Upload
celso-dias
View
177
Download
4
Embed Size (px)
Citation preview
A EDITORA ATLAS se responsabiliza pelos vcios do produto no que concerne sua edio(impressoeapresentaoafimdepossibilitaraoconsumidorbemmanuse-loel-lo).Nemaeditoranemoautorassumemqualquerresponsabilidadeporeventuaisdanosouperdasapessoaoubens,decorrentesdousodapresenteobra.Todos os direitos reservados. Nos termos da Lei que resguarda os direitos autorais, proibida areproduototalouparcialdequalquerformaouporqualquermeio,eletrnicooumecnico,inclusiveatravsdeprocessosxerogrficos, fotocpiaegravao, sempermissoporescritodoautoredoeditor.
ImpressonoBrasilPrintedinBrazil
DireitosexclusivosparaoBrasilnalnguaportuguesaCopyright2016byEDITORAATLASLTDA.UmaeditoraintegrantedoGEN|GrupoEditorialNacionalRuaConselheiroNbias,1384CamposElsios01203-904SoPauloSPTel.:(11)5080-0770/(21)[email protected]/www.grupogen.com.br
Otitularcujaobrasejafraudulentamentereproduzida,divulgadaoudequalquerformautilizadapoderrequereraapreensodosexemplaresreproduzidosouasuspensodadivulgao,semprejuzodaindenizaocabvel(art.102daLein.9.610,de19.02.1998).Quem vender, expuser venda, ocultar, adquirir, distribuir, tiver em depsito ou utilizar obra oufonograma reproduzidos com fraude, com a finalidade de vender, obter ganho, vantagem, proveito,lucrodiretoouindireto,parasiouparaoutrem,sersolidariamenteresponsvelcomocontrafator,nostermos dos artigos precedentes, respondendo como contrafatores o importador e o distribuidor emcasodereproduonoexterior(art.104daLein.9.610/98).
Capa:DaniloOliveira
Fechamentodestaedio:1.03.2016
ProduoDigital:OneStopPublishingSolutions
DadosInternacionaisdeCatalogaonaPublicao(CIP)(CmaraBrasileiradoLivro,SP,Brasil).
Moraes,Alexandrede
Direitoconstitucional/AlexandredeMoraes.32.ed.rev.eatual.ataECn91,de18defevereirode2016SoPaulo:Atlas,2016.
ISBN978-85-970-0569-1
mailto:[email protected]://www.grupogen.com.br
1.BrasilDireitoconstitucional2.DireitoconstitucionalI.Ttulo.
96-5065CDU-342
OSenhormeupastor,enadamefaltar...Guia-mepelasveredasdaJustiaporamoraoSeunome.
(SALMOdeDavi22-23)
ParaVivianeenossosgmeos,GiulianaeAlexandre,agradecendoapacincia,
afelicidade,ocarinhoeoamor.
E,apartirda13aedio,novamenteagradeoaDeuspordarmaisluzminhavidacomavindadeGabriela.
Nota32aEdio
O ano de 2015 foi marcado por vrios conflitos em matrias polticas einstitucionaisentreosPoderesExecutivo,JudicirioeLegislativo,reforandoanecessidade de uma nova anlise da Separao de Poderes e do papelmoderadordoSupremoTribunalFederal.
O sistema representativo constitucional tambm est a exigir alteraesprofundas que possam garantir maior legitimidade e representatividade aosrepresentantesdoPovo,inclusiveperanteosTribunaisSuperiores.
Acrescente importnciadonovopapeldoPoderJudicirionoBrasileseualargamentoemassuntostradicionalmentelegislativos,duranteoanode2015,passouobrigatoriamentepelaanlisedasdificuldadesdarepresentaopoltica,da organizao e do funcionamento dos partidos polticos e de nosso sistemaeleitoralrepresentativo,enquantosustentculosdaDemocracia.
A Constituio Federal de 1988 evoluiu da Democracia meramenterepresentativa para a Democracia participativa, na qual, ao lado dostradicionais partidos polticos, encontra-se a prpria sociedade civil tentandoconcretizar a vontade soberana do povo nas manifestaes do Estado, e oprprio Supremo Tribunal Federal afastando a possibilidade de doao depessoasjurdicasemcampanhaseleitorais.
O fortalecimento do Poder Judicirio e da Jurisdio Constitucional,
principalmente pelos complexos mecanismos de controle deconstitucionalidade e pelo vigor dos efeitos de suas decises, em especial osefeitos vinculantes, somados inrcia do prprio Legislativo em efetivartotalmenteasnormasconstitucionais(porexemplo,aadequaodasbancadaslegislativas por Estado) e discutir a evoluo legislativa (como casamento eunio estvel homoafetiva, aborto do feto anencfalo, nova regulamentaoparaaimprensa),vempermitindoquenovastcnicasinterpretativasampliemaatuaojurisdicionalemassuntotradicionalmentedaaladaparlamentar.
Essa transformao poltico-social e o constante aumento de atuao doPoder Judicirio no cenrio nacional em assuntos polticos acabaram porampliar a crise representativa no Legislativo, aumentando o fosso existenteentre o povo e seus representantes e gerando a necessidade urgente de umaextensareformapoltica.
H desesperada necessidade de reaproximao da vontade popular com oCongressoNacional, pois o enfraquecimento deste um dosmaiores perigosparaoconstanteaprimoramentoeaprpriasobrevivnciadademocracia,sejapelo vertiginoso fortalecimentodediversos grupos de presso, comoatoresinvisveis e irresponsveis politicamente, seja pela substituio da atividadelegiferantepelaatuaohiperatrofiadadoJudicirio.
Sem pretendermos encontrar um cenrio ideal, que decorre de lento econstante fortalecimento democrtico, para que ocorra a concretizao dessafinalidade,hnecessidadedealgumasreformasestruturaisbsicasnosistemapolticonacional,comoconsequentefortalecimentodademocraciaeummaiorequilbrioentreospoderes.
Igualmente,ofortalecimentodospartidospolticosessencial,poisdevemserprestigiadosedemocratizadosnareformapolticacomoprincipaisatoresdocenrio nacional, porm os submetendo imediata criao constitucional declusula de desempenho, baseada no percentual de votos totais obtidos naseleiesgeraisparaaCmaradosDeputados,comimpedimentodarealizaodecoligaesproporcionalentreospartidos,demaneiraaconcederverdadeiralegitimidadesagremiaes.
OPassomentecrescercomumainterpretaoconstitucionalquegaranta
maiorequilbrioentreospoderesparaevitarmosacontinuidadedosconstantesatritoseaperigosacorrosodaexpectativapopularemseus representanteseconsequentementenaDemocracia.
Janeirode2016.
OAutor
Prefcio1aEdio
Arealizaodopresentetrabalhodeve-seideiadecondensaremumnicotextoaanlisedoutrinriae jurisprudencialdaConstituioFederal,expondode forma simples a teoria geral do direito constitucional e as normasconstitucionais bsicas que regemnosso ordenamento jurdico e consagramaexistnciadeumEstadoDemocrticodeDireito.
A ideia permitir que o estudo didtico dos vrios ttulos e captulos daConstituio Federal permita aos operadores dodireito, aos estudantes e aoscandidatosaconcursosde ingressoemcarreiras jurdicasumasegurafontedeconsulta para a soluo das problemticas constitucionais e seus reflexos nosdiversosramosdodireito.Assim,semprequenecessrio,pretendeu-seabordaraaplicabilidadedaCartaMagnanodireitopenal,civil,processual,comercial,eassimpordiante,colacionandofartajurisprudncia.
Alm do estudo dos artigos do texto maior, abrange-se a teoria geral doconstitucionalismo,opoderconstituinteeocontroledeconstitucionalidade.
Trata-se de um estudo profundo das normas constitucionais atuais,comparando-ascomasConstituiesbrasileirasanterioresedediversospases.D-senfaseespecialaosmecanismosdecontroledopoderestatal,comamploestudodosdireitosegarantias fundamentaisdohomeme sobreadivisodasfunes estatais entre os trs Poderes de Estado e oMinistrio Pblico comogarantidoradessas.
Temas polmicos so abordados, procurando sempre posicionar o leitorsobre as diversas interpretaes, trazendo colao ilustradas opinies dedoutrinadores nacionais e estrangeiros e julgados dos Tribunais Superiores,TribunaisRegionaisFederaiseTribunaisEstaduais.
AobraenriquecidacomacitaodaposiodoSupremoTribunalFederalem todas as questes importantes, indicando-se os repertrios ou mesmo oDirio da Justia onde a ntegra da ementa ou do acrdo poder serencontrada.
Procurou-se, portanto, dar-se visomais prtica e ampla da Constituio,simplificando seu estudo e pretendendo auxiliar em sua efetiva aplicao econsequenteconsagraodorespeitosliberdadespblicas.
Dessa forma,o leitorpoder tervisogeraldoDireitoConstitucionaledesua aplicao diria a todos os demais ramos jurdicos, interpretado peladoutrina nacional e estrangeira, pelos Tribunais e, principalmente, peloGuardiodaConstituioFederal:oSTF.
SoPaulo,janeirode1997.
