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No Case 30 - PRIORIZAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DE NOVA FERRAMENTA DE GESTÃO MAXIMIZANDO O RESULTADO DE P&D Alessandro Leal Nogueira; Leandro Rodrigues Gonçalves OXITENO S.A. INDÚSTRIA E COMÉRCIO INTRODUÇÃO A evolução da tecnologia da informação e das prácas de gestão de inovação exigem das empresas uma constante atualização de seus procedimentos internos e das ferramentas ulizadas para an- gir seus objevos. A qualidade da gestão do conhecimento impacta não somente na taxa de inovação de uma empresa, como também em seu desempenho em termos de uso de recursos e retorno sobre o invesmento (Darroch, 2005). Em gestão de inovação, é comum as empresas usarem modelos como o funil de inovação (Wheelwright , 2010), o modelo de Stage- Gate (Cooper & Edge, 1996) e separar os seus projetos em diferen- tes pos, aplicando diferentes polícas para cada um deles (Wheelwright & Clark, 1992). A priorização de projetos também é ferramenta comum na melhoria do desempenho da carteira de ne- gócios (Brenner, 1994). A mera existência de novas ferramentas e novas tecnologias, no entanto, não deve ser a única base para a decisão de implantar um novo sistema. Deve-se, antes, ter um processo bem estabelecido e que funcione sem a necessidade de sistemas. É necessário que o processo seja omizado de modo a ter a melhor implantação de uma ferramenta de automazação de tarefas repevas (Simchi- Levi, 2011). O projeto descrito neste trabalho, portanto, segue as recomenda- ções da literatura para rever, omizar e melhorar os procedimentos existentes de gestão de projetos. A Oxiteno uliza o modelo de fu- nil de ideias e stage gate, como ilustrado na Figura 1. Este novo pro- cedimento se baseia na aplicação de uma dinâmica de priorização da carteira de acordo com premissas estabelecidas estrategicamen- te. Em seguida, desenvolve e implanta uma solução comercial para gestão do ciclo de vida de produto , dando visibilidade de todos os processos e resultados obdos, como novos produtos e patentes depositadas. METODOLOGIA O principal objevo deste trabalho era melhorar a gestão da car- teira de negócios por meio da revisão completa dos procedimentos e polícas aplicadas á gestão de P&D. A companhia possuía um sis- temáca de gerenciamento, no entanto os procedimento e ferra- mentas de acompanhamento de projetos estavam defasadas e de- pendiam do uso de planilhas em excel, aumentando o fluxo de in- formações informais e a probabilidade de erros na transcrição de dados entre os diversos desnos da informação. Isso acarretava em falta de consistência entre os bancos de dados e gerava uma cres- cente necessidade de revalidação dos dados extraídos das ferra- mentas, gerando retrabalho. A situação dificultava a compreensão do estado da carteira de negócios e sobrecarregava os pesquisado- res com demandas , aumentando o tempo de execução dos proje- tos e causando queda na produvidade e efevidade do P&D. A solução veio por meio de duas ações chave: (i) implantação de uma dinâmica de priorização de projetos que ulizavam recursos comparlhados por familiaridade tecnológica e retorno esperado do projeto, que posteriormente evoluiu para um sistema de priori- zação com risco balanceado da carteira de negócios e (ii) implanta- ção de uma nova ferramenta de gestão de ciclo de vida de produto, bazada na companhia com “PMOx” (Project Management Oxite- no). RESULTADOS A dinâmica de priorização aumentou em mais de 300% a produ- vidade na fase I (fase do protópo) que é o gargalo do processo de desenvolvimento de um novo produto. O planejamento permiu o melhor uso dos recursos do laboratório, maximização do trabalho experimental e maior visibilidade para a equipe envolvida no proje- to, dando segurança e celeridade aos processos que dependiam destes recursos. A Figura 2 ilustra os critérios aplicados para a prio- rização dos projetos. Com a evolução do modelo, a priorização da carteira de negócio passou a ser balanceada em função do risco dos projetos. Na figura 3 as cores das bolhas correspondem ás faixas