Jubileu Diocese de Aveiro - Proposta de Trabalho

DIOCESE DE AVEIRO

MISSÃO JUBILAR DOS 75 ANOS

DE RESTAURAÇÃO DA DIOCESE

1938|2013

PROPOSTA DE TRABALHO

DIOCESE DE AVEIRO – MISSÃO JUBILAR 2013

DIOCESE DE AVEIRO

MISSÃO JUBILAR DOS 75 ANOS DE

RESTAURAÇÃO DA DIOCESE

APRESENTAÇÃO DESTA PROPOSTA DE TRABALHO

O trabalho que agora se coloca à disposição da Diocese pretende proporcionar uma discussão alargada sobre a programação da Missão Jubilar a realizar tendo por base a celebração dos 75 anos de restauração da Diocese.

Esta é uma primeira abordagem para agora poder ser enriquecida com a colaboração de todos.

Este trabalho não tem preocupações académicas, por isso por enquanto não se fizeram a citações. No entanto importa desde já referir que foi consultada a Tese de Doutoramento do Sr. Pe. Georgino Rocha, documentos dos nossos 5 Bispos, as decisões do II Sínodo da Diocese de Aveiro, a campanha da Fraternidade de 2000 e 2005 do Brasil, entre outros documentos.

O texto agora colocado à disposição começa por fazer a contextualização da nossa actual situação, tendo em conta a nossa História. Aí se procuram os sinais de Deus para sermos capazes de discernir o caminho a seguir.

A seguir apresenta-se o processo da Missão Jubilar e o sonho que começamos a acalentar no nosso interior. Aqui se desenha a resposta a dar ao Espírito de Deus que nos fala através dos sinais dos tempos e também através da Palavra dos nossos Bispos, em especial do Sr. D. António Francisco. A releitura dos seus textos levaram-nos a centrar as realizações da “Missão Jubilar 2013” no espírito e vivência das Bem-aventuranças.

Por fim faz-se a proposta concreta das realizações que queremos implementar na nossa Diocese com a “Missão Jubilar 2013”.

Agora, é o tempo da oração, reflexão, discussão e aprovação definitiva deste projecto para o qual o nosso Bispo nos desafiou em 12 de Maio de 2008.


I – CONTEXTUALIZAÇÃO

A Diocese de Aveiro foi restaurada pelo Papa Pio XI com a Bula Apostólica

“Omnium Ecclesiarum” de 24 de Agosto de 1938 e executada por D. João

Evangelista a 11 de Dezembro do mesmo ano.

1. CONTEXTUALIZAÇÃO ECLESIAL

Ao longo destes 75 anos de história, a nova Diocese pode contar com a

dedicação generosa de 4 Bispos, cada um trazendo a esta porção do Povo de

Deus um dinamismo renovado que brotou do existir em Cristo de cada um deles.

Agora, podemos contar com um novo sucessor dos Apóstolos, D. António

Francisco. É com estes timoneiros que a Igreja em Aveiro tem procurado ser no

mundo em que vive Luz e Sal.

Se quiséssemos tentar caracterizar brevemente cada um dos nossos Bispos,

poderíamos talvez afirmar que:

D. João Evangelista foi o Bispo da restauração/unificação;

D. Domingos, o Bispo do ardor apostólico;

D. Manuel, o Bispo do Vaticano II;

D. António Marcelino, o Bispo da renovação eclesial;

D. António Francisco, o Bispo da Bondade.

A nossa, ainda breve história, está também marcada por construções físicas que

galvanizaram os Cristãos da Diocese. Antes de mais, aquelas que em cada uma

das Paróquias foram surgindo: construção e requalificação de Igrejas,

construção de estruturas para a acção pastoral, desde a evangelização à prática

da caridade, nomeadamente as das IPSS nascidas no âmbito eclesial. Contudo,

houve obras diocesanas que importa destacar pelo impacto que tiveram na

Diocese, quer durante, quer depois da construção. Em primeiro e a maior de

todas, o Seminário de Santa Joana Princesa em Aveiro, depois o Seminário de

Calvão, a casa diocesana, o CUFC e agora a Casa Sacerdotal.


Durante estas sete décadas de vida, muitos foram os acontecimentos eclesiais

que marcaram o andar desta Igreja de Cristo em Aveiro. Foram muitos e de

grande impacto na vida das pessoas e das comunidades. Uns de âmbito

paroquial, outros regional e outros ainda de âmbito diocesano. A título de

exemplo, pelo impacto que tiveram, não podemos deixar de recordar o I Sínodo

Diocesano pela procura da unificação pastoral e jurídica da Diocese “a três

cores”, como dizia D. João Evangelista.

