Cultura da batata no brasil

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  • Aula: Cultura da batata

    Prof. Dr. Paulo Csar Tavares de Melo USP-ESALQ

    Departamento de Produo Vegetal

    06/13

  • Caractersticas da cultura da batata

    no Brasil

    1 hortalia em rea plantada;

    Relevante importncia scio-econmica;

    Disponibilidade do produto o ano todo trs safras;

    100% das cultivares em uso importadas da Europa e

    Amrica do Norte;

    Novas fronteiras de produo grandes produtores x alta tecnologia;

    Zonas tradicionais de produo mdios e pequenos

    produtores;

    Elevado custo de produo;

    Baixo consumo per capita (

  • Regionalizao da produo de batata

    no Brasil, 2009

    Regio rea

    (ha)

    Produo

    (t)

    Produtividade

    (t/ha)

    Sudeste 69.019 1.816.002 26,3

    Sul 57.839 1.076.643 18,6

    Nordeste 8.102 293.730 36,2

    Centro-Oeste 6.027 248.212 41,2

    BRASIL 140.987 3.434.587 24,4

    Fonte: IBGE, Levantamento Sistemtico da Produo Agrcola, 2010.

  • Principais Estados produtores de

    batata no Brasil, 2009

    Estado rea

    (ha)

    Produo

    (t)

    Produtividade

    (t/ha)

    Minas Gerais 38.518 1.134.199 29,5

    So Paulo 30.060 674.280 22,4

    Paran 26.438 547.681 20,7

    Rio G. do Sul 23.015 378.086 16,4

    Sta. Catarina 8.396 150.876 18,0

    BRASIL 140.987 3.434.587 24,4

    Fonte: IBGE, Levantamento Sistemtico da Produo Agrcola, 2010.

  • Produo brasileira x importao

  • Fonte: CEPEA/ESALQ/USP

    Produo vs. consumo de batata

    no Brasil

    Ano* Produo

    (milhes t)

    Populao

    (milhes hab.)

    Disponib.

    (kg/hab./ano)

    Consumo

    (kg/famlia)

    80s 2,0 130,0 15,4 13,0

    90s 2,5 160,0 15,6 9,2

    00s 3,2 190,7 16,6 5,4**

    *Mdias das dcadas; **Ano base 2003

    DISPONIBILIDADE X CONSUMO DOMICILIAR

  • Batata no mundo:

    produo por continente - 2007

    rea Colhida

    (ha)

    Produo

    (t)

    Rendimento

    (t/ha)

    frica 1.499.687 16.420.729 10,95

    sia e Oceania 9.143.495 131.286.181 14,36

    Europa 7.348.420 126.332.492 17,19

    Amrica Latina 951.974 15.627.530 16,42

    Amrica do Norte 608.131 24.708.603 40,63

    MUNDO 19.551.707 314.375.535 16,08

    Fonte: FAOSTAT

  • 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007

    PASES (Milhes de toneladas)

    Desenvolvidos 183,13 199,31 177,47 174,63 165,93 166,94 160,97 159,99 155,56

    Em desenvolvimento 84,86 101,95 108,50 128,72 135,15 145,92 152,11 160,12 165,15

    MUNDO 257,25 301,27 285,97 303,36 301,08 312,86 313,09 320,11 321,69

    Fonte: FAOSTAT

    Batata: produo pases desenvolvidos vs.

    pases em desenvolvimento 1991-2007

  • Principais pases

    produtores de batata - 2007

    Pas Quantidade (t)

    1. China 72 000 000

    2. Fed. Russa 36 784 200

    3. India 26 280 000

    4. Ucrnia 19 102 300

    5. E.U.A. 17 653 920

    6. Alemanha 11 604 500

    7. Polnia 11 221 100

    8. Belarus 8 744 000

    9. Pases Baixos 7 200 000

    10. Frana 6 271 000

    Fonte: FAOSTAT

  • Batata: consumo por continente, 2007

    Fonte: FAOSTAT

  • Valor nutricional da batata

    Alimento universal

    3 fonte de alimento depois do trigo e arroz

    Uso culinrio altamente verstil consumo fresco e processado;

    Alto contedo protico 1,4 kg/ha de protena (perde apenas para o ovo e leite);

