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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA _______VARA DE TRABALHO DE RIBEIRÃO PRETO/SP. ASTROGILDO, (SOBRENOME) (nacionalidade), (estado civil), (auxiliar de reposição), portador do Registro Geral número: __________, inscrito no Cadastro de Pessoa Física sob número: ________________, possuidor da Carteira de Trabalho e Previdência de Trabalho número: __________, Série: ________número: _______, residente e domiciliado à rua/avenida: __________, número: _______, Bairro: __________ Código de Endereçamento Postal: _________, Cidade: _______________, no Estado de: ______________, por seu advogado que a esta subscreve (procuração anexada, documento 1), vem respeitosamente perante a VOSSA EXCELÊNCIA apresentar RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, com base no art. 840, parágrafo 1 da Consolidação das Leis do Trabalho. Em face da empresa KLM, pessoa jurídica de Direito Privado, inscrita no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica número: _____________, e sob a Inscrição Estadual número: ______________, situada a rua /avenida: _________________, número: ____________, Bairro: _____________, Código de Endereçamento Postal número: 1

reclamação trabalhista

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inicial em direito de trabalho

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Page 1: reclamação trabalhista

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA _______VARA DE

TRABALHO DE RIBEIRÃO PRETO/SP.

ASTROGILDO, (SOBRENOME) (nacionalidade),

(estado civil), (auxiliar de reposição), portador do Registro Geral número: __________,

inscrito no Cadastro de Pessoa Física sob número: ________________, possuidor da

Carteira de Trabalho e Previdência de Trabalho número: __________, Série:

________número: _______, residente e domiciliado à rua/avenida: __________,

número: _______, Bairro: __________ Código de Endereçamento Postal: _________,

Cidade: _______________, no Estado de: ______________, por seu advogado que a

esta subscreve (procuração anexada, documento 1), vem respeitosamente perante a

VOSSA EXCELÊNCIA apresentar RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, com base no

art. 840, parágrafo 1 da Consolidação das Leis do Trabalho.

Em face da empresa KLM, pessoa jurídica de

Direito Privado, inscrita no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica número:

_____________, e sob a Inscrição Estadual número: ______________, situada a rua

/avenida: _________________, número: ____________, Bairro: _____________,

Código de Endereçamento Postal número: ______________, Cidade: __________,

antes os fatos e fundamentos a seguir:

DAS CAUSAS DE PEDIR

1. DOS BENEFICIOS DA JUSTIÇA

GRATUITA

Tendo em vista, que o Reclamante encontra-se

impossibilitado para arcar com as custas processuais, sem sacrifício do próprio sustento,

haja vista, o acidente de trabalho sofrido, vem requerer assim concessão dos benefícios

da JUSTIÇA GRATUITA, apresentando para tanto, declaração de pobreza (documento

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2), nos termos do art. 790, § 3° da Consolidação das Leis do Trabalho, da Lei 1.060/50,

Lei de Assistência Judiciária.

2. DO CONTRATO DE TRABALHO

Admitido em 25/03/2000, o Reclamante exerceu a

função de auxiliar de reposição de mercadoria no interior das câmaras frigoríficas.

A jornada de trabalho era das 8:00 às 17 horas

diárias, com intervalo de 1 hora para almoço.

Quanto a remuneração recebia 1 salário mínimo,

conforme consta no Contrato de Trabalho (fotocópia anexada, documento 3).

Além dessa atividade, o gerente o convocava para

realizar a limpeza do estabelecimento nos finais de semana, no período das 7:00 às

13:00.

Entretanto, em 09/01/2011 sofreu um acidente de

trabalho no interior de uma das câmaras frias do frigorífico, deixando impossibilitado

para o trabalho.

Logo em seguida, foi dispensado sumariamente pelo

gerente da empresa, sob o argumento de que “não admitiria a desídia do empregado que

se recusava a voltar ao trabalho”, rescindindo o contrato no dia 20/02/2011, recebendo

apenas o saldo salarial em função da demissão por justa causa.

3. INSALUBRIDADE

Conforme consta nos autos, o Reclamante faz jus ao

adicional de insalubridade, nos termos do art. 189 da Consolidação das Leis

Trabalhistas, tendo em vista, a jornada diária de 8 horas em exposição a baixas

temperaturas, consideradas condições especiais de trabalho, a seguir:

Art . 189 - Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.

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Em relação ao limite, o percentual de tolerância ao

frio, está contido na lista da Norma Regulamentadora do Ministério da Saúde de número

15, a seguir:

Graus de insalubridadesAnexo Atividades ou operações que exponham o trabalhador Percentual.

(...)

9 Frio considerado insalubre em decorrência de inspeção realizada no local de trabalho. 20%. (...)

No que diz respeito, ao trabalho executado em

câmaras frigoríficas, o Anexo n° 9, dispõe ainda:

FRIO1. As atividades ou operações executadas no interior de câmaras frigoríficas, ou em locais que apresentem condições similares, que exponham os trabalhadores ao frio, sem a proteção adequada, serão consideradas insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho.

NR 15. Site: www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/. Acesso em 17 fev. 2011.

