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Fga. Ma. Karina Miranda Machado Borges Cunha

Processamento auditivo central

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Fga. Ma. Karina Miranda Machado Borges Cunha

“Vive distraído”

“Vive no mundo da lua”

“Só ouve quando quer”

“Não presta atenção na professora”

“Não consegue aprender”

PERCEPÇÃO AUDITIVA

PERCEPÇÃO DA FALA

PROCESSAMENTO AUDITIVO

FUNÇÃO

DA

AUDIÇÃO

CENTRAL

Processamento Auditivo refere-se à maneira como osistema auditivo periférico e central recebe, analisa eorganiza as informações auditivas, “o que fazemos como que nós ouvimos” (KATZ, STECKER e HENDERSON,1992).

Processo psicofisiológico elementar, trata-se de umprocesso mental, o qual é capaz de codificar sonsvariados, dentre eles, sons musicais, ambientais e,principalmente, fonemas (MACHADO, 2003).

“Processamento auditivo é um processo que começa naorelha externa e termina quando nós executamos umaresposta. Esse continuum periférico-para-centralconsiste na acústica e está relacionado às habilidadescomunicativas fonológicas, linguísticas e cognitivasque nos permitem comunicar com sucesso,conquistando níveis mais elevados academicamente emantendo a autoestima. Uma ruptura nessecontinuum pode afetar um ouvinte na escola, em casa eem situações sociais de comunicação”.

Jeanane M. Ferre, 2015.

Ouvindo uma explosão de sons Ouvindo palavras Discriminando sons da fala

Ouvindo uma explosão de sons Ouvindo músicas Comparando tons

Fica fácil perceber que uma boa audição só terá lugarquando os estímulos auditivos estiverem organizados eestruturados entre si e com os demais estímulossensoriais. Este é o princípio da Integração Sensorial.

Para o desenvolvimento adequado da linguagem e dashabilidades auditivas, é necessário integridade básicados sistemas nervoso central e periférico, visto que essaintegridade permite que o processo da aprendizagemocorra de forma satisfatória .

Machado (2003, p. 85) diz que o “Distúrbio doProcessamento Auditivo trata-se de dificuldades nashabilidades auditivas centrais de atenção, identificaçãoe integração de uma mensagem sonora, as quais levama um distúrbio do desenvolvimento da linguagem bemcomo do desenvolvimento das habilidades escolares”.

Para Katz (1994), a criança com DPAC tem dificuldadeem ouvir ou compreender a informação, mesmoapresentando audição periférica normal.

Distúrbio do Processamento Auditivo (DPA) é“referido como dificuldade no processamento deinformações auditivas em uma ou mais habilidadesauditivas. Representa uma limitação da transmissão,análise, organização e/ou recuperação e uso dasinformações de um evento acústico, não atribuídos àperda auditiva, nem ao déficit intelectual.

DPAC são rupturas nos componentes acústicos doprocessamento continuum, especificamentedeficiências na habilidade do cérebro para usar asinformações auditivas enviadas pelo sistema auditivoperiférico. Os processos auditivos centraisidentificados até o momento se apresentam em 3 tipos:discriminação auditiva, processamento binaural eprocessamento temporal.

(BELLIS, 2003; BURNS, 2013; FERRE & WILBER, 1986; GEFFNER, 2007; JERGER, MARTIN, & JERGER, 1987; TILLERY, KATZ, & KELLER, 2000 apud FERRE, 2015).

Dificuldade em compreender a linguagem falada emsituação de ruído competitivo;

Pedem para repetir frequentemente a informaçãofalada;

Apresentam dificuldade para prestar atenção, sedistraindo facilmente;

Dificuldade em seguir comandos auditivos complexos;

Dificuldade em localização sonora; e,

Dificuldade de aprendizagem.

DEFICIÊNCIA AUDITIVA?

DISLEXIA?

TDAH?

DEFICIÊNCIA INTELECTUAL?

DISTÚRBIO DE APRENDIZAGEM?

SÍNDROME DE ASPERGER?

Pessoas com otites médias repetidas durante a primeira infância;

Problemas congênitos como diabetes e lúpus;

Problemas psicoafetivos como psicose, autismo e distúrbios emocionais;

Distúrbios da comunicação humana por desorganização do sistema fonológico, problemas de voz, de fluência da fala e de leitura e escrita;

Problemas do SNC: no córtex ou no tronco cerebral;

Déficits cognitivos;

Transtornos de aprendizagem;

TDAH.

Teste da orelhinha – EOA até o terceiro mês de vida;

Estimulações auditivas de forma contínua pela família;

Os pais devem contar histórias e cantar músicas,conversar com uma linguagem e uma fala bemarticulada e correta.

