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Manual do Instrutor UM TRABALHO PREPARADO PARA ENSINAR A FÉ BAHÁ’Í

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Man u a l d o Instrutor

UM TRABALHO PREPARADO PARA ENSINAR

A FÉ BAHÁ’Í

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Manual do Instrutor

©2010 copyrightTodos os direitos em português reservados para:

EDITORA BAHÁ’Í DO BRASILCaixa Postal 108513800-973 Mogi Mirim SP

www.editorabahaibrasil.com.br

Preparado pelo Comitê Nacional de Ensino, orgão bahá’í da AEN do Brasil que funcionou de 1961-1999.ISBN: 978-85-320-0222-8

1ª Edição: 1972 publicado sob o nome de Curso para Pioneiros2ª Edição: 20003ª Edição: 2010

Caso for imprimir o livro utilizar papel A4: 210 x 297 mm.

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Manual do Instrutor

Índice

Apresentação 1- A Visão Bahá’í do Brasil 2- Shoghi Effendi nos ensina a ensinar 3- Promovendo a “Entrada em Tropas” 4- As Pontes: Um Novo Enfoque de Consolidação5- Como dar a Mensagem 6- Os Princípios Bahá’ís7- A Bíblia e Outros Temas Místicos8- Analogias e Metáforas9- A Finalidade da Administração Bahá’í10- Padrão de Vida Bahá’í11- Para Meditar e Refletir12- Inspira minha alma, ó meu Deus13- A História de Bahá’u’lláh 14- A História do Báb 15- A História de ‘Abdu ‘l-Bahá 16- Histórias de Mártires: Quddús e Shahíd 17- A Oração na vida de Dorothy Baker 18- Epístola de Proteção 19- Formulário para Planejamento de Projetos de Ensino 20- Como realizar atividades 21- Como falar em público 22- Leituras a serem recomendadas aos contatos 23- Como proceder em visitas a Assembleias Espirituais Locais que necessitam de fortalecimento 24- Como proceder em visitas a Comunidades que Assembleias Espirituais Locais ativas 25- As Eleições Bahá’ís 26- Os Fundos Bahá’ís 27 - A Festa dos Dezenove Dias e o Calendário Bahá’í 28- Como fazer relatórios Endereços úteis para o instrutor Referências

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PELA JUSTIÇA DE DEUS! Se qualquer um abrir os lábios neste Dia e fizer menção do nome de seu Senhor, as hostes da inspiração Divina sobre ele descerão do céu de Meu Nome, o Onisciente, a Suma Sabedoria. Sobre ele haverá de baixar também a Assembleia do Alto, cada um erguendo um cálice de pura luz. Assim foi preordenado no domínio da Revelação de Deus, a mando dAquele que é o Todo-Poderoso, o Potentíssimo.

Bahá’u’lláh, SEB, 176

SE VOCÊS AGIREM DE ACORDO com os ensinamentos de Bahá’u’lláh, podem estar certos de que serão auxiliados e confirmados. Em tudo que vocês empreenderem serão vitoriosos, e todos os habitantes da terra não poderão resisti-los. Vocês serão os conquistadores, porque o Espírito Santo é seu concurso... o Próprio Espírito Santo os auxiliará.

‘Abdu’l-Bahá

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Apresentação

Bahá’u’lláh, a Manifestação de Deus para nossa época, afirmou que “ajudar-Me é ensinar Minha Causa” e, décadas depois desta revelação, Seu bisneto, Shoghi Effendi, o Guardião da Fé Bahá’í confirma que o ensino deveria ser “a paixão dominante da vida” de cada bahá’í.

Ao publicarmos o presente Manual do Instrutor, desejamos tomar acessível aos amigos que ensinam orientações práticas sobre como transmitir a Mensagem Bahá’í, realizar aulas para crianças, dar palestras, bem como oferecer amplo material para sua inspiração e reflexão enquanto no campo do ensino, incluindo-se perfis biográficos das Figuras Centrais de nossa amada Causa, história de mártires, seleção de textos comovedores que demonstram claramente o poder influenciador da Palavra de Deus na vida de tantos amigos Bahá’ís, ao longo deste cento e cinquenta anos de sua existência.Considerações específicas são feitas sobre o padrão de vida bahá’í, o processo de entrada em tropas, a aceitação de novos crentes e a elaboração de relatórios.

Solicitamos, portanto, a cada instrutor bahá’í que tenha sempre acessível este Manual como fonte de referência, guia e inspiração. Tenhamos sempre em mente estas iluminadas palavras do Abençoado Báb:

Mais vale guiar uma só alma ao Caminho de Deus do que possuir todos os tesouros da terra e do céu.

Assembleia Espiritual Nacional dos Bahá’ís do Brasil

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1Visão Bahá’í do Brasil

O Sagrado Nome de Bahá’u’lláh e a radiante Fé com a qual iluminou o mundo são conhecidos e respeitados por grande e crescente parcela da população brasileira atraindo a adesão de multidões dos diversos segmentos da sociedade.

A vitalidade da fé do povo de Bahá e a atuação poderosa das Instituições são os meios para a entrada dos novos crentes e o grande desenvolvimento dos recursos humanos e materiais da comunidade.

A pujança da Causa de Deus apoiada, defendida e aceita também por líderes do pensamento e pessoas proeminentes ligadas às artes, à música, à ciência e às outras manifestações da cultura nacional atrai a atenção e o interesse espontâneo das instituições da sociedade civil e dos mais destacados veículos de comunicação do país.

O sofrimento da sociedade é minorado pela atuação concreta dos servos da Causa e pela criativa aplicação dos princípios, modelos e padrões da Fé dentro da realidade social.

Milhares de crianças, adolescentes e jovens atuam como agentes transformadores e vivificadores do povo.

A ênfase na educação espiritual e holística através da cooperação com órgãos governamentais e não-governamentais garante a formação de base para a solução e prevenção dos problemas sociais.

Os servos de Bahá, exultantes, estão cada vez mais conscientes da elevada posição e sublimes virtudes conferidas a eles pelo Criador. Cada um toma firmemente na mão “a Taça do Testamento... salta e dança com êxtase na procissão triunfante do Convênio!” Humildemente esforçam-se para expressar em todos os aspectos da sua conduta, com convicção e ardor, as leis e ensinamentos redentores de Bahá’u’lláh.

A Palavra Sagrada - o Elixir Divino, o Mais Poderoso Talismã entesourada na literatura da Fé, amplamente oferecida, é sorvida pela população sedenta com grande aceitação e merecida fama, influenciando a vida individual e coletiva dos

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povos de língua portuguesa Motivado pelo amor à Fé, sensível às necessidades da Causa e desejoso de ajudar o seu progresso, cada um dos crentes, rico ou pobre, sem exceção, na medida de sua gratidão à Abençoada Beleza oferece alegre, espontânea e regularmente aos fundos uma parcela de seus recursos materiais, em espírito de sacrifício, tomando possível assim, o avanço da Causa.

A juventude bahá’í, na vanguarda do avanço vitorioso da Causa, com santidade, heroísmo e capacidade administrativa, mobilizada, realiza inovadoras e grandiosas ações coletivas e individuais de ensino à sua geração.

As Instituições Bahá’ís, como sóis, planetas e satélites no firmamento do Convênio, oferecem guia aos crentes e refúgio às multidões, inspirando admiração e respeito de todos.

Na esfera internacional, as comunidades bahá’ís latino-americanas inspiram os governos das nações nas Américas a alcançarem o seu glorioso destino assegurado por Bahá’u’lláh. Um movimento vibrante de pioneiros e instrutores na frente externa garante a colaboração do Brasil no crescimento de várias comunidades irmãs no mundo.

A comunidade bahá’í, plena da vivência de unidade e harmonia, aberta e arejada, resgatando os valores dos múltiplos grupos étnicos e culturais do país, oferece aconchego e proteção às almas, estimulando-lhes o desabrochar, nutrindo-as e favorecendo-Ihes o crescimento. A guia e o amor que emanam do Centro Mundial da Fé fazem vibrar os corações dos crentes. Em todos os recantos do país, há júbilo, esforço, sacrifício, perseverança, amor, disciplina, firmeza, unidade, fé, alegria e radiância orientadas e inspiradas pelo exemplo eterno, vibrante, sublime e imortal de ‘Abdu’l-Bahá.

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2Shoghi Effendi nos ensina a ensinar

Muito já se escreveu sobre o ensino da Causa de Deus. As compilações sobre os ensinamentos bahá’ís também abordam exaustivamente esta missão vital e intransferível de cada seguidor de Bahá’u’lláh. Com o intuito de facilitar o aprofundamento dos bahá’ís que estão tendo o privilégio de dedicar períodos de suas vidas ao ensino da Amada Causa, preparamos um instigante questionário sobre temas relacionados diretamente com o ensino e pesquisamos dentre os textos, documentos e cartas escritas pelo amado Guardião, Shoghi Effendi, quais seriam as respostas possíveis... Assim, com a leitura das questões a seguir enunciadas e a consequente reflexão sobre cada resposta oferecida por Shoghi Effendi, seremos capacitados a sermos melhores instrutores, colhendo maiores vitórias no campo do ensino.

1. Como ‘Abdu’l-Bahá, o Exemplo Perfeito dos Ensinamentos Bahá’ís, o Mestre, ensinava? Com sabedoria e tato no início, alerta e atencioso nos primeiros contatos, mostrando largueza e liberalidade em todos os seus discursos públicos, cauteloso, desdobrando gradativamente as verdades essenciais da Causa, apaixonado em seu apelo, porém, sóbrio em argumento, confiante em tom, inabalável em sua convicção, de infalível dignidade - tais foram as características que distinguiam a nobre apresentação da Causa de Bahá’u’lláh por nosso Amado Mestre. Shoghi Effendi ao alertar um amigo bahá’í: “Devemos ter cuidado para não ensinar de modo fanático..,” “devemos ensinar como o Mestre ensinou. Ele foi o Exemplo perfeito dos Ensinamentos. Proclamou as verdades universais da Fé, atraiu os corações e as mentes.”

Shoghi Effendi (“Bahá’í Administration” pp 69-70, pág. 26)

2. Qual a maior distinção para um indivíduo bahá’í? “Levar a luz da guia à alguma alma nova” e explica imediatamente que “o poder vivificador do Espírito Santo que veio ao mundo por intermédio de Bahá’u’lláh, é a fonte de vida imortal, e aqueles que são vivificados por este espírito neste mundo se encontrarão em grande honra e glória no mundo vindouro. O serviço mais meritório que se possa prestar é trazer uma área inteiramente nova à luz da guia divina e ao poder vivificador do espírito...”

Shoghi Effendi, 11/03/1956, pág. 52

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3. O que os bahá’ís não devem deixar de fazer diariamente? “Nunca devem eles deixar passar um só dia sem que ensinem a alguma alma, confiando em Bahá’u’lláh para fazer a semente brotar... os amigos devem procurar almas puras, ganhar sua confiança e então ensinar àquelas pessoas cuidadosamente, até que se tomem bahá’ís, depois do que devem nutri-Ias até que sejam firmes e ativos defensores da Fé.”

Shoghi Effendi, 30/05/1956 pp 51 e 52

4. Por que todos os bahá’ís devem se sentir como instrutores? “Bahá’u’lláh incumbiu os bahá’ís da sagrada obrigação de ensinar... não temos pastores, portanto, o serviço antigamente prestado por eles as suas religiões é o serviço que cada bahá’í tem obrigação de prestar, individualmente, a sua religião. Ele deve ser aquele que esclarece as novas almas e as confirma, curando os feridos e os cansados na estrada da vida e dando-lhes de beber do cálice da vida eterna - o conhecimento da Manifestação de Deus em Seu Dia”.

Shoghi Effendi, 05/07/1957, pág. 57

5. O que é um “bom instrutor bahá’í” e um “crente exemplar”? “Nada mais nada menos que um bahá’í comum que se consagrou ao trabalho da Fé, aprofundou seu conhecimento e sua compreensão de seus Ensinamentos, pôs em Bahá’u’lláh sua confiança e se levantou para Lhe servir do melhor modo...”

Shoghi Effendi, 21/09/1957, pág. 57

6. Existe alguma maneira especial de ensinar a Causa? “Existem inúmeras maneiras de ensinar a Causa, Podeis escolher aquela que melhor convenha a sua natureza e a vossa capacidade.”

Shoghi Effendi, 18/11/1935, pág. 34

7. O que é indispensável para termos sucesso no ensino da Causa? “Um verdadeiro e adequado conhecimento da Causa é, de fato, indispensável para todo aquele que deseja êxito no ensino da Mensagem”. Em outra ocasião, escreveu que “a maneira mais efetiva para os bahá’ís ensinarem a Fé é estabelecer fortes laços de amizade com os vizinhos e conhecidos... quando esses amigos têm confiança nos bahá’ís e estes em seus amigos, devem dar a Mensagem e ensinar a Causa. O ensino individual desse tipo é mais efetivo do que qualquer outro tipo.”

Shoghi Effendi, 02/12/1935, pág. 34

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8. Ainda sobre o aprofundamento do instrutor o que mais orientou Shoghi Effendi? Quais os passos práticos para sermos bem-sucedidos no ensino? A secretaria de Shoghi Effendi escreveu em nome dele que “muitas e muitas vezes o amado Guardião dava ênfase ao fato de que o indivíduo, a fim de ensinar a Fé eficazmente, devia estudar a Palavra Divina profundamente, sorver suas águas vivificadoras e regalar-se com Seus gloriosos ensinamentos. Ele deve em seguida meditar no intuito da Palavra e, descobrindo suas profundezas espirituais, orar por guia e ajuda O mais importante, após a oração, é a ação. Depois de ter orado e meditado, deve ele levantar-se, confiando plenamente na guia e confirmação de Bahá’u’lláh, para ensinar Sua Fé, Perseverança em ação é essencial, assim como, a sabedoria e a audácia são necessárias para o ensino eficaz...”

Shoghi Effendi, 30/06/1956, pág. 51 e 52

9. Onde obter o “necessário conhecimento e compreensão” para o ensino da Causa? “O livro Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh fornece aos amigos uma esplêndida oportunidade para adquirir o necessário conhecimento e compreensão. Oferece-lhes, além disso, aquela inspiração e aquele fervor espiritual que tão somente a leitura das Palavras Sagradas pode oferecer.”

10. O que o Guardião considera vital para os amigos fazerem? “Ensinar a Causa diretamente através das Palavras Sagradas.”

Shoghi Effendi, 06/05/1936, pág. 34

11. A personalidade do instrutor ou mesmo o método do instrutor têm influência no ensino da Causa? “No ensino da Causa, muito depende da personalidade do instrutor e do método por ele escolhido para apresentar a Mensagem. Personalidades diferentes e diversos tipos e classes de indivíduos exigem diferentes métodos de apresentação. E é sinal de capacidade do instrutor saber como melhor adaptar seus métodos aos vários tipos de pessoas que ele, por acaso, encontrar.”

Shoghi Effendi, 31/05/1934, pág. 34

12. E quando o instrutor se levanta e se sente incapaz de ensinar? “O simples ato de se levantar, haverá de lhe assegurar a ajuda e as bênçãos de Deus.” Em outra ocasião, ele disse que se o indivíduo esperasse até estar

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“completamente qualificado para cumprir alguma tarefa especial” então o trabalho da Causa estaria quase paralisado!

Shoghi Effendi, 31/03/1932, pág. 33

13. Qual o segredo do sucesso de um instrutor? “Uma completa e abnegada devoção é o que mais se necessita... quanto maior a intensidade com que nossa tocha arde, mais luz ela emitirá e mais facilmente haverá de transmitir aos outros sua chama.” O Guardião acrescenta ainda que o instrutor “deve ser a personificação da confiança” e que “nisto está a força e o segredo de seu sucesso”. O Guardião ainda orienta que “embora estejais só, e por maior que seja a apatia do povo ao seu redor, deve acreditar que as hostes do reino estão do seu lado e, com seu auxílio, haverá de vencer as forças das trevas com as quais a Causa de Deus se defronta”. O Guardião também afirmou que “espírito, determinação, fé e devoção é que produzem vitórias sucessivas...” e que “quando Nele pomos nossa confiança, Bahá’u’lláh resolve nossos problemas e abre o caminho.” “Consagração, dedicação e serviço entusiástico é a nota-chave para o ensino bem sucedido... deve-se tomar assim como um veículo, através do qual o Espírito Santo desce até alcançar aquele que estuda a Fé”.

Shoghi Effendi, carta de 12/10/1949 e pág 41 e 43

14. Quem ensina e quem confirma uma alma na Fé? “Nós damos a Mensagem e explicamos os Ensinamentos, mas é o Espírito Santo que vivifica e confirma.” “Todos devem se lembrar de que é o Espírito Santo que vivifica e, portanto, quem ensina deve ser como o junco (bambu) através do qual o Espírito Santo possa alcançar a alma que busca.” Shoghi Effendi também escreveu que “0 Mestre nos assegurou que quando esquecemos de nós mesmos e nos esforçamos com todas as nossas forças para servir e ensinar a Fé, recebemos ajuda divina... não somos nós que fazemos o trabalho, mas somos os instrumentos usados na ocasião para o fim de ensinar a Causa...”

Shoghi Effendi, 19/12/1953, pág. 47

15. Existe algum público-alvo especial para ouvir a Mensagem de Bahá’u’lláh? “A Causa de Deus tem lugar para todos. Em verdade não seria a Causa de Deus, se não admitisse e desse boas-vindas a cada um pobres e ricos, educados e ignorantes, desconhecidos e eminentes Deus quer todos, certamente, desde que a todos Ele criou.”

Shoghi Effendi, 25/01/1943, pág. 38

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16. Existe algum meio para atrair os corações para a Causa? “Através do exemplo, da amorosa associação, prece e bondade, os amigos podem atrair os corações de tais pessoas e fazê-las compreender que esta é a Causa de Deus em ação e não apenas em palavras!”

Shoghi Effendi, 24/02/1943, pág. 38

17. Mas não existem instrutores mais capazes e qualificados do que outros? “Nem todos nós temos capacidade pára servir da mesma maneira, mas há um modo de difundir a Fé que está ao alcance de todo bahá’í: é pelo exemplo” e afirma ainda mais que “isto comove os corações mais profundamente do que jamais podem as palavras fazer.” Shoghi Effendi orienta que “em todos os tempos devemos olhar para a grandeza da Causa e nos lembrar que Bahá’u’lláh ajudará a todos aqueles que se levantarem em Seu serviço... ao olharmos para nós próprios, sentimo-nos certamente desanimados por causa de nossas faltas e por sermos tão insignificantes!” “O sucesso no ensino depende de muitos fatores, um dos quais consiste em desenvolvermos um modo de vida verdadeiramente bahá’í e em cumprirmos as responsabilidades das quais nos temos incumbido.”

Shoghi Effendi, 14/10/1943, pág. 39

18. Em uma época tão cheia de publicidade, qual seria a melhor propaganda para a Causa? “O amor que mostramos para os outros, a hospitalidade e compreensão, o desejo de ajudá-los - tudo isso é a melhor propaganda da Fé.”

Shoghi Effendi, 14/10/1943, pág. 39

19. Com todo esse materialismo à nossa volta, é como se o povo estivesse adormecido, o que os faria abrir os olhos para a Fé? “Um espírito fraternal, livre de preconceito, amoroso, em suas relações com os outros - mais do que quaisquer palavras, abrirá os olhos das pessoas e dessa maneira facilmente ensinareis a Fé.”

Shoghi Effendi, 18/06/1945, Pág., 39

20. E quando vamos ensinar a pessoas cultas, o que precisamos conhecer? “Um sólido conhecimento da história, inclusive a história religiosa, e também de assuntos sociais e econômicos, facilita muito o ensino da Causa a pessoas cultas.” Em outra ocasião, Shoghi Effendi orienta que “se os bahá’ís querem ser realmente

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eficazes no ensino da Causa, precisam estar muito melhor informados e saber falar inteligente e intelectualmente sobre a condição atual do mundo e seus problemas... nós, bahá’ís, devemos, em outras palavras, munir nossas mentes de conhecimento, a fim de podermos demonstrar melhor - às classes cultas, em especial- as verdades entesouradas em nossa Fé.”

Shoghi Effendi, 04/0511946, pág. 46 e 05/0711949, pág. 42

21. Podemos deixar folhetos e livros bahá’ís em lugares públicos, acessíveis à população? “Não há inconveniente em deixar literatura bahá’í em um lugar público, contanto que não seja exagerado e não dê impressão de proselitismo.”

Shoghi Effendi, 22112/1947, pág. 41

22. Todas as pessoas, vamos dizer, estão prontas para a Causa? “Nunca devemos insistir em ensinar àqueles que não estão realmente prontos para a Causa” e exemplifica que “se um homem não tem fome, não se pode fazê-lo comer”.

Shoghi Effendi, 23/06/1948, pág. 41

23. Como devemos tratar temas como reencarnação e outros temas controversos no ensino, tais como aborto, homossexualismo e drogas? “Uma vez que aquele que busca venha a aceitar o conceito de religião progressiva, e a reconhecer Bahá’u’lláh, este conceito de reencarnação se esvairá na luz da verdade...”; e mais adiante é enfático “...devemos nos esforçar para evitar questões controversas de início, se possível.”

Shoghi Effendi. 23/06/1948, pág. 41

24. O que é necessário para que a Causa alcance um grande número de pessoas? “Sem o verdadeiro amor por Bahá’u’lláh, por sua Fé e pelas Instituições

desta, e o amor dos crentes entre si, jamais poderá a Causa realmente fazer entrar grande número de pessoas, pois não é pregação, nem preceitos que o

mundo quer; e sim, amor e ação.” Shoghi Effendi, 25/10/1949, pág. 43

25. Às vezes, ficamos desanimados porque são tão poucos os instrutores, aqueles que estão envolvidos nas campanhas de ensino, e aí? “Uma só alma amadurecida, tendo compreensão espiritual e um conhecimento

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profundo da Fé, pode inflamar um país inteiro tão grande é o poder da Causa para agir através de um veículo puro.”

Shoghi Effendi, 06/11/1949, pág. 43

26. O que o Guardião diz sobre a realização das Reuniões de Amigos para ouvirem a Fé, também chamadas pelos bahá’ís como “firesides”? “Os amigos têm total liberdade para realizar em suas casas tantas reuniões pequenas para ensino, tipo fireside, quantas quiserem... de fato, esse ensino pessoal, informal, no lar, talvez seja a forma que mais produza resultados.” Tempos depois ele voltou a escrever que “... o meio de ensino mais poderoso e mais efetivo já encontrado até agora é a reunião fireside , porque nessas reuniões perguntas íntimas, pessoais, podem ser respondidas e o estudioso pode lá encontrar em maior abundância o espírito da Fé.”

Shoghi Effendi, 24/02/1950, págs. 44 e 46

27. Precisamos orar de forma especial para o sucesso do ensino? O Guardião orienta que devemos “fazer questão especial de orar ardentemente não só pelo sucesso em geral, mas para que Deus mande a vós almas que estejam preparadas” e afirma então que “estas almas existem em cada cidade...”

Shoghi Effendi, 18/03/1950, pág. 44

28. O que o indivíduo deve fazer para o ensino da Causa? “Os bahá’ís devem compreender que o sucesso do seu trabalho depende do indivíduo, que deve levantar-se como nunca antes, para proclamar a Fé de Bahá’u’lláh, deve fazer muitos contatos, escolher alguns que lhe parecem estar preparados para se tomarem bahá’ís, desenvolver com eles uma íntima amizade, depois completa confiança, e finalmente, lhes ensinar a Fé, até que se tomem fortes sustentáculos da Causa de Deus - é este o modo mais efetivo de proceder.”

Shoghi Effendi, 27/12/54, pág. 48

29. E quanto a apresentar todos os ensinamentos de uma única vez? “Os poderes digestivos espirituais do homem estão sujeitos à leis semelhantes àquelas que governam a digestão física. A uma pessoa espiritualmente faminta ou sedenta se deve dar alimento sadio e apropriado, mas quando damos demais de uma vez, ou um alimento demasiado forte para os poderes digestivos, só causa náusea e rejeição ou má assimilação.”

