pela morte Culpabilizam-se pela morte ocorridaocorrida

Diferenças entre crianças e Diferenças entre crianças e adultos no lutoadultos no luto

A criança é totalmente A criança é totalmente dependente das decisões dependente das decisões dos adultos que a rodeiam, dos adultos que a rodeiam, da informação e das da informação e das respostas que estes lhe respostas que estes lhe dão acerca da morte.dão acerca da morte.

Tem dificuldade em Tem dificuldade em expressar verbalmente as expressar verbalmente as suas necessidadessuas necessidades

Tem menor entendimento Tem menor entendimento do que é a morte por falta do que é a morte por falta de experiência da mesmade experiência da mesma

Tem períodos de Tem períodos de concentração mais curtos e concentração mais curtos e os seus sentidos são mais os seus sentidos são mais facilmente estimulados por facilmente estimulados por tudo o que a rodeia, pelo que tudo o que a rodeia, pelo que os períodos de manifestação os períodos de manifestação de luto são mais transitóriosde luto são mais transitórios

Tenta compreender o que Tenta compreender o que acontece à sua volta através acontece à sua volta através do brincar, pelo que, mesmo do brincar, pelo que, mesmo triste, brincatriste, brinca

A criança é estimulada a A criança é estimulada a viver num mundo em que a viver num mundo em que a fantasia e a magia são parte fantasia e a magia são parte da vidada vida

Diferenças entre VivênciasDiferenças entre Vivências Luto versus Divórcio Luto versus Divórcio

Na maioria dos aspectos Na maioria dos aspectos o sentimento de perda o sentimento de perda pode ser idêntico, mas pode ser idêntico, mas vários aspectos diferemvários aspectos diferem

Na questão dos divórcios Na questão dos divórcios e das separações acresce e das separações acresce o ambiente que antecede o ambiente que antecede a separação formal a separação formal geralmente conflituoso e geralmente conflituoso e que gera uma angustia que gera uma angustia adicional na criançaadicional na criança

Factores que dificultam o Factores que dificultam o Luto no divórcioLuto no divórcio

Expectativas de Expectativas de reconciliação dos paisreconciliação dos pais

Os conflitos de Os conflitos de lealdade face a um ou lealdade face a um ou outro dos pais outro dos pais

O lidar com outras O lidar com outras pessoas que entram pessoas que entram na vida dos pais e na vida dos pais e com outras criançascom outras crianças

O sentimento de culpaO sentimento de culpa

Outras DificuldadesOutras Dificuldades Perda de proximidade Perda de proximidade

com um dos paiscom um dos pais Dificuldades financeirasDificuldades financeiras Contaminação do Futuro Contaminação do Futuro Baixa auto-estimaBaixa auto-estima Menos apoio social Menos apoio social Menos estabilidade Menos estabilidade

afectivaafectiva Maior dificuldade nas Maior dificuldade nas

ligações com novos ligações com novos parceiros do paisparceiros do pais

Consequências de Perdas Consequências de Perdas Próximas, na InfânciaPróximas, na Infância

São várias as São várias as dificuldades reais que as dificuldades reais que as perdas mais perdas mais significativas podem significativas podem colocar a uma criança:colocar a uma criança:

Menor apoio efectivoMenor apoio efectivo Menor afecto Menor afecto Menor confiança no futuroMenor confiança no futuro Dificuldades de integração Dificuldades de integração Medo de voltar a perder Medo de voltar a perder

alguém ou de morrer na alguém ou de morrer na mesma idade ou da mesma mesma idade ou da mesma forma do que a pessoa forma do que a pessoa queridaquerida

Condições favoráveis ao luto das Condições favoráveis ao luto das criançascrianças

A criança ter mantido um A criança ter mantido um bom relacionamento com a bom relacionamento com a pessoa que faleceupessoa que faleceu

Ter recebido informações Ter recebido informações imediatas e verdadeiras imediatas e verdadeiras acerca do que aconteceuacerca do que aconteceu

Poder fazer perguntas e Poder fazer perguntas e receber respostas tão receber respostas tão sinceras quanto possívelsinceras quanto possível

Ter a presença reconfortante Ter a presença reconfortante do genitor sobrevivente ou do genitor sobrevivente ou de outros adultos que de outros adultos que possam dela cuidar.possam dela cuidar.