Nesse sentido tem decidido os tribunais:

TRABALHO EM CÂMARAS FRIGORÍFICAS. EXPOSIÇÃO AO FRIO. FALTA DE PROTEÇÃO ADEQUADA. AMBIENTE INSALUBRE. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE EM GRAU MÉDIO. Verificado o trabalho em câmaras frigoríficas sem a proteção adequada, é dizer, sem que os EPI's utilizados protejam todo o corpo, resta caracterizado o ambiente insalubre por exposição ao frio, desencadeando para o empregador o dever de pagar ao empregado o adicional de insalubridade em grau médio, a teor do Anexo 9 da NR-15, aprovada pela Portaria 3.214/78 do Ministério do Trabalho. (TRT/SP - 01845200546102007 - RO - Ac. 3aT 20090263302 - Rel. Mercia Tomazinho - DOE 28/04/2009). CENTRAL JURÍDICA. Disponível e: e< http://www.centraljuridica.com/jurisprudencia/t/66/ adicional_de_insalubridade.html>. Acesso em 17 fev. 2011.

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4. DA JORNADA DE TRABALHO

Do horário de repouso

Nos serviços em câmaras frigoríficas, após 1 h e 40

min., é assegurado um descanso de 20 min., conforme preceitua o art. 253.

Art. 253 - Para os empregados que trabalham no interior das câmaras frigoríficas e para os que movimentam mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e vice-versa, depois de 1 (uma) hora e 40 (quarenta) minutos de trabalho contínuo, será assegurado um período de 20 (vinte) minutos de repouso, computado esse intervalo como de trabalho efetivo.

Parágrafo único - Considera-se artificialmente frio, para os fins do presente artigo, o que for inferior, nas primeira, segunda e terceira zonas climáticas do mapa oficial do Ministério do Trabalho, Industria e Comercio, a 15º (quinze graus), na quarta zona a 12º (doze graus), e nas quinta, sexta e sétima zonas a 10º (dez graus).

Assim, em função da insalubridade da atividade, mesmo

realizando uma jornada com duração normal, nos termos do art. 58, indiscutível o direito do

trabalhador reivindicá-las como horas extras, quando não respeitado o repouso pelo

empregador, lembrando que consta nos autos que o funcionário apenas tinha 1 hora de

intervalo para o almoço, dentro de uma jornada de 8 horas de trabalho.

5. INTERVALO INTRAJORNADA

O intervalo intrajornada é aquele descanso feito

dentro da própria jornada de trabalho, e sendo continuo cuja duração não exceder 6

(seis) horas, será obrigatório um intervalo de 15 minutos, conforme o disposto no art.

71§1° da Consolidação da Leis do Trabalho, ressaltando que trabalhava das 7:00 às

13:00.

Das horas extras nos finais de semana

No mais, nos finais de semanas era convocado para

fazer limpeza do estabelecimento, no período das 7:00 às 13:00 horas.

Dessa forma, faz jus ao recebimento das horas

extras prestadas, além da jornada de trabalho normal, conforme cálculo a seguir:

40 horas p/ semana

12 + (2 X 6 –horário das 7:00 às 13:00)

52 total

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44 – (horário normal semanal)

08 horas extras

6. ESTABILIDADE

Haja vista, que o empregado possui os requisitos da

estabilidade, ou seja, é licenciado pelo Instituto Nacional da Seguridade Social, há mais

de 15 dias por acidente de trabalho, este tem assegurado o direito à estabilidade no

emprego por até 12 (doze) meses contado da alta médica, conforme estabelecido no art.

118 da Lei 8213/91. Assim, temos que:

Nos primeiros 15 dias de afastamento, o salário do trabalhador é pago pela empresa. Depois, a Previdência Social é responsável pelo pagamento. Enquanto recebe auxílio-doença por acidente de trabalho ou doença ocupacional, o trabalhador é considerado licenciado e terá estabilidade por 12 meses após o retorno às atividades. MINISTÉRIO DA PREVIDENCIA SOCIAL. http://www1.previdencia.gov.br/pg_secundarias/beneficios_06_01.asp Disponível em 20 fev. 2011

E mais, foi editada a súumula 378 do Tribunal

Superior do Trabalho, sobre os requisitos da estabilidade:

Estabilidade provisória. Acidente do trabalho. art. 118 da Lei nº 8213/1991. Constitucionalidade. Pressupostos. (Conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 105 e 230 da SDI-1 - Res. 129/2005, DJ 20.04.2005).I - É constitucional o artigo 118 da Lei nº 8.213/1991 que assegura o direito à estabilidade provisória por período de 12 meses após a cessação do auxílio-doença ao empregado acidentado. (ex-OJ nº 105 - Inserida em 01.10.1997)II - São pressupostos para a concessão da estabilidade o afastamento superior a 15 dias e a conseqüente percepção do auxílio doença acidentário, salvo se constatada, após a despedida, doença profissional que guarde relação de causalidade com a execução do contrato de emprego. (Primeira parte - ex-OJ nº 230 - Inserida em 20.06.2001)

Entretanto, dada a impossibilidade de voltar ao

trabalho em conseqüência do acidente, o trabalhador não está apto para retomar suas

atividades habituais, não podendo somente pelo argumento do empregador ser

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considerada a desídia do funcionário, com afirmações falsas de que o Reclamante se

recusa a trabalhar.