    Fonte importante de potssio, fsforo, vitamina C e vitaminas do complexo B;

    Importante fonte energtica 55 mil kcal/dia;

  • Batata: comparao do valor calrico

    de acordo com as formas de consumo

    260

    530

    60

    90

    100

    0 100 200 300 400 500 600

    Batata cozida

    Noque

    Pur

    Fritas

    Chips

    kcal em 100 g de alimento

  • Centro de origem: regio andina, na Amrica do Sul quando os

    espanhis conquistaram a zona andina, a batata j era a base da

    alimentao dos povos americanos pr-colombianos;

    Domesticao e rea provvel de domesticao: ocorreu h mais

    de 7.000 anos no altiplano andino do sul do Peru, abrangendo a bacia

    do Lago Titicaca, fronteira de Peru e Bolvia achados arqueolgicos

    so escassos;

    Origem das espcies cultivadas: a partir do complexo Solanum

    brevicaule se derivaram todas as espcies de batata com a seleo

    de tipos livres de glicoalcalides e, portanto, com melhor

    palatabilidade Solanum stenotumum a primeira espcie cultivada;

    Distribuio: as espcies de batata distribuem-se por uma grande

    gama de habitats que vo desde o sul dos EUA at o sul do Chile. A

    maioria das espcies ocorre na Amrica do Sul.

    Centro de Origem e Domesticao

  • Centro de origem e difuso mundial

    Centro de Origem Difuso mundial

    Lago Titicaca

    Ilha de Chilo

    . . . Ilhas Canrias

    1565

    (Solanum tuberosum

    subsp. andigena)

    (Solanum tuberosum

    subsp. tuberosum)

  • Botnica sistemtica

    Famlia: Solanaceae

    Gnero: Solanum

    Espcie: tuberosum

    Subespcie: tuberosum

    Subespcie: andigena

    Adaptada a condies de dias

    longos maior parte das

    cultivares em cultivo no mundo

    Maior variabilidade e amplitude

    de adaptao entre as espcies

    cultivadas; depende de

    fotoperodo curto para tuberizar

    Existem cerca de 200 espcies silvestres consideradas taxonomicamente

    distintas, a maioria forma tubrculo;

    O nmero cromossmico varia desde o nvel diplide (2n = 2x = 24) at o

    hexaplide (2n = 2x = 72).

  • Botnica sistemtica

    So reconhecidas oito espcies cultivadas

    de batata: Solanum stenotomum

    S. phureja

    S. gonicalyx

    S. x ajanhuiri

    S. x juzepzuchii

    S. x chaucha

    S. tuberosum

    S. x curtilobum

    Fonte: CIP

  • Origem vs. Adaptao

    Na regio onde se originou e foi domesticada, a batata adaptada a condies de DIAS CURTOS e variaes acentuadas de temperatura durante o dia e a noite;

    As cultivares lderes de cultivo no Brasil atualmente foram selecionadas na Europa e Amrica do Norte, sob condies de DIAS LONGOS e demais caractersticas do clima temperado;

    O comportamento dessas cultivares em regies tropicais e subtropicais sofre alteraes na fisiologia da planta que afetam a ADAPTAO e o RENDIMENTO;

    Existe a necessidade de intensificao dos programas nacionais de melhoramento gentico visando a OBTENO DE CULTIVARES DE BATATA ADAPTADAS s condies edafoclimticas das regies de cultivo brasileiras.

  • Flores

    Frutos

    Estoles

    Morfologia da batateira

  • dos estoles...

    Tubrculos

  • Estdios fenolgicos ou de

    desenvolvimento da batateira

    O conhecimento de fatores fisiolgicos que afetam o comportamento da cultura da batata em condies subtimas de cultivo contribui para o sucesso dessa atividade;

    Em condies naturais, a batata uma planta PERENE que sobrevive de um ano para o outro no solo como tubrculo; quando sob cultivo, comporta-se como uma planta ANUAL e apresenta diferentes exigncias e respostas fisiolgicas nas fases de seu desenvolvimento;

    O conhecimento da fenologia da planta, com os eventos relevantes e s exigncias em cada uma das fases de seu desenvolvimento, permitir orientar com eficincia as prticas de manejo da cultura em condies tropicais e subtropicais.