Poder ser incluída, se o Poder ser incluída, se o desejar no processo de pesar desejar no processo de pesar familiarfamiliar

Explicar a morte às criançasExplicar a morte às crianças

Por vezes as explicações Por vezes as explicações que se dão às crianças que se dão às crianças podem não ajudar o seu podem não ajudar o seu processo de luto:processo de luto:

-“ -“ foi para o céu porque era foi para o céu porque era bondoso ou porque Deus bondoso ou porque Deus

gostava muito delegostava muito dele””- “ - “ está a dormir para está a dormir para

sempresempre””-“-“foi fazer uma grande foi fazer uma grande

viagemviagem””- “- “está num sítio melhorestá num sítio melhor””

Explicações e metáforas que Explicações e metáforas que podem ajudar a criançapodem ajudar a criança

A morte faz parte da vida e acontece a todos os seres vivosA morte faz parte da vida e acontece a todos os seres vivos

Quando morre o corpo da pessoa deixa de funcionar, já não Quando morre o corpo da pessoa deixa de funcionar, já não respira, o coração já não bate e já não sente mais nadarespira, o coração já não bate e já não sente mais nada

As pessoas podem morrer por vários motivos, mas a maioria As pessoas podem morrer por vários motivos, mas a maioria das pessoas vive durante muitos anosdas pessoas vive durante muitos anos

Mesmo quando uma pessoa morre as memórias ficam sempre Mesmo quando uma pessoa morre as memórias ficam sempre connosco e vivem no nosso coração e nas coisas que fazemos connosco e vivem no nosso coração e nas coisas que fazemos quando nos lembramos delaquando nos lembramos dela

Metáforas como as da noz, do balão, do bolbo ou das folhas da Metáforas como as da noz, do balão, do bolbo ou das folhas da árvore podem simplificar a compreensão do que acontece árvore podem simplificar a compreensão do que acontece fisicamente.fisicamente.

Falar sobre sentimentosFalar sobre sentimentos Quando uma pessoa de quem gostamos morre é natural ficarmos tristes e Quando uma pessoa de quem gostamos morre é natural ficarmos tristes e

pensar nela muitas vezes. Isso acontece a todas as pessoas que perdem pensar nela muitas vezes. Isso acontece a todas as pessoas que perdem alguém.alguém.

Depois de perder alguém pode ser difícil fazer as mesmas coisas, como Depois de perder alguém pode ser difícil fazer as mesmas coisas, como brincar ou ir à escola. Isso acontece porque durante algum tempo nos brincar ou ir à escola. Isso acontece porque durante algum tempo nos sentimos diferentessentimos diferentes

Podemos sentir-nos confusos e tristes e até doer-nos o coração. Só com o Podemos sentir-nos confusos e tristes e até doer-nos o coração. Só com o passar do tempo conseguiremos melhorarpassar do tempo conseguiremos melhorar

Quando alguém de quem gostamos morre muitas coisas mudam, mas outras Quando alguém de quem gostamos morre muitas coisas mudam, mas outras continuarão a ser parecidas e outras pessoas irão gostar e cuidar de nós, continuarão a ser parecidas e outras pessoas irão gostar e cuidar de nós, mesmo que não seja da mesma formamesmo que não seja da mesma forma

Por vezes as pessoas à nossa volta não conseguem falar connosco sobre o Por vezes as pessoas à nossa volta não conseguem falar connosco sobre o que aconteceu porque simplesmente não sabem o que podem dizer para nos que aconteceu porque simplesmente não sabem o que podem dizer para nos fazer sentir melhorfazer sentir melhor

Muitas pessoas que estão mesmo ao pé de nós também já perderam alguém Muitas pessoas que estão mesmo ao pé de nós também já perderam alguém de quem gostavam e podemos falar com elas sobre o que estamos a sentirde quem gostavam e podemos falar com elas sobre o que estamos a sentir

Como ajudar a criança enlutadaComo ajudar a criança enlutada Reconhecer algumas Reconhecer algumas

manifestações de luto manifestações de luto importantes na infância:importantes na infância:

Alterações na atenção, Alterações na atenção, memória, concentração, grau memória, concentração, grau de actividadede actividade

Alterações do sono e do apetiteAlterações do sono e do apetite

Isolamento socialIsolamento social

AgressividadeAgressividade

Autonomia PrecoceAutonomia Precoce

Excesso de preocupação com Excesso de preocupação com as pessoas e com a sua saúdeas pessoas e com a sua saúde

