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Noite de Campo BMW Produtor do ano Diversificação gera renda Manejo de doenças na soja Pergunte ao especialista | Área Polo Morgan | Iniciativa 2. 4D da Dow | Fruticultura O campo nunca absorveu tanta tecnologia, mas o gargalo ainda é a integração entre elas. O CAMPO NA PALMA DA MÃO O CAMPO NA PALMA DA MÃO O Campo é o Nosso Escritório 17 / JUL - AGO 2014 evista evista evista evista ev ev ev ev ev ev ev ev ev ev ev ev vis vis vis vis vis vis ist ist ist ist ist ist t t t t t t ta ta ta ta ta ta

Revista agrícola 17 em baixa

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Prêmio IAC

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Noite de Campo BMWProdutor do anoDiversificação gera renda

Manejo de doenças na soja

Pergunte ao especialista | Área Polo Morgan | Iniciativa 2. 4D da Dow | Fruticultura

O campo nunca absorveu tanta tecnologia,mas o gargalo ainda é a integração entre elas.

O CAMPO NAPALMA DA MÃOO CAMPO NAPALMA DA MÃO

O Campo é o Nosso Escr i tór io

nº 17 / JUL - AGO 2014evistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevistaevista

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“A agricultura é a artede saber esperar”

Riccardo Bacchelli

28 de JulhoDia do Agricultor

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Diretor GeralMarcelo Souza

Diretora ExecutivaFabiane Cavina Souza

RedaçãoRenato Piovan

MatériasJosé Carlos Muniz

Direção de ArtePARRA+CONSENTINO

Publicidade

FotosJosé C. Muniz e

arquivo Manancial fotografi a

Agência Manancial Comunicação

Av . Brasil 1359 , Loja 7 Centro - Pedrinhas Pta

Fone 18 3375 - 1101

Departamento ComercialJosé Carlos Muniz

[email protected] 99713 987818 3375 1101

www.ragricola.com.br

Tiragem10.000 exemplares

PeriodicidadeBimestral

2014

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Marcelo Souza Diretor Geral

IMAGEM DO MÊSNo dia de São Donato tem macarronada de graça para toda população

em Pedrinhas Paulista (SP), cidade sede da Revista Agrícola

A tecnologia no campo e seus desafi os

O agronegócio brasileiro tem demonstrado seu potencial e a cada dia sur-gem novos desafi os.

Com o advento das novas tecnologias, o campo se transformou em um mer-cado cobiçado, não somente por empresas de máquinas e implementos, mas também de sistemas de gestão e afi ns. No entanto, são crescentes também as reclamações de falta de mão de obra especializad a para gerir todas estas informações e integrá-las para o maior aproveitamento por parte do produtor, que paga caro, mas muitas vezes não consegue usufruir dos seus benefícios.

Para discutir este entrenó, visitamos os produtores mais técnicos da região, além de pesquisadores e professores que desenvolvem trabalhos voltados a desmistifi car as novas tecnologias e facilitar a vida no campo.

Na próxima edição traremos vários resultados de produtividade de milho 2ª safra no Vale do Paranapanema, além das curiosidades de uma família do mu-nicípio de Platina (SP) que ainda utiliza o tradicional engenho movido a cavalo para a fabricação de melado e rapadura.

Caso tenham alguma dúvida ou sugestão de matéria, favor nos encaminhar através do email: [email protected]

Tenham todos, uma ótima leitura e até a próxima!

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SUMÁRIO

10 Noite de Campo BMW

30 O Campo na palmada mão

08 Agricultura de precisão em foco 20 Manejo de doenças

na soja

05 Pergunte ao especialista

12 Consórcio Nacional Jacto

13 Área Polo Morgan

14 Morgan em Pedrinhas Pta

16 Agro Rural

18 Bayer e Agro Ferrari

19 Ihara lança novo inseticida

22 Iniciativa 2. 4D da Dow

24 Produtor do ano

26 Unimaq-John Deere

28 Valley

44 Fruticultura

46 Diversifi cação gera renda

48 Aconteceu na região / Profi ssionais do Agro

50 Agenda

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Trazendo inquietação e preocu-pações para o setor agrícola, o CAR – Cadastro Ambiental Rural

foi regulamentado nacionalmente em 05 de maio último com a publicação do decreto 8.235/2014.

Em nossa experiência de trabalho notamos que muitos dos responsá-veis pelos pequenos imóveis rurais, não tem sequer ciência da nova exi-gência legal, ao passo que os pro-prietários de médio e grande porte estão bastante confusos quanto aos termos e dados necessários para efetivar a declaração.

Sem pretender esgotar o assunto, que é realmente mais complexo do que parece, farei um apanhado geral visan-do esclarecer os principais pontos con-cernentes ao tema.

O QUE É O CAR?Trata-se de um instrumento estatal

de gestão através do qual pretende-se conhecer, monitorar e planejar a situa-ção florestal no país. O próprio conceito legal, quando separado em tópicos, é autoexplicativo, vejamos:

Registro público: registro é um as-sentamento, uma escrituração. Público

PERGUNTE AOESPECIALISTA

Entenda como fazer a declaração do Cadastro Ambiental Rural - CAR

é o antônimo de “não particular”, signifi-ca que não é sigiloso. Desde 1989 a re-serva legal deveria ser obrigatoriamente averbada à margem da matrícula dos imóveis rurais, ao passo que as outras formas de cobertura vegetal não tinham nenhum tipo de controle formal.

Obrigatório: não é facultativo, to-dos os imóveis rurais deverão se cadas-trar, ou estarão sujeitos as sanções por descumprimento.

Eletrônico: O CAR põe fim as exi-gências de averbação notarial de for-ma que as informações ambientais passam a ser armazenadas eletroni-camente, salvo em casos específicos de compensação da reserva legal ex-tra propriedade nos quais permanece-rá a exigência de averbação na matrí-cula do imóvel em cartório.

Âmbito Nacional: Todo imóvel ru-ral brasileiro deverá se cadastrar e de-clarar seu status ambiental.

Caráter declaratório: Ou seja, assim como no caso do imposto de renda, cabe ao proprietário ou pos-suidor de imóvel rural demonstrar e comprovar ao Estado qual é a situação ambiental. A responsabilidade pela declaração é de quem a faz, ficando o

declarante sujeito as penas da lei em caso de falsidade ou omissão.

QUANDO FAZER A DECLARAÇÃO?Nos termos da lei 12.651/2012,

o prazo para cadastramento do imó-vel rural no CAR é de um ano, a con-tar da sua instituição, que ocorreu no último dia 06 de maio, através da Instrução Normativa nº 02 do Minis-tério do Meio Ambiente.

A mesma lei estabelece que este pra-zo pode ser prorrogado por mais um ano, por ato do chefe do poder executivo.

QUE DADOS SÃO NECESSÁRIOS PARA FAZER A DECLARAÇÃO?

Os integrantes dos órgãos ambien-tais se esforçam por defender a sim-plicidade do cadastramento do imóvel alegando que são necessários apenas dados do proprietário ou possuidor, da-dos do imóvel rural e da situação flores-tal. Porém, como em toda teoria, tam-bém neste caso, a prática é outra.

O que se vê é que existem inúmeras dificuldades que vão desde identificar corretamente o tipo de vegetação, deli-mitar as áreas protegidas e conhecer as

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regras para sanar o passivo ambiental, que muda conforme o tamanho do imó-vel e a data do último desmatamento.

O Estado, através dos órgãos am-bientais pertencentes ao SISNAMA – Sistema Nacional de Meio Ambiente, deverão prestar toda assistência para cadastrar as pequenas propriedade e posses (até 4 módulos fi scais). Quanto aos demais imóveis, cumpre aos pro-prietários e possuidores informarem-se a respeito das regras gerais e transi-tórias e de todos os demais conceitos relacionados ao tema para efetuarem suas declarações com segurança.

CAR PASSO A PASSOProcurei ordenar àquilo que deve

ser conhecido pelos responsáveis, para efetuar a declaração no CAR:

Divide-se a área total do imóvel pela área do módulo fi scal do municí-pio em que está situado para desco-

brir quantos módulos fi scais tem sua propriedade. Esta informação é neces-sária para se determinar qual a faixa de recomposição mínima nas APP´s (áreas de preservação permanente) naquele imóvel, bem como sobre o percentual de reserva legal a compen-sar (pode ser menor para imóveis de até 4 módulos).

Identifi car a data do último desma-tamento e defi nir como será a compro-vação do mesmo.

Identifi car os tipos de APP´s exis-tentes no imóvel e delimitar suas res-pectivas áreas totais.

Delimitadas as APP´s, passa-se a conferir e discriminar o uso do solo nas mesmas, ou seja, delimi-tar quanto está coberto por vegeta-ção, quanto está sem uso e quanto está sendo usado para atividades agrossilvopastoris.

Delimitar as áreas de uso restrito existentes no imóvel, se houver.

Delimitar todos os demais remanes-centes de cobertura vegetal existentes no imóvel (mata que está fora APP´s);

Avaliar o quanto precisa ser recom-posto de vegetação nas faixas mínimas obrigatórias de APP com base nas re-gras transitórias (tabela “escadinha”) para imóveis de até 10 módulos fi scais.

Avaliar qual a necessidade de re-composição ou recuperação de reser-va legal para atingir a porcentagem mínima de cobertura vegetal neces-sária, sabendo-se que, a depender da data do desmatamento é possível computar as Áreas de APP recupera-das ou em recuperação no percentual de reserva legal.

Defi nir como pretende sanar o dé-fi cit de reserva legal, se houver. Lem-brando que só é possível compensar a RL em outro imóvel rural se desma-tamento no imóvel defi citário ocorreu até julho de 2008.

Um ponto importante é saber que,

No cadastro, o produtor terá de informar quantos módulos de sua propriedade estão destinados a APP e a Reserva Legal

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cadastrando-se, o passivo ambiental eventualmente existente, poderá ser re-parado através da adesão ao PRA – Pro-grama de Regularização Ambiental, atra-vés do qual é possível obter prazo para as devidas providências, mediante assi-natura de termo de compromisso e apre-sentação de projeto de recuperação.

CAR – DECLARAR OU NÃO DECLARAR? QUAIS AS CONSE-QUÊNCIAS DA DECLARAÇÃO OU DA OMISSÃO DESTA?

Como o CAR tem caráter obrigató-rio, sua não realização, por si só, pode acarretar sanções por descumprimento, sem prejuízo das sanções por eventuais passivos ambientais não regularizados. Lembrando que as infrações ambien-tais são triplamente tuteladas, ou seja, existem implicações cumulativas nas esferas administrativa, cível e penal.

Dentre os principais problemas da não declaração está a impossibilidade de concessão de crédito agrícola para imóveis que não estiverem cadastrados no CAR a partir de maio de 2017, con-forme mandamento da Lei 12.651 que estabeleceu esta limitação a ser imple-mentada 5 anos após a publicação da-quela Lei. Portanto, no que tange a con-cessão de crédito agrícola, o prazo está sendo contando desde maio de 2012 e não a partir da instituição do CAR que ocorreu em 2014.

A contrário senso podemos listar as vantagens advindas do cadastra-mento, das quais estarão automati-camente privados aqueles que não se cadastrarem, dentre elas:

Regularização do passivo ambiental através do PRA;

Conversão de multas em servi-ços ambientais. A chamada “anistia” refere-se as infrações cometidas até 22/07/2008 por supressão indevida de vegetação em áreas protegidas.

Recebimento de incentivos previstos em lei, tais como pagamento por serviços ambientais, possibilidade de negociação de ativos florestais excedentes, isenção de ITR, contratações de seguros e finan-ciamentos agrícolas a preço diferenciado.

Elaine CândidoAdvogadaSecretária executiva – ASPIPP – Asso-ciação Sudoeste Paulista de Irrigantes e Plantio na Palha

GLOSSÁRIO DE TERMOSRELACIONADOS

Para se levantar as informações para o cadastramento é necessário que se conheça o conceito dos te-mas intimamente relacionados com a questão do CAR. Assim, procurei listar os principais deles:

Qual a diferença entre APP e Reserva Legal?

A APP – Área de Preservação per-manente é definida por critério am-biental e sua localização se destina a proteção de locais considerados frágeis. Um ponto importante a se res-saltar é que uma APP pode estar sem cobertura vegetal, mas não deixa de ser APP, devendo ser recuperada, sal-vo hipótese de uso consolidado.

A reserva legal se refere a porcen-tagem de cobertura mínima vegetal que todo imóvel rural deve ter. A por-centagem varia conforme a região bra-sileira. A localização da reserva legal no imóvel é flexível e sua função é o uso sustentável.

O que é área de uso consolidado?São as áreas convertidas para uso

antrópico antes de 22/07/2008, ou seja, o solo de uma APP já era usado com atividades agrossilvopastoris antes desta data, desta forma, o imóvel adqui-riu o direito de continuar usando parte desta APP, devendo recuperar somente a faixa mínima obrigatória.

O que é área de uso restrito?São as planícies inundáveis (pan-

tanal) e áreas com declividade entre 25º e 45º.

Quais são os tipos de APP? São protegidas as áreas entorno de

cursos d’água naturais, lagos e lagoas naturais, reservatórios de água artifi-cial (decorrentes de barramento e com espelho d’água maior que 1 hectare), nascentes, chapadas, mangues, topos de morro e encostas.

Como delimitar as APP´s? Quando há área consolidada, qual a faixa mínima obrigatória para recomposição?

A lei traz as metragens das áreas a proteger a depender do tipo de curso d’água, ou tamanho do reservatório,

lago ou lagoa. De igual modo, há de-terminação legal para recomposição da faixa mínima obrigatória conforme a classificação do imóvel em módulos fis-cais (pequenos, médios e grandes). Am-bas as informações podem ser obtidas de forma muito didática no “Guia para Aplicação da Nova Lei Florestal” que está gratuitamente disponível nos sites do IPEF e do IMAFLORA.

Como sanar o déficit de Reserva Legal?

Verificada que a cobertura ve-getal em um imóvel está abaixo do mínimo legal exigido o proprietário pode optar por: compensar em outro imóvel (somente se o desmatamento ocorreu antes de 22/07/2008), ou recompor no mesmo imóvel, caso em que poderá fazê-lo por implantação de mudas nativas ou regeneração natural (comprovadamente por lau-do assinado por responsável).

Na próxima edição darei continui-dade a este artigo esclarecendo so-bre as modalidades de cumprimento da Reserva Legal, sobre o PRA – Pro-grama de Regularização Ambiental e respondendo as dúvidas frequentes entre os proprietários e possuidores de imóveis rurais.

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Roger apresente o escarifi cador

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AGRICULTURA DEPRECISÃO EM FOCO

Sefert e Stara realizam evento em Santa Cruz do Rio Pardo para discutir o tema

Uma tarde repleta de informações de alto nível técnico. Este é o resu-mo do evento “Agricultura de Pre-

cisão em Foco”, que trouxe aos produtores da região, além de conhecimento sobre máquinas e implementos, o contato com um dos pesquisadores que mais conhe-cem de agricultura de precisão do País, o professor doutor Telmo Amado, da Univer-sidade Federal de Santa Maria (Santa Ca-tarina), coordenador do Projeto Aquarius, que é o maior projeto mundial de Agricultu-ra de Precisão de nível comercial, com um banco de dados de 15 anos de trabalho.