de probabilidade de sucesso e esmada de VPL (valor presente líquido). O conceito de funil de ideia sugere o estabelecimento de objevos dos projetos em alinhamento com a estratégia da empresa, desta forma, os pro- jetos que avançam para a fase I possuem alta probabilidade de su- cesso e retorno para empresa ou embora não sejam tão rentáveis e com elevada expectava de sucesso, atendem aspectos estratégicos do porolio ou desenvolvimento de novas competências tecnológi- cas. Outro ponto importante deste modelo e a possibilidade de avaliar o projeto sobre várias perspecvas tecnológicas e de merca- do, permindo que o líder de projeto atue na eliminação ou miga- ção dos riscos que reduzem a probabilidade de sucesso . Esse mo- delo também traz mais previsibilidade sobre a geração de receitas dos novos projetos versus esforços na execução e lançamento de novos produtos. O PMOx, por sua vez, integrou todas as áreas com interface com o P&D, disponibilizou informações em tempo real sobre o estado dos projetos e documentos relacionados, eliminou a necessidade de ulização de planilhas auxiliares e da revalidação dos dados e, em úlma instância, possibilitou o início de uma revisão completa das estratégias e procedimentos de gestão de carteira de negócios de P&D . Atualmente, toda a comunicação entre as áreas envolvidas no desenvolvimento de novos produtos é feita dentro do PMOx, bem como todo o processo de proteção das tecnologias geradas nos projetos. A gestão das patentes também foi melhorada e agora é possível ter uma visão estratégica de todo o porólio de tecnologia da empresa. A inovação teve como base a aquisição de uma solução de Pro- dutc Lifecycle Management como resultado de um levantamento in- terno de necessidades de melhorias no sistema vigente. O levanta- mento teve origem na constatação de que a solução ulizada pela empresa não correspondia às necessidades de gestão da Oxiteno, que evoluíram bastante desde a sua implantação. O sistema passou a ser uma barreira à evolução da gestão de P&D. Foram avaliadas di- versas soluções, tanto de desenvolvimento interno quanto de con- tratação externa. A ferramenta escolhida foi o PLM Agile da Oracle, que foi completamente configurado para atender às necessidades de gestão da Oxiteno, com possibilidade de alteração conforme ne- cessidade futura da empresa. A Figura 4 ilustra a organização de dados dentro da nova ferramenta. CONCLUSÃO As melhorias no processo de desenvolvimento de novos produtos permiu a integração real entre os projetos, documentos, itens, produtos e patentes, automação e transparência de workflows, cla- reza na definição de atributos de cada fase e de cada ponto de deci- são no processo de novos produtos, redução do me to market de novos produtos, visibilidade de interdependência entre programa de projetos, simplicidade na criação de projetos com similaridade, disponibilidade e qualidade da informação , manutenção do históri- co completo de todos os itens no sistema, melhoria na gestão de projetos (escopo, cronograma e custo), além de permir a melhor alocação de recursos por categoria de projeto e complexidade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Wheelwright, S. C. (2010). Managing new product and process de- velopment: text cases. Simon and Schuster. Brenner, M. S. (1994). Praccal R&D project priorizaon. Research Technology Management, 37(5), 38. Darroch, J. (2005) "Knowledge management, innovaon and firm performance", Journal of Knowledge Management, Vol. 9 Iss: 3, pp.101 - 115 Simchi-Levi , D. (2011). “Seven myths to beat before they beat you”, Harvard usines Review, Iss: 8. Wheelwright, S. C., & Clark, K. B. (1992). Creang project plans to fo- cus product development. Harvard Business School Pub.. AGRADECIMENTOS Agradecemos o envolvimento de todo o core team do projeto , as- sim como à Oracle e consultoria Ninecon. Figura 4. Disponibilização de recursos em linha com a nova dinâmica de gestão de projetos Figura 2. Critérios para Priorização dos Projetos Balanceamento do Risco da Carteira de Projetos Figura 1. Funil de Inovação Oxiteno