CulpabilizaçãoCulpabilização

Mais acidentes Mais acidentes

Enurese e encoprese Enurese e encoprese secundáriassecundárias

Medo de morrer e de que Medo de morrer e de que morram outras pessoas que morram outras pessoas que lhe são queridaslhe são queridas

Negação constante da perda Negação constante da perda ocorridaocorrida

Compreender as formas Compreender as formas como a criança pode falar como a criança pode falar do seu luto:do seu luto:

Na forma como brinca com as Na forma como brinca com as outras crianças ou brinca outras crianças ou brinca sozinhasozinha

Quando desenhaQuando desenha

Quando representa os Quando representa os personagens de uma históriapersonagens de uma história

Quando conta histórias Quando conta histórias inventadas por siinventadas por si

Quando conta os seus sonhosQuando conta os seus sonhos

Para conseguir Para conseguir comunicar com as comunicar com as crianças há que não crianças há que não esquecer a criança esquecer a criança que fomos eque fomos e

Reaprender formas Reaprender formas mais simples de mais simples de comunicar as coisas comunicar as coisas mais complicadasmais complicadas

A Terapia com CriançasA Terapia com Crianças

AsAs Histórias que as crianças Histórias que as crianças contamcontam

Histórias escritas para ajudarHistórias escritas para ajudar

Outras ActividadesOutras Actividades

““O apego íntimo a outros O apego íntimo a outros seres humanos é o núcleo seres humanos é o núcleo em torno do qual gira a vida em torno do qual gira a vida de uma pessoa, não só de uma pessoa, não só enquanto bebé, criança enquanto bebé, criança pequena ou criança de pequena ou criança de escola, mas também durante escola, mas também durante a sua adolescência e a sua adolescência e maturidade, até à velhice. É maturidade, até à velhice. É desse apego íntimo que desse apego íntimo que retiramos a força e o prazer retiramos a força e o prazer da vida, e proporcionamos da vida, e proporcionamos também força e prazer a também força e prazer a outros”outros”

Bowlby (1973)Bowlby (1973)

A Criança perante a A Criança perante a antecipação da própria morteantecipação da própria morte

A compreensão da morte na A compreensão da morte na criança doentecriança doente

A compreensão varia, não é estática, e vai A compreensão varia, não é estática, e vai sendo construida apartir de vários aspectos:sendo construida apartir de vários aspectos:

A “sabedoria do corpo”A “sabedoria do corpo” O conhecimento da doença O conhecimento da doença A urgência e intensidade dos tratamentosA urgência e intensidade dos tratamentos As emoções observadas na família e nos As emoções observadas na família e nos

profissionais de saúdeprofissionais de saúde O contacto com outras crianças doentesO contacto com outras crianças doentes

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Variáveis que afectam a compreensão Variáveis que afectam a compreensão e o lidar com a mortee o lidar com a morte

A idade da criança e o seu nível de desenvolvimento A idade da criança e o seu nível de desenvolvimento cognitivocognitivo

A personalidade de cada criança e as suas experiências de A personalidade de cada criança e as suas experiências de vidavida

A história de perdas da criança (ex: doenças, morte, A história de perdas da criança (ex: doenças, morte, experiências traumáticas, divórcio parental, etc.)experiências traumáticas, divórcio parental, etc.)

A forma como os pais transmitem o que pensam acerca da A forma como os pais transmitem o que pensam acerca da morte ao nível cognitivo e espiritual. morte ao nível cognitivo e espiritual.

A forma como os pais e restantes membros da família A forma como os pais e restantes membros da família transmitem as suas emoções e os seus modos de fazer face transmitem as suas emoções e os seus modos de fazer face a uma morte.a uma morte.

Estilo e padrões de comunicação dentro da famíliaEstilo e padrões de comunicação dentro da família Existência de suporte social eficaz para a criança e para a Existência de suporte social eficaz para a criança e para a

sua família.sua família.

O desenvolvimento por estádiosO desenvolvimento por estádios Piaget propõe um Piaget propõe um

desenvolvimento por estádios desenvolvimento por estádios pelos quais a criança tem pelos quais a criança tem obrigatoriamente de passar até obrigatoriamente de passar até chegar ao tipo de pensamento chegar ao tipo de pensamento adulto.adulto.