Shoghi Effendi, 20/10/1925, pág. 31

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3Promovendo a Entrada em Tropas

A VISÃO DE SHOGHI EFFENDI do desenvolvimento orgânico da Fé molda nossa percepção das gloriosas possibilidades futuras no campo do ensino. Em uma carta dirigida aos crentes americanos em 1953, onde ele destaca a necessidade da distribuição estratégica de pioneiros, o amado Guardião afirma que um “fluxo constante de reforços”

Prognosticará e apressará o advento do dia que, como profetizado por’ Abdu’l-Bahá, testemunhará a entrada em tropas de pessoas de diversas nações e raças no mundo bahá’í - um dia que, visto em sua perspectiva apropriada, será o prelúdio daquela hora desde a muito esperada quando uma conversão em massa por parte dessas mesmas nações e raças, e como um resultado direto de uma cadeia de eventos, momentosos e possivelmente de natureza catastrófica... subitamente... revolucionará a sorte da Fé, transtornará o equilíbrio do mundo e reforçará um milhar de vezes a força numérica, assim como o poder material e autoridade espiritual da Fé de Bahá’u’lláh. (1) Escrevendo em sua mensagem do Ridván de 1990, a Casa Universal de Justiça conecta os “crescentes exemplos de entrada em tropas” em diferentes partes do mundo, aos estágios de desenvolvimento descritos por Shoghi Effendi. Também determina nosso lugar neste histórico processo e desafia os crentes à ação. Atesta a Casa Universal de Justiça:

Tudo nos encoraja a crer que os ingressos em larga escala irão expandir-se, envolvendo vila após vila, cidade após cidade, de um país para outro. Contudo, não nos cabe esperar passivamente pelo cumprimento final da visão de Shoghi Effendi. Nós, poucos que somos, colocando nossa inteira confiança na providência de Deus e considerando como um privilégio divino os desafios com que nos defrontamos, devemos avançar para a vitória com os planos em mão. (2)

Para ajudar os amigos a aprimorar seu entendimento dos processos associados com a entrada em tropas, e em resposta ao desafio colocado pela Casa Universal de Justiça, anexamos uma compilação com trechos de cartas escritas por Shoghi Effendi e pela Casa Universal de Justiça, ou em seus nomes, e oferecemos alguns dos temas extraídos da compilação. Nas seções 1 e 2 desta declaração, descrevemos alguns aspectos gerais do processo de crescimento e chamamos

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a atenção para fatores que contribuem para a expansão da Fé, enquanto que, na seção 3, focalizamos atividades específicas que podem ser adotadas para promover e manter o processo de entrada em tropas.

1. Algumas Características do Crescimento Antes de considerar o assunto da entrada em tropas, iniciamos examinando alguns aspectos gerais associados com os processos através dos quais a Fé Bahá’í cresce.

1.1 Crescimento Orgânico

O crescimento da Fé ocorre de forma orgânica e evolucionária. (3) Seu ritmo de crescimento não é, portanto, necessariamente uniforme (4), pelo contrário, avança “em vastas ondas, precipitadas pela alternância de crise e vitória.” (5) Shoghi Effendi também afirmou que a difusão da Fé em todo o mundo será acompanhada de uma aceleração de sua própria taxa de crescimento. (6)

Por enquanto, a Fé não está crescendo numa mesma proporção em todas as partes do mundo. A Casa Universal de Justiça tem observado existir uma “receptividade ansiosa” à Fé em muitas terras, (7) e que certos segmentos da população podem, inicialmente, tender a ser mais receptivos à Causa que outros. (8) Naquelas áreas onde a receptividade está apenas começando a surgir, a Casa de Justiça aconselha aos crentes a estarem confiantes de que “o tempo se aproxima quando o número de seus concidadãos a aceitar a Fé aumentará repentinamente.’’ (9)

Com relação ao futuro imediato, a Casa Universal de Justiça afirma que a taxa de crescimento está destinada a se acelerar. Afirma que “o cenário está preparado para um crescimento universal, rápido e maciço da Causa”, (10) e prevê que todas as comunidades nacionais irão colher os frutos da entrada em tropas. (11)

1.2 Dinâmica de Crise e Vitória

‘A interação dinâmica dos processos de crise e vitória caracteriza o desenvolvimento da Fé. (12) Shoghi Effendi afirma que os “registros de sua história tumultuosa” demonstram a verdade suprema de que, com toda nova manifestação de hostilidade para com a Fé, quer originária de dentro ou de fora, uma medida correspondente de

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efusão de graças, sustentando seus defensores e confundindo seus adversários, tem sido liberada providencialmente, transmitindo um novo impulso à marcha avante da Fé, ao passo que esse ímpeto, por sua vez, iria provocar, através de suas manifestações, nova hostilidade em áreas até então desapercebidas de suas implicações desafiadoras... (13) A Casa Universal de Justiça, da mesma forma, associa o contínuo surgimento da Fé da obscuridade e a maturação do funcionamento das instituições administrativas, com a resposta da comunidade à recente onda de perseguição no Irã, (14) e prevê que “as atuais vitórias levarão à oposição ativa”. (15)

1.3 Impacto do Declínio Social

Shoghi Effendi chama a atenção para a influência purificadora do sofrimento e da tribulação, associada com o processo de declínio social, na expansão da Causa. (16) E, em uma carta escrita em seu nome, o Guardião observa que “depois da humanidade ter sofrido... as pessoas entrarão na Causa de Deus em tropas.” (17)

A Casa Universal de Justiça descreve graficamente o impacto do processo de declínio sobre a humanidade, relacionando-o com a busca espiritual do gênero humano (18) e salienta a premente responsabilidade dos bahá’ís, tanto para aumentar o ritmo de suas atividades de ensino, (19) “antes que a oportunidade se perca diante das fases rapidamente mutáveis de um mundo frenético”, (20) como para criar o tipo de comunidade que ofereça um modelo tão distintivo de vida que irá “reascender a esperança entre os membros da sociedade, que se encontram crescentemente desiludidos.” (21)

1.4 Saída da Obscuridade

o progresso da Fé é acelerado pelas oportunidades decorrentes de sua saída da obscuridade. A Casa Universal de Justiça refere-se ao “surgimento de um novo paradigma de oportunidades para crescimento e consolidação ainda maiores de nossa comunidade mundial”, (22) e destaca o desafio urgente com que se defronta a comunidade bahá’í ao fazer face às necessidades decorrentes das possibilidades que surgem à medida que a paz Menor se aproxima. (23)

2. Fatores que Contribuem para o Crescimento

Como introdução, é importante observar que o amado Guardião em uma carta

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datada de 18 de fevereiro de 1932, escrita em seu nome, sublinha o fato de que um mero aumento no número de crentes não significa necessariamente um progresso da Causa Ele afirma:

Não é suficiente computar o número das almas que abraçam a Causa para saber o progresso que está ocorrendo. As consequências mais importantes de suas atividades são o espírito que é difundido na vida da comunidade e a extensão na qual os ensinamentos que proclamamos tomem-se parte da consciência e da crença das pessoas que os ouvem. Pois é somente quando o espírito tiver permeado completamente o mundo que as pessoas começarão a entrar na Fé em grandes números. (24) Da mesma forma, na mensagem do Ridván de 1989, a Casa Universal de Justiça afirma:

Não é suficiente proclamar a mensagem bahá’í, por mais essencial que seja tal ação. Não basta expandir as listas de registro de bahá’ís, por vital que seja tal trabalho. As almas têm de ser transformadas, e, desta forma, consolidadas as comunidades e alcançados novos modelos de vida. A transformação é o propósito essencial da Causa de Bahá’u’lláh; porém depende da vontade e do esforço do indivíduo alcançá-la, em obediência ao Convênio. (25) Estudando as cartas de Shoghi Effendi e da Casa Universal de Justiça é possível identificar vários fatores que contribuem para o crescimento da Fé em larga escala. Esses fatores interagem e reforçam um ao outro, e, quando atuam em harmonia, proveem a base para a criação de um ambiente que irá produzir crescimento uma comunidade bahá’í cujos membros dedicam-se ao aprimoramento de sua compreensão da natureza do ensino e ao aprendizado de como trabalhar juntos de forma a que tanto aceleram, como mantenham os processos de expansão e de consolidação.Dentre esses fatores interativos, estão os que seguem.

2.1 Compromisso com a transformação Espiritual

O elo crucial entre a transformação espiritual individual e a maturação gradual do funcionamento da comunidade bahá’í e o crescimento da Fé é um tema familiar nas cartas de Shoghi Effendi e da Casa Universal de Justiça. Promover tal transformação na vida pessoal e familiar, e no funcionamento das comunidades e Assembleias, é responsabilidade tanto dos indivíduos,26 como das instituições bahá’ís. (27) Como explica Shoghi Effendi:Quando o verdadeiro espírito de ensino, que exige dedicação completa, consagração

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a essa nobre missão e o viver a vida, é alcançado, não somente pelos indivíduos, mas também pelas Assembleias, então a Fé crescerá rapidamente. (28)

2.2 Amor e Unidade

O amor e unidade entre os crentes (29) e o amor dos amigos pela Fé e suas Instituições (30) são fundamentais para atrair grandes números de pessoas à Causa. O amado Guardião descreve a unidade e amor entre os amigos como “o espírito que deve animar sua vida comunitária”, (31) e decifra suas implicações práticas com relação ao planejamento e implementação do trabalho de ensino. Em uma carta escrita em seu nome, ele orienta os crentes como segue:

Que eles se esforcem mais para aperfeiçoar seus relacionamentos puramente bahá’ís, tomem-se mais unidos, mais educados espiritualmente, mais competentes no cumprimento de suas tarefas administrativas, como uma forma de preparação para o ensino e para receberem maiores números de novos crentes. (32) A Casa Universal de Justiça chama a atenção para o outro aspecto importante deste assunto. Ela nos adverte contra a polarização de pontos de vista sobre métodos e formas de ensino e oferece o seguinte conselho aos crentes:

Neste, como em todos os aspectos do trabalho da Causa, a solução reside em que os amigos sejam pacientes e indulgentes com aqueles que, por suas limitações, lhes afligem e que se esforcem, através da consulta das Assembleias, em se aproximar de um equilíbrio apropriado, enquanto mantêm o ímpeto do trabalho e canalizam o entusiasmo dos crentes. (33)

2.3 Participação Universal

A participação universal e os esforços persistentes dos amigos no ensino da Causa, na aplicação de seus princípios e no incremento do desenvolvimento de suas instituições não são somente “indispensáveis para o desenvolvimento dos recursos humanos necessários ao progresso da Causa”, (34) como também aumentam o sucesso no ensino. (35) 2.4 Equilíbrio entre a Expansão e Consolidação

A Casa Universal de Justiça refere-se à expansão e consolidação como

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“processos gêmeos que devem caminhar de mãos dadas”. (36) Afirma que eles são “processos inseparáveis”, (37) e que eles representam os “objetivos fundamentais do ensino”, (38) Enfatizando a relação entre consolidação e ensino, a Casa de Justiça, em uma carta escrita em seu nome, declara: A consolidação apropriada é essencial à preservação da saúde espiritual da comunidade, à proteção de seus interesses, à preservação de seu bom nome, e, em última análise, para a continuação do próprio trabalho de expansão. (39)

2.5 A Comunidade Bahá’í como Modelo

A Comunidade Bahá’í e a Ordem Administrativa devem continuar a se desenvolver e apresentar-se ao mundo como um modelo viável e uma alternativa como forma de organização social.

Este é um processo contínuo, Shoghi Effendi, em uma carta escrita em seu nome, afirma que:

Até que o público veja a Comunidade Bahá’í como um modelo verdadeiro, em ação, de algo melhor do que ele já tem, não irá responder à Fé em grandes números. (40) De forma semelhante, a Casa Universal de Justiça chama a atenção para o caráter distintivo da comunidade bahá’í e afirma que, à medida que o contraste entre a comunidade e o mundo em geral aumenta, isso “deverá, finalmente, atrair as massas desiludidas e fazer com que entrem no abrigo do Convênio de Bahá’u’lláh”. (41) Ainda mais, a Casa de Justiça percebe haver uma crescente preocupação com relação aos assuntos da humanidade e à incapacidade da velha ordem de resolver os problemas sociais críticos. Uma vez que a Ordem Administrativa Bahá’í está destinada a ser o modelo para a sociedade futura, existe uma necessidade premente em demonstrar as “potencialidades inerentes ao sistema administrativo” e para prover, em consequência, “um sinal de esperança para aqueles que se desesperam”. (42) Considerando a estreita relação existente entre os elementos de crescimento descritos acima e sua natureza interativa, sugere-se que, enquanto cada fator contribui para o processo de expansão, nenhum fator, por si mesmo, mostrar-se-á suficiente para produzir e manter ingressos em larga escala. Concentrar-se em um, em detrimento dos outros, poderá distorcer o processo de ensino e retardar o crescimento e a expansão da comunidade bahá’í a longo prazo. Ainda mais, Shoghi Effendi afirma que o envolvimento no trabalho de ensino reforça o desenvolvimento

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dos verdadeiros fatores que contribuem para o crescimento da Fé. Em uma carta escrita em seu nome, ele declara:

Ação inspirada pela confiança no triunfo final da Fé é, na verdade, essencial à materialização gradual e completa de suas esperanças para a expansão e consolidação do Movimento em seu país. (43) O Guardião também chama a atenção para o perigo inerente ao fato dos amigos esperarem até que estejam “completamente qualificados para cumprir qualquer tarefa especial”, (44) e enfatiza a relação entre os esforços individuais e a ajuda divina, observando que Deus irá... ajudar-nos se fizermos a nossa parte e nos sacrificamos no caminho do progresso de Sua Fé. Devemos sentir a responsabilidade colocada em nossos ombros, levantarmo-nos para dela nos desincumbirmos, e, então, esperar a graça divina a ser derramada sobre nós. (45)

3. Promovendo a Entrada em Tropas

Decorrente de um estudo da compilação anexa, é evidente existirem diversas atividades específicas que contribuem diretamente para o processo da entrada em tropas.

3.1 Fortalecimento das Assembleias Espirituais Shoghi Effendi enfatiza a importância da “instrumentalidade” da Ordem Administrativa em “vivi” e “sistematicamente” levar a Mensagem curadora de Bahá’u’lláh “a atenção das massas” (46) Ele destaca a relação existente entre o desenvolvimento das instituições e “o aceleramento do processo vital da conversão individual”, afirmando que este último é a razão pela qual “toda a maquinaria da Ordem Administrativa foi, primeiramente e tão laboriosamente, erigida” (47) Igualmente, a Casa Universal de Justiça liga diretamente o fortalecimento e o desenvolvimento das Assembleias Espirituais Locais com a capacidade da Fé de tratar do assunto da entrada em tropas (48) A natureza desta relação é explicada pela Casa Universal de Justiça na mensagem do Ridván de 1993. Refere-se à “mutualidade do ensino e administração” e ao fato de que “um reforça o outro” (49)

A Casa Universal de Justiça indica existir uma necessidade imperiosa de que as instituições bahá’í aprimorem seu desempenho através de uma mais íntima identificação com as verdades fundamentais da Fé, através de uma maior

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conformidade com o espírito e a forma de administração bahá’í através de uma confiança mais incisiva nos efeitos benéficos de uma consulta correta, de forma que as comunidades que elas guiem reflitam um modelo de vida que ofereça esperança para os membros desiludidos da sociedade (50)

Para esta finalidade, a Casa Universal de Justiça enfatiza a importância do treinamento dos amigos, incluindo aqueles nas área de ensino em massa (51) para aumentar seu entendimento e participação no trabalho administrativo da Causa. Destaca que o “funcionamento apropriado” das Assembleias Espirituais depende em grande parte dos esforços de seus membros no sentido de familiarizarem-se com os deveres e aderirem, escrupulosamente aos princípios em sua conduta pessoal e na condução de suas responsabilidades oficiais.

Chama a atenção para a importância da decisão dos membros da Assembleia de remover de seu meio todos os traços de alienação e tendências sectárias, sua habilidade em conquista a afeição e o apoio dos amigos a seus cuidados e de envolver tantos indivíduos quanto possível no trabalho da Causa.

E afirma que o resultado desses dedicados esforços de parte dos membros das instituições irá resultar em “um padrão de vida” que, não somente “trará honra à Fé”, como também servirá para atrair “os membros da sociedade, que se encontram crescentemente desiludidos.” (52)

3.2 Administração eficiente e Pronta Consolidação

Embora de forma pela qual o trabalho de ensino é organizado seja um assunto a ser determinado por cada Assembleia Espiritual Nacional, a Casa Universal de Justiça destaca a necessidade de “uma estrutura de ensino eficiente” para assegurar que “as tarefas sejam levadas a cabo com presteza e de acordo com os princípios administrativos de nossa Fé”. (530 Adicionalmente, afirma que a tarefa de consoli-dação, que é “elemento essencial e inseparável do ensino”, (54) deve ser “pronta, meticulosa e contínua. (55) Tal forma de abordagem integrada à expansão da Causa não somente aumenta os recursos humanos e financeiros da comunidade bahá’í, (56) como também ajuda a evitar tais problemas como a “inoculação” dos crentes contra a Fé, resultante de uma combinação de ensino inadequado e consolidação descuidada. (57)

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3.3 Planos de Ensino Estratégicos e Flexíveis

A Casa Universal de Justiça conclama cada uma das Assembleias Espirituais Nacionais para “equilibrar seus recursos e harmonizar seus esforços” para assegurar que a Fé seja ensinada a “todos os segmentos da sociedade”. (58) Aconselha as Assembleias a serem estratégicas e sistemáticas, a fazerem seus planos de ensino de modo a atender às necessidades de grupos sociais e culturais específicos, (59) pois “diferentes culturas e tipos de pessoas exigem diferentes métodos de contato”, (60) e afirma que a meta de todas as instituições bahá’ís e dos instrutores bahá’ís é: “avançar continuamente para novas áreas e camadas da sociedade “. (61)

A Casa de Justiça chama a atenção para a importância da flexibilidade e equilíbrio na formulação e implementação de planos de ensino. Os crentes são encorajados a serem receptivos a novos métodos, (62) usarem urna variedade de formas de contato, (63) e “não insistirem cegamente em fazer a mesma coisa em toda parte”. (64) A Casa Universal de Justiça indica que a comunidade bahá’í precisa tomar-se mais eficiente para gerir urna grande variedade de ações sem perder a concentração que deve manter nos objetivos fundamentais do ensino, ou seja, expansão e consolidação.

E para essa finalidade, enfatiza a necessidade de urna unidade na diversidade de ações... urna condição na qual diferentes indivíduos concentrar-se-ão em diferentes atividades, reconhecendo o efeito salutar do trabalho agregado sobre o desenvolvimento e crescimento da Fé, porquanto urna pessoa não pode fazer tudo, e todos não podem fazer a mesma coisa. (65) A importância da adoção pelos crentes de formas de contato estratégicos e flexíveis no trabalho da Causa é relacionado pela Casa Universal de Justiça tanto à crescente maturidade da comunidade bahá’í, corno à sua expansão. (66)

3.4 Alcançando Pessoas de Capacidade

Escrevendo às Assembleias Espirituais Nacionais, a Casa Universal de Justiça orienta que a Fé deve ser levada “a todas as camadas da sociedade humana e a todas as ocupações”. Diz mais, que “todos têm que ser, conscientemente, abrangidos pelos planos de ensino da Comunidade Bahá’í”. (67) Desde a necessidade aumentar e desenvolver os recursos humanos da Fé, a Casa Universal de Justiça conclama os crentes a despenderem esforços especiais para atrair pessoas de capacidade à

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Causa. (68) Descreve o ingresso de pessoas de capacidades como “‘um aspecto indispensável do ensino às massas”, e adverte que falharem atingir esta finalidade resultará em que a Fé não estará sendo capaz de “corresponder adequadamente aos desafios que sobre ela se impõe.” Com relação ao corpo de crentes da comunidade bahá’í, e as prioridades do trabalho de ensino, a Casa de Justiça afirma:

O conjunto de seus membros, independente da variedade étnica, deve agora abarcar um número crescente de pessoas de capacidade, incluindo pessoas de realizações e proeminência nos vários campos da atividade humana. O registro de números significativos de tais pessoas é um aspecto que não pode ser negligenciado e que precisa ser, consciente e deliberadamente, incorporado em nosso trabalho de ensino, de forma a ampliar suas bases e acelerar o processo de entrada em tropas. (69)

3.5 Relacionando a Fé aos Assuntos Sociais e Humanitários Contemporâneos

Na mensagem do Ridván de 1988, a Casa Universal de Justiça listou o “constante empenho” do crente individual de relacionar os Ensinamentos da Fé aos “assuntos da atualidade”, como uma das medidas que contribuem para o “sucesso no ensino”. (70) A Casa Universal de Justiça também nota que a “Ordem trazida por Bahá’u’lláh tem o propósito de guiar o progresso e resolver os problemas da sociedade”, e que a comunidade bahá’í está “claramente na vanguarda das forças construtivas em operação no planeta”. Chama a atenção para a necessidade de desenvolver e aperfeiçoar o sistema administrativo bahá’í como meio de demonstrar a eficácia deste sistema para atender às necessidades prementes da humanidade e oferecê-lo como uma “alternativa viável” para a velha ordem mundial deficiente e em fragmentação. (71)

3.6 Conduta Direcionada às Metas

Os crentes individuais, as Assembleias Espirituais Locais e Nacionais são chamados a colaborarem e persistirem em seus esforços para alcançar as metas dos planos de ensino. A Casa Universal de Justiça estabelece:

O trabalho de ensino, tanto aquele organizado pelas instituições da Fé como aquele que é o fruto de iniciativa individual, deve ser ativamente levado avante a fim de que haja um número crescente de crentes, conduzindo um maior número

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de países ao estágio de entrada em tropas, e, finalmente, à conversão em massa. (72) A urgência deste empreendimento é enfatizada pela Casa Universal de Justiça como segue:

Uma expansão maciça da comunidade bahá’í precisa ser alcançada muito além de todos os registros passados. A tarefa de espalhar a Mensagem à generalidade da humanidade, em aldeias, cidades e metrópoles precisa ser rapidamente ampliada. A necessidade de tal realização é crítica... (73) Adicionalmente, a Casa Universal de Justiça chama a atenção para a qualidade das iniciativas de ensino, recomendando que “o esforço dos bahá’ís deve ser de ensinar não apenas tão intensamente quanto possível, como também, tão bem quanto possível”. (74) A responsabilidade maior do crente quanto à implementação do trabalho de ensino é destacada pela Casa Universal de Justiça. Ela estabelece: Todo crente - homem, mulher, jovem e criança - é convocado para este campo de ação, pois é da iniciativa, da vontade decidida do indivíduo em ensinar e servir, que depende o sucesso da inteira comunidade. (75)

E afirma que: A chave para a conversão de pessoas à Fé está na ação do bahá’í individual ao transmitir a centelha da Fé àqueles que individualmente buscam, respondendo suas questões e aprofundando sua compreensão dos ensinamentos. (76)

4. Considerações Finais

Os extratos contidos na compilação Promovendo Entrada em Tropas servem para destacar alguns princípios gerais concernentes à natureza do crescimento e sua aceleração e para atração de grande número de pessoas a Fé Bahá’í. Adicionalmente, os referidos textos sugerem atividades específicas que podem ser realizadas, por indivíduos e por instituições, para apressar o ritmo de crescimento e para manter a expansão em larga escala da Causa É evidente que forças, dentro e fora da Causa, estão dando forma ao destino da humanidade. A Casa Universal de Justiça chama a atenção para a operação de dois grandes processos que estão em ação no mundo. O primeiro processo é:

O grande Plano de Deus, tumultuoso em seu progresso, atuando por intermédio da humanidade como um todo, derrubando por terra barreiras à unidade

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mundial e forjando a humanidade em um corpo unificado no fogo do sofrimento e experiência. Este processo irá produzir, no devido tempo determinado por Deus, a Paz Menor, a unificação política do mundo. A humanidade, quanto chegar esse tempo, poderá ser comparada a um corpo unificado, porém sem vida. O segundo processo é a tarefa de dar vida àquele corpo unificado - de criar verdadeira unidade e espiritualidade que culminará na Paz Maior - é trabalho dos bahá’ís, que estão trabalhando conscientemente, com instruções detalhadas e contínua guia divina, a fim de construir a tessitura do Reino de Deus na terra, para o qual convocam seus semelhantes, conferindo assim, sobre eles, a vida eterna. (77)

O desafio dos crentes é devotar todas as suas energias a esta tarefa vital, estimulados pela conscientização de que “não existe ninguém mais para fazê-lo”, (78) e apoiados em seu desejo de cumprir o anseio expressado pelo amado Guardião nos primeiros dias de seu ministério “E agora, ao olhar para o futuro, espero ver os amigos, em todos os tempos, em todas as terras, e de qualquer nuance de pensamento e caráter, voluntária e alegremente arregimentados ao redor de seu centro de atividade, local e, particularmente, nacional, apoiando e promovendo seus interesses em completa unanimidade e contentamento, com perfeita compreensão, genuíno entusiasmo e decidido vigor. Isto, na verdade, é a grande alegria e anseio de minha vida, pois é a fonte da qual todas as bênçãos futuras fluirão, a ampla fundação sobre a qual a segurança do Edifício deverá, em última instância, repousar. Não é de se esperar que agora, finalmente, o alvorecer de um dia mais brilhante esteja surgindo sobre nossa amada Causa? (79)

O Comitê Nacional de Ensino recomenda o estudo mais completo sobre o assunto através da Compilação “Promovendo a Entrada em Tropas”, publicado pela Editora Bahá’í.