Assim sendo, a rescisão deverá ser nula com a

devida reintegração do Reclamante ao trabalho.

7. DA RESCISÃO

Dito isto, o não pagamento da remuneração com as

respectivas horas extras, e das verbas rescisórias (saldo de salário, férias + 1/3,13°

salário, FGTS + 40%, Entrega do formulário Seguro Desemprego é ato ilegal, devendo

ser pago de imediato, acrescido de juros e correção monetária, além disso, o cálculo a

ser apurado deverá ter como base o piso da categoria.

Ademais, que a Reclamada seja condenada ao

pagamento da multa referente ao art. 477 da CLT e parágrafos seguintes:

É assegurado a todo empregado, não existindo prazo estipulado para a terminação do respectivo contrato, e quando não haja êle dado motivo para cessação das relações de trabalho, o direto de haver do empregador uma indenização, paga na base da maior remuneração que tenha percebido na mesma empresa.

§ 1º - O pedido de demissão ou recibo de quitação de rescisão, do contrato de trabalho, firmado por empregado com mais de 1 (um) ano de serviço, só será válido quando feito com a assistência do respectivo Sindicato ou perante a autoridade do Ministério do Trabalho e Previdência Social

§ 2º - O instrumento de rescisão ou recibo de quitação, qualquer que seja a causa ou forma de dissolução do contrato, deve ter especificada a natureza de cada parcela paga ao empregado e discriminado o seu valor, sendo válida a quitação, apenas, relativamente às mesmas parcelas. (...)

§ 4º - O pagamento a que fizer jus o empregado será efetuado no ato da homologação da rescisão do contrato de trabalho, em dinheiro ou em cheque visado, conforme acordem as partes, salvo se o empregado fôr analfabeto, quando o pagamento sòmente poderá ser feito em dinheiro.

§ 5º - Qualquer compensação no pagamento de que trata o parágrafo anterior não poderá exceder o equivalente a um mês de remuneração do empregado.

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§ 6º - O pagamento das parcelas constantes do instrumento de rescisão ou recibo de quitação deverá ser efetuado nos seguintes prazos:

a) até o primeiro dia útil imediato ao término do contrato; ou

b) até o décimo dia, contado da data da notificação da demissão, quando da ausência do aviso prévio, indenização do mesmo ou dispensa de seu cumprimento.

§ 7º - O ato da assistência na rescisão contratual (§§ 1º e 2º) será sem ônus para o trabalhador e empregador

Ainda temos, no art. 467 da CLT que:

Em caso de rescisão de contrato de trabalho, havendo controvérsia sobre o montante das verbas rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à data do comparecimento à Justiça do Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas, sob pena de pagá-las acrescidas de 50% (cinquenta por cento).

Em suma, é necessário dizer que o fato de não

efetuar o pagamento das verbas rescisórias ou fazê-lo indevidamente, deixando

inclusive de pagar-lhe as verbas rescisórias como prevê a lei é antes de tudo, um

atentado direto a dignidade da pessoa humana, pois salário ou remuneração é fator

primordial para garantia de subsistência de cada um.

DO PEDIDO,

Assim, o Reclamante faz jus as seguintes verbas que

serão apuradas em regular liquidação de sentença:

1) Da Justiça Gratuita

2) Adicional de Insalubridade no grau máximo

3) Horas extras, juntamente com o repouso e o

descanso intrajornada.

4) Estabilidade

5) Pagamento das verbas rescisórias:

a) Aviso Prévio (apurar)

d) Multa do art. 477 da CLT (apurar)

e) Férias de +1/3, proporcional a (3/12)

(apurar)

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f) 13° Salário proporcional a 6/12 (apurar)

g) FGTS +40% (apurar)

i) Guia para levantar o Seguro Desemprego

6) Os reflexos das diferenças salariais

pleiteadas no item 03 para pagamento de férias +1/3, do 13° Salário, do FGTS +40%, de

Descanso Semanal Remunerado (DSR’s), Aviso Prévio (apurar).

7) Atualização do montante acrescida com

juros e correção monetária na forma da lei.

8) Aplicação do art.467 da CLT, sobre as

verbas de cunho salarial.

Diante do exposto, o Reclamante pretende que seu

pedido seja acolhido perante VOSSA EXCELÊNCIA, sendo a Reclamada notificada

para que compareça a audiência a ser designada e apresentar defesa, sob pena de revelia

e confissão, para que ao final seja condenada ao pagamento de todas as verbas

pleiteadas na presente ação, inclusive custas e honorários advocatícios de 20% sobre

valor da causa.

A Reclamada pretende ainda, provar o alegado por

depoimento pessoal do Reclamado, sob pena da súmula 74 TST.

VALOR DA CAUSA

Dar-se-á presente causa, o valor de R$

_______________

Termos em que com inclusos documentos,

Pede deferimento,

Local, data e ano.

________________________________

Advogado (a)

OAB n°________Seção n°__________

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