Recordamos também a Missão Regional que percorreu todos os recantos da

nossa Diocese, começando com D. Domingos e continuando e terminando com

D. Manuel. Nesta missão, a Igreja queria conhecer “in loco” o ambiente e a vida

das pessoas e comunidades. O segundo Bispo da Diocese definia assim os

objectivos desta Missão Regional na sua Exortação Pastoral “O primado da

Evangelização”: “Suscitar e renovar a fé, semear a esperança e despertar a

caridade autêntica nas comunidades cristãs é retomar a linha de pregação

apostólica neste mundo em crise”.

Outro marco a ter em conta, pelo que significou de mobilização, de animação

cristã do mundo e de impacto na vida social e política Portuguesa nos últimos 25

anos do século passado, foi a manifestação dos católicos a 13 de Julho de 1975

na cidade de Aveiro. Tudo se pode resumir no brado de D. Manuel “Que os

cristãos acordem. Acordem”.

Por fim, outro acontecimento determinante na vida da Igreja diocesana é a

realização do II Sínodo de Aveiro de 1990 a 1995, o qual actualizou para a

Diocese o Concílio Vaticano II e o consequente novo Código de Direito Canónico

de 1983. Diz-nos o Bispo de então, D. António Marcelino, “Sínodo Diocesano

quer dizer caminhada em comum dos cristãos da Diocese, para que, todos

juntos, Bispo, Presbíteros, Diáconos, Religiosos e Leigos, nos esforcemos, de

modo organizado e constante, na nossa renovação segundo o Evangelho e na

renovação cristã da Diocese, com as suas paróquias, comunidades, serviços,

movimentos e instituições. Seguindo o nosso objectivo pastoral para estes anos

– Da Comunhão à Missão – vamos, assim, empenhar-nos todos para que a

nossa Igreja Diocesana seja, cada vez mais, uma verdadeira comunidade cristã


e também, de modo bem visível, uma generosa e pronta servidora dos homens,

nossos irmãos, e de toda a nossa sociedade aveirense”.

2. COTEXTUALIZAÇÃO SOCIOCULTURAL E RELIGIOSA

Não se pretende uma exaustiva caracterização social, cultural e religiosa do

tempo e espaço que nos é dado viver como Igreja de Cristo. Mas, para sermos

esta verdadeira Igreja de Cristo em terras de Aveiro, precisamos de ter

consciência do Homem que somos chamados a servir e da sociedade por ele

construída.

Para esta consciência, nada melhor que partirmos da visão assertiva e

clarividente de D. António Marcelino, apresentada na abertura da VI Sessão

Sinodal – Sessão de Encerramento. Aí nos dizia “A fisionomia da comunidade

humana e eclesial da Diocese mudou. Está pelo meio um Concílio ecuménico de

inegável alcance pastoral; a cultura dominante deixou de estar marcada, em

grande parte, pela influência religiosa; multiplicaram-se as potencialidades, mas

também os problemas; eclodiu a emigração e viveu-se, por via dela, o confronto

com outras terras, gentes, religiões e culturas; aconteceu uma revolução política

que instaurou a democracia e abriu as pessoas para hábitos novos de

participação; alargou-se a rede de ensino escolar, desde a pré-escola à

Universidade; ruíram as fronteiras restritivas dos territórios, das ideias e da

convivência, por via dos meios de comunicação social, da rede rodoviária, dos

acordos europeus; irrompeu, de modo vertiginoso, o parque industrial; deu-se a

expansão do turismo e a pujança efémera do mundo piscatório; acordamos

numa encruzilhada, não apenas de rodovias, mas de novos desafios, de novos

problemas, de novas potencialidades e também de novos apelos pastorais e

apostólicos. O mundo não parou nem pára mais, e as ondas que o batem, com

mais ou menos inclemência, batem também a barca da Igreja”.

Passados mais de quinze anos desta análise, continuamos a sentir a sua

actualidade e consequências. Mas este foi um mundo e uma Igreja que não

pararam. A Missão Jubilar que vamos viver, é marcada fortemente pelo colapso

económico e financeiro do mundo ocidental que nos lançou numa crise sem


precedentes na nossa memória colectiva recente. A Europa encontra-se a

definhar e refém dos caminhos e opções que fez e mostra-se, a cada dia que

passa, mais incapaz de afirmar e construir um projecto colectivo de justiça e paz

social e ainda de solidariedade, único lugar possível para a verdadeira e plena

realização da dignidade humana. O modelo que nos habituámos a ter por seguro

está moribundo e a sua agonia comporta em si riscos sérios e graves para a

nossa dignidade e liberdade.