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4As Pontes:

Um Novo Enfoque de Consolidação em Massa

Uma reflexão necessária

Mas, uma vez que muitos novos amigos se declarem bahá’ís, como esperar que milhares de pessoas de tantas origens religiosas, rapidamente venham a se integrar à nova concepção de religião trazida pelo Manifestante de Deus, Bahá’u’lláh, nos dias de hoje? Chegamos então ao ponto básico: como consolidá-los na Fé? Concluiu-se por buscar pontos entre suas crenças anteriores ou ideias anteriores de suas manifestações religiosas e sua nascente fé dentro da Causa de Deus, pois, não veio Bahá’u’lláh para revitalizar a religião eterna de Deus? E, não existe lugar para todos dentro desta Causa que é a própria Causa de Deus?

Verificou-se ser de importância essencial criar nos novos crentes um irreversível sentimento de identidade espiritual com a fé de Bahá’u’lláh. Consolidação então, nasce da criação de uma identidade bahá’í do novo crente com a Nova Ordem Mundial de Bahá’u’lláh. Os novos crentes necessitam estar conscientes de que ao se declararem bahá’ ís não estão ingressando em um Movimento Pacifista, em uma Filosofia Oriental, em uma Fraternidade Universal ou em um Clube Cultural ou Filosófico. Antes, estão ingressando na religião renovada de Deus, eterna no passado e eterna no futuro.

Estão ingressando em uma empreitada para a construção do Reino de Deus na Terra! Como então, seriam estas pontes? - As Igrejas, Templos, Centros Espíritas, Tendas dos Milagres, etc., serão substituídos pelas Sedes Bahá’ís Regionais ou Locais, pelas “Bases de Operações” de cada Campanha de Ensino em Larga Escala. Nestes locais os Bahá’ís realizam suas Festas de 19 Dias, Reuniões de Aprofundamento, Reuniões de Orações, Aulas para Crianças, Festivais de Músicas, Palestras Públicas. Assim, estes locais bahá’ís devem buscar refletir o espírito da Fé de Bahá’u’lláh, inspirando respeito e reverência.

- As missas, cultos, sessões espíritas, reuniões espiritualistas, serão substituídas por reuniões semanais de orações, de história das Figuras Centrais da

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Fé, reuniões sobre ensinamentos da Fé em geral, além de reuniões administrativas e comunitárias.

- O uso constante da Bíblia, aos poucos· será substituído pelo uso do livro “Palavras de Deus” ou pelo pequeno livreto “Orações Obrigatórias”, em uma primeira instância, pois não é este o livro designado pela Casa Universal de Justiça para que todos os Bahá’Ís tenham em seu poder? O que, também, não é conflitante de forma alguma (com) o uso da Bíblia!

- O uso de símbolos fixos como crucifixos ou medalhas com santos, aos poucos deverão ser substituídos pelo uso do pingente, broche ou do anel do Máximo Nome, sempre, tornando acessível a cada novo bahá’í uma pequena folha com instruções sobre o uso reverente do símbolo do Máximo Nome e sobre seu real significado espiritual.

- O uso de saudações como “louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo”, “a paz do Senhor irmão”, etc., serão gradativamente substituídas pelo uso consciente e apenas, se o novo bahá’í assim o desejar, ficando portanto a seu único e exclusivo critério, o uso da in vocação e saudação bahá’í de Alláh’u’Abhá. Uma pequena folha com informações sobre seu uso e significado deverá ser compartilhado com os novos bahá’ís.

- As aulas de catecismo ou destinadas às crianças promovidas pelas diversas denominações religiosas serão substituídas pelas Aulas Bahá’ís para Crianças, devendo ser também semanais, em lugares fixos e em horários fixos. O objetivo é manter a regularidade e a constância da atividade de forma a ir se tornando uma obrigação bahá’í.

- As comemorações especiais como o Natal, a Semana Santa, a Páscoa, a Quaresma, etc., serão substituídas pela realização regular a cada 19 dias das Festas dos Dezenove Dias e também pelas reuniões comemorativas dos Dias Sagrados Bahá’ís, como a Declaração do Báb, o Martírio do Báb, o Aniversário de Bahá’u’lláh, o Festival do Ridván (A Proclamação da Missão de Bahá’u’lláh), o Período do Jejum Bahá’í, etc.

- As programações ou calendários de atividades das Igrejas serão substituídas

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pela elaboração e ampla divulgação do Calendário Bahá’í, contendo além dos meses, os dias e os horários de realização das diversas atividades Bahá’ís, além das F:estas dos Dezenove Dias e Dias Sagrados, etc.

- O uso de hinos evangélicos ou outros cânticos espirituais serão gradativamente substituídos pelo uso e aprendizado das canções inspiradas em palavras sagradas Bahá’ís ou que se refiram aos ensinamentos Bahá’ís.

- O recebimento regular de revistas das igrejas, anteriormente citadas, será substituído pelo recebimento regular do jornal Bahá’í Brasil.

- A audição de programa religioso regular em emissoras de rádio será substituído, gradativamente, pela audição regular de Programa Bahá’í em emissoras de rádio, quando o mesmo existir na cidade.

- A leitura diária de coluna católica, coluna espírita, etc., em jornais diários da cidade será substituída pela leitura diária de coluna Bahá’í em jornais de sua cidade.

- Os novos bahá’ís serão aprofundados desde sua declaração na importância de observar as leis bahá’ís relacionadas com o casamento e funeral e a cerimônia de batismo será substituída pela declaração bahá’í dos filhos, ao atingirem a idade da maturidade, ou seja, os 15 anos.

- Desde o momento da declaração, os novos Bahá’Ís deverão ser incentivados a acompanhar os instrutores Bahá’ís em suas atividades regulares de ensino.

OBSERVE-SE QUE O USO DESTAS “PONTES” NÃO SIGNIFICA PERPETUAR RITOS OU OBRIGAÇÕES RELIGIOSAS SECUNDÁRIAS, UMA VEZ QUE OS BAHÁ’ÍS AO SE DECLARAREM DEVERÃO SER SEMPRE INCENTIVADOS E EXORTADOS A AGIREM CONFORME SUA CONSCIÊNCIA.

Por exemplo, usar anelou pendente do Máximo Nome, ter uma foto de ‘Abdu’l- Bahá em casa ou ter à mão o livro “Palavras de Deus”, dentre outros, é uma decisão individual, íntima do indivíduo!

O objetivo das “pontes” mencionadas anteriormente é apenas criar condições essenciais para que o novo bahá’í não se afaste da Fé por estar ainda apegado ou

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sentir falta de ligações ou práticas religiosas anteriores ao seu conhecimento da Fé de Bahá’u’lláh.

Como foi explicitado, temos na Fé lugar para todos de todas as origens religiosas, de todas as camadas da sociedade brasileira e, uma vez observadas estas DIRETRIZES, estaremos trabalhando para a criação de uma verdadeira identidade Bahá’í para os que se declararem. Portanto, nada de novo foi elaborado, mas tão somente procurou-se tornar regular atividades Bahá’ís que sempre constituíram as metas dos últimos planos mundiais, como a realização regular de aulas para crianças, a comemoração das Festas e dos Dias Sagrados, o ensino do uso de “Alláh’u’Abhá”, o acesso dos novos Bahá’ís a anéis e pendentes do Máximo Nome, a disseminação entre os novos Bahá’ís do livro “Palavras de Deus”, a publicação regular de uma coluna Bahá’í nos jornais, a emissão de um programa Bahá’í regular em emissoras de rádio, o envio de um jornal ou boletim Bahá’í de notícias com aprofundamento espiritual, o melhor uso das Sedes Bahá’ís, regionais ou locais, o acesso a fotos ou gravuras relacionadas com a Fé e o Centro Mundial Bahá’í.

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5Como dar a Mensagem

1. Formas de abordagem

“Você conhece a Fé Bahá’í?” “Você gostaria de conhecer uma mensagem de Unidade entre os povos do mundo”? “Você já ouviu falar de Bahá’u’lláh?”

Sempre devemos começar através de perguntas diretas e se a resposta for afirmativa, então começamos a falar da Mensagem da Fé. O desejo original é o de transmitir a boa nova de que Bahá’u’lláh já veio.

2. A Essência da Mensagem

- O Báb - Bahá’u’lláh - ‘Abdu’l-Bahá - Leis- Ensinamentos- Administração

Concluindo-se que não se deve imprimir ênfase demasiada em aspectos sociais e gerais de nossa Amada Causa, corno por exemplo, fundamentar toda a apresentação da Mensagem Bahá’í nos 12 princípios básicos da Fé. É vital e urgente que apresentemos a Mensagem em seus 5 aspectos básicos fundamentais: O Báb, Bahá’u’lláh, ‘Abdu’l-Bahá, Leis e Administração - sempre com tato e sabedoria. É oportuna uma leitura atenciosa do conteúdo da carta da Casa Universal de Justiça, citada na compilação “CAPTANDO A CENTELHA DA FÉ”:

“O motivo primordial deve sempre ser a reação do homem à mensagem de Deus e o reconhecimento de Seu Mensageiro. Aqueles que se declaram Bahá’ís devem ficar encantados com a beleza dos Ensinamentos e tocados pelo amor de Bahá’u’lláh.

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Os declarantes não necessitam conhecer todas as provas, história, leis e princípios da Fé, mas devem, durante o processo de se declararem, além de captar a centelha da Fé, ficar basicamente informados a respeito das Figuras Centrais da Fé. Assim como a respeito da existência de leis, que devem seguir, e de uma administração, que devem obedecer.”

Shoghi Effendi

Aceitação de Novos Crentes

1. Depois de termos ensinado a uma pessoa sobre a existência de Bahá’u’lláh, o Báb e Abdu’l-Bahá e depois de termos falado da administração das leis trazidas por Bahá’u’lláh para construirmos um novo mundo, se estivermos seguros de que a pessoa foi tocada pela “centelha da fé”, que ela ficou comovida com o conhecimento de Bahá’u’lláh, então devemos, sem mais demora, convidá-la a abraçar a Fé.

Este é um momento extremamente importante na vida de uma pessoa. Significa que ela reconheceu a Manifestação de Deus em Seu Dia. Significa que ela nasceu para a vida espiritual, foi confirmada pelo Espírito da Fé.

A importância deste momento nunca pode ser enfatizado demasiadamente, pois é também a culminação do trabalho do instrutor. E o instrutor deve estar consciente de que ele foi o instrumento que Deus utilizou para guiar uma nova alma à eterna e imutável Fé divina. Como revelou o Báb, mais vale “guiar uma só alma para Deus do que possuir todos os tesouros do céu e da terra”.

E então chega aquele momento. Como formalizar o convite para que a pessoa abrace a Fé? Simples. Basta apenas que digamos: “Você se sente um(a) bahá’í? “Gostaria de integrar a grande família de Bahá’u’lláh, de trabalhar por um mundo unido e fraterno?” E se a resposta for “SIM”, dê então as boas-vindas a esta alma abençoada e lhe fale sobre o significado espiritual desse momento.

Depois, diga que TODOS os bahá’ís possuem um Cartão de Declaração Bahá’í: precisamos receber correspondências, jornais e noticiosos bahá’ís e precisamos estar bem informados das atividades bahá’ís em nossa cidade, em

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nosso estado e no mundo. Por isso é que o cartão de Declaração além de conter uma declaração formal do ingresso na Fé Bahá’í, contém também nossos dados para correspondência e nossa idade, para que possamos participar das eleições anuais bahá’ís.

Isto já é suficiente para essa ocasião especial.

Uma vez preenchido o Cartão de Declaração, o instrutor deve encaminhá-lo para as Instituições Bahá’ís da região em que está ensinando.

2. Você pode sentir que embora a pessoa tenha se declarado, ainda não lhe pareça ser oportuno preencher o cartão. Não se apresse. Volte outro dia para aprofundar mais esta pessoa na Fé e quando se sentir seguro, preencha seu Cartão.

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6Os Princípios Bahá’ís

Certa vez Abdu’l-Bahá deu uma linda palestra no Ocidente, expondo os pontos fundamentais da Causa de Bahá’u’lláh. O Mestre discorreu na forma da enunciação de princípios. A argumentação de ‘Abdu’l-Bahá foi a seguinte:

I - O primeiro princípio de Bahá’u’lláh é:A Busca da Verdade.

O homem deve desligar-se de todos os preconceitos e do resultado de sua própria imaginação, a fim de que possa buscar a Verdade sem empecilho algum. A Verdade é uma só em todas as religiões, e pode servir de instrumento para realizar a unidade do mundo.

II - O segundo princípio de Bahá’u’lláh é:A Unidade do Gênero Humano.

O Deus Uno, que a todos ama, concede Sua Graça e Favores divinos a toda a humanidade... A glória do ser humano é a herança de cada um. Todos os homens são as folhas e os frutos da mesma árvore, todos são ramos da árvore de Adão, todos têm a mesma origem. A mesma chuva cai sobre todos, o mesmo sol com seu ardor faz todos crescerem, a mesma brisa refresca a todos... Todos os homens são iguais perante Deus. Ele não discrimina as pessoas.

III - O terceiro princípio de Bahá’u’lláh é:A Religião deve ser Causa de Amor.

A religião deve unir todos os corações e fazer desvanecerem-se da terra as guerras e disputas; deve dar origem à espiritualidade e trazer a cada coração vida e luz. Se a religião se tomar causa de desgostos, ódio e divisão, será melhor estarmos sem ela; retirarmo-nos de tal religião seria um ato realmente religioso...

IV - O quarto princípio de Bahá’u’lláh é:A Unidade da Religião e da Ciência.

Podemos pensar na ciência como uma asa e na religião como outra, a ave necessita de duas asas para seu voo - uma só seria inútil. Uma religião que contradiz a ciência, ou se lhe opõe, é apenas ignorância, pois o contrário do conhecimento é a ignorância. Uma religião que consiste apenas de ritos e cerimônias, que admite o preconceito, não é verdadeira. Esforcemo-nos sinceramente a fim de que possamos unir a religião e a ciência.

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V - O quinto princípio de Bahá’u’lláh é:Preconceitos de religião, raça, nação ou seita destroem o fundamento da

humanidade. Todas as divisões no mundo, o ódio, a guerra e a carnificina, são causadas por um ou outro desses preconceitos. O mundo inteiro deve ser visto como um só país, todas as nações como uma só nação, todos os homens como membros da mesma raça. Religiões, raças e nações são, todas elas, divisões feitas pelo homem... Deus é Deus para todos, a Seu ver, toda a criação é uma só. Devemos obedecer a Deus e nos esforçar por segui-Lo, abandonando todos os nossos preconceitos e assim, trazendo paz à terra.

VI - O sexto princípio de Bahá’u’lláh é:Oportunidades iguais para obtenção dos meios de subsistência.

Todo ser humano tem o direito de viver, o direito ao descanso, a um certo bem-estar... Ninguém deve morrer de fome, todos devem ter roupas suficientes...

Lutemos com todas as forças a nosso dispor para que condições mais felizes venham a prevalecer - condições que proporcionem a todo ser humano os meios de subsistência.

VII - O sétimo princípio de Bahá’u’lláh é:A Igualdade dos Homens perante a Lei.

A lei deve reger e não o indivíduo. Assim o mundo tomar-se-á um lugar belo e a verdadeira fraternidade será estabelecida.

VIII - O oitavo princípio de Bahá’u’lláh é:A Paz Universal.

Será eleito pelos povos e governos de todas as nações um supremo tribunal, cujos membros se reunirão em harmonia. Toda e qualquer disputa será referida a esta Corte, cuja missão será a de impedir a guerra.

IX - O nono princípio de Bahá’u’lláh é:Que a Religião não deve se intrometer em questões políticas.

Ao instrutor espiritual, cabe a tarefa de educar o homem, de lhe dar instrução e bons conselhos para que progrida espiritualmente. Com questões políticas, nada tem ele de ver.

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X - O décimo princípio de Bahá’u’lláh é:A Educação da Mulher

A mulher tem direitos iguais aos do homem na terra, e na religião e na sociedade, constitui elemento de grande importância. Enquanto se impedir que a mulher atinja suas mais altas possibilidades, por tanto tempo será o homem incapaz de alcançar a grandeza que poderia ser sua.

XI - O décimo primeiro princípio de Bahá’ u ‘lláh é:O Poder do Espírito Santo é o Único Meio para se Realizar o Desenvolvimento

Espiritual. Somente através dos sopros do Espírito Santo, poderá haver desenvolvimento espiritual. Por mais que o mundo material progrida, não importa com que esplendor se adorne, jamais será outra coisa senão um corpo inanimado, a menos que haja alma em seu interior, pois é a alma que anima o corpo; este só, não tem sentido real. O corpo material, privado das graças do Espírito Santo, permaneceria inerte.

Em resumo, compete-nos a todos sermos amantes da verdade. Que a busquemos em todos os tempos, em todos os países, tendo cuidado para nunca nos prendermos à personalidade. Vejamos a Luz, onde quer que brilhe; reconheçamos a luz da Verdade, não importa onde se manifeste. Aspiremos o perfume da rosa dentre os espinhos que a rodeiam; sorvamos a água que mana de toda Fonte pura.”

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7A Bíblia e Outros Temas Místicos

Um dos pontos aos quais o instrutor deve dar especial atenção é o estudo da Bíblia, e de alguns assuntos cristãos, a fim de que ele possa estar perfeitamente consciente das provas quando sair para o ensino e encontrar-se com pessoas -das mais variadas denominações cristãs, em especial aquelas pessoas que provêm de seitas de pensamentos bastante rígidos. A Bíblia está repleta de profecias e de passagens referentes a Bahá’u’lláh e algumas destas profecias devem, inclusive, ser memorizadas pelo instrutor. Para um maior estudo sobre o cumprimento destas profecias o instrutor deverá ler, individualmente, o livro da querida Mão da Causa de Deus William Sears, “Ladrão na Noite”. À medida que você for lendo o livro pode aproveitar e ir marcando na sua Bíblia as passagens mais importantes. Sobre os assuntos cristãos, você poderá ler e estudar o livro “O Esplendor da Verdade” que contém textos de’ Abdu’l-Bahá sobre os mais variados temas cristãos. O livro “Bahá’u’lláh e a Nova Era” também contém passagens referentes a temas cristãos. Outra sugestão seria o livro “As Profecias de Jesus”.

Céu e Inferno Bahá’u’lláh e ‘Abdu’l-Bahá não tomam em seu sentido literal, e sim consideram como simbólicas as descrições do céu e do inferno encontrados em algumas das mais antigas escrituras religiosas, como por exemplo, a história bíblica da criação. Ensinam que o céu é o estado da perfeição e o inferno o da imperfeição; céu é a harmonia com a Vontade de Deus e com os nossos semelhantes, e inferno é a falta desta harmonia; céu é a condição da vida espiritual e inferno a da morte espiritual. Enquanto, ainda no corpo físico, pode estar um homem no céu ou no inferno. As alegrias do céu são alegrias espirituais e as penas do inferno consistem na privação destas alegrias. Diz ‘Abdu’l-Bahá:

“Quando os homens; graças à luz da fé, se libertam da escuridão de taiS’ vícios e se tomam iluminados com o esplendor do Sol da Realidade e enobrecidos por todas as virtudes, nisto veem sua maior recompensa - nisto reconhecem o verdadeiro paraíso. Da mesma maneira, consideram que a punição espi-ritual... consiste em estar sujeito ao mundo da natureza, em ser privado de Deus, e ser brutal e ignorante, dominado pela luxúria, absorvido pela fraqueza animal, caracterizado por qualidades sombrias... tudo isto constitui a mais

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severa punição, a maior tortura.”

O Dia do Juízo Final Cristo nas Suas parábolas falou muito sobre o grande Dia do Juízo quando “o Filho do Homem virá na Glória do Pai... e... renderá a cada um, segundo as suas obras.” (Mat. XVI, 27). Ele compara este Dia ao tempo da colheita, quando o joio é queimado e o trigo é ajuntado em celeiros: “Assim será na consumação deste mundo (deste ciclo). Mandará o Filho do Homem os seus anjos, e eles colherão do seu reino todos os escândalos, e os que cometem iniquidade; e lança-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes. Então os justos resplandecerão como o sol no reino do seu Pai.” (Mat. XIII, 40-43) A frase “fim do mundo” usada na Versão Autorizada da Bíblia nesta passa-gem e em outras semelhantes, tem levado muitos à suposição de que, ao chegar o Dia do Juízo, a Terra será repentinamente destemida, mas isto é um erro evidente. A verdadeira tradução da frase parece ser “a consumação ou fim do ciclo.” Cristo ensina que o Reino do Pai será estabelecido na Terra bem como no céu... A Terra não será destruída, e sim renovada e regenerada...O Dia do Juízo do qual Cristo falou é evidentemente o mesmo da vinda do Senhor dos Exércitos, ou seja do Pai... Segundo a interpretação bahá’í, a vinda de cada Manifestante de Deus é um Dia de Juízo, mas a vinda do Manifestante Supremo, Bahá’u’lláh, é o grande Dia do Juízo para o ciclo mundial em que vivemos.

A Ressurreição O Dia do Juízo é também o Dia da Ressurreição. Bahá’u’lláh escreve: “Pelos termos “vida” e “morte” mencionados nas Escrituras, entende-se a vida da fé e a morte que é a descrença. O povo em geral, não podendo compreender a significação destas palavras, rejeitou e desprezou a pessoa do Manifestante, privou-se da luz da Sua divina guia, e recusou seguir o exemplo daquela Beleza imortal... Em cada era e século, os Profetas de Deus e Seus eleitos não tiveram outro objetivo senão o de afirmar a significação espiritual dos termos “vida”, “ressurreição” e “juízo”... Fosses tu atingir uma simples gota de orvalho das águas cristalinas da Sabedoria Divina, facilmente compreenderias que a verdadeira vida não é comum aos homens e animais, ao passo que a vida do espírito é possuída somente pelos puros de coração, por aqueles que tenham sorvido do oceano da fé e participado do fruto da certeza. Essa vida não conhece a morte, e essa existência é coroada pela imortalidade.Assim como se disse: “Quem é um crente verdadeiro, vive neste mundo e no

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vindouro.” Se por “vida” se entende esta vida terrena, evidentemente, a morte há de alcançá-la.”

Bem e Mal “Quanto a tua observação de haver ‘Abdu’l-Bahá dito a alguns dos amigos que não existe o mal, que é uma coisa inexistente, isso é uma verdade, desde que o maior mal para o homem é desviar-se e interpor um véu entre ele e a verdade. O erro é a falta de orientação; a escuridão é a ausência de luz; a ignorância é a falta do saber; a falsidade é a ausência da verdade; a cegueira é a falta da vista; e a surdez é a falta da audição. Por conseguinte, o erro, a cegueira, a surdez e a ignorância são coisas inexistentes.”

Milagres “Os Santos Manifestantes são fontes de milagres, autores de prodígios. Para Eles a coisa mais difícil e impraticável toma-se possível e fácil...