Na oportunidade, dr. Amado falou a sobre a importância da agricultura de pre-cisão como ferramenta imprescindível na potencialização da produtividade regional e afi rmou que o projeto se estendeu para outros estados e hoje conta com a parceria de produtores como Aldo Tasca do muni-cípio de Céu Azul (PR) e Gianni Di Raimo do município de Pedrinhas Paulista (SP), que na oportunidade, estiveram no even-to apresentando alguns resultados da Agricultura de Precisão em suas lavouras, além de participarem de uma mesa redon-da com o objetivo de explicar aos amigos produtores como foi conduzida a implanta-

ção desta tecnologia em suas áreas.Além da palestra, os produtores tiveram

a oportunidade de conhecerem algumas máquinas e implementos da Stara, com tec-nologia embarcada de última geração para facilitar a implantação da tecnologia de agri-cultura de precisão em suas propriedades.

Segundo Roger Baumgratz Caron, re-presentante da Stara, a marca é a pioneira no país em fabricação de máquinas e im-

plementos voltados para a agricultura de precisão porque enxerga que esta é uma ferramenta totalmente viável que propor-ciona maior rentabilidade ao produtor.

Após a exposição de máquinas e imple-mentos, os convidados tiveram a oportuni-dade de ouvir o conceituado MSc. Edson Massao Tanaka, professor da Fatec Shunji Nishimura de Pompeia (SP) que falou sobre a qualidade de plantio. Segundo ele, muitos

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PROJETO AQUARIUSO Projeto Aquarius nasceu há 15 anos através

de uma parceria entre Stara, empresas do ramo, Universidade  Federal de Santa Maria, através do NEMA e do Setor de Uso e Manejo e Conservação

do Solo (Departamento de Solos), e objetiva desenvolver o ciclo completo de Agricultura de

Precisão. A experiência pioneira no sul do Brasil na forma e na amplitude da pesquisa da Agricultura de Precisão, agora já se estendeu para todo país. Atualmente conta com 16 áreas distribuídas no

Alto Jacuí totalizando729 hectares. Ainda, possui um rico banco de dados contendo resultados de

análises de solo e rendimento de culturas.

produtores investem em sementes de qua-lidade, agroquímicos caros e em uma boa colheitadeira, mas se esquecem de que cer-ca de 60% do sucesso da cultura está rela-cionada ao plantio, ou seja, à uniformidade do estande de plantas. “Se o produtor não tiver plantas como terá uma produtividade satisfatória”, assegurou Tanaka.

Segundo Roger, a Stara investe constante-mente em novas tecnologias para disponibili-zar aos clientes, produtos de alto rendimento e precisão. “Cerca de 60% do faturamento da Stara vem de produtos lançados nos últimos três anos”, afirma ele.

Para ele, este sucesso crescente da Stara só é possível através dos parceiros comerciais como a Sefert, que tem investido em treina-mento de seu pessoal e em infraestrutura, para que os clientes tenham a sua disposição o maior número possível de peças e serviços.

Produtores atentos a palestra sobre precisão no plantio

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O município de Maracaí entra para a história do agronegócio regional por sediar a primeira

Noite de Campo do Vale do Paranapane-ma. O evento da Dekalb, que é tradição no Sul do Estado e também no Estado do Paraná, agora passa a ser realizado na região em parceria com sua revenda exclusiva, a BMW.

NOITE DE CAMPO BMWUnida à Dekalb e demais parcerias, a BMW reuniu cerca de 300 produtores

na primeira Noite de Campo do Vale do Paranapanema

Segundo Fernando R. Sichieri, RTV da Dekalb que assumiu o trabalho na região há um ano (dando continuidade ao trabalho realizado por Paulo Garollo), promover um evento pioneiro como o de Maracaí é um sonho realizado.

Ele lembra que já havia realizado al-gumas noites de campo no Sudoeste do Paraná, com grande repercussão entre os agricultores e seus familiares e, por isso, resolveu fazer um evento teste no Vale do Paranapanema.

“As pessoas dessa região estão sempre de braços abertos e têm um co-

ração muito bom. Levamos a proposta à BMW que aceitou o desafi o e calhou de ocorrer a inauguração do silo da em-presa, ou seja, tínhamos um local com

Equipe da BMW e empresas parceira no evento

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toda a estrutura para receber nossos clientes e amigos. Com isso o evento foi um sucesso, com grande número de agricultores e de parceiros”, relata ele.

Sichieri destaca que pelo sucesso do evento, muitos outros ocorrerão, pois os agricultores já iam embora pe-dindo para que outro no mesmo estilo fosse realizado. “É um evento exclusi-vo da Dekalb que, agora, deixa esse legado também no Vale do Paranapa-nema”, encerra.

Para Paulo Roberto Mailho, sócio--proprietário da BMW, o sucesso e aceitação do evento foi uma grata surpresa por se tratar de algo inédito. Mesmo assim, praticamente todas as famílias convidadas compareceram.

Ele destaca que a BMW faz questão de convidar a família do produtor para seus eventos, pois na maioria das ve-zes as decisões na propriedade são tomadas em conjunto.

“Trata-se de um evento inovador em nossa região, todos vieram para conhecer o que é uma ‘noite de cam-

po’, e percebemos que fi caram impres-sionados com o resultado, estamos plenamente satisfeitos com o sucesso do evento”, diz ele.

Mailho lembra ainda que a BMW se sente honrada por possuir grandes parceiros, empresas nacionais e multi-nacionais, o que proporciona oferecer

um amplo portfólio de produtos e uma as-sistência técnica invejável, uma vez que a empresa conta com um corpo técnico for-mado por profi ssionais gabaritados, mui-tos deles já com experiência de até oito anos de casa, trabalhando com empenho e atenção total à carteira de clientes. O evento também contou com a apresen-tação de ensaios das empresas Bayer, Spraytec, Lagoa Bonita, Kimberlit..

Clemems Krause, produtor de São José das Laranjeiras, se mostrou surpreso com a qualidade do evento e do campo montado no local, que trouxe todo o portfólio de atuação da BMW, além do grande compare-cimento de agricultores de todas as partes da região.

“Os híbridos expostos pela Dekalb, de alto investimento, estão muito atra-tivos. Eu e meu irmão [Gunar Krause] somos clientes da Dekalb e nessa Sa-

frinha plantamos o DKB 285, que se comportou muito bem devido a sua pre-cocidade, mesmo durante o período de estiagem, sendo um material muito in-teressante para nós, possibilitando uma ‘janela’ diferenciada. É uma tendência atual o plantio de híbridos precoces, pois eles, atualmente, oferecem uma alta caixa produtiva”, relata.

Outro agricultor que teceu vários elo-gios para o evento foi Martins Cristovão Plank, produtor de Maracaí, que desta-

cou a qualidade e organização da Noite de Campo, com o campo mostrando aos agricultores todo o seu potencial. “Os or-ganizadores estão de parabéns e já es-tamos esperando o próximo. Sou cliente da BMW e toda a equipe da empresa está de parabéns pelos parceiros e pela equipe que possui”, disse.

Cliente Dekalb, Plank plantou na Sa-frinha o DKB 310, que teve um compor-tamento muito bom e resultou em uma bela lavoura.

Fernando, RTV da Dekalb, idealizador do evento, apresenta o portfólio da empresa

O evento foi marcado com a presença maciça dos familiares dos produtores

Gunar e Clemems Krause, irmãos eprodutores em São José das Laranjeiras

Martins Cristovão Plank, produtor de Maracaí, elogiou a iniciativa

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Uniporte 2500 Star

Colhedora de café

Foto: Arquivo Jacto

Foto: Arquivo Jacto

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O Consórcio Nacional Jacto reali-zou no dia 2 de agosto a primei-ra assembleia do consórcio de

equipamentos da linha Uniport e Colhe-doras de Café Jacto. A contemplação se deu através da apuração do resultado da Loteria Federal.

As contemplações, um Uniport 2500 Star (por sorteio) e um Uniport Plus Vor-tex (por lance) saíram, respectivamente, para as cidades de Primavera do Leste e Sinop, ambas do estado de Mato Grosso.

Lançado no início deste ano, o Con-sórcio Nacional Jacto oferece planos para toda linha Uniport e Colhedoras de Café Jacto em até 102 parcelas, sem ju-ros, com amortizações mensais, trimes-trais, semestrais e anuais.

As assembleias são mensais com contemplação por sorteio e lance. O fa-turamento é direto da fábrica.

A próxima assembleia será presencial e ocorrerá no dia 03 de setembro durante a Expointer na cidade de Esteio - RS.

CONSÓRCIO NACIONAL JACTO

Realizada a primeira assembleia do Consórcio de Uniport e Colhedoras Jacto

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A Morgan Sementes realizou em Santa Cruz do Rio Pardo o evento “Área Polo”, onde reuniu

produtores para demonstrar os híbridos atuais no mercado e os lançamentos que estão chegando ao campo, com destaque para dois materiais.

O híbrido lançamento de destaque foi o MG 652 PW da Morgan e o segundo foi o MG 300 PW de ciclo hiperprecoce. Dentre os materiais atuais da empresa também foi apresentado o 30A37 PW, 30A16 PW (para abertura de plantio) e o triplo 20A55 PW.

Segundo Thiago Pinho franqueado comercial da Morgan para a região su-doeste de São Paulo, o diferencial que empresa levou a um elevado crescimen-to na região foi a genética e biotecno-logia agregado ao time de campo, que reúne franqueados e distribuidores.

Pinho aponta que a Morgan dá todo o respaldo a esses parceiros, além de promover eventos e posicionamento dos produtos, o que, para ele, é um diferencial da empresa, que não foca apenas em ter excelentes híbridos, mas também no posicionamento dos mes-mos para uma melhor produtividade.

“A rede de franquias associada aos

ÁREA POLO MORGANEmpresa apresenta a performance de seu portfólio a produtores

de Santa Cruz do Rio Pardo e região

nossos distribuidores, somados a um óti-mo portfólio, biotecnologia e foco no po-sicionamento são os fatores determinan-tes para o nosso sucesso e crescimento destacado na região. Essa é a ‘receita’ que fez com que a empresa ganhasse a confiança do produtor”, completa.

O franqueado comercial explica que o posicionamento do híbrido é estu-dado mesmo antes do lançamento do produto. São colocados diferentes en-saios durantes anos e em diferentes propriedades rurais em regiões distin-

tas. Cabe, então, ao Departamento de Pesquisas da Morgan, estudar como foi o desempenho do híbrido em cada uma dessas propriedades e verificar o posicionamento ideal.

“A nossa Área Polo também teve como objetivo mostrar exemplos de densidade de plantas, com as populações adequa-das para cada híbrido, além do TSI (Trata-mento de Semente Industrial ), demons-trando o que isso agrega ao produtor. Também foi demonstrada a eficiência do PowerCore”, completa Thiago Pinho.

Ecli, gerente comercial da Morgan apresenta o MG652 PW, lançamento da Morgan para a região

Thiago Pinho, franqueado da Morgan apresenta os hibridos da empresa

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A Morgan Sementes & Biotecno-logia realizou um Dia de Cam-po em parceria com a DuVale

na propriedade de Dirceu Parmegiani, no município de Cruzália-SP. Segundo Duda, proprietário da DuVale, o evento reuniu cerca de 60 produtores e serviu para mostrar o potencial produtivo do híbrido 30A37 PW em área comercial.

“Além de reunir nossos clientes para comprovarem o potencial do 30A37 PW, também foi destacado o lançamento do híbrido MG 652 PW, o qual vem se destacando na região com altas produtividades. Temos posi-cionado o MG 652 PW para abertura de plantio em alto investimento, pois se trata de um híbrido com excelente sanidade e qualidade de grãos, com foco em safrinha”, afirma ele.

Ainda segundo Duda, o híbrido 30A37 PW se tornou referência na re-gião por sua performance produtiva e sanidade. A área deste híbrido aumen-tou muito nas últimas safras por sua

MORGAN EM PEDRINHAS PAULISTA

Hibrido 30A37 PW demostra alto potencial produtivo e sanidade

tolerância às principais doenças, além de sua excelente qualidade de grãos, tornando-se o hibrido mais plantado do portfólio Morgan.

No Sítio São Carlos (propriedade de Parmegiani), foram plantados cer-ca de 32 hectares do 30A37 PW e até o fechamento desta edição, o produtor ainda não havia concluído os dados da

colheita. No entanto, informações pre-liminares comprovaram produtividade superior a 300 sacas por alqueire.

Maycon Santos, franqueado da Morgan na região também destacou o lançamento de algumas variedades de soja da Morgan que estão disponíveis aos produtores da região para plantio ainda neste verão.

O hibrido 30A37PW tem entregado resultados surpreendentes nesta safrinha

Produtores visitam área do produtor Dirceu Parmegiani

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Segundo Fernando Sichieri, RTV da Dekalb através do tour na área de quatro produtores,

foi possível apresentar alguns lança-mentos que a Dekalb está disponi-bilizando para a safrinha no Vale do Paranapanema, com foco no DKB 310 PRO2 que é um milho de ponta com maior teto produtivo para o serrado e mostrou estabilidade desde o ano passado, trazendo qualidade de col-mo e no seu primeiro ano já conquis-tou o primeiro lugar no ranking do IAC em produtividade e sanidade.

Já o DKB 177 PRO2 é um hibrido mais rústico para médio investimento para fechamento de plantio em áreas de solo mais mistos.

Foi apresentado também um cam-po demonstrativo onde os produtores conferiram o potencial produtivo de vários híbridos como o DKB290 PRO2, hibrido para plantio de verão que al-cançou 600 sacas/alqueire em Cam-

AGRO RURALEmpresa realiza tour em Iepê para apresentar potencial dos híbridos Dekalb e Pioneer

pos Gerais (MG) e também o DKB 285 PRO2 que é o hibrido superprecoce mais plantado no Vale do Paranapane-ma e tem se comportado muito bem em áreas comerciais com produção de 280 a 320 sacas/alqueire.

“Esta segunda safra no Vale do Pa-ranapanema tem sido muito importan-te para a Dekalb que tem alavancado suas vendas a ponto de alcançar um

Área comercial do DKB 310 PRO2

Fernando apresenta o DKB310 PRO2

terço do mercado regional, até porque dispõe do maior portfólio do mercado com oito híbridos a disposição dos produtores”, relata Sichieri.

Para Mário Nogueira, proprietário da Agro Rural, o tour mostrou a performan-ce dos híbridos em várias condições, tanto em alto quanto em médio inves-timento com produção satisfatória em ambas condições.

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Foram visitadas quatro áreas dos produtores Jaime Lino (DKB 310 PRO2 e DKB177 PRO2), João Montoia (DKB177 PRO2), Armando Ferreira de Castilho Junior (DKB 310 PRO2 e DKB177 PRO2), e a vi-sita foi finalizada na área do produ-tor, Mário Nogueira com plantio do DKB 310 PRO2, além de uma área de ensaio da Dekalb.

“O DKB310 PRO2 é um hibrido que responde muito bem aos inves-timentos. Caso o produtor queira in-vestir um pouco mais com uma boa adubação de cobertura, ele respon-de em produtividade”, diz Nogueira.

Os resultados produtivos dos hí-bridos da Dekalb estão acima das expectativas dos produtores nesta Safrinha. “Fizemos várias medições em lavouras em Agicê e Gardênia que comprovaram a superioridade dos híbridos, como no caso do produ-tor Claudio Ludwig que fechou com média de 311 sacas/alqueire, média segundo o produtor, nunca alcança-da em sua propriedade”, completa.