A nossa Igreja Diocesana, viveu também acontecimentos marcantes,

nomeadamente a chegada de um novo Bispo. Mas sentimos, no dia-a-dia da

nossa Diocese, o cansaço das opções pastorais, das estruturas e dos agentes

de pastoral. É iniludível a carência de sacerdotes e de agentes de pastoral, bem

como o envelhecimento de ambos. A chegada de novos agentes de pastoral

acontece a conta-gotas e a maioria das vezes sem compromisso de futuro e os

poucos destes que restam, rapidamente são absorvidos e esmagados pela

super-estrutura existente. As Igrejas estão a ficar vazias, as celebrações muitas

vezes não têm alma, o processo catequético está a criar uma infinidade de

crismados, mas não de cristãos. O mundo em que vivemos parece cada vez

mais distante de Deus e sem espírito cristão. Organiza-se sem precisar de Deus

e vive como se nos reduzíssemos a simples máquinas super desenvolvidas

destinadas à morte como aniquilamento definitivo.

Diante de tal realidade, é bom ter presente a palavra do nosso Bispo, D. António

Francisco que nos recorda que há um ministério de Esperança, Bondade e

Comunhão a realizar.

É conscientes do amor de Deus por cada um de nós e por esta Sua Igreja de

Aveiro que queremos soltar as amarras do nosso coração e abri-lo à existência

em Cristo na Igreja. Queremos agir com a consciência de que à Igreja

Diocesana “se pode chamar Igreja Acontecimento porque é manifestação

concreta e histórica do querer salvador de Deus, inserido num determinado

lugar” como dizia D. Domingos. E neste caminho a trilhar precisamos de ter

como método “o discernimento como a palavra-chave no cristianismo e na nossa


prática pastoral” como nos ensinava D. Manuel. Fazemo-lo tendo presente a

nossa história de 75 anos que procura cumprir o sonho de D. João Evangelista

“Dar à Diocese o sangue próprio das suas veias, os dois pulmões do seu peito

por onde ela unicamente respirasse, os seus órgãos privativos de vida, aquele

calor típico que ateasse e conservasse por toda a parte do seu território a alma

da mesma Igreja”. Tudo isto na senda do Concílio Vaticano II e do nosso II

Sínodo Diocesano para sermos como desejava, D. António Marcelino, “Igreja

aberta, dialogante e solidária que procura na força da fé e da comunhão fraterna

exorcizar os seus medos e os seus complexos e tornar-se espaço apetecível

para jovens e adultos, para praticantes e não praticantes, para crentes e não

crentes. Igreja que se esforça por espelhar Cristo e o Seu rosto autêntico e por

encarnar, cada dia mais, o espírito conciliar, na sua vida interna e na sua relação

com o mundo e com os homens”.

Há de facto um ministério de Comunhão, Esperança e Bondade a sonhar, a

projectar e a realizar.

II – O PROCESSO DA MISSÃO JUBILAR

As incertezas, os desafios, os apelos e as angústias diante da realidade que

vivemos e do mundo que somos chamados a servir são grandes. Mas maior

ainda é a força da presença de Deus no seu rosto filial e irmão marcado em

cada um de nós e na Sua Igreja pelo Espírito Santo.

1. PRESSUPOSTOS E DESAFIOS

É por isso que partimos para a Missão Jubilar, certos de que, como dizia D.

António Marcelino, na abertura dos trabalhos da I Sessão da Assembleia Sinodal

“Deus fez a Sua tenda no meio dos homens. O Seu santuário é o mundo dos

homens. O templo é um lugar de passagem. Lugar da revitalização, da

aprendizagem, da referência necessária à Comunhão e à Missão, do reforço da


disponibilidade e da generosidade, dos encontros que passam mas que

preparam e fortalecem os encontros que permanecem. Porém, o espaço normal

da vida da Igreja não é o templo. É o mundo, é a vida concreta, é o campo

aberto das nossas vitórias e das nossas derrotas diárias. O templo só é de

Deus, quando, partindo de Deus, o homem que o frequenta, parte ao encontro

do outro homem”.

