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RELATÓRIO DE ATUAÇÃO PARLAMENTAR 2011_2012 SENADO FEDERAL 54ª LEGISLATURA SENADOR ARMANDO MONTEIRO

Balanço dos dois anos de mandato do senador Armando Monteiro

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Balanço dos 2 primeiros anos de mandato de Armando Monteiro (PTB-PE) no Senado Federal.

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sENADO FEDERAL

sENADOR ARMANDO MONTEIRO

GAbINETEAla Afonso Arinos _ Gabinete 170165-900 • Brasília, DF

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61 3303-612461 3303-612561 3303-6132

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81 3421-2565

www.armandomonteiro.com.br

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4 Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

Há muito por construir para que o Brasil e, nele, o meu Estado, Pernambuco, alcance um desenvolvimento

duradouro e robusto. O País convive com o duplo desafio de enfrentar um cenário global de crise e a necessidade de recuperar o vigor do crescimento interno.

O êxito dessa empreitada exige a união das forças polí-ticas da Nação e da sociedade civil. Essa é uma agenda mo-dernizadora e de longo prazo que deve se sobrepor aos in-teresses partidários.

Servir Pernambuco e ao meu País não são coisas distin-tas. São fronteiras de busca do desenvolvimento nas suas di-mensões irrecusáveis – a econômica e a social. São frentes que se entrelaçam, já que o atendimento ao cidadão – fina-lidade da ação política – só será alcançado num cenário de prosperidade econômica crescente e com paz social. O de-senvolvimento deve ser integrado e harmônico na sua face nacional e regional.

Na última década, avançamos na melhoria da distribui-ção da renda e no aumento do consumo para milhões de brasileiros. Mas tais avanços são ainda insuficientes. É preciso melhorar a qualidade de serviços vitais à população, como educação, saúde, mobilidade urbana e segurança pública, para citar apenas alguns deles.

APRE sENTAÇÃO

O qUE MOTIvA UM sENADOROs problemas de criminalidade e violência têm hoje ou-

tra magnitude, especialmente nas grandes metrópoles, se comparado ao passado. A elevada taxa de homicídios de jovens, a expansão no consumo e no tráfico de drogas e a formação de organizações criminosas ameaçam perigo-samente a segurança e a paz dos nossos lares. Na educa-ção também não é diferente e a dinâmica das dificuldades é igualmente crescente: garantir Ensino Médio e formação profissional à altura das necessidades da sofisticação do nos-so parque produtivo é bem diferente do que apenas ter de prover Ensino Fundamental e formar professores. Garantir a incorporação de forma efetiva das pessoas ao mercado de trabalho é tarefa custosa.

O enfrentamento da competitividade nos remete tam-bém a uma agenda do passado ainda não superada. O Bra-sil convive com baixa produtividade – se considerarmos os demais países emergentes – e com o chamado Custo Brasil, que nos penaliza crescentemente: sistema tributário anacrô-nico, infraestrutura precária (especialmente na área de trans-portes), energia cara, burocracia excessiva, elevados custos trabalhistas e insegurança jurídica, pela imperfeição dos nossos marcos regulatórios. É hora de retomar as reformas estruturais postergadas.

É tarefa urgente dar solidez à trajetória de crescimento sem perder de vista a agenda social. Esse é o compromisso que orienta minha atuação como senador da República.

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5Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

O balanço que agora apresento à sociedade, mais do que simples prestação de contas, segue a lógica que manti-ve nos três mandatos consecutivos como deputado federal e encerra minha visão sobre as necessárias fronteiras de luta e sobre os requisitos para possibilitar a continuidade do de-senvolvimento. Romper a inércia e alcançar vitórias exigem intenção e vontade política. Não são mudanças que ocor-rem pela ordem natural das coisas.

A correção desse processo depende de esforço político. Há um passivo de séculos a enfrentar e temos aqui excelen-te oportunidade para nossas lideranças políticas acolherem esse debate. Oposição e governo devem trabalhar de forma isenta de paixões.

Expresso meu agradecimento ao povo pernambucano que, com mais de 3 milhões de votos, me conduziu ao Se-nado Federal nas eleições de 2010. Tenho a compreensão da minha responsabilidade em face da magnitude do pa-pel que meu Estado cumpre na história do Brasil, sempre na vanguarda das lutas pela emancipação e expansão das liber-dades democráticas. É isso que hoje motiva o meu mandato.

Armando Monteiro

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6 Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

TRAjETÓRIA DEvIDA

Nascido em 24 de fevereiro de 1952, Armando Monteiro é industrial, formado em Administração de Empresas

(FGV) e em Direito (UFPE). É casado e pai de quatro filhos.

Liderança na indústriaEmpresário, iniciou a vida pública como líder sindical.

Foi diretor e presidente do Sindicato das Indústrias Meta-lúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Pernambuco (SIMMEPE). No período de 1992 a 2004, presidiu a Federa-ção das Indústrias de Pernambuco (Fiepe).

Em 2002, Armando Monteiro foi eleito presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), permanecendo no cargo por duas gestões consecutivas, até 2010. A CNI re-úne 27 Federações, nos Estados e Distrito Federal, e cerca de 1.300 sindicatos patronais.

No período, acumulou a presidência do Instituto Euval-do Lodi (IEL), do Conselho Nacional do SENAI e a direção do Departamento Nacional do SESI. Presidiu também o Conselho Deliberativo do SEBRAE, entre 2003 e 2006.

Fruto do reconhecimento de seus pares ao trabalho realizado, a diretoria da CNI decidiu, em outubro de 2012, atribuir ao novo prédio corporativo o nome de “Edifício Ar-mando Monteiro Neto”. “Essa homenagem é movida pelo reconhecimento ao seu excelente trabalho no exercício da CNI, cujo acervo de realizações se reveste de excepcio-nal relevância para o desenvolvimento da indústria e do Brasil”, sintetizou o presidente Robson Braga de Andrade.

Na presidência da entidade, Armando Monteiro bus-cou o fortalecimento da representação política da indús-tria, com a criação do Fórum Nacional da Indústria, em 2003, compromisso assumido antes da eleição. Órgão de aconselhamento da CNI, o Fórum reúne, além dos repre-sentantes do Sistema Indústria, 65 líderes empresariais, presidentes de Associações Nacionais Setoriais. Em 2005, o Fórum apresentou à sociedade o Mapa Estratégico da Indústria 2007-2015 e, desde então, acompanha a evolução dos indicadores traçados com vistas ao desenvolvimento sustentado.

O Movimento Empresarial pela Inovação (MEI) é outra

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7Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

Senador com seu pai, Armando Monteiro Filho e abaixo com familiares

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8 Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

iniciativa da gestão Armando Monteiro, cujo compromisso é o desenvolvimento tecnológico do País e das empresas. Ele criou igualmente o Programa Educação pela Nova Indústria, com o objetivo de integrar o ensino formal à educação pro-fissionalizante, atendendo às novas demandas da indústria.

A política como herançaA política está na trajetória familiar. Seu pai, Armando

Monteiro Filho, é ex-deputado federal (1954/62), ex-minis-tro da Agricultura (1961/62) e foi reconhecido militante das forças de resistência democrática. O senador tem como avô materno Agamenon Magalhães, ministro do Trabalho e da Justiça de 1934 e 1945, e governador de Pernambuco em dois períodos: 1937/45 e 1950/52, além de ter exercido mandato de deputado estadual e federal.

Armando Monteiro foi deputado federal por três man-datos consecutivos, de 1999 a 2010. No pleito de 2006, foi o deputado federal mais votado de Pernambuco. Em maio de 2003, filiou-se ao PTB, assumindo a presidência do par-tido no seu Estado, cargo que exerce até a presente data.

Na disputa pelo Senado, em 2010, Armando Monteiro saiu das urnas como o senador mais votado de seu Estado, com 3,2 milhões de votos. Foi, proporcionalmente, o quin-to mais votado do País. Venceu em praticamente todas as regiões de Pernambuco, com destaques nos maiores colé-gios eleitorais da Região Metropolitana do Recife e, inclusi-ve, na própria capital.

Desempenho parlamentar reconhecidoDesde que iniciou a vida parlamentar, Armando Montei-

ro teve sua trajetória reconhecida por seus pares. Há 12 anos consecutivos, integra a lista dos 100 Cabeças do Congresso, relatório publicado anualmente pelo Departamento Intersin-dical de Assessoria Parlamentar (DIAP), que reúne quase mil sindicatos de trabalhadores do País. O levantamento aponta os parlamentares mais influentes do Congresso Nacional.

Além do DIAP, o Congresso em Foco – site de noti-cias do Congresso Nacional – elegeu o senador, em 2012, como “um dos melhores parlamentares federais em ativi-dades neste ano”. A consulta é feita a 186 jornalistas de di-versos veículos de comunicação do País, com atuação no Parlamento.

Armando Monteiro Filho e esposa, Maria do Carmo Magalhães Monteiro;

Senador com o ex-presidente Lula

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9Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

COMIssÕEs E FRENTEsPARLAMENTAREs

PARTICIPAÇÃO

Æ Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) Æ Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) Æ Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) Æ Comissão Mista de Planos, Orçamentos

Públicos e Fiscalização(CMO)

Æ Comissão de Assuntos Sociais (CAS) Æ Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) Æ Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI)

Æ Comissão Temporária criada para avaliar a Reforma do Código Penal Brasileiro.

Æ Subcomissão de Segurança Pública Æ Subcomissão permanente de Avaliação do

Sistema Tributário Nacional (CAESTN)

Æ Presidente do Conselho do Diploma José Ermírio de Moraes (CDJEM)

Æ Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Violência Contra a Mulher

Æ Vice-presidente no Senado da Frente Parlamentar Mista da Micro e Pequena Empresa

Æ Combate ao Crack Æ Combate à Pirataria e a Sonegação Fiscal Æ Cultura Æ Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência Æ Desenvolvimento da Indústria Têxtil e de Confecção Æ Direitos do Contribuinte Æ Grupo Parlamentar Brasil – Alemanha

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PROjETOs E RELATORIAs

A atuação parlamentar do senador Armando Monteiro apresentada a seguir está agrupada em seis áreas temáticas, definidas como:

Competitividade e ambiente eConômiCo;

defesa dos miCro e pequenos negóCios;

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11Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

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43 Relator de 105 Proposições Legislativas no Senado.

Duas Proposições Legislativas de sua autoria continuam em tramitação no Congresso Nacional.

É autor de 43 Proposições Legislativas, entre essas, cinco Projetos de Lei e uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC).

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12 Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

COMPETITIvIDADE E AMbIENTE ECONôMICO

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Crescer em bases sustentáveis tem sido o grande desafio do Brasil. O País é hoje uma democracia consolidada, ostenta relativa estabilidade de preços,

crescente participação e influência na economia global, tem um mercado con-sumidor em expansão, capacidade já demonstrada de rápida resposta à de-manda mundial por alimentos e energia, além de ampla oferta de oportunida-de de investimentos em infraestrutura. Mas esse processo virtuoso esbarra no chamado Custo Brasil, que penaliza o País.

A agenda da competitividade deve, portanto, ter como lema a busca da melhoria contínua do ambiente de negócios. Criar um ambiente mais favorável nas economias de mercado é fator fundamental para que as empresas possam aumentar seus investimentos, gerar empregos e melhorar a produtividade.

Esse ambiente é determinado por condições macroeconômicas e por fato-res microeconômicos e institucionais, tais como a qualidade das leis, o marco regulatório e demais arranjos institucionais que influenciam diariamente o fun-cionamento dos negócios.

Dessa forma, os governos (entendido de forma ampla – abrangendo os Três Poderes) devem perseguir reformas econômicas e regulatórias no sentido de garantir a estabilidade macroeconômica (especialmente com relação à infla-ção e à sustentabilidade fiscal) e um arcabouço institucional-legal transparente, simplificado, com elevado grau de previsibilidade e estabilidade, de forma a reduzir as incertezas e incentivar a atuação do setor privado.

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13Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

Projetos de autoria na Câmara dos Deputados, em tramitação no Congresso

Atualiza os valores dos limites de enquadramento das empresas optantes do regime de apuração do lucro presumido e das empresas prestadores de serviços no benefício da redução da base de cálculo do Imposto de Renda;

Aumento de Imposto só através de Lei ComplementarAltera a Constituição para exigir Lei Complementar para majoração ou instituição de tributos. Proíbe a utilização de Medida Provisória para aumento ou criação de tributos.

Projetos de autoria no senado Federal

Modifica o Cadastro PositivoTrata da exclusão da responsabilidade solidária do consulente – pessoa física ou jurídica que acessa informações nos bancos de dados - em casos de incorreções que causem danos materiais ou morais ao cadastrado;

Altera a Lei de Execução FiscalPossibilita ao contribuinte, antes de execução fiscal, oferecer garantia idônea para obter certidão positiva;

Fim da Reserva Global de Reversão (RGR)Propõe a extinção da cobrança da RGR nas tarifas de energia elétrica, com o objetivo de diminuir o Custo Brasil. Proposta contemplada pela Medida Provisória 579/2012.

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14 Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

Projetos relatados

Código de Defesa do ContribuinteCria o CDC ou estabelece normas gerais sobre direitos e garantias.

Combate à Guerra dos PortosApresentou voto em separado pela constitucionalidade do projetoReduz as alíquotas de ICMS nas operações interestaduais para bens importados. (Transformada na Resolução do Senado Federal, Nº 13/2012).

Fim da Substituição TributáriaVeda a exigência da substituição tributária prevista para as pequenas empresas optantes pelo Simples Nacional.

Possibilita receber desconto com pagamento antecipado de empréstimos e outras operações de créditoDispõe sobre a possibilidade de amortização ou liquidação antecipada de operações de crédito e de arrendamento mercantil. Faculta a negociação da taxa de juros na operação de amortização ou liquidação antecipada, desde que não exceda, em hipótese alguma, a taxa de juros pactuada no contrato.

Empregados temporáriosRegulamenta a responsabilidade das empresas quanto às obrigações trabalhistas com os empregados temporários.

Alívio FiscalApresenta alívio fiscal para as empresas que sofreram com a crise econômica de 2009.

Escrituração ContábilPromove a modernização do processo, permitindo que os documentos digitalizados com certificação eletrônica tenham a mesma validade dos originais.

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Aprovado na CCj

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15Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

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16 Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

DEFEsA DOs MICRO E PEqUENOs NEGÓCIOs

Há muito se luta por um novo sistema tributário, mais racional e de classe mundial para o País. Fomos bem sucedidos no segmento dos micro e pe-

quenos empreendedores. São muitas as conquistas do Simples Nacional. A ade-são de 6,5 milhões de micro, pequenos e empreendedores individuais (MEI) ao regime é prova disso, após 5 anos de implementação. O segmento colhe hoje os resultados de uma verdadeira minirreforma tributária, que contemplou a uni-ficação de impostos, redução de alíquotas e simplificação de obrigações aces-sórias. Além de incorporar os tributos federais, o Simples inclui o ICMS e o ISS, num total de 8 tributos pagos em único formulário e com alíquotas inferiores.

Precisamos avançar. Em 2011, o Congresso aprovou mudanças na Lei do Simples, destacando-se reajuste dos limites de enquadramento, o parcelamen-to dos débitos tributários, o aumento dos limites para as receitas de exporta-ções e medidas desburocratizantes, como a redução de 3 anos para 12 meses o período de inatividade necessário para a baixa simplificada.

