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Brasil – O que fazer para crescer O Brasil enfrenta uma crise econômica, política e institucional. Precisa urgentemente encontrar o caminho que o leve ao crescimento. Necessita promover ajustes profundos e mudança de rumo e direção de sua política interna e externa se quiser sobreviver como uma grande Nação no tabuleiro de xadrez que é a concorrência internacional. CIRINEU JOSÉ DA COSTA – ENGº MSC 28/08/2105 UNIDADES DA PETROBRÁS NA BACIA DO RIO URUCU-AMAZONIA

Brasil o que fazer para crescer

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Brasil – O que fazer para crescer

O Brasil enfrenta uma crise econômica, política e institucional. Precisa urgentemente

encontrar o caminho que o leve ao crescimento. Necessita promover ajustes profundos e

mudança de rumo e direção de sua política interna e externa se quiser sobreviver como uma

grande Nação no tabuleiro de xadrez que é a concorrência internacional.

CIRINEU JOSÉ DA COSTA – ENGº MSC 28/08/2105

UNIDADES DA PETROBRÁS NA BACIA DO RIO URUCU-AMAZONIA

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O crescimento econômico e a sustentabilidade são, na atualidade, considerados chaves

para o Desenvolvimento de um país. Infelizmente a Política econômica nacional e

internacional geralmente ignora o meio ambiente. Em áreas onde o meio ambiente

começa a penetrar na política, como o acordo geral sobre tarifas aduaneiras e comércio

(GATT) e o acordo de livre comércio norte-americano (NAFTA), ele continua a ser

uma preocupação tangencial e a presunção é que crescimento econômico e liberalização

econômica (incluindo a liberalização do comércio internacional) são, em certo sentido,

bom para o meio ambiente. Toda a política econômica e as reformas destinadas a

promover o crescimento e a liberalização têm sido encorajadas com pouca consideração

para as suas consequências ambientais.

O Brasil, detentor de um patrimônio ambiental incalculável tem uma responsabilidade

aumentada tanto com sua população interna quanto com a população mundial. Seu

ambiente natural é tão vasto que mudanças drásticas causadas pela exploração

descontrolada podem trazer consequências predatórias para o nosso ambiente interno e

para os outros países.

A crise instalada após a eleição da Presidente Dilma para o segundo mandato paralisou

o país. É hora de pensarmos uma saída política, econômica e ambiental para sairmos da

crise e passar a ser uma referência mundial em termos de crescimento e

desenvolvimento sustentável.

Em países em fase inicial de desenvolvimento econômico, o aumento da poluição é

considerado como um efeito colateral aceitável do crescimento econômico. No entanto,

em países desenvolvidos a população cobra das autoridades uma política rígida de

controle de poluição e a procura da sustentabilidade. Isto leva ao aparecimento de uma

legislação ambiental abrangente e o aparecimento de instituições de proteção do meio

ambiente que travam lutas infindáveis pela melhoria das condições ambientais.

O crescimento econômico pode trazer algumas melhorias em indicadores ambientais,

pois países industrializados são capazes de reduzir sua necessidade de energia através da

importação de bens manufaturados e a exportação de tecnologia e serviços. (Economic

Growth and the Environment; Theodore Panayotou CID Working Paper No. 56 July

2000). Isso não implica que o crescimento econômico seja suficiente para induzir a

melhoria ambiental e nem que os efeitos ambientais do crescimento podem ser

ignorados. Os recursos naturais da terra não são capazes de suportar o crescimento

econômico indeterminado. Sabemos que se esta base for irreversivelmente degradada a

própria atividade econômica pode estar em risco.

O Brasil se enquadra como um exportador de matéria-prima. Produtos primários não

possuem alto valor agregado e estão sujeitos a grandes variações de preços ao sabor do

mercado e das especulações. Existe ainda o fator ESTRATÉGICO que não deve ser

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ignorado. Jazidas de hematita, bauxita, manganês, ouro, prata, cobre e outros metais

uma vez esgotadas, não nascem novamente. É bom olhar para o passado e ver como

ficou a grande reserva de manganês da Serra do Navio... Um ambiente degradado,

abandonado e fantasma do qual poderemos inferir o que serão as jazidas de Minas

Gerais e do Pará daqui a algumas décadas. O que iremos exportar? Como iremos suprir

nossa indústria metalúrgica?

