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Continuamos alegres na celebração do Ano Mariano e estamos em feverei- ro. Duas festas marianas enriquecem o calendário litúrgico nesse mês. No dia 2 é a festa de Nossa Senhora da Luz, padroeira de muitos santuários maria- nos no Brasil, liturgicamente intitulada de Festa da Apresentação do Senhor. Conforme a lei judaica, a mãe devia comparecer ao templo 40 dias depois do parto, se tivesse dado à luz um meni- no; 80, se fosse menina. A denomina- ção de Nossa Senhora da Luz, Nossa Senhora das Candeias se deve às pala- vras do velho Simeão, pronunciadas no Templo ao receber Jesus nos braços: “Meus olhos viram a salvação que pre- parastes diante de todos os povos, como luz para iluminar as nações”. Ele centralizou o seu anúncio em Jesus, luz do mundo. Bela referência para nós que vive- mos em tempo tão escuro. As trevas do nosso século escondem o esplendor do Verbo encarnado, impedindo que as pessoas O conheçam e façam d'Ele o luzeiro de sua caminhada pelo tempo. A devoção a Nossa Senhora da Luz nos faz enxergar a verdade velada por tan- tas sombras, dificultando sermos uma presença luminosa para os nossos irmãos. A segunda celebração de Maria em fevereiro não é tão bíblica quanto a pri- meira, mas nem por isso deixa de mere- cer o nosso acolhimento. Em Lourdes, na França, na gruta de Massabielle, em 1858, ela apareceu várias vezes à jovem Bernadete de Soubirous. Numa delas, confessa: “Eu sou a Imaculada Conceição”. É uma confirmação do dogma da concepção imaculada de Maria, promulgada pelo Papa Pio IX, em 8 de dezembro de 1854, e que cau- sou muitos questionamentos. Por causa das aparições, peregrinos começaram a frequentar o lugar, buscando louvar a Mãe de Deus e já antecipando outra dimensão do mistério da Virgem, a Medianeira de todas as graças. Até hoje milagres acontecem na gruta de Massabielle, magníficas mani- festações da força de Maria, vocacio- nada a ser Mãe da humanidade pelo seu Filho Jesus. Quantos romeiros lá che- garam desde as aparições a Bernadete! Quantas curas ocorreram até hoje, livrando os enfermos do sofrimento e da morte. Quantos corações atribula- dos e desesperançados encontraram, em Lourdes, paz para suas inquieta- ções e respostas para suas dúvidas. Uma passagem por lá, sobretudo no momento da procissão das velas ou da missa dos enfermos, não deixa nin- guém ir embora como chegou. A atmosfera de fé que envolve Lourdes derruba toda incredulidade e sensibi- liza os corações mais duros, aproxi- mando-os de Deus através de Maria, medianeira de todas as graças. Podemos nesse mês dar um balan- ço em nossa devoção à Virgem, às vezes prejudicada pelo sentimentalis- mo religioso que fica na superficiali- dade da doutrina e não penetra no âmago da presença de Maria na histó- ria da salvação. Peçamos a Nossa Senhora da Luz e a Nossa Senhora de Lourdes, que são a mesma Maria venerada por títulos diferentes, que resplandeça para nós, não obstante as nuvens dos nossos dias, e continue repetindo sempre: “Façam tudo que Ele (Jesus) vos disser”. Para vocês, meus irmãos paroquia- nos, e todos os leitores deste jornal, um abraço afetuoso, desejando que a luz que resplandece na face de Maria seja o aceno diário da esperança, animando- nos em nosso êxodo para Jesus. Padre Aderbal Galvão de Sousa Em seu artigo na página 2, Zélia Vianna fala sobre o verdadeiro rosto de Maria Informe-se e participe ativamente da Campanha da Fraternidade 2017. Páginas 4 e 5 Nosso Arcebispo, Dom Murilo, adverte sobre os perigos da era da pós-verdade. Página 8

Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Fevereiro de 2017

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Continuamos alegres na celebração do Ano Mariano e estamos em feverei-ro. Duas festas marianas enriquecem o calendário litúrgico nesse mês. No dia 2 é a festa de Nossa Senhora da Luz, padroeira de muitos santuários maria-nos no Brasil, liturgicamente intitulada de Festa da Apresentação do Senhor.

Conforme a lei judaica, a mãe devia comparecer ao templo 40 dias depois do parto, se tivesse dado à luz um meni-no; 80, se fosse menina. A denomina-ção de Nossa Senhora da Luz, Nossa Senhora das Candeias se deve às pala-vras do velho Simeão, pronunciadas no Templo ao receber Jesus nos braços: “Meus olhos viram a salvação que pre-parastes diante de todos os povos, como luz para iluminar as nações”. Ele centralizou o seu anúncio em Jesus, luz do mundo.

Bela referência para nós que vive-mos em tempo tão escuro. As trevas do nosso século escondem o esplendor do Verbo encarnado, impedindo que as pessoas O conheçam e façam d'Ele o luzeiro de sua caminhada pelo tempo. A devoção a Nossa Senhora da Luz nos faz enxergar a verdade velada por tan-tas sombras, dificultando sermos uma presença luminosa para os nossos irmãos.

