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PLANNER SUMMIT 2017 REPORT OFICIAL

Planner Summit - Report oficial 2017

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Page 1: Planner Summit - Report oficial 2017

PLANNER SUMMIT 2017 REPORT OFICIAL

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Talvez a Planner Summit deste ano tenha sido o evento mais importante e intenso que fizemos nestes 8 anos de Media Education. 

Sabemos sobre a nossa responsabilidade diária de formar pessoas, sermos curadores de conhecimento e trazer discussões que julgamos relevantes e entendemos que era hora de trazer isso para o nosso palco de forma menos sútil. Não bastava mais apenas colocar um painel cheio de mulheres na parte da tarde e achar que isso é a mudança. Estava na hora de criar um evento menos técnico e mais focado em pessoas, mas não quaisquer pessoas.

É preciso dar voz a quem é esquecido, a quem a propaganda ainda usa para tirar sarro, cheia de estereótipos. Mais: é preciso dar espaço a estas pessoas dentro das agências! Elas não apenas são consumidores, mas também são profissionais.

Porém, nem nós mesmos imaginávamos o impacto que este evento teria - até agora ainda não conseguimos digerir tudo isso. Um ótimo sinal: o Planner Summit conseguiu escancarar o problema para todos nós ainda mais e, de quebra, trouxe novos questionamentos para nossa vida, seja como publicitários ou como seres humanos. Foi intenso, mas foi muito necessário!

Qual o seu papel daqui para frente? Você já parou para pensar nisso? .

Alexandre FormagioMedia Education

PLANNER SUMMIT 2017

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INSIGHTS E DADOS DO EVENTO #PSNACASPER

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"95% das pessoas não comprarão marcas ou produtos que, de alguma forma, não

respeite a diversidade"

RENATO MEIRELLESInstituto Locomotiva

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"79% afirmam que não aceitam calados qualquer tipo de preconceito na

comunicação"

RENATO MEIRELLESInstituto Locomotiva

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"54% da população do Brasil se declara negra, mas a comunicação ainda trata

esse público como se fosse nicho"

RENATO MEIRELLESInstituto Locomotiva

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"85% apoiariam iniciativas de empresas que promovessem igualdade de oportunidades"

RENATO MEIRELLESInstituto Locomotiva

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"70% dos brasileiros afirmam que propagandas que ridicularizam

homossexuais estão ultrapassadas"

RENATO MEIRELLESInstituto Locomotiva

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"65% das mulheres não se sentem representadas pela publicidade"

ISABEL AQUINO

Heads Propaganda

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REPRESENTATIVIDADE

Mais da metade da população não se sente representada com a publicidade atual.

De acordo com pesquisas apresentadas tanto por Isabel Aquino, da Heads, quanto por Renato Meirelles, do Instituto Locomotiva, foi constatado que mais de 50% da população não se sente representada com os comerciais de televisão. Estamos criando uma imagem irreal da sociedade brasileira e excluindo do contexto social negros, amarelos e indígenas.

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"Nas propagandas apenas 26% das protagonistas são mulheres. Sendo 84%

brancas e 12% negras"

RENATO MEIRELLESInstituto Locomotiva

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LUCRO X PRECONCEITO

Preconceito não gera lucro. Por que, então, continuamos a reforçar estereótipos dentro da comunicação?

Essa violência indireta às minorias – a invisibilidade que a propaganda dá a pessoas que julgam 'fora do padrão’ já imposto pela publicidade – influencia todo o pensamento de uma sociedade, onde continuamos a reforçar estereótipos e alimentar a exclusão das pessoas. Se para entendermos a situação precisamos falar de dinheiro, serve a máxima dita por Renato Meirelles: "Preconceito não gera lucro”. A maioria dos entrevistados disseram que não aceitam mais propagandas que ridicularizam ou minimizam grupos, minorias ou coletivos.

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"2/3 das pessoas dentro de agências são homens brancos de classe A/B"

RENATO MEIRELLESInstituto Locomotiva

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QUEM FAZ A PROPAGANDA?