Ensaio de Malthus sobre a consequência negativa do crescimento populacional o no

desenvolvimento econômico da sociedade, publicado em 1798, desencadeou um debate

sobre o impacto do crescimento populacional. O tempo provou o erro da hipótese

malthusiana, pois a população na Europa cresceu e a qualidade de vida melhorou

rapidamente ao longo de dois séculos após a publicação do seu ensaio. Hoje, se

analisarmos com mais cuidado a sua teoria e colocarmos o sistema econômico atual,

com uso intensivo dos recursos naturais e população humana crescendo e vivendo cada

vez mais a ponto de sufocar os sistemas biofísicos de apoio, o debate acaba por ter forte

relevância, pontuando-se inclusive o vetor da sustentabilidade.

A poluição ambiental é uma questão crítica no processo de crescimento econômico. A

República Popular da China, desde a adoção de políticas reformistas e abertas em 1978,

obteve um crescimento econômico notável com uma taxa média de crescimento anual

de 9,6% no produto interno bruto (PIB) de 1979 a 2004. Apesar do impressionante

desempenho econômico, a qualidade ambiental tornou-se cada vez pior. A deterioração

do ambiente começa a ter impacto direto sobre a qualidade da vida humana e até mesmo

passa a ser uma ameaça para a sobrevivência da humanidade. Cada vez mais as questões

ambientais passaram a ter atenção na China nos últimos anos. Levantaram-se as

seguintes questões: o elevado crescimento econômico será capaz de se sustentar dentro

de restrições ambientais? Qual é o efeito do crescimento econômico na qualidade do

ambiente? Existem compensações para alcançar crescimento econômico protegendo o

meio ambiente? O meio ambiente melhorará automaticamente com a elevação dos

níveis de renda? O que o governo deve fazer para evitar a degradação ambiental? Os

problemas chineses de poluição e degradação ambiental devem ser vistos como um

alerta para o Brasil. Não adianta só crescer. É necessário crescer com responsabilidade

ambiental. Um crescimento sustentável e baseado no uso intensivo de energia limpa e

de matéria prima renovável.

Em 1991, Grossman e Krueger (1991) descobriram que o relacionamento de longo

prazo entre crescimento econômico e a qualidade do meio ambiente gera uma curva em

U invertida. O fenômeno foi denominado Curva de Kuznets Ambiental (EKC) por

Panayotou (1993). A EKC teoriza que a qualidade do meio ambiente se deteriora com o

aumento da renda per capita na fase inicial de crescimento econômico e melhora

gradualmente quando o país atinge certo nível de riqueza. Desde então, extensos estudos

empíricos tem sido realizados para testar a hipótese EKC e o efeito do crescimento

econômico sobre a qualidade ambiental é ainda uma dúvida.

A partir da década de 1960 os estudiosos passaram a analisar a influência do

crescimento econômico no meio ambiente com base no princípio da conservação de

massa: o crescimento da produção acarretará aumento da extração de recursos naturais e

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o aumento do volume de resíduos descarregados no meio ambiente (Boulding, 1996).

Os recursos naturais são limitados e há dificuldade para absorver os resíduos produzidos

a partir do sistema econômico o que faz com que o crescimento econômico mundial seja

insustentável.

Pesquisadores acreditam que a relação entre crescimento econômico e a poluição

ambiental é bem descrita na Curva de Kuznets Ambiental (EKC). Que quando o país

está num estágio inferior de desenvolvimento econômico a poluição ambiental é menor

e que a poluição ambiental vai aumentando junto com a industrialização. Na fase

superior do desenvolvimento econômico o país transforma-se de uma economia

industrial com alta taxa de poluentes para uma economia de serviço ou economia

baseada em tecnologia, com as alterações na estrutura econômica do país e o grau de

poluição ambiental entra em declínio (Grossman, 1992; Grossman, 1995).