A tendência para o próximo ano é aumentar a participação da Agro Rural na região em consequência da concorrência não estar aten-dendo os produtores com qualida-de, segundo os responsáveis pela Agro Rural. De acordo com eles, a concorrência não tem feito um bom acompanhamento das lavouras e, desta forma, não tem conseguido alcançar boas produtividades.

“O grande objetivo destes tours

que fazemos é a interatividade en-tre os produtores e poderem ver o que outros produtores estão fazen-do e o resultado que estes novos investimentos estão trazendo para cada um. Contratamos recentemen-te mais um agrônomo para atuar na região de Cruzália, Pedrinhas e Florí-nea sempre com foco no pós-venda, que sempre foi nosso diferencial de trabalho”, encerra.

DIA DE CAMPO PIONEERNo Dia de Campo da Pioneer Se-

mentes foi demonstrado os híbridos 30S31YH, que segundo Evandro Fra-zzatto, representante da Pioneer na re-gião, é um dos híbridos mais plantados na safrinha do Vale do Paranapanema e também o P3646YH que tem de-monstrado ser um hibrido bem adapta-do a esta região com alta caixa produti-va e excelente resposta ao manejo.

Para Evandro, na safrinha do próxi-mo ano, o produtor deve escolher o hí-brido em função de seu potencial pro-dutivo e estabilidade na região, uma vez que potencial produtivo do híbri-do não tem relação com as tecnolo-gias de Bt existentes no mercado, e que a tecnologia é uma ferramenta a mais no manejo integrado de pragas na cultura do milho, sendo que inde-pendentemente da tecnologia de Bt o produtor deverá monitorar sua lavou-ra para avaliar se há necessidade de aplicação de inseticida.

“Existem lavouras de mais de

100 ha de 30S31 convencional co-lhidas na região com produtivida-de acima dos 300 sc/alq.”

Na oportunidade, foi visitada duas áreas comerciais, de um lado do car-reador o 30S31YH na propriedade de Jaime Lino e do outro lado o P3646YH do produtor Mário Nogueira, onde os produtores puderam comprovar a sani-dade dos materiais, além da qualidade de grãos e potencial produtivo.

Ele também destacou o 30F53YH, que é o híbrido mais plan-tado no Brasil e que também apre-sentará resultados surpreendentes de produtividade na região.

O 30S31 YH é um dos hibridos mais plantados no Vale do Paranapanema

O P3646 YH é um híbrido com foco para altos investimentos

Evandro diz que o produtor deve escolher o híbridoem função de seu potencial produtivo e estabilidade

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A Bayer CropScience trouxe para San-ta Cruz do Rio Pardo (SP) o renoma-do fi topatologista da Universidade

de Rio Verde (GO), Dr. Luiz Henrique Carre-gal, que desenvolveu inúmeras pesquisas sobre as principais doenças da cultura.

Na oportunidade o professor alertou os produtores para a importância do monitoramento na lavoura e a preocu-pação com a ferrugem asiática que ain-da ronda nossas lavouras.

Para ele, é provável que ocorra o El Niño neste ano. Caso isso se confi rme, haverá uma distribuição maior de chuva e com isso a tendência é que haja uma inci-dência maior de doenças, especialmente a ferrugem asiática, que é uma doença policíclica, ou seja, o fungo tem vários ci-clos dentro de um ciclo da soja.

“Caso as condições climáticas sejam ideais, em apenas uma semana o fungo da ferrugem asiática completa o ciclo libe-rando esporos que novamente irão rein-fectar a soja. Por este motivo, o produtor precisa fazer um monitoramento constan-te e entrar com aplicações preventivas, antes da cultura fechar a linha e nunca curativas”, alertou o pesquisador.

O cenário é preocupante na opinião Everson Zin, gerente de Marketing Es-tratégico FOX® da Bayer CropScience, já que a safra passada sofreu alta pres-são de doenças e pragas e apresentou quebra signifi cativa nos números fi nais da colheita. “Ações isoladas de manejo não funcionam, ainda mais neste caso. Nossa recomendação é que o sojicultor comece a se planejar agora, levantar o histórico de como a região se comportou diante do fenômeno El Niño em safras anteriores, o que foi feito e o que fun-cionou, além de contar sempre com o

BAYER E AGRO FERRARIParceria entre empresas traz o pesquisador Luiz Henrique Carregal para a região

apoio de um engenheiro agrônomo. Mes-mo que haja diferenças entre um ano e outro, é importante não ser pego de surpresa”, ressalta Zin. Ele enfatiza que o melhor controle das doenças nas la-vouras é o manejo preventivo, por isso é fundamental respeitar o vazio sanitário, optar por cultivares precoces e planejar o tratamento preventivo das lavouras.

Para Rogério Ferrari, proprietário da Agro Ferrari, estas palestras são muito im-portantes porque aproximam o produtor dos avanços da pesquisa e levam soluções para sua lavoura.

“O objetivo da Agro Ferrari e suas parcei-ras é sempre levar ao produtor aquilo que há de melhor em produtos e serviços, e isso contribui para que nossos clientes elevem sua produtividade trazendo cada dia mais, prosperidade para o campo”.

PRODUTORES APROVAM A PALESTRA

“Achei muito boa a palestra porque ele fala a ‘língua do produtor’ e o agricultor consegue entender muito bem. É impor-tante ouvir um pesquisador falar, princi-palmente, de doenças, porque eles fazem várias pesquisas para saber qual veneno é melhor para determinada doença, coisa que o produtor não consegue fazer. Nós sabemos plantar, mas não conseguimos pesquisar. E isso eles fazem muito bem. Por isso é que precisamos estar sempre aprendendo com eles”. (Nelson Gazola)

“O professor é muito bom e é importan-te para a própria Bayer trazer pesquisado-res para tirar nossas dúvidas. E como eu já usei o Fox e o Sphere Max, hoje tive a comprovação de que fi z um bom negócio, pela qualidade dos produtos. Como somos produtores de soja, milho, café, cana e eu-calipto, precisamos estar atentos ao mo-nitoramento das doenças”. (Roberto Torin, gerente agrícola da Fazenda Cocaes)

“Aprendemos bastante com relação às doenças e também como fazer uma boa pulverização, com relação ao volume de calda, que é uma grande discussão hoje entre os agricultores. Como plantamos soja e milho, temos problemas com lagar-tas na soja e ferrugem na cultura do milho e estas informações são muito importan-tes para resolvermos estes difi culdades no manejo”. (Murilo Teresan)

“Há duas safras uso o Fox e achei um bom produto, mas como não cho-veu bem em nossa área não consegui-mos aproveitar o potencial do produto. No verão pretendo plantar toda minha área de soja e continuar utilizando Fox e Sphere Max”. (Ricardo Crivelli)

Pesquisador Luiz Henrique Carregal

Produtores atentos ao menejo de doenças na soja

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Agricultor, obrigado por existir!

Você é um profissional de múltiplas funções, onde planta,

cultiva, empreende, inova, administra, colhe, ou seja,

faz o que há de mais belo: produzir alimentos.

Que no decorrer do ano agrícola possamos

receber um belo presente de Deus, chuvas,

bençãos e uma excelente colheita.

Parabéns a todos os Agricultores por seu dia!

28 de Julho

Dia do Agricultor

Homenagem da equipe

Celebrando mais de 22 anos de parceria com a Agroferrari, a IHARA, tradicional fabricante

de defensivos agrícolas, investiu mais uma vez na inovação para entregar ao mercado uma solução efi caz contra as pragas da soja. No dia 23/07/2014, em Assis-SP, foi realizado o lançamento do produto INCRÍVEL que chega ao merca-do com uma forma efetiva no combate ao percevejo da soja, bastante comum nessa cultura, e que vem causando crescentes problemas na região do Vale do Paranapanema. “O produto oferece

AGROFERRARI E IHARAEmpresas lançam nova solução para o controle de percevejos na cultura da soja

maior choque e período de controle atu-ando nas principais espécies de perce-vejo. Ele também é uma ferramenta para o manejo de resistência, já que se trata de uma nova molécula para a cultura da soja”, explica Frederico Gianasi, Con-sultor de Desenvolvimento de Mercado.Preocupada com a segurança de aplica-dores e meio ambiente a IHARA colocou sua mais alta tecnologia no desenvolvi-mento, assegurando a esse produto uma das mais seguras classes toxicológicas, a classe III. Outro benefício exclusivo do produto é sua fl exibilidade, podendo ser

aplicado tanto via terrestre quanto aé-rea, sem restrição quanto à fase de de-senvolvimento da cultura. Esses benefí-cios trazem um diferencial muito grande quando comparado com as opções atuais do mercado. “O INCRIVEL real-mente trará vantagens competitivas e facilitará a vida dos sojicultores”, afi rma Rogério Ferrari, Diretor da Agroferrari.Os percevejos estão entre as pragas mais preocupantes aos produtores de soja no Brasil. Por se alimentarem dos grãos, afetam seriamente sua produtivi-dade e a sua qualidade.

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A colheita de soja do Brasil deverá crescer 9% cento em 2014/15, para um recorde

de 94,45 milhões de toneladas, com um crescimento de plantio e melho-res produtividades esperadas, pre-viu a consultoria Safras & Mercado em sua primeira estimativa para a nova temporada.

Segundo a consultoria, a safra 14/15, que começa a ser plantada a partir do próximo mês, crescerá com a soja ganhando área de milho, em meio a preços mais favoráveis para a oleagi-nosa, explicou a Safras. O aumento no plantio esperado é de 4% ante 13/14, para 31,2 milhões de hectares.

Ainda segundo os especialistas, a soja tende a ganhar área do milho na maior parte dos Estados, pois muitos produtores também apostam na ole-aginosa em novas terras agrícolas, no plantio que substituirá pastagens. Após a seca ter afetado a produtivida-de em algumas áreas na temporada 13/14, a consultoria também acredita em um rendimento médio por hecta-re mais alto em 14/15, o que explica o fato de a produção crescer mais do que a área plantada esperada.

MANEJO DE DOENÇAS NA SOJAFitopatologista alerta produtores para a importância do monitoramento de doenças na safra 2014/15

Com o plantio de soja às portas, a Revista Agrícola entrevistou um dos mais conceituados pesquisadores do país para trazer aos produtores informações sobre as principais do-enças que podem afetar a produção de soja, principalmente no interior do Estado de São Paulo.

Em entrevista à Revista Agrícola, Dr. Luiz Henrique Carregal, que é fi topato-logista da Universidade de Rio Verde (GO) e desenvolveu inúmeras pesquisas sobre as principais doenças da cultura da soja, alertou os produtores para a im-portância do monitoramento na lavoura e a preocupação com a ferrugem asiáti-ca que ainda ronda nossas lavouras.

Segundo ele, o novo cenário de do-enças é preocupante no país, princi-palmente, com relação ao plantio de soja safrinha e a perda da efi ciência de alguns fungicidas. A grande preocupa-ção do plantio de soja safrinha são as excessivas pulverizações necessárias nesta cultura, principalmente para o controle da ferrugem asiática. Somen-te para fazer uma correlação, na safra de verão foram realizadas, em média, três aplicações, no plantio de soja no inverno, são necessárias sete. Se cal-

cularmos que os dois plantios aconte-cem em cerca de oito meses, são uti-lizadas normalmente, dez aplicações de fungicidas, somente na cultura da soja. Isso coloca uma pressão de sele-ção muito grande em cima dos fungos e desta forma começam a surgir os ‘patótipos resistentes’.

Com um número crescente de pro-dutores que se arriscam a plantar soja no inverno, a preocupação já está nas mesas de reuniões do Governo para coi-bir esta ‘onda’.

Segundo Carregal, ainda não há da-dos reais, mas estima-se que o plantio tenha superado os 50 mil hectares em Goiás, 300 mil ha no MT, além de plan-tios no interior do Paraná e São Paulo.

“Isso talvez não represente 2% da área de soja plantada no Brasil, mas por causa de poucos agricultores, a maioria corre o risco, sem falar na resistência de pragas e plantas dani-nhas”, assegura o pesquisador.

Outro assunto abordado na pales-tra foi a correta utilização dos fungici-das. Para ele, o ideal é que o produtor sempre utilize misturas na aplicação de fungicidas. Nunca utilizar somen-te Benzimidazol, Triazol ou Estrubilurina

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separados. Optar sempre por uma mis-tura. Segundo Carregal, há no mercado alguns produtos diferentes como o Fox que tem uma Triazolinthione, o Elathos e o Orkestra que ambos têm uma Car-boxamida, estes são os três produtos diferentes a disposição dos produtores para uso na cultura da soja.

“Existem alguns estudos com fungi-cidas que chamamos de ‘Multi-sítio’ ou ‘Fungicidas Protetores’ que são aqueles mais antigos a base de Mancozeb ou Clortalonil, mas só podem ser usados depois de serem registrados para a cul-tura da soja, junto ao Ministério da Agri-cultura”, pondera Carregal.

Segundo ele, existem também al-guns produtos antigos, mas que não sofreram tanta exposição, e por este motivo ainda podem controlar bem, em determinadas circunstâncias como o Aproach Prima e o Horus.

Perguntado sobre qual seria o ma-nejo ideal para a proteção destes princí-pios ativos, ele salientou que primeiro, é não cultivar soja na safrinha, segundo, obedecer o vazio sanitário e em terceiro, buscar variedades com ciclos mais cur-

tos para evitar a exposição da soja aos patógenos e por último, fazer as aplica-ções na hora certa, ou seja, antes do fe-chamento das ruas para que o produto atinja as folhas do baixeiro.

EL NIÑOOs pesquisadores estão falando

muito em El Niño neste ano, caso isso se confi rme, haverá uma distribui-ção maior de chuva, principalmente no serrado, então a tendência é que tenhamos uma incidência maior de doenças, especialmente a ferrugem asiática, que é uma doença policícli-ca, ou seja, o fungo tem vários ciclos dentro de um ciclo da soja.

Caso as condições climáticas sejam ideais, em apenas uma semana, o fun-go da ferrugem asiática completa o ciclo liberando esporos que novamente irão reinfectar a soja.

Por este motivo, o produtor precisa fazer um monitoramento constante e entrar com aplicações preventivas, an-tes da cultura fechar a linha e nunca curativas.

DOSESAs doses dos produtos são excessi-

vamente testadas e o produtor, neces-sariamente deve respeitar as doses de registro dos produtos. Ele deve seguir rigorosamente as doses recomendadas na bula, nunca alterando para mais e para menos, para prevenir os riscos de resistência.

A grande preocupação dos pesquisadores é o plantio de soja de inverno e a maior incidencia da ferrugem asiática

Profº Dr. Luiz Henrique Carregal

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Mais de 300 agricultores da região ouviram atentos as recomenda-ções passadas pelo Professor

Doutor da Universidade Estadual do Norte do Paraná/PR – Bandeirantes, Robinson Osipe, durante os treinamentos sobre a molécula 2,4-D e sua utilização na pro-dução agrícola realizados nos municípios de Assis e Ourinhos - SP. O produtor rural de Cândido Mota, Vagner Nogueira, que acompanhou o evento, afi rmou que o conteúdo trará impactos positivos na apli-cação de herbicidas em sua propriedade. “É muito importante recebermos atualiza-ções sobre formas mais seguras e efetivas de utilizarmos os defensivos agrícolas.”