  • Estdios fenolgicos da batateira

    Estdio I

    Perodo relativamente curto vai do plantio do

    tubrculo-semente emergncia das hastes

    (dura 10 dias);

    Fonte de energia provm do tubrculo-me;

    Fotossntese no ativa;

  • Estdios fenolgicos da batateira

    Estdio II - Crescimento vegetativo

    As hastes e as folhas se desenvolvem;

    A fotossntese iniciada;

    As reservas do turbrculo-me continuam

    a ser usadas para crescimento e

    formao de razes e hastes (at 30 dias);

    Ao final dessa fase, efetua-se a adubao

    de cobertura e posteriormente a

    AMONTOA.

  • Estdios fenolgicos da batateira

    Estdio III Incio da tuberizao

    Inicia-se 2 a 4 semanas aps a emergncia dos brotos 5 a 7 semanas aps o plantio ;

    Os produtos da fotossntese so usados no crescimento dos estoles, desenvolvimento das hastes, e incio da formao dos tubrculos;

    Perodo relativamente curto 10 a 15 dias e termina com o incio do florescimento;

    uma fase muito crtica para a ocorrncia de doenas, pragas, deficincias nutricionais, estresse hdrico, danos por geadas que promovem danos irreparveis.

  • Estdios fenolgicos da batateira

    Estdio IV - Enchimento dos tubrculos

    A folhagem atinge desenvolvimento mximo;

    Fotoassimilados direcionados para o

    enchimento dos tubrculos aumenta cerca

    de 1 t/dia/ha;

    Crescimento por expanso celular

    Acmulo de H2O, CH2O e Nutrientes;

    Os tubrculos se tornam dominantes

    canalizadores (drenos) de carboidratos e

    nutrientes inorgnicos.

  • Estdios fenolgicos da batateira

    Estdio V Senescncia e maturao

    Todos fotoassimilados tubrculos;

    O teor de matria seca atinge o mximo;

    Folhagem torna-se amarelada at secar por completo;

    Reduo gradual da atividade fotossinttica;

    Reduo do crescimento dos tubrculos;

    A colheita inicia duas semanas aps a morte da planta esperar que a periderme (pele) do tubrculo se firme para evitar perda de qualidade por esfolamento;

    O ponto de maturao atingido de 90 a 110 dias aps o plantio varia conforme a cultivar;

    Gemas entram em estado de dormncia.

  • 25 DAP 35 DAP

    46 DAP 56 DAP

  • 69 DAP

  • 81 DAP

  • 106 DAP

  • Cv. Agata: ndice de rea foliar

    S = 0.510 72915

    r = 0 .94720 812

    Dias Aps Plantio

    nd

    ice

    de

    re

    a F

    olia

    r

    24 36 48 60 72 84 960.0

    1.0

    2.0

    3.0

    4.0

    5.0

  • Cv. Agata: no de hastes/planta

    S = 2.182 53964

    r = 0 .78526 013

    Dias Aps Plantio

    Ha

    ste

    s p

    or

    Pla

    nta

    (N

    um

    )

    0 15 30 45 60 75 90 1050

    3

    6

    9

    12

    15

  • Cv. Agata: produo comercial

    S = 10.70 660060

    r = 0 .93079 103

    Dias Aps Plantio

    Pr.

    Co

    me

    rcia

    l (t

    /ha

    )

    0 15 30 45 60 75 90 1050

    15

    30

    45

    60

    75

    90

  • pocas de plantio e colheita

    No Brasil, planta-se e colhe-se batata o ano todo

    Safras Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

    das guas1 C C C C C

    da seca2 C C C C

    de inverno3 C C C 1 MG; PR; SC; RS 2 MG; Sudoeste SP; PR; RS 3 MG; Sudoeste SP; Vargem G. do Sul, SP

    Chapada Diamantina, BA colhe batata o ano todo; cerrado goiano colhe de abril a novembro

    C = Colheita

    Safras Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

    das guas1 P P P P P

    da seca2 P P P P

    de inverno3 P P P 1 Localidades altas (> 800 m), clima ameno ou frio (no irriga); 2 alta e mdia altitudes (chuva + irrigao

    complementar); 3 altitudes variadas, inclusive baixa (irrigao necessria)

    P = Plantio

  • Escolha da cultivar

    Caractersticas que distinguem as cultivares:

    Fomato do tubrculo;

    Colorao do tubrculo interna e externa;

    Aspereza e brilho da pelcula lisa/brilhante, lisa/fosca e spera/fosca;

    Profundidade das gemas (olhos) rasas e profundas;

    Aptido culinria consumo domiciliar e uso industrial;

    Ciclo de maturao (precoce, semi-precoce, semi-tardio e tardio).

