Capra,f. O Tao da Física - cap. 2 - Conhecendo e Observando - 2015

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GRUPO DE ESTUDOS SERES DE LUXESTUDO SISTEMÁTICO (VIA WHATSAPP) DE

OBRAS PARA ILUMINAÇÃO ESPIRITUAL

OBRA ADOTADA EM FEV/2015NOME: O TAO DA FÍSICA AUTOR: FRITJOF CAPRA

INÍCIO DAS POSTAGENS09/02/2015

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ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE SERES DE LUXOnde fé, ciência e filosofia convivem harmoniosamente !

CAP.2 – Conhecendo e Observando

mailto:[email protected]

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CAPRA, FRITJOF – O TAO DA FÍSICA CAP.2 – Conhecendo e Observando

Do desconhecido, conduz-me ao autêntico!

Das trevas conduz-me à luz! Da morte conduz-me à

imortalidade!

Brihad-aranyaka Upannishad

uma das mais antigas obrasfilosóficas da Humanidade


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Como comparar uma ciência exacta, expressa na linguagem

altamente sofisticada da moderna matemática, e as disciplinas

espirituais baseadas sobretudo na meditação?

O que queremos comparar são as afirmações feitas por cientistas e místicos orientais acerca do seu conhecimento do mundo.


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Este capítulo pretende tornar claros estes dois pontos:

1 - a natureza do conhecimento envolvido

e 2- a linguagem na qual este conhecimento é

expresso.


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No Ocidente, o tipo de conhecimento intuitivo,

religioso, é frequentemente

desvalorizado em favor do conhecimento

racional, científico, enquanto que a

tradicional atitude oriental é geralmente a

oposta


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Sócrates, na Grécia, proferiu a famosa afirmação:

«só sei... que nada sei»

Lao Tzu, na China, disse «Não saber que se sabe é

melhor»


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O conhecimento racional deriva da experiência que temos com os objectos e

acontecimentos no meio do nosso dia a dia. Pertence ao domínio do intelectual cuja função é discriminar, dividir,

comparar, medir e categorizar.


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A abstração é a característica crucial deste conhecimento, já que, com vista a comparar e classificar a

imensa variedade de formas, estruturas e fenómenos que nos rodeiam, não podemos tomar as

suas características em conta, mas seleccionar algumas significativas.

Assim, construímos um mapa intelectual da realidade, onde as

coisas são reduzidas às suas características mais salientes


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O conhecimento racional é portanto um sistema de conceitos abstratos e

simbólicos, caracterizado pela estrutura sequencial, linear, típica

da nossa maneira de pensar e dizer.

Na maioria das línguas esta estrutura linear tomou-se explícita pelo uso de alfabetos que servem para comunicar a experiência e o pensamento em longas linhas de

caracteres.


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O mundo natural, por outro lado, é infinitamente variado e complexo, de

uma multidimensiolidade que não contém linhas retas ou formas

completamente regulares, onde as coisas não acontecem

sequencialmente, mas ao mesmo tempo;


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Logo, só podemos esperar deste procedimento uma

representação aproximada da realidade, concluindo que todo conhecimento

racional é, portanto, necessariamente limitado.


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Para a maioria de nós é muito difícil estar a todo o momento consciente das limitações e da relatividade do conhecimento

conceptual.Nossa representação da

realidade é muito mais fácil de alcançar que a própria realidade, tendemos a confundir as duas e

tomar os nossos conceitos e símbolos pela realidade


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O sábio taoísta Chuang Tzu escreveu: Os cestos de pescar são ultizados para apanhar peixe;

mas uma vez apanhado, os homens esquecem os cestos; as armadilhas são utilizadas para caçar lebres; mas uma vez apanhadas, os homens esquecem as armadilhas. As palavras são empregues para traduzir ideias; mas quando as ideias são atingidas, os homens esquecem as palavras.


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O que ocupa os místicos orientais é a experiência directa da realidade, que transcende não só o pensamento

intelectual mas também a percepção sensorial.

O conhecimento que vem de uma tal experiência é denominado «conhecimento absoluto»


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É como nos dizem os budistas, a directa experiência do

indiferenciado, individido, indeterminada é a «omnisciência».

A total apreensão desta «omnisciência» é apenas o âmago

do misticismo oriental, mas a característica central da

experiência mística em geral.


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O conhecimento absoluto é portanto, uma experiência da realidade

totalmente não íntelectual, uma experiência surgida num estado de consciência invulgar, que se pode chamar «meditativo» ou místico.

Que um tal estado existe foi não só testado por numerosos místicos no Oriente e no Ocidente, mas também

indicado pela investigação psicológica.

William James foi um dos fundadores

da psicologia moderna


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Se existe um factor intuitivo na ciência, também no misticismo oriental há um factor racional.

A preponderância relativa da razão e da lógica, no entanto, varia

enormemente de uma escola para a outra.


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A Vedanta hindû ou Madhyamika budista, por exemplo, são escolas de

matriz intelectual.

Os taoístas sempre tiveram uma profunda desconfiança na razão e na

lógica.


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Zen, que teve a sua origem no budismo, embora fortemente

influenciado pelo taoísmo, orgulha-se de ser “sem palavras, sem

explanações, sem instruções, sem conhecimento”.

Concentra-se quase totalmente na experiência da clarividência e só

marginalmente se interessa pela sua experiência.