Os Livros Sagrados usam, porém, uma terminologia especial, e nenhuma importância é dada a esses milagres e prodígios pelos próprios Manifestantes; nem sequer desejam Eles mencioná-los... Milagres, pois, não constituem provas. Embora o possam ser para aqueles que os assistem, não o são para os ausentes.

Mas no tempo do Manifestante, quem possui a visão interior percebe milagres em todas as Suas condições, pois são superiores às de outrem, sendo isto em si um milagre absoluto. Lembremo-nos de que Cristo, solitário e sozinho, sem ninguém que O amparasse ou protegesse, sem exército nem legiões, vítima da mais severa opressão, levantou o estandarte de Deus ante todos os povos do mundo, resistindo-lhes e, finalmente, conquistando a todos, embora Seu corpo fosse crucificado. Eis um verdadeiro milagre que jamais poderemos negar. Outra prova da verdade de Cristo é desnecessária.”

‘Abdu’l-Bahá

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8Analogias e Metáforas

Para seguirmos o exemplo de nosso amado ‘Abdu’l-Bahá, poderemos estudar as principais analogias e metáforas encontradas nos Ensinamentos Bahá’ís. Estas analogias e metáforas serão de imensa utilidade quando estivermos ensinando a Fé: são simples de se mencionar e fáceis de se entender, embora abordem, na maioria das vezes, temas complexos ou verdades espirituais profundas. As metáforas e analogias facilitam o entendimento de verdades espirituais profundas e complexas e foram largamente utilizadas pelos Profetas de Deus em todos os tempos. Bahá’u’lláh, o Báb e Abdu’l-Bahá revelaram centenas de analogias e metáforas. Dentre as mais conhecidas na Fé Bahá’í, destacamos as seguintes:

1. Deus = o sol - Manifestantes = espelhos a refletir a luz do sol para a humanidade inteira Com esta analogia, citada originalmente no Kitáb-i-Íqán (O Livro da Certeza), Bahá’u’lláh nos ensina a progressividade da religião. Os Manifestantes refletem a luz, o esplendor e o calor que emana do Sol e embora sem ser o Sol, transmite suas características e dádivas.

2. A religião e a ciência = Asas de um mesmo pássaro Com esta analogia, aprendemos que tanto a religião quanto a ciência devem trabalhar em harmonia pois sem este equilíbrio essencial o pássaro da humanidade não pode alçar voo. Uma analogia muito utilizada para explicar o princípio da harmonia entre a religião, a ciência e a razão.

3. O homem e a mulher = Asas de um mesmo pássaro É uma variação da analogia anterior significando que a raça humana, tal qual um pássaro somente poderá voar se houver o equilíbrio entre as duas asas. Uma analogia muito utilizada para explicar o princípio da igualdade de direitos entre homens e mulheres.

4. A humanidade = Folhas e ramos de uma mesma árvore, gotas de um mesmo mar, estrelas de um mesmo céu. Talvez uma das analogias mais conhecidas dos ensinamentos bahá’ís, ela reflete o princípio central da Mensagem de Deus para nossos dias: a Unidade do Gênero Humano. Devemos ser unidos como o são as folhas e o ramo de uma mesma

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árvore, as estrelas em um céu, as gotas em um mar.

5. O homem (e a mulher) = Mina rica em jóias de inestimável valor. A educação = Instrumento para a “exploração” da mina. Demonstra que temos, potencialmente, dentro de cada um de nós o toque da divindade, os atributos e virtudes divinas e que somente através da adequada educação poderemos nos desenvolver. É como um diamante ou outro mineral nas profundidades da mina, sem o trabalho de exploração e depois de lapidação, não poderá vir a se tomar uma jóia preciosa.

6. Coração humano = templo para a descida de Deus Demonstra que o lar de Deus é o coração de Suas criaturas. Mas, para que Ele ali se manifeste é necessário purificá-lo e santificá-lo. Decorrente de uma das belas Palavras Ocultas de Bahá’u’lláh, também é referida para explicar que a espiritualidade, os serviços devocionais (orações e meditações) não necessitam de um lugar físico, uma Igreja ou Catedral para ser experimentada.

7. A Terra = Um só país. A Humanidade = Cidadãos desse país Decorrente de uma das sentenças mais conhecidas de Bahá’u’lláh em todo o mundo, esta analogia demonstra claramente que nosso amor pela humanidade como um todo deve ser ilimitado, muito além das distinções de nacionalidades e das fronteiras geográficas que formam os mapas. Demonstra também que todos na Terra são como os “cidadãos de um mesmo país”.

8. Ferro frio e opaco = o ser humano material. Ferro aquecido e incandescente = o ser humano espiritual Decorrente de uma maravilhosa explicação de ‘Abdu’l-Bahá sobre o mistério do sacrifício, esta analogia demonstra que o nosso progresso espiritual depende de auto-sacrifício e renúncia. Do grau em que estivermos dispostos a sacrificar nosso ego, nossos desejos maus e corruptos em favor de uma vida espiritual plena e feliz. Assim, se o ferro não aceitar ser aquecido pelo calor da fornalha, renunciando então às suas qualidades (solidez, frieza, opacidade) não adquirirá as novas e mais preciosas qualidades (flexibilidade, o calor, o brilho).

9. Prisão = o ego. O ser humano = prisioneiro que anseia pela liberdade Esta analogia remonta a uma visita no início do século que , Abdu’l-Bahá fez a uma prisão na Inglaterra e que então escreveu no livro de visitas do presídio: “A

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única prisão é a prisão do ego, quando o homem se libertar desta prisão, alcançará então a verdadeira liberdade.” Demonstra que nosso ego nos mantêm prisioneiros do mundo material, impedindo então a aquisição das virtudes espirituais.

10. Oceano = Palavras de Deus. Ser Humano = Mergulhador no Oceano Decorrente de um versículo revelado por Bahá’u’lláh no Kitáb-i-Aqdas, esta analogia demonstra que a não ser que mergulhemos no Oceano das Palavras Divinas, ficaremos privados de contemplar “as pérolas de sabedoria que jazem ocultas em suas profundezas”. Em outras palavras, se não lermos e meditarmos sobre o que Deus revelou seremos como um banhista que anda apenas pela areia do mar, sem aventurar-se a nele ingressar.

11. Ímã = Língua bondosa. Pão do Espírito = Língua bondosa Demonstra que a espiritualidade depende de termos uma língua bondosa, pois ela “veste as palavras de significados, é a fonte de luz da sabedoria e compreensão”. A língua foi feita para mencionar a Deus e não para a maledicência, a difamação, a fofoca e a calúnia. Quando falamos palavras bondosas atraímos os corações tal qual um magneto atrai um metal.

12. Luz da Unidade = Ilumina a terra inteira Decorrente da sentença de Bahá’u’lláh de que a luz da unidade é tão poderosa que pode iluminar a Terra inteira”, vemos a demonstração da luz como a Unidade, o princípio central da Mensagem de Bahá’u’lláh.

13. Árvore = Ser Humano. Frutos = Ações Humanas Demonstra que somos o que praticamos. Se somos bons nossas ações o dirão, (assim como um homem feio, por mais que diga que é bonito, não poderá enganar a ninguém). Devemos ser conhecidos pelos nossos atos e não pelas nossas bonitas palavras.

14. Água = Oração Decorrente de uma sentença de ‘Abdu’l-Bahá de que “a oração é a Água da Vida”. Demonstra que assim como uma plantinha necessita receber água para seu crescimento o desenvolvimento espiritual do ser humano depende de seu espírito receber a luz da oração, a comunhão e contato com o Bem-Amado.

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15. Terra = Humildade Bahá’u’lláh ensina que devemos aprender a humildade com a terra: dela recebemos riqueza e progresso, retiramos nossos alimentos, construímos nossas casas e, no entanto, não nos sentimos envergonhados em pisoteá-la.

16. Jardim = Coração Humano. Planta = Amor Decorrente de uma bela Palavra Oculta de Bahá’u’lláh de que “no jardim do teu coração nada plantes salvo a rosado amor”, nesta analogia entendemos que o coração, o sentimento, a emoção humana é fundamentada no amor.

17. Espelho = Coração Puro. Polimento = Amor e Desprendimento Demonstra que a não ser que limpemos nossos corações com o polimento do amor e do desprendimento não poderemos, como um espelho limpo, refletir em nosso ser interior, espiritual, o brilho emanado do Sol da Realidade, Deus.

18. Corpo e Alma = Raça Humana Bahá’u’lláh ensina que “a raça humana deve ser como um só corpo e uma só alma”. Assim, entendemos que o sofrimento da parte é o sofrimento do todo e a alegria da parte é a alegria do todo. Se nosso braço sofre, todo o corpo sofre.

19. Sangue = Contribuição aos fundos Decorrente da frase de nosso amado Guardião, Shoghi Effendi de que “os fundos são o sangue vital da Causa”. Demonstra que, como nosso corpo necessita de sangue nas veias, correndo incessantemente, assim também o corpo da Causa de Deus necessita de recursos materiais para progredir e se desenvolver.

20. Ponto = Conhecimento. Multiplicidade de pontos = Ignorância Decorrente de uma sentença de Bahá’u’lláh de que “todo o conhecimento é um ponto, os ignorantes o multiplicaram”. Demonstra que a Verdade é uma só mas aqueles destituídos de conhecimento criaram suas “verdades”. Demonstra ainda a força da unidade. Está conectado com o título do abençoado Báb: O Ponto Primordial.

21. Escola = Religião. Diretor = Deus. Professores = Mensageiros de Deus. Alunos = Humanidade Demonstra a progressividade religiosa, bem como as três unidades essenciais: a Unidade de Deus, a Unidade da Religião e a Unidade da Humanidade. Demonstra ainda que não devemos fazer distinções entre os Educadores Divinos, que Eles

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vêm nos ensinar a todos igualmente e que é necessário a humanidade passar por todos os graus da Escola para chegar à conclusão do curso. Assim, o educador da terceira série não é menos importante e essencial que o educador da oitava série e assim por diante.

22. Primavera = Vinda de um Mensageiro Bahá’u’lláh chama de “Primavera Divina” a época em que Deus envia Sua Manifestação. Demonstra que é um tempo, uma época especial: cores e fragrâncias, ordem e beleza, que simbolizando a chegada da primavera, associam-se à proximidade da primavera celestial.

23. Rosa negra = Criança negra É decorrente da observação de ‘Abdu’l-Bahá, enquanto visitava a Missão Bowery, um orfanato em New York, quando dirigindo-Se a uma criança de cor negra disse: “Você é tão preciosa quanto uma bela rosa negra!” Demonstra que não devemos ter qualquer espécie de preconceito, seja racial, cor, classe, credo, nacionalidade.Demonstra também que devemos sempre procurar em cada pessoa as qualidades, as virtudes.

24. Humanidade = Jardim Multicolorido Decorrente da sentença de Bahá’u’lláh de que “somos as flores coloridas de um imenso jardim”, encontramos nesta analogia o princípio da unidade na diversidade. Ou seja, quanto mais diferentes somos uns dos outros mais belo se torna o jardim da humanidade. O contrário seria a monotonia e a tristeza: um jardim com flores de uma única espécie seria uma humanidade com pessoas da mesma raça, cor, credo, classe, nacionalidade.

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9A Finalidade da Administração Bahá’í

“O Senhor ordenou que em cada cidade fosse estabelecida uma Casa de Justiça onde se reunissem consultores em número de Bahá (9) ...Compete-lhes serem os fidedignos do Misericordioso entre os homens e considerarem-se a si próprios guardiões designados por Deus para todos os que habitam na terra.”

Bahá’u’lláh

ASPECTOS GERAIS DA ADMINISTRAÇÃO BAHÁ’Í

1. A Administração Bahá’í é a organização através da qual os bahá’ís realizam o trabalho da Fé em todo o mundo.

2. O Espírito Santo da Causa Bahá’í é comparável à alma do homem e a Administração ao seu corpo físico. Um sem o outro seria incompleto.

3. O propósito real da Administração Bahá’í é ajudar os crentes a levarem a Mensagem e o Amor de Bahá’u’lláh a todos os homens.

“A responsabilidade pelo ensino, individual ou coletivamente, foi revelada e repetida muitas vezes pelo Báb, por Bahá’u’lláh e por ‘Abdu’l-Bahá. Promessas de auxílio divino e graças espirituais para todos aqueles que se levantarem “para promover a Causa de Deus” constituem algumas das mais inspiradas e impressivas passagens das Escrituras Sagradas.” Shoghi Effendi

4. A Administração Bahá’í procede de Deus e por isso é divina. É diferente de qualquer outro sistema no mundo, criado pelo homem.

5. Os princípios da Administração Bahá’í foram estabelecidos pelo próprio Bahá’u’lláh, no Seu Livro Mais Sagrado, Kitáb-i-Aqdas.

“Bahá’u’lláh, em Seu Livro Kitáb-i-Aqdas , e mais tarde, ‘Abdu’l-Bahá em Sua Vontade e Testamento - um documento que confirma, suplementa e correlaciona as previsões do Kitáb-i-Aqdas – estabeleceram em sua totalidade os elementos essenciais para constituição da Comunidade Bahá’í”

Shoghi Effendi

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6. Bahá’u’lláh aboliu a instituição sacerdotal, para que ninguém se aproveite da religião para servir aos seus próprios interesses e aos desejos mundanos.

7. Todo bahá’í deve orar por si mesmo e não pagar a outra pessoa para orar por ele, como é feito em muitas outras religiões.

8. O bahá’í pede a graça de Deus e o perdão para si mesmo, e não precisa de um sacerdote para fazer isso por ele - através de rituais e cerimônias criados pelo próprio homem.

9. Todo bahá’í pode estabelecer contato com Deus através de Seu Manifestante e nenhum intermediário é preciso para fazermos contato com Bahá’u’lláh.

10. Bahá’u’lláh determinou que cada um de nós deve buscar a verdade por si mesmo, a fim que possamos ver com nossos próprios olhos e não com os olhos dos outros, e ouvir com nossos próprios ouvidos e entender com a nossa própria inteligência,

11. Ninguém tem o direito de interpretar os ensinamentos e as escrituras de Bahá’u’lláh. Esta oportunidade foi dada apenas a , Abdu’l-Bahá pelo próprio Bahá’u’lláh, e depois de ‘Abdu’l-Bahá somente a Shoghi Effendi foi dado o direito de interpretação.

“...O caráter distintivo da Revelação Bahá’í não consiste unicamente na validade inquestionável e integridade da Dispensação, a qual os ensinamentos de Bahá’u’lláh e ‘Abdu’l-Bahá estabeleceram. A sua excelência no fato de que aqueles elementos que foram, nas Dispensações passadas, sem a mínima autoridade de seus fundadores, a fonte de corrupção e de incalculável dano à Fé de Deus, foram estritamente excluídos através dos textos claros das Escrituras de Bahá’u’lláh.”

Shoghi Effendi

12. Em vez de ter sacerdotes para tratar dos assuntos religiosos na comunidade, Bahá’u’lláh estabeleceu a base de um maravilhoso sistema de Administração, através do qual todos nós podemos trabalhar juntos para o progresso da Fé e pelo bem-estar espiritual da comunidade. A Administração Bahá’í como todos os outros ensinamentos de Bahá’u’lláh, é divina em sua origem.

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“... Bahá’u’lláh... não somente imbuiu a humanidade com um espírito novo e regenerador. Ele não somente enunciou certos princípios universais, ou propôs uma filosofia particular, não importa quão potente, sadia e universal eles possam ser. Além destes, Ele, bem como ‘Abdu’l-Bahá depois dEle diferentemente das dispensações do passado, clara e especificamente delineou um conjunto de Leis, estabeleceu instituições definidas e estipulou a essência da Economia Divina. Estas são destinadas a ser um padrão para a sociedade futura, um instrumento supremo para o estabelecimento da Máxima Paz e o agente singular para a unificação do mundo, e a proclamação do reino de retidão e justiça na terra. Eles não somente revelaram todas as diretrizes necessárias para a realização prática daqueles ideais, os quais os Profetas de Deus visualizaram e os quais desde tempos imemoriais infamaram a imaginação dos místicos e poetas em cada época. Por meio de uma linguagem enfática e inequívoca, eles também designaram aquelas instituições gêmeas da Casa de Justiça e da Guardiania como seus sucessores escolhidos destinados a aplicar os princípios, promulgar as leis, proteger as instituições, adaptar leis e inteligentemente a Fé aos requisitos da sociedade progressiva e consumar a herança incorruptível, a qual os Fundadores da Fé legaram ao mundo.” Shoghi Effendi

13. A Administração Bahá’í opera em quatro graus: LOCAL, REGIONAL, NACIONAL e INTERNACIONAL.

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10Padrão de Vida Bahá’í

A. O instrutor deve estar sempre atento em demonstrar em sua vida aqueles atributos espirituais prescritos por Bahá’u’lláh a Seus seguidores.

Sendo assim, citamos nove características básicas que o instrutor deve buscar personificar:

· Ser veraz · Ser honesto · Ser asseado e limpo · Ser cortês · Ser humilde · Ser digno de confiança · Ser radiante (bem-humorado) · Ser respeitoso · Falar com dignidade · Manter sagrada a palavra · Ser responsável

B. A importância da Hospitalidade Este é um ponto muito importante na vida de um instrutor. A hospitalidade deve ser sua característica principal, principalmente se estiver hospedado em uma Sede Bahá’í ou na residência de um Bahá’í.

Além da boa conduta que o Instrutor deve ter, necessário se faz que ele tenha tato e habilidade no relacionamento com seus anfitriões. Alguns conselhos práticos a serem observados: - Ao ficar hospedado em um lar bahá’í esteja atento para os horários da residência em que está hospedado: que horas acordam, almoçam, jantam e se recolhem.

- O instrutor não deve ter nenhum pretexto para não cumprir os horários da residência em que está hospedado. Caso não possa cumpri-los, em um determinado dia ou tenha que se atrasar, informe seus anfitriões com antecedência.

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- Não deve, sob hipótese-alguma, se intrometer em assuntos internos da família, evitando assim futuros constrangimentos e mal-entendidos que, de resto, prejudicariam o sucesso de suas atividades na cidade.

- Não deve perturbar a tranquilidade e a segurança do lar: utilizando rádios, walkman ou aparelho de TV em alto volume ou em hora imprópria.

- Deve sempre manter seu quarto asseado e arrumado, a cama feita, o banheiro limpo após o uso.

- Deve sempre lavar suas roupas ou buscar meios para a lavagem de suas roupas de forma a não incomodar os anfitriões.

- Deve ser sempre prestativo: se oferecer, quando vir que é necessário, para ajudar a colocar a mesa ou lavar os pratos após as refeições, ou outros pequenos serviços domésticos.

- Não andes pela residência com roupas de dormir ou trajes sumários. - Utilize telefone somente após autorização, principalmente se for uma ligação interurbana. - Não trazer ninguém estranho ou sem o convite dos seus anfitriões. - Evite críticas aos hábitos de alguma pessoa da família que lhe hospeda.C. O instrutor deve evitar a todo custo:

· Maledicência . Malícia · Envolver-se em assuntos internos da Comunidade onde está ensinando · Desobedecer as Instituições da Fé ou mesmo criticá-las, sem antes haver consultado sobre o objeto da crítica com a própria Instituição.. Qualquer procedimento que crie desunião e desavença.

Outras Exortações 01) Associar-se fraternalmente com seguidores de todas as religiões.02) Honrar os pais.03) Não desejar para outros o que não desejamos para nós mesmos.

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Manual do Instrutor

04) Ensinar e propagar a Fé depois da Ascensão de Seu Fundador.05) Ajudar aqueles que se levantam a promover a Fé.06) Não desviar-se dos Escritos e não ser enganado por aqueles que se desviaram.07) Referir-se aos Escritos Sagrados quando surgirem diferenças.08) Imergir-se no estudo dos Ensinamentos.09) Não seguir as vãs fantasias e imaginações.10) Recitar os versos sagrados de manhã e de noite.11) Recitar a Oração Obrigatória 12) Recitar os versos sagrados melodiosamente.13) Ensinar seus filhos a cantar os versos sagrados no Mashriqu’l-Adhkár.14) Estudar tais artes e ciências que beneficiam a humanidade.15) Consultar juntos.16) Não ser indulgente em cumprir os estatutos de Deus.17) Arrepender-se dos pecados perante Deus.18) Distinguir-se através de boas ações.a) ser veraz b) ser fidedigno c) ser fiel d) ser reto e temer a Deus.e) ser justo e equânime f) ser sábio e ter tato g) ser cortês h) ser hospitaleiroi) ser perseverante j) ser desprendido k) ser absolutamente submisso à Vontade de Deusi) não provocar maldades m) não ser hipócrita n) não ser orgulhoso o) não ser fanático p) não se preferir em lugar do próxImo q) não entrar em contenda com o próximo r) não ser indulgente com suas próprias paixõess) não se lamentar nas adversidades t) não disputar com aqueles em autoridade u) não perder a paciência v) não enraivecer o próximo

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Manual do Instrutor

19) Estar firmemente em união com todos 20) Consultar médicos competentes quando doente 21) Responder aos convites 22) Estudar línguas para a propagação da Fé.23) Adiantar o desenvolvimento de cidades e países para a glorificação da Fé.24) Ser a essência da limpeza:- perfumar-se - banhar-se em água limpa - cortar as unhas - lavar as coisas sujas em água limpa - ser imaculado no vestir-se

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Manual do Instrutor

11Para Meditar e Refletir

Amor:

“A Palavra de Deus ateou fogo no coração do mundo; como será deplorável se deixardes de vos inflamar com sua chama!”

“Que tua alma se incandesça com a chama deste Fogo imorredouro que está aceso no âmago do coração do mundo, de tal modo que as águas do universo sejam impotentes para lhe esfriar o ardor.”

“Deixai arder dentro de vossos corações a chama da busca, com tal veemência que vos capacite a atingir vossa suprema e excelsa meta - a condição em que vos possais aproximar de vosso Mais-Amado e com Ele vos unir...”

“Que flama do amor de Deus arda intensamente dentro de vossos corações radiantes. Alimentai-a com o óleo da guia Divina e protegei-a no abrigo de vossa constância.”

“Para cada um de vós o dever de suma importância é escolher para si aquilo que nenhum outro possa infringir nem usurpar. Tal coisa - e disso o Onipotente é Minha testemunha - é o amor de Deus, pudésseis vós apenas o perceber.”

Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh - p. 197,35,201,202 e 165

“No mundo existente, não há ímã mais poderoso do que o do amor.”

“Se os corações dos homens se privarem da Graça Divina - o Amor de Deus - estarão vagando no deserto da ignorância, descendo às profundezas da ruína e caindo no abismo do desespero, onde não há refúgio. Serão como insetos, vivendo no mais baixo plano.”

‘Abdu’l-Bahá. Padrão de Vida Bahá’í - p. 70

“Unidade é amor. Não se pode estabelecê-la sem amor. Portanto esforça-vos o mais possível a estar repletos de amor. O amor é vida perpétua, a mais perfeita vitalidade...”

“O amor mais elevado é independente de qualquer vantagem pessoal que

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Manual do Instrutor

possamos obter do amor de um amigo. Se verdadeiramente amais, o vosso amor para vosso amigo continuará ainda que ele vos trate mal. Um homem que ama verdadeiramente a Deus, O amará quer esteja doente, triste ou em dificuldades. Ele não amará a Deus porque ele criou, pois sua vida pode estar cheia de dissociações e misérias. Ele não ama a Deus porque Ele lhe deu saúde ou riqueza, pois estas podem desaparecer em qualquer momento. Não ama a Deus porque lhe deu o vigor da juventude pois a velhice seguramente o sobrevirá. A razão de seu amor não é porque ele seja grato por certas misericórdias ou benefícios. Não! O Amante de Deus O deseja e adora porque Ele é perfeição e por causa de Suas perfeições. O amor deveria ser a própria essência do amor e independente de manifestações externas. Uma mariposa ama a luz, muito embora suas asas sejam queimadas. Embora suas asas estejam chamuscadas, ela se lança contra a chama. Ela não ama a luz porque conferiu algum benefício. Assim sendo, ela circunda em volta da luz embora sacrifique suas asas. Este é o mais alto grau de amor. Sem este abandono, este êxtase, o amor é imperfeito. O amante de Deus O ama por Ele próprio e não por si próprio.”