A segunda celebração de Maria em fevereiro não é tão bíblica quanto a pri-meira, mas nem por isso deixa de mere-cer o nosso acolhimento. Em Lourdes, na França, na gruta de Massabielle, em 1858, ela apareceu várias vezes à

jovem Bernadete de Soubirous. Numa delas, confessa: “Eu sou a Imaculada Conceição”. É uma confirmação do dogma da concepção imaculada de Maria, promulgada pelo Papa Pio IX, em 8 de dezembro de 1854, e que cau-sou muitos questionamentos. Por causa

das aparições, peregrinos começaram a frequentar o lugar, buscando louvar a Mãe de Deus e já antecipando outra dimensão do mistério da Virgem, a Medianeira de todas as graças.

Até hoje milagres acontecem na gruta de Massabielle, magníficas mani-festações da força de Maria, vocacio-

nada a ser Mãe da humanidade pelo seu Filho Jesus. Quantos romeiros lá che-garam desde as aparições a Bernadete! Quantas curas ocorreram até hoje, livrando os enfermos do sofrimento e da morte. Quantos corações atribula-dos e desesperançados encontraram,

em Lourdes, paz para suas inquieta-ções e respostas para suas dúvidas. Uma passagem por lá, sobretudo no momento da procissão das velas ou da missa dos enfermos, não deixa nin-guém ir embora como chegou. A atmosfera de fé que envolve Lourdes derruba toda incredulidade e sensibi-liza os corações mais duros, aproxi-mando-os de Deus através de Maria, medianeira de todas as graças.

Podemos nesse mês dar um balan-ço em nossa devoção à Virgem, às vezes prejudicada pelo sentimentalis-mo religioso que fica na superficiali-dade da doutrina e não penetra no âmago da presença de Maria na histó-ria da salvação. Peçamos a Nossa Senhora da Luz e a Nossa Senhora de Lourdes, que são a mesma Maria venerada por títulos diferentes, que resplandeça para nós, não obstante as nuvens dos nossos dias, e continue repetindo sempre: “Façam tudo que

Ele (Jesus) vos disser”.Para vocês, meus irmãos paroquia-

nos, e todos os leitores deste jornal, um abraço afetuoso, desejando que a luz que resplandece na face de Maria seja o aceno diário da esperança, animando-nos em nosso êxodo para Jesus.

Padre Aderbal Galvão de Sousa

Em seu artigo na página 2, Zélia Vianna fala sobre o verdadeiro rosto

de Maria

Informe-se e participe ativamente da Campanha da Fraternidade 2017.

Páginas 4 e 5

Nosso Arcebispo, Dom Murilo, adverte sobre os perigos da era da

pós-verdade. Página 8

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Neste ano mariano, apraz-me falar de Maria, a mulher que conhecemos por mil nomes e que a devo-ção popular consagrou com os apelidos mais varia-dos: Maria da Conceição, Maria de Guadalupe, Maria de Fátima, Maria do Rosário, Maria das Dores e tantos outros nomes carinhosos e significa-tivos... Apraz-me falar da Maria que é uma só, da Maria que não é o centro da História da Salvação, mas é figura central dessa história.

Se junto com o relato da Anunciação escrito pelo evangelista Lucas tomarmos outras passagens bíbli-cas, veremos que, ao saudar Maria, o Arcanjo Gabri-el usa o tipo de linguagem que os profetas do Antigo Testamento utilizavam nas profecias messiânicas, bem como expressões só empregadas em saudações coletivas: “Ave, filha de Sião!”

Vale a pena imaginar aquele cenário: de um lado, o Verbo Eterno, que não precisava de nada e de ninguém para ser e existir, totalmente dependente da resposta de uma mulher que, como todas as demais, Ele mesmo havia criado. Do outro, uma jovem judia, virgem e prometi-da em casamento a um rapaz chamado José, com o destino da humanidade em sua mão. Naquele momento, Maria era não somente a mais alta expressão da expectativa de Deus que aguardava sua resposta para colocar em prática seu plano de salvação, mas também da expectativa dos homens e mulheres de todos os tem-pos, ansiosos para recuperar o paraíso perdido. Dizia São Bernardo que, enquanto o anjo aguardava a resposta, a humanidade escravizada pelo pecado, gemia e suplicava: Responda logo, Virgem, respon-da antes que o mensageiro se vá...

Maria, que confiava plenamente em Deus, confi-ou no seu mensageiro. E acreditou. E porque creu foi que, em seu nome, em nome de seu povo, em nome de todos os homens e mulheres de todos os tempos e épocas, ela disse Sim. Um Sim que mudou o rumo da história e marcou o começo de um novo tempo para a humanidade!