Este desenvolvimento permite à Este desenvolvimento permite à criança compreender o mundo que criança compreender o mundo que a rodeia de forma cada vez mais a rodeia de forma cada vez mais complexacomplexa

Permite igualmente a emergência Permite igualmente a emergência de diferentes graus de de diferentes graus de compreensão da mortecompreensão da morte

A compreensão destes diferentes A compreensão destes diferentes níveis pode facilitar a níveis pode facilitar a comunicação com a criançacomunicação com a criança

Estádio Sensorio-Motor Estádio Sensorio-Motor (dos 0 aos 2 anos)(dos 0 aos 2 anos)

Os problemas são resolvidos Os problemas são resolvidos recorrendo aos sentidos e à recorrendo aos sentidos e à parte motora. parte motora.

A noção de morte é A noção de morte é equivalente à da separação e equivalente à da separação e provoca na criança o medo de provoca na criança o medo de ficar só e de não ser cuidadaficar só e de não ser cuidada

O apoio essencial a dar à O apoio essencial a dar à criança passa pelo conforto criança passa pelo conforto físico, pelo alívio dos sintomas físico, pelo alívio dos sintomas e pela presença reconfortante e pela presença reconfortante dos seus familiares o máximo dos seus familiares o máximo de tempo possível.de tempo possível.

Estádio Pré-Operatório Estádio Pré-Operatório ( dos 2 aos 7 anos)( dos 2 aos 7 anos)

A principal aquisição é a A principal aquisição é a função simbólica.função simbólica.

Existe auto-centração da qual Existe auto-centração da qual decorre o pensamento mágico decorre o pensamento mágico

A morte é vista como algo A morte é vista como algo reversível semelhante ao que reversível semelhante ao que observa no sono ou nas observa no sono ou nas estações do ano. estações do ano.

A doença provoca na criança A doença provoca na criança sentimentos de culpa e de sentimentos de culpa e de revolta que a fazem por vezes revolta que a fazem por vezes rejeitar os tratamentos e rejeitar os tratamentos e deprimir-sedeprimir-se

Deve ser minimizada ao Deve ser minimizada ao máximo a ausência parental e máximo a ausência parental e familiar em torno da criança e familiar em torno da criança e incluídos os seus brinquedos e incluídos os seus brinquedos e objectos reconfortantes objectos reconfortantes

Estádio Operatório Concreto Estádio Operatório Concreto ( dos 7 aos 11 anos)( dos 7 aos 11 anos)

Nesta fase a criança já apresenta Nesta fase a criança já apresenta conceitos mais vastos conceitos mais vastos

Percebe que a morte acontece a Percebe que a morte acontece a todos, que é irreversível, mas todos, que é irreversível, mas sente que podem existir sente que podem existir circunstâncias que a podem evitar circunstâncias que a podem evitar ou favorecer.ou favorecer.

As respostas devem ser o mais As respostas devem ser o mais honestas possível, os efeitos dos honestas possível, os efeitos dos tratamentos explicadostratamentos explicados

Deve favorecer-se a autonomia Deve favorecer-se a autonomia da criança e consultá-la nas da criança e consultá-la nas decisões a tomardecisões a tomar

Para além da presença da família Para além da presença da família devem ser incluídos os seus devem ser incluídos os seus amigos e colegas de escola amigos e colegas de escola

Saber ouvir os anseios e dúvidas Saber ouvir os anseios e dúvidas da criança é algo imprescindível da criança é algo imprescindível

Estádio Operatório FormalEstádio Operatório Formal(dos 11 aos 16 anos)(dos 11 aos 16 anos)

A morte é compreendida A morte é compreendida como irreversível e como irreversível e independente da nossa independente da nossa vontadevontade

O adolescente necessita de O adolescente necessita de explicações honestas e de explicações honestas e de participar activamente nos participar activamente nos cuidados ministradoscuidados ministrados

Necessita de preservar uma Necessita de preservar uma boa imagem de si próprio boa imagem de si próprio

Necessita de conversar sobre Necessita de conversar sobre as várias explicações relativas as várias explicações relativas à vida e à morte, ao antes e à vida e à morte, ao antes e ao depois, colocando várias ao depois, colocando várias possibilidadespossibilidades

A presença de amigos, A presença de amigos, namorado/a é tão namorado/a é tão fundamental quanto a da fundamental quanto a da famíliafamília

Estádios de antecipação da MorteEstádios de antecipação da Morte Independentemente, do seu Independentemente, do seu

estádio de desenvolvimento estádio de desenvolvimento cognitivo, as crianças, através cognitivo, as crianças, através das suas experiências ao longo das suas experiências ao longo do processo de doença podem do processo de doença podem passar por estádios diversospassar por estádios diversos