O professor Robinson Osipe abordou informações técnicas sobre a molécula 2,4-D, suas características, situação regu-latória, segurança no campo e manejo de resistência de plantas daninhas. “O 2,4-D é um herbicida amplamente utilizado para o controle de plantas daninhas de folhas largas. No Brasil, é muito usado na des-secação de pré-plantio da soja, mas tam-bém em culturas como cana-de-açúcar, milho, café, trigo, aveia, centeio, arroz e pastagens formadas. É uma ferramenta essencial no manejo de plantas de difícil

INICIATIVA 2,4-D Produtores receberam informações sobre a importância do herbicida 2,4-D para

o manejo de plantas daninhas resistentes

controle, como Buva, Leiteiro, Picão-preto e Nabiça”, explica Osipe.

Ele relata que na região de Assis, as principais reclamações têm sido acerca do capim amargoso e a buva. O professor aponta que o manejo equivocado de plan-tas daninhas e o uso errado de produtos têm selecionado plantas que tem causado muitos danos, levando até alguns agricul-tores a tomar a atitude extrema de aban-donar o plantio direto e retomar do uso de grade para o controle dessas pragas.

Para ele o plantio direto é a melhor fer-ramenta para a redução da utilização de herbicidas, mas desde que o manejo da área seja feito da maneira adequada. “O problema é que o agricultor tem errado o manejo, tem permitido a produção de se-mentes das pragas e apelando para a gra-de devido ao seu posicionamento errado dos herbicidas”, explica.

“O uso equivocado da ferramenta herbicida tem feito os agricultores paga-rem um alto preço no presente. A melhor opção, agora, é ouvir do agrônomo que acompanha a lavoura, a melhor maneira de se fazer a rotação de herbicidas e de culturas, o que evita a seleção de plantas. Quando o agricultor rotacional produtos e culturas, ele reduz o tempo de seleção de ervas daninhas, diminuindo assim o custo da produção”, diz.

É importante também o levantamento de plantas daninhas na propriedade, pois em cada talhão há incidência de diferentes ervas daninha. Ele lembra que se tornou tra-dição deixar o mato conviver um tempo com a lavoura de soja para depois se realizar o controle, mas essa mato-competição de cer-ca de 20 dias já interfere na produtividade.

“O ideal é que o agricultor promo-va a limpeza da área com produtos que ofereçam residual para ele poder aplicar produtos mais tarde, sem essa competição. Para o combate ao amar-goso, a limpeza deve ocorrer logo após a colheita do milho, entrando com pro-dutos assim que o amargoso e a buva comecem a emergir”, explica ele.

“Hoje o produtor quer fazer cinco safras em dois anos, querendo plantar cada vez mais cedo e aproveitar mais o tempo. O agricultor precisa ter a cons-ciência de deixar a terra descansar um pouco, fazendo uma rotação que fertilize mais essa terra. Mas isso é uma minoria que realiza”, completa Osipe.

O evento foi realizado pela Iniciativa

Palermo apresenta portfólio da Dow em Assis

Profº Robinson Osipe em Assis

Palestra em Ourinhos ministrada pelo profº Robinson Osipe

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Rogério Montin

2,4-D, grupo formado pelas empresas Ata-nor, Dow AgroSciences, Milenia e Nufarm para gerar informação técnica sobre o uso correto e seguro de defensivos agrícolas, e faz parte do projeto que ministrará mais de 30 cursos sobre 2,4-D e tecnologia de apli-cação nos Estados do Paraná, Santa Cata-rina, Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Bahia, de abril a agosto de 2014. Em Assis e Ourinhos, o treinamento foi rea-lizado em parceria com a Agro Ferrari.

SOBRE A INICIATIVA 2,4-DA Iniciativa 2,4-D é um grupo formado

por representantes das empresas Atanor, Dow AgroSciences, Milenia e Nufarm, que, com apoio acadêmico, tem como propósito gerar informação técnica sobre o uso cor-reto e seguro de defensivos agrícolas, além de apoiar projetos que abordem esta ques-tão, como o Projeto “Acerte o Alvo – evite a deriva na aplicação de agrotóxicos”, reali-zado no Paraná. O foco é educar o produtor sobre a importância da utilização correta de tecnologias que garantam a qualidade da aplicação dos defensivos agrícolas. O grupo defende que o uso adequado das tecnologias de aplicação e a precaução para evitar a deriva são essenciais para ga-rantir a efi cácia e a segurança ambiental na utilização de defensivos agrícolas. A Ini-ciativa 2,4-D se apresenta como fonte de informação e esclarecimento, que, apoia-da por estudos acadêmicos, visa desmis-tifi car o emprego do 2,4-D.

IMPRESSÕES DOSPRODUTORES

Helio Toshio Yamamoto, produtor de Ri-beirão do Sul, comentou que tem utilizado o 2,4-D na dessecação por ter um custo/benefício muito atrativo, misturando o pro-duto com glifosato. Ele destaca que esta mistura é efi ciente para o controle das er-vas como a trapoeraba, e a corda de viola.

Arnaldo Adriano da Silva, produtor de Campos Novos Paulista, aponta que tem sofrido há algum tempo com a resistência da buva e do capim amargoso em sua pro-priedade. Ele tem utilizado o 2,4-D para o controle da buva buscando assim uma ma-neira de evitar que se tornem resistentes aos produtos que as controlam.

Arnaldo diz que utilizou o Clorimuron na mistura com Glifosato, mas, mesmo assim, as ervas daninhas têm rebrotado, vindo ainda com mais força e causando mais problemas. Esse tipo de problema

tem feito o agricultor utilizar a enxada no combate à erva.

Já Fernando Alves Myra, agricultor de Santa Cruz do Rio Pardo, utilizou a palestra para tirar algumas dúvidas sobre o 2,4-D, principalmente sobre a volatilidade do pro-duto, que ao contrário do que muitos pen-savam. É o produto ideal para dessecação da buva e demais folhas largas.

“Eu utilizo o produto e estou apren-dendo a maneira correta de aplicação para melhores resultados. Há dois anos a buva começou a causar problemas, mas porque não fazíamos o manejo cor-reto, agora passamos a usar o 2,4-D. Apenas o amargoso é que vem causando mais dor de cabeça”, relata ele.

Daniel Augusto Gomes é produtor de Águas de Santa Bárbara, sendo também engenheiro agrônomo consul-tor. Ele relata que há alguns anos já se nota a maior incidência de algumas er-vas resistentes nas lavouras, registran-do-se tolerância a alguns produtos que eram utilizados comumente.

Para o manejo dessas ervas, ele desta-ca que os agricultores têm utilizado alguns herbicidas como o Glifosato e o 2,4-D, mas lembra que a rotação de culturas também é uma ferramenta importante neste mane-jo. Além da buva e do amargoso, existem alguns casos pontuais onde algumas er-vas apresentam certa tolerância a produ-tos, como o fedegoso e a trapoeraba.

“É por meio de palestras como esta que o agricultor pode ter acesso a informações de especialistas e de outros agricultores sobre as ações realizadas no combate des-sas ervas resistentes”, completa Gomes.

Produtor de Ribeirão do Sul, Francis-co Eugenio Saad relata que começou a ter problemas com o amargoso desde o ano passado, sendo necessário a utili-zação de enxadão em algumas áreas, a buva, no entanto, foi controlada com a aplicação de 2,4-D.

Ele lembra que os produtores vizinhos também devem estar atentos ao amargo-so, pois onde há infestação desta erva a cultura da soja não se desenvolve. “Deve haver uma conscientização maior, porque o problema é sério. Ainda não registrei per-das porque tenho feito o controle destas ervas, mas esse ano já utilizarei o Spider para combater a sementeira da buva e acabou diminuindo a incidência do capim em minha propriedade”, conta o produtor.

Marcos Jose de Almeida é produtor do município de Salto Grande e seu grande problema também tem sido o capim amar-

goso. Ele acredita que essa incidência da erva é resultado da falta de um manejo mais adequado no início e a resistência tem causado grandes problemas nas la-vouras da região.

Para o controle da trapoeraba, ele tem utilizado o 2,4-D na dessecação e os re-sultados têm sido satisfatórios.

“Não vejo a longevidade da tecnologia RR sem a associação de um herbicida pré-emergente com residual e com amplo espectro de controle das ervas de difícil controle, da buva e do capim amargoso, que estão resistentes ao Glifosato” diz Ro-gério Montin, Gerente da Agro Ferrari fi lial de Assis. Para se ter um manejo de ervas efi ciente, é preciso conhecer as “ervas problemas”de cada talhão e saber ma-nejar os herbicidas adequadamente. Exis-tem muitos mitos sobre 2,4D e o objetivo de trazer esta palestra com o professor Osipe é desmistifi car esta molécula que é indispensável para o manejo de desseca-ção e tem efeito sinérgico quando asso-ciado ao Glifosato.

Glizmax, DMA e Spider são produtos que estão se destacando no manejo correto das ervas de difícil controle e da buva resistente a Glifosato, eliminando a mato-competição inicial na cultura da soja, fazendo com que a planta expres-se todo o seu potencial produtivo (ganho em produtividade). Spider é um herbi-cida pré-emergente que tem um amplo espectro de controle das ervas de difícil controle para Glifosato. Ele age no ponto de crescimento das mesmas eliminan-do o banco de sementes das ervas que controla. Tem um longo período residual, diminuindo o número de aplicações de Glifosato em pós-emergência (se houver necessidade de uma aplicação de Glifo-sato, podemos reduzir dose). A soja sai, fecha e colhe no limpo.

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O Instituto Agronômico comemo-rou 127 anos de pesquisa e de-senvolvimento tecnológico da

agricultura. Na ocasião o IAC concedeu o prêmio “Produtor Rural do Ano” a Do-rival Finotti, pelo seu trabalho, esforço e dedicação à cultura do trigo na Região do Médio Paranapanema, sempre acre-ditando na cultura como uma opção tecnicamente viável e sua importância para a rotação de culturas.

Como produtor rural, assim como tantos outros produtores da região, Dorival Finotti continua colaborando com a experimentação regional do IAC em especial com os experimen-tos de trigo desenvolvidos anual-mente em sua propriedade.

Para o agricultor, trata-se de uma honra receber um prêmio de um ór-gão tão renomado como o IAC. Finot-ti acredita que a honraria se deve à parceria de muitos anos que ele tem com o instituto, atendendo aos crité-rios para a escolha.

PRODUTOR DO ANODorival Finotti recebe prêmio concedido pelo IAC e lamenta falta de investimentos em tecnologia na região do Vale do Paranapanema

“Me sinto gratificado em saber que tantos anos de trabalho dedicado à agricultura deram resultado e ajudaram a desenvolver variedades derivadas dos experimentos. É uma honra ser reco-nhecido pelo IAC por uma coisa que faço prazerosamente”, diz ele.

Outro fator de destaque na escolha foi o motivo de que Finotti, ao contrá-rio da grande maioria dos agricultores do Médio Paranapanema, não dedica seu trabalho à cultura de soja e milho, mas do trigo. O produtor acredita que esse diferencial também acabou aju-dando na escolha.

“O Brasil é um grande importador de trigo e estamos em uma luta árdua para substituir parte destas importações, pois nós somos capazes de produzir o grão. Só precisamos organizar o setor. Parte de meu trabalho junto ao IAC é justamente na busca de criar um siste-ma de qualidade na produção de trigo. Não basta produzir grande quantidade, mas um material com características

que atendam as exigências do mercado. O Brasil produz muito volume e nosso trabalho é que consigamos a oferecer qualidade”, explica.

O Brasil, para Finotti, acaba sub-valorizando o trigo, pois existem gran-des áreas plantadas, mas a qualidade do grão fica aquém do necessário. Ele lembra que no Paraná, por exemplo, existem mais de 200 cultivares de trigo recomendadas, o que é positivo por um lado e negativo por outro.

“Isso mostra que temos disponi-bilidade de material genético para superar as dificuldades que possam surgir. Porém, essa elevada quan-tia de recursos genéticos não é boa para os setores produtivo e do con-sumo, que precisam produzir para suprir determinada demanda do mercado. Hoje, 55% do trigo consu-mido no Brasil é destinado à panifi-cação, ou seja, temos que produzir trigo que atenda esta demanda, um trigo cujo glúten permita a boa es-

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tabilidade, material ao qual o Brasil não investiu”, diz ele.

O agricultor cita o Sul de São Paulo como um exemplo disso, onde se co-lhe o trigo e tudo é misturado e onde, ainda, as cooperativas não trabalham nessa seleção. Ele destaca que os agricultores plantam diversas varie-dades de trigo sem ao menos saber o que se planta, preocupados apenas com o custo da lavoura.

“Não é assim que se trabalha com o trigo. Muitas vezes se investe em um produto mais caro e se con-segue vendê-lo por um preço melhor e obtemos uma maior margem de lucro. Produzir trigo barato não é a solução para o setor”, frisa.

Para alavancar o setor no Brasil Fi-notti destaca que falta no país uma política nacional de produção de trigo, política esta que existe de direito, mas não existe de fato. Os recursos que são destinados à pesquisa de trigo são es-cassos, faltando até mesmo investimen-tos da iniciativa privada. Ele lembra que o setor do agronegócio brasileiro tem o costume de correr atrás das tecnologias já prontas, quando o ideal é investir em pesquisas para a renovação do setor.

“Atualmente somos dependentes da importação de moléculas e sequer temos proteção, pois nossas leis re-ferentes à obtenção de patentes são medíocres e burocráticas, o que deter-mina o baixo investimento no setor. A iniciativa privada não investe dinheiro em pesquisa porque demora cerca de 10 anos para se obter uma patente, prazo que já tornou essa nova tecno-logia obsoleta. E o trigo é uma cultura vítima desse fato”, lamenta ele.

O Vale do Paranapanema optou por trabalhar com o milho na safrinha (inver-no), deixando de lado a sua tradição na

produção de trigo. Para Dorival Finotti isso é temerário, pois nesse período se produz uma média de 200 sacas por alqueire, enquanto os norte-ame-ricanos têm uma produção três vezes maior, o que torna o plantio inviável, pois o investimento é idêntico aos pro-dutores dos EUA.

“O milho de inverno é importante para a região do Vale do Paranapane-ma, principalmente para a rotação de cultura. Mas entendo que essa rotação deveria ser feita com a área dividida em partes destinadas ao milho, trigo e leguminosas, sendo ainda uma alterna-tiva para o plantio Verão. A rotação de culturas leva a menores custos, mas o que vemos é nossa região se tornando refém da monocultura e com produtivi-dades bem inferiores aos grandes cen-tros produtores”, completa ele.

“E mais: nosso milho paga cerca de

R$ 100 em frete por tonelada para sair de Assis e chegar ao porto de Santos. O milho norte-americano paga cerca de US$ 34 por tonelada em um frete que o leva para o mundo todo. Isso traz um baixo valor agregado ao nosso milho. Precisamos transformar o milho do Vale do Paranapanema em algo rentável. Temos que investir na criação de por-cos, de frangos e na exportação destes produtos e de ovos. Isso levaria nosso milho a viajar não como grão, mas sim como proteínas nobres. Estamos come-tendo um erro primário em nosso plane-jamento. Fica praticamente impossível competir com os grandes centros produ-tores dessa maneira. Estamos em uma região tão bem localizada, mas não sabemos trabalhar com exportação de nossos produtos. Temos que investir em tecnologia para reverter esse quadro”, finaliza Dorival Finotti.