Outras conquistas são fundamentais, como a inclusão de novas categorias, sobretudo vinculadas ao setor de serviços; permitir aos optantes fazer jus a in-centivos fiscais, especialmente os destinados à inovação e ao fomento do de-senvolvimento regional. O segmento não deve ficar sujeito ao regime de subs-tituição tributária no ICMS (antecipação do recolhimento do imposto), prática que reduz o capital de giro e obriga o repasse dos custos para os preços. É preci-so tornar o crédito mais acessível, aperfeiçoando os fundos de avais e baratean-do recursos para capital de giro e investimento e aumentando a oferta de capi-tal pelas agências oficiais, como o BNDES. É preciso também dar efetividade ao instrumento das compras governamentais, sobretudo no âmbito dos Estados e municípios.

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17Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

Projetos de autoria no senado

Aprimora o Estatuto da Microempresa. Dispensa o empreendedor de apresentar a RAIS e o CAGED.

Projetos relatados

Menos INSS para microempreendedor.INSS cai de 11% para 5% (inclui dona de casa) e estimula inserção das pessoas com deficiência (Emenda Romário) no mercado de trabalho.PL

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9 Transformada na Lei 12.470/2011

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18 Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

EDUCAÇÃO E CAPACITAÇÃO PROFIssIONAL

A questão central posta aos países emergentes, como o Brasil, é a formação do capital humano para fazer face aos desafios da globalização e da socie-

dade do conhecimento. Só assim o país será competitivo no cenário internacio-nal e justo na distribuição interna de oportunidades. Há quatro pilares para uma política de formação de capital humano:

Æ jUvENTUDE, EMPREGO E sALáRIOÉ necessário formular uma política nacional para a juventude, articulando as

políticas públicas do governo federal referentes a emprego, estágio, formação profissional e educação de jovens e adultos. O foco é o emprego para os jovens de 15 a 30 anos em situação de baixa escolaridade.

Æ REFORMA DO ENsINO MéDIOPrecisamos ousar e reformar o Ensino Médio, tendo como foco a formação

de profissionais capazes de adaptar-se a novas ocupações e atividades, consi-derando que as tecnologias e modos de produção exigem cada vez mais força de trabalho flexível, com competências definidas. O Brasil ainda vive a dicoto-mia entre cursos acadêmicos e profissionalizantes.

Æ qUALIDADE NO ENsINO FUNDAMENTALConvivemos ainda com problemas de eficácia, eficiência e sobretudo de fal-

ta de equidade nessa etapa. Sem uma base sólida, há uma erosão permanente no capital humano. Nossa saída é atrair e manter bons professores no Ensino Fundamental dos Estados e Municípios, bem como idealizar um Plano Nacional de Financiamento para Municipalização do Ensino Fundamental, com base no cumprimento de metas de desempenho.

Æ POLíTICA PARA A PRIMEIRA INFâNCIAÉ preciso uma política para a Primeira Infância. Creches não bastam. A meta

deve ser assegurar que toda criança receberá as condições necessárias, incluin-do de saúde, para desenvolver o seu potencial, independente da condição so-cioeconômica de seus pais. O contexto de vida é determinante das condições de sucesso futuro.

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19Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

Projetos relatados no senado

Menos IR para qualificaçãoProjeto deduz do Imposto de Renda das empresas o investimento com foco no aprimoramento e qualificação dos profissionais.

SINASE – Sistema Nacional de Atendimento SócioeducativoAções, capacitação e qualificação de jovens infratores.

Matrículas da Pré-EscolaProrroga por mais 4 anos a permissão do cômputo das matrículas dessa fase em instituições conveniadas. A liberação de recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), para Estados e municípios, levará em conta também as matrículas de pré-escola em instituições conveniadas.

EconomistasAtualiza a regulamentação da profissão.

Novas profissõesRegulariza as funções de Profissional de Cabine de Som (disc-jockey/DJ) e de Produtor DJ.

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Transformada na Lei 12.592/2012

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20 Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

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21Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

sEGURANÇA PúbLICA

As despesas realizadas pela União com segurança pública totalizaram R$ 9 bilhões em 2010. Somados aos gastos dos Estados, o montante investido na

área chega a R$ 47 bilhões, segundo o Ministério da Fazenda e a Secretaria do Tesouro Nacional. Não poderia ser diferente, pois o combate à violência está no topo das prioridades da população.

Política criminal e segurança pública costumam ser tratados como sinôni-mos, mas há importantes diferenças entre os dois conceitos e é preciso distin-gui-las para uma efetiva resposta às questões. A primeira trata do conjunto de medidas, leis e ações do Estado que tem por objetivo o controle da crimina-lidade. É como o corpo social organiza as respostas ao fenômeno criminal. O principal instrumento da política criminal é a lei consubstanciada no Código Penal, hoje em estudo para sua reforma. O Congresso é parte do conjunto de instituições que definem o programa do Estado para o controle do crime e das infrações. Uma das suas atribuições mais relevantes nessa área é a de legislar so-bre matéria penal, além da função fiscalizatória das entidades da Administração pública direta e indireta que integram o sistema de justiça criminal.

Já a segurança pública decorre das ações policiais, repressivas ou preven-tivas, que têm por objetivo garantir que sejam observadas as normas estabe-lecidas no Código Penal e na lei das contravenções. Não envolve aspecto da formulação da lei penal, mas sua transformação em atos capazes de garantir a ordem pública. O papel do Congresso na área da segurança pública é o de fiscalizar e promover debates, já que a formulação e a execução das políticas de segurança competem aos Estados.

Registra-se o real desajuste entre a magnitude e a heterogeneidade dos problemas criminais que afetam a segurança no País, potencializados pela di-versidade regional e as políticas para enfrentá-los. O Legislativo deve atuar para melhorar o desenho de políticas efetivamente preventivas, aprimorando igual-mente a capacidade de implementá-las.

Projetos de autoria no senado

Cria o Boletim de Ocorrência Único (BO Único)Estabelece regras e critérios mínimos para o registro de infrações penais e administrativas pelos órgãos de segurança pública no território nacional. O projeto institui o Boletim de Ocorrência (BO) único, uniformizando o processo. O BO deixará de ser função exclusiva do delegado de polícia Civil ou Federal.

Áreas Estratégicas de Policiamento OstensivoModifica a Constituição para dar competência ao município objetivando a criação de áreas estratégicas de pacificação social e ordenamento urbano, e para que as guardas municipais possam exercer atividades de polícia ostensiva, nos limites definidos em convênio com os Estados.

Utilização de imóveis fechados para ações criminosasPunição prevista na proposta é de pena de prisão simples, de 10 dias a 2 meses, ou multa aos donos de imóveis abandonados, que acabam servindo como depósitos de droga ou material roubado por omissão de cautela na conservação por parte de seus proprietários.

PLs 227/2012

PEC 40/2012

PLs 019/2012

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22 Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

DEsENvOLvIMENTO sOCIAL

O crescimento econômico dos últimos anos, a melhor distribuição de renda, pessoal e regional, bem como os programas sociais praticados, a exemplo

do Bolsa Família, levaram ao aumento do consumo dos cidadãos, mas não ne-cessariamente à melhoria da qualidade de vida da população.

Há uma contradição latente entre as demandas crescentes da população e as limitações legais e financeiras do setor público para atendê-las. As políticas sociais requerem hoje conhecimento mais aprofundado e capacidade de ges-tão maior do setor público, impondo custo ainda maior ao processo.

Os dados do IBGE apontam ainda outra questão: o aumento da população idosa e/ou aposentada, processo que traz em seu bojo a elevação dos custos privados e públicos da assistência, enquanto se reduz um fator de produção, o trabalho. A transformação demográfica do Brasil resulta na necessidade de equação de questão social e econômica muito complexa.

Muitas de nossas deficiências no campo social são antigas e é sabido que a correção do processo depende de esforço político. Dar respostas às demandas nessa área é o dilema posto para o Brasil. Mas há sinais evidentes de que ainda não demos conta de nosso passivo social. Não por outra razão, a presidente Dilma Rousseff elegeu o combate à miséria como prioridade.

E o setor público não pode mais se valer do aumento da arrecadação de impostos para fazer frente a esse processo. Nossa carga tributária aproxima-se dos 40% do PIB o que é insustentável para o setor produtivo e demais segmen-tos sociais. Só o crescimento sustentável será capaz de prover o atendimento às pressões sociais, impedindo a estagnação ou retrocesso na gestão desses seto-res vitais. E todos sabem que o aprofundamento da crise global impõe riscos à vitalidade de nossa economia.

Reverter esse quadro exige disciplina, competência e uma certa dose de ousadia, explorando novos ângulos e tendo olhar mais focado e estratégico para velhos dilemas. Diria que devemos iniciar uma verdadeira revolução para o enfrentamento da agenda social.

E

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Projetos relatados

Acompanhamento de menor.Permite ao empregado acompanhar filho menor de 12 anos em tratamento de saúde, por até 30 dias.

Compra de medicamentos.Cria o Programa de Abatimento no IRPF sobre compra de medicamento destinado ao combate de doenças crônicas.

Política de atenção aos idosos.Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir na modalidade de educação de jovens e adultos a política de atenção educacional e social aos idosos.

Doação de Leite Humano.Aprovado em caráter terminativo no Senado o parecer de Armando Monteiro que institui a Semana Nacional de Doação de Leite Humano a ser comemorada anualmente, na semana que incluir o dia 19 de maio. A proposta estabelece a obrigatoriedade de se divulgar e estimular os bancos de leite nos Estados e Municípios.

PLC

137/

2010

PLs

651/

2011

PLs

523/

2011

PLs

151/

2010

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24 Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

EsTADOs E MUNICíPIOs

é preciso reconstruir as bases do federalismo brasileiro que, nos últimos anos, assumiu características predatórias, repleta de antagonismos entre os entes.A face mais nociva desse processo é a guerra fiscal, em que os Estados con-

cedem incentivos fiscais e disputam investimentos e empregos. Recentemente, alguns entes federados aprofundaram a concessão de benefícios para produ-tos importados, avançando sobre recursos de ICMS dos Estados de destino das mercadorias e afetando de forma danosa a competitividade da economia bra-sileira, processo conhecido como guerra dos portos.

Felizmente, o Senado aprovou a Resolução 13/2012, que reduziu para 4% as alíquotas interestaduais de ICMS para produtos importados, dificultando a guerra dos portos. Foi também importante a aprovação da Proposta de Emen-da Constitucional 103/2011, que reparte recursos do ICMS entre os Estados nas transações efetuadas por meio do comércio eletrônico.

Há que se reconhecer que os Estados viveram progressiva perda no tocan-te à sua participação no total dessas receitas, que decresceu, em 2009, para apenas 25% do bolo total, 13 pontos percentuais abaixo do que detinham em meados dos anos 60, e 5 pontos abaixo do índice alcançado logo após a imple-mentação das mudanças adotadas em 1988.

A situação se agravou em função do peso que assumiu, nos orçamentos estaduais e municipais, os encargos das dívidas renegociadas em meados da década de 90. Hoje, os Estados comprometem em média 13% da receita líquida real, o que reduz substancialmente o espaço fiscal para investimentos públicos e gastos em áreas sociais críticas, como saúde.

O Senado irá agora se debruçar sobre as propostas sugeridas por uma Co-missão de Especialistas, que tem como pauta prioritária discutir a mencionada guerra fiscal do ICMS, estabelecer novos critérios de rateio do Fundo de Partici-pação dos Estados e do Distrito Federal (FPE), repartição dos royalties do petró-leo e revisão das regras de amortização das dívidas contratadas pelos Estados e Municípios com a União. Um grande desafio, sem dúvida, mas uma tarefa irrecusável para o Senado, que, por competência constitucional, é a Casa da Federação.

F

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25Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

Projetos relatados

Doação de imóvel.Autoriza o Banco Central a doar imóvel a Pernambuco, para instalação de órgão do governo do Estado.

Renegociação das dívidas dos Estados e Municípios.Trata das dívidas de Estados, Distrito Federal e municípios junto à União. Novas regras de financiamento, novo indexador da dívida, redução de juros, mais recursos para investimentos.

Modernização do Tribunal Regional do Trabalho – 6ª Região (Pernambuco)Cria cargos efetivos de Analista Judiciário na Especialidade Tecnologia da Informação com objetivo de Trata das dívidas de Estados, Distrito Federal e municípios junto à União. Novas regras de financiamento, novo indexador da dívida, redução de juros, mais recursos para investimentos.

PLC

074/

2012

PLs

334

e 61

8/20

11PL

C 52

/201

2

Transformado na Lei nº 12.718

de 26 de setembro de 2012

Transformado na Lei nº 12.721

de 2 de outubro de 2012

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26 Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

ATUAÇÃO POR PERNAMbUCO

4

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27Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

O desenvolvimento de Pernambuco é meta na ação parlamentar do senador Armando Monteiro, que tem atuado em prol do seu Estado, carreando re-

cursos e materializando projetos de interesse em áreas vitais como segurança, combate ao crack e formação e capacitação profissional. Também o combate à seca está entre suas preocupações, bem como a construção de barragens e outras melhorias de infraestrutura que possam contribuir para minimizar os problemas que há muito castigam a região Nordeste, especialmente o sertão e o agreste pernambucanos.

Armando Monteiro afirma que o Congresso Nacional deve estar atento à cobrança de ações mais ágeis do Governo Federal, de modo a garantir efeti-vamente a liberação dos recursos necessários a empreendimentos prioritários para o Estado.

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28 Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

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DEsTACAM-sE ENTRE sUAs AÇÕEs

Programa AtitudeR$ 31,4 milhões para o combate ao crack e outras drogas

O senador Armando Monteiro destinou no Orçamento Geral da União de 2012, por meio de emenda orçamentária de bancada, o montante citado. Os recursos serão repas-sados pelo Fundo Nacional Antidrogas, do Ministério da Justiça, à Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos do Estado de Pernambuco. O objetivo é fortale-cer e ampliar as ações do Programa Atitude, de prevenção e reinserção social dos usuários de crack, álcool e outras drogas.

O Atitude está inserido no programa estadual Pacto pela Vida e dá atenção integral aos usuários de drogas e seus familiares. Atua com equipes de abordagem social nas ruas, Centros 24horas de acolhimento e apoio e Cen-tros de tratamento intensivo. Além disso, promove a rein-serção social dos usuários de droga, quando recuperados.

Armando Monteiro recebe prefeitos pernambucanos em seu gabinete no Senado

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30 Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

Municípios pernambucanosR$ 25 milhões

No período de 2011 a 2012, o senador Armando Mon-teiro liberou recursos para a implantação de projetos mu-nicipais. São ações nas áreas de infraestrutura urbana, saú-de, educação, saneamento, entre outras.

R$ 39,4 milhõesNo período de 2011 a 2012, o senador Armando Mon-

teiro trabalhou junto aos órgãos públicos federais para em-penhar o montante acima, para atender os municípios. Os projetos aguardam aprovação técnica e/ou conclusão da obra. Nesses valores estão incluídas todas as solicitações recebidas pelos prefeitos municipais de Pernambuco.

Recuperação da Mata SulLinha de crédito especial

Atendendo proposta do senador Armando Monteiro, superintendentes do Banco do Brasil, Caixa Econômica e Banco do Nordeste em Pernambuco debateram a im-plantação de linha de crédito especial para recuperação das atividades econômicas na Mata Sul, principalmente no caso de setores que tiveram interrupção da produção, perda de mercadorias e de patrimônio em decorrência das enchentes. O encontro foi fruto de reivindicação apresen-tada pelos empresários locais, durante discussão com dire-tores das câmaras de Dirigentes Lojistas (CDLs), promovida por Armando Monteiro, nos municípios de Ribeirão, Água Preta, Barreiros e Palmares.

Regulamentação de lei beneficia comerciantesEncontro com secretário-executivo do Ministério da

Fazenda, Nelson Barbosa, reforça importância da regula-mentação da Lei 12.409/2011, que garante a concessão de empréstimos para empresas e empreendedores de muni-cípios brasileiros atingidos por desastres naturais, em situ-ação de emergência ou calamidade. Com esta formaliza-ção, o BNDES fica autorizado a manter uma linha de crédito com condições especiais, no valor de R$ 1 bilhão. Outra boa notícia é a prorrogação do prazo de concessão dos empréstimos do BNDES de 31 de dezembro de 2011 para 30 de junho de 2012.