Ao fazer a proposta, o mensageiro celeste dá a garantia que o filho que dela vai nascer é Filho do

Altíssimo. Ao responder Sim, Maria dá a garantia que o Filho que dela nascerá é humano como ela mesma e todos nós. E na Cruz, ao dizer a João (que naquele momento simbolizava a humanidade): “Eis aí tua mãe”, o próprio Jesus nos dá a garantia de que ela é Sua e nossa mãe.

Maria é a mãe de Deus, sim, é mãe de todos os homens e mulheres. É mãe da Igreja. É a filha de Sião, a primeira evangelizadora, a estrela da Nova Evangelização, modelo de mulher corajosa e enga-jada nas causas do Reino de Deus, mulher que é modelo de vida para todos os homens e mulheres do mundo.

Diante da fé dessa jovem que, por confiar no seu Deus, ousou desafiar as rígidas leis judaicas, corren-

do inclusive o risco de ser apedrejada por adultério; diante da coragem dessa mulher que, para realizar o sonho de Deus de reatar a Aliança desfeita pelo povo, aceitou abdicar de seus próprios e sonhos daquilo que tinha de mais precioso – sua honra e sua dignidade –, fica impossí-vel para mim compartilhar de uma devoção a Maria como se ela fosse uma pes-soa etérea, manietada e

sem poder de decisão; fica impossível pensar em Maria como uma mulher longe dos problemas e das dificuldades que nos afligem. Eu não adoro Maria porque somente a Deus nós, católicos, adoramos, mas eu admiro sua coragem, amo e venero a Maria do Sim, a Maria do povo, a Maria de olhos no céu e pés fincados na realidade do nosso chão.

Por isso eu penso que se há algo que, acredito, pre-cisamos fazer neste ano mariano – e fazer urgente-mente – é, a partir da Bíblia, resgatar o verdadeiro rosto de Maria: a Maria mulher, a Maria mãe, a Maria orante, a Maria silêncio, a Maria serviço, a Maria exilada política, a Maria engajada nas causas populares, a Maria preocupada com o povo, a Maria solidária com todos, especialmente com os mais pobres e marginalizados da sociedade.

Oxalá possamos descobrir, enraizado ontem e hoje na história do povo, o verdadeiro rosto da Maria do Evangelho.

[email protected]élia Vianna

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DIA NACIONAL DOS APOSENTADOS

Em 24 de janeiro, dia dedicado aos aposentados, houve seis missas na Igreja Matriz de São Pedro. Nosso pároco, padre Aderbal presidiu a missa das 8h, que contou com a participação de muitos aposentados.

FESTA DA CONVERSÃO DE SÃO PAULO E DIA DOS CARTEIROS

Em 25 de janeiro passado, houve celebração da Festa da Conversão de São Paulo e pelo dia dos Carteiros, na Igreja de São Pedro. Na missa das 8h, presidida pelo nosso pároco, padre Aderbal, estavam presentes representantes da Diretoria Regional dos Correios e do Sindicato dos Carteiros.

ESCOLA DE MARIA

Para estudo e aprofundamento sobre a vida de Nossa Senhora, principalmente neste Ano Nacional Mariano, acontece aos sábados, das 9h às 11h, na Igreja Nossa Senhora da Conceição da Lapa, a Escola de Maria, aberta à participação de todos os paroquianos.

FESTA DE NOSSA SENHORA DE LOURDES

Em 11 de fevereiro de 1858, a Santíssima Virgem Maria apareceu à humilde Bernadete Soubirous para pedir à Igreja oração e penitência pela conversão dos pecadores. As mensagens de Nossa Senhora, saídas da gruta de Massabielle, nos arredores da cidade francesa de Lourdes, até hoje ecoam no coração dos fiéis que, maravilhados com o amor da Mãe que veio ao encontro de Santa Isabel e vem, agora, ao encontro de seu povo, peregrinam à França buscando alívio para o corpo e para a alma. Em 11 de fevereiro próximo, às 9h, haverá uma missa festiva, na Igreja Nossa Senhora do Rosário, que possui uma gruta em louvor a Nossa Senhora de Lourdes.

MEMÓRIA DE MADRE JOANA ANGÉLICA

Dia 20 de fevereiro, missa em memória do martírio de Madre Joana Angélica, às 18h15, na Igreja Nossa Senhora da Conceição da Lapa.

MISSA EM AÇÃO DE GRAÇAS PELOS DOADORES DO BAZAR

Dia 19 de fevereiro, às 7h30, 9h30 e 11h30, na Igreja de São Pedro.

SEMANA DE CARNAVAL

De 24 a 28 de fevereiro, as igrejas de São Pedro, Nossa Senhora do Rosário, Senhor Bom Jesus dos Aflitos e Nossa Senhora da Conceição da Lapa estarão fechadas.

QUARTA-FEIRA DE CINZAS

Dia 1.º de março, missa das Cinzas, às 10h, 12h, 15h e 17h, na Igreja de São Pedro; e às 18h15, na Igreja Nossa Senhora da Conceição da Lapa.

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Em preparação para a Campanha da Fraternidade deste ano, a ser lançada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, em 1.º de março próximo, trazemos neste número alguns pontos para reflexão sobre o tema: “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida”, e sobre o lema: “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2,15):

O que o assunto biomas tem a ver com a fé e a Igreja?