Estas experiências passam pela Estas experiências passam pela comunicação do diagnóstico aos comunicação do diagnóstico aos pais, pelo contacto com mais pais, pelo contacto com mais crianças em diferentes fases de crianças em diferentes fases de adoecer, pelas recaídas e adoecer, pelas recaídas e retornos ao hospital, pelo retornos ao hospital, pelo comportamento dos comportamento dos profissionais de saúde e pelo profissionais de saúde e pelo conhecimento de que outras conhecimento de que outras crianças morreram com crianças morreram com doenças semelhantesdoenças semelhantes

Tenho uma doença grave,

Vou morrer

Outros meninos como eu morreram

mas não vou ficar melhor

Estou sempre doente,

mas vou ficar melhor

Estou sempre doente,

mas vou ficar bom

A compreensão da doença e da A compreensão da doença e da morte em crianças muito jovensmorte em crianças muito jovens

Um menino de três anos fazia sempre o mesmo jogo com um patinho de peluche e uma ambulância de brincar de cada vez que era hospitalizado. O patinho tinha ficado doente e precisava de ir ao hospitaL de ambulância.O menino empurrava a ambulância e imitava o ruído da sirene. Sourkes, The Deepening Shade,1982 and Armfuls of Time, 1995

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As alterações ao longo do tempoAs alterações ao longo do tempo

Psicólogo: Como está o patinho?

Menino: Doente.

Psicólogo: Para onde vai ele?

Menino: Para o hospital.

Psicólogo: O que é que vão fazer lá?

Menino: Vão pô-lo melhor.

Psicólogo: E ele vai ficar melhor?

Menino: Sim. melhor.

O mesmo menino (último internamento):

Psicólogo: Como está o patinho?

Menino: Doente.

Psicólogo: E ele vai ficar melhor?

Menino: Patinho não ficar melhor. Patinho morre

Sourkes, 1982 and 1995www.ippc.com

A compreensão da doença e da A compreensão da doença e da morte em crianças mais velhasmorte em crianças mais velhas

Um dia, quando estivermos todos silenciosos, o sol vai parar de brilhar e o mundo vai parar. Só se vai ouvir música.Amy, 10 anos.

Sourkes, 1995www.ippc.comwww.ippc.com

Acerca dos RelógiosEu gosto de usar relógios,

Muitos relógiosPor duas razões.

Primeira,Se eles estiverem todos com horas

diferentes marcadasNunca ninguém está demasiado atrasado ou

adiantado ou na hora certa.Simplesmente “estão”

Segunda, Com todos estes relógios postos,

É como se eu tivesse“Todo o tempo do Mundo”

E nunca teria de pensar no fim do tempoOu em morrer.

Mattie Stepanek, 6 anosJourney Through Heartsongs

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ARMFULS OF TIME: THE PSYCHOLOGICAL EXPERIENCE OF THE CHILD WITH A LIFE-THREATENING ILLNESS, by Barbara M. Sourkes, © 1995. All rights are controlled by the University of Pittsburgh Press, Pittsburgh, PA 15261. Used by permission of the University of Pittsburgh Press.

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ARMFULS OF TIME: THE PSYCHOLOGICAL EXPERIENCE OF THE CHILD WITH A LIFE-THREATENING ILLNESS, by Barbara M. Sourkes, © 1995. All rights are controlled by the University of Pittsburgh Press, Pittsburgh, PA 15261. Used by permission of the University of Pittsburgh Press.

Histórias para quem cuidaHistórias para quem cuida

EsperançaEsperança““A esperança é o ingrediente fundamental para as crianças e A esperança é o ingrediente fundamental para as crianças e

adolescentes com doenças graves. Esta esperança não precisa de adolescentes com doenças graves. Esta esperança não precisa de ser uma cura, ou uma remissão por magia, mas a esperança de ser uma cura, ou uma remissão por magia, mas a esperança de

encontrar alegria e gosto de viver nos desafios e conquistas encontrar alegria e gosto de viver nos desafios e conquistas diárias. Cada dia é um milagre que não podemos deixar de olhar diárias. Cada dia é um milagre que não podemos deixar de olhar

só porque a morte parece estar mais próxima.”só porque a morte parece estar mais próxima.”

Stevens, 2005Stevens, 2005