Para avaliar a relação entre crescimento econômico e a qualidade ambiental em

qualquer país é importante considerar os impactos inter-relacionados dos seguintes

cinco determinantes da qualidade ambiental - (1) renda per capita (por exemplo, o GDP

per capita); (2) densidade populacional; (3) tecnologias; (4) o nível de políticas

ambientais; e (5) dados tais como clima e geografia. Para avaliar o efeito do

crescimento econômico sobre a qualidade ambiental, devemos focar a relação entre a

qualidade ambiental e entradas de capital, tendo em conta estes outros determinantes da

qualidade ambiental.

A renda per capita (PIB per capita) serve para analisar diretamente o efeito do

crescimento econômico sobre a qualidade ambiental. Densidade populacional também é

um importante fator que influencia a qualidade ambiental. O controle de condições

ambientais que refletem decisões sociais sobre o ambiente é complicado. Existem

também fatores exógenos como a destinação das emissões, leis ambientais e impostos

que influenciam o consumo de combustíveis fósseis, o nível de educação da população,

os padrões de urbanização e suburbanização, estrutura política, etc.

A Argentina, Brasil e Chile possuem uma cesta de exportações baseada em produtos

primários e que geram um valor dólar/tonelada baixo. Em comparação, observamos que

Hong Kong (China), México, República da Coreia e China continental com uma cesta

mais variada com produtos industrializados e serviços que geram uma produtividade

dólar/tonelada bem melhor. Apesar de a China ter um menor nível de renda per capita

do que Argentina, Brasil e Chile suas exportações têm maior nível de produtividade.

Diversificando seus investimentos em atividades de maior produtividade e bens, a

China é capaz de produzir bens cujos valores não correspondam ao seu nível de renda.

Alguns países possuem uma pauta de exportação diversificada e um crescimento da

renda per capita intimamente associado durante o estágio de seu caminho ao

desenvolvimento. A Malásia e a Tailândia tem tido um declínio notável na concentração

de exportação nos últimos 40 anos. A pauta tem se diversificado para produtos

industrializados (como roupas e eletrônicos) e eles também procuraram substituir seus

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setores baseados em comodities (óleo de palma/borracha na Malásia e agricultura/peixe

na Tailândia) por produtos de maior valor-agregado.

Chile é frequentemente considerado como outro exemplo bem sucedido de economia

baseada em recursos naturais, que diversificou suas atividades de exportação. Muitos

dos novos produtos de exportação tais como vinho, salmão de cativeiro, frutas e

produtos florestais geram uma vantagem competitiva para o Chile devido ao seu

território com portas escancaradas para o Oceano Pacífico e fertilidade diversificada.

Temos que considerar ainda que produtos industrializados têm sido quase ausentes na

pauta de exportação do Chile (Agosin e Bravo-Ortega, 2007).

Uganda é um país onde somente recentemente a diversificação da exportação

deslanchou. É um país sem fronteira com o mar e possui uma infraestrutura precária de

acesso aos seus vizinhos costeiros. Cercada pelo Lago Victoria desenvolveu uma

florescente indústria de processamento e exportação peixe fresco a partir da década de

1990. Diversificou também em produtos agrícolas de maior valor agregado como flores,

frutas e legumes. Um dos principais determinantes do sucesso de exportação de Uganda

encontra-se na queda acentuada dos preços dos fretes e melhor eficiência nos serviços

de transporte com modernização da frota e a implantação da exportação por meio aéreo

através de Kampala. Uganda também modernizou seu sistema de armazenamento a frio

o que beneficiou a sistema de exportação de produtos in natura. (Bonaglia e Fukasaku,

2003; Cavalcanti et al., 2007).

