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Autárquicas 2009 Programa Eleitoral Projecto de Cidadania para Rio Maior “Dar a Vez e a Voz aos Cidadãos” Candidatura de Cidadãos Independentes apoiada pelo Bloco de Esquerda Candidatura aos órgãos Autárquicos de Rio Maior Setembro 2009

Programa Eleitoral

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Autárquicas 2009

Programa Eleitoral

Projecto de Cidadaniapara Rio Maior

“Dar a Vez e a Vozaos Cidadãos”

Candidatura de Cidadãos Independentesapoiada pelo

Bloco de Esquerda

Candidatura aos órgãos Autárquicos de Rio Maior

Setembro 2009

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Somos um grupo de cidadãos, organizados numa candidatura independente, apoiada

pelo Bloco de Esquerda. Sentimos convictamente que é preciso dinamizar a participação

de todos os Riomaiorenses na vida pública. Queremos promover estruturas que

permitam a todos dar a conhecer as suas necessidades e mobilizar as suas vontades e

competências. Queremos fomentar o sentimento de pertença e a identificação com o

nosso Concelho. Pretendemos uma comunidade participada e participativa em que a voz

do cidadão seja efectivamente escutada e faça a diferença.

O programa que apresentamos é o resultado do encontro de diferentes pessoas que têm

em comum o querer fazer da política, não um monopólio de alguns, mas o debate e a

acção participada pela comunidade. Daí que tenha sido construído colectivamente,

partilhando ideias, com a preocupação de que os projectos aqui incluídos ajudem a criar

condições para a participação de todos os cidadãos.

Consideramos que o modelo de desenvolvimento adoptado para Rio Maior, em torno

unicamente da “cidade do desporto”, tem esquecido muitas problemáticas, não

aproveitando as potencialidades do Concelho.

O outro lado da “cidade do desporto” é a distanciação dos Riomaiorenses entre si, a

procura da cultura e do lazer noutros espaços, a migração dos jovens para outras

cidades, a perda de sentimento de pertença, a diminuição da vida activa e produtiva no

Concelho e na cidade. Em Rio Maior, há pouco espaço para o encontro.

O outro lado da “cidade do desporto” são as freguesias rurais esquecidas porque as suas

necessidades e mais valias não têm tido lugar na agenda que rege os destinos do

concelho.

O outro lado da “cidade do desporto” é uma vida política local limitada, em que os

cidadãos só contam para colocar a cruz no boletim de voto, de quatro em quatro anos,

porque os órgãos autárquicos têm incutido o sentimento de que não adianta ter outro

tipo de participação.

O outro lado da “cidade do desporto” é uma política de informação deficiente por parte

dos órgãos autárquicos, mais assente em vender o seu próprio “suposto dinamismo” do

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que em esclarecer e colocar à discussão a pluralidade de opiniões de que é feito o nosso

concelho, porque consideramos que a informação é condição essencial para a

participação.

O outro lado da “cidade do desporto” é um concelho cujas ofertas culturais são poucas e

pouco consistentes e que não tem dado o devido lugar à massa artística local.

Consideramos serem poucos os espaços para criação e expressão dos talentos das gentes

da nossa terra.

O outro lado da “cidade do desporto” é o paradoxo aparente de não estar assegurado no

concelho o usufruto colectivo, e alargado a todos os cidadãos, dos complexos

desportivos existentes.

Do outro lado da “cidade do desporto” fica também todo um conjunto de

potencialidades por aproveitar. Em Rio Maior há um potencial turístico que não tem

sido explorado, desde o Turismo de Aventura ao Eco-Turismo. Há ainda um vasto

potencial de agricultura familiar e biológica que não tem merecido a devida atenção, e

que urge incentivar e explorar.

Queremos construir uma nova visão estratégica para o Concelho, de forma democrática

e participada, privilegiando o desenvolvimento sustentável e equilibrado de todos os

lugares. Uma visão que integre o económico com o social e o ambiental, que recuse a

corrupção, a pobreza, a inadaptação às mudanças e a marginalização dos lugares e das

suas populações.

