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O Movimento é pedagógico O movimento de valorização e melhores condições de trabalho dos municipários de São Leopoldo entra em um momento delicado que necessita reflexão para continuar avançando. Depois de 3 dias de paralisação seguidos e dois dias ocupando a Câmara Municipal encontramos um movimento fragilizado e desanimado depois de um grande pico de mobilizações. A assembleia que recusou a proposta da prefeitura (ao invés de 5,61% de reposição e 1% de acréscimo em janeiro, o 1% foi puxado para novembro) teve papel fundamental para essa quebra. Por isso não podemos deixar de expor críticas ao espaço, para que possamos visualizar os erros e aprender com eles. A Assembleia do dia 23 teve uma condução extremamente desrespeitosa com a categoria que estava lotando o interior e o exterior da Câmara. A proposta da prefeitura foi apresentada como "grande" avanço nas negociações, sendo que as modificações em nada atingiam os anseios dos municipários (no quesito salarial o mínimo seria 8,61% e desejado era a equiparação de 20% com a categoria dos médicos): 1% continuava sendo humilhação. A mesa da assembleia também deixou espaço para a decisão da assembleia anterior ser questionada: em caso de rejeição da proposta, São Leopoldo entraria em greve geral unificada dia 26/05. E ainda, houve uma votação extremamente questionável, tendo em vista a diminuição do quórum em virtude da tensão da Assembleia e sua contagem. Assim a greve geral foi substituída por novas paralisações. Todos esses elementos contribuiram para que o movimento recebesse um "banho de água fria" de suas direções e obstáculos dos setores mais recuados. O espaço de Assembleia foi utilizado para travar o movimento ao invés de impulsioná-lo. A tarefa do movimento nesse momento é extremamente difícil: retomar a confiança e o espírito de luta. Tarefa difícil quando a maioria se enxerga derrotada. Devemos perceber nessas dificuldades um caminho: uma base organizada que seja protagonista da própria luta. Uma categoria empoderada que pratique estratégias de ação política que aqueçam de novo os ânimos dos municipários. Para um grupo que retornou aos seus locais de trabalho decepcionados, o encaminhamento de novas paralisação é pouco mobilizador, especialmente para a Educação. As diferentes formas de luta são importantes e necessárias para fortalecer as categorias e avançar na consciência de classe para a construção da greve geral unificada. Nesse momento, as paralisações já se mostraram uma estratégia desgastada que em nada colaborará para novas ações conjuntas. É necessário re-construir o movimento a partir da força das categorias, sem os limites da direção, com formas alternativas de luta. A greve continua sendo um horizonte enquanto não houver avanços reais, porém só a experiência e os limites encontrados pelo conjunto do movimento dos servidores colocará essa opção como necessária. O importante é canalizar a insatisfação com a proposta da prefeitura e as deliberações da última Assembleia para nos colocar em movimento novamente. Por isso, a próxima Assembleia (27/05) convocada para decidir os rumos da campanha salarial unificada é fundamental para romper com o sentimento de derrota dos municipários. Avaliar os erros cometidos com objetivo de avançar na organização e mobilização, é fundamental para resgatar a unificação e força consolidadas no último mês. Organização e mobilização feita da base para a base. A força vem de baixo e pela união! Não é o momento de recuar, é o momento de todos tomarmos a rédea de nossa história!

O movimento é pedagógico!

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O Movimento é pedagógico

O movimento de valorização e melhores condições de trabalho dos municipários de São Leopoldo entra em um momento delicado que necessita reflexão para continuar avançando. Depois de 3 dias de paralisação seguidos e dois dias ocupando a Câmara Municipal encontramos um movimento fragilizado e desanimado depois de um grande pico de mobilizações. A assembleia que recusou a proposta da prefeitura (ao invés de 5,61% de reposição e 1% de acréscimo em janeiro, o 1% foi puxado para novembro) teve papel fundamental para essa quebra. Por isso não podemos deixar de expor críticas ao espaço, para que possamos visualizar os erros e aprender com eles.

A Assembleia do dia 23 teve uma condução extremamente desrespeitosa com a categoria que estava lotando o interior e o exterior da Câmara. A proposta da prefeitura foi apresentada como "grande" avanço nas negociações, sendo que as modificações em nada atingiam os anseios dos municipários (no quesito salarial o mínimo seria 8,61% e desejado era a equiparação de 20% com a categoria dos médicos): 1% continuava sendo humilhação. A mesa da assembleia também deixou espaço para a decisão da assembleia anterior ser questionada: em caso de rejeição da proposta, São Leopoldo entraria em greve geral unificada dia 26/05. E ainda, houve uma votação extremamente questionável, tendo em vista a diminuição do quórum em virtude da tensão da Assembleia e sua contagem. Assim a greve geral foi substituída por novas paralisações.

Todos esses elementos contribuiram para que o movimento recebesse um "banho de água fria" de suas direções e obstáculos dos setores mais recuados. O espaço de Assembleia foi utilizado para travar o movimento ao invés de impulsioná-lo. A tarefa do movimento nesse momento é extremamente difícil: retomar a confiança e o espírito de luta.

Tarefa difícil quando a maioria se enxerga derrotada. Devemos perceber nessas dificuldades um caminho: uma base organizada que seja protagonista da própria luta. Uma categoria empoderada que pratique estratégias de ação política que aqueçam de novo os ânimos dos municipários. Para um grupo que retornou aos seus locais de trabalho decepcionados, o encaminhamento de novas paralisação é pouco mobilizador, especialmente para a Educação.

As diferentes formas de luta são importantes e necessárias para fortalecer as categorias e avançar na consciência de classe para a construção da greve geral unificada. Nesse momento, as paralisações já se mostraram uma estratégia desgastada que em nada colaborará para novas ações conjuntas. É necessário re-construir o movimento a partir da força das categorias, sem os limites da direção, com formas alternativas de luta.

A greve continua sendo um horizonte enquanto não houver avanços reais, porém só a experiência e os limites encontrados pelo conjunto do movimento dos servidores colocará essa opção como necessária. O importante é canalizar a insatisfação com a proposta da prefeitura e as deliberações da última Assembleia para nos colocar em movimento novamente.

Por isso, a próxima Assembleia (27/05) convocada para decidir os rumos da campanha salarial unificada é fundamental para romper com o sentimento de derrota dos municipários. Avaliar os erros cometidos com objetivo de avançar na organização e mobilização, é fundamental para resgatar a unificação e força consolidadas no último mês. Organização e mobilização feita da base para a base. A força vem de baixo e pela união! Não é o momento de recuar, é o momento de todos tomarmos a rédea de nossa história!