    Fonte: Filgueira, 1982

    IMPORTANTE: a escolha da cultivar capaz de propiciar bons resultados

    agronmicos e econmicos em determinada localidade e poca de plantio,

    est condicionada a uma avaliao prvia de seu desempenho.

  • Diversidade de cor

    Fonte: Oregon State University

  • Pelcula brilhante, opaca e spera

    Olhos profundos vs. superficiais

  • Caractersticas varietais e uso culinrio das principais cultivares de

    batata em cultivo no Brasil, 2005

    Cultivar Teor de MS Caractersticas Uso culinrio

    Agata Muito baixo Tubrculo grande, oval, olhos

    superficiais, pele amarelada e lisa,

    polpa amarelo-claro; maturao

    precoce

    Cozida e assada

    Monalisa Baixo Tubrculo oval-alongado, pele amarela

    e lisa, polpa amarelo-claro, olhos

    superficiais; maturao precoce

    Cozida e assada

    Mondial Baixo-mdio Tubrculo oval-alongado, casca

    amarela, polpa amarelo-clara, olhos

    superficiais; maturao tardia

    Cozida e assada

    Asterix Alto Tubrculo grande, oval-alongado,

    olhos superficiais, pele vermelha,

    spera, polpa amarelo-claro;

    maturao meio-tardia

    Cozida e fritas (chips,

    palito e palha)

    Bintje Alto Tubrculo alongado, pele amarela,

    geralmente lisa, olhos superficiais,

    polpa amarelo-clara; maturao meio-

    tardia

    Cozida e fritas (chips,

    palito e palha)

    Atlantic Muito alto Tubrculo mdio, oval-arredondado,

    pele esbranquiada, meio-spera,

    olhos meio-profundos, polpa branca;

    maturao meio-tardia

    Rodelas fritas (chips) e

    batata palha

  • Exigncias climticas

    Fatores climticos que afetam a fisiologia da planta e a produo: Temperatura do solo;

    Temperatura do ar;

    Comprimento do dia (fotoperodo);

    Interao fotoperodo/temperatura;

    Intensidade luminosa.

    As cultivares europeias e americanas so mais produtivas quando cultivadas em condies agroecolgicas que se assemelham quelas sob

    as quais se originiram seus ancestrais selvagens;

    No altiplano andino, localizado prximo linha do Equador, na poca de

    cultivo da batata, as temperaturas so amenas durante o dia, e mais

    baixas noite; o fotoperodo curto e a intensidade luminosa elevada

    CLIMA ASSEMELHA-SE MAIS AO SUBTROPICAL OU TEMPERADO

    DEVIDO A ALTITUDE.

  • Temperatura do solo ideal 15 C a 18 C

    Temperatura do ar mnima para inibir a brotao do tubrculo-me 3 C a 4 C

    mdia tima para o incio da tuberizao 17 C

    > 30 C so raros os tubrculos formados e a < 6 C, tambm

    temperaturas noturnas > 20 C inibem a tuberizao

    altas temperaturas causam maior incidncia de anomalias fisiolgicas

    Temperatura tima para a fotossntese 20 a 25 C

    A cada aumento de 5 C reduo de 25% na taxa de fotossntese

    A cada 10 C dobra a taxa de respirao foliar

    Exigncias de temperatura na

    cultura da batata

  • Efeito do comprimento do dia na

    cultura da batata

    - O fotoperodo altera consideravelmente o desempenho das cultivares de batata;

    - Cada cultivar tem o seu prprio fotoperodo crtico;

    - A produo diria maior em fotoperodo longo do que em curto

    maior quantidade de energia interceptada;

    - Sob condies de dias curtos as plantas apresentam: - reduo no desenvolvimento vegetativo;

    - estoles curtos;

    - supresso do florescimento;

    - tuberizao mais precoce;

    - enchimento rpido dos tubrculos;

    - maturao precoce.