Mudar de dentro pra fora: 2/3 das pessoas dentro de agências são homens brancos de classe A/B.

A falta de diversidade cria uma bolha dentro da agência: as pessoas não têm contato com diferentes estilos de vida, não vivenciaram a experiência do outro e isso faz com que as campanhas sejam sempre mais do mesmo. Por isso, dar oportunidades para que o local de trabalho tenha sempre pessoas de diferentes backgrounds enriquece não apenas o lado pessoal, como também o social e principalmente o profissional, com campanhas mais reais e humanas.

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(RE)CRIE O AMBIENTE

Crie um ambiente acolhedor e aberto na sua agência, um local aberto à diversidade produzirá melhor.

Quando observamos tanto o case de Skol quanto o case de Avon, conseguimos ver que ambas empresas já possuem um pensamento voltado para um futuro com propagandas menos estereotipadas e com mais diversidade. Isso também possui influência devido ao fato de que essas equipes já são diversas e com pessoas com o core voltado para isso.

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VÁ ALÉM!

Crie inclusão real dentro das agências.

Você fez um projeto contra o racismo e buscou a ajuda e a opinião de pessoas negras – ótimo! Trouxe pessoas LGBT de fora para tratar assuntos da causa – excelente!

Esses profissionais, entretanto, não deveriam ser vistos apenas como "consultores". São comunicadores e publicitários que possuem conhecimento muito mais amplo e que deveriam integrar a equipe continuamente.

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ACEITE O PASSADO!

Nunca renegue o passado da sua marca. Apenas aceite-o e siga em frente.

As pessoas, elas não esquecem. Por isso é importante que estejamos sempre questionando – as marcas e a nós mesmos – aceitando o passado e sempre seguindo em frente, mostrando que apesar dos erros, estamos sempre em processo de desconstruir, em busca de fazer uma comunicação melhor e mais inteligente.

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"Para uma sociedade se desenvolver, precisamos de equidade"

ISABEL AQUINO

Heads Propaganda

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"É preciso levar a discussão de diversidade para o alto escalão das empresas e não ficar

só entre os planejadores"

ANA CORTATHybrid

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"O leão de Cannes não significa nada pra quem tem quem tem que matar um leão

por dia"

RENATO MEIRELLESInstituto Locomotiva

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"Incentivo que outras pessoas façam, que não só questionar, mas constranger

empresas e agências que estão se apropriando de causas sérias e não estão

trazendo nenhuma contrapartida"

IAN BLACKNew Vegas

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O QUE FAZER AGORA?

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1# ENTENDER SEUS PRIVILÉGIOS

Precisamos entender que somos diferentes e que cada um possuí privilégios dentro de sua vida e jornada!

Nosso sonho é a igualdade. Mas tratar o próximo de igual pra igual não quer dizer que todos vão pensar, agir e fazer a mesma coisa. Precisamos compreender que cada um de nós tem privilégios e por isso, temos causas e lutas diferentes. Não podemos diminuir a luta do próximo, não podemos comparar e não podemos falar pelo outro.

Devemos respeitar, ouvir, aprender e nos esforçar para ter empatia.

A partir do momento que assumirmos que temos sim privilégios, fica mais fácil entender o próximo e o mundo a nossa volta. Isso é ter empatia.

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2# ESTAR ATENTO À CONTRATAÇÃO

Talvez hoje você não contrate, mas fique atento, pois você poderá fazer a diferença!

Você já parou para pensar como seleciona currículos ou fornecedores? Esteja mais atento, talvez você sempre dê prioridade para o mesmo perfil de contratados. Aprenda a olhar com mais carinho os CVs e dar mais oportunidades. Quebre a matrix de contratação.

E não é apenas neste momento. Você paga o mesmo montante para homem e mulher com o mesmo nível hierárquico? Não? Por que? Pense nisso.

Se você ainda não contrata, pode ficar atento às pessoas à sua volta: quão diverso é seu ciclo de amizade? E na hora de indicar alguém que você enxerga que teria menos oportunidade, se não fosse o seu ‘empurrãozinho”? Cada um tem um papel importante para gerar mudanças.