Como podemos caracterizar o Brasil com seu imenso território que faz fronteira

terrestre com diversos países que podem ser parceiros comerciais e um extenso litoral

de frente ao Oceano Atlântico Sul que abre caminhos para o Continente Africano,

América do Sul, Europa e Oriente Médio? A maior dificuldade do Brasil é atingir os

mercados asiáticos, pois depende de contornar o sul da Argentina/Chile ou o Canal do

Panamá para chegar ao pacífico e contornar o Continente Africano para atingir o

Oceano Índico.

Rotas comerciais marítimas nosso país tem. O que falta?

Produtos para exportar? – Temos!

Quanto custa exportar? Qual o motivo do alto custo da nossa exportação?

Nosso país não possui uma política de transporte modular. Nossa base de transporte é o

transporte rodoviário que é muito caro devido ao fato de não possuir escala para atender

a ponta (transporte marítimo). Quantas carretas são necessárias para abastecer um navio

graneleiro?

Nosso sistema portuário é precário.

Nossa navegação de cabotagem é praticamente inexistente. Com a extinção da

estatal Companhia de Navegação Lloyd Brasileiro, determinada pelo presidente da

República, Fernando Henrique Cardoso, para dar um fim à crescente dívida. A maior e

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mais tradicional armadora brasileira foi fundada em 19 de fevereiro de 1890, na

República, durante o governo do marechal Hermes da Fonseca e na segunda década do

século XX já era a maior do País.

Na década 90, durante o governo Collor, ações foram introduzidas para uma

desregulamentação do sistema. Uma das medidas que tiveram maior efeito foi a

abertura do tráfego marítimo para linhas autorizadas. Assim houve o término das cotas

determinadas pelo poder público nas conferências de fretes e o próprio fim das

conferências de fretes fechadas. Esse cenário propiciou uma decadência das empresas

de navegação de bandeira brasileira com um gradativo desaparecimento das mesmas.

Nesse período houve uma entrada de empresas de capital estrangeiro em rotas até então

exclusivas a empresas nacionais (como no tráfego de acordo bilateral), assim, ocorrendo

uma desarticulação do mercado brasileiro de navegação.

O Brasil precisa modernizar seu sistema de transportes. É necessário estabelecer rotas

rodoviárias vindas das áreas de produção para abastecer as ferrovias com centros

logísticos intermediários que levem os produtos aos portos especializados para

distribuição interna e externa.

Os portos, dependendo da sua localização, devem ser direcionados para determinadas

rotas de comércio tais como cabotagem interna, mercado sul americano, costa oeste

norte americana, costa leste norte americana e Canadá, caribe, Europa, África, Ásia,

Oriente Médio e para produtos específicos tais como cargas líquidas, petróleo bruto,

combustíveis e gás, grãos, contêineres, minérios, sucos, etc.

Não podemos esquecer o nosso mercado interno cuja logística passa por rodovias sem

conservação, hidrovias abandonadas e ferrovias que não existem.

A malha ferroviária brasileira encolheu de quase 40 mil km para pouco mais de 28 mil

km de 1960 a 2009 e destes, apenas um terço está em condições de uso. Num país de

grandes dimensões como o nosso, para se ter uma eficiência logística em viagens acima

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de 500 quilômetros a opção mais lógica e barata é o transporte por ferrovias e o Brasil

tem priorizado o transporte rodoviário até os dias de hoje.

O IPEA, em um estudo sobre as ferrovias no Brasil, estimou a necessidade de 141 obras

de infraestrutura para melhorar a eficiência do transporte ferroviário no Brasil. O custo

estimado seria de 77,88 bilhões de reais direcionados para a construção de novas linhas,

recuperação das linhas existentes, ampliação de trechos já utilizados e eliminação de

gargalos. Ao lado do transporte de cargas vem o transporte de passageiros e a malha,

quando renovada, pode inclusive ser indutora do turismo, uma indústria altamente

lucrativa e muito bem aproveitada no continente europeu.