Dorival Finotti

Foto: Arquivo IAC

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Assis

Avaré

Ourinhos

Taquarituba

26 | revista Agrícola

GRUPO UNIMAQ REALIZA REPASSE DE ROUPAS

As roupas doadas foram destinadas ao Fundo de Solidariedade

O Grupo Unimaq Máquinas, realizou no período de 09 de junho até 10 de julho, a Campanha do Agasalho 2014, cujo objetivo foi benefi ciar o Fundo Social de

cada município que pertence matriz e fi liais da empresa.A entrega das roupas da loja matriz e fi liais acontece-

ram no dia 11 de julho nas dependências de cada unidade.Durante a campanha a Unimaq de Assis arrecadou 638

peças; entre masculino, feminino e infantil. A entrega das roupas aconteceu nas dependências da loja matriz e con-tou com a presença da presidente do Fundo Social, Darcy Pinheiro Santana e Ana Karina Cardoso de Moraes, secre-tária do Fundo Social. Na ocasião, Elisandra Rocha Gus-mão Rodrigues, do departamento de Marketing e Daniela Souza da Cruz, atendimento ao cliente, ambas colaborado-ras da Unimaq de Assis realizaram o repasse das roupas.

A Unimaq de Ourinhos arrecadou 93 peças de roupas que foram repassadas ao Fundo Social; participaram da entrega as colaboradoras; do atendimento ao cliente Lais Alves, depto Pós Vendas, Marcela Melo, Carlos Claudino e Regiane Correa.

Já a Unimaq de Avaré doou 52 peças femininas, 54 masculinas, 74 infantil e 31 pares de sapatos. Da Unimaq as colaboradoras, Cleide Dias da Silva, copa, Zeni Apareci-da Gaioto, fi nanceiro, Cristiane Aparecida Meraio, Analista de Pós Venda, Monique Cristine de Jesus Carvalho, admi-nistrativo e representantes do Fundo Social da cidade.

A Unimaq de Taquarituba realizou a entrega de 21 co-bertores na presença da primeira-dama, Elizabeth de Sou-za Milleo e a secretaria do Fundo Social, Maria Lidia Gomes de Carvalho. Na oportunidade as colaboradoras Carolina Rodrigues, administrativo e Priscila Silva, fi nanceiro, parti-cipa ram da entrega.

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Oscar Knuppel e seu inseparável cão

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É crescente o número de áreas na re-gião do Médio Paranapanema (SP) a receber sistema de irrigação com

pivô. Os produtores estão vendo in loco a di-ferença na produtividade das culturas irriga-das versus sequeiro e mensurado o custo/ benefício desta tecnologia.

Oscar Knuppel, produtor no município de Cândido Mota (SP) é um desses que neste ano começa a colher os frutos de seu inves-timento. São 85 alqueires plantados, dos quais 60 já receberam o sistema de irrigação com pivô central.

“Ainda não terminei de colher, mas na metade que colhi já percebi a dife-rença. Estou colhendo 365 sacas por alqueire, livres de impureza e umidade, contra 285 sacas por alqueire da área de sequeiro”, afi rma Oscar.

Ele argumenta que em anos com clima favorável como este, é difícil perceber a falta de água, mas o pivô deixou claro isso. “Todos os agricultores estão colhendo muito bem neste ano, porque o clima ajudou. Mas mes-mo assim, tivemos um acréscimo de produ-tividade na área irrigada e, por este motivo, já estou investindo em mais um pivô de 20 alqueires com sistema Bender”, comemora o produtor. Segundo ele, em áreas irrigadas é possível investir mais, porque ela proporcio-

VALLEYAgricultores do Médio Paranapane ma começam a descobrir, in loco,

a vantagem dos investimentos em sistemas de irrigação

na mais segurança de colheita.“Nossos dois maiores problemas no plan-

tio de inverno são a falta de chuva e a geada e, com a irrigação, conseguimos antecipar o plantio escapando da geada e irrigando na hora certa eliminamos os dois”, observa ele.

Oscar afi rma que com os investimentos em irrigação vai aumentar sua área produti-va de 85 alqueires para 184 alqueires, dos quais, 80 irrigados. “Estou tirando a cana, e investindo em cereais, que é mais lucrativo

com irrigação”, afi rma ele.Oscar ainda diz que tem projeto para

ampliar a área irrigada em mais 15 al-queires que hoje ainda está com cana de segundo corte, mas pretende também diversifi car as culturas.

“Pretendo em breve trabalhar com ou-tras culturas como feijão, tomate, e já estou desenvolvendo um projeto para plantar mi-lho semente em parceria com a Monsanto”, fi naliza o produtor cândido-motense.

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Page 30: Revista agrícola 17 em baixa

30 | revista Agrícola

O agronegócio deve continuar sendo por muito tempo o se-tor mais competitivo da eco-

nomia brasileira, representando mais de 20% do PIB (cerca de 1 trilhão de reais) e com 41% das exportações e 25 a 30 milhões de pessoas traba-lhando (cerca de 30% da população economicamente ativa). A produção de grãos deve atingir 191 milhões de toneladas em 2014, mantendo taxa de crescimento de 4% ao ano.

O Brasil continua salvo de um desas-tre cambial e de uma crise econômica muito mais séria graças ao agronegó-cio, o setor produtivo mais efi ciente do País, capaz de garantir um superávit comercial de US$ 40,77 bilhões no primeiro semestre, enquanto se acu-mulava um défi cit global de US$ 2,36 bilhões no comércio exterior. O cam-po e as fábricas diretamente ligadas à agropecuária continuam proporcio-nando a maior parte das poucas notí-cias positivas da economia, enquanto a maior parte da indústria permanece atolada em problemas de competitivi-dade, agravados pela sucessão de erros da política econômica.

Graças a isso é possível acompa-nhar uma evolução tecnológica muito acelerada em nosso país, evolução essa

O CAMPO NA PALMADA MÃO

O campo nunca absorveu tanta tecnologia, mas o gargalo ainda é a integração entre elas

que muitas vezes não consegue ser acompanhada pelos agricultores, umas vezes por falta de informação, outras vezes por falta de uma mão de obra es-pecializada em utilizar ou, pelo menos, orientação sobre essas tecnologias.

Agricultura de Precisão, TSI, Tráfe-go Controlado, Nutrirrigação, Teleme-tria e Bioenergia são alguns termos

que ainda causam mais dúvidas do que certezas na cabeça dos produto-res brasileiros e até mesmo em em-presas responsáveis por repassar ou indicar a eles estas tecnologias.

A Revista Agrícola traz nesta repor-tagem especial a palavra de diversos especialistas em alguns destes assun-tos e também de produtores que re-

Trator equipado para ensino dos alunos na Fatec de Pompeia

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revista Agrícola | 31

solveram investir em tecnologia e co-meçam, aos poucos, sentir a diferença positiva no campo.

AGRICULTURA DE PRECISÃOSegundo o professor Carlos Otobo-

ni, diretor da Fatec “Shunji Nishimu-ra” de Pompeia (SP), a Agricultura de Precisão foi o setor produtivo que viu a necessidade de formar um profissio-nal com o perfil de atuar na integração das novas tecnologias lançadas nas quatro áreas: Agricultura, eletrônica, informática e mecânica.

Muitas tecnologias foram lançadas para o agronegócio, mas o produtor não consegue aproveitar o máximo de cada uma delas, hora por falta de treinamen-to adequado, hora por não ter um fun-cionário que domine estas tecnologias.

No entanto, com o início das ativi-dades da Fatec Shunji Nishimura, esta realidade está mudando. Uma estrutu-ra inovadora foi montada para propor-cionar ensino teórico e prático aos alu-nos. E isso somente foi possível através das parcerias com o Estado, Fundação Shunji Nishimura e empresas do setor.

“Ter já é uma grande dificuldade, e ter em grande quantidade à disposi-ção, máquinas, sistemas e produtos de última geração, é realmente uma con-quista gigante, comemora Otoboni. Aqui [na Fatec] conseguimos individualizar o ensino, pois temos programas de úl-tima geração em vários computadores. Isso custa muito dinheiro. Para ter uma ideia, temos programas que custam R$60 mil e aqui temos ele em mais de 40 micros”, diz.

Empresas como a Jacto, Tatu Mar-chesan, Valtra, Jumil, John Deere, Baldan, New Roland, Trimble, Raven, ArcGIS, Falker cedem gratuitamen-te à faculdade seus produtos para que os alunos tenham conhecimento avançado de tudo o que há de mais novo no mercado.

Segundo Otoboni, neste ano a Fa-tec vai iniciar a aplicação localizada de defensivo agrícola para o controle de nematoides, o que era um sonho para a faculdade. “Isso vai gerar economia, menor impacto ambiental e maior con-trole do patógeno”.

A qualidade dos alunos da faculdade está sendo comprovada até mesmo nos EUA onde 10 deles estão em estágio. “Um deles, chegando à fazenda onde iria estagiar, se deparou com um equi-

pamento parado em que o agricultor iria devolver. Logo que ele configurou o equipamento o produtor conseguiu usar tranquilamente, e isso foi interessante, porque ele passou a dar assistência a vários produtores daquela região. Então vemos que este problema não é somen-te do Brasil, mas é de produtores do mundo inteiro”, conta.

Hoje a Fatec tem alunos de 12 Esta-dos e três do Paraguai e também conta com um corpo técnico muito qualificado, que é o segredo de todo este sucesso.

José Vitor Salvi, professor de Tec-nologia de Agricultura de Precisão na Fatec, destaca que boa parte da tecnologia embarcada nas máquinas e implementos já vem como ‘item de série’, e isto é uma tendência. A ideia junto aos alunos é que ele gerencie e faça esta integração das várias tecno-logias disponíveis, ou seja, fazer a má-quina funcionar perfeitamente.

“O que não queremos é ver o produ-tor comprar a tecnologia e na hora de plantar, fazer com direção manual e com adubação fixa, isto seria inadmis-sível. O retorno deste investimento em tecnologia é enorme para o produtor. A barra de luz com sinal de GPS, RTK com uma polegada de posicionamento que possibilita a não sobreposição da barra de pulverização, são exemplos de tec-nologia que se paga. O problema é que o produtor muitas vezes não mede este benefício, mas ele é gigantesco, explica. Nosso objetivo é que o produtor faça

toda a cadeia bem feita, o plantio, adu-bação de cobertura, tratos culturais e a colheita”, completa o professor Salvi.

Álvaro Alves Monteiro e Guilherme Nagib dos Santos são alunos do 6º ter-mo do curso superior de Tecnologia em Mecanização em Agricultura de Preci-são da Fatec Shunji Nishimura. Eles contam que escolheram o curso pela ‘pegada tecnológica’ proposta pela en-tidade e pela facilidade de terem a dis-posição as tecnologias mais avançadas do setor, além da prática, algo que os cursos tecnológicos incentivam.

“Conseguimos avaliar os equipa-mentos e as operações em campo, isso ajuda a entender o conceito das tec-nologias utilizadas”, argumenta Nagib. Os alunos enaltecem as parcerias, pois através delas, foi criada uma estrutura educacional invejável.

“Estas parcerias publico-privadas são muito importantes para o nosso cur-so porque possibilita a gente ter contato com o que há de mais moderno no mer-cado, e com isso podemos desenvolver um ótimo trabalho”, assegura ele.

Para Álvaro, em países desenvolvi-dos normalmente as tecnologias são geradas nas universidades e vai para as empresas, aqui no Brasil o caminho ain-da é inverso. “Precisamos mudar esta metodologia, porque tem muita gente boa criando soluções nas Universidades e Fatecs e que não são apoiadas pelas empresas. Nosso foco é trabalhar nas empresas com foco na mecânica, na

Profº Vitor Salvi e diretor Carlos Otoboni da Fatec Shunji Nishimura

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32 | revista Agrícola

área de gestão para facilitar a vida do agrônomo, do produtor e das empresas fabricantes”, finaliza.

Outro pesquisador que tem se de-dicado ao estudo da AP (Agricultura de Precisão) é o professor doutor Tel-mo Amado, da Universidade Federal de Santa Maria (Santa Catarina), co-ordenador do Projeto Aquarius, que figura como o maior projeto mundial de Agricultura de Precisão de nível comercial, com um banco de dados de 15 anos de trabalho.

O Projeto Aquarius nasceu no ano 2000 através de uma parceria entre Stara, empresas do ramo, Universida-de Federal de Santa Maria, através do NEMA e do Setor de Uso e Manejo e Conservação do Solo (Departamento de Solos), e objetiva desenvolver o ciclo completo de Agricultura de Precisão. A experiência pioneira no sul do Brasil na forma e na amplitude da pesquisa da Agricultura de Precisão, agora já se estendeu para todo país. Atualmente conta com 16 áreas distribuídas no Alto Jacuí totalizando 729 hectares. Ainda, possui um rico banco de dados conten-do resultados de análises de solo e ren-dimento de culturas.

Este banco de dados conta com a

parceria de diversos produtores de vá-rios Estados, inclusive do interior paulis-ta, como é o caso do produtor Gianni Di Raimo, de Pedrinhas Paulista (SP), para quem a adesão à tecnologia (que tem alto custo) teve trazer benefícios que compensem a implantação desse siste-ma na lavoura. Caso contrário, não será viável para o agricultor.

Di Raimo comenta que há muitas dúvidas acerca de detalhes sobre o tema, mas com os testes implantados pelo professor Telmo, já começam a surgir resultados sobre os melhores caminhos a serem tomados (como po-pulação de plantas, dosagem de ferti-lizante, etc), encontrando, assim, um ponto de equilíbrio que traga rentabili-dade que possibilite investimentos na Agricultura de Precisão.

Como as empresas investem em grandes tecnologias embarcadas nas máquinas, tecnologias muitas vezes es-tas sequer utilizadas pelo agricultor por falta de conhecimento, Gianni Di Raimo acredita que seria ideal se as coopera-tivas agrícolas tomassem a frente e ti-vessem pessoas qualificadas e que sou-bessem orientar os agricultores a tirar o máximo de cada uma dessas máquinas.

Para o produtor pedrinhense, exis-

tem quatro grandes desafios para os agricultores que buscam investir em alta tecnologia: recursos (uma vez que muitas dessas máquinas têm valores inviáveis para médias propriedades); químico (falta de adubo); físico (textura de solo); e biológico (áreas que perde-ram a riqueza do solo). No momento só existem áreas de testes para a di-vulgação de resultados, porém, este ano deve ser iniciado um trabalho em área comercial, a fim de se definir as populações ideais, o que é um tema polêmico, pois seu desenvolvimento depende muito dos fatores climáticos.

No momento o agricultor tem traba-lhado na tentativa de implantar em sua propriedade a tecnologia de Tráfego Controlado, o que tem trazido muitas dificuldades. A chave para o sucesso de um programa de tráfego controla-do é a sincronização de equipamento, assim todo uso de equipamentos será numa linha. Existe a tecnologia para conduzir todos os equipamentos nas linhas de mesma faixa e sem a habili-dade de um operador.