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3# SUGERIR MUDANÇAS

Preste mais atenção no ambiente a sua volta e nas criações de sua empresa!

Talvez você não seja o gestor(a) responsável por mudanças radicais dentro da empresa, mas você pode sugerir mudanças e sinalizar possíveis problemas.

Traga estudos, incite discussões, dê sugestões, faça um exemplo de peça, converse com o RH. Não importa. Tente!

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4# INCITAR DISCUSSÕES

Não são apenas eventos e grandes publicações que são responsáveis por discussões.

A cada dia surgem novos coletivos focados em discutir problemas, mas você não precisa fundar um para gerar resultados. Que tal mandar um email para seus colaboradores sugerindo uma nova discussão interna quinzenalmente, por exemplo?

Na R/GA Brasil as próprias funcionárias começaram a organizar encontros internos trazendo convidados de fora.

Você foi a algum evento que trouxe alguma provocação interessante? Junte sua equipe e discuta isso dentro de sua empresa. São pequenos gestos que fazem a diferença e abrem a cabeça de todos.

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O que você pode fazer a partir de agora?

Existem excelentes coletivos fazendo bons trabalhos, iniciativas precisando de doações ou qualquer tipo de apoio, além de existir a possibilidade de criar novos projetos. Dê o próximo passo.

Não sabe qual será este próximo passo ainda? Tudo bem, continue abrindo a mente, respeitando o próximo, lendo, conversando, ouvindo, perguntando. Isso já ajuda muito a gerar mudanças sutis no dia-a-dia!

5# APOIE CAUSAS E FAÇA

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MATERIAIS ADICIONAIS

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O Planner Summit foi apenas o início!

Estamos há meses coletando uma série de materiais para nossos próximos projetos e também para entendermos tudo que está acontecendo, afinal a Media Education é feita de pessoas (para pessoas).

Por isso, resolvemos compartilhar alguns destes links com vocês, pois entendemos que mais do que nunca este é um momento de trocas, aprendizados, dúvidas e perguntas.

Em breve teremos novas compilações. Fique de olho!

Ah, se tiver qualquer material que ache necessário estar presente futuramente, por favor nos envie!

UMA AVALANCHE DE CONTEÚDO

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MATERIAIS ADICIONAIS

Planner Summit 2017: o que teve? - Tuany Carvalho Um excelente resumo do evento com vários links adicionais feito pela Tuany Carvalho.

Planner Summit 2017: diversidade em pauta - Anna Martinez Outro excelente resumo do evento com vários links e tweets adicionais feito pela Anna Martinez.

Faça Acontecer - Mulheres, trabalho e a vontade de liderar Excelente livro da diretora do Facebook, que conta os desafios diários das mulheres e como todos nós podemos com pequenos gestos respeitar o papel das mulheres.

65/10 por Thais Fabris e Maria Guimarães O coletivo responsável pela cerveja feminista e outros materiais super bacanas citado por André Chaves.

Manas e Monas por Pedro Tavares Projeto que ajuda a dar visibilidade a trabalhos artísticos de mulheres e pessoas lgbt.

MOOC Coletivo negro que ajuda as marcas a entenderem as mudanças, mas também a criar campanhas mais realistas.

Coletivo sistema negro O Sistema Negro é um coletivo formado por produtores, artistas, empreendedores e educadores negros, que mescla cultura e ação, no combate ao racismo.

A revolta da lâmpada Um coletivo LGBT que luta pelo corpo livre das pessoas,

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MATERIAIS ADICIONAIS

Revista AzMina Jornalismo independente feito de mulheres para mulheres.

Batekoo Movimento negro que se expressa através da dança, da musica, do corpo, buscando representatividade dentro de qualquer espaço.

Somos - Comunicação, saúde e sexualidade Organização formada por uma equipe multidisciplinar que trabalha por uma cultura de respeito às sexualidades através da educação da sociedade e afirmação de direitos.