Ações Contra a SecaLiberação de R$ 700 milhões para pequenos produtores

Armando Monteiro mobilizou-se para ajudar Pernam-buco a enfrentar uma das mais duras secas que penalizou o Estado no ano de 2012. No Senado, votou a favor da li-beração de uma linha de crédito extraordinário de R$ 700 milhões para os pequenos produtores rurais. Também su-biu à tribuna para cobrar do Governo Federal agilidade na liberação de recursos e desburocratização das ações de atendimento às populações atingidas. No Estado, parti-cipou de encontros com prefeitos e representantes do Comitê Integrado de Combate à Estiagem, criado pelo governo local, defendendo a realizações de ações perma-nentes, como a conclusão das obras da Adutora do Pajeú e a melhoria da infraestrutura hídrica.

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31Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

Armando Monteiro reune-se com lideranças da Mata Sul e abaixo com pequenos empresários do Agreste

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32 Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

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33Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

Obras da barragem

de serro Azul, que

terá capacidade de

acumulação de 303

milhões de metros

cúbicos de água. A

barragem servirá

de amortecimento

de cheias nas

bacias dos rios Una,

sirinhaém e Mundaú

e protegerá cerca

de dez municípios da

região, que sofrem

com as recorrentes

inundações.

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34 Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

Contrução de sistema de barragensEncontro da bancada de PE com Gilberto Carvalho

Reunião com ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência República, Gilberto Carvalho, debateu a inclu-são no PAC 2 da construção do sistema de barragens, em Pernambuco, para evitar os danos causados pelas chuvas. O senador também destacou a necessidade de realizar no Recife e nos municípios da Região Metropolitana obras de prevenção, como dragagem de canais e construção de muros de arrimo.

Biblioteca pública do Sesi e o Senai de Petrolina; abaixo, visita

ao município de Goiana

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35Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

Liberação de R$ 90 milhões para barragem de Serro Azul

Com voto favorável do Senador Armando Monteiro, a Comissão de Orçamento do Senado aprovou crédito su-plementar para construção da barragem de Serro Azul, em Pernambuco. Localizada no município de Palmares, a bar-ragem vai abranger também municípios como Catende e Bonito, fortemente atingidos pelas últimas enchentes na Mata Sul. A obra será construída com recursos dos gover-nos Federal e Estadual.

“A Mata Sul tem densidade demográfica expressiva e tem o município de Palmares como o maior da região. Priorizar a destinação dos recursos por meio dessa realo-cação é muito importante para garantir a execução dessa obra que representará uma solução definitiva para o dra-ma das cheias”, disse o senador. A barragem de Serro Azul será a quinta maior de Pernambuco e terá capacidade de acumulação de 303 milhões de metros cúbicos de água. A finalidade da obra é controlar quatro reservatórios que ser-vem de amortecimento de cheias nas bacias dos rios Una, Sirinhaém e Mundaú. A barragem protegerá cerca de dez municípios da região que, em épocas de chuvas, sofrem com as recorrentes inundações.

Zona da Mata NorteInstalação da Fiat

Audiência Pública em Goiana discutiu impacto am-biental resultado da implantação da indústria no municí-pio. O senador Armando Monteiro registrou ser importan-te que a sociedade discuta todos os aspectos econômicos, sociais e ambientais deste que é o maior investimento do setor privado no País. O encontro reuniu representantes do governo do Estado, sobretudo da Agência estadual de Meio Ambiente e sindicatos de trabalhadores, federação de indústria e associações setoriais. “Temos que buscar o desenvolvimento social e ambientalmente equilibrado.”

Vale lembrarNa presidência da Confederação Nacional da Indústria

(2002/2010), Armando Monteiro expandiu e fortaleceu a capacidade de atendimento do SESI e do SENAI pernam-bucanos, parceiros estratégicos no processo de desenvol-vimento do Estado. Ele construiu as unidades do SENAI de Garanhuns, Santa Cruz do Capibaribe e Petrolina, sendo esta última a maior unidade, com investimentos acima de R$ 15 milhões, para ministrar cursos de aperfeiçoamento profissional e prestar serviços tecnológicos às empresas da Região do Vale do S.Francisco. A unidade de Cabo de Santo Agostinho foi reestruturada para qualificar os trabalhadores do estaleiro Atlântico Sul, no complexo de Suape, e da Refi-naria Abreu e Lima.

No SESI, Armando Monteiro implantou o projeto Indús-tria do Conhecimento, que consiste na construção de bi-bliotecas em todo o País. São verdadeiros Centros Multimí-dia, equipados com computadores com acesso gratuito à Internet, salas de leitura e um acervo de aproximadamente mil títulos. A meta é instalar 230 Centros no país: 17 já estão em pleno funcionamento em Pernambuco.

No período de 1999 a 2010, como deputado federal, Ar-mando Monteiro liberou R$ 83,5 milhões para atender aos projetos apresentados pelos municípios pernambucanos ao governo federal. Tais projetos dizem respeito a obras re-levantes nas áreas de saúde, educação, assistência social e infraestrutura.

Vale ressaltar a instalação do shopping Santa Cruz Moda Center, no município de Santa Cruz do Capibaribe, maior parque de feiras da América Latina, cuja realização foi pos-sível pela atuação de Armando Monteiro, que, em 2002, ini-ciou a negociação - junto ao Ministério do Trabalho - para liberação de recursos do FAT, repassados pelo Banco do Brasil. Foram liberados 32 milhões para financiar o projeto com linha de crédito subsidiada de 5,3% ao ano e 6 meses de carência.

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36 Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

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CONTExTO POLíTICO

5

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Pernambuco vive hoje um extraordinário dinamismo, em que é palco de processo de transformações econômicas

estruturais. O Estado relança de forma expressiva sua indús-tria, o que permitirá dar um salto ainda maior nas próximas décadas. A indústria pernambucana deverá experimentar crescente participação no conjunto da economia local, sen-do o motor da promoção das mudanças estruturais.

É nesse contexto que o PTB se fortalece no conjunto das forças políticas. O partido elegeu em 2012 no Estado um total de 25 prefeitos e 219 vereadores. Segundo em Pernambuco em número de prefeitos, o PTB ampliou sua presença em algumas regiões, em colégios eleitorais e mu-nicípios estratégicos.

Destacam-se Goiana – que atrai hoje investimentos, como Fiat, Hemobrás, fábrica de vidros planos do grupo Brennand -, Igarassu, município importante da RMR, Gravatá, porta da região do Agreste, Arcoverde, porta do Sertão, e Garanhuns, o terceiro maior colégio eleitoral do interior do Estado.

“ O PTB se situou muito bem nesse contexto, porque o partido – que tem espírito aliancista – pôde, entre candi-daturas próprias e chapas que compôs, estar presente em composições vitoriosas em 40 municípios pernambuca-nos, 25 com prefeitos eleitos pela legenda, o que nos dá a segunda posição no Estado”, diz o senador.

Trajetória no EstadoEm 2003, o Senador Armando Monteiro filiou-se ao

partido assumindo a presidência da sigla em Pernambuco, cargo que exerce até a presente data. A opção pelo PTB teve a influência do então presidente nacional do partido, o falecido Deputado Federal José Martinez, do Paraná, que garantiu ao grupo pernambucano independência e liber-dade de atuação no Estado e no Congresso Nacional.

Até então, em Pernambuco, o PTB contava apenas com um deputado estadual e nenhum federal. Em 2005, o par-tido promoveu um ato político na Assembleia Legislativa para oficializar as novas filiações de 16 prefeitos municipais, 170 vereadores, além de lideranças de destaque no cenário político do Estado. Hoje, o PTB de Pernambuco conta com 7 deputados estaduais, 4 deputados federais e 1 senador,

Armando Monteiro. Vale ressaltar que, na Câmara dos De-putados, a bancada pernambucana é, proporcionalmente, a de maior representatividade do PTB na Casa.

Nas eleições de 2008, o PTB elegeu 31 prefeitos e 230 vereadores. Saiu das urnas como o segundo partido em densidade eleitoral do Estado, posição que manteve no pleito de 2012.

Gestão é prioridadeGestão é hoje um conceito-chave para o PTB. Como

presidente estadual do partido, Armando Monteiro enfa-tizou que o pleito de 2012 evidenciou de forma clara que o povo de Pernambuco alinha-se ao projeto político-admi-nistrativo em curso em Pernambuco e que tem proporcio-nado resultados expressivos do ponto de vista socioeconô-mico. A qualidade da gestão das cidades é fator essencial.

O tema foi destaque no seminário Novos Desafios – um olhar moderno na gestão das cidades, promovido pelo PTB em 12 de novembro, em Recife. Abrindo o en-contro, o senador Armando Monteiro alertou que os pre-feitos eleitos ou reeleitos têm a missão de “fazer mais com menos”, a partir de 1º de janeiro de 2013. Para isto, enfatiza, precisarão se apoiar em ferramentas modernas de gestão, “que podem ajudar extraordinariamente os municípios, so-bretudo neste contexto de dificuldades”

Na presença de mais de 150 gestores do PTB e de par-tidos aliados, entre prefeitos, vices e secretários municipais, Armando Monteiro defendeu a redefinição do Pacto Fede-rativo – tema que vem merecendo a preocupação do go-vernador Eduardo Campos – e elogiou o modelo de gestão adotado que tem permitido as transformações estruturais em curso que possibilitarão ao Estado “um salto maior nas próximas décadas e a interiorização do desenvolvimento”.

“Estamos criando novos pólos de desenvolvimento e o efeito disto vai ser efetivamente a ampliação da base eco-nômica de Pernambuco, o que seguramente trará impac-tos muito positivos para a vida de nossos municípios. É evi-dente que esse movimento de desconcentração vai exigir cada vez mais um melhor padrão de gestão dos municípios e a necessidade de buscarmos mais eficiência na gestão.”

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39Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

Armando Monteiro e o governador

Eduardo Campos

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40 Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

Secretaria de Trabalho, Qualificação e Empreendedorismo

O PTB participa da administração Eduardo Campos através da Secretaria de Trabalho, Qualificação e Empreen-dedorismo, que tem novo foco de atuação. Indicou para assumir a Pasta o ex- diretor regional do SENAI-PE, Antonio Carlos Maranhão.

O órgão foi concebido, em 2011, com o objetivo de responder a dois novos desafios, ambos de grande im-portância para o desenvolvimento sustentável do Estado: a Qualificação Profissional e o apoio ao Empreendedoris-mo. Isso, além das funções tradicionais de uma Secretaria de Trabalho, que é a captação de vagas, intermediação de mão de obra, orientação profissional e habilitação ao segu-ro desemprego.

No eixo Qualificação, o desafio é preparar os trabalha-dores pernambucanos para os novos postos de trabalho, a partir da atração de significativos investimentos produti-vos e a realidade das obras de infraestrutura, de construção habitacional, de comércio e de serviços, estes com uma demanda crescente face aos grandes eventos culturais, esportivos e de turismo previstos para Pernambuco, entre eles a Copa do Mundo em 2014.

Neste sentido, ações estratégicas foram desenvolvidas, entre estas:

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41Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

Æ Projeto Qualipetro. Desenvolvido em convênio com a Refinaria Abreu e Lima, para a formação de 200 novos instrutores de qualificação básica em áreas de interesse da indústria naval e de petróleo e gás. Em fase final de execução, o projeto aumentará a capacidade de qualificação profissional nessa área em cerca de 18.000 trabalhadores por ano;

Æ Projeto Qualiauto. Tem o objetivo de formar 150 novos instrutores de qualificação em áreas de interesse do polo automotivo, em implantação no Estado, e de 100 docentes nas mesmas áreas para as novas Escolas Técnicas da Rede Federal, Estadual e do Sistema S em implantação. O alvo é a formação, até 2015, de 2,5 mil técnicos e qualificação de cerca de 25 mil trabalhadores para o polo automotivo. Voltado para os egressos do Ensino Médio da rede pública, o programa abrange 13 municípios da região metropolitana norte e da mata norte do Estado. Na primeira etapa, serão qualificados 7 mil trabalhadores na área da construção civil.;

Æ A celebração de convênio com o SENAI e com o SENAC para utilização dos recursos decorrentes do acordo de gratuidade celebrado por essas instituições com o MEC, a coordenação de ações do PRONATEC – FIC e a utilização de programas de qualificação do MTE possibilitaram a oferta de mais de 50.000 vagas gratuitas de qualificação no Estado em 2012.

Æ A qualificação profissional de trabalhadores dos programas Mãe Coruja, Chapéu de Palha nas versões Fruticultura Irrigada, Cana de Açúcar e Pesca, e o Governo Presente que atende jovens em situação de vulnerabilidade. Em 2012, esses programas atingiram cerca de 13 mil trabalhadores.

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AÇÕEs EsTRATéGICAs

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42 Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

No eixo Empreendedorismo, os focos são o apoio aos empreendedores individuais e trabalhadores autônomos, o desenvolvimento da economia solidária e o fortaleci-mento das micro e pequenas empresas. Nesse eixo mere-cem destaque:

1 Æ O Fórum Estadual das Micro e Pequenas Empresas,

cuja coordenação é da Secretaria e cujos comitês temáticos – racionalização legal, burocrática e legislação; investimento, financiamento, comércio exterior e integração; e tecnologia, inovação, educação empreendedora e informação – apresentam resultados já visíveis, entre estes:

Æ A aprovação da Política de Compras Governamentais que prioriza as Microempresas, Empresas de Pequeno Porte e Microempreendedores Individuais;

Æ A inclusão da disciplina “Empreendedorismo” no currículo das Escolas de Referência de Ensino Médio;

Æ A elaboração para implementação em novembro de 2012 do Programa de Desenvolvimento das ME, EPP e MEI para as vendas ao Poder Público Estadual e do Programa de Financiamento aos Fornecedores do Estado;

Æ A realização de Rodadas de Crédito cujo objetivo é aproximar os empreendedores dos micro e pequenos negócios das instituições financeiras. Rodadas no Recife e em Caruaru envolveram mais de 500 empreendedores e está programada a Rodada em Petrolina.

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43Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

Æ O Projeto IDEIA – Incentivo ao Desenvolvimento dos Empreendedores Individuais e Autônomos – que em 2012 capacita 2 mil empreendedores individuais e autônomos tanto na melhoria da qualificação profissional quanto nas questões de gestão do negócio, custos etc;

Æ O lançamento do portal Empreende – PE em convênio com mais de 20 instituições de apoio às micro e pequenas empresas. O portal disponibiliza informações sobre os produtos e serviços disponíveis nas instituições parceiras para resolver a questão apresentada pelo empreendedor;

Æ O desenvolvimento do Projeto INTEGRA Economia Solidária em convênio com o MTE – SENAES, que visa apoiar 50 empreendimentos econômicos solidários em 8 municípios da mata norte e no bairro de Santo Amaro, em Recife, com ações de organização social, apoio à comercialização, finanças solidárias, formação profissional e melhoria da gestão nas áreas de artesanato, alimentação e agroecologia;

Æ O Projeto Artesanato Sustentável que apóia 10 empreendimentos econômicos solidários da Região Metropolitana do Recife com ações de melhoria do produto e apoio à comercialização.

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PARTICIPAÇÃO EsPECIAL

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45Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

CONsELHO DO DIPLOMA jOsé ERMíRIO DE MORAIs

FRENTE PARLAMENTAR DAs MICRO E PEqUENAs EMPREsAs

COMIssÃO EsPECIAL DE REFORMA DO CÓDIGO PENAL

a

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CONsELHO DO DIPLOMA jOsé ERMíRIO DE MORAIs

A

senador Armando Monteiro foi eleito presidente do Conselho em 2011, sen-do reconduzido ao cargo em 2012.