OAutor
1
1
1.1
2
3
3.1
3.2
3.3
3.4
3.5
3.6
Sumrio
DIREITOCONSTITUCIONAL
Constitucionalismo
EstadoConstitucional:EstadodeDireitoeEstadoDemocrtico
ConceitodeConstituio
Classificaodasconstituies
Quadrogeral
Quantoaocontedo:constituiesmateriais,ousubstanciais,eformais
Quantoforma:constituiesescritasenoescritas
Quantoaomododeelaborao:constituiesdogmticasehistricas
Quantoorigem:constituiespromulgadas(democrticas,populares)eoutorgadas
Quantoestabilidade:constituiesimutveis,rgidas,flexveisesemirrgidas
3.7
3.8
3.9
4
4.1
4.2
4.3
5
5.1
6
7
8
9
9.1
2
1
2
3
4
Quantosuaextensoefinalidade:constituiesanalticas(dirigentes)esintticas(negativas,garantias)
ConstituioFederalde1988
Outrasclassificaes
Aplicabilidadedasnormasconstitucionais
Normasconstitucionaisdeeficciaplena,contidaelimitada
Normasconstitucionaiscomeficciaabsoluta,plena,relativarestringvelerelativacomplementveloudependentesdecomplementao
Normasprogramticas
Interpretaodasnormasconstitucionais
InterpretaoconformeaConstituioDeclaraodeinconstitucionalidadeparcialsemreduodetextoAinterpretaoconstitucionaleoativismojudicial(NeoconstitucionalismoePositivismo)
Prembuloconstitucional
FundamentosdaRepblicaFederativadoBrasil
ObjetivosfundamentaisdaRepblicaFederativadoBrasil
PrincpiosderegnciadasrelaesinternacionaisdaRepblicaFederativadoBrasil
Asilopoltico
PODERCONSTITUINTE
Conceitoefinalidade
TitularidadedoPoderConstituinte
EspciesdePoderConstituinte
PoderConstituinteoriginrio
4.1
4.2
4.3
5
5.1
5.2
3
1
1.1
2
2.1
3
3.1
3.2
3.3
4
5
6
6.1
6.2
6.2.1
6.2.2
6.2.3
Conceito
FormasdeexpressodoPoderConstituinteoriginrio
CaractersticasdoPoderConstituinteoriginrio
PoderConstituintederivado
Conceitoecaractersticas
EspciesdePoderConstituintederivado
DIREITOSEGARANTIASFUNDAMENTAIS
Finalidade.Direitosfundamentaiscomodireitosdedefesa
Classificaodosdireitosfundamentais
Naturezajurdicadasnormasquedisciplinamosdireitosegarantiasfundamentais
Relatividadedosdireitosegarantiasindividuaisecoletivos
Direitosegarantiasindividuais
Diferenciaoentredireitosegarantiasindividuais
Direitosfundamentaisegarantiasinstitucionais
Direitosfundamentaisclassificao
Destinatriosdaproteo
Direitovida
Princpiodaigualdade
Princpiodaigualdadeelimitaodeidadeemconcursopblico
Tratamentoisonmicoentrehomensemulheres(art.5o,I)
Critriosdeadmissoparaconcursopblico
Critriosparaadmissodeemprego
Constitucionalidadedaprerrogativadoforoem
6.3
7
7.1
8
9
10
10.1
10.2
10.3
10.4
10.5
11
11.1
12
13
14
14.1
14.2
favordamulheresuaaplicaotantoparaaaodeseparaojudicialquantoparaadedivrciodireto
Princpiodaigualdadeemrelaohomoafetivaeentidadefamiliar
Princpiodalegalidade
Princpiosdalegalidadeedareservalegal
Tratamentoconstitucionaldatortura(art.5o,IIIeXLIII)
Liberdadedepensamento,direitoderespostaeresponsabilidadepordanomaterial,moralouimagem(art.5o,IVeV)
Liberdadedeconscincia,crenareligiosa,convicofilosficaoupolticaeescusadeconscincia(art.5o,VIeVIII)
LiberdadereligiosaeEstadolaicoouleigo
Escusadeconscinciaeserviomilitarobrigatrio
Limitaesaolivreexercciodocultoreligioso
Religioecultura
Assistnciareligiosa
Indenizaopordanomaterial,moralouimagem
Direitoderespostaouderplica
Expressodaatividadeintelectual,artstica,cientficaedecomunicao(art.5o,IX)
Inviolabilidadeintimidade,vidaprivada,honraeimagem
Inviolabilidadedomiciliar(art.5o,XI)
Questododiaedanoite
Violaodedomicliopordecisoadministrativaouparlamentar.Impossibilidadeclusuladereserva
14.3
15
15.1
15.2
15.3
15.4
16
16.1
16.2
16.3
16.4
16.5
16.6
17
17.1
17.2
18
jurisdicional
Inviolabilidadedomiciliarefisco
Sigilodecorrespondnciaedecomunicao(art.5o,XII)
Possibilidadedeinterceptaotelefnica
Leino9.296,de24-7-1996Interceptaestelefnicas
Gravaoclandestina
Excepcionalidadenautilizaodosdadosobtidosmedianteinterceptaotelefnicaforadashiptesesrestritasdesuadecretao:limitaosubjetiva(descobertadenovospartcipes),limitaesobjetivas(crime-achadoeinvestigaesdiversas)eprovaemprestada
Inviolabilidadededados(art.5o,XeXII):sigilosbancrioefiscal
Inviolabilidadeconstitucionaldaprivacidadeedosigilodedados
Caractersticasbsicasdasgarantiasdossigilosbancrioefiscal
PossibilidadedequebradosigiloporpartedoMinistrioPblico
SupremoTribunalFederal:sigilo/MinistrioPblico
InviolabilidadeintimidadeesigilodedadoscomoclusulasptreasdaConstituioFederal
ComissoParlamentardeInquritoesigilo
Direitodereunio(art.5o,XVI)
Desnecessidadedeautorizaodaautoridadepblicaeinterfernciadapolcia
Tuteladodireitodereunio
Direitodeassociao(art.5o,XVII,XVIII,XIX,XXeXXI)
18.1
18.2
18.3
18.4
18.5
18.6
19
19.1
19.2
19.3
20
21
21.1
21.2
22
22.1
22.2
22.3
22.4
23
23.1
23.2
23.3
Finalidadelcita
Carterparamilitar
Vedaodeinterfernciaestatal
Contedododireitodeassociao
Dissoluodasassociaes
Representaodosassociados
ApreciaodelesoouameaadedireitopeloPoderJudicirio(art.5o,XXXV)
Inexistnciadajurisdiocondicionadaouinstnciaadministrativadecursoforado
AcessoaoJudicirioejustiadesportiva
Inexistnciadaobrigatoriedadededuplograudejurisdio
Direitoadquirido,atojurdicoperfeitoecoisajulgada(art.5o,XXXVI)
Princpiodojuiznatural(art.5o,XXXVIIeLIII)
Justiasespecializadasetribunaisdeexceo
Tribunaisdeticaetribunaisdeexceo
Tribunaldojri(art.5o,XXXVIII)
Plenitudededefesa
Sigilodevotaes
Soberaniadosveredictosepossibilidadedeapelao
CompetnciaconstitucionaldoTribunaldeJri
Extradio(art.5o,LIeLII)
Hiptesesconstitucionaisparaaextradio
Requisitosinfraconstitucionaisparaaextradio
Procedimentoedeciso
23.4
23.5
23.6
23.7
23.8
23.9
23.9-A
23.10
23.11
24
24.1
24.2
25
25.1
25.2
25.3
26
27
Prisopreventivaporextradio
Atuaodojudicirionaextradio
Extradio,princpiodaespecialidadeepedidodeextenso(extradiosupletiva)
Extradioeexpulso
Possibilidadedeextradioouexpulsodepessoacasadacombrasileirosoucomfilhosbrasileiros
Extradioedeportao
Extradioeentrega(surrender)
Expulsoedeportaodebrasileiros
Necessidadedecomutaodapenadeprisoperptuaempenaprivativadeliberdadecomprazomximo
Devidoprocessolegal,contraditrio,ampladefesaeceleridadeprocessual(art.5o,LIV,LVeLXXVIIIeLeino11.419/06)
Inquritopolicialecontraditrio
Celeridadeprocessualeinformatizaodoprocessojudicial(Leino11.419/2006)
Provasilcitas(art.5o,LVI)
Provasderivadasdasprovasilcitas
Convalidaodeprovasobtidaspormeiosilcitoscomafinalidadededefesadasliberdadespblicasfundamentais(legtimadefesa)
Princpiosdapublicidadeemoralidadeadministrativaeprovasilcitas
Princpiodapresunodeinocncia(art.5o,LVII)
Aopenalprivadasubsidiria(art.5o,LIX)
28
29
30
4
1
1.1
1.2
1.3
1.4
1.5
1.6
1.7
1.7.1
1.7.2
1.7.3
1.8
1.9
1.10
1.11
1.12
1.13
Prisocivil
Rolexemplificativo
Direitosfundamentais,tratadosinternacionaisenovosinstrumentosdeefetivaodosdireitoshumanosfundamentais
TUTELACONSTITUCIONALDASLIBERDADES
Habeascorpus
Origem
Conceitoefinalidade
Naturezajurdica
Garantiaconstitucionaldaliberdadedelocomoo
Legitimidadeativa
Legitimidadepassiva
Hipteseseespcies
Habeascorpuspreventivo(salvo-conduto)
Habeascorpusliberatrioourepressivo
Liminaremhabeascorpus
Possibilidadedesupresso
Habeascorpuseassistente
Excessodeprazo
HabeascorpusimpetradocontracoaoilegalatribudaTurmadoSupremoTribunalFederal
Habeascorpuscontraatonicooucolegiadodetribunaisregionaisfederaisouestaduais
Habeascorpuscontraatoilegalimputadoapromotordejustia
1.14
1.15
1.16
1.17
1.18
1.19
1.20
2
2.1
2.2
2.3
2.4
2.5
2.6
2.7
2.8
2.9
2.10
3
3.1
3.2
HabeascorpuscontraatodaTurmaRecursalnosJuizadosEspeciaisCriminais
HabeascorpuscontraatodojuizespecialnosJuizadosEspeciaisCriminais
Habeascorpuserecursosordinriosconcomitncia
Habeascorpussubstituioderecursoordinrioconstitucionalprevistaparadenegaodaordemviabilidade
Habeascorpusepuniesdisciplinaresmilitares
Empatenohabeascorpus
TuteladaliberdadedelocomoohabeascorpusrecursoordinrioconstitucionalSTJ
Habeasdata
Conceito
Naturezajurdica
Finalidade
Cabimento
Legitimaoativa
Legitimaopassiva
Procedimento(Leino9.507/97)
Direitoaoconhecimentoeretificao
Competncia
Habeasdataedadossigilosos
Mandadodesegurana
Conceitoefinalidade
Espcies
3.3
3.4
3.5
3.6
3.7
3.8
3.9
3.10
3.11
3.12
4
4.1
4.2
4.3
4.4
4.5
4.6
5
5.1
5.2
5.3
5.4
5.5
Naturezajurdica
Cabimentodomandadodesegurana
Conceitodedireitolquidoecerto
Legitimaoativaimpetrante
Legitimaopassivaimpetrado
Prazoparaimpetraodomandadodesegurana
Competncia
Competnciadomandadodeseguranacontraatoseomissesdetribunais
Mandadodeseguranaindividualecoletivoeliminares
TuteladosdireitoslquidosecertosmandadodeseguranarecursoordinrioconstitucionalSTJ
Mandadodeseguranacoletivo
Conceito
Finalidade
Objeto
Legitimaoativaepassiva
Beneficirios
Mandadodeseguranacoletivoeindividual
Mandadodeinjuno
Histrico
Conceito
Objetodomandadodeinjuno
Requisitos
Legitimidadeativa
5.6
5.7
5.8
5.9
6
7
7.1
7.2
7.3
7.4
8
8.1
8.2
8.3
8.4
8.5
8.6
8.7
8.8
8.9
9
5
1
2
Legitimidadepassiva
Procedimento
Competncia
Decisoeefeitosdomandadodeinjuno
Direitodecertido
Direitodepetio
Histricoeconceito
Natureza
Legitimidadeativaepassiva
Finalidade
Aopopular
Conceito
Finalidade
Requisitos
Objeto
Legitimaoativa
Legitimaopassiva
Naturezadadeciso
Competncia
Sentenaecoisajulgada
TextointegraldosdireitosegarantiasindividuaisdaConstituioFederalde1988
DIREITOSSOCIAIS
Conceitoeabrangncia
Direitosegurananoemprego
3
4
4.1
4.2
4.3
5
6
1
2
3
4
4.1
5
5.1
5.2
5.3
5.4
5.5
Roldosdireitossociais
Liberdadedeassociaoprofissionalousindical
Conceituao
Classificaodosdireitossindicais
Contribuiesconfederativaesindicaldiferenaseexigibilidade
Direitodegreve
DIREITODENACIONALIDADE
Conceito
Definiesrelacionadasmatria
Espciesdenacionalidade
Brasileirosnatos
Critriosdeatribuiodenacionalidadeoriginria
Hiptesesdeaquisiooriginria
OsnascidosnaRepblicaFederativadoBrasil,aindaquedepaisestrangeiros,desdequeestesnoestejamaserviodeseupas
Osnascidosnoestrangeiro,depaibrasileirooumebrasileira,desdequequalquerdelesestejaaserviodaRepblicaFederativadoBrasil
Nacionalidadepotestativa:osnascidosnoestrangeiro,depaibrasileirooumebrasileira,desdequevenhamaresidirnaRep-blicaFederativadoBrasileoptem,emqualquertempo,depoisdeatingidaamaioridade(ECno54/07),pelanacionalidadebrasileira
Opo
Osnascidosnoestrangeirodepaibrasileirooudeme
6
6.1
6.1.1
6.1.2
6.2
7
7.1
7.2
7.3
7.4
7.5
8
8.1
8.2
8.2.1
8.2.2
7
1
2
3
3.1