Neste sentido assumimos os seguintes compromissos:

Lutar para que todos os Riomaiorenses tenham acesso aos direitos fundamentais

de saúde, cultura, educação e habitação;

Defender o direito à mobilidade, acessos pedonais condignos e transportes

públicos;

Trabalhar no sentido de sensibilizar para as problemáticas ambientais e

apresentaremos propostas concretas em favor do meio ambiente;

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Opormo-nos à criação e prossecução de empresas municipais, para substituir

serviços municipais, que se sobreponham ao interesse comum e se transformem

em agências de colocação das clientelas partidárias.

Defender que a Câmara deveria protagonizar um papel mais activo e mais eficaz

no sentido de participar no combate à toxicodependência à violência doméstica,

e na sensibilização e tratamento do alcoolismo;

Defender que as juntas de freguesia, pela sua maior proximidade ao cidadão, são

um poderoso instrumento para o aumento da participação dos cidadãos na vida

política, devendo ter mais competências;

Reunir com as populações das nossas freguesias e lugares de forma a escutar as

suas necessidades e propostas;

Defender que as Assembleias Municipais deverão ter maiores competências e

capacidade de fiscalização;

Assumir um compromisso ético e político no sentido de garantir a equidade,

imparcialidade e transparência na gestão pública, bem como a responsabilidade

e o rigor das decisões, acabando com a promiscuidade entre os interesses

públicos e os interesses privados.

As nossas propostas assentam na criação, incentivo e dinamização das redes

comunitárias, nas iniciativas associativas e nas ligações sociais criadas entre as várias

instituições públicas e privadas. Acreditamos na capacitação das pessoas e das

instituições em favor do bem público. Acreditamos que projectar o futuro é criar mais

relações, mais parceiros cá dentro e lá fora, e fortalecer ligações entre as pessoas e as

instituições. Defendemos o bem comum contra a lógica concorrencial que coloca

instituições e municípios de costas voltadas.

Comprometemo-nos, portanto, com uma política que não aceita quaisquer pelouros de

governação do município ou acordos que impliquem desistir de defender as propostas

do programa eleitoral apresentado.

O nosso compromisso é a defesa das propostas colocadas neste programa e a

sustentação de uma atitude de escuta, aberta à vontade dos cidadãos.

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PARTICIPAÇÃO E CIDADANIA

Acreditamos que o poder político e os organismos públicos só fazem sentido quando

são instrumento da expressão dos cidadãos. As nossas propostas apostam na cidadania e

em serviços públicos de proximidade. Acreditamos que participação e cidadania são

armas eficazes contra a corrupção, o clientelismo e o tráfico de influências. Assim,

defendemos a necessidade de criar meios que proporcionem mais informação,

transparência e mecanismos para uma maior participação de todos na resolução dos seus

interesses e das questões comuns.

Propostas:

Colocar as intervenções dos munícipes nas sessões de Câmara, Assembleia

Municipal e Assembleia de Freguesia antes da Ordem de Trabalhos da reunião,

de forma a dar-lhes prioridade e possibilitar que sejam mais escutadas;

Alternar as reuniões públicas da Câmara e da Assembleia Municipal nas

diversas Freguesias de forma a aproximar os cidadãos destes órgãos;

Promover o Orçamento Participativo, ferramenta fundamental da democracia,

para que os cidadãos participem na escolha das prioridades, na gestão e

fiscalização da execução dos orçamentos. Propomos dedicar 10% do orçamento

de investimento da Câmara à participação directa dos cidadãos através de

debates públicos regulares;

Optimizar o gabinete de provedoria municipal de forma a aproximar os cidadãos

dos vários órgãos e serviços autárquicos e encaminhar críticas e sugestões. Este

órgão deverá ser independente e eleito pela Assembleia Municipal;