Atuação do ConselhoEm 2008, o Senado Federal instituiu o Conselho do Diploma José Ermírio de

Morais, com o objetivo de homenagear personalidades de destaque do setor industrial e contribuição à economia nacional, promovendo o desenvolvimen-to sustentável e o progresso do País.

A escolha também leva em consideração aqueles que contribuem com programas de responsabilidade e valorização ambiental, cultural e social.

Premiação de 2012Em 2012, Armando Monteiro indicou à homenagem o pernambucano Ri-

cardo Coimbra de Almeida Brennand, que foi eleito por unanimidade junto com três outros empresários: Assis Gugacz, José Carlos da Silva Júnior e Said Samou Salomão, este último in memorian.

A solenidade de outorga do Diploma José Ermírio de Morais foi realizada no plenário do Senado Federal, em 29 de maio de 2012, em sessão presidida pelo presidente do Congresso Nacional, Senador José Sarney. Em seu discurso, Ar-mando Monteiro ressaltou a trajetória de seu conterrâneo, fundador do Instituto Ricardo Brennand, hoje referência mundial na área de empreendimento cultural e que colocou Pernambuco na rota das grandes mostras internacionais de arte.

Na solenidade, o senador registrou a feliz coincidência com as comemo-rações relativas ao dia da Indústria. Nada mais oportuno para por em relevo o papel do setor e a importância de se apoiar os empreendedores brasileiros. O senador exaltou a participação da indústria nacional no cenário global e o im-pacto da crise econômica mundial sobre o parque produtivo brasileiro.

Armando Monteiro entrega o Diploma a Ricardo Brennand

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47Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

“(...) o brasil não pode abdicar da sua justa ambi-ção de manter presença no cenário internacional, com uma indústria vigorosa e diversificada. Não po-demos permitir que o País faça um percurso regres-sivo de se conformar com a condição de exportador de commodities, ainda que reconheçamos que o bra-sil tem vantagens comparativas excepcionais nessa área. Então, neste dia, vamos todos, de alguma for-ma, afirmar a nossa crença de que o brasil precisa, mais do que nunca, apoiar a indústria, apoiar aque-les que confiam e que empreendem neste País. Te-nho certeza de que os exemplos de vida dos nossos homenageados representam, para todos nós, a re-ferência de como podemos enfrentar as dificuldades sem perder nunca a crença no nosso País.”

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48 Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

FRENTE PARLAMENTAR DAs MICRO E PEqUENAs EMPREsAs

b

senador Armando Monteiro é vice-presidente da Frente Parlamentar das Micro e Pequenas Empresas.

ComposiçãoA Frente é composta por 22 senadores e 308 deputados.

Negociações para o Simples NacionalO senador Armando Monteiro participou das negocia-

ções que culminaram com a aprovação, pelo Congresso Nacional, do Projeto de Lei Complementar nº 139/11. Com a medida, foram ampliados os limites do Simples Nacional em 50%, o parcelamento das dívidas tributárias, expandido

os limites para as receitas de exportação e adoção de me-didas desburocratizantes, como a redução de 3 anos para 12 meses do período de inatividade necessário para a bai-xa simplificada.

Na defesa dos microempreendedores, além da pro-posta de sua autoria (PLS 246/2011), que prevê a redução das exigências burocráticas para o ingresso no programa de Microempreendedor Individual (MEI), facilitando a vida de quem quer formalizar o seu negócio, o Senador é autor de diversas emendas de aperfeiçoamento de projetos que tramitam na Casa que apoiam o segmento.

Dentre estas:

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49Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

Inclusão de novos setores no regime do Simples;

Permissão para que as micro e pequenas empresas optantes do Simples possam fazer jus a incentivos fiscais, principalmente aqueles destinados à inovação e ao fomento do desenvolvimento regional;

Vedação a que os optantes do Simples fiquem sujeitos ao regime de substituição tributária no ICMS (regime de antecipação do recolhimento do imposto);

Reajuste ou eliminação dos subtetos. Hoje, a Lei Geral autoriza que os Estados adotem limites menores para que o ICMS e o ISS sejam incluídos no Simples Nacional. O sublimite é adotado por Estados cuja produção não ultrapasse 5% do PIB. O paradoxo é que estes Estados são os que mais precisam dessa política de incentivo ao empreendedorismo para promover o crescimento econômico. E, nesta mesma linha de raciocínio, seguem os municípios que adotam os sublimites para o ISS. A adoção do sublimite reduz a competitividade das MPEs do Estado em relação às empresas equivalentes onde o sublimite não é adotado.

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50 Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

COMIssÃO EsPECIAL DE REFORMA DO CÓDIGO PENAL

C

senador Armando Monteiro é membro titular da Comissão Especial que analisa o novo Código Penal Brasileiro e da Comissão Mista de Inquérito

(CPMI), que investiga crimes contra a mulher.

Composição11 senadores integram a Comissão que irá discutir o anteprojeto elaborado

por 15 juristas (PLS 236/2012), antes de sua votação pelo Plenário da Casa.

Ouvindo a sociedadeO senador Armando Monteiro vem participando ativamente do debate e

de audiências sobre o tema, em todo o País, para ouvir sugestões que aperfei-çoem o anteprojeto proposto. Ele frisa a necessidade de mudar o atual Código Penal, de 1940, incorporando toda a legislação criminal editada nestes mais de setenta anos de vigência. Novas práticas criminosas emergiram e, portanto, no-vos tipos penais precisam ser previstos no Código. A proliferação das drogas, destacadamente o aumento do consumo de crack, está entre as questões de maior sensibilidade para a sociedade e que exigem reflexão maior por parte dos parlamentares.

Representantes do Ministério Público e da OAB de Pernambuco reuniram-se com o senador para debater aspetos desejados da reforma penal. De posse das sugestões da OAB, o senador encaminhou ao senador José Pedro Gonçalves Taques, relator da Comissão Especial, a contribuição recebida. “Por oportuno, lembro que Pernambuco sempre se destacou no ambiente jurídico do País por contar com extraordinário elenco de respeitáveis nomes na área do direito pe-nal”, disse em ofício ao relator.

Armando Monteiro ouviu igualmente a posição da secretária estadual da Mulher, Cristina Buarque, e a representante do Fórum de Mulheres de Pernam-buco, Paula Viana. O encontro objetivou analisar questões de interesse desse segmento da sociedade, tema em discussão tanto na CPMI – que reivindica a aplicação efetiva da Lei Maria da Penha – quanto na nova proposta do Código Penal. “Esta é mais uma importante contribuição para que o novo Código possa refletir o amadurecimento da sociedade brasileira”, disse o senador.

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51Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

Emendas apresentadas

O senador apresentou um total de 35 emendas ao PLS 236/2012, abarcando áreas temáticas como:

Æ Responsabilidade Criminal da Pessoa Jurídica, Æ Alteração das Penas, que abarca modificação do

sistema progressivo e o regime de prisão fechado e aberto, tipificação de crimes hediondos.

Æ Crimes contra a pessoa e contra a vida; Æ Crimes contra a liberdade pessoal; Æ Crimes contra o patrimônio; Æ Crimes contra a dignidade sexual; Æ Combate às drogas; Æ Crimes contra a paz pública; Æ Abuso de autoridade; Æ Crimes contra a administração pública

e administração da justiça; Æ Crimes contra a ordem econômico-financeira

e ordem tributária e previdência social; Æ Crimes contra o sistema financeiro; Æ Crimes contra o meio ambiente; Æ Crimes contra a humanidade

35

PLs

236/

2012

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52 Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

EvENTOs E PALEsTRAs

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Presença do senador Armando Monteiro em eventos especiais

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17abr

ORDEM DOs ADvOGADOs DO bRAsIL (OAb)

Seminário Reforma Tributária da Comissão de Direito Tributário do Conselho Federal da OAB

O senador Armando Monteiro defendeu a necessidade de o Brasil empreender uma reforma tributária ampla. O País

abriga 27 legislações distintas de ICMS, recheada de especifi-cidades, praticando as mais diversas alíquotas tributárias para um mesmo bem ou serviço em circulação. Não bastasse a complexidade da legislação e o peso dos impostos sobre o sistema produtivo, o contribuinte brasileiro arca com uma carga tributária em torno de 35% do PIB, patamar bastante elevado se considerado o nível de renda per capita brasileiro.

Ele identifica, no entanto, que uma reforma pontual,

restrita às questões mais urgentes, é preferível ao imobi-lismo diante dos percalços políticos que uma mudança profunda na legislação poderá gerar. “Esse é um tema vital para o País. A complexidade do nosso sistema tributário é um dos elementos do Custo Brasil e fator de restrição ao crescimento econômico mais acelerado”, diz ele. E comple-tou: “A reforma é essencial para simplificar procedimentos e elevar a competitividade das empresas brasileiras. É uma demanda de quase vinte anos da indústria brasileira e a fal-ta de avanços constitui permanente fonte de frustrações.”

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24out

UNIvERsIDADE FEDERAL DE PERNAMbUCO

Parceria entre empresas e universidade

Armando Monteiro defendeu a parceria entre empresas e universidades para o desenvolvimento tecnológico e

registrou ser recente esse tipo de integração. No encontro, destacou a carência de cultura de inovação no ambiente empresarial e a insuficiente articulação entre a política in-dustrial e a ciência e tecnologia.

Para o senador, é importante a adoção do conceito de hélice tríplice, que tem por base a interação entre univer-sidade, empresas e governo. “A ideia central desse modelo é criar condições para o surgimento de inovações na so-ciedade baseada no conhecimento, através do processo contínuo de troca nas três esferas.” Nas duas gestões à frente da Confederação Nacional da Indústria (2002-2010), Armando Monteiro atuou para esse tipo de integração. No período, a entidade criou o Movimento Empresarial pela Inovação (MEI).

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18nov

CâMARA DE COMéRCIO bRAsIL-EUA (AMCHAM)

Reunião Bimestral do Conselho Administrativo

Convidado especial do encontro, o senador afirmou que o Brasil vive o duplo desafio de enfrentar uma agenda

de superação de deficiências estruturais, custos sistêmi-cos, logísticos e tributários - que colocam o País em des-vantagem frente aos concorrentes no mercado global -, e uma agenda voltada para o desenvolvimento de novas competências, focada na inovação e na educação de me-lhor qualidade, pilar fundamental da construção da nova economia.

O Brasil, disse, vem perdendo inúmeras oportunidades de fazer avançar uma agenda de modernidade, tendo ain-da que conviver com entraves à competitividade.

Participaram do encontro representantes das principais empresas brasileiras como Embraer, Odebrecht, Cargill, en-tre outras.

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55Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

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21nov

FECOMéRCIO

Debate “Formas Modernas de Contratação do Trabalho”

O senador Armando Monteiro registrou a importância de regras flexíveis na relação trabalhista, especialmen-

te para superar momentos de crise econômica. O polê-mico tema foi objeto do estudo comparativo “O uso de medidas flexíveis para lidar com crise econômicas na Alemanha e no Brasil”, de autoria de Werner Eichhorst e Paul Marx, do Instituto de Estudos do Trabalho de Bonn, e José Pastore, da Universidade de São Paulo, apresentado no seminário. Participaram também da mesa o ministro do Tribunal Superior do Trabalho, Pedro Paulo Teixeira Manus, e o professor de Direito do Trabalho da Universidade Ma-ckenzie e FAAP, Luiz Carlos Robortella.

Pastore ressaltou a qualidade do trabalho do senador no Congresso Nacional, na busca de melhorar o arcabou-ço legal que rege as relações trabalhistas no País. “Arman-do Monteiro é uma liderança de quilate inquestionável e

preparado para o avanço que necessitamos no trato das relações entre capital e trabalho”, disse. Ele lembrou que o tema é caro ao senador, que lutou pelo mesmo ideário, nas duas gestões à frente da Confederação Nacional da Indús-tria (CNI), no período de 2002-2010, e no período anterior, como presidente de sindicato. “Armando sabe que a fle-xibilização é importante para a competitividade do País.”

“Avançar é difícil”, afirmou o senador. “Mas julgo que a sociedade brasileira está acordando para a necessidade de mudanças nessa área. Precisamos retomar a agenda de re-formas que abandonamos e, entre essas, especialmente, a trabalhista e sindical.” E finalizou: “O Congresso a meu ver tem que ter essa compreensão e julgo que o debate está mais desarmado nesse momento. Julgo que podemos avançar, deixando para trás a desconfiança entre empre-gador e empregado.”

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56 Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

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19mar

CâMARA MUNICIPAL DO CAbO DE sANTO AGOsTINHO

Educação e Inovação na Sociedade Contemporânea

Incentivador do ensino profissionalizante como forma de incrementar o desenvolvimento e gerar empregos, o se-

nador Armando Monteiro fez palestra na Câmara de Vere-adores do município de Cabo de Santo Agostinho (PE). Ele destacou a importância da Escola Técnica do Senai local para o crescimento regional.

A Escola teve o Centro de Exames de Qualificação (Ce-qual) homologado como organismo nacional de certifica-ção de inspetores de soldagem. Foi fundamental o apoio do senador, na captação de recursos, para que o Cequal atingisse o nível de excelência existente. Com a ampliação, a unidade hoje dispõe de 47 salas (eram 26). A indústria é irradiadora de tecnologia, exige conhecimentos especia-lizados e por isso tem condições de pagar melhores salá-rios. O parque industrial tem sido o vetor de crescimento de Pernambuco.

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FEbRAbAN

Encontro de CEO s do setor financeiro

Armando Monteiro foi o convidado especial da entida-de. Na ocasião, fez avaliação do cenário político e eco-

nômico brasileiro, sob a ótica do impacto da crise global. Os presentes registraram a importância da interlocução com o parlamentar, que teve destacada como diferencia-da sua atuação no Senado Federal e lembrada, com elo-gios, a trajetória na presidência da Confederação Nacional da Indústria.

Presentes, o presidente da Febraban, Murilo Portugal, e seus principais diretores, bem como representantes do setor financeiro, entre eles: Angelim Curiel, do Citibank; Carlos Alberto Vieira, Banco Safra; Érico Sodré, da ACREFI; Hélio Duarte, do HSBC e o economista Marcos Lisboa, Itaú/Unibanco.

2012

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26jun

HsbC

Seminário Global Connections, Internacional Exchange Brasil

O senador Armando Monteiro destacou a busca pela competitividade como o maior desafio do País. “O Bra-

sil vive um ciclo virtuoso. Cresce de forma continua e am-plia seu mercado com a expansão da classe média. Esse é nosso principal ativo. As perspectivas são positivas, mas ainda temos que enfrentar questões estruturais do passa-do, como carga tributária alta e necessidade de maior qua-lificação de mão-de-obra.” Armando falou a uma platéia composta de empresários e CEOs do HSBC Commercial Banking.

O senador registrou que o Brasil – sexta maior econo-mia do mundo, com dois grandes eventos desportivos no horizonte e mercado interno robusto – desperta o interes-se entre os emergentes, embora ainda com considerável desconhecimento de seus potenciais pelos investidores. “O momento é propício para as reformas necessárias. Preci-samos produzir um ajuste fiscal de melhor qualidade. Não

elevar tributos e conter o gasto público de custeio. Nosso sistema tributário deve ser de classe mundial.”