  • Propagao

    Em escala comercial a propagao exclusivamente por tubrculo-semente;

    A semente a ser plantada deve estar em condies fisiolgicas adequadas;

    Lavouras formadas a partir de tubrculos-semente em diferentes estdios fisiolgicos iro diferir na estrutura da rama, no nmero de tubrculos, no rendimento, na distribuio do tamanho do tubrculo e na qualidade (Ewing & Struik, 1992; Struik & Wiersema, 1999).

  • Idade fisiolgica do tubrculo-semente

    Fonte: adaptado de STRUIK & WIERSEMA, 1999.

    Idade fisiolgica do tubrculo-semente

    Jovem ---------------------------------------------------------------------------- Velho

  • Estdios fisiolgicos do

    tubrculo-semente

    Dormncia no h brotao depende de vrios

    fatores

    Dominncia apical - inibio da brotao das

    gemas laterais, surgindo apenas um ou poucos

    brotos apicais resulta na emisso de poucas

    hastes por rea, independentemente do tamanho

    da semente;

    Brotao normal - brotos do pice ramificados

    ocorre brotao nas gemas laterais;

    Senescncia - brotos laterais muito ramificados.

  • Dormncia dos tubrculos

    Dormncia: perodo compreendido entre a

    colheita e o incio da brotao do tubrculo;

    Fatores que afetam o perodo de dormncia: Cultivar tardias apresentam perodo mais

    prolongado de dormncia do que as precoces;

    Maturidade do tubrculo na colheita tubrculos imaturos apresentam maior dormncia;

    Condies ambientais durante o cultivo perodo de dormncia menor em cultivo sob condies de dias curtos e temperaturas elevadas;

    Condies de armazenamento sob temperaturas baixas, perodo de dormncia maior.

  • Quebra de dormncia dos

    tubrculos-semente

    Finalidade da operao: uniformizar a brotao e a emergncia;

    Mtodos para forar brotao da semente: Qumico

    Bissulfureto de carbono as caixas de sementes devem ser tratadas em cmaras de expurgo ou em valetas tipo silo-trincheiras ou, simplesmente, cobertas com lona plstica; a dosagem varia conforme a cultivar;

    cido giberlico - concentrao de 5 a 15 ppm (5 a 15 g em 1000 L de gua) imerso dos tubrculos de 5 a 20 minutos; tempo varia conforme a cultivar;

    Outros Choque de temperaturas deixar a semente sob

    temperatura de 2 a 4 oC e 85% de UR por 30 dias; em seguida deixar a semente alguns dias em temperatura ambiente.

  • Tratamento para quebra de dormncia dos

    tubrculos-semente

    A imerso dos tubrculos-semente em solues de cido giberlico na dose de

    5-15 mg L-1 por 10 a 15 minutos uniformiza a emergncia das brotaes.

  • Preparo do solo

    Depende do perfil do produtor:

    Pequeno mecanizado x trao animal;

    Mdio/Grande 100 % mecanizado

    Tipo de solo ideal areno-argilosos, leves e arejados;

    Cultura com alta tolerncia acidez do solo: pH = 5,0 ~

    6,5, porm exigente em Ca;

    Saturao por bases ideal para a cultura = 60 %;

    O gesso agrcola demonstra excelentes resultados na

    cultura da batata (Vitti, 2000);

    reas com relevo suave a plano permitem a mecanizao

    da cultura.

  • Itapetininga, SP

    Escolha da rea de plantio

  • Preparo do solo

    Etapas do preparo de solo convencional:

    Dessecao da vegetao da rea glifosato;

    Roagem com o triton;

    Correo do solo baseada na anlise de solo;

    Gradagem da rea com grade aradora pesada;

    Destorroamento com enxada rotativa;

    Sulcamento na mesma operao, realiza a

    adubao de plantio, trata o solo com fungicidas e

    inseticidas, faz o plantio do tubrculo-semente e

    cobre os sulcos de plantio.