Assegurar que o gabinete de Apoio ao Munícipe tenha um horário alargado, por

exemplo, aos Sábados de manhã, permitindo a entrega de documentos a pessoas

e instituições em horário pós-laboral;

Promover um diálogo aberto com cada uma das Juntas de Freguesias,

estabelecendo com estas protocolos de descentralização de competências e

atribuição de verbas correspondentes promovendo a sua responsabilização e

autonomia política;

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Promover a participação cidadã em todos os planos municipais: Plano Director

Municipal, Plano Ambiental, Plano Energético, Carta Educativa etc.;

Dinamizar reuniões periódicas com todos os presidentes de Junta de Freguesia

para debater assuntos que possam ser importantes para todo o Concelho;

Criar um Fórum Associativo do Concelho;

Defender que todos os subsídios a atribuir sejam feitos no âmbito de contratos-

programa transparentes, plurianuais, estabelecidos com base em objectivos

claros e avaliados sempre que se discuta o seu prolongamento;

Disponibilizar por parte da Câmara, Técnicos do quadro municipal para atender

os Munícipes nas freguesias;

Os eleitos pelo Projecto de Cidadania – Bloco de Esquerda comprometem-se a

receber de forma periódica os cidadãos nas sedes de Freguesia em horário pós-

laboral, acordando uma agenda com os respectivos presidentes de Junta.

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INFORMAÇÃO E TRANSPARÊNCIA

O Projecto de Cidadania baseia-se na transparência, na informação clara como garantia

da prioridade do interesse público e de uma cidadania exigente e participativa. A

transparência passa por melhorar os sistemas de informação, de forma a que os cidadãos

tenham acesso a mais e melhor informação sobre as decisões que dizem respeito à sua

vida. Passa também por lhes ser dada a conhecer a pluralidade de opiniões de que é feito

o concelho.

Propostas:

Optimizar e agilizar o acesso dos cidadãos à informação através da página de

Internet da Câmara, permitindo ainda o acesso a múltiplos serviços, a partir de

casa ou das Juntas de Freguesia, com o propósito de desburocratizar

procedimentos;

Disponibilizar atempadamente, com uma antecedência recomendada, a ordem de

trabalhos das reuniões de câmara e assembleias municipais, a toda a vereação e

deputados municipais;

Divulgar ampla e atempadamente a realização das reuniões nos sites da Internet

dos órgãos respectivos, com as datas e ordens de trabalho das respectivas

reuniões bem como a publicação assídua neste mesmo meio das suas actas;

Investir no Boletim Informativo da Câmara Municipal e nas várias publicações

municipais de forma a melhorar a sua periodicidade e garantir que cheguem

atempadamente a todos os lugares do Concelho;

Promover no Boletim Informativo da Câmara Municipal a expressão dos

cidadãos e assegurar espaço para as diferentes forças políticas com assento na

Assembleia Municipal;

Disponibilizar para consulta nas próprias Assembleias Municipais e de

Freguesia cópias em papel dos documentos em discussão, a fim de que os

munícipes possam, de forma informada e interessada, acompanhar os trabalhos.

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EDUCAÇÃO E CULTURA

Acreditamos que a política cultural do município deve-se pautar por princípios de

diversidade, abrangência, apoio à criação artística e reforço das tradições locais,

estendendo a oferta cultural a todas as localidades do Concelho tentando alcançar todos

na sua diversidade.

Acreditamos na riqueza do património de Rio Maior que urge valorizar, assim como na

riqueza do associativismo e activismo local. Trabalharemos no sentido de promover os

saberes populares, as actividades culturais de vários grupos, as obras literárias, os

sabores e cheiros das nossas plantas e da nossa culinária, fazendo um investimento

efectivo na produção de qualidade e abrindo este património ao país e ao exterior.

Quanto à educação, defendemos uma escola integrada, aberta à comunidade e que vise

uma aprendizagem abrangente de modo a que forme cidadãos conscientes.