Armando Monteiro afirmou que o desafio do cresci-mento tem três dimensões, que exigem atenção simultâ-nea. “Temos a questão da construção das competências, que o País precisa para enfrentar o futuro, melhorar a ca-pacidade de inovação; temos a questão da remoção dos obstáculos que entravam o desempenho e a competitivi-dade das empresas no momento atual, e temos as ações emergenciais necessárias para responder aos problemas que se apresentam em função da evolução da conjuntu-ra nacional e internacional.” E acrescentou: “É importante o Brasil se posicionar bem diante dos BRICs e da própria Eu-ropa que, após a passagem mais dura da crise, deve voltar forte, dado que o ajuste tende a colocar os países europeus com custos de capital e de mão de obra mais baixos e pro-dutividade mais elevada.”

2012

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20set

FÓRUM NACIONAL REIs vELLOsO

Novos caminhos do desenvolvimento: Brasil, sem visão de País e sem competitividade não haverá oportunidade

Armando Monteiro defendeu ação efetiva do Congresso em prol da agenda da infraestrutura, prioridade para a

consolidação do desenvolvimento brasileiro. “É vital destra-var o investimento nessa área, que tem impacto profundo sobre a produtividade global da economia”, disse o senador. Saudado por João Paulo dos Reis Velloso, que relembrou a presença assídua de Armando nas edições anteriores do Fórum, como presidente da Confederação da Indústria, o senador abriu a participação dos convidados, após a expo-sição de Raul Velloso sobre a temática de seu livro “Infraes-trutura – Os caminhos para sair do buraco”, em pareceria com Marcos Mendes, Paulo Springer e Cesar Mattos.

Renato Pavan, presidente da Macrologística, também debatedor, lembrou que foi na gestão de Armando Mon-teiro na CNI que o setor privado contratou o primeiro estu-do de logística regional integrada. “A provisão dos serviços de infraestrutura é fundamental no processo de integra-

ção regional e da formação da coesão federativa”, afirmou o senador. Participaram ainda da discussão Arno Augustin Filho, do Tesouro Nacional, Maurcício Barreto de Carvalho, secretário do Ministério do Planejamento e Geraldo Aguiar Vianna, diretor da Confederação Nacional dos Transportes.

“Há um sentido de urgência em potencializar os inves-timentos em infraestrutura”, disse Armando Monteiro, re-gistrando que o País apresenta um déficit de investimento no setor da ordem de R$ 122 bilhões por ano. O estímulo à maior participação da iniciativa privada dependerá, segun-do o senador, de marcos regulatórios mais seguros. Ele ci-tou a MP 575, de 2012, como passo importante para a pro-moção de avanço na legislação das PPPs, marco criado em 2004, mas de uso restrito desde então. O próprio senador apresentou emenda a essa MP, propondo a desoneração fiscal dos aportes de recursos públicos para construção. “O investimento não pode ser tributado”, ressaltou.

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26set

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDúsTRIA

Homenagem

O novo prédio corporativo da Confederação Nacional da Indústria receberá o nome de Armando Monteiro. O

patrono da indústria, Roberto Simonsen, batiza o imóvel atual, sede da entidade, em Brasília. Líder do sistema de re-presentação sindical da indústria, a CNI reúne 27 Federa-ções de Indústria, nos estados e Distrito Federal, e cerca de 1.300 sindicatos patronais.

A homenagem foi decidida e aclamada por unanimi-dade na reunião mensal de diretoria, ocorrida ontem. O gesto é fruto do reconhecimento ao alto padrão das ges-tões de Armando Monteiro à frente da entidade, de 2002 a 2010.

O período foi marcado pelo fortalecimento da repre-sentação política da entidade, com a criação do Fórum Nacional da Indústria, em 2003, um compromisso de Ar-mando antes de sua eleição. Órgão de aconselhamento da CNI, o Fórum reúne 65 líderes empresariais, presidentes de Associações Nacionais Setoriais. Em 2005, o Fórum apre-sentou à sociedade o Mapa Estratégico da Indústria 2007-2015 e, desde então, acompanha a evolução dos indicado-res traçados com vistas ao desenvolvimento sustentado. O Movimento Empresarial pela Inovação (MEI) é outra iniciativa da gestão de Armando, que nasceu com o com-promisso de aprofundar o desenvolvimento tecnológico do País e das empresas. Ele criou igualmente o Programa Educação pela Nova Indústria, com o objetivo de integrar o ensino formal à educação profissionalizante, atendendo às novas demandas da indústria.

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18out

INTERLEGIs/sENADO FEDERAL

Seminário Desafios do Federalismo Brasileiro

O senador Armando Monteiro presidiu a mesa de deba-tes e, ao abrir o ciclo de palestras, chamou a atenção

para a necessidade de um novo pacto federativo. Disse ser este o momento para se pensar as novas bases do fe-deralismo brasileiro, considerando que as distorções hoje observadas são fruto do fato de ter havido centralização de todo o processo pela União. “Na década de 1990, para que fosse possível viabilizar a estabilização da economia, a União concentrou tudo. Já se passaram mais de 15 anos, é o momento de mudar esse status-quo.”

Segundo o senador, na área tributária é fundamental buscar a uniformização das regras e alíquotas do ICMS, de modo a melhorar a competitividade do País e reduzir o es-paço da guerra fiscal entre os estados”. Armando Monteiro lembrou que o Senado tem procurado dar sua contribui-ção para a agenda federativa.

Destacam-se a aprovação da Resolução 13/2012, que reduziu para 4% as alíquotas interestaduais de bens im-portados, restringindo a chamada “guerra dos portos”, e da PEC 113/2011, que objetiva repartir o ICMS das compras feitas por comércio eletrônico, entre os Estados hospedei-ros dos provedores e os de destino dos produtos. Também participou do Seminário o Chefe de Casa Civil do Governo do Estado de Pernambuco, Tadeu Alencar.

2012

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30out

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDúsTRIA

Divulgação do estudo Nordeste Competitivo

O senador Armando Monteiro ressaltou, na ocasião, que a falta de infraestrutura pode condenar regiões do País

à estagnação econômica. O Nordeste é responsável por 13,5% do PIB e precisa investir 25,8 bilhões em infraestrutu-ra nos próximos oito anos para garantir o escoamento da produção da região. Esse valor possibilitará a implementa-ção de 83 projetos de ampliação e modernização de rodo-vias, ferrovias, hidrovias e portos.

“A verdadeira dimensão de uma política nacional de desenvolvimento regional deve contemplar uma visão re-gionalizada do tema”, afirmou o senador. Ele disse, ainda, que a infraestrutura deve propiciar a integração do Brasil. “O desenvolvimento do Nordeste acontecerá a partir de dois fatores: o aumento da renda, que resultará no dina-mismo do mercado interno, e o crescente aporte de inves-timento em infraestrutura.”

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07nov

PRêMIO CONGREssO EM FOCO 2012

Homenagem pela defesa do desenvolvimento econômico

site Congresso em Foco homenageia parlamentares que se destacaram em 2012. Armando é premiado pela

“defesa do desenvolvimento econômico”, como titular da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Tra-jetória do senador na indústria é lembrada e citadas ações na presidência da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), da Confederação Nacional da Indús-tria (CNI), do SESI E SENAI. Foi igualmente lembrada sua passagem pela presidência do Conselho Deliberativo do Sebrae Nacional.

O prêmio busca valorizar o Poder Legislativo homena-geando os 50 deputados e senadores mais bem avaliados pela população e imprensa especializada. A escolha dos agraciados é feita em duas etapas. Na primeira votam os jornalistas que cobrem o Congresso Nacional e, na segun-da, o público, pela Internet.

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30nov

CâMARA DE COMéRCIO bRAsIL-EUA (AMCHAM)

Seminário sobre reforma tributária

O senador Armando Monteiro ressaltou a relevância de se modernizar o arcabouço tributário do País, priori-

zando a reforma do ICMS. A questão foi levantada no de-bate sobre as “Reformas Inadiáveis”, tema do seminário pro-movido pela Câmara Americana de Comércio (AMCHAM) de São Paulo – a maior dentre as 104 existentes nos demais países – e que tratou dos entraves à competitividade da economia. A discussão foi coordenada pelo economista Delfim Netto, com a presença dos professores Fernando Resende e Jacques Marcovitch e de lideranças do Senado e Câmara.

“A reforma tributária tem que começar. Não é mais pos-sível conviver com esse ambiente caótico. Temos que dar um mínimo de harmonização ao ICMS”, disse o senador. O bom trânsito político para a proposta de uniformização do imposto numa alíquota de 4% para as operações interesta-duais, como defendida por Resende no encontro, deverá, segundo o senador, respeitar algumas condições.

Primeiro, será necessário compensar os Estados com mecanismo que permita a recomposição automática e imediata das receitas perdidas; segundo, deverá haver um

2012

processo mais lento – no mínimo de oito anos – de tran-sição para os Estados do Nordeste, reconhecidamente os maiores perdedores com a conversão à nova alíquota; e o governo deve calibrar todos os instrumentos à disposição, inclusive criando novos fundos para apoiar o desenvolvi-mento regional, destacadamente em áreas de política in-dustrial e inovação, tecnologia e educação.

O senador Armando Monteiro frisou igualmente a ne-cessidade de o governo avançar de forma integrada na agenda federativa, como a definição de novas regras de rateio do Fundo de Participação dos Estados (FPE), divisão dos royalties do petróleo e um novo indexador para as dí-vidas dos Estados. “Esses são pontos sensíveis e que exi-gem cuidado no trato”, disse ele.

A questão da reestruturação do ICMS também foi pauta do encontro em Brasília, com o ministro da Fazen-da, Guido Mantega. A iniciativa do governo buscou colher sugestões para a construção de uma proposta a ser enca-minhada ao Congresso e que será alvo de audiência públi-ca prevista para 4 de dezembro na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

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03dez

CAsA DO sAbER

Debate sobre Código Penal

O senador Armando Monteiro reuniu-se, em São Pau-lo, com um seleto grupo de intelectuais, entre eles os

professores Boris Fausto e Maria Hermínia Tavares, da Uni-versidade de São Paulo, o deputado federal Alessandro Molon (PT-RJ), operadores do sistema de justiça criminal e analistas de políticas públicas para avaliar as propostas de emenda apresentadas ao anteprojeto do Código Penal em tramitação no Senado Federal. O encontro, na Casa do Saber, foi organizado pelo Núcleo de Pesquisa de Políticas Públicas (NUPPs) da USP, com o apoio do Instituto IFHC e o Centro de Liderança Pública (CLP).

Armando Monteiro falou sobre as empresas e os novos tipos penais de criminalidade econômico-financeira, ten-do como moderador Pedro Dallari, no módulo que abriu o encontro. No segundo, discutiu-se a questão das drogas e do crime organizado. “O Código Penal em si mesmo não resolverá todas as complexas questões que estão postas na sociedade. Pergunto, por exemplo, como coexistir um código novo com um sistema penitenciário medieval?”, colocou o senador, saudando Boris Fausto e compartilhan-

do sua visão de que nas condições atuais das prisões é muito difícil esperar ressocialização dos presos.

O senador frisou também que a legislação é esparsa, sendo portanto necessária sua codificação. Mas ressaltou que o processo tem que ser precedido de uma ampla au-diência da sociedade. Ele defendeu que as penas nos ca-sos de crimes de corrupção e contra a administração pú-blica devem ser agravadas, posição também manifestada pelo deputado Molon.

Armando Monteiro ressaltou ainda que temas quase desconhecidos até a última década passaram a ter gran-de relevância no debate sobre a segurança pública. Surgi-ram novos nichos de atuação do crime organizado, como os crimes cibernéticos, a biopirataria, o tráfico de órgãos, ou mesmo a falsificação de produtos industriais, além da expansão do tráfico de drogas e armas. Houve, de forma concomitante com a expansão desses mercados ilícitos, um rápido desenvolvimento de novas tecnologias e de re-des de comunicação que ampliaram o poder dos grupos criminosos.

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INTERNEws

Uniformização do ICMS

O seminário Guerra fiscal: momentos de decisão, orga-nizado pela InterNews, em São Paulo, reuniu o senador

Armando Monteiro, o ministro Gilmar Mendes e o econo-mista Bernard Appy, entre outros convidados, em debate com selecionada platéia sobre a reforma do sistema tribu-tário brasileiro. Titular da Comissão de Assuntos Econômi-cos (CAE), do Senado, Armando Monteiro voltou a priorizar em sua fala – como fez em outras ocasiões em que discu-tiu o tema – a necessidade de uniformização do ICMS, mas ressaltou que caminhar para uma alíquota única depende-rá de uma série de condições.

Primeiro, a existência de um período adequado de transição, que terá de ser de no mínimo 8 anos; segundo, deverá haver um fundo de compensação fiscal que ofere-ça absoluta confiança a partir de mecanismos automáti-cos de reposição de receitas. Armando Monteiro ressaltou igualmente que o governo deve calibrar todos os instru-mentos à disposição, inclusive criando novos fundos para apoiar o desenvolvimento regional, destacadamente em áreas de política industrial e inovação, tecnologia e educa-ção. “É preciso um modelo novo de incentivos, que se har-

monize melhor com a política tributária nacional. O regime pré-existente está esgotado.”

O ICMS responde por quase 8% do PIB. Nos quase 50 anos de sua existência foi se desfigurando, perdendo suas características e hoje não é mais um imposto de valor adi-cionado. “Isso tem que mudar. Não afirmo que será fácil o processo, mas digo que é possível. O cenário internacio-nal coloca o acirramento da competição global, que não permitirá que o tempo econômico espere o tempo polí-tico. Temos que resolver nossas contradições federativas e avançar”, disse o senador.

Calibrar a alíquota e estabelecer o colchão necessário de proteção são questões de ordem técnica, disse Arman-do Monteiro, mas “não podemos mais nos dar ao luxo de construir barreiras ao comércio interregional, como hoje o ICMS faz.” Para ele, pensar o País está acima de tudo, e “nin-guém tem mais a compreensão dos interesses regionais do que eu, que sou de uma região que ainda se apropria de parcela muito modesta da renda nacional e tem um terço da renda per capita do Sudeste. Mas isso não pode comprometer uma política de caráter nacional.”

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65Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

O senador afirma que a agenda federativa se impõe como condicionante para se avançar na reforma tribu-tária. Assim como a inflação gerava incertezas, adiava in-vestimentos, distorcia a alocação dos recursos, dificultava a produção, o sistema tributário brasileiro cria disfunções significativas que afetam diretamente o desempenho da economia. A insegurança jurídica decorrente das incer-tezas com relação à convalidação dos incentivos fiscais, de um lado, e o estabelecimento de passivos tributários decorrente da glosa dos créditos do ICMS nas operações interestaduais por alguns Estados, de outro, paralisa os in-vestimentos e cria risco adicional para os negócios. “Como o combate à inflação, a União deve estar à frente desse pro-cesso, buscando a harmonização das políticas tributárias, e contribuir para fortalecer a coesão federativa.”

O senador ressaltou a tramitação dos projetos da ces-ta federativa, entre estes, os referentes ao rateio do Fundo de Participação dos Estados (FPE), os projetos que buscam mudar as regras de unanimidade do CONFAZ, a Medida Provisória da repartição dos royalties do petróleo (a ser edi-tada) e os projetos de renegociação das dividas estaduais.

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66 Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

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67Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

Minhas primeiras palavras, ao assumir o mandato de Senador por Pernambuco, são de agradecimento

ao povo de meu Estado, que me distinguiu com seu voto e sua confiança.

Pretendo aqui honrá-lo, ciente da magnitude do pa-pel que meu Estado natal cumpre na história do Brasil, sempre na vanguarda das lutas pela emancipação e ex-pansão das liberdades democráticas.

É de Pernambuco, afinal, que surgem os primeiros si-nais de afirmação da identidade nacional: a Batalha dos Guararapes, no século XVII, quando um exército de na-tivos expulsou o invasor holandês; e os dois gritos repu-blicanos pioneiros: a Revolução de 1817 e a Confedera-ção do Equador, em 1824.