Assumimos a nossa Missão Jubilar alicerçando-nos no lema escolhido por

aqueles que nos precederam na vida de fé nesta Igreja de Aveiro “AMAR A

DEUS É SERVIR”. O lugar do nosso agir pastoral e cristão terá de ser sempre a

resposta à pergunta de Deus a Caim “Onde está o teu irmão?”. O processo terá

de ser sempre o de Cristo eloquentemente revelado no lava-pés: “Assim como

Eu vos fiz, fazei-o vós também”. Assim, o nosso processo, o nosso ideal só pode

ser SERVIR. E fazemo-lo na certeza maior do amor de Deus “Não fostes vós

que Me escolhestes, fui Eu que vos escolhi a vós”.

Por tudo isto, a nossa forma de amar a Deus em Aveiro, o nosso modo de

anunciar o Evangelho de Cristo, o nosso jeito de construir aqui e agora o Reino

de Deus é servir em Igreja e como Igreja.

Partimos com a mesma estratégia de Paulo VI quando ainda era Arcebispo de

Milão “Dar um choque operativo…, isso para abalar a indiferença ateia”. Nós

acrescentamos, para abalar os comodismos, indiferenças, alheamentos,

apoucamentos e medos no nosso modo ser a Igreja de Cristo em Aveiro.

Queremos fazê-lo com a mesma consciência e humildade de Paulo VI, porque a

nossa realidade eclesial é em muito igual à de Milão de 1959 “Como está às

vezes vazia a Casa do Senhor: Se nos fosse possível termos voz bastante para

chegar até vós, filhos que já não nos amais, pediria primeiramente o vosso

perdão. Sim, devemos pedir-vos que nos perdoem antes de pedirmos a Deus

que vos perdoe. Pois porque se afastou de nós o nosso irmão? Porque não foi

suficientemente amado. Porque não velámos bastante por ele, não o instruímos

bastante, não o iniciámos bastante nas alegrias da fé. Porque julgou a fé

partindo do que somos, nós que a pregamos e representamos, porque, em

razão dos nossos defeitos, foi levado a aborrecer-se quando se tratava de


religião, a desprezá-la, a odiá-la, por ter ouvido mais censuras do que avisos ou

apelos.

Se é, pois, assim, pedimo-vos a vós, irmãos afastados, que nos perdoeis se não

vos compreendemos, se vos repelimos demasiado facilmente, se não vos

rodeámos bastante de cuidados, se não fomos suficientemente mestres

espirituais, suficientemente bons médicos das almas, se fomos incapazes de vos

falar de Deus como devíamos tê-lo feito, se vos tratámos com ironia, com

sarcasmo, se sustentámos polémica, hoje imploramos o vosso perdão. Mas, ao

menos, escutai-nos”.

É com este alento e humildade que nos propomos dar resposta e corpo ao

anúncio da Missão Jubilar feita pelo nosso Bispo na sua carta aos Presbíteros

de 12 de Maio de 2008 e renovado na apresentação do plano diocesano de

pastoral para o quinquénio de 2008 a 2013.

Vamos fazê-lo corporizando o caminho que D. António Francisco nos propõe

nesse mesmo documento “Como rosto de bondade, proximidade e abertura ao

futuro “escatológico” que se envolve desde já e, com ousadia confiante na

valorização do tempo, que se expressa na convivência solidária, na celebração

festiva, no testemunho irradiante, na presença qualificada, quer no interior das

comunidades cristãs, quer nos espaços socioculturais a humanizar e

evangelizar”. Isto mesmo já nos tinha sido proposto para oração e meditação em

8 de Dezembro de 2006 quando nos propôs realizar um ministério de Bondade –

o mesmo é dizer ser servidor das Bem-aventuranças.

Na Missão Jubilar queremos cumprir esta motivação profunda e convicção firme

do nosso Bispo. Para isso, como nos pediu, vamos procurar ser Igreja com

palavras, gestos, atitudes e vidas inteiras que anunciem e revelem que ser

cristão é ser feliz, coerente, compreensivo, verdadeiro, desprendido, puro de

coração, livre, construtor da paz, justo e irmão. Isto é a realização das bem-

aventuranças.

A Esperança deste caminho e processo a percorrer, encontramo-la no lema

episcopal do nosso Bispo “In manus Tuas” (Lc. 23, 46). Diz-nos o nosso Bispo


que “Jesus ensinou-nos a preparar e a preceder os momentos maiores e

decisivos e os percursos de todas as horas com tempos de silêncio, de oração e

de contemplação. O Cenáculo e o Calvário, a Eucaristia e a Cruz revelam-nos a

plenitude redentora da doação de Cristo ao Pai”.

“In manus Tuas” – estamos nas mãos de Deus.