Segundo Di Raimo, o Tráfego Con-trolado envolve muitos detalhes, pois a plantadeira deve ter o mesmo núme-ro de linha das colheitadeiras, o pul-verizador deve ser múltiplo, etc. Por trabalharem com piloto automático somente nos tratores, o agricultor terá que, de início, controlar apenas o trân-sito do autopropelido.

“Temos que ter em mente que o uso de alta tecnologia não é apenas mil ma-ravilhas. O problema do preço é muito sério e apenas uma parcela de uma má-quina adquirida pode prejudicar o agri-cultor mais à frente. Temos que investir, mas com planejamento. Essas moder-nas máquinas podem nos empolgar de início, mas não podemos nos esquecer que teremos que produzir o suficiente para conseguir pagá-la”, adverte.

Segundo Telmo Amado, em 2000 todas as tecnologias voltadas para a AP eram importadas, principalmente, de países como Alemanha e EUA, e por isso, caríssima. “Com o trabalho todos nós pesquisadores desenvolvemos, o Brasil passou a ser exportador de tec-

Alvaro e Nagib, alunos do 6º termo do curso superior de Tecnologia em Mecanização em Agricultura de Precisão da Fatec Shunji Nishimura

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nologia de AP, o que ajudou a baratear e a desmistifi car a tecnologia”, justifi ca.

Para Telmo, temos vivido um aumen-to da efi ciência do uso de insumos. Ini-cialmente o trabalho com amostragens georreferenciada de solos que permitiu uma resolução maior da variabilidade que havia nos campos, permitindo um tratamento diferenciado. E isso foi a porta de entrada da AP nas lavouras brasileiras. “Em seguida percebemos que havia muito espaço para melho-rarmos o que estávamos fazendo, e isso aconteceu na pulverização, na semeadura e com o mapa de colheita que permite avaliar o grau de acerto no manejo”, completa.

O Aquarius, segundo ele, foi um sucesso porque sempre se trabalhou junto com os produtores. Quando se uniu indústria, pesquisa e produtor isso gerou uma combinação podero-

Plantio de feijão irrigado na propriedade do Gianni Di Raimo em Pedrinhas Paulista-SP

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sa que encurtou os caminhos e trou-xe muitos resultados. Sai-se de uma agricultura de subsistência e migrou--se para uma agricultura empresarial e o agricultor evoluiu neste processo. “Então vejo que o nosso produtor está esperando que a indústria e a pesqui-sa lhes ofereçam novas ferramentas a ponto de ele poder competir com os melhores produtores do mundo. Como as fronteiras agrícolas estão cada dia mais escassas, precisamos aumentar a produtividade por hectares e isso pode ocorrer somente com adoção de novas tecnologias”, pondera Telmo.

O potencial genético é algo a ser considerado, segundo o pesquisador, pois o potencial produtivo aumentou consideravelmente nos últimos anos e, como o produtor paga caro nisso, ele precisa aproveitar este potencial.

“Não estamos dizendo que por ado-tar a AP vamos deixar de errar, mas atra-vés dela, conseguirmos mensurar o nos-so grau de erro e podemos corrigi-los individualmente. A AP está muito avan-çada nos EUA, Alemanha, Inglaterra, Di-namarca e Argentina. Mas o Brasil está caminhando a passos largos para nos alinharmos a estes países e isso pode ser um diferencial para conquistarmos mercado no futuro, como por exemplo, a rastreabilidade da nossa produção. Muito em breve iremos distinguir as propriedades não pelo seu tamanho, mas pelo nível de tecnologia que ela emprega”, encerra ele.

Para Aldo Tasca, produtor em 220 hectares no município de Céu Azul (PR), quando se trata e tecnologia não há mais volta, pois a demanda por alimen-tos é muito grande.

Ele conta que iniciou o trabalho com AP somente com grides de análise de solo e depois foi investindo em monitor de colheita e recentemente adquiriu uma plantadeira com distribuição de semente e adubo à taxa variável.

“Em determinado momento, no en-tanto, vimos que não adiantava mais corrigir o solo quimicamente e estrutu-ralmente sem disciplinar o tráfego den-tro da área. Foi assim que, com base em pesquisas publicadas e visitas a outros países, resolvemos trabalhar com o Trá-fego Controlado”, justifica Aldo.

Segundo ele, começaram a discipli-nar o tráfego, depois investiram em pi-loto automático, GPS e bases RTK para as máquinas definirem uma linha de tráfego dentro da propriedade e sempre utilizarem o mesmo rastro.

“Hoje seguimos o mesmo rastro de plantio, cultura após cultura. Para isso alteramos o espaçamento de plantio para 70 cm nas culturas de soja e mi-lho, ou seja, plantamos a soja na mes-ma linha do milho. Desta forma, o trator e o pulverizador trafegam na entrelinha, somente com a colheitadeira é que ainda estamos tendo um pouco de di-ficuldade, mas iremos acertar um espa-çamento adequado para ela também” comemora Aldo.

Para ele, através deste sistema con-seguiram fazer uma adubação locali-zada, voltada para a linha de plantio, e como não há compactação na linha as raízes aprofundam mais porque a dispo-nibilidade de água no solo é maior.

“A pesquisa está avaliando os nú-meros para termos a comprovação dos resultados, mas visualmente, temos observado que a maturação é mais uniformidade e as plantas estão mais sadias. Mas há algumas coisas em que não podemos ver, como a decom-posição das raízes criando aberturas para a entrada de água e fertilizante,

dentre outras”, justifica.Segundo Aldo, faz seis anos que es-

tão desenvolvendo esta pesquisa e hoje um terço de sua área já recebe este tra-tamento diferenciado.

Segundo o pesquisador Telmo Ama-do, há estudos que mostram que se o produtor não faz este controle de tráfe-go, cerca de 80% da sua área podem re-ceber pressão de pneus. Com o controle de tráfego isso pode reduzir para até 5% a, no máximo 30%.

“Temos dados que no exterior esta técnica tem sido muito bem aceita, porque comprovam que aumenta a atividade biológica e o teor de matéria orgânica. A questão é não retroceder na tecnologia, e sim buscar na própria tecnologia, soluções para os problemas que ela trouxe”, encerra Telmo Amado.

Na Fazenda Maruque, em Itapeva, a Agricultura de Precisão é feita por meio do cruzamento de dados obti-dos em mapas de colheita e mapas de análise de solo.

Segundo Edson Cagnin, diretor da fazenda e Humberto Zomer, engº agrº e gerente de produção, após o cruza-mento destas informações é possível se verificar se existe algum problema no solo e quais as recomendações para resolver o entrave.

Um das grandes preocupações dos

Humberto e Edson da fazenda Maruque em Itaberá-SP

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responsáveis pela fazenda é tomar medidas que visam evitar um dos grandes problemas que pode prejudi-car a lavoura: a compactação do solo. Como a propriedade possui muitos equipamentos, seus administradores têm investido de maneira reduzida em altas tecnologias, como piloto auto-mático nos maquinários, trabalhando apenas com a utilização do GPS. No momento tal tecnologia é considerada muito custosa e não considerada in-dispensável para a gestão da lavoura.

FUTURO DA APSegundo o pesquisador Telmo Ama-

do, a agricultura conseguiu evoluir na correção da fertilidade da terra, mas o próximo passo da AP deve ser na cor-reção física do solo, como infi ltração e armazenagem de água, evitando, as-sim, erosões, além da melhoria na parte biológica da área através da adubação verde usada com tecnologia. Para ele, a interatividade da melhoria da fertilidade do solo, da preservação da condição fí-sica do solo e este detalhe biológico é o caminho natural para que se possa ter

sistemas efi cientes e sustentáveis.“Chamamos isto de empilhamento

de tecnologias, e com esta associação das tecnologias criamos um sinergis-mo que juntamente com a AP traz uma maior efi ciência no campo”, argumenta.

Para Mauricio Swart, engenheiro agrônomo, diretor da Aspipp (Associa-ção do Sudoeste Paulista de Irrigantes e Plantio na Palha) e produtor no municí-pio de Paranapanema (SP), outra ferra-menta importante na AP é o coletor de

Profº Telmo Amado da Universidade Federal de Santa Maria e o Profº Tanaka da Fatec de Pompeia

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dados ArcGIS que possibilita fazer um monitoramento de pragas, doenças e análise de performance georreferencia-do. “Com isso, se consegue prever algu-mas situações e agir preventivamente. Já existe este programa instalado aqui na APPAS (Associação Paulista dos Pro-dutores de Algodão), mas ainda é uma ferramenta cara para ser adquirida indi-vidualmente”, afi rma o produtor.

TECNOLOGIA NAS SEMENTESCom o passar dos anos os agricul-

tores começaram a se aperceber da importância de se investir no trata-mento de sementes antes do plantio, o que resultava em melhores produ-tividades. Começou, então, a ser de-senvolvida no Brasil uma tecnologia nesta área, abrangendo, de início, as culturas mais plantadas, como soja e milho. Com o surgimento desta nova necessidade, começaram a surgir es-tudos e tal tecnologia começou a ser efetivamente desenvolvida.

A novidade começou a ser difundida entre os próprios agricultores, o que le-vou as indústrias químicas a desenvol-verem produtos para atender esse novo mercado. Foi neste período que come-çou a evolução da Incotec, que tinha

como foco principal o mercado de se-mentes de hortaliças, mas que se adap-tou para atender essa nova demanda.

Segundo Marcelo Betin, responsável pela unidade da empresa em Itaberá, a Incotec tem como diferencial não se ater a marcas e bandeiras, mas sim naquele tratamento de sementes que o agricul-tor acredita ser o mais adequado para ele e com seus produtos de confi ança e, após análises, verifi ca-se se o mesmo é realmente o mais indicado para aquela situação e se adequa a sua realidade.

Matheus Hossri, consultor técnico de vendas e Marketing da Incotec, des-taca que atualmente muitas empresas buscam “amarrar” os produtos quími-cos, comercializando apenas pacotes fechados, limitando as opções dos agricultores. Por isso, a empresa busca atender o agricultor de acordo com a sua realidade, colocando a sua dispo-sição toda a sua estrutura e processos diferenciados, que oferece uma certifi -cação e exatidão mais garantida pelo serviço prestado.

“Pelo teste de loading podemos quantifi car tudo o que foi aplicado e a distribuição dos ingredientes ativos fi ca uniforme, trazendo os melhores resulta-dos aos clientes, isso atendendo o que o agricultor deseja, sem fi car refém de

determinados produtos”, explica.Neste caso, o agricultor tem total

acesso ao andamento de determinada calda. O que mais atrasa os resultados é a análise de vida útil, sendo que a empresa não oferece garantia antes da fi nalização destas análises, garantindo a idoneidade do produto oferecido. A empresa oferece, portanto, validações de inúmeras combinações de caldas, seja em quantidade de produtos ou do-sagem. Porém, existem as caldas mais tradicionais (cujas análises e estudos já estão concluídos) e que abrangem as mais diversas empresas químicas do mercado, muitas vezes atendendo a de-manda dos produtores.

Olhando para o futuro e analisando o quanto o tratamento de sementes pode evoluir, Matheus Hossri destaca que a melhor maneira disso ocorrer é atender o maior interessado nesta tec-nologia: o agricultor. Com o projeto de franquias da Incotec, a empresa preten-de expandir no Brasil, atendendo de iní-cio as grandes culturas e, futuramente, as médias e pequenas. “A Incotec não é uma sementeira, é uma empresa que produz tecnologia que visa potencializar essa semente”, diz.

Franco Feitosa, especialista de pro-dutos e processos da empresa, destaca que vislumbra para o futuro a migração do ‘tratamento de sementes da fazenda’ para o TSI. Mesmo ainda existindo mui-tos tratamentos on farm, ele acredita que essa demanda (TSI) é uma tendên-cia a expandir, pois traz mais qualidade e, principalmente, mais segurança, pois o produtor não expõe seus funcionários a produtos químicos.

“Um tratamento em TSI tecnifi ca-do, feito por profi ssionais capacitados, com todo processo previamente estu-dado é a segurança, que pode ser ofe-recido com qualidade que o agricultor precisa e com o custo que ele acha justo”, encerra.

Em Itapeva, o tratamento de se-mentes é padrão na Fazenda Maru-que, que começa a investir no trata-mento industrial, deixando de lado, por enquanto, apenas a semente de soja devido aos inoculantes (ques-tão que ainda está em debate em

Franco, Matheus e Marcelo da Incotec

Page 37: Revista agrícola 17 em baixa

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hoje em dia vemos nos maquinários uti-lizados pelos agricultores, o engenheiro agrônomo Maurício Swart lembra que a partir de 2008, através dos estudos de análise de performance realizados na fazenda, se notou que havia neces-sidade de se investir em plantadeiras pneumáticas, com sistema de precisão de distribuição de sementes e adubos. Isto permitiu a criação de um checklist não somente na parte operacional, mas também de gestão de pessoas e admi-nistrativa. Com isso houve maior veloci-dade no plantio e padronização de es-tande em todas as culturas, saindo de 63% de efi ciência de plantio, em 2008 para 92% neste ano.

“Vemos que hoje ainda não temos mão de obra especializada para gerir estas tecnologias embarcadas nas no-vas máquinas. Por este motivo estamos

treinando a equipe para fazer a preci-são da agricultura, ou seja, as regula-gens precisas de cada máquina e imple-mento para depois sim, investirmos na Agricultura de Precisão”, relata.

Análise de performance é uma fer-ramenta que, desde 2008, tem sido utilizada na cultura do feijão. “Através de um programa (Planta Forte da Iha-ra), nós saímos do ‘achismo’ e come-çamos a avaliar e descobrimos que o que mais reduz nossa produção de feijão são as lagartas, não as doenças como pensávamos”, destaca.

Para Swart, a prestação de serviços por parte das empresas de máquinas e implementos é o melhor caminho para o viés da falta de aproveitamen-to das tecnologias no campo. “É o que ocorre nas grandes economias e deve-ria ser uma realidade também no Bra-sil”, completa ele.

Para o diretor da Aspipp, uma neces-sidade que existe atualmente é fazer com que as informações precisas dos

fabricantes cheguem até os produtores. Segundo ele, as empresas deveriam ca-pacitar mais seus vendedores para que tenham mais noção das tecnologias em-barcadas nas máquinas para que elas sejam mais aproveitadas no campo e o produtor venha ter resultado com cada real investido nelas.

“Para avançarmos, precisamos de uma melhor infraestrutura em energia elétrica para os pivos, telefonia e in-ternet de qualidade para utilizarmos os aplicativos disponibilizados nos smartphones e, se tratando de um Es-tado rico como é São Paulo, a quali-dade destes serviços é vergonhosa”, conclui Maurício Swart.

TELEMETRIAA telemetria é uma tecnologia que

permite receber, medir, repassar e avaliar dados e informações remo-tamente, que estão disponíveis ao condutor através do painel de instru-mentos e determinadas informações

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disponíveis somente ao módulo con-trolador da máquina.

A telemetria básica é a velocidade desenvolvida, rotação do motor, quilô-metros percorridos, horas de motor liga-do, temperatura do motor, temperatura do óleo do hidráulico entre outros.

Com o objetivo de oferecer esta fer-ramenta aos produtores, a recentemen-te a John Deere lançou um software de gerenciamento das informações gera-das pelas máquinas no campo. Ofere-cer soluções que melhorem a efi ciência do negócio é o propósito da John Deere com o conceito FarmSight.

