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Alimentos Hortigranjeiros de qualidade DO CAMPO À MESA Como as Centrais podem cumprir sua função como agentes de promoção da qualidade de alimentos? Newton Araújo Silva Júnior

Newton Araújo Silva Junior - Como as Centrais podem cumprir sua função como agentes de promoção da qualidade de alimentos?

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Alimentos Hortigranjeiros de qualidade DO CAMPO À MESA

Como as Centrais podem cumprir sua função como agentes de promoção da qualidade de alimentos?

Newton Araújo Silva Júnior

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Histórico

Década de 1960: Quadro de estrangulamento, com o abastecimento disperso, fragmentado e

desorganizado;

Comercialização realizada por feiras, “pirangueiros” de ruas e beira de estradas;

Número de produtos reduzidos, poucas variedades e qualidade duvidosa;

Supermercados não tinham interesse em trabalhar com hortigranjeiros ;

Os hábitos alimentares incluíam bem menos itens de FLVs.

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Implantação das Ceasas

Inspirado em experiências de outros países, principalmente europeus (Espanha), com o apoio da FAO, o Brasil propõe o modelo da entrepostagem de alimentos.

Conceito: Também conhecido como HUB, pode ser um estabelecimento, complexo ou cidade, situado geograficamente em rota estratégica entre dois ou mais polos de interesse econômico: geralmente polo produtor e o polo consumidor.

Congruência de interesse de duas ou mais partes;

Plataforma logística: “ Facilitação de interesses comerciais”.

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Aplicação do conceito de entrepostagem: Função das Ceasas

Ocasionou a rapidez para o deslocamento e exposição de produtos;

Permitiu a confrontação da oferta e da demanda;

Induziu a prática de preços justos;

Inserção de produtores no mercado formal de comercialização;

Proporcionou maior quantidade e qualidade de produtos;

Concentração de agentes das cadeias produtivas e de abastecimento.

Resultado geral: Uma espécie de bolsa de mercadorias.

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Sistema Nacional das Centrais de Abastecimento (SINAC)

Década de 1970/ 1980

Instituído o Sistema Nacional de Abastecimento (SINAC).

Disseminação dos modelos das Ceasas por todo o país ápice do Sinac

21 empresas denominadas de Centrais de Abastecimento;

34 Mercados Atacadistas Urbanos;

32 Mercados Atacadistas Rurais (Mercados do Produtor);

Diversos mercados varejistas.

• Final de 1988 - Transferência do controle acionário das Ceasas para os estados e municípios.

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Benefícios do SINAC

A informações geradas começaram a balizar políticas;

As centrais iniciam a troca de informações;

Realização de transferência de mercadorias;

Sinergia entre agentes intra e inter estaduais;

Aumenta o número de Centrais e altera os hábitos de alimentação dos brasileiros assim como o perfil da produção.

Equipamentos de comercialização, até então, novos, obtém grande êxito.

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Começa o desmonte...

Em 1988, extinção do SINAC;

As centrais começam trabalhar isoladamente;

A manutenção e novos investimentos nas estruturas são,

consideravelmente, diminuídos/ inexistentes;

A maioria não desenvolve eficiência técnico-operacional:

O sucateamento é inevitável.

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Período 2008 a 2011

Diagnóstico Prohort:

72 Entrepostos espalhados por 22 Ufs;

12.000 Empresas;

30.000 Produtores Cadastrados;

800.000 Produtores/ano que utilizam as Ceasas.

Comercialização segundo o IBGE/ABRAFRUTAS/CONAB/EMBRAPA HORTALIÇAS (2011):

Frutas: 45,6 milhões de ton.

Hortaliças: 19,2 milhões de ton.

Total Hortigranjeiros: 64,8 milhões de ton.

Total de Hortigranjeiros nas Centrais de Abastecimento em 2014:

16,1 milhões de ton.

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Síntese da Importância das Ceasas

Em 1960, o país tinha 70 milhões de habitantes com um consumo bem inferior de FLVs em um cenário, totalmente, desconhecido e pobre quanto aos hortigranjeiros;

A partir de 1970, o país experimenta o modelo de Ceasas;

Entre 1985 e 2005 (com o advento Ceasas) a produção de hortaliças dobrou (CNPA-Embrapa);

Em 2015, o país tem mais de 200 milhões de habitantes e produção de mais de 60 milhões de toneladas de frutas e hortaliças (IBGE/CONAB/Abrafrutas).

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“ Não podemos nem imaginar como seria se não existissem as ceasas para promover o abastecimento

das populações, poderia ser um verdadeiro caos”.

Porém, é preciso melhorar...

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Como?

As centrais devem receber INVESTIMENTOS;

O segmento deve ser prioridade governamental ;

Discutir a entrada de capital privado no sistema (PPPs);

Abordar a governança do sistema;

Reengenharia de boxes e pavilhões;

Aprimoramento da logística interna;

Agregar ao modelo atual o atendimento às demandas públicas e sociais (PAA, PNAE,etc.).

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Observar Cenários

Aumento da renda: há uma tendência para o aumento do consumo. Classes mais altas consomem 5 vezes mais frutas e 3 vezes mais hortaliças (IBGE-POF 2008);

Circuitos curtos de produção: tendência amplamente incentivada por autoridades e consumidores (menores custos, maior qualidade, mais benefício para a UF);

Urbanização crescente; menos áreas para plantio. Segundo a FAO para o abastecimento no mundo o ser humano necessita de 0,30 hectare per capita, há 25 anos precisava de 0,50, e precisará de apenas 0,15 daqui a 30 anos ( os circuitos produtivos deverão ser valorizados).

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Observar Cenários

Crescimento populacional: até 2028 o país continuará crescendo e

demandando cada vez mais alimentos;

Preocupação com a saúde, meio ambiente e segurança alimentar: rotulagem, rastreabilidade e considerações quanto a forma de produção – selos garantidores;

Exigências crescentes de consumidores: necessidades de consumo rápido e individualizado;

Legislação rigorosa: fiscalização e responsabilização de agentes;

Produtividade, eficiência; tecnologias: tanto no campo como nas etapas de distribuição: embalagens, cadeia do frio, etc.

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Posicionamentos esperados para melhoria da qualidade

Transparência e governança corporativa;

Atendimento às questões sociais (banco de alimentos, etc.);

Questões ambientais (tratamento de resíduos sólidos);

Uso consciente da energia;

Tratamento adequado e difusão das informações;

Busca contínua de qualidade (concorrência) e diminuição de perdas (cadeia do frio, embalagens, etc.);

Certificação de produtos;

Profissionalização de colaboradores;

Humanização dos serviços;

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Conclusão

Acreditamos que o setor deva lutar para o estabelecimento e o cumprimento de normas claras pactuadas entre todos os atores envolvidos que levem a ações, comportamentos, direitos e deveres , em consonância com os Princípios de Boas Práticas Comerciais, e de Segurança Alimentar e Nutricional.

MARCO LEGAL PACTUADO