Consideramos a educação prioritária, especialmente nos seus níveis mais básicos: a

generalização do acesso condigno ao ensino pré-escolar é um direito fundamental dos

cidadãos. Não queremos assistir acriticamente ao fecho de escolas nas freguesias rurais

e defendemos que as redes de transporte escolar são indispensáveis para garantir um

acesso de qualidade à educação.

Propostas:

Estudar o alargamento da rede pública de creches e jardins-de-infância e

assegurar a existência de uma rede de amas enquanto a rede pública se mantiver

insuficiente;

Lutaremos, sempre que se considere ser esta a melhor solução, pela manutenção

das escolas do ensino básico nas Freguesias;

Disponibilizar as instalações escolares fora do seu horário de funcionamento

para a realização de actividades culturais, desportivas e de lazer;

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Estabelecer protocolos com as escolas do Concelho para o ensino da língua

portuguesa a estrangeiros e aulas dedicadas ao património e história de Rio

Maior;

Desenvolver as ferramentas de democracia participativa específicas para a

juventude, nomeadamente o orçamento participativo e sessões do Fórum do

Concelho destinadas especificamente aos jovens;

Promover o desenvolvimento da criação artística, através da criação de espaços

partilhados de criação cultural, nomeadamente atelier e estúdio colectivo;

Promover as experiências de vida da 3ª idade partilhando os seus conhecimentos

com a juventude através de workshops, OTLs, associações e voluntariado;

Dinamizar actividades diversificadas para a juventude, de acordo com as suas

necessidades;

Apoiar a criação do conselho municipal de juventude;

Criar um gabinete de estudos e valorização das tradições e cultura de Rio Maior,

que apoie as expressões culturais tradicionais, equacionando a possibilidade de

criar um museu etnográfico do Concelho de Rio Maior;

Investir na agenda cultural e divulgá-la aos Riomaiorenses e visitantes, por

exemplo nos cafés e quiosques etc.;

Promover as actividades e património nos meios nacionais e internacionais já

existentes para a divulgação da cultura;

Descentralizar as actividades culturais, abrangendo assim todas as freguesias do

Concelho na sua diversidade;

Criar espaços de ligação sem fios à Internet, espaços de encontro com

necessidade de dinamização, nomeadamente a zona da Praça da República;

Dinamizar o cineteatro de Rio Maior com uma programação diversificada e com

actividades para as crianças ao sábado de manhã (por exemplo);

Apoiar a realização de mais espectáculos de rua;

Realizar a semana da juventude com concertos dos jovens das escolas de música

do Concelho;

Divulgar o trabalho dos alunos dos vários níveis de ensino, nomeadamente

criando uma feira pública;

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Estender às localidades o serviço itinerante da biblioteca municipal que garanta

a presença de livros e de revistas temáticas nos cafés, nas associações

recreativas, juntas de freguesia e outros;

Criar um banco de espectáculos diversificados, actividades e ateliers de arte que

a Câmara disponibiliza para as festas locais;

Criar programas de formação para apoio às colectividades e associações, no

sentido de melhorar a oferta de actividades culturais e desportivas;

Incluir as comunidades imigrantes no programa cultural concelhio;

Desenvolver um Plano integrado de salvaguarda e valorização do património;

Propor debates nas escolas sobre responsabilidade cívica, com vários temas,

como por exemplo, ambiente, política, educação sexual, saúde, alcoolismo,

violência doméstica, criando uma dinâmica efectiva entre profissionais,

instituições, empresas da comunidade e as escolas, informando e ao mesmo

tempo fazendo prevenção primária;

Estimular o envolvimento das instituições culturais existentes com o ensino pré-

escolar e 1º ciclo do ensino básico;

Abrir concursos de ideias para diversificar as Actividades de Enriquecimento

Curricular e assegurar a gestão pública da oferta das AECs;

Apoiar o desporto escolar;

Garantir que todos os alunos tenham transportes adequados;

Promover e ajudar a realização de projectos europeus de mobilidade (Erasmus,

Leonardo e Juventude em Acção);

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DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO

Defendemos uma política orçamental rigorosa e criativa na procura de soluções para os

problemas do Concelho, apelativa à instalação de empresas e núcleos de

desenvolvimento económico. Acreditamos num modelo de desenvolvimento sustentável

de acordo com as potencialidades do Concelho.