Segundo Bruno Cavina, gerente de A.M.S. da Unimaq-John Deere, a missão da empresa não é vender somente pro-dutos, mas também soluções integra-das que otimizem o uso das máquinas, melhorem a logística e deem suporte à decisão agronômica.

Para complementar ainda mais as soluções integradas, a John Deere, em parceria com a Auteq, apresenta o Gre-en Fleet, uma nova ferramenta que tem como principal objetivo tornar as frotas mais inteligentes, oferecendo automa-tização de processos, maior efi ciência e confi abilidade na telemetria, levando com rapidez – do campo para o escritó-rio – as informações necessárias para a gestão de frota.

Segundo Bruno, através da teleme-tria, é possível inserir alguns parâme-tros para cada operação, que serão comparados ao executado. Desta forma é possível avaliar o tempo em que a má-quina desempenhou sua tarefa e como potencializar esta operação, sejam com melhor assistência técnica, turnos de trabalho ou logística.

Através do Green Fleet, o administra-

dor tem todas as informações de posi-cionamento e operação da máquina, ou seja, qual operador está trabalhando, se a máquina está na rotação correta, a velocidade, etc. Tudo pode ser monito-rado do escritório em tempo real.

O seguimento que mais utiliza essa tecnologia ainda é o canavieiro, mas já está em estudo a adoção do sistema também no setor de cereais. Caso o pro-dutor não tenha pessoas treinadas para realizar esse gerenciamento dos dados, ele pode contratar o serviço do conces-sionário que tem uma equipe treinada a sua disposição.

Segundo Bruno, muitos têm apre-sentado produtos como a grande no-vidade, mas a Unimaq-John Deere, além dos produtos tem disponibilizado a prestação de serviços, que faz com que o produtor utilize todos os recur-sos tecnológicos a sua disposição, fa-zendo com que haja uma integração destas informações para a melhor to-mada de decisão.

Muitos jovens decidiram fi car no campo pelo uso das novas tecnolo-gias, e isso tem sido constante nas propriedades. “Grande número dos produtores que vem para conhecer as novas tecnologias, vem acompanha-dos de seus fi lhos. Isso tem mostrado maior interesse dos fi lhos na atividade

Plantio de milho com sistema de desligamento automático de linha

Plantadeira, lançamento da Jumil, doada para aulas teóricas e práticas na Fatec de Pompeia

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QUEM COLHE SABE QUE CADA MINUTO É PRECIOSO.

QUE TAL TERMINAR A COLHEITA ATÉ

7 DIAS ANTES?Dados referem-se à colheita em uma área de 2.500 hectares.

• Produtividade até 15% maior.

• Tanque graneleiro até 12% maior.

• Consumo de combustível até 17% menor.

• Até 55% menos tempo com ajustes e manutenções diários.

• Vazão de descarga até 16% maior, proporcionando menos paradas.

CHEGARAM AS COLHEITADEIRAS SÉRIE S JOHN DEERE.MODELOS S540, S550, S660, S670, S680.

Page 40: Revista agrícola 17 em baixa

SEMENTE SUPERIOR TEM NOME: LAGOA BONITA.Qfififi fififibfifififi fififi fififififififififififi fifibfi fifififi fi fifififififififififi fifi fififi fififififififififi

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dos pais”, testemunha Bruno.Os terraços e canais também po-

dem ser facilmente construídos, sem o uso de lasers, utilizando o software Surface Water Pro que permite fazer o levantamento topográfi co da área e uma única pessoa pode fazer o traba-lho no campo em menos tempo, eco-nomizando combustível e reduzindo custos. “Este recurso tem sido utiliza-do também na construção de taipas para plantio de arroz e também na elaboração de projetos de plantio para que se tenham mais metros lineares de plantio com menor número de des-pontos”, completa.

Para Maurício Swart, o uso da tele-metria na irrigação é uma ferramenta muito efi ciente, porque permitirá irri-gar com precisão, ou seja, irrigar com base na textura do solo. “Com isso o solo que tiver mais capacidade de ab-sorção receberá maior quantidade de água”, comenta.

IRRIGAÇÃOO diretor da Aspipp e produtor no

município de Paranapanema, Mauri-cio Swart trabalha com as culturas de soja, milho semente, trigo, feijão, sorgo, aveia preta, cevada, milheto, algodão e laranja. Seu pai foi um dos pioneiros na agricultura irrigada na região e hoje a propriedade conta com 1.900 hectares, dos quais 1.495 são irrigados através dos 26 pivôs instalados na fazenda. Segundo ele, é a irrigação que mantém grande parte das famílias naquela re-gião, tendo como maior contribuição a segurança de se fazer duas ótimas co-lheitas dentro do ano.

Porém, Swart reclama que ainda há alguns limitantes na irrigação, como por exemplo, a qualidade de energia. “Joga-mos água somente à noite para evitar perdas, mas ainda freamos em algu-mas defi ciências, como a qualidade de energia elétrica. Isso tem gerado muita insatisfação e perda de qualidade na

irrigação, pois a energia oscila demais, provocando a queima de motores e de-mais equipamentos”.

Para ele, a automação da irriga-ção, que é realidade em outros paí-

Lavoura de café com irrigação subterrânea da Netafi m

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revista Agrícola | 41

ses, é algo que não demora muito a ser realidade em sua região, mas para isso precisam ter melhor qualidade de energia elétrica.

Já na Fazenda Maruque, em Itape-va, o gerenciamento do sistema de ir-rigação é feito por uma empresa espe-cializada, que oferece suporte desde o bombeamento da água até os menores detalhes (como vazão de bicos, etc), monitorando inclusive os gastos de energia elétrica.

Segundo os responsáveis pela Fa-zenda, Edson e Humberto, o monitora-mento possibilita ainda a economia de água, que tem sido um grande debate no meio agrícola, uma vez que diversos Estados já começam a sofrer com a fal-ta desse recurso natural.

A irrigação é feita das 22 horas às cinco da manhã, o que evita perdas por evaporação devido ao forte sol. A Fazenda Maruque atua com irrigação e sequeiro nas culturas de feijão, milho, soja, cevada e trigo e muitas vezes a diferença da área irrigada para a de se-queiro chega a ser de até 33%.

Com a irrigação o plantio também é otimizado. Segundo Humberto, ge-rente de produção da fazenda, já foi possível plantar em 25 dias corridos 3.500 hectares de soja, mesclando entre áreas com pivôs e sequeiro. Se não houvesse irrigação, haveria pau-sas de 5 a 6 dias entre um plantio e outro. Mas para garantir a qualidade e efi ciência da irrigação, a Fazenda Maruque tem uma equipe responsável pela gestão de seus 29 pivôs.

Mas quando se fala em irrigação, outro foco dado ao debate é o futuro do planeta e a essência da produção do campo, que depende da água, cuja es-cassez tem sido abordada nos últimos anos. Israel, por exemplo, é o berço da irrigação e lá a irrigação se desenvolveu muito, face à falta de água. Assim se de-senvolveu a tecnologia de irrigação por gotejamento que além de outras vanta-gens, otimiza a economia de água.

A irrigação por gotejamento no Bra-sil está se tornando uma realidade em muitas propriedades e para conhecer-mos um pouco mais desta realidade, entrevistamos o agrônomo israelense

Ami Charitan, que esteve no Brasil no mês de abril e é um defensor desta tec-nologia para todas as culturas.

No Brasil ele apresentou uma nova tecnologia que começa a ser implanta-da no país, a irrigação subterrânea.

Implantada em algumas lavouras de café no Estado de Minas Gerais e Goiás e também em lavouras de ce-reais no extremo sul do país a tecno-logia chega com grandes promessas para o agronegócio.

Tal tecnologia nem é tão recente e após análise de diversas áreas experi-mentais em terras brasileiras, notou-se que o sistema é facilmente manuseado, seja nas culturas mais tradicionais para esta tecnologia (cana de açúcar, jojoba, oliveiras, etc) como até mesmo no café.

Nos cereais, o agrônomo adianta que já existem projetos voltados para o Brasil no sistema de gotejamento sub-terrâneo. Nos Estados Unidos este siste-ma já atende mais de 450 mil hectares de culturas anuais e pode benefi ciar os agricultores muito em breve.

“Esse conceito foi desenvolvido pelo corporativo, mas a adaptação do conceito para o Brasil foi feita por uma equipe do país, estando dentro da rea-lidade brasileira. Essa adaptação tem sido exportada para outros países do

mundo, que tem adotado essa tecno-logia com sucesso”, relata.

“Estamos apenas no início da irri-gação por gotejamento e temos muito a evoluir e contribuir com esse mundo que tem escassez de água e de terra, e que busca um sistema que traga segu-rança ambiental e seja capaz de produ-zir alimentos”, completa.

A nutriirrigação por gotejamento, também já está presente em muitas lavouras brasileiras e entrega água e nutrientes para a planta, porém sem-pre com a preocupação de conservar o meio ambiente, sem contaminações e podendo ser trabalhada em diversas culturas, inclusive nas tropicais.

De acordo com o produtor José Renato Serra, a medida foi tomada devido à oscilação da produtividade e, após diversos estudos, foi implan-tada uma área piloto de 12 hectares em sua fazenda em Garça (SP). “No primeiro ano já se notou a diferença na vegetação e adaptação da planta ao sistema de irrigação e, a partir daí, toda a fazenda passou a ser irrigada por gotejamento, com mais de 900 hectares abrangidos”, comemora ele.

Com o tempo e diante dos bons re-sultados, a fazenda implantou a fertirri-gação, o que evoluiu para a nutrirrigação

Carlos Sanches, Ami Charitam e Cristiano Jannuzzi da Netafi m

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28 DE JULHO28 DE JULHO28 DE JULHO

DIA DODIA DOPRODUTORPRODUTOR

RURALRURAL

DIA DOPRODUTOR

RURAL

28 DE JULHO28 DE JULHO28 DE JULHO28 DE JULHO28 DE JULHO

DIA DOPRODUTOR

RURAL

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(preparação de uma calda com todos os nutrientes que a planta necessita e que é aplicada via irrigação).

Tal sistema otimiza o uso da água e da energia elétrica. Serra comenta que chegam a ser feitas 50 adubações por ano, enquanto numa lavoura tradicional de café (no sequeiro) esse número che-ga a cinco, e com menos aproveitamen-to por parte das plantas.

Ele conta ainda que em outra pro-priedade no Serrado Mineiro, come-çou a ser implantado o gotejo subter-râneo, com uma mangueira enterrada a 15 centímetros de profundidade e a 30 centímetros do caule das plantas, o que diminui os riscos de danos ao sistema quando é feito o manejo da lavoura. Os resultados nos 100 hec-tares com irrigação subterrânea têm sido semelhantes ou acima dos obti-dos com a irrigação superficial.

‘PEGADA SOCIAL DA TECNOLOGIA’A adoção de tecnologia é um cami-

nho sem volta, mas além de otimizar a

vida no campo a tecnologia pode tra-zer benefícios sociais. É o que afirma Mauricio Swart.

Ele destaca ainda que a tecnologia às vezes pode ser mal compreendida, mas ela traz avanços significativos para a sociedade. “Nas áreas irrigadas, por exemplo, segundo dados da Aspipp, há emprego direto para uma pessoa a cada 15 hectares. Em áreas de sequeiro este número é de uma pessoa para cada 150 hectares”.

Além disso, segundo ele, dados comprovam que 99% da água utiliza-da na irrigação retorna para o lençol freático, proporcionando preservação no meio ambiente, ao contrário da grande São Paulo, onde se veem os rios correndo entre paredes de con-creto e lixos boiando.

“Nossos funcionários também recebem treinamento contínuo e o crescimento profissional é constante, proporcionando a eles uma remunera-ção até melhor que na zona urbana. As máquinas também estão cada vez mais confortáveis, gerando qualidade

de vida e evitando o crescimento do êxodo rural”, comemora.

DRONESO céu se tonou um ambiente rentá-

vel para prestadores de serviços. Mui-tos tem investido nesta ‘nova onda’ tecnologica.

Otoboni da Fatec de Pompeia diz que os Veículos Não Tripulados (Vants) tam-bém vieram para ajudar na investigação de grandes áreas para confirmar se o que foi feito realmente teve sucesso. “As imagens poderão revelar muito”, diz.

O produtor Gianni Di Raimo con-sidera a alternativa válida, pois por meio dela, pode se verificar a unifor-midade das culturas e identificar pos-síveis manchas na plantação. Porém, ele destaca que uma dificuldade en-contrada pode ser intercalar todos os dados e saber identifica-los.

Para Mauricio Swart, além dos ma-pas dos grides de amostragens de solo e dos mapas de colheita, a intenção também é, com uso de drones, sobrepor

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algumas imagens aéreas de determina-das culturas para comparar resultados.

“A chegada dos drones vai ajudar bastante no monitoramento das lavou-ras, com relação a efi ciência de fungi-cidas e inseticidas e também facilitar a distribuição dos agentes biológicos inundados na cultura, que também tem crescido bastante seu uso em nossa região”, exemplifi ca.

Alguns produtores, como Gianni e Mauricio já pensam em um futuro pró-ximo investir na compra de um drone para realizar estes monitoramentos.

BIOENERGIADorival Finotti é produtor de trigo do

município de Assis (SP) e grande de-fensor da utilização de tecnologia na lavoura. Para ele a tecnologia evoluiu muito e isso trouxe um grande aumento no consumo de energia para fazer tudo isso trabalhar. O princípio das máquinas não mudou desde os tempos da tração animal, porém o consumo de energia exagerado e irresponsável revela que não houve evolução científi ca no setor.

Finotti comenta que a agricultura deveria ser autossustentável, deixando o uso do petróleo de lado e trabalhando por meio da bioenergia, tirando, assim, os discursos ambientais do patamar te-órico e colocando-os em prática.

“Os países que desenvolveram essa tecnologia e agora têm repassado para nós, criaram matrizes energéticas e conseguem trabalhar com baixo custo. O Brasil não teve isso e não havia essa preocupação ambiental com emissão de carbono na atmosfera, assunto que deveria entrar em pauta. Infelizmente, somos consumidores da tecnologia dos outros, pois não temos qualquer desen-volvimento científi co”, comenta ele.

Dentre as alternativas que o Brasil poderia criar no setor biotecnológico, Fi-notti defende o investimento na agricul-tura qualitativa, gerando plantas com nutrientes que atendam de maneira efi ciente a cadeia alimentar. Daí surge a necessidade da implantação de uma genética de altíssima tecnologia para que sejam produzidas plantas com fi -bras alimentares em boa quantidade

e com efeitos prebióticos, assim como produzir plantas com potencial para ge-rar bioenergia, equilibrando o processo.

“Chegaremos ao momento em que propriedades rurais no exterior serão laboratórios que desenvolvem medica-mentos para a humanidade e o agri-cultor brasileiro sequer se apercebeu disso. A própria agricultura orgânica desenvolvida no Brasil já tem perdido a sua identidade, chegando a aumentar o

custo do produto. Precisamos repensá--la se queremos verdadeiramente aten-der a nossa população”, lamenta.

A própria transgenia é considerada uma opção passageira por parte do agricultor. Ele acredita que num futuro não muito distante surgirão técnicas de modifi cações que virão do conceito de modifi car os genes da planta ou animal, produzindo resultados econômicos, be-néfi cos ao meio ambiente e à saúde.