‘Abdu’l-Bahá, Star of lhe West - Vol. 8 p. 121

Asseio: “Asas poluídas de lodo jamais poderão voar.”

Bahá’u’lláh, Padrão de Vida Bahá’í - 13

“Quando o homem é puro e imaculado em todos os respeitos, ele se torna o centro do reflexo da luz manifesta. Em todas as suas ações e conduta deve haver primeiro pureza, então beleza e independência. Devemos limpar o canal antes de enchê-la de água fresca. Os olhos puros compreendem a vista e o significado de Deus; a narina pura inala as fragrâncias do roseiral das graças; o coração puro torna-se espelho da beleza da verdade. Eis por que, nos Livros Sagrados, os conselhos e mandamentos divinos são comparados à água.

“Asseio e santidade, pureza e fineza enaltecem a humanidade e causam o progresso dos seres. Mesmo quando aplicada às coisas físicas, a fineza conduz à espiritual idade, como é estabelecido nas Sagradas Escrituras.” “O asseio externo, embora seja uma coisa apenas física, exerce uma grande influência sobre a espiritualidade.”

‘Abdu’l-Bahá, Padrão de Vida Bahá’í - p. 14

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Manual do Instrutor

Alegria: “Quem observar os mandamentos de Deus atingirá a felicidade eterna.”

Bahá’u’lláh, Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh, p. 181

“Ó Filho do homem!Não te entristeças salvo por te encontrares longe de Nós, nem exultes, a menos que te estejas aproximando, de regresso a Nós.”

Bahá’u’lláh, Palavras Ocultas p. 28

“Ó Meus servos! Não vos entristeçais, se, nestes dias e neste plano terreno coisas contrárias aos vossos desejos tiverem sido ordenadas e manifestadas por Deus, pois seguramente vos esperam dias de extasiante felicidade de deleite celestial.”

Bahá’u’lláh, Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh, p. 204.

“Regozijai-vos, pois a mesa celestial está preparada para vós. Regozija-vos, pois os anjos do céu são vossos auxiliadores. Regozijai-vos, pois Bahá’u’lláh é Vosso Protetor. Regozijai-vos porque a glória imperecível vos é destinada. Regozijai-vos, porque a vida eterna vos espera.”

Castidade:“A pureza e a castidade têm sido e ainda o são os maiores ornamentos para as servas de Deus. Deus é minha testemunha! O esplendor da luz da castidade difunde sua iluminação sobre os mundos do espírito, e sua fragrância é levada até o Mais Excelso Paraíso. Verdadeiramente, Deus fez da castidade uma coroa para as cabeças de suas servas.”

Bahá’u’lláh, Padrão de Vida Bahá’í - p. 1

“Uma vida casta e santa deve ser considerada como um fator essencial que há de contribuir devidamente para fortalecer e vitalizar a Comunidade Bahá’í, sendo que disto dependerá por sua vez, o êxito de qualquer plano ou empreendimento bahá’í ...”

“Uma vida casta e santa deve ser o princípio que controle o comportamento e a conduta de todos os bahá’ís, tanto em suas relações sociais como os membros, de sua própria comunidade, como em seu contato com o mundo afora ...

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Manual do Instrutor

“tal vida casta e santa, com suas implicações: de modéstia, pureza, temperança, decoro e uma mente sadia, exige nada menos que o exercício de moderação em tudo o que diz respeito ao vestuário, linguagem, divertimentos) e todas as atividades artísticas e literárias. Requer uma vigilância diária no controle dos desejos carnais e das inclinações corruptas. Exige o abandono da conduta frívola, com seu excessivo apego a prazeres triviais e muitas vezes mal orientados. Exige abstenção total de bebidas alcoólicas, do ópio e de outras drogas semelhantes que formam hábito ... Não pode tolerar nenhuma acomodação para com as teorias, normas, hábitos e excessos de uma era decadente. Não, antes procura demonstrar pela força dinâmica de seu exemplo, o caráter pernicioso de tais teorias, a falsidade de tais normas, a vacuidade de pretensões, a perversidade desses hábitos e o caráter sacrílego desses excessos.”

Shoghi Effendi, Padrão de Vida Bahá’í - p. 11

Cortesia:

“Nós, em verdade, escolhemos a cortesia e a fizemos o verdadeiro distintivo dos que estão próximos Dele. A cortesia é, na realidade, uma veste que convém a todos os homens, sejam jovens ou velhos. Bem-aventurado quem adorna com ela a sua têmpora e ai daquele que é privado desta grande dádiva.

“O povo de Deus! Eu vos exorto à cortesia. À cortesia é no grau primário o Senhor de todos os atos virtuosos. Abençoado é aquele que é iluminado com a luz da cortesia e adornado com o manto da retidão! Quem está dotado da cortesia, está dotado de uma grande posição.”

Bahá’u’lláh, Padrão de Vida Bahá’í - p.32

Decência:

(Do latim - decens, decentis - particípio presente do verbo decere: ser apropriado)

“Qualidade ou estado de ser decente; conveniência - ser adequado, portanto, comportamento ou palavra modestas ou com decoro. Aquilo que é apropriado ou conveniente.”

Websters New Collegiate, Dictionary - 2a. Edição.

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Manual do Instrutor

“Ó vós filhos do Espírito!Sais Meu tesouro, pois em vós entesourei as pérolas de Meus mistérios e as jóias de Meu conhecimento. Guardai-as dos estranhos entre Meus servos e dos ímpios em meio a Meu povo,”

Bahá’u’lláh, Palavras Ocultas no. 69 (Árabe)

“Ó filho do Espírito! Nobre Eu te criei, mas tu tens rebaixado, Eleva-te, pois, àquilo para que foste criado.”

Bahá’u’lláh, Palavras Ocultas no. 22 (Árabe)

“Dize: A cada um que se segura à orla de Nosso Manto, convém não se deixar macular com coisa alguma para a qual aquela Assembleia no alto possa ter aversão.”

Bahá’u’lláh, Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh, p. 191

“Em verdade, existe dentro do homem uma faculdade que o guarda e o protege de tudo que é indigno e inconveniente, o qual é conhecido por sentido de vergonha.”

Desprendimento:

“O grau da absoluta rendição do eu, transcende todos os demais graus e exaltado acima destes há de permanecer para sempre.”

Bahá’u’lláh, Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh -p. 209

“Sede tão leves e desprendidos como a brisa, a fim de que possais obter acesso ao recinto de Minha Corte, Meu Inviolável Santuário.”

Bahá’u’lláh, Padrão de Vida Bahá’í p. 22

“O amor a si próprio é uma estranha característica e o meio da destruição de muitas almas importantes do mundo...”

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Manual do Instrutor

“Incumbe-te desprender-te de todos os desejos salvo do teu Senhor, o Supremo e não esperar ajuda ou auxílio de qualquer um no universo.” Abdu’l-Bahá.

Padrão de Vida Bahá’í p.22

Dissensão:

“Ó vós amigos de Deus! Acautelai-vos! Acautelai-vos com as divergências! Por divergências o Templo de Deus é arrasado até o próprio fundamento e pelos sopros dos ventos da discórdia a Bendita Árvore é impedida de produzir qualquer fruto. Pelo frio intenso da diversidade de opiniões, o roseiral da unidade definha-se e o fogo do amor de Deus se extingue.”

‘Abdu’l-Bahá, Padrão de Vida Bahá’í p. 34

Equidade:

“Acautelai-vos para que não considereis a vós mesmos acima de vosso próximo.”

“... a equidade em vosso julgamento, vós, homens de coração compreensivo! Quem é injusto em seu julgamento, é destituído das características que distinguem a posição do homem.”

Bahá’u’lláh, Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh p. 130/31

Fidelidade: “A alma que tiver permanecido fiel à Causa de Deus e se mantido inabalavelmente firme em Seu Caminho, haverá de possuir, após sua ascensão, tal poder que todos os mundos que o Onipotente criou podem ser beneficiados por seu intermédio.”

Bahá’u’lláh, Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh p. 106

Firmeza:

“Estabelecei-vos tão firmemente como a montanha irremovível, na Causa de vosso Senhor, o Poderoso, o Deus de Amor.”

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Manual do Instrutor

“Uma dupla obrigação pesa sobre aquele que reconheceu o Alvorecer da Unidade Divina e admitiu a verdade d’ Aquele que é o Manifestante de Sua Unicidade. A primeira é constância em Seu amor, uma constância tal que nem o clamor do inimigo nem as pretensões do vão impostor o podem impedir de aderir Àquele que é a Verdade Eterna, uma constância que de modo algum é por tais coisas afetada.”

“O primeiro e proeminente dever prescrito aos homens, depois do reconhecimento dAquele que é a verdade Eterna, é o dever da constância em Sua Causa. Adere tu a esta e sê um daqueles cujas mentes estejam fixadas e alicerçadas firmemente em Deus. Nenhum ato, por meritório que seja, tem sido nem pode ser jamais, comparado a este. É o rei de todos os atos, e disto, teu Senhor, o Altíssimo, o Mais Poderoso, dará testemunho.”

“Pois a qualquer um que se mantenha firme e constante nesta sagrada Revelação, nesta Revelação gloriosa e excelsa, será dado tamanho poder que ele enfrentará e resistirá a tudo o que está no céu e na terra. Disto o próprio Deus testemunha.”

“Tal deve ser tua constância na Causa de Deus, que coisa alguma desta terra te poderá impedir de teu dever. Embora se coliguem contra ti a poderes da terra, ainda que todos os homens contigo disputem, inabalável tu te deverás manter.”

Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh - p. 92,181,182 e 205

Gratidão:

“A melhor maneira de agradecer a Deus é nos amando uns aos outros.

“O agradecimento apenas verbal não tem efeito. A verdadeira gratidão consiste em agradecer de coração, com toda sinceridade. Quando o homem, correspondendo aos favores de Deus, manifesta susceptibilidade de consciência, o coração torna-se feliz, o espírito enleva-se. Estas suscetibilidades espirituais são o agradecimento ideal.”

“A fim de expressar sua gratidão pelos favores de Deus, o homem deve manifestar ações louváveis. Em reconhecimento destas dádivas, deve ele

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Manual do Instrutor

prestar boas ações, ser abnegado, amar aos servos de Deus, sacrificando até a vida por eles, tratando com bondade todas as criaturas. Ele deve se desprender deste mundo, ser atraído ao Reino de Abhá, com rosto radiante, língua eloquente, ouvidos atentos, esforçando-se dia e noite para atingir a aprovação de Deus. Qualquer coisa que ele quiser fazer deve ser do agrado de Deus. Ele deve observar e ver o que é a Vontade de Deus e agir de acordo. Não pode haver dúvida de que tais atos louváveis constituem gratidão pelos favores de Deus.”

‘Abdu’l-Bahá, Padrão de Vida Bahá’í - p 77

Hospitalidade:

“Dai boas vindas a todos com a luz da unidade.”

“...Não permitais que o convencionalismo vos faça parecer frios e incompassivos ao encontrardes pessoas estranhas de outros países. Sede bondosos para com os estranhos ...

Ajudai-os a se sentirem em casa; indagai onde estão hospedados e perguntai se lhes podeis prestar algum serviço; tentai fazer suas vidas um pouco mais felizes ... Afinal, por que deve qualquer estrangeiro ser tratado como pessoa estranha? Que saibam aqueles que vos conhecem, sem a vossa proclamação do fato, que sois em verdade um Bahá’í

‘Abdu’l-Bahá, Padrão de Vida Bahá’í - p. 40

Humildade:

“A humildade leva (;) homem ao céu da glória e do poder, enquanto o orgulho o rebaixa até às profundezas da miséria e degradação. “Todo o homem de discernimento, enquanto caminha sobre a terra, se sente humilhado, em verdade, desde que percebe perfeitamente que o lugar de onde derivam sua prosperidade, sua riqueza, seu poder, seu enaltecimento, seu progresso e sua grandeza, é, segundo Deus determinou, a própria terra que é pisada sob os pés de todos os homens. Quem conhece esta verdade está, sem a menor dúvida, purificando e santificado de todo orgulho, arrogância e vanglória.”

Bahá’u’lláh, Padrão de Vida Bahá’í p. 16

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Manual do Instrutor

“Os que são os bem-amados de Deus, onde quer que se reúnam e quaisquer que sejam aqueles com quem se encontrem, devem demonstrar, em sua atitude para com Deus e na maneira de celebrar Seu louvor e glória, tal humildade e submissão que cada átomo de pó sob seus pés ateste a profundidade de sua devoção.”

Bahá’u’lláh, Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh - p.17

Integridade:

“A espada de um caráter virtuoso e de uma conduta íntegra é mais aguçada do que lâminas de aço.”

Bahá’u’lláh, Padrão de Vida Bahá’í - p. 17

“Se alguém, neste Dia, se levantar para promover Nossa Causa, convocando em seu auxílio as hostes de um caráter louvável e conduta íntegra a influência que emana de tal ação será difundida, com absoluta certeza, pelo mundo inteiro.”

“O desígnio do Deus Uno e Verdadeiro ao manifestar-se, é convocar todos os homens para a veracidade e a sinceridade, para serem piedosos e fidedignos, resignados e submissos à Vontade de Deus, para mostrarem tolerância e bondade, retidão e sabedoria. Seu objetivo é adornar todo homem com o manto de um caráter pio, com o ornamento de belas e santas ações.”

“Dize: Guardai-vos, ó povo de Bahá, de andar nos caminhos daqueles cujas palavras diferem das ações. Esforçai-vos para que possais manifestar aos povos da terra os sinais de Deus e espelhar Seus mandamentos. Que vossos atos sirvam de guia para toda a humanidade, pois o que é professado pela maioria dos homens, sejam de alto grau ou humildes, difere de sua conduta. É pelas vossas ações que vos podeis distinguir dos outros.”

Bahá’u’lláh, Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh, p. 180, 187 e 190.

Lealdade:

“Um rei justo é a sombra de Deus na Terra. Todos devem buscar o amparo de sua justiça e repousar à sombra de seu favor.”

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Manual do Instrutor

“Em todo país ou governo onde residem membros desta comunidade, eles devem comportar-se com fidelidade, fidedignidade e veracidade em suas relações com o governo ...”

Bahá’u’lláh, Padrão de Vida Bahá’í, p.44

Linguagem:

“A língua é um fogo latente e excesso de fala, o veneno mortal. O fogo material consome o corpo, ao passo que o fogo da língua devora coração e alma. A força do primeiro dura apenas pouco tempo, enquanto os efeitos de segundo podem persistir por um século.”

“A calúnia apaga a luz do coração e extingue a vida da alma.”Bahá’u’lláh, Padrão de Vida Bahá’í p. 45

“Não comparais vossa língua com a execração ou maldição de ninguém, e guardai vossos olhos contra aquilo que não seja digno.”

“A língua é para mencionar o que é bom; não a poluais com palavras más. Deus vos perdoou o passado; doravante, devereis vós todos dizer o que foi digno. Evitai a execração, o rebaixamento e aquilo que ofender o homem.”

Bahá’u’lláh Padrão de Vida Bahá’í - p. 29

Moderação:

“Qualquer coisa que ultrapasse os limites de moderação cessará de exercer uma influência benéfica.”

“Quem adere à injustiça não pode transgredir, sob nenhuma circunstância, os limites da moderação... A civilização tão frequentemente alardeada pelos expoentes eruditos das ciências e letras, trará grande mal aos homens se lhe for permitido ultrapassar os limites da moderação.”

Bahá’u’lláh, Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh - p. 138 e 212

Obediência: “As leis de Deus foram enviadas do céu de Sua mais augusta Revelação. Todos devem observá-las com diligência. A suprema distinção do homem,

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Manual do Instrutor

seu verdadeiro progresso, sua vitória final, delas sempre tem dependido e continuarão a depender. Quem guarda os mandamentos de Deus, atingirá a sempiterna felicidade.”

“Aqueles que Deus dotou de percepção, reconhecerão prontamente que os preceitos por Ele estabelecidos constituem os mais altos meios para a manutenção da ordem no mundo e para a segurança de seus povos. Quem se desvia deles é contado entre os abjetos e insensatos.”

“Observai Meus Mandamentos, por amor à Minha beleza.”

“Sempre que Minhas leis aparecem como o sol no céu de Minhas palavras, devem ser obedecidas fielmente por todos, ainda que Meu decreto seja de tal natureza que faça romper-se o céu de cada religião. Ele age do modo que seja de Seu agrado; escolhe, e ninguém pode questionar Sua escolha.”

Bahá’u’lláh, Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh - p. 181,205 e 206.

“O que a humanidade necessita, neste dia, é obediência àqueles que estão em autoridade e adesão fiel à corda da sabedoria. Os instrumentos que são essenciais à proteção imediata, à segurança e tranquilidade do gênero humano, foram entregues às mãos dos governantes da sociedade humana e jazem em seu poder. É este, o desejo de Deus; e este, Seu decreto ...”

Bahá’u’lláh, Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh - p. 133

Paciência:

“Ele, verdadeiramente, aumentar a recompensa dos que sofrem com paciência. Se alguém vos aviltar, ou se o desgosto vos atingir no caminho de Deus, sede pacientes e ponde vossa confiança Naquele que ouve, que vê.”

Bahá’u’lláh, Padrão de Vida Bahá’í p. 19

“Bem-aventurados os que suportam com firmeza, os que são pacientes em vicissitudes e durezas, que não lamentam por causa de qualquer coisa que lhes sobrevenha e que trilham a senda da resignação.”

Bahá’u’lláh, Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh - p. 87

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Pureza:

“Nós verdadeiramente, observamos vossas ações. Se percebermos nelas o doce aroma da pureza e santidade, nós, com absoluta certeza vos abençoaremos. Instamos aos servos de Deus e às Suas servas que sejam puros e temam a Deus, a fim de que possam se livrar da dormência de seus desejos e se volver para Deus.”

Bahá’u’lláh, Padrão de Vida Bahá’í - p. 20

“O coração puro é aquele que está inteiramente desprendido do ego.”‘Abdu’l-Bahá, Padrão de Vida Bahá’í - p. 20

“Sê puro, ó povo de Deus, sê puro; sê reto, sê reto... Dize: 6 povo de Deus! O que pode assegurar a vitória dAquele que é a Verdade Eterna - Suas hostes, Seus auxiliadores na terra, foi assentado nas Escrituras e nos Livros Sagrados e está claro e manifesto como o sol. Essas hostes são as ações retas, a conduta e o caráter que são, a Seu ver, aceitáveis.”

Bahá’u’lláh, Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh - p. 180

Retidão: “Veste-te com a essência da retidão e não deixes teu coração temer, senão a Deus.”

“Um só ato reto é dotado de uma potência suficiente para elevar o pó e fazê-lo passar além do céu dos céus, para romper todo vínculo e restaurar a força que se gastou e que desvaneceu.”

“Atos valiosos assegurarão o triunfo desta Causa e um caráter santo lhe reforçará o poder. Aderi à retidão, ó povo de Bahá! É isto, em verdade, o que este Injuriado vos ordena; é a primeira escolha de Sua irrestrita Vontade para casa um de vós.”

Bahá’u’lláh, Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh - p. 201,180,66.

Sinceridade: “Quem busca sinceridade não deve desejar para os outros o que não deseja para si próprio, nem prometer o que não cumpre.”

Bahá’u’lláh, Padrão de Vida Bahá’í - p. 23

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“Incumbe-te ser absolutamente sincero, volver-te para o Santo Reino e dar generosamente o espírito na Causa do Senhor de Poder. Verdadeiramente, esta não é senão uma vida eterna, imperecedoura, que não termina no mundo existente.”

‘Abdu’l-Bahá, Padrão de Vida Bahá’í - p. 23

“Atendei, povo, para que não sejais dos que dão bons conselhos aos outros mas se esquecem de segui-los ele mesmos. As palavras de tais homens e, além das palavras, as realidades de todas as coisas, e além dessas realidades, os anjos que estão perto de Deus, trazem contra eles a acusação de falsidade.”

Bahá’u’lláh, Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh - p. 174.

Unidade:

“Sede como os dedos de uma só mão, os membros do mesmo corpo.”

“O desígnio fundamental que anima a Fé de Deus e Sua Religião é a proteção dos interesses e a promoção da unidade da raça humana; consiste em nutrir o espírito de amor e amizade entre os homens.”

“Qualquer coisa que tenha levado os filhos dos homens a afastarem-se uns dos outros e causado entre eles dissensões e divisões, foi, com a revelação destas palavras, anulada e abolida.”

“Ó povo da Justiça! Sede brilhantes como a luz e tão esplendorosos como o fogo que flamejava na Sarça Ardente. A intensidade do fogo de vosso amor, sem a menor dúvida, haverá de fundir e unificar as raças e povos discordantes da terra, ...”

“Convém a todos os homens, neste Dia, segurarem-se ao Maior Nome e estabelecerem a unidade de todo o gênero humano.”

“Aquele que é vosso Senhor, o Todo:-Misericordioso, nutre em Seu coração o desejo de ver o gênero humano inteiro como uma só alma e um só corpo.”

“Volvei vossas faces à unidade e deixai brilhar sobre vós o esplendor de sua

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luz. Uni-vos e por amor a Deus resolvei extirpar qualquer coisa que motive contenda entre vós. Então a fulgência do grande Luminar do mundo envolverá toda a terra, e seus habitantes haverão de se tomar os cidadãos de uma só cidade e os ocupantes de um mesmo trono.”

“Ó bem-amados! Ergueu-se o tabernáculo da unidade; não vos considereis uns aos outros como estranhos. Sois os frutos de uma só árvore e as folhas do mesmo ramo.”

“O que o Senhor ordenou como o remédio soberano e o mais poderoso instrumento para a cura do mundo inteiro é a união de todos os seus povos em uma Causa Universal, em uma Fé comum.”

“Fosse algum homem meditar sobre aquilo que foi revelado pelas Escrituras que desceram do céu da santa Vontade de Deus, ele haveria de reconhecer prontamente ser seu propósito fazer com que todos os homens sejam considerados como uma só alma, ...”

“Aquele que é o Sol da Verdade dá-Me testemunho! Tão potente é a luz da unidade que pode iluminar toda a terra.”

Bahá’u’lláh Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh - p. 94, 38,67,68,131,137,139,140,162,164,181.

Veracidade:

“Boas palavras e veracidade são, em virtude de seu elevado grau e posição, semelhantes ao sol que se levantou no horizonte do céu do conhecimento.”

Bahá’u’lláh, Padrão de Vida Bahá’í - p. 52

“Embelezai vossas línguas com veracidade, ó povo, e adornai vossas almas com o ornamento da honestidade.”

“Dize: Sejam a veracidade e a cortesia vosso adorno.” Bahá’u’lláh, Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh - p. 186, 190.

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Manual do Instrutor

“A veracidade é a base de todas as virtudes humanas. Sem a veracidade, o progresso e o êxito, em todos os mundos de Deus, são impossíveis para qualquer alma. Quando este santo atributo for estabelecido no homem, todas as qualidades divinas também serão adquiridas.”

‘Abdu’l-Bahá, Padrão de Vida Bahá’í - p. 53

Amizade:

“Em todos os tempos gostamos de vos ver associardes uns aos outros em amizade e concórdia dentro do paraíso de Meu beneplácito, e de inalar de vossos atos a fragrância da amizade e união, da benevolência e do amor fraternal. Assim vos aconselha o Onisciente, o Fiel. Estaremos sempre convosco; se inalarmos o perfume de vosso espírito fraternal, Nosso coração certamente se regozijará, pois nada, a não ser isto, Nos pode satisfazer.”

“Quando um homem volve a face a Deus, encontra a luz do sol em toda parte. Todos os homens são seus irmãos.”

“Não vos contenteis com a demonstração de amizade por palavras somente; que o vosso coração arda de bondade para com todos aqueles que encontrardes em vosso caminho.”

‘Abdu’l-Bahá, Padrão de Vida Bahá’í - p. 40/1

Atitude de Serviço:

“É homem, verdadeiramente, quem hoje se dedica ao serviço da humanidade inteira.” “O laço de servitude estabelecido entre aquele que adora e o Adorado, entre a criatura e o Criador, deve ser considerado em si um sinal de Seu benévolo favor aos homens e não como indício de qualquer mérito que eles talvez possuam.”