  • Preparo de solo em grandes reas

  • Adubao

    Anlise do solo deve ser realizada para direcionar

    a calagem e a adubao;

    Os fertilizantes respondem por 12-14% dos custos

    totais de produo da cultura;

    Cultura de ciclo curto e alta produtividade

    requer grandes quantidades de nutrientes em

    forma prontamente assimilvel;

    A adubao mineral de plantio de acordo com a

    produtividade esperada e a anlise do solo.

  • Adubao

    Sugesto de adubao (Vitti et al.,2002):

    Sulco de plantio

    a) Doses de nutrientes:

    N: 40 a 60 kg/ha

    P205: 150 a 450 kg/ha (fonte de S = Superfostato Simples)

    K20: 110 a 140 kg/ha

    B e Zn: 2 e 4 kg/ha, respectivamente

    b) Formulaes:

    05-30-10 + 0,2%B + 0,4%Zn + 4%S 1000 - 1250 kg/ha

    03-30-10 + 0,15%B + 0,3%Zn + 3%S 1500 kg/ha

  • Adubao

    Sugesto de adubao (Vitti et al.,2002):

    Por ocasio da emergncia

    a) Doses de nutrientes:

    N: 80 a 100 kg/ha*

    K20: 110 a 140 kg/ha

    * Fonte de S = Sulfato de amnio

    b) Formulaes:

    20-00-30 400 a 1500 kg/ha

    Obs. A prtica da fosfatagem deve ser adotada em solos arenosos (teor de argila <

    25%), que apresentam menor fixao de P, e com baixos teores desse nutriente (P

    resina < 10 mg.dm-3); deve ser realizada aps o preparo profundo do solo, antes da

    gradagem e do nivelamento. Para calcular a quantidade de P2O5 a ser aplicada, adota-

    se como critrio a seguinte expresso: P2O5 total.ha = 5 kg P2O5 x % argila.

  • Operao de plantio

    Manual, semi-mecanizado e mecanizado

    Os tubrculos-semente so tipificados em seis categorias, de acordo com suas dimenses:

    Tipo 0 > 60 mm

    Tipo I entre 51 e 60 mm

    Tipo II entre 41 e 50 mm

    Tipo III entre 29 e 40 mm

    Tipo IV entre 23 e 28 mm

    Tipo V < 23 mm

  • Comparao entre os sistemas de plantio

    semi-mecanizado e mecanizado

    Semi-mecanizado Mecanizado

    No trabalhadores/ha 23 13

    No tratores/ha 3 2

  • Comparao entre os sistemas de plantio

    semi-mecanizado e mecanizado

    Semi-mecanizado Mecanizado

    > Mo-de-obra

    > Compactao do solo

    < Falhas

    > Estande

    < Quebra de brotos

    < Mo-de-obra

    < Compactao do solo

    > Falhas

    < Estande

    > Quebra de brotos

  • Operao de plantio - Chapada Diamantina - BA

  • Plantio mecanizado

  • Operao de plantio - Chapada Diamantina - BA

  • Tratos culturais

    II - Irrigao

    gua um dos fatores mais importantes na produo de batata gua compreende 90-95% dos tecidos da planta e 70-85% do tubrculo;

    Desempenha um papel relevante em diversos processos fisiolgicos e tambm serve de fonte de hidrognio e de oxignio planta;

    Necessidade de gua ou evapotranspirao total da cultura 350 a 600 mm/ciclo, dependendo das condies climticas predominantes e do ciclo da cultivar;

    So necessrios 1000 L de gua para produo de 4 a 7 kg de tubrculos.

  • Tratos culturais

    II - Irrigao

    Mtodos de irrigao

    Asperso o mais utilizado (> 90 % da rea

    cultivada no Brasil)

    Sistema convencional

    Piv central novas fronteiras de produo

  • Irrigao

    Sistema de irrigao com piv central, Fazenda Bagisa S/A Ibicoara, BA

  • Lavoura de batata irrigada por sistema de asperso com

    piv central, Nascente/Bagisa, Ibicoara, BA

  • Lavoura de batata no municpio de Ipuiuna, MG conduzida com irrigao

    por asperso convencional poca de inverno

  • Lavoura de batata no Sul de Minas conduzida sem irrigao poca das

    guas

  • Tratos culturais

    II - Amontoa

    Prtica cultural de grande importncia no processo de tuberizao, alm de: Proporcionar maior nmero de tubrculos