brasileira,desdequesejamregistradosemrepartiobrasileiracompetente(iussanguinis+registroECno
54/07)
Brasileironaturalizado
Espciesdenaturalizao
Naturalizaotcitaougrandenaturalizao
Naturalizaoexpressa
Radicaoprecoceecursosuperior
Tratamentodiferenciadoentrebrasileironatoenaturalizado
Brasileironatoenaturalizadodiferenas
Cargos
Funo
Extradio
Direitodepropriedade/manifestaodepensamento/informao
Perdadodireitodenacionalidade
Aodecancelamentodenaturalizao
Naturalizaovoluntria
Regraconstitucional
Exceesconstitucionais
DIREITOSPOLTICOS
Conceito
Direitospolticos
Ncleodosdireitospolticosdireitodesufrgio
Conceituao
3.2
4
5
5.1
5.2
6
7
7.1
7.2
8
8.1
8.2
8.3
8.4
8.5
8.5.1
8.5.2
8.5.2.1
8.5.3
8.5.4
9
9.1
9.1.1
Classificao
Capacidadeeleitoralativa
Direitodevoto
Naturezadovoto
Caracteresdovoto
Plebiscitoereferendo:exercciododireitodevoto
Elegibilidade
Conceito
Condies
Direitospolticosnegativos
Conceito
Inelegibilidades
Quadrodeinelegibilidades
Inelegibilidadeabsoluta
Inelegibilidaderelativa
Pormotivosfuncionais
Pormotivosdecasamento,parentescoouafinidade
Inelegibilidadereflexaerennciadodetentordemandatoexecutivo
Militar
Previsesdeordemlegal
Privaodosdireitospolticos
Perda
Cancelamentodanaturalizaoporsentena
9.1.2
9.1.3
9.2
9.2.1
9.2.2
9.2.3
10
10.1
11
8
1
1.1
1.2
1.3
1.4
1.5
1.5.1
1.5.2
1.6
1.6.1
1.6.2
transitadaemjulgado,emvirtudedeatividadenocivaaointeressenacional(CF,art.12,4o)
Escusadeconscincia
Outroscasosdeperda
Suspenso
Incapacidadecivilabsoluta
Condenaocriminalcomtrnsitoemjulgadoenquantoduraremseusefeitos
Improbidadeadministrativa
Partidospolticos
Princpiodaanualidadeeleitoralefimdaverticalizao
Lnguaesmbolosoficiais
ORGANIZAOPOLTICO-ADMINISTRATIVA
Regrasdeorganizao
Adoodafederao
Princpiodaindissolubilidadedovnculofederativo
CapitalFederal
Unio
Estados-membros
Autonomiaestadual
Regiesmetropolitanas,aglomeraesurbanasemicrorregies
Municpios
Leiorgnicamunicipal
Prefeitomunicipalresponsabilidadecriminale
1.6.3
1.7
1.8
1.9
1.9.1
1.9.2
1.9.3
1.10
1.11
2
2.1
2.2
2.3
2.3.1
2.3.2
2.3.3
2.3.4
2.3.5
2.3.6
2.4
2.4.1
poltica
Vereadoresimunidadematerial
DistritoFederal
Territrios
FormaodosEstados
Fuso(incorporaoentresi)
Subdiviso
Desmembramento
Formaodemunicpios
Vedaesconstitucionaisdenaturezafederativa
Repartiodecompetncias
Conceito
Princpiobsicoparaadistribuiodecompetnciaspredominnciadointeresse
Repartioemmatriaadministrativa
Quadrogeral
CompetnciasadministrativasdaUnio
CompetnciasadministrativasdosEstados-membros
Competnciasadministrativasdosmunicpios
CompetnciasadministrativasdoDistritoFederal
Competnciaadministrativacomum
Repartioemmatrialegislativa
Quadrogeralderepartiodecompetncialegislativa
3
3.1
3.2
3.2.1
3.2.2
3.2.3
3.3
9
1
2
2.1
2.2
2.3
2.4
2.5
2.5.1
2.5.2
2.5.3
2.5.4
2.5.5
3
3.1
3.2
Interveno
Partegeral
Intervenofederal
Quadrogeral
Hipteses
Procedimentodeintervenofederal
Intervenoestadualnosmunicpios
ADMINISTRAOPBLICA
Conceito
Princpiosconstitucionaisdaadministraopblica
Princpiodalegalidade
Princpiodaimpessoalidade
Princpiodamoralidade
Princpiodapublicidade
Princpiodaeficincia
Introduo
Princpiodaeficinciaedireitocomparado
Conceito
Caractersticasdoprincpiodaeficincia
Aplicabilidadeefiscalizao
PreceitosdeobservnciaobrigatriaadministraopblicadaUnio,Estados,DistritoFederaleMunicpios
Fixaodotetosalarialdofuncionalismo
AplicaodotetoremuneratrioconstitucionaledosubsdiomensaldosmembroseservidoresdoPoder
4
5
6
7
8
8.1
8.2
8.3
8.4
8.5
9
10
11
12
12.1
13
14
15
15.1
15.2
15.3
Judicirio
Concursopblico
Direitossociaisdosservidorespblicoscivis(livreassociaosindicalegreve)
Servidorpblicoedata-baseprincpiodaperiodicidade
Cumulaodevencimentosnosetorpblico
Licitao:interpretaodeacordocomafinalidadeconstitucional
Danecessidadedalicitao
Dashiptesesexcepcionaisdeausnciadelicitao
Dadispensadalicitao
Dainexigibilidadedalicitao
Concluso
Publicidadedosatos,programas,obras,serviosecampanhasdosrgospblicos
Improbidadeadministrativa
Aocivilpblicaporatodeimprobidade
ResponsabilidadecivilobjetivadoPoderPblico
Responsabilidadecivildopoderpblicopordanoscausadosaalunosnorecintodeestabelecimentooficialdeensino
Servidorpblicoemandatoeletivo
Sistemaremuneratriodoservidorpblico
Regrageraldeaposentadoriadoservidorpblicocivil
Fixaoeatualizaodosproventosdeaposentadoria(ECsnos41/03e47/05)
Pensopormortedeservidorpblico
Regradetransiodeaposentadoriavoluntria
15.3.1
15.3.2
15.4
15.5
15.6
15.7
15.8
16
17
18
18.1
18.2
19
20
10
1
1.1
1.2
proporcional
Regradetransioemagistrados,membrosdoMinistrioPblicoeTribunaldeContas
Regradetransioparaprofessor
RegimedeprevidnciacomplementarnombitodaUnio,dosEstados,doDistritoFederaledosMunicpios
Servidorespblicosecontribuioprevidenciria
Quadrogeralsobreprevidnciadosservidorespblicoscivis
EmendaConstitucionalno41/03eorespeitoaosdireitosadquiridos
PrevidnciaSocialedireitosadquiridos
Estabilidadedoservidorpblicocivil
MilitaresdosEstados,doDistritoFederaledosTerritrios
MilitaresdosEstados,DistritoFederaleTerritriosecargopblicocivil
Cargopblicocivilpermanente
Cargo,empregooufunopblicatemporria
MilitaresdosEstados,DistritoFederaleTerritrioseDireitosSociais
EmendasConstitucionaisnos19/98,41/03e47/05,tetosalarialerespeitoaosdireitosadquiridos
ORGANIZAODOSPODERESEDOMINISTRIOPBLICO
Separaodasfunesestataislimitaodopoderegarantiadosdireitosfundamentais
Introduo
Funesestatais,imunidadesegarantiasemfacedoprincpiodaigualdade
1.3
1.4
2
2.1
2.2
2.3
2.3.1
2.4
2.4.1
2.5
2.5.1
2.6
2.6.1
2.6.2
2.6.3
2.6.4
2.7
2.7.1
2.7.2
2.7.3
Funesestatais:PoderLegislativo,PoderExecutivo,PoderJudicirioeMinistrioPblico
Conclusoinicial
Poderlegislativo
Funes
CongressoNacional
CmaradosDeputados
Suplnciaepermanncianopartido
SenadoFederal
Suplnciaepermanncianopartido
Funotpicafiscalizao.Comissesparlamentaresdeinqurito
LimitaesconstitucionaissComissesParlamentaresdeInqurito
TribunaldeContas
Conceito,funesefinalidades
TribunaldeContasescolhapeloPresidentedaRepblica(1/3)
TribunaisdeContasestaduais,distritalemunicipais
TribunaldeContaserejeiodecontasdoChefedoPoderExecutivo
Estatutodoscongressistas
Introduo
Finalidadedemocrtica
Histrico
2.7.4
2.7.5
2.7.6
2.7.7
2.7.8
2.7.9
2.7.10
2.7.11
2.7.12
2.7.13
2.7.14
2.7.15
2.7.16
2.7.17
3
3.1
3.1.1
3.1.2
3.1.3
3.1.4
3.1.5
Conceitodeimunidades
Imunidadesmateriais
Imunidadeformaldefiniohistrica
Imunidadeformalemrelaopriso
Imunidadeformalemrelaoaoprocessonoscrimespraticadosapsadiplomao
Prerrogativadeforoemrazodafuno
Vencimentosdosparlamentares
DeputadosFederais/SenadoresdaRepblicaeForasArmadas
Parlamentareobrigaodetestemunhar
Irrenunciabilidadedasimunidades
ImunidadeseParlamentarlicenciadoparaexercciodecargoexecutivo(MinistrodeEstado,SecretriodeEstado)
Incompatibilidades
Perdadomandato
Concluso
PoderExecutivo
EstruturadoPoderExecutivo
ChefedeEstadoeChefedeGoverno
MododeinvestiduraepossenocargodePresidentedaRepblica
VacnciadaPresidnciadaRepblica
AtribuiesdoPresidentedaRepblica
Vice-presidentedaRepblica
3.1.6
3.2
3.2.1
3.2.2
4
4.1
4.2
4.3
4.4
4.4.1
4.4.2
4.4.3
4.4.4
4.4.5
4.5
4.5.1
4.5.2
4.5.3
4.5.4
rgosauxiliaresdoPresidentedaRepblica.Ministros.ConselhodaRepblicaeConselhodeDefesaNacional
ResponsabilidadedoPresidentedaRepblica:prerrogativaseimunidadesdoPresidentedaRepblica
Crimesderesponsabilidade
Crimescomuns
PoderJudicirio
Conceito
Quadrodeorganizaoestrutural
Funestpicaseatpicas
GarantiasdoPoderJudicirio
Garantiasinstitucionais
Garantiasaosmembros
IndependnciadoPoderJudicirioecontroleexterno
SupremoTribunalFederalecontroleexternodoPoderJudicirio
ConselhoNacionaldeJustia
OrganizaodoPoderJudicirio
FixaodesubsdiosdoPoderJudicirio
Requisitosparaingressonacarreiradamagistratura
AferiodomerecimentoparapromoodemagistradoseacessoaosTribunaisde2ograu
rgoespecialdostribunaiscompetnciasecritriosparaacomposioeeleio
4.5.5
4.6
4.6.1
4.6.2
4.6.3
4.6.4
4.6.5
4.7
4.7.1
4.7.2
4.7.3
4.7.4
4.7.5
4.7.6
4.7.7
4.7.8
4.8
4.9
VedaoconstitucionalsfriascoletivasnosjuzoseTribunaisde2ograueregulamentaodoexpedienteforensenoperodonatalinoenaprestaojurisdicionalininterrupta,pormeiodeplantopermanente
EscolhadosmembrosdosTribunaisSuperiores
SupremoTribunalFederal(art.101daCF)
SuperiorTribunaldeJustia(art.104daCF)
TribunalSuperiorEleitoral(art.118daCF)
TribunalSuperiordoTrabalho(art.111-AdaCF)
SuperiorTribunalMilitar(art.123daCF)
Distribuiodecompetnciasjurisdicionais
SupremoTribunalFederal
SuperiorTribunaldeJustia
JustiadoTrabalho
JustiaEleitoral
JustiaMilitar
JustiaFederal
JustiaEstadual
ComposiodosTribunaisRegionaisFederais,dosTribunaisRegionaisdoTrabalho,dosTribunaisdosEstadosedoDistritoFederaleTerritrios:REGRADOQUINTOCONSTITUCIONAL
QuadrodecompetnciaparajulgamentodeautoridadesdaRepblica(osartigosreferem-seConstituioFederal)
Recursoextraordinrioerepercussogeraldasquestes
4.9.1
4.9.2
4.9.3
4.9.4
4.9.5
4.9.6
5
5.1
5.2
5.3
5.4
5.5
5.5.1
5.5.2
5.5.3
5.5.4
5.6
5.7
5.8
constitucionais(Leino11.418,de19dedezembrode2006)
RecursoExtraordinrio
RequisitosconstitucionaisparaoRecursoExtraordinrio
EmendaConstitucionalno45/04erepercussogeral
Recursoextraordinrioerepercussogeral(Leino
11.418/06)
RepercussoGeraleRegimentodoSTF
Repercussogeralemultiplicidadederecursosextraordinrios
MinistrioPblico
Histrico
OrigemedesenvolvimentonoBrasil
Posicionamentoconstitucional
Conceito
PrincpiosdoMinistrioPblico
Unidade
Indivisibilidade
Princpiodaindependnciaouautonomiafuncional
Princpiodopromotornatural
Funes
MinistrioPblicoepoderdeinvestigao
MinistrioPblicoelegitimidadeparadefesadopatrimniopblicoezelodosdireitosconstitucionaisdocidado
5.9
5.9.1
5.9.2
5.10
5.11
5.12
5.13
5.14
6
7
7.1
7.2
8
11
1
2
2.1
2.2
2.2.1
2.2.2
3
GarantiasdoMinistrioPblico
Garantiasdainstituio
Garantiasdosmembros
Vedaoaoexercciodapolticapartidria
Vedaoaoexercciodequalqueroutrafunopblica,salvoumademagistrio
Daimpossibilidadedesupressooualteraodasfunes,garantiaseprerrogativasconstitucionaisdoMinistrioPblico
ECno45/04eConselhoNacionaldoMinistrioPblico
MinistrioPblicojuntoaosTribunaisdeContas
Advocaciapblica
Advocacia
Indispensabilidadedoadvogado
Imunidadedoadvogado
Defensoriapblica
PROCESSOLEGISLATIVO
Conceito
Noesgerais
Conceitosiniciais
Processoslegislativos
Classificaoemrelaosformasdeorganizaopoltica