Em ambos, a defesa heróica da liberdade e da sobe-rania, simbolizada na figura de líder e de mártir de Frei Caneca. Também o abolicionismo, uma das causas fun-damentais do século XIX, teve no pernambucano Joa-quim Nabuco sua principal expressão.

Por aí se vê que o compromisso primeiro dos per-nambucanos é com a liberdade. A democracia está no nosso DNA.

E essa vocação se confirma ao longo do tempo pela ação seminal de intelectuais e artistas, como Oliveira Lima, Gilberto Freyre, Manuel Bandeira, Barbosa Lima Sobrinho, João Cabral de Melo Neto, Nélson Rodrigues e tantos outros, que ajudaram a plasmar o pensamento nacional. Citando-os, sinto o peso da responsabilidade de representar um Estado com tal densidade histórica, cultural e política.

Não posso deixar de mencionar que a política sem-pre esteve no meu sangue. Pelo lado materno, meu avô, Agamenon Magalhães, projetou-se nacionalmente a partir da Revolução de 1930.

Foi Deputado Federal, Ministro de Estado nas pas-tas do Trabalho e da Justiça, governou Pernambuco por dez anos na condição de interventor e de governa-dor eleito e ainda, como intelectual, produziu os clás-sicos O Nordeste Brasileiro e O Estado e a Realidade Contemporânea.

Meu pai, Armando Monteiro Filho, foi Deputado Fe-deral em dois mandatos, Ministro da Agricultura no go-verno parlamentarista do saudoso Tancredo Neves e do Presidente João Goulart e um dos fundadores do MDB, na resistência ao regime militar de 1964.

Tenho ainda a compreensão das responsabilidades que assumo em face do nível e da qualidade da repre-sentação político-parlamentar que historicamente Per-nambuco ofereceu ao País, através de notável elenco de nomes, independentemente de origem política e filiação ideológica, tais como: Caio de Lima Cavalcan-ti, Barbosa Lima Sobrinho, Miguel Arraes, Cid Sampaio, Nilo Coelho, Egidio Ferreira Lima, Fernando Lyra, Marcus Freire e tantos outros.

Cabe-me lembrar ainda algumas destacadas figu-ras que se ausentaram recentemente do Parlamento e o faço através de dois ilustres homens públicos: Roberto Magalhães e Marco Maciel.

A missão que me cabe, pois, é imensa: honrar essa memória – do Estado e da família.

Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, Pernambuco vive um ciclo vigoroso de desenvolvimento, retomando sua força no espaço regional. Nos últimos anos, o Estado cresceu a taxas robustas, acima da média nacional.

Vivenciamos uma espécie de renascimento econô-mico e político, que é o amálgama do novo sentimento de confiança social. As profundas transformações em marcha estão amparadas por novo modelo de gestão pública, fruto da competente visão e dinamismo do Go-vernador Eduardo Campos, que é hoje referência no País. Não poderia deixar de fazer uma menção especial tam-bém à ação decisiva do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve papel fundamental nesse processo.

Foi nesse contexto que se deu a minha eleição e não abdicarei do compromisso de ser, no Senado, uma voz firme desse Estado, apoiando a condução de importan-tes projetos que ajudem a consolidar o crescimento da economia local, facilitando e ampliando o acesso às ne-cessárias fontes de financiamento.

Há uma verdadeira reconfiguração da estrutura pro-dutiva local. A região do porto de Suape e seu entorno recebe uma refinaria de petróleo, um pólo petroquímico, uma siderúrgica, uma montadora de automóveis, além da nascente indústria naval, capitaneada pelo Estaleiro Atlântico Sul, já em operação e que produz petroleiros de grande porte. Apenas a fábrica da Fiat e a refinaria representam mais de R$30 bilhões em investimentos.

No interior de Pernambuco, temos a implantação de importante pólo farmacoquímico, além de grandes obras de infraestrutura que têm grande rebatimento no nosso

sR. PREsIDENTE,sRªs E sRs. sENADOREs,

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68 Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

território, como a transposição do Rio São Francisco e a Ferrovia Transnordestina. O sistema viário se expande.

Foram gerados 250 mil empregos nos últimos qua-tro anos.

O programa Pacto pela Vida – referência nacional na área de segurança pública – é um novo alento na busca da paz social. Criado em 2007, o programa reduziu em mais de 26% a violência no Estado.

Todas essas ações impactam positivamente a atra-ção de investimentos. O que ocorre em Pernambuco – e em outros Estados da região –demonstra que o Nordes-te há muito dispensa tratamento paternalista e o velho discurso de comiseração. O Nordeste não é parte do problema, mas parte da solução do País.

É meu compromisso também propugnar por um novo Plano Nacional de Desenvolvimento Regional, que, a partir de novos paradigmas, assegure no futuro um modelo de inserção cada vez mais dinâmico e integrador.

Vamos avaliar as questões regionais com base em uma política moderna. Sou um obstinado defensor das ideias e dos argumentos. E não tenho dúvidas de que este Plenário, formado por tão qualificados representan-tes de nossa sociedade, é o cenário para um debate ma-duro e de alto nível.

Nobres Colegas, chego ao Senado com a determina-ção de defender uma agenda fundamental: a da Cida-dania. Mas a cidadania entendida nas suas dimensões ir-recusáveis: a política e a econômica. Essas dimensões se entrelaçam, já que o atendimento do cidadão – finalida-de da ação política – só será alcançado num cenário de prosperidade econômica e de crescente inclusão social.

A prosperidade econômica depende de uma cidada-nia participativa e consciente, que, por sua vez, depen-de do atendimento a questões vitais ainda pendentes, como educação, saúde, mobilidade urbana e segurança pública, para citar apenas as mais importantes.

Há avanços, sem dúvida, mas ainda insuficientes. Ve-jamos a educação. O ensino básico está universalizado, mas carece de excelência. O Brasil figura ainda em posi-ção secundária nas avaliações de desempenho dos ór-gãos internacionais especializados.

Do ensino médio à universidade, nosso sistema edu-cacional desconsidera as demandas do mercado de tra-balho, o que evidencia a necessidade de maior estímulo à educação profissional, de modo a permitir que o aluno escolha o caminho mais apropriado ao seu perfil.

Louvo, por isso, a iniciativa da Presidente Dilma Rous-seff de anunciar, como uma de suas primeiras medidas, a criação do Programa Nacional de Acesso à Escola Téc-nica, o Pronatec.

Será, sem dúvida, um passo importante no sentido de aproximar as instituições de ensino do mercado de trabalho. É preciso que as instituições de nível superior façam o mesmo, adequando seus conteúdos programá-ticos aos requisitos da sociedade do conhecimento. Pre-cisamos aprofundar essa discussão, que pretendo levar à Comissão de Educação desta Casa.

É preciso estimular a interação universidade-empresa, qualificar e valorizar os professores, elaborar políticas de Es-tado com a participação de toda a sociedade. Esse é um ponto central da Agenda da Cidadania, que aqui defenderei.

Os demais temas – saúde, segurança, mobilidade ur-bana –, sem prejuízo das políticas públicas específicas de que carecem, serão beneficiários dos avanços que se estabelecerem na educação.

Vivemos um momento especial e fecundo no Brasil. Os fundamentos da economia se fortaleceram. A soma de fatores conjunturais favorece o crescimento econômi-co: temos democracia consolidada, relativa estabilidade de preços, crescente participação e influência na econo-mia global, mercado consumidor em expansão, capa-cidade já demonstrada de rápida resposta à demanda mundial por alimentos e energia, além de ampla oferta de oportunidade de investimentos em infraestrutura.

Os números estão aí, tanto no campo econômico quanto no social, que registra a ascensão de 28 milhões de brasileiros à classe média e a criação de nada menos que 15 milhões de empregos com carteira assinada. O Brasil prosperou, não há dúvida. Mas ainda há muito o que fazer.

Há cerca de quase duas décadas, aprendemos a va-lorizar a continuidade do esforço estabilizador empre-endido por governos de diferentes orientações partidá-rias. Esse é um ativo que não permite retrocessos, mas não é suficiente para o crescimento do País.

Crescer em bases sustentáveis, condizentes com a potencialidade e com as necessidades da sociedade, esbarra em um grande obstáculo: as macrorreformas inconclusas.

As distorções verificadas na expansão dos benefícios previdenciários, o tamanho e a qualidade da tributação, os conflitos federativos constituem um somatório de empecilhos ao processo de crescimento sustentável.

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69Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

Sem a realização de reformas institucionais – espe-cialmente a tributária, a previdenciária e a política – o Brasil deverá continuar registrando taxas oscilantes de crescimento, quase sempre inferiores às das demais eco-nomias emergentes.

As reformas tributária e previdenciária são fatores essen-ciais para resolver questões criticas, como o desequilíbrio fiscal e o aumento da carga tributária, que explicam o baixo crescimento da economia brasileira nos últimos 20 anos.

A reforma política, por sua vez, é fundamental para ampliar a qualidade da governabilidade e da democra-cia. Acrescentaria ainda a modernização da legislação trabalhista, indispensável para a adaptação das relações do trabalho aos avanços tecnológicos e à nova configu-ração do mercado mundial.

Precisamos de um novo sistema tributário, mais racio-nal e menos complexo, que não onere as exportações e os investimentos, que desonere a folha de pagamentos, que amplie a base de contribuintes e a consequente re-dução de alíquotas; que elimine a cumulatividade e que harmonize e discipline a caótica legislação do ICMS; que promova a desoneração da produção e a almejada iso-nomia competitiva com os concorrentes internacionais.

Necessitamos, enfim, de um sistema que impeça a predatória guerra fiscal, de nefastos reflexos para os Esta-dos mais fracos. Há hoje, felizmente, mais consenso nesse debate e estamos mais maduros para encontrar soluções, afastando modelos exóticos e ingenuamente simplifica-dores. Essa não era a realidade de dez anos atrás.

No caso da Previdência, o déficit registrado tem sido um dos motivos para a perda da capacidade de investi-mento do setor público. Essa situação tende a piorar, con-siderando o processo de transição demográfica no Brasil e a expectativa de que se acelere nas próximas décadas.

O desenho dos planos de benefícios se tornará cada vez mais incompatível com a dinâmica populacional e o desequilíbrio atuarial do Regime Geral de Previdência se acentuará.

A reforma da Previdência tem uma forte relação de interdependência com as reformas tributárias e fiscal.

É nesse ambiente que se insere a discussão sobre o Estado brasileiro. A prioridade do País é a questão fiscal, que passa, necessariamente, por uma maior eficiência do Estado. Ela é a chave para alterar a perversa equação de juros altos e do câmbio valorizado, que desequilibra a política macroeconômica atual.

Sabemos que as macrorreformas têm impacto hori-zontal e maior efeito sobre o crescimento, mas são mais complexas. Por isso, devemos lançar mão também das microrreformas, com resultados positivos sobre a com-petitividade das empresas e o desenvolvimento setorial.

É preciso focar temas relacionados com essa agenda das microrreformas, como o novo papel das agências re-guladoras, o Cadastro Positivo, a nova Lei de Licitação, o novo marco regulatório do setor mineral, a reestruturação do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência e a ins-tituição de um regime de previdência complementar do servidor público.

Caros Senadoras e Senadores, para concluir, no Brasil, foi instituído um regime fiscal que gera um incontrolável e permanente crescimento das despesas correntes do se-tor público, de tal forma que os gastos governamentais crescem em ritmo mais intenso do que a produção de bens e serviços.

O modelo de ajuste centrado no corte dos investi-mentos e na sistemática elevação da tributação penali-za a economia por duas vias: pelo comprometimento da competitividade das empresas e pela deterioração da qualidade da infraestrutura pública.

O momento inspira cuidados adicionais. Há, no hori-zonte, sinais de desajuste fiscal. Ciente disso, a Presidente Dilma anunciou corte de R$50 bilhões do Orçamento, o que era previsível.

É um passo inicial que haverá de inaugurar um regime fiscal mais saudável. Estou convencido de que o Brasil tem potencial para crescer a taxas superiores a 5%, desde que possamos empreender as reformas que são necessárias e que, me parece, constituem o principal desafio desta legislatura.

O Senado da República tem a responsabilidade de ser guardião de uma agenda de Estado e, nesse sentido, tem todas as condições de poder liderar o debate e conduzir esse processo de reforma.

Ao final, quero reafirmar a minha crença no País e a certeza de que temos que construir, através de um pro-cesso de convergências, uma agenda que possa significar o Brasil levar adiante a sua vocação de crescimento, mas um crescimento fundado num regime que assegure a in-clusão, a participação e a ampliação de benefícios para o conjunto da sociedade.

Muito obrigado.

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70 Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

9DEPOIMENTOs

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71Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

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72 Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

senador Aécio Neves

senador Aloysio Nunes

“Armando Monteiro Neto representa a mo-dernidade nesta Casa. É daquelas figuras que

jamais deixarão o Senado ficar desconectado dos reais problemas do País. Se a história foi tão

generosa fazendo com que Tancredo e Armando Filho pudessem estar juntos num momento crucial

da vida brasileira, quem sabe o destino seja da mes-ma forma generoso, possibilitando que eu possa ca-

minhar sempre ao lado de Vossa Excelência.”

“O Senador é um homem de bom conselho, profundamente experiente, de espírito pú-

blico, é um bom colega”.“Tem uma capacidade extraordinária de

exprimir, com termos claros aquilo que ele pensa, ele estuda as questões”.

DEPOIMENTOs

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73Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

senadora Ana Amélia

senador Eunício Oliveira

senador Lindberg Farias

“Durante muito tempo como jornalista, tra-balhando para veículos do Rio Grande do Sul,

acompanhei o trabalho do líder industrial bra-sileiro pernambucano Armando Monteiro, ele

conseguia conciliar a responsabilidade da lideran-ça da indústria nacional e dos interesses desse im-

portante setor da economia com o mandato produ-tivo e reconhecido pelo próprio DIAP. Hoje como sua

colega aqui no Senado eu tenho a honra de conviver com um parlamentar extremamente atuante nas diver-

sas comissões das quais nós participamos.”

“O Senador Armando Monteiro tem se des-tacado muito nessa questão de defender

os mais pobres, defender aquela pessoas que precisam dos serviços públicos”.

“O senador Armando Monteiro é um dos grandes senadores desta Casa, discute estra-

tégias e o futuro deste País. Faço questão de dizer. Isto aqui não é rasgação de seda, porque

tenho participado de comissões importantes, como a de Assuntos Econômicos, e Armando fala

dos desafios, dos gargalos da infraestrutura, da com-petitividade, da educação. Quando Armando fala nes-

ta Casa, temos de escutar.”

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74 Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

ARTIGOs10

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75Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

O sENADOR ARMANDO MONTEIRO PUbLICA REGULARMENTE ARTIGOs NOs vEíCULOs DO EIxO RIO/sÃO PAULO/ bRAsíLIA, NA MíDIA DE PERNAMbUCO E NO sITE DO CONGREssO EM FOCO. sUAs IDEIAs:

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76 Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

EM DEFEsA DA PEqUENA EMPREsA

A valorização do pequeno empreendedor ajuda no combate à pobreza e também na redução de desigualdades: é preciso avançar nesse tema

Precisamos abraçar a causa da micro e pequena em-presa. No Congresso e na sociedade, poucos temas

são tão consensuais quanto esse. Não é para menos. Da-dos do Sebrae e do Dieese mostram a força desse seg-mento que representa cerca de 99% do total de empre-sas do Brasil, responde por 57% dos empregos e contribui com 20% do PIB do País. Para tratar do tema, em boa hora o Congresso Nacional reinstalou a Frente Parlamentar Mista da Micro e Pequena Empresa, que congrega 22 se-nadores e 308 deputados federais.