O urbanismo deve ser planeado devidamente, o direito privado dos empreiteiros não se

deve sobrepor ao direito colectivo, ao bem-estar e ao património.

Propostas:

Propor o desenvolvimento de um projecto de apoio à criação de emprego

comunitário;

Divulgar o mapa turístico do Concelho ou várias rotas temáticas, tirando partido

do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, das Salinas, do património

arqueológico e histórico, disponibilizando estes folhetos em vários locais;

Criar e divulgar uma “marca” local capaz de gerar uma procura sustentável

associada ao património cultural e ambiental da região, que valorize, divulgue e

torne acessível quer o património quer os produtos gastronómicos locais;

Criar um gabinete técnico de apoio ao pequeno agricultor e às cooperativas, à

agricultura biológica e ao desenvolvimento de produtos tradicionais e

demarcados, que assegure, nomeadamente, o incentivo do cultivo de espécies

(que não o eucalipto), e que crie um programa de promoção da economia

solidária, incentivando novas formas de agricultura e de proximidade do circuito

de produção-consumo;

Criar um mercado biológico e tradicional;

Potencializar o gabinete de apoio ao empreendedorismo, para fazer emergir

ideias e projectos geradores de riqueza e um ninho de empresas, a fim de apoiar

a iniciativa empresarial dos jovens. Este gabinete poderia ter a responsabilidade

de prospecção de empresas nacionais e internacionais não poluentes, a sediar em

Rio Maior;

Estudar a realização de um projecto Eco-turismo sénior, de residências

temporárias e/ou definitivas para idosos, agregado a ajudas à reabilitação das

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casas rurais e constituição de uma rede de serviços comunitária de apoio a estes

idosos e à população;

Potencializar o turismo activo/desportivo e de natureza em articulação com as

associações locais, Escola Superior de Desporto e unidades hoteleiras,

nomeadamente as vertentes mais relacionadas com o rio, a floresta e a

montanha;

Identificar e apoiar aldeias e locais com interesse para o turismo;

Estabelecer protocolos com as organizações que representam os comerciantes

locais no sentido de encontrar respostas para o aumento da atractividade do

comércio local e rentabilizar os equipamentos existentes.

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AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE

Consideramos o ambiente como um recurso fundamental para o Concelho e

comprometemo-nos com a sua salvaguarda para as gerações futuras. Pensamos que o

desenvolvimento não pode ser inimigo da preservação dessa nossa herança. O ambiente

urbano é qualidade de vida relativamente à água, ao ar, ao ruído e à poluição, mas

também às políticas que dizem respeito à mobilidade, transportes, ao emprego, à

discriminação e à pobreza. Queremos um Concelho mais aberto com mais vida pública,

com mais e melhor mobilidade e transportes.

Propostas:

Devolver os rios da cidade à população como locais de lazer e de biodiversidade,

realizando um concurso de ideias para o seu aproveitamento, promovendo a sua

limpeza e protecção. Recuperar a zona da nascente do Rio Maior (Bocas);

Realizar campanhas de Eco-cidadania responsável e de educação ambiental

(redução do consumo de água, energias e matérias), insistindo ainda nos

malefícios da eucaliptização do Concelho e na defesa da plantação de florestas

autóctones, valorizando os recursos locais;

Propor e apoiar tecnicamente, junto da população, medidas de racionalização da

utilização dos recursos naturais: construir e reaproveitar reservatórios (cisternas,

etc.) para o aproveitamento das águas pluviais; reaproveitamento de águas não

potáveis (ex.: através de sistemas de canalização diferenciados); introdução de

micro sistemas de racionalização energética (ex.: habitacionais); generalizar a

recolha de resíduos como os óleos alimentares usados e os resíduos orgânicos e

incrementar e sistematizar a recolha dos grandes lixos: mobiliário,

electrodomésticos e da construção;