Classificaoemrelaosequnciadasfasesprocedimentais
Processolegislativoordinrio
3.1
3.1.1
3.1.2
3.1.3
3.1.4
3.1.5
3.1.6
3.1.7
3.2
3.2.1
3.2.2
3.3
3.3.1
3.3.2
4
4.1
4.1.1
4.1.2
4.1.3
4.2
Faseintrodutria
Iniciativadeleidopoderjudicirio
IniciativaprivativadoPresidentedaRepblicaart.61
EmendaqueaumentaadespesaemprojetodeiniciativaexclusivadochefedoPoderExecutivoouquedesnatureoprojetooriginal
Vciodeiniciativaesano
IniciativadeleidoMinistrioPblico
Iniciativapopulardelei
IniciativadeleiparafixaodesubsdiosdosMinistrosdoSupremoTribunalFederal(tetosalarial)
Faseconstitutiva
Deliberaoparlamentar
Deliberaoexecutiva
Fasecomplementar
Promulgao
Publicao
Espciesnormativas
Emendasconstitucionais
Quadrogeralsobrelimitaesaopoderreformador
Limitaesexpressas
Limitaesimplcitas
Leicomplementar
4.2.1
4.2.2
4.2.3
4.3
4.3.1
4.3.2
4.3.3
4.3.4
4.3.5
4.3.6
4.3.7
4.3.8
4.3.9
4.3.10
4.3.11
4.4
Leicomplementareleiordinriadiferenas
Processolegislativoespecialdaleicomplementar
Hierarquialeicomplementareleiordinria
Medidasprovisrias
Procedimentodamedidaprovisriaaprovaointegral
AprovaodamedidaprovisriapeloCongressoNacionalcomalteraes
RejeioexpressadamedidaprovisriapeloCongressoNacional
Rejeiotcitadamedidaprovisrianodeliberadanoprazode60diaspeloCongressoNacional
ImpossibilidadedeoPresidentedaRepblicaretirardaapreciaodoCongressoNacionalmedidaprovisriajeditada
Medidaprovisriaeleianteriorquetratedomesmoassunto
Efeitosedisciplinanocasoderejeiodamedidaprovisria
Medidasprovisriasecontroledeconstitucionalidade
Estados-membrosemunicpiospossibilidadedeediodemedidasprovisrias
Medidaprovisriaedecreto-lei
Limitesmateriaisediodemedidasprovisrias
Leidelegada
4.4.1
4.4.2
4.4.3
4.5
4.5.1
4.5.2
4.5.3
4.6
4.6.1
4.6.2
4.6.3
4.7
4.7.1
4.7.2
4.7.3
12
1
2
Naturezajurdica
Processolegislativoespecialdaleidelegada
OpoderdoCongressoNacionaldesustaraleidelegada
Decretolegislativo
Conceito
Processolegislativoespecialprevistoparaaelaboraododecretolegislativo
Tratadoseatosinternacionaiseincorporaocomstatusordinrioouconstitucional(direitoshumanos)
Resoluo
Conceito
Espcies
Processolegislativoespecialparaaelaboraodasresolues
Leisoramentrias
Processolegislativoespecialparaasleisrelativasaoplanoplurianual,sdiretrizesoramentrias,aooramentoanualeaoscrditosadicionais
Possibilidadedeapresentaodeemendasaosprojetosdeleisoramentrias
Rejeiodoprojetodeleidediretrizesoramentriasedoprojetodeleioramentria
CONTROLEDECONSTITUCIONALIDADE
Ideiacentral
Conceito
3
3.1
3.1.1
3.1.2
3.2
4
5
5.1
5.2
5.2.1
5.2.2
5.2.3
5.3
5.4
6
6.1
6.2
7
8
8.1
8.2
9
9.1
Pressupostosourequisitosdeconstitucionalidadedasespciesnormativas
Requisitosformais
Subjetivos
Objetivos
Requisitossubstanciaisoumateriais
OdescumprimentodaleioudoatonormativoinconstitucionalpeloPoderExecutivo
Espciesdecontroledeconstitucionalidade
Emrelaoaomomentoderealizao
Controlerepressivoemrelaoaorgocontrolador
Poltico
Judiciriooujurdico
Misto
Modelosclssicosdecontroledeconstitucionalidade
ControledeconstitucionalidadenoBrasil
Controlepreventivo
Comissesdeconstituioejustia
Vetojurdico
Controlerepressivodeconstitucionalidade
ControlerepressivorealizadopeloPoderLegislativo
Art.49,V,daConstituioFederal
Art.62daConstituioFederal
ControlerepressivorealizadopeloPoderJudicirio
Difusoouaberto
9.1.1
9.1.2
9.1.3
9.1.4
9.1.5
9.1.6
9.2
10
10.1
10.2
10.2.1
10.2.2
10.2.3
10.2.4
10.2.5
10.2.6
Questodoart.97clusuladereservadeplenrio
ControledifusoeSenadoFederal(art.52,X,CF)
Efeitosdadeclaraodeinconstitucionalidadecontroledifuso
Controledifusodeconstitucionalidadeemsededeaocivilpblica
Controledifusodeconstitucionalidadeduranteoprocessolegislativo
SupremoTribunalFederalecontroledifusodeconstitucionalidadeduranteoprocessolegislativo
Controleconcentradoouviadeaodireta
Aodiretadeinconstitucionalidadegenrica
Competncia
Objeto
Conceitodeleiseatosnormativos
Impossibilidadedocontroledeconstitucionalidadedasnormasoriginrias
Controleconcentradodeleiouatonormativomunicipalouestadualemfacedasconstituiesestaduais
ControleconcentradodeleiouatonormativomunicipalemfacedaConstituioFederal
ControleconcentradodeleiouatonormativodistritalemfacedaConstituioFederal
ControleconcentradodeleiouatonormativoanteriorConstituioFederal
10.2.7
10.2.8
10.2.9
10.3
10.3.1
10.3.2
10.3.3
10.3.4
10.4
10.5
10.6
10.7
10.8
10.8-A
10.8-B
10.9
10.9-A
10.9-B
10.9-B.1
Controleconcentradoerespeitolegalidade
Tratadosinternacionaisecontroledeconstitucionalidade
Controledeconstitucionalidadeedecretos
Legitimao
Adinepertinnciatemtica
Adineentidadesdeclasseouconfederaessindicais
PartidospolticoscomrepresentaonoCongressoNacional
MesasdaCmaradosDeputadosedoSenadoFederal
Finalidadedaaodiretadeinconstitucionalidade
Pedidodecautelarnasaesdiretasdeinconstitucionalidade
Aodiretadeinconstitucionalidadeeprazodecadencial
Advogado-GeraldaUnio
Procedimentoedeciso
Amicuscuriaeedemocratizaodocontroleconcentradodeconstitucionalidade
Julgamentoedeciso
Efeitosdadeclaraodeinconstitucionalidadecontroleconcentrado
Modulaodosefeitosdadeclaraodeinconstitucionalidade
Efeitosrepristinatrios
InterpretaoconformeaConstituio
10.9-B.2
10.9-B.3
10.9-B.4
11
12
12.1
12.2
12.3
12.3.1
12.4
12.5
13
13.1
13.2
13.3
13.4
13.5
13.6
14
14.1
14.2
Declaraodeinconstitucionalidadeparcialsemreduodetexto
Ainterpretaoconstitucionaleoativismojudicial
ReclamaesegarantiadaeficciadasdecisesdoSTFemsededeaodiretadeinconstitucionalidade
Aodiretadeinconstitucionalidadeinterventiva
Aodiretadeinconstitucionalidadeporomisso(ADO)
Finalidade
Objeto
Inconstitucionalidadeporomisso
Legitimidadeeprocedimento
DecisodoSupremoTribunalFederal
ADIporomisso(ADO)emedidaliminar
Aodeclaratriadeconstitucionalidade
Previso
Finalidade
Legitimidade
Objeto
Procedimentoejulgamento
EfeitosdadecisodoSupremoTribunalFederal
Arguiodedescumprimentodepreceitofundamental
Arguiodedescumprimentodepreceitofundamentalpreventivaerepressiva
Arguiodedescumprimentodepreceitofundamentalpor
15
13
1
1.1
2
3
14
1
2
2.1
3
3.1
3.2
4
4.1
4.2
4.3
4.4
5
5.1
5.2
equiparao
Smulasvinculantes(Leino11.417/06)
DEFESADOESTADOEDASINSTITUIESDEMOCRTICAS
Estadodedefesaeestadodestio
Quadrocomparativo:estadodedefesaeestadodestio
ForasArmadas
Seguranapblica
ORDEMECONMICAEFINANCEIRA
Dosprincpiosgeraisdaatividadeeconmica
IntervenodoEstadonodomnioeconmico
Utilizaoderadioistoposparaapesquisaeusosmdicos,agrcolaseindustriais
Dapolticaurbana
Competnciaparaestabelecimentodepolticasdedesenvolvimentourbano
Usucapioconstitucionaldereaurbana
Dapolticaagrcolaefundiriaedareformaagrria
Preceitosdapolticaagrcola
Destinaodasterraspblicasedevolutas
Reformaagrria
Usucapioconstitucionalderearural
Dosistemafinanceironacional
EmendaConstitucionalno40/03
Regulamentaoporleiscomplementareserevogaodaprevisodataxaanualdejurosde12%
15
1
1.1
1.1.1
1.1.2
1.2
1.2.1
1.2.2
1.2.3
1.2.4
1.3
1.3.1
1.3.2
1.3.3
1.3.4
1.3.5
1.4
2
2.1
2.1.1
2.1.2
2.1.3
ORDEMSOCIAL
Seguridadesocial
Partegeral
Conceito
Objetivos
Sade
Conceito
Diretrizesepreceitosconstitucionaisrelacionadossade
AtribuiesconstitucionaisdoSistemanicodeSade
Promoodasadepblicaecombateaendemias
Previdnciasocial
Planodeprevidnciasocial
Regrassobreaposentadoria
Regradetransiodeaposentadoriavoluntriaintegraleproporcional
Regradetransioparaprofessor
Regimedeprevidnciaprivadadecartercomplementar
Assistnciasocial
Educao,culturaedesporto
Educao
Conceito
Princpiosconstitucionaisdoensino
Objetivosconstitucionaisdaeducao(art.214
2.1.4
2.1.5
2.1.6
2.1.7
2.2
2.3
2.3.1
2.3.2
3
4
4.1
4.2
5
5.1
5.2
6
6.1
6.2
6.2.1
6.3
6.4
6.4.1
6.4.2
daCF)
Universidades
Preceitosconstitucionaissobreaeducao
Organizaodossistemasdeensino
Aplicaoobrigatriaderecursoseducao
Cultura
Desporto
Preceitosconstitucionais
Justiadesportiva
Cinciaetecnologia
Comunicaosocial
Comunicaosocialeliberdadedeinformao
Garantiaconstitucionaldosigilodafonte
Meioambiente
Constituioeproteoaomeioambiente
Regrasconstitucionaisespecficassobremeioambiente
Famlia,criana,adolescente,jovemeidoso
Conceituao
Regrasderegnciadasrelaesfamiliares
PrincpiodapaternidaderesponsveleexamedoDNA
Tuteladascrianasedosadolescentes
Tutelaaosidosos
ConstituioFederaleEstatutodoIdoso
Sadedoidosoecidadania
6.4.3
6.4.4
7
16
1
2
3
3.1
3.2
3.3
3.4
3.5
4
5
6
7
8
9
9.1
9.2
9.3
9.4
EstatutodoIdosoefiscalizaosentidadesdeatendimentoaosidosos
Idosoetransportepblico
ndios
SISTEMATRIBUTRIONACIONAL
Conceito
Competnciastributrias
Espciesdetributos
Impostos
Taxas
Contribuiesdemelhoria
Contribuiessociais,deintervenonodomnioeconmicoedeinteressedascategoriasprofissionaisoueconmicas
Emprstimocompulsrio
Competnciaresidualtributria
Impostoextraordinrio
Divisodostributosemespciepelosentesfederativos
Repartiodasreceitastributriaspelosentesfederativos
Regrasconstitucionaispararepartiodasreceitastributrias
Limitaesdopoderdetributar
Princpiodareservalegaltributriaoudalegalidadeestrita
Princpiodaigualdadetributria
Princpiodairretroatividadedaleitributria
Princpiodaanterioridadetributria
9.5
9.6
9.7
9.8
9.9
9.10
10
11
Princpiodaanterioridademitigadaounonagesimal
Princpiodavedaoaoconfisco
Princpiodailimitabilidadedotrfegodepessoasoudebens
Princpiodacapacidadecontributiva
Princpiodarazoabilidade
Princpiodauniformidade
Imunidadestributriaselimitaesdopoderdetributar
Isenestributrias
BIBLIOGRAFIA
NDICEREMISSIVO
1
1
DireitoConstitucional
CONSTITUCIONALISMOAorigemformaldoconstitucionalismoestligadasConstituiesescritase
rgidasdosEstadosUnidosdaAmrica,em1787,apsaIndependnciadas13Colnias,edaFrana,em1791,apartirdaRevoluoFrancesa,apresentandodois traosmarcantes:organizao do Estado e limitao do poder estatal, pormeiodaprevisodedireitosegarantiasfundamentais.ComoressaltadoporJorgeMiranda,porm,oDireitoConstitucionalnorte-americanonocomeaapenasnesse ano. Sem esquecer os textos da poca colonial (antes de mais, asFundamentalordersofConnecticutde1639), integram-no,desdelogo,nonvelde princpios e valores ou de smbolos a Declarao de Independncia, aDeclaraodeVirgniaeoutrasDeclaraesdeDireitosdosprimeirosEstados.1
ODireitoConstitucional um ramodoDireitoPblico,destacadopor serfundamental organizao e funcionamento do Estado, articulao doselementos primrios do mesmo e ao estabelecimento das bases da estruturapoltica.