2. A MISSÃO JUBILAR

Importa recordarmo-nos a realidade fundante da MISSÃO: O amor Trinitário de

Deus que nos criou por amor e para o amor. Só em Deus seremos plenamente

Homens porque Filhos e assim seremos como deuses, como nos recordava S.

Paulo.

Neste caminho de humanização transcendente perseguimos o caminho de

Jesus Cristo, sabendo que este acontecimento redentor é diariamente

actualizado em nós pelo Espírito Santo.

Poderíamos assim concluir que a missão para o cristão é por um lado SER, isto

é, configurar-se a Jesus Cristo pela força do Espírito Santo para a Comunhão

com o Pai. Por outro lado, a missão é ao mesmo tempo partir para anunciar,

transformar, fecundar o nosso mundo com a Esperança e para a Esperança.

A missão desafia esta Igreja de Aveiro, em cada um dos seus Cristãos e todos

no seu conjunto a ser rosto da Esperança para abrir a uma vida plena de sentido

e assim servir a Humanidade.

E queremos que esta Missão seja JUBILAR, porque nos recorda numa data

redonda a restauração da nossa Diocese e ainda porque o queremos fazer com

alegria e festa, testemunhando que ser Cristão é ser feliz porque sabemos em

quem acreditamos e orgulhamo-nos de pertencer a esta Igreja de Cristo

presente em Aveiro. Sentimos bem fundo a alegria da nossa história como

Diocese e do caminho feito. Tudo queremos celebrar com júbilo e alegria.


3. CONTEÚDO DA MISSÃO JUBILAR

A Missão Jubilar será um tempo delimitado no tempo, mas que queremos nos

anime num futuro próximo, em que procuraremos exercer o ministério da

Bondade com humildade, ousadia e confiança, transformando o nosso ser

cristão num testemunho irradiante para humanizar e evangelizar o mundo e o

tempo em que vivemos.

Vamos fazê-lo com palavras, gestos e atitudes que anunciem que ser cristão é:

• Ser feliz;

• Livre;

• Verdadeiro;

• Coerente;

• Justo;

• Puro de coração;

• Desprendido;

• Compreensivo;

• Irmão;

• Construtor da paz.

Será um tempo em que o objectivo de vida e pastoral e o caminho a trilhar é o

da realização das bem-aventuranças.

4. ATITUDES PARA A MISSÃO JUBILAR

Para que o tempo que vamos viver seja realmente uma missão jubilar,

precisamos de desenvolver em cada um de nós, nas nossas comunidades e na

Igreja Diocesana no seu todo, atitudes sem as quais não seremos de facto

missionários.

Partimos da palavra do nosso Bispo que nos diz no seu documento de

apresentação do nosso plano de pastoral que a nossa acção pastoral precisa de

cultivar disposições, acolher dons e desenvolver virtudes.


Assumindo como ponto de partida a humildade, ousadia e confiança, propomos

então a meditação e interiorização de atitudes/convicções fundamentais neste

percurso.

a) Sou discípulo/apóstolo de Jesus Cristo Ressuscitado;

b) Sou necessário e todos somos necessários na missão, pelo que devemos

desenvolver o gosto de estar juntos;

c) Estar inteiro nesta missão que é a de todos os dias, deixando-me envolver

pela vida e espírito de oração;

d) Ser optimista – a obra é de Deus, o actor é o Espírito Santo e o caminho é

o de Jesus Cristo;

e) Ser ousado/audaz e aceitar fazer diferente e aceitar a criatividade pastoral

– desafiar o derrotismo e o “não somos capazes” e assim abrir-se a novas

perspectivas e a um novo fazer;

f) Ser objectivo e consequentemente selectivo nos caminhos e opções – não

podemos querer fazer tudo e chegar a todos os âmbitos ao mesmo tempo:

“Quem tudo quer, tudo perde”;

g) Aceitar ser ajudado e querer ajudar para ser e fazer diferente;

h) Estar consciente que a missão é um serviço e que por isso precisamos de

olhar Cristo pela oração.

Desenvolver estar atitudes/convicções será uma verdadeira conversão da Igreja

Diocesana, pressuposto indispensável para a “Missão Jubilar 2013”.

5. O LUGAR DA MISSÃO JUBILAR

O primeiro lugar da Missão Jubilar é por força do mandato de Jesus Cristo toda

a mulher e homem da nossa Diocese. O seu dia-a-dia, a sua vida concreta, a

totalidade das suas vidas em todos os seus âmbitos. Por isso, queremos que a

Missão Jubilar chegue ao mundo cultural, associativo, político, económico, da

saúde, educação, forças de segurança, prisões e outros.