Bahá’u’lláh, Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh - p. 158. 125. “Serviço com amor pelo gênero humano é unidade com Deus. Quem serve já entrou no Reino e está sentado à direita de seu Senhor.”

“O serviço dos amigos pertence a Deus e não a eles próprios.” ‘Abdu’l-Bahá, Padrão de Vida Bahá’í - p. 50

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Manual do Instrutor

Disciplina:(Do latim – disciplina:) 1) instrução 2) um ramo de conhecimento que envolve pesquisa 3) treinamento que corrige, molda, fortifica ou aperfeiçoa.4) castigo, punição 5) controle obtido em implementar obediência ou ordem, como em uma escola ou no exército. Portanto, conduta ordenada...6) regulamento ou sistema de regulamentos que afeta a conduta ou a ação.”

Webster ‘s New Collegiate Dictionary - 2a. Edição

“Incumbe a todo o homem de percepção e compensação esforçar-se por traduzir para a realidade e ação aquilo que for escrito...”

Bahá’u’lláh, Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh - p. 158

“Ó Filho de Ser! Examina-te a ti mesmo, cada dia, antes de seres instado a prestar contas, por a morte, sem prenúncio, haverá de te sobrevir e serás chamado a responder por teus atos.”

Bahá’u’lláh, Palavras Ocultas n. 31 - p. 27

“O mal no mundo continua a existir exatamente porque as pessoas apenas falam de seus ideais e não se esforçam em pô-los em prática.”

‘Abdu’l-bahá, Paris Talks - p. 16

Maneiras:“O dever mais vital, neste dia, é a purificação de vossos caráteres, a correção de vossas maneiras e a melhora de vossa conduta. Os bem-amados do Misericordioso devem manifestar tal caráter e conduta entre Suas criaturas que a fragrância de sua santidade se difunda sobre o mundo primeiro e ressuscite os mortos, desde que o propósito do Manifestante de Deus e do Alvorecer das luzes iluminadas do Invisível seja a educação das almas dos homens e a refinação do caráter de todo homem vivente ...”

‘Abdu’l-Bahá, Advento da Justiça Divina - p. 41

Divertimentos e recreação: “Tudo o quE foi criado é para o homem; ele se acha no ápice da criação, e deve ser grato pelas dádivas divinas. Todas as coisas materiais são para

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Manual do Instrutor

nós, a fim de que, através de nossa gratidão, aprendamos a considerar a vida uma graça divina. Se estivermos desgostosos da vida, seremos ingratos, pois tanto a nossa existência material como a espiritual é uma evidência exterior da Mercê Divina. Devemos, portanto, estar contentes e ocupar nosso tempo em louvores, apreciando todas as coisas.”

“... alguns jogos são inocentes e, quando são por passatempo, não causam nenhum mal; há perigo, entretanto, de que o passatempo degenere em perda de tempo, a qual não é aceitável na Causa de Deus. Todavia, recreação que possa melhorar as forças físicas, como exercício, é desejável.”

‘Abdu’l-Bahá, Bahá’u’lláh e a Nova Era - p. 83

Procedimento na área de ensino:

“... Ó exército de Deus! Através da proteção e ajuda concedidas pela Abençoada Beleza - seja minha vida um sacrifício aos Seus bem-amados - deveis vos comportar de tal maneira que sobressaiais, distintos e brilhantes como o sol entre as outras almas. Fosse qualquer um de vós entrar numa cidade, ele se deveria tornar um centro de atração por causa de sua sinceridade, sua fidelidade e seu amor, sua honestidade, veracidade e benevolência para com todos os povos do mundo...”

‘Abdu’l-Bahá, Advento da Justiça Divina - p. 41

“Vossa conduta para com vosso próximo deve ser tal que manifeste claramente os sinais do Deus Uno e Verdadeiro, porque sois os primeiros entre os homens a ser recriados pelo Seu Espírito, os primeiros a adorar e diante dEle curvar o joelho, os primeiros a circular em volta de Seu trono de glória. Atesto por Aquele que Me fez revelar o que lhe aprouvesse! Estais mais conhecidos dos habitantes do Reino nas alturas do que de vós mesmos. Pensais vós serem vãs e vazias estas palavras? Oxalá tivésseis o poder de perceber as coisas que Vosso Senhor, o Todo Misericordioso, percebe coisas que atestam a excelência de vosso grau, que dão testemunho de vosso grande merecimento, que proclamam a sublimidade de vossa condição! Permita Deus que os desejos e paixões desenfreadas não vos impeçam daquilo que vos foi -ordenado.”

Bahá’u’lláh, Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh - p. 197

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Manual do Instrutor

Reverência:(Do latim - veréri (temor) + re (repetidamente): assim 1) honra ou respeito - sentido ou manifestado - deferência.2) respeito profundo mesclado com amor e espanto.3) um gesto de respeito ...4) ... dignidade, posição exaltada

Webster’s New Colkgiale Dictionary 2a. Edição

“A primeira palavra que a Pena de Abhá revelou e inscreveu na primeira folha do Paraíso é esta: Em verdade, Eu digo: o Temor a Deus sempre foi uma defesa certa e uma fortaleza segura para todos os povos do mundo. É causa primordial para a proteção da humanidade e o instrumento supremo para sua preservação.”

Bahá’u’lláh, Epistle 10 lhe Son of tlhe Wolf - p. 27

“Dize: Ó povo! Temei a Deus e não vos afasteis de Sua Revelação com desdém. Prostrai-vos em vossas faces diante de Deus e celebrai Seu louvor durante o dia e nas horas da noite.”

“Não ponhais de lado o temor a Deus, Ó vós, eruditos do mundo, e julgai com justiça a Causa deste Iletrado a Quem testificaram todos os Livros de Deus, ... Será que vos não desperta o medo do desprazer Divino, o temor d’ Aquele sem par ou semelhante?”

“Temei a Deus e não sejais dos que perecem.”

“... o temor a Deus é a arma que o pode tornar vitorioso, o instrumento primário com o qual lhe será possível atingir seu propósito. O temor a Deus é o escudo que defende Sua Causa, o broquei que capacita o Seu povo a alcançar a vitória. É um estandarte que homem algum pode rebaixar, uma força que por nenhum poder será rivalizado. Com seu auxílio, e com a permissão d’ Aquele que é.o Senhor dos Exércitos, os que se aproximarem de Deus puderam subjugar e conquistar as cidadelas dos corações dos homens.”

“O espírito que anima o coração humano é o conhecimento de Deus... Sua vestimenta é o temor a Deus; a sua perfeição, a constância em Sua Fé.”

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Manual do Instrutor

“Temei a Deus e não vos abstenhais de reconhecer Aquele que é o Objeto de vossa criação. Apressai-vos em direção a Ele. Isto vos é melhor do que o mundo e tudo o que nele se acha. Oxalá o percebêsseis!”

“Temei a Deus e não sigais vossas vãs fantasias. Não, antes, segui o que é ordenado pelo vosso Senhor, o Todo Poderoso, a Suma Sabedoria.”

Bahá’u’lláh, Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh - p. 35, 69,73, 171,182, 196 e 214.

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Manual do Instrutor

12INSPIRA MINHA ALMA,

Ó MEU DEUS

Com a crescente desintegração moral e material da Ordem Mundial prevalecente, não raras vezes, ficamos desanimados com essa ausência de “anseio espiritual” demonstrado em algumas regiões ou bairros onde estamos empenhados em promover o ensino da Causa. Quando, no entanto, lembramos da história de nosso Bem-Amado Bahá’u’lláh, tão permeada de suplícios, pesares agônicos e aflições, da cruel perseguição infligida ao Abençoado Báb, ao nosso Mestre’ Abdu’l-Bahá e também a história daquelas almas santas que “derramaram seu sangue vital sobre o pó em Seu Caminho”, vemos que não temos motivo algum para nos deixar abater e nos alegramos com as radiantes promessas de triunfo infalível a nós asseguradas nas Escrituras Sagradas da Fé. Assim, a seguir, cada instrutor, encontrará textos maravilhosos que nos falam de amor, ternura e lágrimas, de corações despedaçados e de almas puras e abençoadas que fizeram florescer a Árvore da Causa de Deus.

NÃO MENOSPREZEIS VOSSO ALTO DESTINO...

“Ó amigos! Não descuideis das virtudes das quais fostes dotados, nem menosprezeis vosso alto destino... Vós sois as estrelas do céu da compreensão, a brisa que sopra ao romper do dia, as águas que fluem suavemente, das quais há de depender a própria vida de todos os homens, as letras inscritas em Seu pergaminho.”

Bahá’u’lláh

NINGUÉM LHE DESCOBRIU A CAUSA “Uma vida nova, nesta era, está vibrando em todos os povos da terra; contudo; ninguém lhe descobriu a causa nem percebeu o motivo.”

Bahá’u’lláh

EU VOS FAREI AMIGOS DE MINHA ALMA “Se acreditardes em Mim, Eu vos farei amigos de Minha alma no Reino de Minha grandeza e companheiros de Minha Perfeição no Reino de Meu Poder, eternamente.”

Bahá’u’lláh

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Manual do Instrutor

APRESSA-TE, Ó CARMELO...

“Apressa-te, ó Carmelo, pois, eis que a luz do Semblante de Deus... se ergueu sobre ti... Regozija-te, pois Deus, nesse Dia, sobre ti estabeleceu Seu Trono, te fez o ponto de alvorecer de Seus sinais e a aurora das evidências de Sua Revelação. Bem- aventurado quem a Teu redor circula, quem proclama a revelação de tua glória e relata o que a generosidade do Senhor teu Deus fez sobre ti chover.” “Chama o Sião, ó Carmelo! E anuncia as jubilosas novas: Veio Aquele que se ocultara dos olhos mortais! Está manifesta Sua soberania predominante; revelou-se Seu esplendor que a tudo abrange. Acautela-te para que não hesites, nem pares. Apressa-te a sair e circundar a Cidade de Deus que se fez baixar do céu, o Kaaba celestial a cujo redor têm circulado em adoração os favorecidos de Deus, os puros de coração e a companhia dos mais excelsos anjos.”

Bahá’u’lláh

AS CRIATURAS VERTIAM LÁGRIMAS DE SANGUE “Vaguei pelo deserto da resignação, viajando de tal modo que, no Meu exílio, todos os olhos pranteavam minhas penas e todas as criaturas vertiam lágrimas de sangue em razão de Minha angústia. Os pássaros do céu eram os Meus companheiros e os animais do campo a Mim se associavam.”

Bahá’u’lláh

MEU CORAÇÃO DILACERADO “De Meus olhos vertiam lágrimas angustiosas, e de Meu coração dilacerado surgia um oceano de agônicos pesares. Muitas noites não tive com que Me alimentar e muitos dias Meu corpo não encontrou repouso... Sozinho, comunguei com Meu espírito, alheado do mundo e de tudo o que nele existe.”

Bahá’u’lláh

UMA MEDIDA DAS LÁGRIMAS “O dilúvio de Noé é apenas a medida das lágrimas por Mim vertidas, e o fogo de Abraão uma ebulição de Minha alma. O pesar de Jacó é apenas um reflexo de Minhas tristezas e as aflições de Jó uma fração de Minha calamidade.... Derrama sobre Mim paciência, ó Meu Senhor, e faze-Me vitorioso sobre os transgressores.”

Bahá’u’lláh

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Manual do Instrutor

ADORMECIDOS OU DESPERTOS RECITAl 500 VEZES “Ordenai-os a recitar: ‘Há quem remova as dificuldades a não ser Deus? Dize: Louvado seja Deus! Ele é Deus! Todos são seus servos, e todos aquiescem ao Seu mandamento.’Dizei-lhe que repitam isso quinhentas vezes, ou melhor, mil vezes, ao dia e à noite, adormecidos ou despertos para que, talvez, o Semblante da Glória possa ser revelado aos seus olhos e jorros de luz sobre eles desçam.”

Bahá’u’lláh

MEU CATIVEIRO NÃO PODE ME CAUSAR DANO “Fossemos Nós fazer menção daquilo que Nos sucedeu, os céus romper-se-iam e as montanhas viriam a desmoronar.” “Meu cativeiro não pode Me causar dano. O que Me pode prejudicar é a conduta dos que Me amam, que se dizem estar relacionados Comigo e, no entanto, perpetram o que faz gemerem Meu coração e Minha pena.” “Meu cativeiro nenhuma vergonha pode a Mim trazer. Não, por Minha vida, Me confere glória. O que Me pode envergonhar é a conduta daqueles de Meus seguidores que professam Me amar, mas, na realidade, seguem o Ente Mau.”

Bahá’u’lláh

MEU NOME É BAHÁ’U’LLÁH Quando O interrogaram, pediram-Lhe que dissesse Seu nome e o país de onde viera. “E mais manifesto que o sol”, respondeu Bahá’u’lláh. Ainda outra vez, eles, com notável deferência, repetiram seu pedido e, com isso, Bahá’u’lláh pronunciou com majestade e poder, estas palavras: “Meu nome é Bahá’u’lláh (A Glória de Deus) e Meu país é Núr (Luz). Que sejais disso informados.”

RECORDA TU A CONDUTA DA MÃE DE ASHRÁF Recorda tu a conduta da mãe de Ashráf, cujo filho sacrificou sua vida na Terra de Zá (Zanján). Ele, com absoluta certeza, está no assento da verdade, na presença de Um que é o Mais Poderoso, o Onipotente. Quando os infiéis, tão injustamente, decidiram executá-lo, mandaram buscar sua mãe, para que ela, quiçá, lhe admoestasse e o induzisse a retratar a sua fé e seguir nas pegadas dos que repudiaram a verdade de Deus, Senhor de todos os mundos.

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Manual do Instrutor

Mal contemplara ela a face do filho, quando lhe disse tais palavras, que os corações dos que amavam a Deus e, além deles, os da Assembleia no alto, gemeram e agonizaram de pesar. Em verdade, teu Senhor sabe o que Minha língua diz. Ele Próprio dá testemunho de Minhas palavras. Ela ao dirigir-se a ele, disse: “Meu filho, meu próprio filho! Não deixes de te oferecer em holocausto no caminho de teu Senhor. Acautela-te para não traíres tua fé naquele diante de Cuja face se curvaram em adoração todos os que estão nos céus e todos os que estão na terra. Segue tu, diretamente, ó meu filho, e persevera no caminho do Senhor, teu Deus. Apressa-te a atingir a presença dAquele que é o Bem Amado de todos os mundos.” Sobre ela estejam Minhas bênçãos e Minha misericórdia e Meu louvor e Minha glória. Eu Próprio repararei a perda de seu filho - um filho que agora habita no tabernáculo de Minha majestade e glória, cuja face brilha com urna luz que envolve com seu esplendor as Donzelas do Céu em seus aposentos celestiais e além delas, os que residem em Meu Paraíso e os habitantes das Cidades da Santidade. Fosse alguém lhe fitar a face, exclamaria: ‘Ei-lo, não é senão um anjo nobre!’

Bahá’u’lláh

TÃO GRANDE É MINHA TRISTEZA, MINHA DOR “Juro pela Antiga Beleza, tão grande é Minha tristeza, Minha dor, que a pena se paralisa entre Meus dedos. Tu me vês submerso num oceano de calamidades que acabrunham a alma, de aflições que oprimem o coração... Acerbas provações Me têm cercado, e de todos os lados perigos Me sobrevêm. Tu me vês imerso num mar de insuperável tribulação, afundando em um abismo insondável, angustiado por Meus inimigos e consumido com a chama do ódio que Meus parentes acenderam - parentes com quem fizeste Teu forte Convênio e Teu Testamento firme..,” “Senhor! Tu vês todas as coisas chorarem por Mim, e Meus parentes se regozijarem por causa de Minhas tribulações. Por Tua glória, ó meu Deus! Até entre Meus inimigos alguns lamentaram Meus pesares e Minha angústia, e dentre os invejosos um grande número tem pranteado por causa de Minhas vicissitudes, Meu exílio e Minhas aflições.” “Ó Tu, a glória das glórias! Renunciei ao mundo e a seu povo e estou desconsolado e penosamente por causa dos infiéis. Na gaiola deste mundo Eu adejo assim como um pássaro, pois tudo quanto acontecer fará com que o Verbo de Deus seja exaltado e Suas divinas fragrâncias difundidas. ...Lembrem-se, quer Eu esteja ou não na terra, Minha presença estará sempre com vocês.”

‘Abdu’l-Bahá

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Manual do Instrutor

NADA SERÁ IMPOSSÍVEL SE TIVERDES FÉ Eu vos digo que quem quer que se levante na Causa de Deus, neste tempo, ele se encherá do Espírito de Deus, e Ele enviará Suas hostes do céu para vos aJudar e que nada será impossível se tiverdes fé. E agora vos dou um mandamento, que será um convênio entre vós e Eu... Que tenhais fé, que vossa fé seja firme como uma rocha, que nem as tormentas possam mover, que nada possa perturbar, e que possa permanecer através de todas as coisas até o fim. Aí sim, poderás dizer que Nosso Senhor foi crucificado, que não fraqueje vossa fé, porque Eu estou convosco sempre, seja vivo ou morto. Eu estou convosco até o fim. Assim como é a vossa fé, assim vossos poderes e bênçãos serão. Isto é justo! Isto é justo! Isto é justo!”

‘Abdu’l-Bahá

E QUE ASSIM O ESPÍRITO DE DEUS DESÇA SOBRE TI “Tu és como a chuva que é derramada sobre a terra, tornando-a úmida e fértil, para que seja frutífera. E que assim o Espírito de Deus desça sobre ti, enchendo-te de fertilidade, para que sigas e regue a Sua vinha. Agora teus problemas estão terminados e tu deves remover tuas lágrimas, pois conheces a parábola de Cristo sobre o semeador e a semente. Assim como na natureza, o solo fértil é preparado pela chuva e tempestade, pela lavoura e pelo sol para que a boa semente possa ser semeada, assim é na vida. O coração deve ser preparado por todas as experiências, para a semente da vida.”

‘Abdu’l-Bahá

VOLVE-TE PRIMEIRO A BAHÁ’U’LLÁH “Fala, pois; com grande coragem em cada reunião. Quando estás a ponto de começar teu discurso, volve-te primeiro a Bahá’u’lláh, pedindo a confirmação do Espírito Santo, então abre os lábios e dize o que for sugerido a teu coração - isto, porém, com a maior coragem, dignidade e convicção. Quando a fronte do orador irradia o brilho do amor de Deus, ao expor um assunto, e ele está extasiado com o vinho da verdadeira compreensão, toma-se o centro de uma força potente que, como um ímã, atrairá os corações. Eis porque o expositor deve estar completamente inflamado.”

‘Abdu’l-Bahá

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ONDE ESTÁ TEU FOGO, ARDENTE COM O AMOR DE DEUS? Não pranteies pela ascensão de meu amado Breakwell, pois ele elevou-se a um roseiral de esplendores no coração do Paraíso de Abhá, à sombra da mercê de seu poderoso Senhor, e está a bradar a plenos pulmões: ‘Oxalá pudessem os meus saber quão benevolamente meu Senhor me outorgou Seu Perdão, e me incluiu no número dos que atingiram Sua Presença!’

(Alcorão 36:25)

Ó Breakwell, ó meu amado! Onde está agora tua bela face? Onde está tua língua eloquente? Onde está teu radiante semblante? Onde está tua resplendente formosura? Ó Breakwell, ó meu amado! Onde está teu fogo, ardente com o amor de Deus? Onde está teu enlevo, gerado por Suas santas brisas? Onde estão teus louvores, sublimados a Ele? Onde está teu levantar para o serviço de Sua Causa? Ó Breakwell, ó meu amado! Onde estão teus puros olhos? Teus lábios sorridentes? Tuas magníficas feições? Tua formosa compleição ‘? Ó Breakwell, ó meu amado! Tu deixaste este mundo terreno e ascendeste ao Reino;alcançaste a graça do domínio invisível, e sacrificaste teu próprio ser no limiar de seu Senhor. Ó Breakwell, ó meu amado! Tu abandonaste a lâmpada que era teu físico aqui, o continente vítreo que era teu templo humano, teus elementos terrenos, teu modus-vivendi neste plano inferior. Ó Breakwell, ó meu amado! Tu ateaste uma flama no interior da lâmpada da Assembleia no alto; ingressaste no Paraíso de Abhá; encontraste refúgio à sombra da Arvore Abençoada, e atingiste a reunião com Ele no abrigo do Céu. Ó Breakwell, ó meu amado! Tu és agora uma ave do Céu; deixaste teu ninho terreno e alçaste voo a um jardim de santidade, no reino de teu Senhor. Tu te elevaste a um lugar imerso em luz. Ó Breakwell, ó meu amado! Teu cântico é agora idêntico a um chilreio; vertes torrentes de versos exaltando a mercê de teu Senhor - dAquele que sempre perdoa, foste um servo pleno de

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gratidão, em virtude do que obtiveste um quinhão de beatitude extrema. Ó Breakwell, ó meu amado! Em verdade, teu Senhor te elegeu para Seu amor, e te conduziu a Seus recintos de santidade; Ele fez com que adentrasses o jardim daqueles que fruem de Sua companhia intima, e te abençoou com a contemplação de Sua beleza. Ó Breakwell, ó meu amado! Tu conquistaste a vida eterna, e a dádiva que jamais se esvai, e uma vida para deleitar-se imanemente, e graça copiosa. Ó Breakwell, ó meu amado! Tu te transformaste numa estrela do firmamento mais elevado, e numa lâmpada entre os anjos do sublime Paraíso; tu te tornaste um espírito vivido no mais exaltado Reino, entronizado na eternidade. Ó Breakwell, ó meu amado! Rogo a Deus que Dele te acerques sempre mais, que te tenha junto a Si cada vez mais firmemente; suplico-Lhe que te rejubile o coração com a proximidade de Sua presença, e te inunde de luz a ainda mais luz; peço-Lhe que faça com que irradies ainda mais ingente beleza, e te confira poder e grande glória. Ó Breakwell, ó meu amado! Em todos os tempos, recordo-me de ti. Jamais hei de te esquecer. Oro por ti de dia e à noite; vejo-te perspicuamente ante mim, como que em plena luz do dia.Ó Breakwell, ó meu amado!”

‘Abdu’l-BaháQUANDO CORREM LÁGRIMAS... PARTO.

Antes de Bahá’u’lláh embarcar rumo ao Jardim de Najíbíyyih, Ele dirigiu essas palavras ao grupo de fiéis que O rodeava: “Ó Meus companheiros! Confio à vossa guarda esta cidade de Bagdá, no estado em que agora a vedes, quando correm lágrimas - como a chuva primaveril dos olhos dos amigos e estranhos, que se apinham nos seus sótãos, ruas e mercados - e parto. Cabe-vos a tarefa de vigiar para que vossas ações e conduta não obscureçam a chama do amor que rebrilha dentro do peito de seus habitantes.”

Bahá’u’lláh‘AKKÁ, A PORTA DA ESPERANÇA

Essa cidade de’Akká. flanqueada pela “glória do Líbano”, e repousando à plena vista do “esplendor do Carmelo”, aos pés das colinas que circundam a cidade natal do próprio Jesus Cristo, foi descrita por Davi como a “Cidade Forte”, citada por Oséas como “uma porta de esperança” e referida por Ezequiel como “o portal que olha para o caminho do Oriente”, por onde “entrou a Glória do Deus de Israel vinda

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pelo caminho do Oriente”, sendo Sua voz como “ruído de muitas águas.” A essa cidade se havia referido o Profeta da Arábia como “uma cidade na Síria à qual Deus tem mostrado Sua misericórdia especial”, situada ”entre duas montanhas... no meio de um prado”, à orla do mar... suspensa sob o Trono”, “alva cuja alvura, apraz a Deus”. “Bem-aventurado o homem”, declarara Ele, ainda mais assim como Bahá’u’lláh confirma - “que tem visitado’Akká, e bem- aventurado aquele que tem visitado o visitante de ‘Akká” Além disso, “Quem (nela) levantar o chamado à oração, sua voz se elevará ao Paraíso.” E ainda: “Os pobres de ‘Akká são os reis do Paraíso e seus príncipes. Um mês em ‘Akká é melhor que mil anos em outra pane.” Além disso, em uma tradução extraordinária que se encontra na obra de Shaykh Ibnu’l-’Arabí, intitulada “Futúhát-i-Makkíyyih” e que é reconhecida como afirmação autêntica de Maomé há esta predição significativa: “Todos eles (os companheiros do Qá’im) serão trucidados, salvo Um só - Aquele que alcançará a planície de’Akká, o Salão de Banquetes de Deus.”