Tudo! Escreveu o Papa Paulo VI e o repetiu o Papa Francisco: “A evangelização não seria completa se ela não tomasse em consideração a interpelação recíproca que se fazem constantemente o Evangelho e a vida con-creta, pessoal e social dos homens. É por isso que a evan-gelização comporta uma mensagem explícita, adaptada às diversas situações e continuamente atualizada”. O Documento de Aparecida foi claro: “Nada do humano pode ser estranho à evangelização”. Isso significa que a Igreja, para ser fiel a Jesus e a ela mesma, deve interessar-se por tudo o que diz respeito às pessoas, sem exceção.

Que relação existe entre a missão da Igreja e os biomas brasileiros?

Existe uma relação profunda, já que os biomas são espaços de vida que geram mais vida. A qualidade da vida humana depende, e muito, dos biomas. A destruição dos biomas é a destruição também da vida humana.

Qual o significado do termo bioma?

O termo vem do grego bios – vida, e ma – grupo, estru-tura. Bioma é um grupo de seres vivos. O Instituto Brasi-leiro de Geografia e Estatística (IBGE) assim o define: “O bioma é um conjunto de vida vegetal e animal, constituído pelo agrupamento de tipos de vegetação contíguos e que podem ser identificados, a nível regional, com condições de geologia e clima semelhantes e que, historicamente, sofreram os mesmos processos de formação da paisagem, resultando em uma diversidade de flora e fauna própria” .

Por que a CF usa o termo biomas? Existe mais de um?

Sim. Vivemos num país chamado de “continental”, tal a sua extensão. Dentro dele existe uma riquíssima diversi-dade de culturas, religiões, climas, terras, florestas, águas, animais, minerais. O mesmo vale para os biomas. Os espe-cialistas os dividem em seis, alguns com milhões de qui-lômetros quadrados. São eles: a Floresta Amazônica, o Cerrado, a Mata Atlântica, a Caatinga, o Pampa e o Panta-nal.

Quais são as características dos biomas brasileiros?

Segundo o IBGE, os biomas brasileiros têm as seguin-tes características:

Floresta Amazônica

Abrangência: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondô-nia, Roraima e uma área pequena do Maranhão, Tocantins e Mato Grosso.

Características: é a maior floresta tropical do planeta, composta por diversos ecossistemas (sistemas que inclu-em os seres vivos e os ambientes). Além da floresta úmida de terra firme, apresenta diferentes tipos de matas, cam-pos abertos e até espécies de cerrado. Além disso, é de fundamental importância para o equilíbrio da Terra, pois seus rios representam 20% das reservas de água doce do planeta. Também abrange grandes reservas minerais e abriga uma infinidade de espécies vegetais e animais.

Caatinga

Abrangência: é predominante no Nordeste do Brasil.

Características: sua vegetação típica é seca e espinho-sa por causa da falta de chuvas durante grande parte do ano. Porém, quando chega o período das chuvas, as folha-gens voltam a brotar e a paisagem fica mais verde. Alguns animais que fazem parte desse bioma são os lagartos, as serpentes e as aves.

Pantanal

Abrangência: é a ligação entre o Cerrado (no Brasil Central), o Chaco (na Bolívia) e a região amazônica (no Norte do Brasil).

Características: como é uma área de transição, a região é formada por uma variedade de ecossistemas que são periodicamente inundados, apresentando, por isso, uma fauna bastante diversificada. Tem ouro e diamantes.

Cerrado

Abrangência: principalmente no Planalto Central Brasileiro.

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Características: é constituído por árvores relati-vamente baixas, de até vinte metros, distribuídas entre arbustos e gramíneas. Sua vegetação típica possui troncos e ramos retorcidos, cascas espessas e folhas grossas. É reconhecido como a savana mais rica do mundo em biodi-versidade.

Mata Atlântica

Abrangência: na maioria, a área costeira ao Oceano Atlântico.

Características: é considerada uma das áreas mais ricas em espécies da fauna e da flora mundial. Na região se localizam os rios que abastecem cerca de 70% da popu-lação brasileira. Tem mais de 1.300 espécies de animais e cerca de 20 mil espécies de plantas.

Pampas

Abrangência: campos da região Sul do País.

Características: no Rio Grande do Sul tem campos, e, em outras partes da região, encontram-se as matas de araucárias e também campos semelhantes à savana. O relevo é mais plano, com vegetação rala e pobre em espé-cies, tornando-se mais rica e densa nas encostas.

Segundo o IBGE, a costa brasileira abriga diversos tipos de ecossistemas. Ao longo do litoral, encontram-se

manguezais, dunas, praias, ilhas, costões rochosos, baías, falésias, recifes de corais e outros ambientes ecológicos, todos apresentando diferentes espécies animais e vegeta-is. É na zona costeira que se localiza a maior faixa de Mata Atlântica.