Ao mesmo tempo o lugar da Missão Jubilar será também todas e cada uma das

nossas Comunidades Cristãs – Paróquias, os Serviços Diocesanos,

movimentos, obras de apostolado, associações, IPSS’s, enfim a Diocese inteira.


Desejamos que o programa da “Missão Jubilar 2013” seja assumido como o

programa pastoral das comunidades, serviços e movimentos da nossa Diocese.

6. PREOCUPAÇÕES PASTORAIS

Na preparação e realização da Missão Jubilar queremos ter presente três

preocupações fundamentais, às quais desejamos responder:

EVANGELIZAR - com palavras, gestos, atitudes e vidas inteiras anunciar que

ser cristão é viver e realizar as Bem-aventuranças;

CELEBRAR – com alegria e ambiente de festa celebrar a Igreja que somos, o

gosto de a ela pertencermos e o caminho já percorrido;

SERVIR – exercendo o ministério da bondade, e pela proximidade e abertura ao

futuro confiante na valorização do tempo, que se expressa na convivência

solidária ser testemunho irradiante e presença qualificada nos espaços

socioculturais fazendo assim irromper um sentido de plenitude na vida e

realizações do nosso mundo pela humanização e evangelização.

III – LEMA, META E OBJECTIVOS

1. LEMA

O lema que nos irá unir ao longo da Missão Jubilar é: “JUNTOS, SOMOS

CRISTO EM AVEIRO”

(Este lema carece de ser alterado ou pelo menos mel horado)

2. META

Estabelecemos como meta a atingir: “A Igreja Diocesana vive e celebra na

alegria o seu crescimento, abre-se ao mundo com ânimo evangelizador e assim

se torna rosto da Esperança”.


3. OBJECTIVOS

Assumimos como objectivos da Missão Jubilar 2013:

1. Ajudar os Cristãos da Diocese a descobrir e a viver o seu ser em Cristo.

2. Envolver cada cristão e todas as comunidades, serviços e movimentos da

Diocese nesta caminhada conjunta da Missão Jubilar.

3. Celebrar a alegria de ser Cristão na Diocese de Aveiro.

4. Celebrar festivamente e de modo criativo o Jubileu dos 75 anos de

restauração da Diocese de Aveiro.

5. Tornar, com acções simples e directas, cada Cristão e cada uma das

comunidades cristãs rosto de Cristo no mundo em que vivemos.

6. Proclamar e testemunhar com acções concretas a Abertura da Igreja de

Aveiro ao mundo em que vive.

7. Envolver através de parcerias todas as forças vivas do território da nossa

Diocese na realização da Missão Jubilar.

IV – ACTIVIDADES

Para atingir os objectivos a que nos propomos, assumimos a realização de

algumas actividades.

1. Em Aveiro, exposição fixa de arte sacra, história e levantamento sócio-

religioso da Diocese. Esta exposição será acompanhada de um filme e de

prospectos. Deverá ser aberta a todos e, em especial, a visitas de estudo das

escolas.

2. Exposição itinerante pelos arciprestados e que seja um pouco o resumo da

exposição fixa.

3. Tarja do Jubileu para todas as Igrejas da Diocese, espaços públicos e de

passagem.


4. Tarjas com o lema do jubileu para colocar em sítios de passagem.

5. Lemas parciais unidos ao arciprestado e divulgados em toda a Diocese.

6. Ter uma actividade para o dia 11 de cada mês na Diocese inteira. Será de

Outubro de 2012 a Dezembro de 2013.

7. Missão Jubilar nos Arciprestados

8. Hino do Jubileu

9. Publicação de uma breve história dos 75 anos da Diocese, e também uma

outra publicação das datas marcantes da nossa história e por fim, uma

publicação em banda desenhada da história da Diocese.

10. Apresentar a história da Diocese em edifícios

11. Evangelização:

1. “Ser discípulo de Jesus Cristo”

2. “Realizar as Bem-aventuranças no mundo”

3. “A história da nossa Igreja”

13. Celebrar festivamente o dia 8/12/2013 (Também se completam 7 anos do Sr.

D. António Francisco em Aveiro)

14. Celebrar o dia 11/12/2013 no qual, entre outras coisas, se apresente o

projecto pastoral que se seguirá no futuro próximo

15. Dar especial relevo a acções nas paróquias junto ao mar durante os meses

de Julho/Agosto e Setembro.