PREVISÃO DE LEILÃO FERROVIÁRIO NO PIL Fonte: Revista Valor Setorial-Logística-Março 2015

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EQUIPAMENTOS FERROVIÁRIOS

Fonte: Revista Valor Setorial-Logística-Março 2015

O sistema rodoviário nacional passou a ser o mais contemplado com investimentos a

partir do início da nossa industrialização. Os governos passaram a construir rodovias

concentrando-as no início na região sudeste e sul. Durante o governo militar diversas

obras rodoviárias de integração nacional foram projetadas e construídas. O objetivo era

expandir as fronteiras de ocupação para o oeste e para o norte e desenvolver a região

nordeste. Com o olhar concentrado nas rodovias, os sistemas ferroviário, marítimo e

aéreo ficaram para trás. As crises do petróleo quebraram o país e os investimentos

necessários para manter a vasta rede rodoviária em condições de uso passaram a não

existir ocasionando a deterioração das estradas tornando-as, alguns casos, intrafegáveis.

A saída foi a privatização dos trechos mais rentáveis com a implantação de pedágios

que passaram a encarecer os fretes e o custo das mercadorias. As regiões sudeste e sul

ainda concentram a maior e melhor malha rodoviária do país, mas as outras regiões já

contam com uma malha rodoviária regular embora deficitária em termos de condições

de tráfego.

Algumas rodovias visionárias como a Perimetral Norte e a Transamazônica não

conseguiram ser implantadas na sua totalidade e funcionam em trechos determinados e

em condições precárias principalmente no período chuvoso. A maior parte delas não

tem cobertura asfáltica e nem postos de fiscalização e controle.

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Fonte: Revista Valor Setorial-Logística-Março 2015

O sistema tributário brasileiro é complexo e oneroso. O Governo não leva em conta que

empresas e pessoas jurídicas em geral não pagam impostos. Elas transferem toda a carga

tributária ao consumidor final, a pessoa física, os brasileiros pobres mortais que

suportam o pagamento de uma imensa carga tributária que ultrapassa 30% da renda do

trabalhador. O brasileiro trabalha os meses de janeiro, fevereiro, março, abril e cerca de

20 dias de maio apenas para ficar quites com o fisco!

Com um sequestro de renda tão grande e com um retorno ruim em termos de saúde,

educação, segurança e transporte o trabalhador fica sem condições de consumir e o

prejuízo para a cadeia de produção é muito grande. Devemos somar a tudo isso a

política de juros altos existente no país que inviabiliza o consumo de itens mais caros e

de bens duráveis que dependem de um financiamento de médio e longo prazo. Para

piorar a situação o Governo ainda estuda o retorno de uma contribuição nos moldes da

CPMF com uma alíquota de 0,38% sobre as movimentações financeiras.

A Política econômica dá incentivos fiscais a determinados setores produtivos, criando

classes produtivas privilegiadas, invés de implantar uma simplificação do sistema

tributário que favoreça todos os setores e principalmente o consumidor final, pessoa

física.

O tamanho da máquina pública também é um entrave ao crescimento econômico, pois

necessita cada vez mais de recursos financeiros os quais o Governo não gera: ele retira

do setor produtivo e do bolso do contribuinte. Assim o sequestro de renda fica cada vez

maior e a disponibilidade financeira da população para consumir e fazer a economia

crescer fica prejudicado e as empresas não conseguem investir na ampliação de seus

negócios.

O Governo atual possui 39 ministérios e secretarias com status de ministério.

Precisamos tantos ministros? Será este sistema de coalisão baseado em barganha de

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ministérios e cargos o melhor para o nosso país? O que faz um Ministro da Pesca? Seria

a pesca uma atividade tão importante na nossa balança comercial que justifique um

ministério?