Nosso compromisso, a partir de agora, é agir para aperfeiçoar a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa. A própria presidente Dilma Rousseff sinalizou a necessida-de de ampliar e reforçar os mecanismos que liberem a capacidade empreendedora dos empresários ao acenar com um futuro ministério dedicado ao setor. Valorizar o pequeno empreendedor é ajudar no combate à pobreza e redução de desigualdades. Nas comunidades menores, as MPEs são o alicerce da economia local.

A Frente Parlamentar Mista tem pressa em aprovar novos ajustes na Lei Complementar (PL 591/2010), que está na Câmara dos Deputados. O objeto principal do re-ferido projeto é o aumento do teto da receita bruta anual das microempresas, que deve sair do patamar atual de R$ 240 mil para R$ 360 mil. No caso da pequena empresa, a referência passará de R$ 2,4 milhões para R$ 3,6 milhões, enquanto na categoria de microempreeendedores indi-viduais (MEI), os contribuintes poderão faturar até R$ 48 mil/ano, comparados aos R$ 36 mil vigentes.

A elevação do teto pode evitar a imediata exclusão de aproximadamente 600 mil micro e pequenas empre-sas hoje enquadradas no regime especial de tributação. Esses limites estão congelados há seis anos. O movimen-to é necessário porque a inflação acumulada entre de-zembro de 2005 e abril deste ano já alcança 30,1%. Essa

medida – junto com o parcelamento dos tributos devi-dos ao Simples Nacional – é a principal reivindicação do setor.

Um dos efeitos indesejáveis desse congelamento é que as micro e pequenas empresas interessadas em ex-portar acabam deixando de ampliar os negócios para não sair do enquadramento, o que resulta em menos re-ceita para o Brasil.

Pretendemos também incluir mais categorias profis-sionais no Simples Nacional e criar o Simples Rural. A idéia é equiparar o produtor rural de pequena propriedade aos pequenos negócios urbanos.

Na qualidade de vice-presidente da Frente Parlamen-tar Mista, pretendo trazer imediatamente para o Senado Federal esse debate. Um dos aspectos que julgo impor-tante é o que veda a exigência de substituição tributária para a micro e pequena empresa, tema de projeto que relato na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Estu-do recente da Fundação Getúlio Vargas calculou que o segmento perdeu R$ 1,7 bilhão, em 2008, por causa da substituição tributária do ICMS. Esse é um problema de conflito federativo que tem no Senado o fórum ideal para essa discussão.

Um dos eixos de qualquer reforma tributária é ofere-cer um melhor ambiente de operação aos pequenos ne-gócios. O PL 591 é parte desse eixo e devemos aprová-lo. O governo e o Congresso não podem abdicar da ambi-ção de retomar o tema. No final dos anos 90, o debate so-bre a reforma do nosso sistema focalizava modelos muito simplificadores, como o do imposto único, e prevaleciam à época ideias exóticas e muito divergentes. Hoje, há mais consenso sobre as diretrizes que devem pautar o pro-cesso. Nosso papel é promover negociações amplas no campo político e fazer avançar marcos importantes para o Brasil. Não podemos perder essa oportunidade.

Folha de s.Paulo11mai

2011

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77Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

A HORA DA REFORMA POLíTICA

“Nosso sistema deu claros sinais de esgotamento. Creio que o importante é não perder a oportunidade de por na mesa todas as questões incômodas, que carecem de solução”

A Comissão da Reforma Política do Senado encerrou recentemente seus trabalhos e, de forma célere, apro-

vou importantes mudanças nessa agenda. O passo se-guinte será a avaliação das propostas pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e, posteriormen-te, pelo plenário da Casa. Foram definidos, entre outros temas, o fim da reeleição para cargos do Executivo e a ampliação do mandato para cinco anos, o financiamento público exclusivo das campanhas eleitorais, o fim das co-ligações partidárias nas eleições proporcionais e o esta-belecimento de cotas para mulheres nas listas partidárias.

O sistema político-eleitoral e o modelo de financia-mento das campanhas são o nó górdio da discussão. Hoje, o eleitor pode escolher entre votar nominalmente ou na legenda partidária. Essa dupla opção não se mos-trou, contudo, suficiente para diminuir o fosso entre elei-tor e eleito, fato a dificultar o controle social mais ativo da representação parlamentar. É fato notório que os cida-dãos também não reconhecem os partidos como plata-formas de caráter programático e doutrinário. Isso mina as bases da nossa democracia.

Os principais partidos defendem propostas divergen-tes para resolver a questão. O modelo aprovado na Co-missão do Senado é o voto em lista fechada – que coloca o foco na escolha do partido e não dos candidatos. Nesse sistema, os candidatos são definidos hierarquicamente em lista, e, após a apuração dos votos, cada agremiação conhece o número de vagas a que tem direito. Os elei-tos saem das listas partidárias, obedecendo a uma ordem previamente estabelecida.

Para muitos, esse modelo aumenta a influência das oligarquias, mas o poder maior dos dirigentes não ajuda a fortalecer o sistema partidário. Julgam, que somente, no futuro, com o amadurecimento do processo político e da nossa democracia é que a lista fechada deve prosperar. O formato deverá ser o ápice de um processo de credi-bilidade contínua dos partidos junto ao eleitor, até o mo-mento em que seja indiferente um nome ou uma sigla na decisão do voto. Fechar a lista seria – na ótica de seus opositores – cassar o direito da escolha.

Outros defendem o voto distrital, em que cada estado ou município é dividido em distritos. Num distrito, cada par-tido apresenta um candidato e é eleito apenas um repre-

sentante local, tal como em eleição direta para o Executivo. Esse é o formato uninominal. Já o chamado distritão preco-niza que cada estado ou município seja um único e grande distrito e, nesse caso, são eleitos os mais votados, indepen-dentemente do partido a que pertencem. Isso equivale a uma eleição majoritária para deputados e vereadores.

Julgo ser ideal a adoção do sistema distrital misto, com lista fechada para as eleições dos deputados e vere-adores. Uma proporção das vagas é definida por meio de uma disputa majoritária nos distritos, imprimindo caráter de maior representação e proximidade com o eleitor. O restante das cadeiras sai dos votos nos partidos, que de-terminam os seus candidatos na lista fechada. O processo fortalece as siglas, na medida em que os cidadãos serão disciplinados a optar por um ideário, abandonando o personalismo, que marca nossa história republicana.

O financiamento de campanha eleitoral é outro tema espinhoso. Não acredito no financiamento público exclu-sivo, porque essa modalidade não é garantia de elimina-ção de ilegalidades, tais como o caixa dois, compra de votos ou enriquecimento ilícito dos maus políticos.

As empresas podem e devem continuar a fazer doa-ções, mas é preciso que seja um processo totalmente trans-parente e democrático. Avalio até que a pessoa física pode-rá vir a ter peso maior no financiamento. Mas isso é algo que se dará em horizonte de tempo mais largo. O que precisa-mos agora é oferecer condições para que não se perpetue o atual processo eleitoral, uma competição de quem tem e quem não dispõe de fontes próprias de financiamento. De-vemos ter patamar mínimo de isonomia nessa competição.

Nesse sentido, o modelo distrital misto, em relação ao atual sistema, tem a vantagem de tornar as eleições menos dispendiosas, porque os candidatos dos distritos dispu-tam os votos em uma área geográfica mais restrita e não há campanhas individuais nas eleições proporcionais, pois o eleitor vota é no partido. Assim, estaremos dando me-nos peso ao poder econômico na definição das eleições.

A boa governança das sociedades depende da quali-dade do sistema político e do grau de representatividade alcançado pelos partidos. Nosso sistema deu claros sinais de esgotamento. Creio que o importante é não perder a oportunidade de por na mesa todas essas questões incô-modas, que carecem de solução. Nosso dever é avançar.

Congresso em Foco31mai

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78 Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

O TEMPO POLíTICO E O TEMPO ECONôMICO

“Desindustrialização e perda de competitividade são faces de mesma moeda. E o senado da República deve ter papel protagonista nessa discussão”

A criação pelo governo de uma Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade é algo ex-

tremamente oportuno. Com expressiva participação de representantes do setor privado, tal instância permitirá fazer chegar diretamente à Presidência da República uma agenda de modernidade ao propor avanços em ques-tões importantes para nossa competitividade.

O enfretamento da competitividade nos remete a uma agenda do passado ainda não superada. Convive-mos com baixa produtividade – se considerarmos os de-mais países emergentes –, e com o chamado Custo Brasil, que nos penaliza crescentemente: sistema tributário ana-crônico, infraestrutura precária (especialmente na área de transportes), altas taxas de juro, burocracia excessiva, mão de obra de baixa qualificação, elevados custos trabalhis-tas e insegurança jurídica, pela imperfeição dos nossos marcos regulatórios.

Tais fatores estão entre os que mais contribuíram para rebaixar nossa posição para o 44º lugar – entre 59 países pesquisados – no ranking recém divulgado da competiti-vidade global, elaborado pelo Instituto Internacional para o Desenvolvimento, em parceria com a Fundação Dom Cabral.

Mais recentemente, o Brasil defronta-se com um problema adicional, o câmbio excessivamente valoriza-do. Essa realidade fomenta um polêmico debate – o da desindustrialização do país. Muitos argumentam ser pre-maturo remeter a discussão à acepção clássica do termo, que se aplica à perda relativa do emprego, como ocorri-do em países desenvolvidos nos anos 70. Recentemente, o conceito ampliou-se para indicar a perda relativa não apenas do emprego, mas também do valor adicionado da indústria.

Há evidências inegáveis do processo, como cresci-mento real das importações de bens industriais. As ma-nufaturas importadas representavam 13,8% dos bens de consumo no país, em 2003; em 2010, chegaram a 24%. Setores dinâmicos estão perdendo espaço. A balança co-mercial da indústria de alta e média-alta tecnologia, que concentra os setores intensivos em capital e inovação, atravessou o pior primeiro trimestre em 22 anos. Regis-trou déficit de US$ 17,7 bilhões, mais de US$ 5 bilhões su-perior ao igual período do ano passado.

Desindustrialização e perda de competitividade são faces de mesma moeda. E o senado da República deve ter papel protagonista nessa discussão.

Encaminhei à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) pedidos de audiência pública tendo como pauta os riscos do processo de desindustrialização e a necessi-dade de revermos a Política de Desenvolvimento (PDP), em busca de maior competitividade, bem como nossa estratégia de defesa comercial do país, especialmente considerando o escopo dos acordos comerciais assina-dos na última visita da presidente Dilma Rousseff à China.

Precisamos de uma política ativa nessa área. Os instru-mentos existem e devem ser utilizados, tais como a valo-ração aduaneira, a imposição aos bens importados das mesmas regras de certificação técnica dos produtos do-mésticos e a salvaguarda transitória, que pode ser acionada contra importações que estejam desorganizando o nosso mercado, e até os mais diversos mecanismos previstos na legislação antidumping. Esses são desafios que estão lan-çados para o país e que têm no Congresso o lócus ideal para o debate das soluções. O Senado deve contribuir para aproximar o tempo político das pressões do tempo eco-nômico, voltando-se para essas questões com urgência.

Congresso em Foco11jul

2011

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79Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

MACROECONOMIA PARA CREsCER

O Brasil convive com dois preços macroeconômicos fora do lugar: câmbio sobrevalorizado e juros altos.

Tais condições adversas nos prejudicam na acirrada com-petição em escala global. Precisamos travar essa discus-são acima do jogo político, procurando o melhor cami-nho para a Nação. Os números mostram que o câmbio excessivamente valorizado tem como consequência o crescimento real das importações de bens industriais. As manufaturas importadas representavam 13,8% dos bens consumidos no País, em 2003, em 2010, chegaram a 24%. A situação é ainda mais preocupante porque, em alguns segmentos industriais, os produtos estrangeiros já respondem pela maior parte do nosso mercado interno. Setores dinâmicos estão perdendo espaço.

Nos primeiro trimestre, a balança comercial da indús-tria de alta e média-alta tecnologia, onde estão concen-trados os setores intensivos em capital e inovação regis-trou déficit de US$ 17,7 bilhões, mais de US$ 5 bilhões superior ao de igual período do ano passado e o dobro do registrado nos primeiros três meses de 2008 e 2009.

A taxa de juros reais é impraticável. Os dados são pre-ocupantes. Levantamento recente da The Economist – numa amostra de 40 nações – aponta que só quatro pa-íses têm taxa de juros básica de dois dígitos e, pasmem, estamos na companhia de Paquistão, Venezuela e Argen-tina, que convivem com inflação muito mais alta que a nossa e defrontam-se com risco e instabilidade política maiores. É inegável a melhor qualidade do nosso am-biente institucional, mas isso não tem nos garantido a re-solução do problema.

É curioso registrar que o Brasil avança nos planos eco-nômico e social, mas patina no encontro da solução para essa questão. Os economistas são pródigos em produ-zir análise para justificar a distorção, mas parecem aceitar como natural as nossas taxas extraordinariamente mais

altas do que as taxas médias que vigoram no mundo. Há uma certa inapetência intelectual pela discussão. Fala--se em risco jurisdicional, ressalta-se a indexação ainda presente na economia brasileira, a preocupação com a solvabilidade fiscal a médio e longo prazo, com a parce-la expressiva de crédito subsidiado – sem dúvida, fatores que podem ajudar a explicar, mas não justificam a manu-tenção perene do fenômeno.

O Brasil, na última década, gastou 6,5% do PIB com o serviço da dívida pública. Isso representa um diferencial de 4,5% sobre a média dos países emergentes e dos pa-íses desenvolvidos. Significa dizer que esses países gas-tam menos de 2% do PIB com o serviço da dívida. Se pu-déssemos ter essa margem de 4.5% no orçamento fiscal para investir em áreas tão prementes como a infraestru-tura, estaríamos assegurando condições de crescimento da economia brasileira a médio e longo prazos.

Além da infraestrutura precária, outros gargalos com-põem o chamado Custo Brasil, que nos penaliza crescen-temente. Nosso sistema tributário é anacrônico, a buro-cracia, excessiva, a mão de obra tem baixa qualificação, os custos trabalhistas são elevados e há insegurança ju-rídica, pela imperfeição dos nossos marcos regulatórios. O País precisa fazer as reformas estruturais. Não podemos nos conformar com essa situação.

Acredito que o Brasil é capaz de construir um espaço fiscal importante, se tiver uma taxa de juros que possa, minimamente, convergir para as hoje praticadas pelos países emergentes, contribuindo para a formação de um câmbio também mais competitivo. Sem equilíbrio fiscal verdadeiro, o País não conseguirá elevar a poupan-ça pública e, consequentemente, não poderá criar con-dições mais favoráveis em novo arranjo macroeconômi-co, que poderíamos chamar de macroeconomia para o crescimento.

jornal do Commercio de PE04ago

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80 Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

é TEMPO DE OUsADIA

Dois processos de natureza distinta colocam hoje o Brasil numa encruzilhada histórica e que requer de-

cisões estratégicas. De um lado, a crise global desafia nossa capacidade de enfrentar instabilidades no campo macroeconômico e produzir respostas que permitam ao País continuar na rota do crescimento.

Há outro embate igualmente desafiante: o enfrenta-mento da corrupção. A onda de denúncias diárias dei-xa perplexa a sociedade. Se há utopia na crença de que podemos exterminar o problema – é inerente ao ser humano –, sabemos que o governo não pode se deixar capturar pela prática. A corrupção e o fisiologismo ge-ram o descrédito pela política e fragilizam o ambiente institucional.