Revisão de procedimentos de gestão de projetos e implantação de nova ferramenta PMOX

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Page 1: Revisão de procedimentos de gestão de projetos e implantação de nova ferramenta PMOX

No Case 30 - PRIORIZAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DE NOVA FERRAMENTA DE GESTÃO

MAXIMIZANDO O RESULTADO DE P&D Alessandro Leal Nogueira; Leandro Rodrigues Gonçalves

OXITENO S.A. INDÚSTRIA E COMÉRCIO

INTRODUÇÃO

A evolução da tecnologia da informação e das práticas de gestão

de inovação exigem das empresas uma constante atualização de

seus procedimentos internos e das ferramentas utilizadas para atin-

gir seus objetivos. A qualidade da gestão do conhecimento impacta

não somente na taxa de inovação de uma empresa, como também

em seu desempenho em termos de uso de recursos e retorno sobre

o investimento (Darroch, 2005).

Em gestão de inovação, é comum as empresas usarem modelos

como o funil de inovação (Wheelwright , 2010), o modelo de Stage-

Gate (Cooper & Edgett, 1996) e separar os seus projetos em diferen-

tes tipos, aplicando diferentes políticas para cada um deles

(Wheelwright & Clark, 1992). A priorização de projetos também é

ferramenta comum na melhoria do desempenho da carteira de ne-

gócios (Brenner, 1994).

A mera existência de novas ferramentas e novas tecnologias, no

entanto, não deve ser a única base para a decisão de implantar um

novo sistema. Deve-se, antes, ter um processo bem estabelecido e

que funcione sem a necessidade de sistemas. É necessário que o

processo seja otimizado de modo a ter a melhor implantação de

uma ferramenta de automatização de tarefas repetitivas (Simchi-

Levi, 2011).

O projeto descrito neste trabalho, portanto, segue as recomenda-

ções da literatura para rever, otimizar e melhorar os procedimentos

existentes de gestão de projetos. A Oxiteno utiliza o modelo de fu-

nil de ideias e stage gate, como ilustrado na Figura 1. Este novo pro-

cedimento se baseia na aplicação de uma dinâmica de priorização

da carteira de acordo com premissas estabelecidas estrategicamen-

te. Em seguida, desenvolve e implanta uma solução comercial para

gestão do ciclo de vida de produto , dando visibilidade de todos os

processos e resultados obtidos, como novos produtos e patentes

depositadas.

METODOLOGIA

O principal objetivo deste trabalho era melhorar a gestão da car-

teira de negócios por meio da revisão completa dos procedimentos

e políticas aplicadas á gestão de P&D. A companhia possuía um sis-

temática de gerenciamento, no entanto os procedimento e ferra-

mentas de acompanhamento de projetos estavam defasadas e de-

pendiam do uso de planilhas em excel, aumentando o fluxo de in-

formações informais e a probabilidade de erros na transcrição de

dados entre os diversos destinos da informação. Isso acarretava em

falta de consistência entre os bancos de dados e gerava uma cres-

cente necessidade de revalidação dos dados extraídos das ferra-

mentas, gerando retrabalho. A situação dificultava a compreensão

do estado da carteira de negócios e sobrecarregava os pesquisado-

res com demandas , aumentando o tempo de execução dos proje-

tos e causando queda na produtividade e efetividade do P&D.

A solução veio por meio de duas ações chave: (i) implantação de

uma dinâmica de priorização de projetos que utilizavam recursos

compartilhados por familiaridade tecnológica e retorno esperado

do projeto, que posteriormente evoluiu para um sistema de priori-

zação com risco balanceado da carteira de negócios e (ii) implanta-

ção de uma nova ferramenta de gestão de ciclo de vida de produto,

batizada na companhia com “PMOx” (Project Management Oxite-

no).

RESULTADOS

A dinâmica de priorização aumentou em mais de 300% a produti-

vidade na fase I (fase do protótipo) que é o gargalo do processo de

desenvolvimento de um novo produto. O planejamento permitiu o

melhor uso dos recursos do laboratório, maximização do trabalho

experimental e maior visibilidade para a equipe envolvida no proje-

to, dando segurança e celeridade aos processos que dependiam

destes recursos. A Figura 2 ilustra os critérios aplicados para a prio-

rização dos projetos.