Mauricio Swart

Os drones serão usados no monitoramento de doenças e pragas na lavoura, além da soltura de inimigos naturais

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A Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta/SAA), a Prefeitura Municipal de Tarumã

(SP) e o Sebrae-SP realizaram Encontro Regional de Fruticultura, com o intuito de fortalecer a fruticultura regional, pro-movendo a integração de grupos de fru-ticultores, a troca de experiências, bem como parcerias locais e regionais. O en-contro teve ainda o propósito de disse-minar tecnologias que contribuam para estes grupos ganharem competitividade em seu segmento.

Cristiane Souza Aguiar, consultora e gestora de projetos do Sebrae, co-mentou que tem se observado uma demanda na produção de frutas na região e o objetivo das palestras tam-bém foi levar conhecimento técnico a esses produtores.

A atuação do Sebrae junto a esses produtores é quanto à orientação para produção voltada ao mercado, com informações sobre o planejamento, ações de gestão, organização social, encontros de negócios, etc.

A maior dificuldade encontrada pelo Sebrae neste trabalho é reunir

FRUTICULTURAEncontro em Tarumã reuniu cerca de 90 participantes, buscando a união

entre os produtores e alavancar o ramo no Médio Paranapanema

os fruticultores para a troca de infor-mações e experiências, o que resul-tou no encontro em Tarumã. Outra dificuldade, segundo Cristiane, é en-contrar na região assistência técnica voltada para o setor.

Ela comenta ainda que o Sebrae tem realizado um amplo trabalho junto ao ramo do agronegócio, uma vez que se trata do setor que gera o alimento para o país. O órgão atua na melhoria de organização do trabalho e na atua-ção junto dos produtores ao mercado.

Um dos palestrantes do evento foi Nobuyoshi Narita, pesquisador cientí-fico e diretor do Polo Regional Alta So-rocabana da APTA, SAA-SP. Ele falou sobre a tecnologia desenvolvida para

a produção de maracujá na região de Presidente Prudente, destacando que o maior problema encontrado no culti-vo dessa fruta são as doenças.

Foi, então, desenvolvido um siste-ma de manejo para a cultura da fruta, com uma ampla produção de mudas protegidas, que são levadas para o campo somente após o período de maior incidência do ataque de pragas, como o pulgão.

A região de Presidente Prudente conta com muitos assentamentos, formados por pequenos produtores. E a APTA entendeu que a fruticultura é uma opção viável para que eles pos-sam produzir e ter retorno financeiro, desenvolvendo projetos e capacitando

Cristiane (Sebrae)

Nobuyhshi Narita (Apta Alta Sorocabana)

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os fruticultores, para que possam pro-duzir frutas o ano todo.

Além do maracujá, a banana, ma-mão e a goiaba têm sido plantadas na-quela região. “Porém existem muitos obstáculos, como o elevado preço das embalagens e dos fretes. Esta dificul-dade tem levado a uma produção des-tinada para o mercado regional. Um levantamento da APTA apontou que mais de 80% das frutas e hortaliças consumidas na região de Prudente vêm de fora, o que mostra um grande potencial no setor. O mesmo ocorre no Médio Paranapanema”, aponta ele.

Já Sergio Doná, pesquisador cientí-fico do Polo Regional Médio Paranapa-nema da APTA, lembra que na região se iniciou um trabalho voltado à fru-ticultura atendendo a uma demanda de produtores de banana, a partir de 2005, em parceria com a Cooperativa de Produtores de Banana de Palmital.

A partir de 2010 iniciou-se um trabalho junto a frutas de clima tem-perado, mais especificamente uva e pêssego. No momento tem sido obser-vadas cinco variedades de pêssego na região (sendo uma de nectarina), para se avaliar a sua adaptação e desenvol-vimento e o quadro total de fitologia, além de opções para o enxerto.

Além dessas culturas, a região tem acompanhado o surgimento de planta-ções de maçã, que é uma realidade na região de Paranapanema e também em Rancharia, onde se produzia o fru-to com qualidade.

“Temos que acompanhar a aceita-ção do mercado a estes produtos que estão sendo trabalhados na atualidade. Caso encontremos o ponto ideal, aí sim,

podemos começar a pensar em outras frutas como opção viável”, explica.

Um dos grandes problemas da cul-tura do pêssego na região tem sido a incidência de pragas e Doná destaca que um produto para ter aceitação no mercado deve ter a menos resíduos de agrotóxicos. Para isso foi desenvolvida uma cultivar precoce da fruta, inician-do a produção de setembro a outubro. A incidência da maior praga dessa cul-tura, a mosca da fruta, é no mês de ou-tubro, o que resultaria no menor uso de agrotóxicos nas plantas. Outra informa-ção valiosa é investir em culturas que produzam no período seco, onde tam-bém ocorrem menos doenças.

“Outro dado disponibilizado é quan-to à importância de culturas que produ-zam em setembro e outubro, fugindo assim da colheita das grandes regiões produtoras, o que ocorre de novembro a fevereiro. Certas culturas poderão ser viáveis em nossa região por estes deta-lhes que são características do Médio Paranapanema”, conclui.

BANANICULTURAUma das culturas que são desta-

que na região é a banana. A fruta foi o principal tema da palestra de Adria-na Novaes Martins, pesquisadora científica do Polo Centro Oeste da APTA, Unidade de Pesquisa e Desen-volvimento de Marília.

Ela apontou que o Médio Parana-panema é ideal para a cultura da ba-nana, com solo e clima adequados. Porém a pesquisadora lembra que é preciso focar na tecnologia, para que se faça uma bananicultura de ponta, sendo produtiva e comercial, se des-

tacando no mercado.“Temos toda a tecnologia na pro-

dução de mudas, irrigação e diversas variedades de banana melhoradas. Ou seja: temos tudo para realizar na região do Médio Paranapanema uma bananicultura de destaque e com qualidade”, afirma.

Até quanto às doenças da cultura a situação é considerada tranquila. A grande praga da banana é a sigatoka, porém ela é passível de controle por meio de um trabalho de monitoramento.

No momento, segundo Adriana, o que vem trazendo certa preocupação, são dois fatores: nematoides e doen-ças de solo. Ela destaca que é preciso fazer um trabalho para que se desen-volvam variedades que possam resis-tir a essas doenças.

Para quem pensa em investir na cultura da banana, a pesquisadora destaca que se trata da segunda fruta mais consumida no mundo. Ou seja: mercado existe. Porém, ele exige pro-dutos de qualidade.

“Quem pensa em trabalhar na pro-dução de banana deve utilizar todos os insumos e ter a consciência que tecnologia é um investimento e não um gasto. Outro fator: o produtor tem que ‘brigar’ pelo seu espaço, pelo seu reconhecimento e pela comercializa-ção. Para isso a participação em asso-ciações é uma saída”, relata.

Adriana lembra que o grande pro-blema da fruticultura é a comercializa-ção. Por se tratar de um produto ra-pidamente perecível, é necessário um estudo de mercado, com o produtor sabendo para quem vai vender antes mesmo de plantar a fruta.

Adriana Novaes Martins (Apta Centro Oeste)

Ricardo Kanthack (Apta Médio Paranapanema)

Sergio Doná (Apta Medio Paranapanema)

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São apenas 14 hectares, mas para ter a ideia de tudo o que produzem neles, temos que fa-

zer um tour na propriedade. Milho, soja, cana, tomate e pimentão são somente algumas culturas já instaladas no sítio de propriedade da família Godinho que fi ca no município de Cândido Mota - SP.

Lá vivem o pai João, a mãe Geni-ra, o tio Roque e os irmãos Edinaldo

DIVERSIFICAÇÃOGERA RENDA

Para se manterem no campo, produtores de Cândido Mota investem na diversifi cação como fonte de renda

Pereira Godinho e José Carlos Pereira Godinho, o último recentemente está investindo também em criação de frangos da raça Índio Gigante.

Segundo Edinaldo, já faz oito anos que trabalham com plantio protegido de pimentão e tomate e hoje já estão com 5,5 mil m² de estufas. “Planta-mos os tomates da variedade Cardina e pimentão Margarita, Eppo e Pampa,

que se mostrou ser mais resistente às doenças. Como plantamos soja do lado das estufas no verão, a mosca--branca (Bemisia tabaci) ataca as es-tufas e isto tem trazido prejuízo, por este motivo, investimos em varieda-des de tomate e pimentão mais resis-tentes às doenças”.

Para ele a diversifi cação aumentam os lucros. “A gente tenta diversifi car por-

Na propriedade de apenas 14 hectares são plantados milho, soja, cana, tomate e pimentão

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que se uma cultura não está com preço bom, uma favorece a outra, e assim con-seguimos fazer uma boa média. Como as estufas nos dá uma renda semanal, nós tiramos toda a despesa de casa com ela, e conseguimos ter lucro com o restante das culturas. Se não fosse esta diversifi cação, seria difícil estar no sítio ainda, porque é pouca terra para sus-tentar toda a família”, justifi ca ele.

Ele diz que como já estão produ-zindo há alguns anos, tem mercado garantido. Tudo que produzem tem en-dereço certo e isso facilita o trabalho. “Quando algum produto, mesmo com qualidade, não é aceito no mercado, entregamos na Aprumar (em Assis--SP), então não perdemos nada da produção”, afi rma Edinaldo.

Ele também alerta que o objetivo de investir nestas culturas é garantir uma renda para sua própria família, pois caso contrate mão de obra de fora, difi cilmente teria lucratividade. “Eu montei isso para ter uma renda para minha família, porque se eu con-tratar alguém, meu lucro vai tudo em salário”, calcula ele.

O produtor ainda observa que quem investe nestas culturas, deverá ter cons-ciência que isso dá muito trabalho, é uma labuta diária como o gado leiteiro.

Segundo Edinaldo, seu desejo é investir em mais espécies frutíferas para diversifi car ainda mais. ”Estou procurando informações sobre maça

e uva para experimentar um pequeno plantio. Gosto de investir em coisas di-ferentes”, fi naliza.

Seu irmão José Carlos Pereira Godi-nho, mais conhecido como ‘Japão’, está investindo na criação de Frangos Índio Gigante há cerca de dois, uma espécie com características semelhantes ao frango caipira, principalmente pela colo-ração e sabor da carne.

“Conheci a raça através da internet e gostei pelo porte, daí em diante eu comecei a investir em alguns exempla-res e agora já estou com cerca de 200 cabeças”, afi rma.

Segundo ele, o trato dele é igual ao

frango caipira, mas seu porte é muito maior. “É um frango caipira melhorado geneticamente, porque enquanto o cai-pira pesa em torno de 1,5 quilos, o Índio Gigante pesa 3 quilos. Tenho dois galos aqui que chegam ao comprimento de 1,15 metros”, explica.

O objetivo, segundo ele, é vender re-produtores para sitiantes que buscam um aprimoramento genético em seu plantel, porque a carne dele é a mesma do frango caipira, o diferencial que ele é maior, e isso vai fazer muita diferença na hora de vender.

“Nos últimos dois meses andei cerca de 5 mil quilômetros para bus-car o que há de melhor. Há galos em que cheguei pagar R$800,00 e gali-nhas R$250,00, tudo para conseguir um aprimoramento genético e sele-ção do Índio Gigante para oferecer um plantel de ótima qualidade aos meus clientes”.

Atualmente tem atuado na venda de reprodutores e matrizes de elite e tam-bém na comercialização de pintaínhos de elite e ovos.

“Tenho vendido os pintainhos a R$20,00 cada e a dúzia de ovos para chocar a R$60,00 a dúzia, no entanto, o cliente poderá escolher de que galinha ele quer os ovos”, explica o criador.

Com toda esta diversidade será difícil não investir também em turis-mo rural, dado ao tour necessário para visitar tudo!

Nos últimos dois anos, Jose Carlos tem investido em galo Indio Gigante

Edinaldo já está buscando informações sobre o cultivo de uva e maça para iniciar alguns experimentos

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ACONTECEU NA REGIÃODIA DE CAMPO COOPERMOTA

Cerca de 200 produtores da região se reuniram na Água da Far tura, no Sítio São José de proprie -dade dos Irmãos Zanon, para conferir as novidades apresentadas na 15ª edição do Dia de Campo Anual de Inverno da Coopermota, realizado em Palmital.

Com foco na cu l tu ra de mi lho de 2ª sa f ra , fo -ram apresentados o potenc ia l p rodut i vo de vá -r ios h íb r idos das empresas parce i ras da coo -pera t i va , a lém do cu idado nos t ra tos cu l tu ra is vo l tados para a cu l tu ra .

DIAS DE CAMPO DOW AGROSCIENCESA Agro Ferrari em parceria com a Dow AgroSciences de-

senvolveram vários Dias de Campo na região. O objetivo foi mostrar aos produtores regionais o portfólio da empresa para o plantio da 2ª safra. Segundo Tacimar, representante da Dow AgroSciences, a empresa hoje conta com o maior portfólio de híbridos para o plantio de inverno, e todos contam com a proteção da tecnologia Powercore.

Mais detalhes dos eventos poderão ser conferidos na pró-xima edição quando publicaremos os resultados da empresa em diversas áreas comerciais da região.

PROFISSIONAIS DO AGRO

O Engº  Agrº Denilson  A.  Ri-gonatto , que se dedicou à marca Dow AgroSciences du -rante 11 anos agora assume a gerência de Market Developer da marca Morgan. Ficará sediado em Cascavel e responderá pelas regi-ões Sudeste e Sul do Brasil.

Diego Neitzke Rorrato agora é Ma-rket Developer TSI na Dow AgroSciences e Morgan. Com passagem pela Basf, nos últimos 30 meses se dedicou ao desen-volvimento de produtos dos portifólios de milho, soja, sorgo e girassol da Dow AgroSciences e Morgan. Ficará sediado em Ourinhos e atenderá todo Brasil.

Flávio Leão, é o novo representante para o setor de sementes da Dow AgroScien-ces. Traz consigo a experiência de 18 meses no setor de Crop Protection. Com sede em Assis, ele atenderá toda a região vdo Vale do Paranapanema em substituição do colega Tacimar G. Bertozo, que voltará a atender somente Santa Cruz do Rio Pardo e região.

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FENASUCRO 2014Feira Internacional do setor canavieiroData: 26 a 29 de agostoLocal: Centro de Eventos Zanini - Sertãozi-

nho – SPInformações no site http://www.fenasucro.com.br

V AQUISHOWVI Seminário de Piscicultura e PescaData: 27 e 28 de agostoLocal: Estância Turística do município de

Santa Fé do Sul – SP.Informações: 17 3631 2821 ou no e-mail:

[email protected]

33ª EXPOFLORAExposição de flores e plantas ornamentais Data: 29 de agosto a 28 de setembroLocal: Holambra – SP Informações: 19 3802 1499

AGENDACONBAP 2014

Congresso Brasileiro de Agricultura de Preci-são 2014

Data: 14 a 17 de setembroLocal: Hotel Fazenda Fonte Colina Verde, em

São Pedro – SP.Informações: 16 3203 3341 ou no email:

[email protected]

IRRIGASHOWEvento voltado a promoção, dissemina-

ção de informações e na adoção de práti-cas sustentáveis para a agricultura irriga-da, com impacto ambiental e social positivo para o planeta.

Data: 17 e 18Local: Campos de Holambra – SPInformações: 14 3769 1788 ou pelo

email: [email protected]

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