O aprofundamento da crise na Europa e o rebaixa-mento dos títulos da dívida dos Estados Unidos obrigam o Brasil a reagir com conjunto adequado de medidas. Houve alívio transitório com o movimento dos fluxos de capital para o epicentro da crise, o que permite estancar a sobrevalorização do real. Mas os EUA podem inundar novamente o mundo de dólares e é inquestionável a capacidade ociosa da indústria manufatureira em todo mundo. O Brasil é rota invejada pelo potencial de consu-mo interno.

É insuficiente reproduzir as políticas anticíclicas do passado recente. Para enfrentar a turbulência, é preciso novo arranjo macroeconômico. Devemos aprofundar e melhorar a qualidade do nosso ajuste fiscal, criando es-paço para a redução dos juros. Permutar a meta de su-perávit primário por metas nominais e elevar a taxa de investimento público em relação aos gastos correntes são essenciais para essa agenda fiscal. Devemos ainda avançar para que a nova política industrial tenha sucesso, pela rota da elevação da capacidade de inovação e da qualificação da mão de obra.

O enfrentamento da competitividade nos remete também a uma agenda do passado ainda não superada. É hora de retomar as reformas postergadas que contribu-am para a redução do Custo Brasil, enfrentando um siste-ma tributário anacrônico, infraestrutura precária, excessi-va burocracia e elevados custos trabalhistas, entre outros problemas.

No caso da corrupção, é preciso lucidez. Toda denún-cia deve ser investigada com rigor extremo e os culpa-dos, punidos. Mas não é pelo palco estéril das CPIs que se chegará à solução. Esse tipo de ação é jogo de curto prazo para a platéia e vazão para a disputa interpartidária. Não é saída efetiva para impedir o fisiologismo político--partidário e o nepotismo.

A burocracia de Estado deve ser capaz de sobreviver aos ciclos políticos. O País carece de uma tecnoburocra-cia, que blinde o aparato estatal das nomeações políticas – fruto das relações típicas do presidencialismo de coali-zão. Essa é a origem das distorções verificadas. Hoje, há cerca de 20 mil cargos de livre provimento no âmbito do Poder do Executivo Federal. E é aqui que se dá o abuso. Cargos de confiança e de nomeação devem ser exceção. Sua abundância leva à apropriação patrimonialista dos postos de trabalho, burlando o sistema do mérito e di-ficultando consolidação do sistema de carreira. O Brasil carece de choque de realidade e modernidade.

É tempo de ousar. O País espera da presidente Dilma Roussef um projeto, um conjunto de iniciativas de caráter estruturante no campo das reformas micro e macroeco-nômicas e no âmbito institucional, com foco na reestru-turação do aparelho de Estado. Esse movimento de sua parte poderá se constituir em base para o diálogo com as forças políticas, para promover o entendimento com a oposição. Nossa energia política deve voltar-se para essas agendas positivas. É isso o que a sociedade espera de nós.

Correio braziliense06set

2011

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81Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

sEGURANÇA, AGENDA INADIávEL NO CONGREssO

Política criminal e segurança pública são dois temas prioritários e inadiáveis na pauta do Congresso Nacio-

nal. A população coloca hoje o combate à violência no topo de suas preocupações.

O Legislativo deve ecoar essa realidade e atuar para melhorar o desenho das políticas de segurança, tornan-do-as mais eficazes, bem como para aprimorar a capaci-dade de implementá-las.

Há uma tendência em tratar política criminal e segu-rança pública como sinônimos. Mas é preciso distinguir os conceitos. A primeira inclui o conjunto de medidas, leis e ações do Estado que tem por objetivo o controle da cri-minalidade. É como o corpo social organiza as respostas ao fenômeno criminal.

Seu principal instrumento é a lei, consubstanciada no Código Penal.

O Congresso é parte do conjunto de instituições que definem o programa do Estado para o controle do crime e das infrações, tendo entre suas atribuições legislar sobre matéria penal e fiscalizar entidades da administração pú-blica direta e indireta que integram o sistema de justiça criminal.

Já a segurança pública decorre das ações policiais, se-jam elas repressivas ou preventivas, com a finalidade de garantir que sejam observadas as normas estabelecidas no Código Penal e na Lei das Contravenções Penais. Não envolve nenhum aspecto da formulação da lei penal, mas apenas sua transformação em atos capazes de ga-rantir a ordem pública.

O papel do Congresso nessa área é fiscalizar, aprovar o orçamento de órgãos da área e promover debates, já que a formulação e a execução das políticas de segurança com-petem ao Poder Executivo, nos níveis estaduais e federal.

Levantamento feito pelos professores Leandro Piquet Carneiro, Umberto Guarnier Mignozzetti e Rafael Moreira,

do Núcleo de Pesquisa em Políticas Públicas da Universi-dade de São Paulo, mostra o imenso caminho a percorrer.

Eles analisaram a produção legislativa entre 1995 e 2007 e identificaram 153 proposituras na área de segu-rança e política criminal, o que corresponde a só 5% das matérias tramitadas no período considerado.

A pesquisa revelou que a maior parte dos projetos diz respeito a leis ordinárias, editadas pela Câmara e pelo Senado. O Executivo federal é, contudo, o principal res-ponsável pelas proposições: das 153 matérias tramitadas no período mencionado, 126 são de sua autoria (82,4%), sendo o Senado Federal autor de apenas oito.

Destacam-se importantes e recentes avanços, como a reforma do Código do Processo Penal, a tipificação de novos atos infracionais ou crimes e o aumento das penas privativas de liberdade. Mas falta uma política nacional de segurança pública, articulada e coordenada nas três esfe-ras de governo.

Há muito por fazer, considerando-se o variado car-dápio de questões a atacar. Os problemas diferem em magnitude e em heterogeneidade, potencializados pela diversidade regional e pela inconsistência das políticas públicas atualmente disponíveis para enfrentá-los.

Vão desde os crimes economicamente motivados - crescentes no Nordeste, pelo aumento real da renda local - à existência do crime organizado nas zonas urbanas e de fronteiras, bem como a disseminação das drogas ilíci-tas, acompanhada pelo aumento das taxas de homicídio e pelo fato inegável da proliferação do uso de armas.

Esse é o largo nicho vislumbrado para o incremen-to da atuação legislativa. O Congresso deve definir sua agenda a partir de linhas que sejam importantes do pon-to de vista das necessidades de controle do crime e da violência e que estejam em consonância com as propos-tas do governo federal.

Folha de s. Paulo ~ Opinião08nov

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82 Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

PARA PIORAR, PONTO ELETRôNICO

Dois temas recentes têm polarizado as discussões no mundo do trabalho.

A recém-sancionada Lei 12.551/2011 trouxe para o pla-no legal as atividades realizadas fora da empresa e

com a ajuda de meios eletrônicos.É a tendência moderna do trabalho humano. Assim, o

computador, o telefone celular, o fax e outros meios des-se tipo passaram a ser válidos para o exercício de coman-do, supervisão e controle, o que permite a caracterização da subordinação jurídica e do vínculo empregatício.

Outro tema ainda em evidência é o REP (Registrador Eletrônico de Ponto), ferramenta imposta pela Portaria 1.510/2009 como única maneira de registrar eletronica-mente a jornada de trabalho. Por ser onerosa e descabi-da, a sua vigência foi adiada cinco vezes.

Afinal, dentro e fora das empresas, os empregados têm registrado suas jornadas das mais diversas e adequa-das formas. Os empresários demonstraram este fato à exaustão e propuseram sistemas alternativos, igualmente e até mais seguros do que o próprio REP.

Com a sanção da Lei 12.551, surgem novas e impor-tantes questões: 1. Como serão controladas as jornadas realizadas à distância? 2. Haverá um REP na casa de cada empregado, no hotel, no trem, no avião e em todos os locais onde ele trabalhe? 3. Como serão controladas as horas extras? A Portaria 1.510 baseou-se em uma visão equivocada de que tudo é feito para prejudicar o traba-lhador. Ela impede, por exemplo, as adequações de horá-rios de marcação de ponto, utilizadas em empresa com muitos empregados e que começam o turno ao mesmo

tempo. Hoje em dia, eles têm a possibilidade de deixar os filhos na escola, chegar mais cedo ao trabalho, marcar o ponto e esperar para entrar no horário junto com os demais colegas.

Empurradas pela Portaria 1.510, muitas empresas es-tão sendo levadas a implantar restrições físicas de acesso, ao invés das eletrônicas, o que é um contrassenso e pre-judica os empregados.

Enfim, o excesso de regulamentação, além de preju-dicial, é impróprio, e não se coaduna com a Lei 12.551.

O desafio do Brasil é o de criar um ambiente de negó-cios propício à competitividade e de estímulo à geração de empregos formais, ampliando a proteção aos traba-lhadores e reduzindo a sonegação da Previdência Social decorrente de quase 50% de informalidade que ainda existe no mercado de trabalho.

O Brasil corre sérios riscos de desindustrialização.A concorrência internacional ameaça a sobrevivência

de um parque industrial construído a duras penas. Não se pode reduzir ainda mais a competitividade das empresas.

Neste contexto, a Portaria 1.510, materializada pelo REP, é símbolo de impertinência, inadequação, ineficiên-cia, burocratização, desconforto, insegurança jurídica e custos.

Relações do trabalho sadias são fundamentais para a produtividade, a competitividade e a geração de bons empregos. A hora é de propor soluções que induzam a confiança e a cooperação entre as partes.

O Globo28fev

2012

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83Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

AGENDA sOCIAL é PRIORIDADE EM 2012

Pesquisa recém-divulgada pelo IPEA mostra que a vio-lência (23%) e a saúde (22,3%) estão no topo das preo-

cupações dos brasileiros. São dois temas importantes da agenda social que deve ser prioridade do Congresso nes-se ano. Convocada pelo Senado, uma comissão de juris-tas estuda a reforma do Código Penal. Já a Subcomissão de Segurança Pública, que integro, irá trabalhar na con-ceituação de uma Política Nacional de Segurança Pública, tendo como eixos o combate ao crime organizado e ao tráfico e consumo de drogas, a integração do sistema de segurança pública e modernização do sistema de justiça criminal.

No caso da saúde, o Senado aprovou níveis mínimos de gastos e critérios de definição dos dispêndios para União, Estados e Municípios. Foi um passo importante para garantir um padrão aceitável de despesas focaliza-das no setor, evitando a inclusão indevida na rubrica de outros tipos de gastos. É inquestionável a contradição en-tre as demandas crescentes da população e as limitações legais e financeiras do setor público.

Em Pernambuco, o foco em estratégias diferenciadas como os programas Chapéu de Palha e o Pacto Pela Vida têm rendido bons frutos em seus segmentos. Mas o País ainda acumula um imenso passivo social. E não por ou-tra razão, a presidente Dilma Rousseff elegeu o combate à miséria como sua prioridade. Mesmo ciclos econômicos virtuosos, como o que recentemente permitiu o fortaleci-mento de uma nova classe média brasileira, trazem, em seu bojo, pressões e demandas por benefícios diferenciados.

O Censo de 2010 apontou outra questão relevante: o aumento da população idosa e/ou aposentada, um en-velhecimento que implica a elevação dos custos priva-dos e públicos da assistência, enquanto se reduz um fator de produção, o trabalho. Essa transformação demográfi-ca preocupa, pois a Previdência já opera com elevados e crescentes déficits. A combinação de baixa idade média da aposentadoria por tempo de contribuição com cresci-mento da expectativa de vida torna a equação fiscal mais complexa. O Brasil corre o risco de envelhecer antes de enriquecer, perdendo o melhor momento para atingir patamar de desenvolvimento econômico e social próxi-mo à média dos europeus.

Enfrentar esse quadro requer políticas sociais mais complexas e maior conhecimento e capacidade de ges-tão por parte do setor público. Sem falar no crescimento econômico para suportar o esforço do atendimento. Só isso impedirá a estagnação ou retrocesso na gestão des-ses setores vitais. E todos sabem que o aprofundamento da crise global impõe riscos à sustentabilidade do nosso atual ritmo de crescimento.

Muitas das deficiências aqui apontadas são antigas e é sabido que a correção do processo depende de esforço político. Oposição e governo devem trabalhar de forma isenta de paixões. Reverter esse quadro exige disciplina, competência e uma dose de ousadia para enfrentar ve-lhos dilemas. Finalmente, entendo que devemos dar um maior sentido de urgência e absoluta centralidade ao en-frentamento da agenda social.

Diario de Pernambuco28fev

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84 Senado Federal Relatório de Atuação Parlamentar

bO úNICO DEsCENTRALIzA OCORRêNCIAs POLICIAIs

O sistema de registro de ocorrências policiais é, hoje, extremamente engessado e burocrático. A cada

evento, o cidadão é obrigado a dirigir-se a uma delegacia, exigência que, não raro, contribui para a subnotificação que tanto prejudica o planejamento da segurança pú-blica. Projeto de minha autoria apresentado ao Senado recentemente, o PLS nº 227/2012 pretende descentralizar esse processo, com um boletim de ocorrência (BO) único.

Pela proposta, os boletins sairão da alçada exclusiva do delegado de polícia, civil ou federal, podendo ser la-vrados também por policiais militares e rodoviários ou até mesmo pelo militar das Forças Armadas, quando em missão de garantia da lei e da ordem. Não há risco de des-respeito às atribuições legais das polícias judiciárias, que continuarão responsáveis por arbitrar fiança, apreender objetos e periciar a cena do crime.

A possibilidade de facultar a outros agentes públicos esse tipo de registro permitirá o aumento da capacidade de investigação da Polícia Civil. As equipes destinadas ao trabalho aumentarão (delegado, escrivão, investigador e agente) sem a necessidade de novas contratações, na medida em que serão transferidos para a área os policiais civis hoje voltados ao atendimento do público nos bal-cões das delegacias.

A proposta do BO único deverá contribuir para dar mais capilaridade ao sistema de segurança pública com um fator positivo adicional: é uma iniciativa complemen-tar à recente criação do Sistema Nacional de Estatísticas de Segurança Pública e Justiça Criminal (Sinesp) pelo Mi-nistério da Justiça, que irá geri-lo.

O foco do Sinesp é a organização e a padronização de dados criminais e operacionais do sistema de justiça, atual-mente produzidos pelos estados e em menor escala pela

União. Nesse sentido, apresenta-se como uma caixa de saída de tais estatísticas. Transforma os dados atualmente existentes em informações disponíveis para uso nas ativi-dades de avaliação, monitoramento e planejamento. O Si-nesp, no entanto, não regulamenta a forma de entrada dos dados provenientes de ocorrências policiais. Essa é precisa-mente a lacuna que será preenchida pela Lei do BO Único.

O Sinesp, tendo na base um sistema único de regis-tro de ocorrências propiciado pelo PLS 227, será capaz de produzir um quadro mais abrangente do fenômeno cri-minal. Experiências em vários países demonstraram que o uso adequado de informações é fundamental para o planejamento e a implementação de medidas eficazes na área da segurança pública.

O Compstat, sistema de controle de desempenho de-senvolvido pela polícia de Nova York, na década de 1990, é um dos melhores exemplos do sucesso obtido com a introdução de métodos de gerenciamento por resulta-dos no sistema de administração da segurança pública. Sem informações confiáveis e padronizadas, não é possí-vel avaliar e monitorar o trabalho policial na ponta.

Na medida em que mais ocorrências serão registra-das, mais informações serão carreadas para o recém--criado sistema de informações. O público e os meios de comunicação passarão a ter maior poder de controle e monitoramento, o que poderá gerar novas e benéficas pressões sobre o gestor público.

Haverá, então, base mais sólida para refletir sobre as políticas públicas e a eficiência das medidas propostas de combate ao crime ou em prol da segurança. Precisamos que a administração pública opere com a cultura da ava-liação com base em métodos rigorosos e cientificamente reconhecidos.

Correio braziliense18set

2012

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www.armandomonteiro.com.br

senador armando monteiro