Tem,pois,porobjetoaconstituiopolticadoEstado,nosentidoamplodeestabelecersuaestrutura,aorganizaodesuasinstituiesergos,omododeaquisio e limitao do poder, atravs, inclusive, da previso de diversosdireitosegarantiasfundamentais.
1.1
JorgeMirandadefineoDireitoConstitucionalcomo
a parcela da ordem jurdica que rege o prprio Estado, enquantocomunidade e enquanto poder. o conjunto de normas (disposies eprincpios) que recordam o contexto jurdico correspondente comunidadepolticacomoumtodoeasituamos indivduoseosgruposunsemfacedosoutrosefrenteaoEstado-podereque,aomesmotempo,definematitularidadedopoder,osmodosdeformaoemanifestaodavontade poltica, os rgos de que esta carece e os actos em que seconcretiza.2
ComoprodutolegislativomximodoDireitoConstitucionalencontramosaprpriaConstituio,elaboradaparaexercerduplafuno:garantiadoexistenteeprogramaoulinhadedireoparaofuturo.1
EstadoConstitucional:EstadodeDireitoeEstadoDemocrtico
Oconceito,origemeevoluodoEstadopodemserapontadoshistricaesistematicamente, abstraindo-se da sua formao. Mas a verdadeira extraocientfica daquele conceito e a definio do carter do Estado no podemprescindir dos dados histricos e das investigaes tcnicas que conseguiramsituaroEstadonasistemticajurdica.
A pesquisa histrica aponta que as organizaes humanas surgem e sesucedem no sentido de crculos cada vez mais largos e da cada vez maiorintegraodosgrupossociais,sendo,portanto,oEstadooresultadodelentaegradualevoluoorganizacionaldepoder,quenoseconfundecomasformasdeagrupamentosantigas.
Apesardeimportantessemelhanaspoltico-sociaisnosepodeconsiderarosassimdenominadosEstadoescravista,Estadoantigo,Estadoegpcio,Estadomedieval, Estado feudal como verdadeiramente Estados, no sentido hojeempregado, pois, conforme salienta Pablo Lucas Verd, aqueles que agora asustentamusamovelhoprocedimentodedarnovaroupagemacoisasantigas,tentandoaproveitarasvantagensapresentadaspelatradio.2
Essasformasconstitucionaishistricas,pois,conformesalientadoporSrgioResende de Barros, foram necessrias para compor as diversas estruturasfeudaisemumsmercadonacionalsobumspoderpoltico.Aprincipiouomonoplio pelo Estado da fora institucional, antes dispersa por entre vriasentidadeslegaiseclericais,monoplio,inclusivedasforasarmadas,umavezque o desenvolvimento domercantilismo integrou a poliarquia feudal nessemonopliosoberano,oquedefiniuaorganizaopolticaporessanovaforma:oEstado,queassimnasceucomoEstadonacional,Estado-nao,nocontextodeumanovaidadehistrica,quefoisuapocachamadamoderna.3
As liesdePontesdeMirandaapontamo surgimentodoEstado, tal qualconhecemos hoje, somente no sculo XV, em virtude de sua estruturao edefineEstadocomooconjuntodetodasasrelaesentreospoderespblicoseos indivduos, ou daqueles entre si,4 pois salienta que desde que cessequalquerpossibilidadederelaesde talespcie,oEstadodesaparece.Desdequesurja,oEstadonasce;enquantoJorgeMirandaapontaosculoXVIcomoomarcoinicialdoEstado.5
O Estado, na tradicional obra de Jellinek, necessita de trs elementosfundamentais: poder/soberania, populaoe territrio.OEstado,portanto, formahistricadeorganizaojurdicalimitadoaumdeterminadoterritrioecom populao definida e dotado de soberania, que em termos gerais e nosentidomoderno configura-se emumpoder supremonoplano internoenumpoderindependentenoplanointernacional.
So vrias as teorias que justificam sua existncia, explicando-o pelalegitimidadeda criaodomais forte (teoriadopoderdeHobbes), dos laosjurdico-sociolgicos (Pacto social de Rousseau e Kant), da vontade divina(SantoAgostinho),ouainda,danecessidademoral(Plato,Aristteles,e,maisrecentemente,Hegel).
Igualmente, outras tantas teorias pretendem justificar os fins do Estado,apontando-o como necessrio conservao das instituies (Stahl), realizao e aperfeioamento moral (Hegel), realizao do direito (Locke,Kant), criao e assegurao da felicidade (CristianoWolff e Bentham), ouainda, como aponta a teoria do materialismo histrico estatalista, para a
realizao da igualdade econmica. Kelsen, dentro do estrito formalismo,justificaoEstadocomoofimemsi-mesmo.
Asteoriassocomplementares,poisoEstadosemprealmejafins,aindaquedifusos,definveisemutveiseparaopensamentopoltico-constitucionaltrata-sedeumacategoriaestruturante.
Nessecontextohistrico,oconstitucionalismoescritosurgecomoEstado,tambm com a funo de racionalizao e humanizao, trazendo consigo anecessidadedaproclamaodedeclaraesdedireitos.
SurgemasnovasdeclaraesdeDireitos,comaDeclaraodeDireitosdaVirgnia,de16de junhode1776,aDeclaraode IndependnciadosEstadosUnidosdaAmrica,de4dejulhode1776,eaConstituiodosEstadosUnidos,de17desetembrode1787,comsuasdezprimeirasemendasaprovadasem25desetembrode1789eratificadasem15dedezembrode1791.
OEstadodeDireitoconsagradocomoconstitucionalismoliberaldosculoXIX, se destacando a Constituio de Cdis, de 19 de maro de 1812, a 1a
Constituio Portuguesa, de 23 de setembro de 1822, a 1a ConstituioBrasileira,de25demarode1824eaConstituioBelga,de7defevereirode1831.
A necessidade de racionalizao e humanizao faz com que os textosescritosexijamquetodoombitoestatalestejapresididopornormasjurdicas,que o poder estatal e a atividade por ele desenvolvida se ajustem ao que determinadopelaspreviseslegais,ouseja,asubmissodetodosaosEstadodeDireito,comosalientadoporMauriceHariou.
Nessemesmo sentido, LeonDuguit salientaque apartirdomomento emque se compreendeu o significado da expresso Estado de direito, emergiu avigorosanecessidadedeedificaraconstruojurdicadoEstado.1
A Declarao de Direitos da Constituio Francesa de 4 de novembro de1848,dandosequnciaaessasriededocumentosescritoscaracterizadoresdoconstitucionalismomoderno, foiumtextoprecursordosculoXX,poispreviaem seu texto que a Repblica Francesa tinha por princpios a liberdade, aigualdadeeafraternidade,tendoporbaseafamlia,otrabalho,apropriedadeeaordempblicaeestabelecendocompetirRepblicaaproteodocidado,
inclusivenotocanteaseutrabalho.
Igualmente, no sculo XIX, omanifesto comunista de KarlMarx passou aembasar teoricamenteomovimentodos trabalhadores, e, juntamente comosreflexosdocartismonaInglaterraedaComunade1871,naFrana,passamaminarasatentoslidasbasesdoEstadoLiberal.
A partir da Constituio de Weimar (1919), que serviu de modelo parainmeras outras constituies do primeiro ps-guerra, e apesar de sertecnicamente uma constituio consagradora de uma democracia liberal houve a crescente constitucionalizao do Estado Social de Direito, com aconsagrao em seu texto dos direitos sociais e a previso de aplicao erealizao por parte das instituies encarregadas dessa misso. AconstitucionalizaodoEstadoSocialconsubstanciou-senaimportanteintenodeconverteremdireitopositivovriasaspiraessociais,elevadascategoriadeprincpiosconstitucionaisprotegidospelasgarantiasdoEstadodeDireito.
Verifica-sea inclusodecontedospredominantementeprogramticosnostextos constitucionais, complementando o constitucionalismo nascido com oEstado Liberal de Direito com normas relativas aos direitos sociais eeconmicos,passandoaexistirexpressamentenormasprogramticaspoltico-sociais,almdotradicionalestatutopoltico,contendoosprincpiosenormassobreaordenaosocial,osfundamentosdasrelaesentrepessoasegruposeasformasdeparticipaodacomunidade,inclusivenoprocessoprodutivo.
O Estado de Direito, j com a constitucionalizao dos direitos sociais eeconmicos,noperodoanterior2aGrandeGuerra foi criticadoporautoresnacional-socialistas (Reinhard Hohn) e definido como a anttese do Estadobolchevique (Koellreutter), mas tambm j foi denominado Estado tico, noconstitucionalismo italiano, imediatamente ao ps-guerra (1947 FeliceBattaglia).
AevoluodoEstadoconsagrouanecessidadedafrmulaEstadodeDireito,que, conforme salientado por Pablo Lucas Verd, ainda exerce particularfascinaosobreosjuristas.EssafrmulaapontaanecessidadedoDireitoserrespeitosocomasliberdadesindividuaistuteladaspeloPoderPblico.
Essa evoluo foi acompanhada pela consagrao de novas formas de
exerccio da democracia representativa, em especial, com a tendncia deuniversalizao do voto e constante legitimao dos detentores do Poder,fazendosurgiraideiadeEstadoDemocrtico.
Importante, portanto, ressaltar a importncia dada por Canotilho(Qualquer que seja o conceito e a justificao do Estado e existem vriosconceitos e vrias justificaes o Estado s se concebe hoje como Estadoconstitucional) ao EstadoConstitucional (Estado com qualidades), que em seuconceitoumtecnologiapolticadeequilbriopoltico-socialatravsdaqualsecombateramdoisarbtrios ligadosamodelosanteriores,a saber:aautocraciaabsolutistadopodereosprivilgiosorgnico-corporativomedievais.1
O Estado Constitucional configura-se, portanto, como uma das grandesconquistasdahumanidade,que,paraserumverdadeiroEstadodequalidadesnoconstitucionalismomodernodeveserumEstadodemocrticodedireito.
Dessa forma, so duas as grandes qualidades do Estado Constitucional:EstadodedireitoeEstadodemocrtico.