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D.T. Suzuki, por exemplo, escreve do budismo:

A experiência pessoal é a base da filosofia budista. Neste sentido o budismo é o empirismo radical ou experimentalismo, apesar do tardio desenvolvimento dialéctico para esclarecer o significado da experiência de clarividência.


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Apesar de outras escolas do misticismo oriental serem menos

radicais, a experiência mística directa está no cerne de todas.

Todo o conhecimento se baseia firmemente nesta experiência, conferindo assim às tradições

orientais um forte acento empírico, sempre enfatizado pelos seus

seguidores.


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Joseph Needham destaca repetidamente a atitude empírica dos taoístas no seu

trabalho Science and Civilization in China e assaca a esta atitude a razão de

o taoísmo ser a base da ciência e tecnologia chinesas. Os primeiros filósofos taoístas, nas palavras de

Needham, «retrocederam ao ermo, às florestas e às montanhas, para aí

meditar sobre a Ordem da Natureza e observar as suas inumeráveis

manifestações»

Joseph Needham foi um embriologista, historiador de ciências, bioquímico e

sinologista inglês.


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No misticismo oriental, a fixação do conhecimento na prática sugere um paralelo com a base experimental do

conhecimento científico. Este paralelo é ainda reforçado pela natureza da experiência mística. Nas tradições orientais, esta é descrita como uma

visão directa, alheia ao domínio intelectual, e resultante mais da

atenção que do raciocínio; do olhar interior de cada um; de observação.


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Uma chamada de atenção deve, talvez, ser aqui

acrescentada. A ênfase do olhar nas tradições místicas

não deve ser tomada demasiado à letra, mas tem

de ser entendida num sentido metafórico, já que a

apreensão mística da realidade é essencialmente

não sensorial.


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O paralelo entre as experiências científicas e as práticas místicas pode parecer surpreendente face à natureza

muito diferente destes modos de observação.

Os físicos realizam experiências envolvendo um elaborado trabalho de equipe e uma tecnologia altamente

sofisticada, ao passo que os místicos obtêm o seu conhecimento unicamente

pela introspecção, sem quaisquer máquinas, na privacidade da meditação.


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Os cientistas e os místicos desenvolveram, pois, métodos

altamente sofisticados de observação da natureza, inacessíveis às pessoas

comuns. Uma página de um periódico de

física experimental moderna será tão misteriosa para o não iniciado como uma mandala tibetana. São ambos

registros de indagações da natureza do universo.


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A preparação mental para o estado imediato, não conceitual da realidade é o propósito maior de todas as escolas do

misticismo oriental, bem como de muitos aspectos do modo de vida oriental.

Durante a longa história cultural da índia.

China e Japão, enormes variedades de técnicas, rituais e formas de arte se

desenvolvem com esse propósito, todas podendo ser chamadas meditação, no

sentido lato da palavra.


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As formas de arte orientais são, do mesmo modo, formas de meditação.

Não são tanto meios de expressão das ideias artísticas, mas meios de auto-realização pelo desenvolvimento do

modo intuitivo de consciencialização.

Música indiana, tai-chi-chuan, cerimônia do chá, caligrafia chinesa,

etc, são práticas usadas para desenvolver o modo de

consciencialização meditativo.


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Quando o espírito racional é silenciado, o modo intuitivo produz uma característica extraordinária; o meio ambiente é sentido de uma forma direta, sem o crivo do pensamento conceitual.

A experiência da unidade com o ambiente é a característica mais importante desse estado meditativo. É um estado de consciencialização em que cessou toda a forma de fragmentação, desaparecida na unidade indiferenciada.


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Os místicos orientais estão bem conscientes do fato de todas as descrições verbais da realidade serem inexactas e incompletas.

A experiência direta da realidade transcende o reino do pensamento e linguagem, e, já que o misticismo se baseia numa tal experiência direta, tudo o que possa ser dito a propósito só em parte pode ser verdade.


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O misticismo indiano, e o hinduísmo em particular, apresenta-se na forma de mitos, usando metáforas e símbolos, imagens poéticas, comparações e alegorias. A linguagem mística é muito menos limitada pela lógica e pelo senso comum; é plena de fantasia e situações paradoxais, rica em imagens sugestivas, e nunca precisa.


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A física moderna chegou à mesma atitude no que diz-respeito aos seus modelos e teorias verbais. Também eles são apenas aproximações e necessariamente inexactos. São a contrapartida dos mitos, símbolos e imagens poétícas orientais, e é a este nível que estabeleceremos os paralelos


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Referências:

BibliografiaCAPRA, F. - O Tao da física – Califórnia – EUA,1975

Webliografia 1 Webliografia 2 http://www.yogachikung.com.br/ http://caminhodasborboletas74.arteblog.com.brhttp://www.pointit.com http://br.pixersize.comhttp://mensageirosdeluzuruguaiana.blogspot.com http://www.mat.ufmg.brhttp://philosophyforchange.wordpress.comhttp://www.beneficiointelectual.comhttp://www.trololo.com.br/http://camino-salvacion.blogspot.comhttp://pt.wikipedia.orghttp://www.docstoc.comhttp://www.espiritualismo.infohttp://luana-larissa.blogspot.comhttp://br.photaki.comhttp://paradigmatrix.nethttp://www.curaeascensao.com.brhttp://www.astronoo.comhttp://colunas.revistaepoca.globo.comhttp://www.caminhantes2.com


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