A Igreja, portanto, quer chamar a atenção dos brasilei-ros para a depreciação desses biomas?

Também, mas não só. Ela quer que tomemos consciên-cia de sua existência e da necessidade de preservá-los. Ela quer que admiremos a obra da criação, ao mesmo tempo em que, de forma corresponsável, assumamos o cuidado com tanta beleza e riqueza, fonte de vida para milhões de seres humanos.

Há alguma dica do Papa Francisco que possamos apro-veitar no sentido de cuidar, zelar e preservar os nossos biomas?

Sim, e muitas. Na Carta Encíclica Laudato Si, no capí-tulo V (nn. 163 a 201), o Papa reflete sobre uma série de ações que, com certeza, farão a diferença se forem assu-midas, promovendo o cuidado com a natureza para que todas as pessoas tenham mais vida. Eis algumas das ações propostas: diálogo sobre o meio ambiente na política internacional; diálogo para novas políticas nacionais e locais; diálogo e transparência nos processos decisórios; política e economia em diálogo para a plenitude humana; as religiões no diálogo com as ciências. Essas ações exi-gem a participação de especialistas, mas não dispensam a participação popular, na medida do possível.

Há algo que possamos iniciar de imediato?

Sim. O Papa propõe a conversão ecológica: “A crise ecológica é um apelo a uma profunda conversão interior. Temos de reconhecer que alguns cristãos, até comprome-tidos e piedosos, com o pretexto do realismo pragmático, frequentemente se esquivam das preocupações com o meio ambiente. Outros são passivos, não se decidem a mudar os seus hábitos e tornam-se incoerentes. Falta-lhes, pois, uma conversão ecológica, que comporta deixar emergir, nas relações com o mundo que nos rodeia, todas as consequências do encontro com Jesus” (Laudato Si 217).

A CNBB também nos oferece o Texto-base da Campa-nha da Fraternidade para estudo mais aprofundado sobre o tema.

(Fonte: Campanha da Fraternidade – Editora Pão e Vinho – adaptação)

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01-URSULINA F. BARBOSA DE SOUZA02-M.ª CÉLIA CONCEIÇÃO GONZALEZ02-M.ª PUREZA SANTOS02-SONILHA DA SILVA MOREIRA03-ANA CLÁUDIA MENDONÇA VITTI04-HOSANA FREIRE MACHADO CUNHA04-M.ª DA GRAÇA LIMA04-M.ª ERIVAM DE OLIVEIRA04-M.ª TEREZA SANTOS04-UBEREANÃ CORTÊS UMBELINO05-ALTAÍDES DE OLIVEIRA05-DIÓGENES SOUZA DÓREA05-EDSON RODRIGUES DOS SANTOS05-ILKA MÁRCIA SANTOS PINTO05-M.ª NEUDES AFONSO OLIVEIRA06-M.ª DALVA OLIVEIRA NASCIMENTO06-VALQUÍRIA ANSELMO DA COSTA07-M.ª AZEVEDO DA COSTA07-M.ª GEORGINA BARBOSA07-VICTÓRIA N. CANTALINO SOUZA08-ANTÔNIO CARLOS DE ARAÚJO GUEDES08-JOEL SANTOS DE OLIVEIRA09-ALCIANNE DA ROCHA CAMPOS09-EDNÁ SALES UMBELINO09-LUCAS VEIGA DA SILVA10-HELENA ARAÚJO MOREIRA10-RITA MARIA H. N. DE ANDRADE10-ROSEMEIRE P. DOS S. SACRAMENTO11-JOÃOZITO FÉLIX DE FARIAS11-M.ª DE LOURDES MENEZES DE SOUZA12-ANDRÉ LUIZ OLIVEIRA DE SOUZA12-CAUÃ GAD DOS SANTOS E SANTOS12-M.ª DE LOURDES BORGES13-ÁLVARO PORTELA FIGUEIREDO