Aqui temos a lista dos ministérios, secretarias e cargos com status de ministro:

Advocacia Geral da União, Agricultura, Assuntos Estratégicos, Aviação Civil, Banco

Central, Casa Civil, Ciência e Tecnologia, Cidades, Comunicação Social,

Comunicações, Controladoria Geral da União, Cultura, Defesa, Desenvolvimento

Agrário, Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Desenvolvimento Social, Direitos

Humanos, Educação, Esportes, Fazenda, Segurança Institucional, Igualdade Racial,

Integração Nacional, Justiça, Meio Ambiente, Micro e Pequena Empresa, Minas e

Energia, Pesca e Aquicultura, Planejamento, Políticas Para As Mulheres, Portos,

Previdência Social, Relações Exteriores, Relações Institucionais, Saúde, Secretaria

Geral, Trabalho e Emprego, Transportes, Turismo. Se contratarmos qualquer assessoria

nacional ou internacional para uma racionalização administrativa, haveria um corte de

pelo menos 50% na quantidade de ministérios. É um desperdício de dinheiro público,

um crime administrativo. O Congresso Nacional deveria estabelecer uma PEC limitando

o número de ministérios no Poder Executivo.

Não podemos negar que chegamos a uma encruzilhada. Para onde ir?

Após a campanha das DIRETAS JÁ que culminou com a eleição de Tancredo Neves

para a presidência do Brasil, num pleito indireto nós tivemos como Presidente o Sr José

Sarney, dissidente do partido que apoiava o Governo Militar (ARENA) e que era o

candidato a Vice-Presidente na chapa de Tancredo que veio a falecer antes da posse. O

Governo Sarney fez uma tentativa de conter a inflação galopante com o Plano Cruzado,

criando uma nova moeda de duração efêmera e efeitos vagos.

Nosso primeiro presidente eleito pelo voto direto o Sr Fernando Collor de Mello sofreu

um processo de impeachment acusado de corrupção. Teve seu mandato cassado e

assumiu novamente o Vice-presidente, o Sr Itamar Franco. Itamar implantou o Plano

Real para combater a inflação introduzindo a URV (Unidade real de valor) que foi

pouco a pouco tomando a forma de moeda e passou a se denominar Real, nossa moeda

até os dias de hoje. O seu Ministro Fernando Henrique Cardoso foi eleito Presidente,

engendrou uma medida constitucional para ser reeleito e fez a cama para que seu rival

Luís Inácio Lula da Silva pudesse ficar 8 anos no poder e ainda eleger seu sucessor, a

Presidente atual Dilma.

O Governo Lula foi permeado por escândalos de corrupção que só não foram

investigados a fundo devido ao forte apoio popular que seu governo teve. Já no Governo

Dilma o mesmo não aconteceu. Seu governo de coalisão não funcionou bem devido a

sua índole de “não dialogar” com os parlamentares. Os escândalos de corrupção

aumentaram de tal forma que foi impossível para o Ministério Público e Polícia Federal

não aprofundar as investigações. Na medida em que os atos de corrupção foram

apontados e levantados os valores astronômicos desviados da Petrobrás e de outros

órgãos públicos seu governo foi perdendo apoio popular e sua base de sustentação foi

sendo desmontada. Hoje o Governo Dilma está claudicante e dificilmente escapará de

ser processado por crime de responsabilidade pelas “pedaladas fiscais” ou então a sua

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chapa pelo uso de dinheiro do “petróleo” na sua campanha de reeleição. A Dilma ainda

poderá ser processada por crime de responsabilidade pelo período em que foi Presidente

do Conselho da Petrobrás, período em que aconteceram enormes desvios de dinheiro da

companhia e que estão sendo investigados inclusive por autoridades norte-americanas,

pois a companhia tem ações no mercado de Nova Iorque.

Hoje, para salvar seu governo a Presidente Dilma, se quiser, terá que romper com os

acordos de cargos e ministérios, romper com o clientelismo do PT e formar uma nova

base de apoio com Partidos e Políticos que se importem com os destinos do Brasil. Sua

equipe de governo está desacreditada. Nada que qualquer ministro fale é ou será levado

em conta pela maioria da população.

O Impeachment não é GOLPE. Ele é um remédio constitucional.

A renúncia, muitas das vezes, pode ser encarada não como um ato de covardia mas sim

como um ato de coragem de quem se descobre sem condições de conduzir o barco e

passa leme para aquele que conhece o traçado do trajeto.

BIBLIOGRAFIA:

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2052, Australia.