    Evitar esverdeamento e escaldadura dos tubrculos

    Melhorar a eficincia da fertilizao em cobertura

    Proteger a planta dos fitopatgenos e insetos

    Realizada, em geral, 25-35 dias aps o plantio, quando as hastes atingem de 25 a 30 cm

    A poca da amontoa coincide com a adubao de cobertura

    Pode ser manual ou mecanizada, utlizando sulcadores ou equipamentos rotativos

  • Tratos culturais

    II - Amontoa

    Amontoa antecipada ou fresa Plantio raso 5 a 7 cm de profundidade facilita a emergncia

    rpida e uniforme das brotaes

    Consiste na adio de 7 a 10 cm de terra sobre os primrdios

    foliares e na construo de uma slida leira de 30 a 35 cm de

    altura com seo trapezoidal de base larga aloja

    adequadamente a planta para o pleno desenvolvimento vegetativo

    Operao que fundamental para o sucesso do controle do mato

    A integridade da leira na poca da colheita permite melhor

    desempenho operacional de colhedoras

    Promove o arejamento e drenagem na leira evita pontos de

    encharcamento que favorecem a incidncia de fitopatgenos

    Fonte: Peche Filho, A, 2011

  • Amontoa com trao animal, Senador Amaral, Sul de Minas, 2010

  • Operao de amontoa com fresadora

  • Operao de amontoa com fresadora

    Chapada Diamantina, Bahia

  • Operao de amontoa antecipada com fresadora, Arax, MG

  • Tratos culturais

    III Dessecao da rama

    Na produo de batata-semente tem a finalidade:

    Impedir a transmisso de vrus da parte area para os

    tubrculos;

    Propiciar a colheita de tubrculos de menor tamanho.

    Na produo de batata para consumo domiciliar:

    Reduz o tamanho do tubrculo e, consequentemente, a

    produtividade;

    Permite a antecipao de colheita eventualmente o produtor pode conseguir melhor cotao de preos

  • Em lavouras de batata-semente e batata-consumo, aplicar os dessecantes 75-80 DAP e 80-90 DAP, respectivamente;

    Deve-se esperar 10 dias, no mnimo, para ocorrer a fixao da pele para evitar danos aos tubrculos na operao de colheita.

  • Doenas e Pragas

  • Pulverizao e irrigao simultneas (piv-barra), Fazenda

    Progresso, Ibicoara, BA 05/2005

  • Pulverizao area em lavoura de batata na regio de Vargem

    Grande do Sul, SP

  • Principais doenas fngicas

    Agente

    causal

    Nome

    comum

    Parte

    afetada

    Condies predisponentes

    Phytophthora

    infestans

    Requeima folhas,

    hastes e

    tubrculos

    alta umidade relativa, 14 horas

    de molhamento das folhas e

    temperaturas amenas

    Alternaria

    solani

    Pinta-preta folhas alta umidade relativa,

    temperatura > 20o C

    Rhizoctonia

    solani

    Rizoctoniose,

    crosta-preta

    brotos,

    hastes,

    estoles e

    tubrculos

    alta umidade; temperatura

    amena; carncia de clcio e

    presena de matria orgnica

    em decomposio

    Spongospora

    subterranea

    Sarna

    pulverulenta

    razes e

    tubrculos

    gua livre no solo; solos com

    camada de compactao

    temperaturas amenas

  • Doenas causadas por fungos

    Fonte: Oregon State University

    1. Requeima

  • Doenas causadas por fungos

    2. Pinta-preta

  • Doenas causadas por fungos

    3. Rizoctoniose, crosta-preta

  • Doenas causadas por fungos

    4. Sarna pulverulenta

  • Doenas causadas por bactrias

  • Doenas causadas por bactrias

    1. Murcha-bacteriana, murchadeira

    Fonte: CIP Fonte: C.A. Lopes

    Fonte: aspnet.org

  • Doenas causadas por bactrias

    2. Sarna-comum

  • Doenas causadas por bactrias

    3. Canela-preta, talo-oco, podrido-mole

  • Doenas causadas por vrus

    PVY0

    PVYNTN

    PLRV

    Vetor: afdeos

  • PLRV Luteovirus

    Transmisso circulativa-persistente

    Parte afetada: restrito ao floema

    Vetor: afdeos colonizadores (poucas espcies)

    Aquisio: minutos a horas

    Transmisso: toda a vida

    Controle: inseticidas

    PVY Potyvirus

    Transmisso no-persistente, estiletar

    Parte afetada: epiderme

    Vetor: afdeos no-colonizadores (vrias espcies)

    Aquisio: segundos

    Transmisso: poucas plantas

    Controle: inseticidas no efetivos

    Fonte:IPMworld.umn.edu

  • Doenas causadas por

    nematides: pipoca

    Classificao: Meloidogyne spp.