13-BENIGNA NUNES DE SOUZA13-ENEDINA DA SILVA13-NEIDE MILTON FRANÇA DAMASCENO13-VERIDIANA MACAMBYRA FERREIRA14-CELESTINA SOUZA SANTOS14-MAURA ROSA DOS SANTOS14-RICARDO V. PASSOS CONCEIÇÃO14-WANDA A. BONFIM DOS SANTOS15-AURELINA DE MELO NASCIMENTO15-GILBERTO RODRIGUES MACIEL15-JOSÉ TRINDADE DOS COSTA LAGE15-JOSELITA S. DE FREITAS SAMPAIO15-LAÍS DO ESPÍRITO SANTO PEREIRA15-M.ª BERNADETE BATISTA DE JESUS15-PAULO ALVES DE BRITO FILHO16-ANTONINA ROSA BRITO DE SOUZA16-ARLETE OLIVEIRA BRAGA16-LILIAN PINHEIRO FIGUEIREDO16-M.ª DAS GRAÇAS NERY SARDINHA16-SÉRGIO LUIS S. LACERDA SILVA FILHO17-LAURICÉLIA BENIGNA MENDES17-VICTOR MANUEL REYES MARTINEZ18-DENISE SOARES DE OLIVEIRA18-EGRON CÍCERO DOS SANTOS18-REINALDO LOPES DA CUNHA18-ROSALVO SANT'ANA SOUZA FILHO19-M.ª ALDENORA MIRANDA CUNHA19-M.ª DE LOURDES BACELAR SILVA20-ADRIANA CRISTINA B. DOS SANTOS20-HENAYDE M.ª M. DE OLIVEIRA BOTTAS20-MARIA HELENA SOUZA SILVA20-RAYMUNDA NONATO S. FRANÇA21-ALBERTO RAMON DE SOUZA21-DENISE DE SÁ OLIVEIRA21-LEANDRO SOARES SOUZA21-MARINALVA PEREIRA21-MILENA MARTA O. FERNANDES22-FELIPE RABELO DOS SANTOS22-ISABEL TEIXEIRA MOREIRA22-JOSEFA CARVALHO BEZERRA22-ROSEANE DOS SANTOS E SANTOS23-EDELZUITA OLIVEIRA CANÁRIO23-MARGARIDA M.ª ZACARIAS PASSOS23-ROSA MARIA LIMA PLÁCIDO24-JAILZA NASCIMENTO DA SILVA24-THAMYRES PEREIRA LIMA

25-CIBELE MARIA LISBOA DE OLIVEIRA25-EDNA SANTOS25-JOSELITA COSTA DE ALMEIDA25-LUIZ CARNEIRO RIBEIRO MACHADO25-M.ª RAIMUNDA ALMEIDA SILVA25-MARACILDES ROCHA E SILVA25-MARIA JOSÉ MENDES DOS SANTOS26-ÍRIS PEREIRA SALIM LATIFF26-RAILDA ASSUMPÇÃO LIMA BELA JULIÃO26-WANDIRA BARROS CRUZ27-GENÁZIO PEREIRA DA SILVA27-KAREN MATOS DA SILVA MOITINHO27-KARINA MATOS DA SILVA MOITINHO27-KARINE COELHO DA SILVA27-SIZILDA ALMEIDA DE SOUZA27-TEREZINHA DE JESUS CASTELLO BRANCO27-VANDERLITA SANTOS DO ROSÁRIO28-CARMITA PIRES28-JOSÉ WALTER BATISTA DE MACEDO28-M.ª JOSÉ RODRIGUES MACIEL28-Mª JILVÂNIA BARRETO DE SOUSA28-M.ª RITA DO ROSÁRIO SANTOS28-NAILZA RAMOS DA SILVA28-PAULO HENRIQUE ALVES DOS SANTOS28-VALDELICE B. CARVALHO MASCARENHAS

A você, meu irmão, minha irmã, que assume esta Paróquia como dizimista e se compromete com o trabalho pastoral, parabéns! Como presente do seu aniversário, a comunidade paroquial estará unida a você, seus amigos e

familiares, nesse dia tão especial, para celebrar esta data.Venha participar, nesse dia, da Santa Missa, às 8h, na Igreja de São Pedro.

Caso a data seja no Domingo ou Dia Santo, a missa começa às 7h30.

PARÓQUIA DE SÃO PEDROMOVIMENTO FINANCEIRO

DEZEMBRO/2016

RECEITASEspórtulas de missas ............................... 5.072,00Espórtulas de batizados .............................. 320,00Espórtulas de matrimônios .......................... 715,00Dízimos .................................................. 45.230,30Coletas ordinárias .................................. 9.807,95Coleta para evangelização - CNBB ......... 1.506,00Taxas de certidões ...................................... 175,00Donativos ............................................... 13.993,00Rendimento do bazar ............................. 8.815,00Rendimento do restaurante .................... 6.730,58Aluguéis ................................................ 1.200,00Rendimento de aplicações bancárias ..... 1.304,86TOTAL ............................................... 94.869,69

DESPESASManutenção e conservação .................. 5.386,26Material litúrgico ...................................... 8.803,19Promoção humana/formação ................... 880,00Ajuda pastoral a moradores de rua .......... 1.000,00Ajuda pastoral a mulheres marginalizadas 880,00Ajuda social ............................................. 9.240,00Salários + 13.º....................................... 29.705,54Vale refeição ......................................... 7.396,56Vale transporte ......................................... 1.960,20Encargos sociais + 13.º ......................... 20.487,84Côngrua ao pároco + 13.º....................... 5.600,00Material de informática ............................ 417,74Correios .................................................. 1.139,35Água, energia e telefonia ......................... 3.848,91Serviços contábeis ...................................1.163,67Tarifa bancária ............................................... 89,40Taxa do programa SGCP ....................... 97,50Repasse de taxa à Cúria ........................ 5.133,73Repasse da coleta para evangelização .. 1.506,00Despesas com apartamentos da Paróquia .......1.172,40

TOTAL ............................................. 105,908,29SALDO DO MÊS NEGATIVO (11.038,60)

O dízimo exige de nós uma atitude de entrega e de partilha. Jesus é o grande

modelo de dizimista porque foi capaz de entregar a si mesmo pela nossa salvação.