OEstadodeDireitocaracteriza-seporapresentarasseguintespremissas:(1)primazia da lei, (2) sistema hierrquico de normas que preserva a seguranajurdicaequeseconcretizanadiferentenaturezadasdistintasnormaseemseucorrespondentembitodevalidade;(3)observnciaobrigatriada legalidadepela administrao pblica; (4) separao de poderes como garantia daliberdadeoucontroledepossveisabusos;(5)reconhecimentodapersonalidadejurdica do Estado, que mantm relaes jurdicas com os cidados; (6)reconhecimento e garantia dos direitos fundamentais incorporados ordemconstitucional; (7) em alguns casos, a existncia de controle deconstitucionalidadedasleiscomogarantiaanteodespotismodoLegislativo.
Assim,existiroEstadodeDireitoondehouverasupremaciadalegalidade,ouparaodireitoinglsaTheRuleofLaw,paraodireitofrancsotatLegal,paraodireitoalemooRechtsstaat,ouainda,aalwaysunder law dodireitonorte-americano.
A interpretao da The Rule of Law, apesar de sua evoluo e variaeshistricas, pode ser apontada em suas quatro dimenses: (1) observncia dodevidoprocessolegal(MagnaChartade1215);(2)predominnciadasleisedos
costumesdopasperanteadiscricionariedadedopoderreal;(3)sujeiodetodososatosdoexecutivosoberaniadoParlamento;(4)igualdadedeacessoaostribunaisparadefesadosdireitosconsagrados.
Ltatlegalconsagrou-senoconstitucionalismofrancscomaconstruodehierarquianaordemjurdica,prevendonovrticedapirmideasdeclaraesdedireitose,posteriormente,otextoconstitucional.
O Rechtsstaat, surgido no incio do sculo XIX na Alemanha, pretendeusubstituiraideiadeEstadodePolcia,ondetudoregulamentadoecontroladopeloEstado,pelaideiadeEstadodeDireito,nosentidodeproteoaordemeseguranapblica,pormcomliberdadeaoparticularnoscamposeconmicosesociais,e,garantindo-seumamplomodeloprotetivodejurisdioordinria.
NosEstadosUnidosdaAmrica,aconsagraodoEstadodeDireitodeu-secomaaplicaoprticadaampla reviso judicial, no clebre casoMarbury v.Madison (1803), quando a Corte Suprema, conduzida pelo Juiz-PresidenteMarshal, proclamou a superioridade das normas constitucionais sobre todo orestantedoordenamentojurdico,inclusivesobreosatosdoPoderLegislativo,corroborando,dessaforma,asafirmaesanterioresdeHamilton,queapontousobreotema:Estaconclusonosupedemodoalgumumasuperioridadedopoder judicirio sobre o legislativo. Supe apenas que o poder do povo superioraambos,eque,quandoavontadedolegislativo,expressaemsuasleis,entreemoposiocomadopovo,expressanaConstituio,osjuzesdevemsergovernadosporestaltimaenopelasprimeiras.Devemregularsuasdecisespelasleisfundamentais,nopelasquenosofundamentais.1
Por outro lado, e de maneira complementar, a defesa de um EstadoDemocrtico pretende, precipuamente, afastar a tendncia humana aoautoritarismoeconcentraodepoder.ComoensinaGiuseppedeVergottini,o estado autoritrio, em breve sntese, caracteriza-se pela concentrao noexercciodopoder,prescindindodo consensodosgovernadose repudiandoosistema de organizao liberal, principalmente a separao das funes dopodereasgarantiasindividuais.2
Maurice Duverger, ao analisar a complexidade da conceituao daDemocracia, aponta adefiniomais simples emais realistadeDemocracia:
2
regimeemqueosgovernantessoescolhidospelosgovernados;porintermdiodeeleieshonestaselivres.1
OEstadoDemocrticodeDireito, caracterizadordoEstadoConstitucional,significa que o Estado se rege por normas democrticas, com eleies livres,peridicas e pelo povo, bem como o respeito das autoridades pblicas aosdireitosegarantiasfundamentaisproclamado,porexemplo,nocaputdoart.1odaConstituiodaRepblicaFederativadoBrasil,queadotou,igualmente,em seu pargrafo nico, o denominadoprincpio democrtico ao afirmar quetodoopoderemanadopovo,queoexercepormeioderepresentanteseleitosoudiretamente,nostermosdestaConstituio,paramaisadiante,emseuart.14,proclamarqueasoberaniapopularserexercidapelosufrgiouniversalepelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei,mediante:Iplebiscito;IIreferendo;IIIiniciativapopular.
Assim,oprincpiodemocrticoexprime fundamentalmenteaexignciadaintegralparticipaodetodosedecadaumadaspessoasnavidapolticadopas,afimdegarantirorespeitosoberaniapopular.2
O Estado Constitucional, portanto, mais do que o Estado de Direito, tambmoEstadoDemocrtico,introduzidonoconstitucionalismocomogarantiadelegitimaoelimitaodopoder.
CONCEITODECONSTITUIOConstituio,latosensu,oatodeconstituir,deestabelecer,defirmar;ou,
ainda, o modo pelo qual se constitui uma coisa, um ser vivo, um grupo depessoas;organizao, formao.3Juridicamente,porm,Constituio deve serentendidacomoaleifundamentalesupremadeumEstado,quecontmnormasreferentesestruturaodoEstado,formaodospoderespblicos,formadegoverno e aquisio do poder de governar, distribuio de competncias,direitos, garantias e deveres dos cidados. Alm disso, a Constituio queindividualiza os rgos competentes para a edio de normas jurdicas,legislativasouadministrativas.4
AnalisandoareadeabrangnciadaConstituio,VirgliodeJesusMiranda
3
3.1
Carvalhoentende5
quemelhorsedefiniraConstituiocomooestatutojurdicofundamentaldacomunidade, isto,abrangendo,masnoserestringindoestritamenteao poltico e porque suposto este, no obstante a sua hoje reconhecidaaptidopotencialparaumatendencialtotalizao,comotendo,apesardetudo,umaespecificidadeecontedomaterialprprios,oquenoautorizaaqueporele(ouexclusivamenteporele)sedefinatodaavidaderelaoetodas as reas de convivncia humana em sociedade e levar autonomizao do normativo-jurdico especfico (neste sentido, total enoapenastendencialmenteoDireito),bemcomodistino,noseiodaprpriaConstituio,entreasuaintenoideolgica-polticaeaintenojurdicastrictosensu.Comestesentidotambmpoderemos,ento,definiraConstituiocomoaleifundamentaldasociedade.
Importante destacar o chamado conceito ideal de constituio, imposto apartir do triunfodomovimento constitucional no incio do sculoXIX.ComoensinaCanotilho,
este conceito ideal identifica-se fundamentalmente com os postuladospolticos--liberais, considerando-os como elementos materiaiscaracterizadores e distintivos os seguintes: (a) a constituio deveconsagrar um sistema de garantias da liberdade (esta essencialmenteconcebida no sentido do reconhecimento de direitos individuais e daparticipao dos cidados nos actos do poder legislativo atravs doparlamento);(b)aconstituiocontmoprincpiodadivisodepoderes,nosentidodegarantiaorgnica contraos abusosdospoderes estatais; (c) aconstituiodeveserescrita(documentoescrito).1
CLASSIFICAODASCONSTITUIES
Quadrogeral
3.2
3.3
Quantoaocontedo:constituiesmateriais,ousubstanciais,eformais
Constituio material consiste no conjunto de regras materialmenteconstitucionais,estejamounocodificadasemumnicodocumento;enquantoaConstituioformalaquelaconsubstanciadadeformaescrita,pormeiodeumdocumentosoleneestabelecidopelopoderconstituinteoriginrio.
Quantoforma:constituiesescritasenoescritas
Constituioescritaoconjuntoderegrascodificadoesistematizadoemumnico documento, para fixar-se a organizao fundamental. Canotilhodenomina-adeconstituio instrumental, apontando seuefeito racionalizador,estabilizante,deseguranajurdicaedecalculabilidadeepublicidade.1
A Constituio escrita, portanto, o mais alto estatuto jurdico dedeterminadacomunidade,caracterizando-seporsera lei fundamentaldeumasociedade.Aissocorrespondeoconceitodeconstituiolegal, comoresultadodaelaboraodeumaCartaescritafundamental,colocadanopicedapirmide
3.4
3.5
normativaedotadadecoercibilidade.2
ComosalientaCanotilho,Agarantiadaforanormativadaconstituionotarefafcil,masseodireitoconstitucionaldireitopositivo,seaconstituiovale como lei, ento as regras e princpios constitucionais devem obternormatividaderegulandojurdicaeefetivamenteasrelaesdavida,dirigindoascondutasedandoseguranaaexpectativasdecomportamento.3
Constituionoescritaoconjuntoderegrasnoaglutinadoemumtextosolene,mas baseado em leis esparsas, costumes, jurisprudncia e convenes(exemplo:Constituioinglesa).
SalientaJorgeMiranda:
Diz-semuitas vezes que a Constituio inglesa uma Constituio noescrita(unwrittenConstitution).Semcertosentidoesteassertoseafiguraverdadeiro: no sentido de que uma grande parte das regras sobreorganizaodopoderpolticoconsuetudinria;e,sobretudo,nosentidode que a unidade fundamental da Constituio no repousa em nenhumtexto ou documento, mas em princpios no escritos assentes naorganizaosocialepolticadosBritnicos.4
Quantoaomododeelaborao:constituiesdogmticasehistricas
Enquanto a constituio dogmtica se apresenta como produto escrito esistematizado por um rgo constituinte, a partir de princpios e ideiasfundamentaisdateoriapolticaedodireitodominante,aconstituiohistricafrutodalentaecontnuasntesedaHistriaetradiesdeumdeterminadopovo(exemplo:Constituioinglesa).
Quantoorigem:constituiespromulgadas(democrticas,populares)eoutorgadas
So promulgadas, tambm denominadas democrticas ou populares, asConstituies que derivam do trabalho de uma Assembleia Nacional
3.6
Constituintecompostaderepresentantesdopovo,eleitoscoma finalidadedesuaelaborao(exemplo:Constituiesbrasileirasde1891,1934,1946e1988)e constituies outorgadas as elaboradas e estabelecidas sem a participaopopular, atravs de imposio do poder da poca (exemplo: Constituiesbrasileirasde1824,1937,1967eECno01/1969).
Existem,ainda,aschamadasconstituiescesaristas,quesoaquelasque,no obstante outorgadas, dependem da ratificao popular por meio dereferendo.
Quantoestabilidade:constituiesimutveis,rgidas,flexveisesemirrgidas
So imutveis as constituies onde se veda qualquer alterao,constituindo-serelquiashistricas.Emalgumasconstituies,aimutabilidadepoderserrelativa,quandosepreveemaschamadaslimitaestemporais,ouseja, um prazo em que no se admitir a atuao do legislador constituintereformador.Assim,aConstituiode1824,emseuart.174,determinava:
Sepassadosquatro annos,depoisde juradaaConstituiodoBrazil, seconhecer,quealgumdosseusartigosmerecereforma,sefaraproposiopor escripto, a qual deve ter origem na Cmara dos Deputados, e serapoiadaporterapartedelles.
Saliente-se que, apesar dessa previso, a Constituio de 1824 erasemiflexvel,comosenotaporseuart.178,queafirmava:
s Constitucional o que diz respeito aos limites, e attribuiesrespectivasdosPoderesPoliticos,eaosDireitosPoliticos,eindividuaesdosCidados. Tudo, o que no Constitucional, pde ser alterado sem asformalidadesreferidas,pelasLegislaturasordinarias.
Rgidas so as constituies escritas que podero ser alteradas por umprocesso legislativomaissoleneedificultosodoqueoexistenteparaaedio
3.7
dasdemaisespciesnormativas(porexemplo:CF/88art.60);porsuavez,asconstituies flexveis, em regra no escritas, excepcionalmente escritas,poderoseralteradaspeloprocessolegislativoordinrio.
Como um meio-termo entre as duas anteriores, surge a constituiosemiflexvel ou semirrgida, na qual algumas regras podero ser alteradas peloprocesso legislativo ordinrio, enquanto outras somente por um processolegislativoespecialemaisdificultoso.
Ressalte-sequeaConstituioFederalde1988podeserconsideradacomosuper--rgida, uma vez que em regra poder ser alterada por um processolegislativodiferenciado,mas,excepcionalmente,emalgunspontos imutvel(CF,art.60,4oclusulasptreas).