16. Formar “missionários” e “mensageiros” para a evangelização durante este

tempo do Jubileu (Religiosos(as), Diáconos, Sacerdotes, Movimentos, Serviços,

etc)

17. Fazer o organograma da Diocese para o futuro.


V – CALENDARIZAÇÃO

1. ELABORAÇÃO DA PROPOSTA “MISSÃO JUBILAR 2013”

23/11/2011 – Apresentação e discussão da proposta “Missão Jubilar 2013” no

Conselho de Arciprestes

29/11/2011 – Apresentação e discussão da proposta “Missão Jubilar 2013” na

reunião de todos os serviços e movimentos da Diocese

__/12/2011 – Apresentação e discussão da proposta “Missão Jubilar 2013” nas

reuniões arciprestais do Clero

__/12/2011 – Apresentação e discussão da proposta “Missão Jubilar 2013” em

reuniões arciprestais de agente de pastoral

11/12/2011 (Aniversário de restauração da Diocese) – Aprovação e publicação

do projecto “Missão Jubilar 2013”

2. PREPARAÇÃO

01/01/2012 a 31/01/2012 – Constituição da equipa diocesana da “Missão Jubilar

2013”

01/02/2012 a 31/05/2012 – Elaboração dos materiais necessários para a

realização da “Missão Jubilar 2013”

01/02/2012 a 31/05/2012 – Constituição de equipas locais para a dinamização e

realização da “Missão Jubilar 2013”

01/02/2012 a 31/05/2012 – Constituição das equipas de “missionários” e de

“mensageiros” da “Missão Jubilar 2013”

01/06/2012 – Conferência de imprensa para o anúncio e divulgação da “Missão

Jubilar 2013”

09 e 10/06/2012 – Leitura em todas as missas Dominicais da Mensagem do

Bispo Diocesano para a convocação da realização da “Missão Jubilar 2013”

01/06/2012 a 30/06/2012 – Formação dos “missionários” e “mensageiros” da

“Missão Jubilar 2013”


3. REALIZAÇÃO

15/10/2012 a 20/10/2012 – Colocação de Tarjas da “Missão Jubilar 2013” em

todas as Igrejas da Diocese

20 e 21/10/2012 – Recitação da oração da “Missão Jubilar 2013” em todas as

missas dominicais da Diocese e que deverá ser sempre recitada em todas as

missas dos dias 11 de cada mês e nas missas dos primeiros Domingos de cada

mês

21/10/2012 (Dia mundial das missões) – Início solene da “Missão Jubilar 2013”

• 14.30H – Toque dos sinos de todas as Igrejas da Diocese

• 15.30H – Solene concelebração eucarística na Sé Catedral de

Aveiro

01 e/ou 02/11/2012 – Recitação de uma oração Diocesana pelos defuntos nos

quais recordamos os que nos precederam na vida e na fé e mostramos a nossa

união à Igreja Triunfante e Purgante

05 a 25/11/2012 – “Missão Jubilar 2013” nos Arciprestados de Albergaria-a-

Velha e Sever do Vouga

11/11/2012 – Domingo – ACÇÃO DIOCESANA – Visitar um doente, idoso ou

preso

26/11 a 16/12/2012 – “Missão Jubilar 2013” nos Arciprestados de Estarreja e

Murtosa

11/12/2012 – Terça-feira – ACÇÃO DIOCESANA – Colocar tarjas em locais

públicos e visíveis a dizer “Jesus Cristo – Um presente de Deus para ti”

11/01/2013 – Sexta-feira – ACÇÃO DIOCESANA – Produzir um texto de sms e

um mail com PPS sobre a Paz e convidar todas as pessoas e enviá-los a todos

os seus contactos

14/01 a 10/02/2013 – “Missão Jubilar 2013” nos Arciprestados de Anadia e

Oliveira do Bairro


11/02/2013 – Segunda-feira – ACÇÃO DIOCESANA – Dia da saudação em que

por todos os meios convidamos as pessoas a saudar todos com quem nesse dia

se cruzarem. É só dizer: “Bom dia”, “Boa tarde” ou “Boa noite”