Com a evolução do modelo, a priorização da carteira de negócio

passou a ser balanceada em função do risco dos projetos. Na figura

3 as cores das bolhas correspondem ás faixas de probabilidade de

sucesso e estimada de VPL (valor presente líquido). O conceito de

funil de ideia sugere o estabelecimento de objetivos dos projetos

em alinhamento com a estratégia da empresa, desta forma, os pro-

jetos que avançam para a fase I possuem alta probabilidade de su-

cesso e retorno para empresa ou embora não sejam tão rentáveis e

com elevada expectativa de sucesso, atendem aspectos estratégicos

do portfolio ou desenvolvimento de novas competências tecnológi-

cas. Outro ponto importante deste modelo e a possibilidade de

avaliar o projeto sobre várias perspectivas tecnológicas e de merca-

do, permitindo que o líder de projeto atue na eliminação ou mitiga-

ção dos riscos que reduzem a probabilidade de sucesso . Esse mo-

delo também traz mais previsibilidade sobre a geração de receitas

dos novos projetos versus esforços na execução e lançamento de

novos produtos.

O PMOx, por sua vez, integrou todas as áreas com interface com

o P&D, disponibilizou informações em tempo real sobre o estado

dos projetos e documentos relacionados, eliminou a necessidade de

utilização de planilhas auxiliares e da revalidação dos dados e, em

última instância, possibilitou o início de uma revisão completa das

estratégias e procedimentos de gestão de carteira de negócios de

P&D . Atualmente, toda a comunicação entre as áreas envolvidas

no desenvolvimento de novos produtos é feita dentro do PMOx,

bem como todo o processo de proteção das tecnologias geradas nos

projetos. A gestão das patentes também foi melhorada e agora é

possível ter uma visão estratégica de todo o portfólio de tecnologia

da empresa.

A inovação teve como base a aquisição de uma solução de Pro-dutc Lifecycle Management como resultado de um levantamento in-terno de necessidades de melhorias no sistema vigente. O levanta-mento teve origem na constatação de que a solução utilizada pela

empresa não correspondia às necessidades de gestão da Oxiteno, que evoluíram bastante desde a sua implantação. O sistema passou a ser uma barreira à evolução da gestão de P&D. Foram avaliadas di-versas soluções, tanto de desenvolvimento interno quanto de con-tratação externa. A ferramenta escolhida foi o PLM Agile da Oracle, que foi completamente configurado para atender às necessidades de gestão da Oxiteno, com possibilidade de alteração conforme ne-cessidade futura da empresa. A Figura 4 ilustra a organização de dados dentro da nova ferramenta.

CONCLUSÃO

As melhorias no processo de desenvolvimento de novos produtos permitiu a integração real entre os projetos, documentos, itens, produtos e patentes, automação e transparência de workflows, cla-reza na definição de atributos de cada fase e de cada ponto de deci-são no processo de novos produtos, redução do time to market de novos produtos, visibilidade de interdependência entre programa de projetos, simplicidade na criação de projetos com similaridade, disponibilidade e qualidade da informação , manutenção do históri-co completo de todos os itens no sistema, melhoria na gestão de projetos (escopo, cronograma e custo), além de permitir a melhor alocação de recursos por categoria de projeto e complexidade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Wheelwright, S. C. (2010). Managing new product and process de-

velopment: text cases. Simon and Schuster.

Brenner, M. S. (1994). Practical R&D project prioritization. Research

Technology Management, 37(5), 38.

Darroch, J. (2005) "Knowledge management, innovation and firm

performance", Journal of Knowledge Management, Vol. 9 Iss: 3,

pp.101 - 115

Simchi-Levi , D. (2011). “Seven myths to beat before they beat you”,

Harvard usines Review, Iss: 8.

Wheelwright, S. C., & Clark, K. B. (1992). Creating project plans to fo-

cus product development. Harvard Business School Pub..

AGRADECIMENTOS

Agradecemos o envolvimento de todo o core team do projeto , as-

sim como à Oracle e consultoria Ninecon.

Figura 4. Disponibilização de recursos em linha com a nova

dinâmica de gestão de projetos Figura 2. Critérios para Priorização dos Projetos

Balanceamento do Risco da Carteira de Projetos

Figura 1. Funil de Inovação Oxiteno