Quantosuaextensoefinalidade:constituiesanalticas(dirigentes)esintticas(negativas,garantias)
Asconstituiessintticaspreveemsomenteosprincpioseasnormasgeraisde regncia do Estado, organizando-o e limitando seu poder, por meio daestipulao de direitos e garantias fundamentais (por exemplo: Constituionorte-americana);diferentementedasconstituiesanalticas,queexaminameregulamentam todos os assuntos que entendam relevantes formao,destinaoefuncionamentodoEstado(porexemplo:Constituiobrasileirade1988).
ComoafirmadoporJosAfonsodaSilva,oConstituinte
rejeitou a constituio sinttica, que constituio negativa, porqueconstrutora apenas de liberdade-negativa ou liberdade-impedimento,oposta autoridade,modelo de constituio que, s vezes, se chama deconstituio garantia. (...) Assumiu o novo texto a caracterstica deconstituio-dirigente, enquanto define fins e programa de ao futura,menos no sentimento socialista do que no de uma orientao social-democrticaimperfeita,reconhea-se.1
3.8
3.9
4
Emobraclssicasobreoassunto,Canotilhoapontaagrandeproblemticaemsedefiniremoslimitesdeumaconstituio-dirigente,sendoncleoprincipaldeestudooquedeve(epode)umaconstituioordenaraosrgoslegiferanteseoquedeve(comoequandodeve) fazero legisladorparacumprir,de formaregular,adequadaeoportuna,as imposiesconstitucionais, implantandoosplanostraadospelolegisladorconstituinteoriginrio,eminter-relaocomarealidadesocial.2
ConstituioFederalde1988
NossaatualConstituioFederalapresentaaseguinteclassificao:formal,escrita,legal,dogmtica,promulgada(democrtica,popular),rgida,analtica.
Outrasclassificaes
Doutrinariamente,podemosapontaroutrasclassificaesdeconstituies.Assim,asconstituiesdualistasoupactuadassoaquelasemqueseefetivaumcompromisso entre o rei e o Poder Legislativo, sujeitando-se o monarca aosesquemas constitucionais, e resultando a constituio de dois princpios: omonrquicoeodemocrtico.
Por sua vez, constituio nominalista aquela cujo texto da CartaConstitucional j contm verdadeiros direcionamentos para os problemasconcretos, a serem resolvidosmediante aplicao pura e simples das normasconstitucionais. Ao intrprete caberia to somente interpret-la de formagramatical-literal. Por outro lado, constituio semntica aquela cujainterpretao de suas normas depende da averiguao de seu contedosignificativo,daanlisedeseucontedosociolgico,ideolgico,metodolgico,possibilitando uma maior aplicabilidade poltico-normativa-social do textoconstitucional.
APLICABILIDADEDASNORMASCONSTITUCIONAIS
4.1 Normasconstitucionaisdeeficciaplena,contidaelimitada
Tradicionalaclassificaodasnormasconstitucionais,dadaporJosAfonsodaSilva1emrelaoasuaaplicabilidadeemnormasdeeficciaplena,contidaelimitada.2
Sonormasconstitucionaisdeeficciaplena
aquelasque,desdeaentradaemvigordaConstituio,produzem,outmpossibilidade de produzir, todos os efeitos essenciais, relativamente aosinteresses, comportamentos e situaes, que o legislador constituinte,direta e normativamente, quis regular (por exemplo: os remdiosconstitucionais).
Normasconstitucionaisdeeficciacontida soaquelasemqueo legisladorconstituinte regulou suficientemente os interesses relativos a determinadamatria, mas deixou margem atuao restritiva por parte da competnciadiscricionriadopoderpblico,nostermosquealeiestabelecerounostermosde conceitos gerais nelas enunciados (por exemplo: art. 5o, XIII livre oexercciodequalquer trabalho, ofcioouprofisso, atendidas as qualificaesprofissionaisquealeiestabelecer).
Por fim, normas constitucionais de eficcia limitada so aquelas queapresentam aplicabilidade indireta, mediata e reduzida, porque somenteincidemtotalmentesobreessesinteresses,apsumanormatividadeulteriorquelhes desenvolva a aplicabilidade (por exemplo: CF, art. 37, VII: o direito degreve ser exercidonos termos enos limitesdefinidos em lei especfica.Essapreviso condiciona o exerccio do direito de greve, no servio pblico, regulamentao legal. Ainda, podemos citar como exemplo o art. 7o, XI, daConstituioFederal,queprevaparticipaodosempregadosnos lucros,ouresultadosdaempresa,conformedefinidoemlei).3
EficciaabsolutaEficciarelativarestringvel
4.2 Normasconstitucionaiscomeficciaabsoluta,plena,relativarestringvelerelativacomplementveloudependentesdecomplementao
MariaHelenaDiniz prope uma nova espcie de classificao das normasconstitucionais, tendo por critrio a intangibilidade e a produo dos efeitosconcretos.1
Assim,propeeexplicaareferidaautoraquesonormasconstitucionaisdeeficciaabsoluta
as intangveis; contra elas nem mesmo h o poder de emendar. Daconteremumaforaparalisantetotaldetodaalegislaoque,explcitaouimplicitamente,vieracontrari-las.Distinguem-se,portanto,dasnormasconstitucionaisdeeficciaplena,que,apesardeincidiremimediatamentesemnecessidade de legislao complementar posterior, so emendveis.Por exemplo, os textos constitucionais que ampararam a federao (art.1o),ovotodireto,secreto,universaleperidico(art.14),aseparaodepoderes(art.2o)eosdireitosegarantiasindividuais(art.5o, IaLXXVII),porsereminsuscetveisdeemendasointangveis,porforadosarts.60,4o,e34,VII,aeb.
Asnormascomeficciaplena
so plenamente eficazes..., desde sua entrada em vigor, paradisciplinarem as relaes jurdicas ou o processo de sua efetivao, por
conteremtodososelementosimprescindveisparaquehajaapossibilidadedaproduoimediatadosefeitosprevistos,jque,apesardesuscetveisdeemenda,no requeremnormao subconstitucional subsequente.Podemserimediatamenteaplicadas.
Porsuavez,asnormascomeficciarelativarestringvelcorrespondem
sdeeficciacontidadeJosAfonsodaSilva,mas,aceitandoa liodeMichelTemer,preferimosdenomin-lanormasconstitucionaisdeeficciaredutvelou restringvel,por seremdeaplicabilidade imediataouplena,embora suaeficciapossa ser reduzida, restringidanos casosena formaquea leiestabelecer; tm,portanto, seualcance reduzidopela atividadelegislativa. So preceitos constitucionais que receberam do constituintenormatividade capazde regeros interesses,mas contm, em seubojo, aprescriodemeiosnormativosoudeconceitosquerestringemaproduodeseusefeitos.Sonormaspassveisderestrio.
Finalmente,
hpreceitosconstitucionaisquetmaplicaomediata,pordependeremdenormaposterior, ou seja,de lei complementarouordinria, que lhesdesenvolva a eficcia, permitindo o exerccio do direito ou do benefcioconsagrado. Sua possibilidade de produzir efeitos mediata, pois,enquantonoforpromulgadaaquelaleicomplementarouordinria,noproduziro efeitos positivos,mas tero eficcia paralisante de efeitos denormas precedentes incompatveis e impeditiva de qualquer condutacontrria ao que estabelecerem.No recebem, portanto, do constituintenormatividade suficientepara suaaplicao imediata, porqueeledeixouaoLegislativoatarefaderegulamentaramatria,logo,porestarazo,nopodero produzir todos os seus efeitos de imediato, porm tmaplicabilidade mediata, j que incidiro totalmente sobre os interessestutelados, aps o regramento infraconstitucional. Por esse motivo,preferimos denomin-las normas com eficcia relativa dependente decomplementaolegislativa.
4.3
5
Normasprogramticas
Asnormasprogramticas,conformesalientaJorgeMiranda,
sodeaplicaodiferida,enodeaplicaoouexecuoimediata;maisdo que comandos-regras, explicitam comandos-valores; conferemelasticidade ao ordenamento constitucional; tm como destinatrioprimacialemboranonicoolegislador,acujaopoficaaponderaodotempoedosmeiosemquevmaserrevestidasdeplenaeficcia(enissoconsiste a discricionariedade); no consentem que os cidados ouquaisquercidadosasinvoquemj(ouimediatamenteapsaentradaemvigordaConstituio),pedindoaostribunaisoseucumprimentosporsi,pelo que pode haver quem afirme que os direitos que delas constam,mxime os direitos sociais, tm mais natureza de expectativas que deverdadeiros direitos subjectivos; aparecem,muitas vezes, acompanhadasdeconceitosindeterminadosouparcialmenteindeterminados.1
Portanto, o juzo de oportunidade e a avaliao da extenso do programaincumbemaoPoderLegislativo,noexercciodesuafunolegiferantee,comosalientado por Tercio Sampaio Ferraz Jr., a eficcia tcnica, neste caso, limitada.Eaeficciasocialdependedaprpriaevoluodassituaesdefato.Da resultaumaaplicabilidadedependente.2MariaHelenaDiniz citaos arts.21,IX,23,170,205,211,215,218,226,2o,daConstituioFederalde1988como exemplos de normas programticas, por no regularem diretamenteinteresses ou direitos nelas consagrados, mas limitarem-se a traar algunspreceitos a serem cumpridos pelo Poder Pblico, como programas dasrespectivas atividades, pretendendounicamente a consecuodos fins sociais peloEstado.1
INTERPRETAODASNORMASCONSTITUCIONAISOconflito entredireitos e bens constitucionalmenteprotegidos resulta do
fatodeaConstituioprotegercertosbensjurdicos(sadepblica,segurana,
liberdadedeimprensa,integridadeterritorial,defesanacional,famlia,idosos,ndiosetc.),quepodemviraenvolver-senumarelaodoconflitooucoliso.Parasolucionar-seesseconflito,compatibilizando-seasnormasconstitucionais,afimdequetodastenhamaplicabilidade,adoutrinaapontadiversasregrasdehermenuticaconstitucionalemauxlioaointrprete.
ComodefinidoporVicenteRo,
a hermenutica tem por objeto investigar e coordenar por modosistemticoosprincpios cientficose leisdecorrentes,quedisciplinamaapurao do contedo, do sentido e dos fins das normas jurdicas e arestauraodoconceitoorgnicododireito,paraefeitodesuaaplicaoeinterpretao;pormeiode regraseprocessosespeciaisprocura realizar,praticamente, estes princpios e estas leis cientficas; a aplicao dasnormas jurdicas consiste na tcnica de adaptao dos preceitos nelascontidos assim interpretados, s situaes de fato que se lhessubordinam.2
Apalavraintrprete,adverteFernandoCoelho,temorigemlatinainterpresquedesignavaaquelequedescobriaofuturonasentranhasdasvtimas.Tirardas entranhas ou desentranhar era, portanto, o atributo do interpres, de quederivaparaapalavrainterpretarcomosignificadoespecficodedesentranharoprprio sentido das palavras da lei, deixando implcito que a traduo doverdadeirosentidoda leialgobemguardado,entranhado,portanto,emsuaprpriaessncia.3
Analisando a Constituio Federal, Raul Machado Horta aponta aprecedncia, em termos interpretativos, dos Princpios Fundamentais daRepblicaFederativaedaenunciaodosDireitoseGarantiasFundamentais,dizendoque
evidente que essa colocao no envolve o estabelecimento dehierarquia entre as normas constitucionais, de modo a classific-la emnormassuperioresenormassecundrias.Todassonormasfundamentais.A precedncia serve interpretao da Constituio, para extrair dessa
nova disposio formal a impregnao valorativa dos PrincpiosFundamentais,semprequeelesforemconfrontadoscomatosdolegislador,do administrador e do julgador, motivo pelo qual classifica-a deConstituioplstica.1
A Constituio Federal h de sempre ser interpretada, pois somente pormeiodaconjugaodaletradotextocomascaractersticashistricas,polticas,ideolgicasdomomento,seencontraromelhorsentidodanormajurdica,emconfronto com a realidade sociopoltico-econmica e almejando sua plenaeficcia.2
Canotilhoenumeradiversosprincpiose regras interpretativasdasnormasconstitucionais:
da unidade da constituio: a interpretao constitucional dever serrealizadademaneiraaevitarcontradiesentresuasnormas;do efeito integrador: na resoluo dos problemas jurdico-constitucionais, dever ser dada maior primazia aos critriosfavorecedoresdaintegraopolticaesocial,bemcomoaoreforodaunidadepoltica;damxima efetividade ou da eficincia: a uma norma constitucionaldeveseratribudoosentidoquemaioreficcialheconceda;da justeza ou da conformidade funcional: os rgos encarregados dainterpretao da norma constitucional no podero chegar a umaposio que subverta, altere ou perturbe o esquema organizatrio-funcional constitucionalmente estabelecido pelo legisladorconstituinteoriginrio;daconcordnciaprticaoudaharmonizao:exige-seacoordenaoecombinao dos bens jurdicos em conflito de forma a evitar osacrifciototaldeunsemrelaoaosoutros;daforanormativadaconstituio:entreas interpretaespossveis,deveseradotadaaquelaquegarantamaioreficcia,aplicabilidadeepermannciadasnormasconstitucionais.