Shoghi Effendi

OFEREÇO-TE, Ó SENHOR, AQUILO QUE ME DESTES “Ao deprimente peso dessas tribulações vinha ajuntar-se agora a amarga dor de repentina tragédia - prematuro passamento do nobre e piedoso Mírzá Mihdí, o Mais Puro Ramo, irmão de’Abdu’l-Bahá, de vinte e dois anos de idade, secretário de Bahá’u’lláh e Seu companheiro de exílio desde os dias quando, ainda criança, fora trazido de Teerã para Bagdá a fim de reunir-se a Seu Pai após o regresso Deste de Sulaymániyyih. Certa ocasião, ao por do sol, caminhava ele em suas costumeiras devoções, quando caiu, através de um clarabóia aberta, sobre uma caixa de madeira que se achava abaixo no chão, o que lhe provocou uma fratura das costelas, em consequência de que, vinte e duas horas depois, falecia, precisamente no dia 23 de Rabí’u’l-Avval, 1287 D .H. (23 de junho de 1870). Sua súplica de morte, dirigida a um Pai aflito, foi que fosse aceita sua vida como um resgate para aqueles a quem se impedia de se aproximarem de seu Bem-Amado. Em mui significativa prece revelada por Bahá’u’lláh em memória de Seu filho - oração que eleva sua morte ao nível dos grandes sacrifícios, comparando-a à voluntária imolação de Isaac por seu pai Abraão, à crucificação de Jesus Cristo e ao martírio do Imame Hussein - lemos o seguinte: “Ofereço- Te, ó meu Senhor, aquilo que Me deste, afim de que Teus servos

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sejam vivificados e todos os que habitam sobre a terra unidos.” E, outrossim, estas palavras proféticas, dirigidas a Seu filho martirizado: “Tu és aquele que Deus confiou, Seu tesouro nesta terra. Dentro em breve Deus por teu intermédio revelará aquilo que é Seu desejo.” Após haver sido lavado na presença de Bahá’u’lláh, aquele “que foi criado da luz de Bahá” - de cuja “humildade” a Pena Suprema dera testemunho e dos “mistérios” de cuja ascensão essa mesma Pena fizera referência - foi levado, com escolta dos guardas da fortaleza, para descansar além dos muros da cidade, em lugar adjacente ao santuário de Nabí Sálíh, de onde, setenta anos depois, seus restos mortais, simultaneamente com os de sua ilustre mãe seriam trasladados para o declive do Monte Carmelo, nas proximidades do túmulo de sua irmã e à sombra do sagrado sepulcro do Báb.

Shoghi Effendi

COM SEU CABELO PRATEADO FLUTUANDO “No dia 28 do mês de Safar, 1327 A.H. (1909), o dia do primeiro Naw-Rúz que (‘Abdu’l-Bahá) comemorou após a libertação de Seu encarceramento, ‘Abdu’l-Bahá mandou transportar, com grande esforço, o sarcófago de mármore à sepultura para Ele preparada e, ao anoitecer, à luz de uma só lâmpada, nele colocou, com as próprias mãos - na presença de bahá’ís do Oriente e do Ocidente e em circunstâncias ao mesmo tempo solenes e comovedoras - o ataúde de madeira que continha os sagrados restos do Báb e de Seu companheiro. Quando tudo terminou e os restos do Profeta-Mártir de Shíráz, afinal, estavam seguramente depositados, para Seu descanso eterno, no seio da sagrada montanha de Deus, ‘Abdu’l-Bahá, após haver posto de lado o turbante, removido os sapatos e despido o manto, curvou-Se sobre o sarcófago ainda aberto, com Seu cabelo prateado flutuando em volta da cabeça, estando transfigurada e luminosa a Sua face, descansou Sua fronte na beira do ataúde e, em soluços, pranteou de tal modo que todos os presentes choraram com Ele. Naquela noite não pôde Ele dormir, tão . acabrunhado estava.” “A mais jubilosa notícia é esta”, escreveu Ele, mais tarde em uma Epístola na qual anunciava aos seguidores essa gloriosa vitória, “que o corpo santo, luminoso do Báb... depois de haver sido transferido de lugar em lugar por sessenta anos, devido ascendência do inimigo e por medo dos malévolos, e sem haver conhecido repouso ou tranquilidade, já foi cerimoniosamente depositado, através da misericórdia da Beleza de Abhá, no dia de Naw-Rúz, dentro do sagrado ataúde no Santuário excelso no Monte Carmelo...”

Shoghi Effendi

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AS RECORDAÇÕES QUE SE AGITAVAM DENTRO DELE Quem poderá saber quais as recordações que se agitavam dentro dele (‘Abdu’l-Bahá), quando se defrontou com as águas tonitruantes do Niágara, respirando o ar de liberdade de uma terra bem distante, ou contemplou, por ocasião de um breve descanso, os campos verdes de Glenwood Springs, ou se locomovia com um séquito de crentes orientais pelos caminhos dos jardins do Trocadero em Paris, ou quando, ao anoitecer, passeava sozinho ao longo do majestoso Hudson em Riverside Drive em Nova York ou andava pelo terraço do Hotel Du Parc em Thonom-Ies-Bains, tendo vista para o Lago de Genebra, ou quando apreciava, de Serpentine Bridge em Londres, a corrente perolada de luzes por baixo das árvores, estendendo-se até onde o olhar podia abarcar? Recordações dos sofrimentos, da pobreza, das calamidades que sempre ameaçaram Seus primeiros anos; Recordações de Sua mãe, que vendeu seus botões de ouro para prover o sustento Dele e dos irmãos, e que foi forçada, nos momentos mais atrozes, a colocar um punhado de farinha seca na palma de sua mão para mitigar-Lhe a fome; Recordações da infância, quando era perseguido e ridicularizado por um bando de brutos nas ruas de Teerã; do quarto úmido e sombrio, que anteriormente servira de necrotério, ocupado por Ele, quando detido no quartel de , Akká, e do encarceramento na masmorra daquela cidade - recordações como estas, por certo, Lhe povoaram a mente. Devem ter-Lhe ocorrido, também, pensamentos relacionados com o cativeiro do Báb nos redutos montanhosos do Azerbadiján, quando à noite Lhe era negada uma simples lâmpada, como também a lembrança de Sua execução cruel e trágica, quando centenas de balas crivaram o Seu peito juvenil. Acima de tudo devem Seus pensamentos ter-se centralizado em Bahá’u’lláh, a Quem amava tão apaixonadamente, Cujas provações presenciara e Cujos sofrimentos compartilhara desde a meninice. O Siyáh-Chál de Teerã, infestado de bichos repugnantes; A bastonada que Lhe infligiram em Amul; A humilde comida que enchiam Seu kahskúl quando vivia como um dervixe nas montanhas do Curdistão; Os dias em Bagdá, quando não possuía uma muda de roupa sequer, e Seus discípulos se alimentavam com um punhado de tâmaras; O encarceramento dentro dos muros de ‘Akká, onde por nove anos Lhe foi negada até a vista da vegetação; e a humilhação pública a que foi submetido na sede do governo daquela cidade - quadros como esses, pertencentes a um passado

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trágico, devem tê-Lo frequentemente tornado presa de sentimentos que eram um misto de gratidão e de pesar, ao testemunhar as inúmeras demonstrações de respeito, de estima, e as honrarias que Lhe eram agora prodigalizadas e que eram também proporcionadas à Fé que Ele representava. “Ó Bahá’u’lláh! Que fizeste Tu?” - ouvi-se-Lhe exclamar certa tarde, quando era conduzido rapidamente para atender ao terceiro compromisso daquele dia, em Washington, segundo relatou o cronista das Suas viagens - “Ó Bahá’u’lláh! Que a Minha vida seja sacrificada por Ti! Ó Bahá’u’lláh! Que Minha alma seja oferecida por Teu amor! Quão prenhes de provações foram Teus dias! Quão rigorosos os sacrifícios porque passaste! Quão sólidos os alicerces que lançaste finalmente e quão glorioso o estandarte que levantaste!” “Certo dia, quando Ele passeava”, testificou o mesmo cronista, “evocou os dias da Abençoada Beleza, referindo-Se com tristeza à Sua estada no Sulaymániyyih, à Sua solidão e às injustiças que Lhe fizeram. Embora tivesse relembrado muitas vezes esse episódio, a emoção dominou-O tanto naquele dia, que soluçou de maneira audível, em Seu pesar...” “Todos os que O acompanhavam choraram com Ele e ficaram imersos em tristeza quando ouviram o relato das provações funestas por que passou a Antiga Beleza, e testemunharam a meiguice de coração que Seu filho demonstrou.”

Shoghi Effendi

OS ÚLTIMOS RESQUÍCIOS DE SUAS FORÇAS JÁ ESGOTADAS Ao concluir Suas (de ‘Abdu’l-Bahá) cansativas excursões pelo Ocidente, que consumiram os últimos resquícios de Suas forças já esgotadas, ‘Abdu’l-Bahá escrevera: “Antigos, aproxima-se o tempo em que não mais estarei com vocês. Fiz tudo aquilo podia ser feito. Servi à Causa de Bahá’u’lláh até o limite máximo de Minha capacidade. Trabalhei dia e noite durante todos os anos de Minha vida. Oh! Quão intensamente desejo ver os crentes tomarem sobre os ombros as responsabilidades da Causa!... Meus dias estão contados e, exceto isto, já não resta nenhuma alegria para mim.”

EM SINAL DE UM GRANDE DÉBITO DE GRATIDÃO E AMOR Dedicatória do Guardião para Os Rompedores da Alvorada: “Para a Folha Mais Sagrada, a última sobrevivente de uma Idade Heróica e Gloriosa, dedico esta obra em sinal de um grande débito de gratidão e amor.”

Shoghi Effendi

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VOCÊS DEVEM MORRER PARA SI MESMOS “Nunca se esqueçam disso: Olhem um para o outro como o olho da perfeição. Olhe para Mim, siga-Me, seja como Eu. Não pensem em si mesmos ou em suas vidas, se vocês comem ou se vocês dormem, se vocês estão confortáveis, se vocês estão bem ou doentes, se vocês estão com amigos ou inimigos, se vocês recebem louvor ou censura; tudo isso vocês não devem considerar absolutamente. Olhem para Mim e sejam como Eu. Vocês devem morrer para si mesmos e para o mundo, assim vocês deverão nascer novamente e entrar no Reino do Céu. Observem como uma vela concede sua luz. Ela chora derramando sua vida gota por gota à medida que apresenta sua chama de luz.”

‘Abdu’l-Bahá

ELE MANIFESTARÁ PUBLICAMENTE “Aquele que convoca os homens em Meu Nome é, verdadeiramente, de Mim e ele manifestará publicamente aquilo que está além do poder de tudo o que habita a terra.”

Bahá’u’lláh

VOCÊS SERÃO OS CONQUISTADORES “Se vocês agirem de acordo com os ensinamentos de Bahá’u’lláh, podem estar certos de que serão auxiliados e confirmados. Em tudo que vocês empreenderem serão vitoriosos, e todos os habitantes da terra não poderão resisti-los. Vocês serão os conquistadores, porque o Espírito Santo é seu concurso... o Próprio Espírito Santo os auxiliará.”

‘Abdu’l-Bahá

AS GOTAS DESSE SANGUE SERÃO A SEMENTE “Antes de partir da cidade de Meca e de Medina, o Báb suplicou a Deus que apressasse a hora de Seu martírio, de modo que, por esse sacrifício, os homens pudessem conhecer a verdade.” “A gotas deste sangue”, disse Ele, serão a semente da qual germinará a poderosa Árvore de Deus, a Árvore que reunirá debaixo de sua sombra acolhedora todos os povos da terra. Não vos lamenteis se Eu partir desta terra, pois que estou Me apresentando pára cumprir Meu destino.”

Palavras do Báb citadas por William Sears

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EU MESMO TE APARECEREI E BANIREI AS ANSIEDADES “Nas horas de tuas perplexidades”, assim falou Ele (o Báb) à esposa: “recita esta oração quando fores dormir. Eu mesmo te aparecerei e banirei as tuas ansiedades.” As palavras dessa oração foram destinadas à posteridade, para serem recitadas em todas as partes do mundo, por corações que estejam atribulados: “Há quem remova as dificuldades a não ser Deus? Dize: Louvado seja Deus! Ele é Deus! Todos são Seus servos e todos aquiescem a Seu mandamento.”

Palavras do Báb, citadas por William Sears

ENTRAI NO CAMPO DE BATALHA COM AS CONFIRMAÇÕES “Ó vós Meus soldados do Reino! Sejais valentes e destemidos! Dia após dia adicionai vossas vitórias espirituais. Não sejais perturbados pelos constantes assaltos dos inimigos. Atacai como leões rugindo. Não tenham nenhum pensamento para vós próprios pois os exércitos invisíveis do Reino estão lutando ao vosso lado. Entrai no campo de batalha com as Confirmações do Espírito Santo. Tenhais certeza de que os poderes do Reino de Abhá estão convosco. As hostes do céu da Verdade estão convosco. As suaves brisas do Paraíso de Abhá estão fluindo de vossas frontes aquecidas. Em nenhum momento estais sozinhos. Nem por um segundo sereis deixados a vós próprios. A beleza de Abhá está convosco. O Deus Glorioso está convosco. O Rei dos Reis está convosco.”

‘Abdu’l-Bahá

TÃO IMPORTANTE QUANTO O TRABALHO DE PIONEIRISMO “...ele sente que não existe serviço no inteiro mundo bahá’í tão importante quanto o trabalho de pioneirismo em áreas virgens. Eles têm alcançado uma grande posição de serviço. Eles são os representantes da Fé naquelas áreas virgens. Eles têm o inestimável privilégio de trazer a luz de Bahá’u’lláh àqueles que estão privados da Guia Divina para este dia. O Guardião tem repetidamente destacado que eles podem e devem tomar-se conquistadores espirituais daquelas novas terras.”

De uma carta escrita em nome do Guardião

EU QUERO VOCÊ PARA PINTAR MINHA SERVITUDE A DEUS5 de Junho O Mestre começou a posar para mim. Ele tinha dito: “Você pode pintar-Me em uma meia hora?” - “Uma meia hora meu Senhor?” - eu gaguejei, estava alarmada. Nunca terminaria de pintar uma cabeça em menos

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de duas semanas. “Bem, Eu lhe darei três meias horas. Você não pode tomar todo o Meu tempo, Juliet.” Ele disse me para vir encontrá-Lo sábado, pela manhã, às sete e trinta. Eu estava em pânico. Ele me aguardava no hall de entrada, um pequeno espaço no porão inglês de onde a luz, não muito, vinha do sul. Eu encontrava diante de mim toda espécie de dificuldades. Sempre pintava em pé, mas agora era obrigada a sentar; embaraçada fechei a janela (por causa da distância entre o Mestre e eu) pois não poderia inclinar-me sempre para trás. Nem luz, nem sala - estava colocando a tela para uma grande vida. O Mestre estava sentado em um canto escuro, Seu abá (túnica) preto tocava o piso - eu O via como a Face de Deus - e então desanimava. Como poderia pintar a face de Deus? “Eu quero você”, Ele disse “para pintar Minha servitude a Deus.” “Ó meu Senhor!” - eu bradei - “somente o Espírito Santo poderia pintar Vossa servitude a Deus. Nenhuma mão humana poderia fazer isso. Ore por mim ou estou perdida. Eu... vos imploro... inspira-me!” “Eu orarei”, Ele respondeu “e como você fará isso unicamente por amor a Deus, você será inspirada.” E algumas surpresas aconteceram. Todo temor que tinha, senti evadir-se de mim e era como se Alguém olhasse através de meus olhos, trabalhasse através de minha mão. Todos os pontos, a superfície daquela inigualável Face se tomava tão clara para mim que minha mão se inclinava velozmente - não conseguia manter o pincel com a clareza de minha visão. Eu pintei em êxtase - livre como nunca antes havia estado. Ao fim de meia hora o esboço do Rosto estava perfeito.

13 de Junho Na reunião acima - alguns de nós estávamos no alto da escada para dizer uma oração de cura para a Senhora Hinckle-Smith, mas antes que Lua começasse a entoar, o Mestre olhou para a porta e chamou: “Juliet” e eu deixei a Senhora Hinckle-Smith. “Traga aqui suas coisas e pinte” disse Ele apontando a biblioteca. Oh! Aquelas sessões tão maravilhosas, ainda que humanamente difíceis! Nós mudávamos de sala para sala, de um tipo de iluminação para outro. O Mestre tinha me concedido três meias horas, cada tempo em uma sala diferente.

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E sempre as pessoas vinham e ficavam observando. Mas algo milagroso é que nada fazia diferença No minuto em que iniciava o trabalho, o mesmo êxtase se apossava de mim, Alguém via através de meus olhos com uma espécie de precisão furiosa. Neste 13 de junho, depois que Lua tinha feito uma oração para a Senhora Hinckle-Smith, ela e May vieram à biblioteca, cruzaram a sala e ficaram em pé atrás de mim. O Mestre olhou para cima e sorriu para May. “Você tem um coração bondoso, Senhora Maxwell” depois voltou-Se para Lua: “Você, Lua, tem um coração terno. E que espécie de coração tem você Juliet?” - Ele sorriu. “Que espécie de coração tem você?” - “Oh! Que espécie de coração tenho eu? O Senhor sabe, eu não sei.” “Um coração emotivo.” Ele sorriu e colocou Sua mão uma em volta da outra em um gesto tempestuoso. “Você tem um coração que ferve, Juliet, agora” Ele continuou “se estes três corações forem unidos em um só coração bondoso, terno, emotivo - quão imenso coração seria!”

5 de Julho A pintura do Amado Mestre estava concluída. Ele posou seis vezes para mim, mas eu realmente a fiz nas três meias horas que Ele havia me concedido. Na sexta-feira quando Ele posou em Seu próprio quarto, no andar de cima, eu não fiz mais que uma única pincelada. Eu estava olhando o retrato, maravilhada por ter conseguido fazê-lo, quando Ele subitamente levantou-Se de sua cadeira e disse: “Está concluído.” A quinta vez, Ele sentou-Se, Miss Souley-Campbell entrou com o desenho de uma fotografia e perguntou se Ele assinaria para ela e se ela poderia adicionar algumas pinceladas de vida. Isso significava que Ele tinha que mudar Sua posição. Como também, que naquele dia eu não pintaria. E na quarta vez (em 19 de junho) - quem teria pintado? Eu tinha começado a trabalhar, Lua estava na sala, sentada perto, quando o Mestre sorriu para mim e se dirigindo a Lua, disse em persa: “Isto faz-Me adormecer. Que farei?” “Diga ao Mestre, Lua, que se Ele desejar dormir um pouco, eu posso continuar trabalhando enquanto Ele dorme.” Mas constatei que não poderia. O que eu via além, era também sagrado -

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também formidável. Ele sentou-Se como uma estátua, Seus olhos fechados, uma paz infinita circundava Sua Face e uma Calma Divina pairava sobre Sua cabeça erguida. Subitamente - esplendorosamente como um grande flash - Ele abriu Seus olhos e as paredes da sala tremiam com o Poder liberado, tal qual um navio em uma tempestade. O Mestre estava flamejante. “Os véus da Glória - os milhares de véus tinham se consumido naquela Chama e nós estávamos expostos à Própria Glória!” Anotações do diário da Sra. Juliet Thompson. famosa pintora americana

RECLAMANDO COM ÍMPETO OS DIREITOS DE PRIMOGÊNITO Um dia que talvez não tenha igual na história do mundo, foi aquele em que ocorreu a grande matança de bábís em Teerã. Avançavam, entre carrascos, mulheres e crianças com pavios acesos, flamejantes, nas feridas. As vítimas eram arrastadas com cordas e obrigadas a caminhar com chicotadas. Quando chegavam ao lugar do suplício, lhes era oferecida a vida, novamente, desde que abjurassem sua Fé. Um algoz disse a um pai que se não abjurasse, serraria o pescoço de seus dois filhos sobre seu peito - eram dois garotos, o maior dos quais tinha quatorze anos... vermelhos com seu próprio sangue, com as carnes dilaceradas, escutavam calmamente o diálogo - o pai respondeu, deitando-se no chão, que estava pronto e o maior dos filhos, reclamando com ímpeto os direitos de primogênito, pediu para ser degolado primeiro...”

Ernest Renan

O OLHAR QUE SALVOU O MUNDO Certo dia, ‘Abdu’l-Bahá, o intérprete e eu, os três apenas, ficamos numa das menores salas da recepção, no andar térreo. ‘Abdu’l-Bahá esteve falando a respeito de certa doutrina cristã, e sua interpretação das palavras de Cristo foi tão diferente da aceita, que não pude reprimir uma demonstração de protesto. Lembro-me de ter falado com celta veemência, perguntando: “Como é possível ter tanta certeza? Ninguém pode afirmar o que Jesus quis dizer, decorridos todos estes séculos de má interpretação e disputa.” Ele deu a entender que era perfeitamente possível.

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Indício de minha perturbação espiritual e cegueira à Sua posição é que, não considerando Sua sinceridade e a garantia de Sua impressionante autoridade, me deixasse dominar por verdadeira impaciência. “Isto não posso aceitar”, exclamei. Nunca esquecerei o olhar de ultrajada dignidade que o interprete me lançou. Foi como que dissesse: “Quem é você para contradizer ou mesmo questionar ‘Abdu’l- Bahá” Mas assim não fez ‘Abdu’l-Bahá ao me olhar. Como agradeço a Deus que não o fizesse! Fitou-me um longo momento antes de falar. Seus olhos belos e serenos buscaram minha alma com tal amor e compreensão que toda a minha momentânea veemência evaporou-se. Ele sorriu com ar triunfal, como o amante sorri para a amada, e os braços do Seu espírito pareceram envolver-me, como que dizendo que eu devia empreender o meu caminho e Ele empreenderia o Seu. Foi como se sobre uma fronte febril repousasse uma mão fria; como se nos lábios ressequidos se conservasse uma taça de néctar; como se uma chave tivesse aberto meu coração empedernido, enferrujado, insensível. As lágrimas irromperam e eu murmurei: “Desculpe-me.” Com frequência a partir desse dia eu meditei sobre as trágicas possibilidades de uma expressão da face. Tenho mesmo pensado que devia escrever um livro sobre “O OLHAR QUE SALVOU O MUNDO”, tomando por tema a maneira pela qual Jesus deve ter olhado para Pedro, depois que este O negou por três vezes. O que aquele olhar podia ter transmitido ao medroso, vacilante e indignado Pedro? Certamente, não a expressão farisaica, dignificada, nos olhos do intérprete de’ Abdu’l-Bahá. Como seguramente deve ter sido algo na natureza da expressão de abrangente amor, perdão e compreensão com que ‘Abdu’l- Bahá tranquilizou, mitigou e convenceu meu coração. Naquele olhar que Jesus, ao subir à cruz, lançou sobre Pedro, provavelmente sustentaram-se os destinos da Cristandade. Se não houvesse sido de perdão e amor, Pedro não teria saído e “chorado amargamente”. Tampouco, não teria morrido como mártir da Causa d’ Aquele a quem ele negara num momento de temor e indignação. É desnecessário subir mais um degrau e asseverar que os destinos do mundo dependeram daquele instante quando os olhos de Pedra e os do Seu Mestre se encontraram, e ele leu neles, não o que sua alma sabia ele merecer, mas o que a misericórdia de Deus conferia como generosidade de Sua pane.”