Estudar a criação de um Plano de mobilidade do Concelho, participado pelos

cidadãos;

Criar condições básicas de vida (saneamento) a todo o Concelho;

Garantir a eficiência energética nos edifícios públicos, a instalação de painéis

solares, a redução de desperdícios, o reaproveitamento das águas pluviais para

rega, o uso de papel reciclado, etc.;

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Estabelecer um protocolo com a respectiva empresa de transporte de ligação Rio

Maior - Santarém no sentido desta garantir que os alunos de Rio Maior a

frequentar a escola secundária de Santarém sejam deixados e recolhidos junto ao

estabelecimento de ensino;

Criar um parque de estacionamento para a camionagem;

Garantir a mobilidade e os acessos pedonais, nomeadamente à zona industrial.

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REQUALIFICAÇÃO URBANA

Ao mesmo tempo que muitos jovens deixam Rio Maior para consolidar os seus

projectos de vida noutros concelhos, existem muitas casas degradadas e abandonadas,

quer no centro de Rio Maior, quer nas outras freguesias. A requalificação urbana torna-

se, assim, uma tarefa importante uma vez que não queremos ficar de braços cruzados a

ver parte de Rio Maior cair aos pedaços.

Propostas:

Fazer o levantamento sistemático e cadastro das habitações abandonadas de

forma a estudar, caso a caso, as soluções;

Traçar um plano de reabilitação do património urbano;

Criar uma Via Verde nos serviços camarários de forma a agilizar e facilitar os

processos burocráticos de reconstrução e reabilitação;

Promover parcerias com instituições de créditos, com vista à criação de um

programa de apoio para os proprietários que reabilitem as suas casas e que

arrendem a jovens.

SAÚDE, DESPORTO e BEM-ESTAR

Acreditamos que a promoção do bem-estar é uma das motivações centrais da acção

colectiva. O bem-estar promove-se pelas políticas sociais, de saúde e pela prática

desportiva. Aliás, mais do que a “cidade do desporto” onde só cabem os campeões,

temos uma visão integradora da cidade como cidade do bem-estar para todos. Por isso,

pensamos que a política social de uma autarquia não pode ligar o apoio social prestado a

uma qualquer forma de caridade: o apoio social é um direito e não uma esmola. Para

implementar esta visão, pugnaremos por uma forte dinamização do Concelho Local de

Acção Social que dê cada vez mais espaço ao encontro das várias entidades implicadas

e onde se incremente cada vez mais a discussão.

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Autárquicas 2009 16

Valorizamos protocolos com as empresas e as escolas no sentido de criar redes de

Acção Social, envolvendo os alunos num maior conhecimento das questões e

envolvimento na comunidade, criando informação, fazendo prevenção primária.

Preocupa-nos a dimensão do problema da toxicodependência no nosso Concelho e

queremos contribuir para pensar e estabelecer novas políticas sobre este tema.

Preocupa-nos o acesso à saúde por parte dos nossos cidadãos, a falta de médicos de

família na nossa comunidade (cerca de 30% há vários anos), optimizar os cuidados de

saúde de proximidade prestados aos nossos idosos, promover a educação para a saúde e

planeamento familiar.

Num concelho com grande número de idosos, teremos de privilegiar esta faixa etária,

pela contribuição que já deu à comunidade e pela valorização do seu conhecimento e

experiência nessa mesma comunidade.

Num Concelho que tanto tem dedicado ao desporto, defendemos a sua socialização uma

vez que acreditamos que este não é só para campeões, mas um factor essencial da saúde

física e mental das populações.

