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Grupo Economia da Energia O serviço de troca operacional no setor de gás natural (‘swap’): a experiência do Brasil e da Argentina Diana Martinez-Prieto, Fabiola Rodrigues, Edmar de Almeida Grupo Economia da Energia (GEE-IE), INNOVAES [email protected] , [email protected] , [email protected]

O serviço de troca operacional no setor de gás natural (‘swap’): a experiência do Brasil e da Argentina | 5th ELAEE Conference

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Grupo Economia da Energia

O serviço de troca operacional no setor de gás natural (‘swap’):

a experiência do Brasil e da Argentina

Diana Martinez-Prieto, Fabiola Rodrigues, Edmar de Almeida

Grupo Economia da Energia (GEE-IE), INNOVAES

[email protected], [email protected], [email protected]

Roteiro

Introdução

Estado atual da legislação e do uso do swap operacional de gás

natural no Brasil

Caraterísticas do swap operacional na Argentina

Benefícios e riscos

Comentários finais

• Foram feitas sucessivas entrevistas semiestruturadas, comfuncionários das principais carregadoras e transportadorasde gás natural da Grande Bs. As.

• Acompanhamento da discussão entre os diferentes atores dosetor.

• Pesquisa na legislação primária e secundária dos países,assim como trabalhos acadêmicos e institucionais,disponíveis ao público.

Metodologia

O swap no setor de gás natural

• Swap Comercial Forma comum de swap no mercado internacional Carregadores negociam entre si a troca de clientes para efeito da

entrega física do gás Contratos com o transportador são feitos após o acordo de swap de gás Permite a entrega do gás a contra-fluxo do gasoduto

• Swap operacional Não existe negociação entre carregadores, mas entre um carregador e o

transportador Mesmo resultado do swap comercial, com menor custo de transação Sistema de transporte funciona com lógica similar aos sistemas com

tarifação tipo entrada-saída

Exemplo conceitual

12,57

30

12,77

5,6

3

3

2,8

3,77

18

93

3,77

9

3

25,14 + 18

Os países que utilizam o swap operacional têm diferentes propósitos:

Incrementar a eficiência na capacidade dos gasodutos

Diminuir assimetrias entre carregadores

Garantir o fornecimento de gás natural em caso de contingência

Reduzir tarifas do gás natural

Objetivos do swap operacional

Malha dos gasodutos de transporte no Brasil

Fonte: EPE (2014)

Um dos problemas no setor de gás natural no Brasil é a malha de gasodutos

O país tem uma pequena malha de gasodutos:

O plano de negócios da Petrobras não prevê o desenvolvimento da malha nospróximos 15 anos.

* Como será transportado o gás natural proveniente do Pré-Sal?

Extensão da malha (km)

Área Reservas de gás (2013)

Brasil 9.000 8,5M km² 458 Bi m³

Noruega 8.000 0,4M km² 3.690 Bi m³

Canadá 100.000 9,4M km² 2.010 Bi m³

No Brasil, o swap está definido na legislação secundária, mas não estão definidos os termos da regulação exercida pela ANP

Decreto 7.832 de 2010:

Os carregadores devem solicitar aos transportadores o serviço

A ANP define a regulação do serviço.

Acesso livre a terceiros

As rendas geradas pelo swap operacional deverão serrevertidas ao transportador para reduzir as tarifas detransporte, os custos e os investimentos.

A ANP estabelece novas tarifas, as quais não podem serinferiores às dos carregadores existentes.

• É denominado servicio de intercambio y desplazamiento (ED)

• Regulamentado desde 1992:– Decreto 2255/1992

– Resoluções 716/1998, 599/2007 e 1410/2010

– Anexo aos contratos de transporte de gás natural

• Se apresenta como um serviço alternativo às modalidadesfirme e interruptível.

• Na prática, é um serviço utilizado simultaneamente com amodalidade firme por concessões de até 35 anos.

Caraterísticas do mecanismo de swap na Argentina

• Também pode ser usado com a modalidade interruptível, casoa capacidade dos gasodutos seja insuficiente para receber asquantidades diárias transportadas.