    Partes afetadas: razes e tubrculos

    Condies predisponentes: temperatura elevada, solos arenosos

    Controle qumico:

    eventual

  • Anomalias ou desordens fisiolgicas

  • Anomalias ou desordens fisiolgicas

  • Embonecamento Esverdeamento

    Rachaduras de crescimento Mancha-chocolate

  • Lenticelose Corao-oco

    Resduo de sulfonil-ureias Tuberizao-direta

  • Principais pragas

    Mosca branca

    Larva Minadora

    Traa

    Diabrotica speciosa

  • Colheita Mecanizao da colheita

    Reduo de custos

    Maior flexibilidade e capacidade de colheita

    Minimiza problemas de mo-de-obra

  • Colheita Colheita mecanizada

  • Colheita Colheita semi-mecanizada

  • Colheita semi-mecanizada

  • Colheita Transporte dos tubrculos em bags

  • Beneficiamento

  • Descarga dos tubrculos contidos em bags

  • Descarga de tubrculos transportados a granel Bagisa/

    Nascente, Ibicoara, BA

  • Beneficiamento

    Pr-lavagem dos tubrculos

  • Beneficiamento

  • Beneficiamento

  • Custo de produo Vargem Grande do Sul - SP

    Fonte: CEPEA/ESALQ. 2009: dados finais; 2010: dados preliminares da safra de inverno

    Produtividade mdia: 740 sacas/ha

    2010: R$ 25,27/sc

  • Custo de produo

    Fonte: CEPEA/ESALQ. 2008/09: dados finais; 2009/10: dados preliminares da safra das guas

    Sul de Minas Gerais

    Produtividade mdia: 540 sacas/ha

  • Custo de produo

    Fonte: CEPEA/ESALQ. 2009:dados finais

    Cristalina - GO

    Produtividade mdia: 730 sacas/ha

  • Classificao

    Aps o beneficiamento dos tubrculos feita a classificao comercial baseada no dimetro;

    Os tubrculos classificados so embalados em sacos de fibra natural ou sinttica com capacidade de 50 kg;

    Tubrculos destinados ao consumo podem ser armazenados a uma temperatura de 5 a 7o C e 80 a 85 % de UR podem ficar armazenados de 4 a 6 meses.

  • Normas de Classificao do Programa Brasileiro para a Melhoria dos Padres Comerciais e

    Embalagens de Hortigranjeiros

    Grupo: definido pela cultivar a qual pertencem os tubrculos;

    Tipo ou categoria: relacionado qualidade dos tubrculos, ou seja, quantidade de defeitos presentes no lote;

    Calibres ou classes: determinados pelo maior dimetro transversal medido em milmetros (mm).

    Se tolera uma mistura de at 5% de tubrculos pertencentes classe imediatamente superior ou inferior classe especificada no rtulo.

    Classe

  • Comercializao

    Identificao do uso culinrio Minas Gerais

  • Comercializao

  • Bibliografia recomendada

    FILGUEIRA, F.A.R. Novo Manual de Olericultura:

    agrotecnologia moderna na produo e comercializao de

    hortalias. Viosa: UFV, 402p. 2000

    MIRANDA FILHO, H.S.; GRANJA, N.P.; MELO, P.C.T. Cultura da

    batata. Vargem Grande do Sul: Os Autores. 63p. 2003

    PEREIRA, A.; DANIELS, J. Cultivo da batata na regio Sul do

    Brasil. Pelotas: EMBRAPA. 567p. 2003

    TAVARES, S.; CASTRO, P.C.; MELO, P.C.T.; MELLO, S.C.

    Cultura da batata. Piracicaba: ESALQ. 44p. 2010 : Srie Produtor

    Rural, 18

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