18/02 a 10/03/2013 – “Missão Jubilar 2013” nos Arciprestados de Ílhavo e Vagos

11/03/2013 – Segunda-feira – ACÇÃO DIOCESANA – Dia da partilha em que

convidamos todos os grupos e pessoas a percorrerem as casas das pessoas

para recolherem bens alimentares não perecíveis para dar aos que mais

necessitam

10/04 a 28/04/2013 – “Missão Jubilar 2013” no Arciprestado de Aveiro

11/04/2013 – Quinta-feira – ACÇÃO DIOCESANA – Dia da Palavra em que

produzimos autocolantes e postais com pequenas frases do Evangelho e

convidamos as pessoas a distribuí-las por todas as pessoas que encontrarem

nas ruas, nos cafés, etc

11 e 12/05/2013 – Sábado – ACÇÃO DIOCESANA – Dia da Peregrinação com

grupos a pé ou de autocarro e que se dirigem ao Túmulo de Santa Joana

Princesa para aí orarem e receberem um breve opúsculo com a vida da nossa

Padroeira

12/05/2013 – Inauguração da Casa Sacerdotal, seguida de procissão de Santa

Joana Princesa do Seminário para a Catedral onde será celebrada a Eucaristia

11/06/2013 – Terça-feira – ACÇÃO DIOCESANA – Dia da família em que

convidamos as famílias a jantarem sem televisão e a iniciarem com uma breve

oração

11/07/2013 – Quarta-feira – ACÇÃO DIOCESANA – Realização a nível

diocesano de um tempo de oração a que chamaremos “Uma oração numa noite

de verão”

11/08/2013 – Domingo – ACÇÃO DIOCESANA – Realização da “Niht Go(o)d” de

10 para 11 de Agosto

11/09/2013 – Quarta-feira – ACÇÃO DIOCESANA – Colocar tarjas em locais

públicos e visíveis alusivos à “Missão Jubilar 2013”


02/10 a 27/10/2013 – “Missão Jubilar 2013” no Arciprestado de Águeda

11/10/2013 – Sábado – ACÇÃO DIOCESANA – Convidar todas as pessoas a

usar uma peça de roupa indicativa da “Missão Jubilar 2013”

10/11 a 17/11/2013 – “Missão Jubilar 2013” – Semana de promoção das

vocações sacerdotais em toda a Diocese

11/11/2013 – Segunda-feira – ACÇÃO DIOCESANA – Convidar todas as

pessoas a oferecer uma pegada a quem encontrarem na qual esteja o convite

para a celebração do dia 8 de Dezembro de 2013

08/12/2013 – Solene concelebração no pavilhão do parque de exposições de

Aveiro

11/12/2013 – Quarta-feira – ACÇÃO DIOCESANA – Sessão solene com

apresentação do projecto pastoral para o próximo futuro

“MISSÃO JUBILAR 2013” NOS ARCIPRESTADOS

Esta acção constará de:

• Exposição sobre a história e vida da Diocese num local comum ao(s)

arciprestado(s)

• Três noites de formação/catequese comunitária em cada Paróquia com os

seguintes temas:

4. “Ser discípulo de Jesus Cristo”

5. “Realizar as Bem-aventuranças no mundo”

6. “A história da nossa Igreja”

• Tempo de adoração ao Santíssimo Sacramento seguido da Eucaristia

Concelebrada por todos os Padres do(s) Arciprestado(s) e presidida pelo

Bispo Diocesano (?) ou então presidirá só à final

• Encerramento da exposição no último dia e igualmente exposição ao

Santíssimo e Eucaristia

• Convívio de todas as pessoas presentes no encerramento


“MISSÃO JUBILAR 2013” – IGREJA ABERTA AO MUNDO EM Q UE VIVE

Esta acção constará de sessões com os seguintes temas (a concretizar) e nos

seguintes locais:

• O mundo da Educação – Aveiro

• O mundo do Trabalho – Águeda

• A Ecologia – Estarreja/Murtosa

• O mundo Rural e da Agricultura – Albergaria-a-Velha/Sever do Vouga

• O mundo da Saúde – Oliveira do Bairro/Anadia

• O mundo da Política – Ílhavo/Vagos

Talvez um outro tema a considerar seja o do mar e do mundo piscatório.


QUESTÕES PARA REFLEXÃO

O que temos em mãos é uma proposta de trabalho para a elaboração do

projecto da “Missão Jubilar 2013”.

Ela parte da realidade do que somos em termos sociais, religiosos e

eclesiológico e procura ser uma resposta hoje ao desafio de anunciarmos o

Evangelho de Cristo em Aveiro.

Pressupõe desde logo que esta seja uma proposta para o todo da nossa

Diocese e que é assumida no seu conjunto pela comunidade eclesial.

Pergunta-se:

1. Concordamos genericamente com a proposta feita?

2. Entendemos que deve ser a proposta para todas as Paróquias, serviços e

movimentos da nossa Diocese?

3. Que propostas de lema?

4. Que alterações nos objectivos?

5. Que actividades propostas retirar ou alterar?

6. Que actividades acrescentar?

Spiritual

Jubileu Diocese de Aveiro - Proposta de Trabalho