– O transportador ‘parcela’ a capacidade do gasoduto entre oscarregadores. O parcelamento está limitado por umaQuantidade Máxima Diária.

• Os contratos definem prazos de entrega, garantia defornecimento, volumes e tarifas, entre outros aspectos.

Caraterísticas do mecanismo de swap na Argentina

Tierra de Fuego –

Gran Bs. As.Tarifa/dia

Firme $1,00 m³

Interruptível $30,5 1.000 m³

Swap (ED) $1,8 1.000 m³

A definição da tarifa do swap operacional na Argentina

Bahia Blanca

Tierra de Fuego

Bs. As.

Santa Cruz

Chubut

Rio Negro

Gran Bs As.

Zonas atravessadas

Exemplo:

• Na prática, não é definida umafórmula para seu cálculo.

• O valor foi definido pelo reguladorcomo um ‘sobre custo’ paraequilibrar as assimetrias entre oscustos dos carregadores:– Carregadores distantes dos centros

de produção e com maior númerode clientes poderiam ter ‘custozero’.

– Carregadores localizados em zonasafastadas tem sobre custos.

Bahia Blanca

Tierra de Fuego

Bs. As.

Santa Cruz

Chubut

Rio Negro

Gran Bs As.

• O carregador tem uma tarifa menor pelo serviço de swap porque:- Paga previamente uma tarifa em

modalidade firme.- O transportador cobra por zona

tarifária atravessada.

A definição da tarifa do swap operacional na Argentina

• A ENARGAS definiu revisões tarifárias quinquenais (Lei24.076/92), mas na prática só foi feita uma revisão em 1997.– A crise econômica de 2001 levou ao congelamento dos valores das

tarifas e à ruptura dos contratos.

• Com a crise econômica, o regulador diminuiu os incentivospara a atratividade do swap para os carregadores.– Risco de um potencial desabastecimento de gás para os usuários

residenciais, em troca de fornecimento para as industrias, obtendo umlucro presumido maior.

• A maioria dos contratos foi assinada pelos dois principaiscarregadores do país.

Evolução do mecanismo

Benefícios:

• Uso dos gasodutos existentes.

• Novo negócio: criação de um mercado para a comercialização degás natural entre os carregadores e os transportadores.

• O mecanismo de swap pode ser uma ‘ponte’ para identificarpossíveis gasodutos a serem construídos no futuro.

Riscos:

• Déficit no fornecimento.

• Desequilíbrio do gasoduto.

Benefícios e riscos do swap operacional

• Na Argentina, o mecanismo de swap foi muito comum enquanto existiaabundante oferta de gás natural e os contratos eram atrativos comonegócio.

Algumas perguntas abertas para futuros trabalhos:

• Qual vai ser o grau de intervenção da ANP?

• Quais serão os compromissos dos demais atores da indústria de gás? Como é aarticulação desse mecanismo com as demais figuras criadas pela legislação brasileira?

• Quais poderiam ser as práticas inadequadas dos agentes? (má fé, abuso de poder dasempresas, etc.)

• Como seria a relação entre os carregadores e os usuários finais, em especial paragarantir a entrega do gás natural e a aplicação das penalidades no caso dedescumprimento?

Comentários finais

É necessário estabelecer uma câmara de compensação?

Aqueles usuários que dependessem do fornecimento de gás com swap precisariam estabelecer contratos tipo back-up? Em alguns países, as grandes carregadoras se comprometem com o

governo a oferecer o serviço de back-up, com tarifas diferenciadas.

Qual seria o critério para estabelecer a tarifa? As tarifas devem ser ‘justas e razoáveis’ (não preferenciais nem

discriminatórias):

Tarifa para reduzir assimetrias entre carregadores

Tarifa baseada no custo do serviço + margem de lucro

...

Comentários finais

Grupo Economia da Energia

Obrigada

Diana Martinez-Prieto, Fabiola Rodrigues, Edmar de AlmeidaGrupo Economia da Energia (GEE-IE), INNOVAES

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