Quanto à comunicação oral

Problemas articulatórios envolvendo os sons /r/, /l/e /s/ /z/;

Problemas de linguagem expressiva envolvendoregras da língua (estrutura gramatical);

Dificuldade de contar histórias e dar recados;

Dificuldade em seguir ordens;

Compreensão prejudicada em ambiente ruidoso;

Dificuldade de compreender palavras com duplosentido, expressões idiomáticas e ditados populares.

Quanto à comunicação lida e escrita Inversão da posição da letra na palavra escrita;

Trocas de letras na escrita (principalmente surdas e sonoras);

Letra “feia” (disgrafia);

Dificuldade de compreender o que lê;

Dificuldade em organizar a linguagem escrita.

Quanto ao comportamento social

Distração;

Desorganização;

Agitação;

Tendência ao isolamento (quietos demais);

Ansiedade e impaciência;

Impulsividade;

Baixa autoestima.

Quanto ao desempenho escolar Baixo desempenho em várias matérias; Problemas de memória.

Quanto à audição Atenção auditiva prejudicada; Dificuldades de compreender em ambiente ruidoso; Dificuldades em acompanhar uma conversa com

muitas pessoas falando ao mesmo tempo; Dificuldades para atenderem prontamente aos

chamados; Repetem muito “o que?”, “hã?”.

Avaliação do Processamento Auditivo em indivíduoscom Distúrbio de Aprendizagem se deve à necessidadede identificar quais prejuízos auditivos podem estarinterferindo nas atividades acadêmicas, nashabilidades sociais e/ou comunicativas.

Comportamentais

Eletrofisiológicos

Dióticos

Monóticos

Dicóticos

Os estímulos auditivos são apresentadosnas duas orelhas simultaneamente emcampo livre.

A mensagem principal e a mensagemcompetitiva são apresentados na mesmaorelha, simultaneamente.

O estímulo principal é apresentado emuma orelha e a mensagem competitiva naorelha contralateral simultaneamenteatravés de um fone.

Localização Sonora avalia a habilidade auditiva delocalização sonora .

Memória Sequencial de Sons Verbais e Não-Verbais(MSV) e (MSNV).

Padrão de Frequência (TPF) e Padrão de Duração(TPD) avaliam a habilidade auditiva de ordenaçãotemporal.

Fala no Ruído (TFR) e Fala Filtrada (TFF) avaliam ahabilidade auditiva de fechamento.

Dicótico Não-Verbal (TDNV) avalia a habilidadeauditiva de figura fundo para sons não-linguísticos.

Dicótico de Dígitos (TDD).

Dicótico de Dissílabos Alternados – StaggeredSpondaicWord Test (SSW) avalia a habilidade auditiva defigura-fundo para sons linguísticos.

Logoaudiometria Pediátrica – Pediatric SpeechIntelligibility Test (PSI) avalia a habilidade auditiva defigura-fundo e de associados de estímulos auditivos evisuais.

Gap In Noise (GIN) avalia a habilidade auditiva deresolução temporal.

(PEREIRA e SCHOCHAT, 2011)

Nível sócio-econômico (-) Renda familiar Quantidade de estímulos fornecidos

Agentes químicos (-) Mercúrio metálico (áreas de mineração artesanal de

ouro)

Psicoativos (+) Metilfenidato (TDAH)

Música (+) Demonstra interferências no desenvolvimento global

infantil, com relações positivas entre habilidadescomunicativas, metalinguísticas e auditivas.

Uma intervenção efetiva para pessoas com DPAC vaidepender da implementação balanceada degerenciamento específico do déficit e objetivos dotratamento. Em gerenciamento, estratégiascompensatórias e acomodações ambientais sãoselecionadas para minimizar o impacto da doença nofuncionamento do dia-a-dia do ouvinte. Notratamento, técnicas de terapia formal e informal sãousadas para reduzir ou resolver a deficiência auditiva epara ensinar estratégias compensatórias funcionais.(FERRE, 2015)

TREINAMENTO AUDITIVO

Atenção

Análise e síntese

Evocação e memória

RENATA ALONSO. Avaliação eletrofisiológica e comportamental do processamento auditivo (central) e treinamento auditivo em indivíduos idosos. 2012. Tese de Doutorado - Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Medicina São Paulo.

KATZ, J.; STECKER, N.A.; HENDERSON, D. (orgs.), Central auditory processing: A Transdisciplinary view. St. Louis: MosbyYear Book, Inc., 1992.

MACHADO, Sylvia Freitas. Processamento Auditivo: uma nova abordagem. Plexus Editora, 2003.

PEREIRA, Liliane & SCHOCHAT, Eliane. Testes auditivos comportamentais para avaliação do Processamento Auditivo Central. Barueri: Pró-Fono, 2011.