Propostas:

Apoiar medidas de integração para as pessoas com deficiência que passem por

potenciar o mais possível o seu envolvimento na comunidade que diminuam a

estigmatização, medidas que contemplem o acesso ao emprego e/ou actividades,

potenciadoras da sua autonomia e desenvolvimento pessoal, medidas que evitem

o internamento em lares dando primazia à habitação em residências integradas

na comunidade. Pretendemos assegurar ligações, redes e protocolos que

garantam a todos, os recursos de que podem beneficiar, nomeadamente

fisioterapia, actividades lúdicas, desporto;

Lutar para optimizar e manter as extensões de saúde nas freguesias, com grande

determinação, intervindo nas instâncias competentes no sentido de arranjar

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Autárquicas 2009 17

soluções para que todos os Riomaiorenses tenham acesso ao seu médico de

família;

Assegurar que todas as vias públicas e serviços públicos têm acessibilidade a

todos os cidadãos;

Defender uma política para terceira idade que apoie a pessoa idosa na

redescoberta da sua nova situação na vida, limitações e necessidades, e do seu

papel na comunidade;

Facilitar o acesso da pessoa idosa à piscina municipal, com o pagamento

simbólico da entrada, com a criação de turmas específicas, tendo atenção

especial às questões da mobilidade;

Tentar implementar o movimento associativo sénior, para que desta forma esta

faixa etária possa ser representada nas tomadas de decisões consigo

relacionadas, nomeadamente no lazer e bem-estar, saúde, formação e

voluntariado;

Apostar num cuidado sério ao acolhimento e integração dos imigrantes na nossa

comunidade, que passe pela dinamização e diversificação dos serviços

disponibilizados pelo CLAII (Centro Local de Apoio à Integração de

Imigrantes), nomeadamente a existência de tradutores;

Dinamizar estruturas e redes que estimulem a autonomia e a intervenção dos

mais velhos na comunidade, colocando o seu saber e as suas apetências nesta,

através de formações, iniciativas inter-geracionais, e no usufruto das estruturas

comunitárias existentes, reconhecendo nos idosos uma população activa

fundamental nas redes sociais da comunidade;

Consolidar e aprofundar as redes existentes de apoio ao domicílio à terceira

idade, concepção de redes comunitárias de apoio a estes idosos e aos

institucionalizados, redes que contemplem a sua integração da comunidade, que

potencializem as estruturas e ligações comunitárias existentes, como centros

recreativos, escolas, etc.;

Propor a criação de um projecto permanente de caminhadas / passeios culturais

pelas várias freguesias (destinado à 3ª idade);

Fomentar parcerias com o Centro Regional de Alcoologia e os Centros de

Atendimento a Toxicodependentes, assim como com os organismos ligados ao

combate da violência doméstica;

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Autárquicas 2009 18

Valorizar a informação sobre a actividade dos Serviços de Acção Social da

Câmara Municipal, pela actualização constante dos relatórios destes e a sua

publicação online, bem como informação actualizada sobre outros indicies de

problemáticas e exclusão social;

Promover a prática desportiva dos Riomaiorenses de todas as idades, utilizando

as infra-estruturas existentes, por exemplo as piscinas, que urge devolver à

população de Rio Maior, criando pacotes de família para a utilização destas,

tornando os preços mais acessíveis às famílias numerosas e promovendo aulas

gratuitas de hidroginástica para a população reformada;

Promover programas de saúde local, juntamente com as unidades de saúde

públicas e privadas (rastreios e acções de sensibilização) e aproveitando a

Unidade Móvel já existente. Implementar um modelo integrado de articulação

entre entidades de cariz social e saúde, que dê resposta às necessidades dos

utentes;

Estudar a viabilidade de um sistema de bicicletas de uso colectivo;

Realizar de provas / passeios BTT pelo Concelho com a colaboração das

associações e juntas de freguesia;

Propor um Parque de desporto de natureza das Bocas do Jogadouro e um parque

para desportos alternativos na cidade;

Criar um parque de skate e bicicletas e avaliar a construção de uma piscina no

mesmo local, ao ar livre e de acesso a toda a família;

Propor à ESDRM protocolos no sentido de aproveitar a massa crítica aí

existente, em benefício do bem-estar das populações.