Open.tv Plataforma que empodera e incentiva produtores e artistas indianos a criarem suas próprias séries.

Dear White People Nova série da Netflix que causou polêmica por trazer provocação as pessoas brancas.

A máscara em que você vive Um documentário que aborda a masculinidade e mostra como os homens são criados para cultivar a masculinidade e como isso tem afetado não só eles, como a sociedade.

3% Conference Conferência americana que aborda o papel da mulher na comunicação.

Elephant on mad avenueReport da 3% Conference que traz dados importantes e relatos do que é ser mulher na comunicação.

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MATERIAIS ADICIONAIS

Precisamos falar com os homens Documentário do Papo de Homem e na ONU, sobre a importância de se falar sobre o conceito de masculinidade.

Quem Sou Eu? O Fantástico mostra, em quatro episódios, os momentos da vida de indivíduos transgêneros.

data_labe Um laboratório permanente de dados na favela da Maré (RJ). criado por moradores da periferia buscando entender o território através de dados públicos.

Afroguerrilha Afroguerrilha é uma plataforma de criação e comunicação que produz conteúdo e cria canais que possibilitam diálogos e conexões entre o povo negro.

Plano Feminino por Viviane Duarte Projeto que ajuda marcas a se conectarem com mulheres, além de possuir projeto que empodera meninas em Capão Redondo.

ETNUS - Planejamento e pesquisa Consultoria especializada na tradução da linguagem cultural e investigação de tendências de consumo dos Afrodescendentes.

PrograMariaProjeto que incentiva e traz mulheres para o mundo da programação.

Nós, mulheres da periferia Projeto idealizado por mulheres que conhecem e vivenciam o universo feminino de comunidades e bairros da periferia.

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MATERIAIS ADICIONAIS

Creative initiatives made by women, for women Uma coleção de projetos criados por mulheres para mulheres, listado pela agência Huge.

Empresas levam diversidade do discurso para a prática Matéria da Meio&Mensagem destacando grandes corporações que estão gerando mudanças na prática.

We live in a Mad Men world Documento da Shift-Balance que mostra como a publicidade ainda cria pensando em estereótipos utrapassados.

Preta e Acadêmica Projeto construído coletivamente por mulheres negras e acadêmicas que busca dar visibilidade aos inúmeros casos de racismo nas instituições de ensino.

Minas programam Projeto que auxilia mulheres a entrarem no mundo da programação.

Mural - Agência de jornalismo das periferias Agência de notícias, de informação e de inteligência sobre as periferias de São Paulo.

CapitolinaRevista online independente para garotas adolescentes, que sentiam falta de ter suas experiências representadas na mídia para este público.

(F)Empowerment Documento da TrendWatching sobre a importância de se empoderar mulheres e o quanto as empresas estão perdendo em não saberem se relacionar verdadeiramente com elas.

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MATERIAIS ADICIONAIS

Google diversity Site do Google que compartilha os projetos internos de empoderamento e incentivo a diversidade.

Double the women headliners Projeto da Vice que busca incentivar o aumento de mulheres no line-up de festivais pelo mundo.

UOL TAB - Trans Matéria do UOL TAB que explica didaticamente sobre pessoas trans.

Mulheres invisíveis Site que mostra quem são as mulheres que não são retratadas pela publicidade brasileira.

A presença dos negros nas agências de publicidade Estudo que mostra a presença dos negros nas 50 maiores agências do Brasil.

GERE - Núcleo de Estudos de gênero, raça e etnia Núcleo multidisciplinar que busca estudar questões que envolvem gênero, raça e etnia.

Think Olga ONG feminista responsável por estudos e campanhas como "chega de fiu fiu".

Deixando o X para trás na linguagem neutra de gênero A ideia de usar o X como uma letra neutra é bacana, mas existem formas mais inclusivas de se fazer isso.

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Produção: Alexandre Formagio

Colaboradoras:Mariane ÁvilaTuani Carvalho Anna Martinez Fotografias:Leonardo Augusto Matsuda