5.1
Aponta, igualmente, com Vital Moreira, a necessidade de delimitao dombito normativo de cada norma constitucional, vislumbrando-se sua razo deexistncia,finalidadeeextenso.3
Esses princpios so perfeitamente completados por algumas regraspropostasporJorgeMiranda:4
acontradiodosprincpiosdevesersuperada,oupormeiodareduoproporcionaldombitodealcancedecadaumdeles,ou,emalgunscasos,medianteaprefernciaouaprioridadedecertosprincpios;deve ser fixada a premissa de que todas as normas constitucionaisdesempenham uma funo til no ordenamento, sendo vedada ainterpretaoquelhesuprimaoudiminuaafinalidade;os preceitos constitucionais devero ser interpretados tantoexplicitamente quanto implicitamente, a fim de colher-se seuverdadeirosignificado.
A aplicao dessas regras de interpretao dever, em sntese, buscar aharmoniadotextoconstitucionalcomsuasfinalidadesprecpuas,adequando-as realidade e pleiteando a maior aplicabilidade dos direitos, garantias eliberdadespblicas.
Ressalte-se,contudo,queasupremaciaabsolutadasnormasconstitucionaiseaprevalnciadoprincpiodadignidadedapessoahumanacomofundamentobasilardaRepblica1obrigamointrprete,emespecialoPoderJudicirio,noexercciodesuafunointerpretativa,aplicarnosanormamais favorvelproteo aos Direitos Humanos, mas, tambm, eleger em seu processohermenutico,ainterpretaoquelhegarantaamaioremaisamplaproteo.2
InterpretaoconformeaConstituioDeclaraodeinconstitucionalidadeparcialsemreduodetextoAinterpretaoconstitucionaleoativismojudicial(NeoconstitucionalismoePositivismo)
6
Conferir amplo estudo sobre a interpretao conforme constituio, adeclarao de inconstitucionalidade parcial sem reduo de texto e ainterpretao constitucional e o ativismo judicial (Neoconstitucionalismo ePositivismo), nos itens 10.9.1, 10.9.2 e 10.9.3, no Captulo 12 (Controle deConstitucionalidade).
PREMBULOCONSTITUCIONALNs, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional
Constituinte para instituir um Estado Democrtico, destinado a assegurar oexercciodosdireitossociaiseindividuais,aliberdade,asegurana,obem-estar,odesenvolvimento,aigualdadeeajustiacomovaloressupremosdeumasociedadefraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social ecomprometida, na ordem interna e internacional, com a soluo pacfica dascontrovrsias,promulgamos,sobaproteodeDeus,aseguinteCONSTITUIODAREPBLICAFEDERATIVADOBRASIL.
Oprembulo de umaConstituio pode ser definido como documento deintenesdodiploma, e consiste emuma certido de origem e legitimidade donovo texto e uma proclamao de princpios, demonstrando a ruptura com oordenamento constitucional anterior e o surgimento jurdico de um novoEstado.detradioemnossoDireitoConstitucionaleneledevemconstarosantecedentes e enquadramento histrico da Constituio, bem como suasjustificativaseseusgrandesobjetivosefinalidades.
Jorge Miranda aponta a existncia de prembulos em alguns dos maisimportantes textos constitucionais estrangeiros:EstadosUnidos (1787),Sua(1874), Alemanha deWeimar (1919), Irlanda (1937), Frana (1946 e 1958),Japo(1946),Grcia(1975),Espanha(1978).1
PodemosacrescentarasconstituiesdoPeru(1979),daantigaAlemanhaOcidental (1949) e da Alemanha Oriental (1968, com as emendas de 7 deoutubrode1974),daPolnia(1952),Bulgria(1971),Romnia(1975),Cuba(1976),Nicargua(1987),Moambique(1978),SoTomePrncipe(1975)eCaboVerde(1981).
7
Apesar de no fazer parte do texto constitucional propriamente dito e,consequentemente, no conter normas constitucionais de valor jurdicoautnomo,oprembulonojuridicamenteirrelevante,umavezquedeveserobservadocomoelementodeinterpretaoeintegraodosdiversosartigosquelheseguem.2
Como ensina Juan Bautista Alberdi o prembulo deve sintetizarsumariamenteosgrandesfinsdaConstituio,servindodefonteinterpretativaparadissiparasobscuridadesdasquestesprticasederumoparaaatividadepolticadogoverno.3
O prembulo, portanto, por no ser norma constitucional, no poderprevalecer contra textoexpressodaConstituioFederal, e tampoucopoderser paradigma comparativo para declarao de inconstitucionalidade, porm,portraarasdiretrizespolticas,filosficaseideolgicasdaConstituio,serumadesuaslinhasmestrasinterpretativas.4
Observe-se que a evocao proteo de Deus no prembulo daConstituioFederalnoa tornaconfessional,mas sim reforaa laicidadedoEstado,afastandoqualqueringernciaestatalarbitrriaouabusivanasdiversasreligies5 e garantindo tanto a ampla liberdade de crena e cultos religiosos,comotambmamplaproteojurdicaaosagnsticoseateus,quenopoderosofrerquaisquerdiscriminaespelofatodenoprofessaremumaf.
FUNDAMENTOSDAREPBLICAFEDERATIVADOBRASILA Repblica Federativa do Brasil, formada pela unio indissolvel dos
EstadoseMunicpiosedoDistritoFederal,constitui-seemEstadodemocrticodedireitoetemcomofundamentos:
asoberania:consiste,nadefiniodeMarceloCaetano,emumpoderpolticosupremoeindependente,entendendo-seporpodersupremo aquele que no est limitado por nenhumoutro na ordeminterna e por poder independente aquele que, na sociedadeinternacional, no tem de acatar regras que no sejamvoluntariamente aceites e est em p de igualdade com os poderes
supremosdosoutrospovos;1
a capacidade de editar suas prprias normas, sua prpria ordemjurdica(acomearpelaLeiMagna),detalmodoquequalquerregraheternoma s possa valer nos casos e nos termos admitidos pelaprpria Constituio. A Constituio traz a forma de exerccio dasoberaniapopularnoart.14;a cidadania: representa um status e apresenta-se simultaneamentecomoobjetoeumdireitofundamentaldaspessoas;a dignidade da pessoa humana: concede unidade aos direitos egarantias fundamentais, sendo inerente s personalidades humanas.Esse fundamento afasta a ideia de predomnio das concepestranspessoalistas de Estado e Nao, em detrimento da liberdadeindividual. A dignidade um valor espiritual e moral inerente pessoa, que se manifesta singularmente na autodeterminaoconsciente e responsvel da prpria vida e que traz consigo apretenso ao respeito por parte dasdemais pessoas, constituindo-seummnimoinvulnervelquetodoestatutojurdicodeveassegurar,demodoque,somenteexcepcionalmente,possamserfeitaslimitaesaoexercciodosdireitos fundamentais,mas sempre semmenosprezar anecessriaestimaquemerecemtodasaspessoasenquantosereshumanos2
e a busca ao Direito Felicidade.3 O Supremo Tribunal Federalinterpretando o Princpio daDignidade da PessoaHumana editou aSmulaVinculanteno 11 com o seguinte teor: S lcito o uso dealgemas em casos de resistncia e de fundado receio de fuga ou deperigointegridadefsicaprpriaoualheia,porpartedopresooudeterceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena deresponsabilidadedisciplinar,civilepenaldoagenteoudaautoridadee de nulidade da priso ou do ato processual a que se refere, semprejuzo da responsabilidade civil do Estado.1 Igualmente, emimportantssimadeciso,emrelaoaotratamentoconstitucionaldatortura,oprincpiodaDignidadedaPessoaHumanaeaLeidaAnistia,afirmouoSupremoTribunalFederalqueoargumentodescoladodadignidade da pessoa humana para afirmar a invalidade da conexo
criminalqueaproveitariaaosagentespolticosquepraticaramcrimescomunscontraopositorespolticos,presosouno,duranteoregimemilitar,noprospera,concluindoque,aleiestendeuaconexoaoscrimes praticados pelos agentes do Estado contra os que lutavamcontra oEstadode exceo, pois a chamadaLei da anistia veiculaumadecisopolticaassumidanaquelemomento.2
EmrespeitoaoPrincpiodaDignidadedapessoahumanaenointuitodecombateraexploraodetrabalhoescravo,foieditadaaEmendaConstitucional81,de5dejunhode2014,prevendoaexpropriaodoimvelcomopunio.Dessaforma,aspropriedadesruraiseurbanasdequalquerregiodoPasondeforlocalizadaaexploraodetrabalhoescravonaformadaleiseroexpropriadasedestinadasreformaagrriaeaprogramasdehabitao popular, semqualquer indenizao ao proprietrio e semprejuzodeoutrassanesprevistasemlei.Observe-se, ainda, que todo e qualquer bem de valor econmicoapreendido em decorrncia da explorao de trabalho escravo serconfiscadoereverterafundoespecialcomdestinaoespecfica,naformadalei.osvaloressociaisdotrabalhoedalivreiniciativa:atravsdotrabalhoque o homem garante sua subsistncia e o crescimento do pas,prevendo a Constituio, em diversas passagens, a liberdade, orespeitoeadignidadeaotrabalhador(porexemplo:CF,arts.5o,XIII;6o; 7o; 8o; 194-204). Como salienta Paolo Barile, a garantia deproteo ao trabalho no engloba somente o trabalhadorsubordinado, mas tambm aquele autnomo e o empregador,enquantoempreendedordocrescimentodopas;3
pluralismo poltico: demonstra a preocupao do legisladorconstituinte em afirmar-se a ampla e livre participao popular nosdestinos polticos do pas, garantindo a liberdade de convicofilosfica e poltica e, tambm, a possibilidade de organizao eparticipaoempartidospolticos.
8
OEstadoDemocrticodeDireito,quesignificaaexignciadereger-sepornormasdemocrticas,comeleieslivres,peridicasepelopovo,bemcomoorespeito das autoridades pblicas aos direitos e garantias fundamentais,1
proclamadonocaputdoartigo,adotou, igualmente,noseupargrafonico,odenominadoprincpiodemocrtico,aoafirmarquetodoopoderemanadopovo,que o exerce pormeio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos destaConstituio.
CanotilhoeMoreirainformamoalcancedoprincpiodemocrtico,dizendo:
Aarticulaodasduasdimensesdoprincpiodemocrticojustificaasuacompreenso como um princpio normativo multiforme. Tal como aorganizaodaeconomiaaponta,noplanoconstitucional,paraumsistemaeconmicocomplexo,tambmaconformaodoprincpiodemocrticosecaracteriza tendo em conta a sua estrutura pluridimensional.Primeiramente,ademocraciasurgecomoumprocessodedemocratizao,entendido como processo de aprofundamento democrtico da ordempoltica, econmica, social e cultural. Depois, o princpio democrticorecolheasduasdimenseshistoricamenteconsideradascomoantitticas:porumlado,acolheosmaisimportanteselementosdateoriademocrtica-representativa (rgos representativos, eleies peridicas, pluralismopartidrio, separaode poderes); por outro lado, d guarida a algumasdas exigncias fundamentais da teoria participativa (alargamento doprincpio democrtico a diferentes aspectos da vida econmica, social ecultural,incorporaodeparticipaopopulardirecta,reconhecimentodepartidos e associaes como relevantes agentes de dinamizaodemocrticaetc.).2