SEJA DIZIMISTA

INSCREVA-SE NA SECRETARIA PAROQUIAL

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É objetivo do Ano Mariano celebrar os 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida nas águas do rio Paraíba do Sul. É também uma oportunidade de recor-dar o documento, fruto da 5.ª Conferência do Celam realiza-da naquela cidade tão marcada pela presença da Virgem na história do Brasil. Como é impossível abordar todo o docu-mento, reservemo-nos aos parágrafos relacionados com o lei-go, que foi bem contemplado no referido documento.

A definição apresentada já é um destaque: “Os fiéis leigos são os cristãos que estão incorporados a Cristo pelo batismo, que formam o povo de Deus e participam das funções de Cris-to: sacerdote, profeta e rei” (209). Ele não é um simples 'aju-dante' do padre, mas tem uma identidade e responsabilidade próprias na história da salvação. Para reforçar a importância da sua missão, o documento cita São João Paulo II que dizia: “A evangelização do Continente não pode realizar-se hoje sem a colaboração dos fiéis leigos” (213). Por essa razão, da mesma forma que o sacerdote é preparado para o ministério, o leigo também precisa de “sólida formação doutrinal, pasto-ral e espiritual” (212).

Merece grifo o que é dito no parágrafo 215: “A constru-ção da cidadania, no sentido mais amplo, e a construção de eclesialidade nos leigos, é um só e único movimento”. Mais uma vez fica claro que, no cotidiano do leigo, não há dois departamentos: um destinado à sua experiência religiosa e outro exclusivo da sua participação cidadã. Fé e vida se arti-culam numa única proposta, qual seja transformar o mundo

em Reino de Deus, conforme a pedagogia ensinada por Jesus. A ação evangelizadora do leigo é tanto mais fecunda quanto mais inserido ele está na realidade temporal. É impos-sível anunciar o evangelho numa sociedade secularizada, como a nossa, de fora para dentro, como era possível na cul-tura da cristandade. Ou o leigo assume qualquer atividade sua, como um trabalho de Igreja, ou é incapaz de ser sal, luz e fermento, como o Mestre propôs.

Também o apostolado leigo é estéril se não é transborda-mento de uma comunhão eclesial, sempre revigorada pela oração e caridade. O Documento de Aparecida bate nessa tecla: “Os leigos de nosso continente, conscientes de sua cha-mada à santidade em virtude de sua vocação batismal, são os que têm de atuar à maneira de fermento na massa para cons-truir uma cidade temporal que esteja de acordo com o projeto de Deus” (505).

Concluindo, chamamos a atenção para esse recado envia-do ao laicato latino-americano e do Caribe: “A responsabili-dade dos leigos para que estejam presentes na vida pública, e mais concretamente na formação dos consensos necessários e na oposição contra a injustiça” (508). São palavras merece-doras de reflexão porque o nosso continente ainda é uma con-siderável massa humana que não se fez povo e continua espo-liada e marginalizada das riquezas e do progresso. Pedem especial atenção de nós, católicos brasileiros, inseridos numa população de dor e desencanto. Negamos a nossa fé se ficar-mos surdos a tantos gemidos porque é uma fé solidária.

Yvette [email protected]

O Herpes Zoster é uma doença infecciosa de alta trans-missibilidade, causada pelo vírus varicela-zoster, que causa duas doenças distintas: a varicela (catapora) e o herpes zos-ter. A varicela é resultante da infecção primária e atinge preferencialmente crianças e adolescentes, tendo evolução geralmente benigna, com um período de incubação de 10 a 21 dias, após o contato com a pessoa infectada. A transmis-são ocorre principalmente pelas vias aéreas, por meio de gotículas das secreções nasais e da boca, por contato direto ou por corrente de ar, como também por meio do contato direto com as lesões.

O herpes zoster, popularmente conhecido como “cobrei-ro”, é a reativação da infecção primária. Vem acompanhado de erupções cutâneas e dores no trajeto dos nervos acometi-do pelo vírus varicela-zoster. As lesões bolhosas se espa-lham no trajeto do nervo, acompanhadas de dor intensa, por isso também o herpes zoster é conhecido como “fogo selva-gem”. As dores podem durar muito tempo, mesmo após a cicatrização das lesões. O envolvimento ocular pode causar sérias complicações da córnea.

As regiões torácicas e lombares são as mais acometidas, seguidas da cervical, facial, atingindo o nervo trigêmeo e

lombossacra. A manifestação do herpes zoster é comum em pessoas com a imunidade comprometida, portadores de HIV, pacientes com doenças malignas, em uso crônico de corticoides e quimioterapia, ou após estresse psicológico. O diagnóstico é feito através do exame médico, ao se observar as lesões características da doença, seguindo o trajeto dos nervos. O uso precoce do antiviral pode reduzir a duração da lesão e visa prevenir as dores neurológicas após a infecção. Isso deve ocorrer em até 72 horas dos primeiros sintomas de dor e lesões na pele.

A vacinação é preconizada para todas as crianças saudá-veis entre 12 meses e 12 anos de idade com história negativa para varicela e para mulheres em idade fértil e soronegati-vas. De modo geral, está contraindicada em pessoas com baixa imunidade. O uso da imunoglobulina antivaricela-zoster hiperimune pode ser usado na profilaxia pós-exposição em pessoas com baixa imunidade, gestantes não-imunes, neonatos cujas mães desenvolveram varicela sete dias antes ou após o parto e neonatos prematuros com peso menor que 1kg expostos a casos de varicela.

O acompanhamento médico é necessário para o uso correto das medicações antivirais e analgésicas.

HERPES ZOSTER

Dr. Getúlio Tanajura [email protected] - tel. 71-3328-5633

Page 8: Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Fevereiro de 2017

Informativo da Paróquia de São Pedro

Praça da Piedade, 11 - São Pedro - CEP: 40.060-300 - Salvador - Bahia - Brasil

Site: www.paroquiadesaopedro.org - E-mail: [email protected]ção e Coordenação: Padre Aderbal Galvão de SousaDiagramação e Revisão: Equipe da Pastoral da ComunicaçãoColaboração: Getúlio Machado, Yvette Amaral e Zélia ViannaIlustrações: Getúlio Machado, Rivelino Silva e internet Jornalista responsável: Maria Alcina Pipolo - MTb/DRT/BA 915Tiragem: 10 mil exemplares Distribuição Gratuita

Arquidiocese de São Salvador da Bahia - Brasil

Anualmente, a Universidade de Oxford elege uma palavra que defina aquele ano. No final de 2016, o termo escolhido foi "pós-verdade" ("post-truth"), empregado já em 1992 pelo dramaturgo sérvio-americano Steve Tesich. Nem o Aurélio, o Houaiss ou o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da Academia Brasileira de Letras, registra essa palavra. Por ela procuram-se definir circuns-tâncias nas quais os fatos objetivos têm pouca importân-cia. O que vale são os apelos à emoção e a crenças pes-soais. A verdade como tal estaria, pois, perdendo sua importância; o fato torna-se secundário; importante são as reações – isso é, como o fato é recebido e que emoções ele desperta.

É grave uma situação em que se deixa de levar em conta a distinção entre o certo e o errado, o bom e o mau, o justo e injusto, os fatos e as versões, a verdade e a mentira. Entra-se, então, numa era em que predominam as avalia-ções fluidas, as terminologias vagas ou os juízos baseados mais em sensações do que em evidências. Passa a ser ver-dade aquilo de que gostamos, que escolhemos e difundi-mos, torcendo para que tenha a maior repercussão possí-vel.

O que muito contribui para o avanço daquilo que a palavra "pós-verdade" representa são as novas tecnologi-as de informação e comunicação. Tudo é imediatamente transmitido, repartido e globalizado. Não há mais tempo para se checar se o que recebemos é verdadeiro; o impor-tante é que seja o quanto antes partilhado e multiplicado. Mentiras são construídas de forma sofisticada, com ares de verdade, e são difundidas por um exército de simpati-zantes. Com isso, o bom nome de muitos é destruído de forma rápida e cruel – pior, a difamação é envolvida por um ódio que assusta. Voltaire entendia disso: "Menti, menti, que alguma coisa permanecerá!". Goebbels, chefe da propaganda nazista, dizia algo semelhante: "Uma men-

tira repetida mil vezes vira verdade". Não é segredo para ninguém que as redes sociais são um campo aberto e fértil para a difusão de histórias e "fatos" que não precisam ser comprovados; basta que sejam bem apresentados.

Tendo ouvido Jesus lhe afirmar "Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade; todo aquele que é da verdade escuta a minha voz" (Jo 18,37-38), Pilatos lhe perguntou: "O que é a verdade?". Mas o governador romano não estava interessado na resposta; tanto assim que, feita a pergunta, afastou-se. Venceu a mentira e um inocente foi condenado.

Pode-se aplicar à palavra "verdade" o que Cecília Mei-reles aplica à palavra "liberdade": "não há ninguém que a explique e ninguém que não a entenda". O mundo precisa de pessoas que sejam verdadeiras no agir e no falar – inclusive, e principalmente, no uso das redes sociais.

Expediente:

Fone: (71) 3329-3280

Dom Murilo S.R. KriegerArcebispo de São Salvador da Bahia e Primaz do Brasil

BAZAR DA SOLIDARIEDADE

A nossa Paróquia mantém três espaços com o Bazar da Solidariedade, que são frutos de doações de roupas, sapatos, objetos de decoração, móveis e utensílios domésticos em bom uso que são postos à

venda com o objetivo de ajudar no trabalho social que a Paróquia desenvolve.Faça uma arrumação na sua casa, no seu guarda-roupa! Doe o que você não precisa mais para o

nosso Bazar!Visite os espaços do Bazar da Solidariedade, onde também podem ser feitas as doações.

Informações pelo telefone: 2137-8666