Howard Colby Ives

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FIZ OUTRA PEREGRINAÇÃO4 de agosto de 1981 Queridos amigos, colegas e companheiros bahá’ís, Em minha segunda visita à Terra Santa este ano, para um projeto especial, novamente fiquei profundamente consciente da majestade e grandeza de nossa Suprema Casa Universal de Justiça. Cada vez que estou com eles, a alegria e o deslumbramento daqueles dias na presença de nosso Amado Guardião voltam rapidamente para mim e digo para mim mesmo: “Fiz outra peregrinação.” Quantas vezes cada bahá’í terá dito: “Que bênção seria se pudéssemos ter visto o precioso Báb ou ter estado na presença da Abençoada Beleza, Bahá’u’lláh ou se pudesse ter visitado a Terra Santa quando o querido Mestre lá estava...” Muitos de nós puderam olhar para a face de nosso amado Guardião. Mas um número muito maior, no entanto, foi privado dessas bênçãos e graças passadas. Subitamente entendi que cada uma dessas grandes bênçãos estava à nossa disposição novamente. Pouco a pouco tomou-se claro para mim não ter havido dias como estes nos quais agora vivemos. Estes são os próprios dias pelos quais o Báb, Bahá’u’lláh, ‘Abdu’l-Bahá e nosso Amado Guardião sacrificaram Suas vidas para tomá-los realidade. Estes dias! Disse a mim mesmo: “Será que realmente compreendemos e apreciamos quem é que envia tal livro, tal compilação, tal cana, diretamente da Montanha de Deus?” Prometi a mim mesmo que a próxima vez que recebesse uma Carta ou uma Mensagem da Casa Universal de Justiça olharia para ela com novos olhos e ouviria suas palavras de instrução e orientação com novos ouvidos. Senti este tremendamente urgente desejo de compartilhar meus sentimentos com todas as instituições bahá’ís na África e com todos os meus amigos bahá’ís através de todo aquele continente. Queria que vocês vissem e sentissem todas as coisas que me enriqueceram, aprofundaram e me inspiraram nesta “Segunda Peregrinação”. As maravilhas e as realizações de nossa Casa Universal de Justiça precipitaram-se sobre mim como uma torrente. A emoção fez vibrar meu corpo inteiro. Estava de pé no último andar da nova Sede da Casa Universal de Justiça, olhando para o edifício dos Arquivos, o Sepulcro do Báb, e para acima na direção do Obelisco onde Bahá’u’lláh entoou a Epístola do Carmelo, a Carta Magna para todas estas Instituições do Centro Mundial. Pude ver o local onde Ele previu a Arca que Deus faria singrar nesta Montanha sagrada, manifestando o povo de Bahá, os homens da Casa de Justiça. Olhei através da baía na direção da Cidade-Prisão de’Akká e a Mansão de Bahjí e senti um enorme impulso de descer a Montanha e escrever esta

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carta para vocês. Compartilhar com nosso continente, a África, todas as bênçãos de Deus que nossa Suprema Casa Universal de Justiça tão generosamente e tão abundantemente tem derramado sobre nós. Fui primeiro para os três Sepulcros Sagrados, para orar por cada um de vocês, e por mim mesmo, pela África, como um continente, e para as instituições bahá’ ís e por todos os crentes na África. Então comecei a escrever meus pensamentos como segue:

A CASA UNIVERSAL DE JUSTIÇA O menor vislumbre da majestade desta Divina Instituição encheria qualquer um de admiração e deslumbramento. “Deus, verdadeiramente, inspirará a eles com tudo aquilo que deseje”, é a incontrovertível afirmação de Bahá’u’lláh. * A Casa Universal de Justiça é a “Fonte de todo o bem” e está “livre de todo erro”, ‘Abdu’l-Bahá confirma em Sua Última Vontade e Testamento. * Shoghi Effendi escreveu que ela é o “Ápice” da “Administração Bahá’í. É o “Órgão Supremo da Comunidade Bahá’í e o “único refúgio para uma civilização decadente”. E este Corpo - destaca o Guardião - cujos membros, em consulta, foram feitos os “recipientes” da “guia divina”, que é a uma só vez “o sangue da vida” e a “última salvaguarda” desta Revelação. “Todos devem obedecer à Casa Universal de Justiça” declara’ Abdu ‘l-Bahá. “Obediência a ela é obediência à Causa. Oposição a ela é oposição à Abençoada Perfeição. Negá-la é negar a Deus, o Verdadeiro.” * O poder e autoridade que são investidos sobre a Casa Universal de Justiça pelo Espírito Santo ficaram claros para sempre nestas palavras de ‘Abdu’l-Bahá: “Rejeitar qualquer palavra da Casa Universal de Justiça é como rejeitar uma Palavra do Kitáb-i-Aqdas.” “Observe quão importante é este assunto” ‘Abdu’l-Bahá assinala “A Abençoada Beleza ordenou que a Casa Universal de Justiça seja criadora de leis... Se a Casa Universal de Justiça estivesse operando (agora), juro por Deus... eu seria o primeiro a obedecer ao que ela determinasse, mesmo que fosse algo contra mim.”

William Sears

O JOVEM A QUEM ELES SEGUIAM, HUMILHADO, TROPEÇOU Um pequeno redemoinho de pó movia-se quietamente na rua deserta. Um pedaço de papel chicoteou um gato sonolento que, amedrontado precipitou-se do patamar para dentro da casa. Depois tudo voltou ao profundo silêncio. Subitamente

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uma criança apareceu apressada, vindo da esquina, e precipitou-se vindo pela rua deserta. Seus pés descalços sacudiam torrões de terra cálida e seca. ‘Ele já vem’, gritava o garoto, ‘estão trazendo-o por aqui!’ O povo saía das casas em pânico semelhante a formigas, cujo formigueiro fosse batido por um pé descuidado... A rua estava agora fervilhando com rostos ansiosos e em expectativa. O excitamento ,aumentava à medida que se ouvia o vozerio raivoso do populacho que se aproximava... Uma torrente de homens, mulheres e crianças fluía tumultuando a esquina. O jovem a quem eles. seguiam, humilhado por seus insultos, tropeçou. A multidão vociferava delirantemente. Sabia que Ele não podia escapar; Era cativo. Os guardas puxavam-no para diante,. em frente à multidão, com uma corda amarrada à argola de ferro que lhe puseram ao redor do pescoço. Estava sendo levado às autoridades, para que sua sentença de morte fosse assinada. Quando seus passos fraquejavam, os guardas forçavam-no a prosseguir, dando um repelão na corda ou aplicando-lhe um bem marcante pontapé. De vez em quando, alguém se projetava da multidão, abrindo caminho por entre os guar-das, para bater no jovem com punhos cerrados ou com um bastão. Ovações de encorajamento acompanhavam o ato de cada atacante. Quando uma pedra ou um punhado de lixo era arremessado da multidão e batia na face do cativo, tanto os guardas como o povo caiam em gargalhadas. ‘Livra-te, ó grande herói!’ um dos perseguidores zombava. ‘Despedaça teus grilhões! Faze um milagre!’ Depois cuspia com desprezo na face do personagem silencioso. O jovem foi levado de volta ao pátio da prisão e, pouco depois, ao local de execução, quando já era alto dia, no pátio do quartel de uma cidade causticada pelo sol. O sol abrasador de verão reluzia nos canos dos mosquetões levantados. As espingardas estavam apontadas para o peito do jovem e os soldados esperavam a voz de comando para fazer fogo e tirar-lhe a vida. Grande multidão afluía de todas as direções para a praça pública. Milhares de pessoas enxameavam ao longo dos telhados das casas adjacentes para presenciar a cena de morte. Todos estavam ávidos de olhar uma vez mais aquele estranho jovem que tanto tinha inquietado o país. Se Ele era bom ou mau, disto ninguém estava certo... No entanto, Ele era tão jovem ainda para morrer, mal assomando aos trinta! Agora que o fim se aproximava, a vítima de todo aquele ódio não lhes parecia absolutamente perigosa. Tão manso e indefeso estava e contudo, confiante e belo.

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Havia em seu olhar um quê de contentamento, e de avidez em sua face, quando olhava calmamente os canos hostis dos setecentos e cinquenta fuzis apontados para Ele...”

William Sears

UMA MENSAGEM SOBRE A CRUZADA MUNDIAL Esta mensagem foi dada pelo amado Guardião, Shoghi Effendi, à Mão da Causa, Sr. ‘Alí Akbár Furután, para que ele a divulgasse por onde quer que fosse. “É possível realizar este Plano de Dez Anos da Cruzada Mundial?”

I. Requer antes de tudo a ajuda de Deus

A ajuda de Deus não é algo imaginário, sem a ajuda de Deus nenhum trabalho pode ser realizado; é como a luz para os olhos. Os olhos veem, mas se não há luz é impossível enxergar. Se a luz se apaga, a escuridão surge. Nós temos os dons, a existência e a atividade. Porém sem a ajuda divina nada se pode realizar. A terra tem sua força de crescimento e nós semeamos o grão. A terra proporciona a força do crescimento, mas se não existisse o sol, seria possível o poder do crescimento sem estas condições? Obviamente não, o grão não germinaria. A ajuda de Deus é o sol e nós somos a terra. As possibilidades estão em nós, a ajuda é de Deus. Isto é o que quer nos dizer Bahá’u’lláh quando em Seu Livro Sagrado, o Aqdas, nos diz: “Nós vos vemos desde Nosso Reino de glória resplandecente e ajudaremos a quem quer que se esforce para o triunfo de Nossa Causa com as hostes do Concurso Celestial e uma companhia de Nossos anjos escolhidos.” Esta é uma promessa que não falhará. Nesta Causa Sagrada, o prometido é seguro e infalível. Esta mesma ajuda foi a que fez triunfar os discípulos de Cristo no mundo. Com esta ajuda triunfou Pedra sobre o império romano e foi também esta ajuda que acompanhou os árabes e lhes permitiu abrir o mundo até a Espanha. Por que estes povos não triunfam nestes dias? Por que se dividiram contra eles mesmos? Porque lhes falta esta ajuda. Quando a Ajuda de Deus estava com eles ou da parte deles, dominavam o mundo. Agora que a ajuda lhes foi retirada, o mundo os domina. Agora nós, os discípulos de Bahá’u’lláh e Seus apóstolos, não podemos cumprir a mesma tarefa dos discípulos de Cristo? Sem dúvida que sim, porque temos a ajuda prometida por Bahá’u’lláh, e uma pessoa que vive pode dominar milhares de

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mortos, e uma formiga pode vencer um monte de trigo. A formiga é uma e o monte de trigo é formado por muitos grãos. mas ela os colhe um a um e os transporta até que finalmente ela triunfa sobre aquele grande monte. O novo crente não cai do céu, alguns vêm do Islã, outros do Cristianismo, outros do Judaísmo, outros do Zoroastrismo, etc. Eles são o monte de trigo, nós, as formigas que devemos dar-lhes vida. O Báb disse: “Para estes, eu estava morto, e a Água da Vida me fez reviver”. Nós podemos apresentar a Água da Vida ao mundo porque possuímos a ajuda de Deus e as hostes dos anjos escolhidos triunfantes. ‘Abdu’l-Bahá disse a um bahá’í do Egito: “A qualidade é importante, não a quantidade, uma pérola vale mais que milhões e montes de pedra e pó.” Somos poucos e o mundo é numeroso, mas quantas vezes um pequeno número venceu um grande número de homens! A ajuda do Reino de Deus é importante e fundamental para a realização desse Sagrado Plano da Cruzada Mundial.

II. O despertar dos amantes de Bahá’u’lláh O despertar dos amantes de Bahá’u’lláh, significa que é o amor que provoca seu despertar, ou melhor, a decisão dos amantes de Bahá’u’lláh. Há dois tipos de decisão: a racional ou com o coração e a decisão sentimental e sem razão. Uma famosa poesia persa diz: “Os sábios, para atravessar um rio procuram, pela razão, construir uma ponte, porém o louco, o amante louco localiza-se ao rio e o atravessa, sem pensar nos perigos..” Enquanto os sábios perdiam seu tempo raciocinando e refletindo, o amante louco não pensou em nada, não raciocinou, pois somente buscava encontrar e ver sua amada; enfrentou o perigo e atravessou o rio. Quando Bahá’u’lláh, ‘Abdu’l-Bahá (e o próprio Guardião), nos pediram a propagação da Causa e nosso sacrifício pela humanidade, o crente sábio, o crente que raciocina muito, diz a si mesmo: e salvaguardar minha vida, minha mulher, meus filhos, meus livros, meus bens materiais,etc. Mas o crente com verdadeira fé, o amante louco respondeu o chamado de Bahá’u’lláh, de ‘Abdu’l-Bahá e do Guardião e se levantou para servir a Fé. O crente sábio que raciocina, diz: “se for necessário renego minha fé, minha religião, meus princípios e o meu Profeta para manter minha vida, minha família, meus filhos, meus bens. O amante louco, porém, oferece sua vida, renega sua família se for preciso” renuncia a seus bens materiais e ao mundo para sustentar a Santa Causa de Bahá’u’lláh.”

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Esta é a decisão, o despertar do amante de Bahá’u’lláh. Os bahá’ís devem ser amantes loucos. Nós os bahá’ís devemos evitar ser os sábios que raciocinam. O verdadeiro bahá’í é do povo escolhido por Deus, é dos amantes loucos. Todos os heróis dos livros sagrados sem exceção, Foram amantes loucos, não sábios que raciocinaram. O amor louco de nosso Senhor Jesus Cristo O levou à cruz por amor a Seu Pai, porém Pilatos e os sacerdotes foram os sábios que raciocinaram, porque buscaram manter suas vidas, sua autoridade e realeza. O amor louco do Imame Husayn o fez beber a taça do martírio, por sacrifício à Causa Divina; mas Yazid, o sábio que raciocinou, buscou conservar o reino, o poder e a coroa. Sulaymán Khán, Badí’, Mullá Husayn, Quddús, Táhirih, foram os amantes loucos do Báb e Bahá’u’lláh. Násiri’d-Din Sháh disse a Táhirih: “Renega tua Fé, renuncia ao Báb e eu farei de ti a imperatriz da Pérsia”; ela respondeu:“Regozija-te de teu mundo, de teu reino e de teu império, eu me regozijo de meu mundo e de meu Mestre” . Se ela tivesse sido sábia e razoável, sua razão lhe teria dito: Sim, a imperatriz da Pérsia leva a coroa do Império. Mas como era amante louca, preferiu o martírio, preferiu regar com seu sangue o caminho que conduzia a seu Amante Agora os bahá’ís têm que escolher entre ser os amantes loucos ou os sábios que raciocinam; têm que escolher entre manter sua vida, sua família e seus bens, ou deixar tudo, renunciar a tudo para apresentá-lo como sacrifício a serviço da Causa, a serviço de Bahá’u’lláh. Os bahá’ís devem recordar umas das mais brilhantes palavras de Jesus Cristo: “Aquele que me ama deve abandonar e renunciar a tudo, tomar sua cruz e seguir-me.” Os bahá’ís têm que escolher entre ser um Cristo ou um Pilatos; um Yazid ou um Imame Husayn, um Násiri’d-Din Sháh ou uma Táhirih, um Quddús ou Badí‘.

III. As grandes mudanças no mundo Isto significa a preparação do caminho para a realização do Plano Divino. Os dois primeiros requisitos para assegurar a realização do Plano da Cruzada Mundial, são o dever do crente bahá’í. O terceiro é o motivo de Bahá’u’lláh, o motivo secreto de Deus. Deus prepara o caminho, nós devemos avançar.

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Estes três requisitos são as garantias para a realização do Plano Divino. Quando. Maomé esteve na batalha de Khandak disse: “Os Kosroes, os Césares foram vencidos.” Os árabes responderam:”Este faminto que amarra a pedra ao ventre vencerá os Kosroes?” “É um poeta louco!” Quando, porém, Maomé venceu os Kosroes e Césares eles disseram: “Ele disse a verdade!” Nós, os verdadeiros bahá’ís devemos estar certos que todas as promessas e profecias de Bahá’u’lláh, de ‘Abdu’l-Bahá e do Guardião se realizarão, mas nosso despertar, nossa decisão, nossa partida é a condição. Quando o Comandante é sincero e os soldados são valentes e se sacrificam, o triunfo sobre o mundo é certo. Assinamos um acordo com Bahá’u’lláh, devemos ser homens e manter nossa palavra.

Shoghi Effendi, Haifa, Israel, 1953

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13A História de Bahá’u’lláh

Mírzá Husayn ‘Alí - a Quem o Báb deu o título de Bahá’u’lláh, a Glória de Deus, nasceu em Teerã no dia 12 de novembro de 1817. Ele era descendente de Zoroastro, de Abraão e também de Jessé. Era uma criança extraordinária. Nunca frequentou escola e não deixou ninguém O instruir. Todos diziam que era uma criança com grande poder. O pai de Bahá’u’lláh reconheceu que seu Filho era fora do comum e sempre mostrava muito respeito e interesse para com Ele. Quando Bahá’u’lláh era ainda uma criança o Vizir, Seu pai, teve um sonho. Bahá’u’lláh apareceu nadando num oceano vasto e ilimitado. Seu corpo brilhava sobre as águas com uma radiância que iluminava o mar. Em volta de Sua cabeça, que podia ser distintamente vista por cima das águas, irradiava em todas as direções, os Seus longos cachos negros como azeviche, flutuando em grande profusão acima das ondas. A medida que ele sonhava, uma multidão de peixes se reuniu em volta de Bahá’u’lláh cada um segurando-se a uma extremidade de cabelo. Fascinado pela efulgência de Sua Face, eles O seguiam em qualquer direção que nadava. Apesar de seu número ser grande, e não importando quão firmemente eles se apegavam a Seus cachos, nem um único fio de cabelo parecia haver sido desprendido de Sua cabeça, nem o mínimo dano afetado a Sua pessoa. Livre e irrestrito Ele se movia por sobre as águas e todos O seguram. O Vizir, extremamente impressionado por este sonho convocou o intérprete de sonhos que tinha adquirido fama naquela região e pediu-lhe para interpretá-la para ele. Este homem, como se estivesse inspirado pela premonição do futuro glorioso de Bahá’u’lláh, declarou:

“O oceano ilimitado que vós vistes em vosso sonho, Ó Vizir, não é outro senão o mundo do Ser. Sozinho e sem ajuda o vosso filho irá atingir a suprema ascendência sobre ele. Aonde lhe apraz, irá prosseguir sem qualquer obstáculo; ninguém resistirá à Sua marcha; ninguém se obstará ao Seu progresso. A multidão de peixes significa o tumulto que Ele levantará entre os povos e raças da terra. Em volta Dele eles se reunirão, e a Ele se apegarão. Assegurado da proteção infalível do Todo-Poderoso, este tumulto nunca causará dano à Sua Pessoa nem irá a Sua solidão no mar da vida colocar em perigo a Sua segurança.”

Em outro dia Bahá’u’lláh, ainda muito jovem, passava diante dos Seus pais. Seu pai comentou: “Este nosso filho é sem par: Não há ninguém como Ele. Não se pode compará-Lo com nossos outros filhos.” A mãe respondeu: “Acho-o um pouco

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baixo demais.” O pai replicou “Que importa? Embora Ele não seja muito alto, isto apenas faz com que Seu cérebro fique próximo ao Seu coração. Ele é perfeito sob todos os aspectos”! Bahá’u’lláh casou com Asíyih Khánum, conhecida como nome de Navváb. Tão grande era a bondade e amor de Bahá’u’lláh e Navváb para todos, que foram chamados “O Pai dos pobres e a Mãe da Consolação.” Quando o Báb declarou Sua Missão em 1844, Bahá’u’lláh imediatamente O aceitou e começou a ensinar a Fé. O Báb e Bahá’u’lláh nunca se encontraram neste mundo, mas se comunicaram muito por carta. Antes do Seu martírio, a última coisa que o Báb fez foi enviar Seu anel, Sua caneta e algumas de Suas escrituras a Bahá’u’lláh. Em 1852, um dos seguidores do Báb, que ficara louco por causa do martírio do seu Mestre, tentou assassinar o Rei. Este acontecimento foi a única desculpa que o Rei e o clero esperavam para lançar uma perseguição geral contra todos os bábís. Mais de vinte mil bábís foram presos, torturados e mortos. Bahá’u’lláh foi preso e torturado. Enormes correntes de aço pesado foram colocadas ao redor de Seu pescoço, deixando marcas até o fim de Sua vida. Ele foi jogado numa masmorra suja e horrível chamada Síyáh-Chál. Foi dentro desta prisão escura, úmida e fedorenta que Deus revelou-Se a Bahá’u’lláh. Uma noite, em um sonho, estas gloriosas palavras foram ouvidas de todos os lados:

.. Em verdade, Nós O faremos vitorioso por Ti mesmo e pela Tua pena. Não lamentes o que Te sucedeu nem receies, pois estás seguro. Em breve Deus fará erguerem-se os tesouros da terra - homens que Te apoiarão por Ti mesmo e pelo Teu nome, por meio do qual Deus revivificou o coração daqueles que O reconheceram.”

Por causa da posição da família de Bahá’u’lláh, o governo receava emitir ordem de morte e decidiu banir Bahá’u’lláh de Sua terra para sempre. Assim, Bahá’u’lláh junto com Sua família e alguns amigos foram exilados para Bagdá. Viajaram a pé atravessando montanhas e sofrendo com frio e neve. Foi em Bagdá que o meio-irmão de Bahá’u’lláh, Mírzá Yahyá começou uma campanha de fofocas e calúnias contra Bahá’u’lláh. Mírzá Yahyá viu o amor e dedicação que todos os bábís mostraram por Bahá’u’lláh e ficou com ciúmes e inveja. Esta campanha causou brigas e divisões na pequena comunidade. Bahá’u’lláh ficou tão triste e com tanta ira, vendo as coisas horríveis feitas por Mírzá Yahyá, que não pode mais aguentar e bradou:

“Ordena-lhe recitar ‘Há quem remova as dificuldades a não ser Deus? Diz: Louvado seja Deus, Ele é Deus. Todos são Seus servos e todos aquiescem a Seu Mandamento.’ Diga-lhe para repeti-Ia 500 vezes -

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não! - mil vezes de dia e de noite, dormindo ou acordado.” Finalmente, Bahá’u’lláh anunciou que ia sair ele Bagdá. Ordenou à Sua família tratar com a máxima bondade Mírzá Yahyá e depois Ele sumiu. Ficou dois anos no Deserto de Sulaymaníyyih em perfeita liberdade e felicidade. Viveu inteiramente com o Seu próprio espírito. Ele teria se contentado em viver assim pelo resto ela vida, mas Deus ordenou que voltasse a Bagdá para salvar a Fé ela destruição. Os danos infligidos por Mírzá Yahyá rebaixaram a condição da comunidade bábí e alguns dos crentes até eram ladrões e assassinos. O trabalho de Bahá’u’lláh foi reunir a comunidade e elevar o caráter dos amigos. Durante esta época, Bahá’u’lláh revelou os livros “Palavras Ocultas” e o “Kitáb-i-Íqán”. Bahá’u’lláh passou 13 anos entre o Martírio do Báb, em 1850, e Sua grande Declaração preparando o mundo para aceitar a maior Mensagem na história da religião, em 1863. Finalmente chegou a hora destinada para declarar ao mundo Sua gloriosa e única Missão. O Rei da Pérsia ordenou que Bahá’u’lláh fosse exilado ainda para mais longe até a cidade de Constantinopla. Antes de partir, Bahá’u’lláh e os amigos ficaram doze dias em um jardim fora da cidade de Bagdá que chamaram o Jardim de Ridván (Paraíso). Foi aqui que Bahá’u’lláh se declarou, anunciando que Ele era o Rei dos Reis - o Prometido de todas as religiões - que chegou para inaugurar uma nova era de paz e fraternidade. Estes eram dias gloriosos, dias que hoje são celebrados em todo o mundo bahá’í como os dias mais sagrados. Foi a partir desta data que os crentes se chamaram “Bahá’ís” - seguidores de Bahá - a Glória de Deus. No dia 3 de maio de 1863, Bahá’u’lláh partiu de Bagdá. Milhares de pessoas testemunharam Sua saída, chorando de desespero pela separação do seu Amado. A viagem de Bagdá até Constantinopla foi toda assim. Em cada aldeia Bahá’u’lláh foi recebido com amor e devoção. O povo se enfileirava nas ruas e subia nos terraços e tetos das casas para saudá-Lo. Bahá’u’lláh ficou 4 meses em Constantinopla e depois foi outra vez exilado para Adrianópolis. Em Adrianópolis, apesar da paciência e bondade de Bahá’u’lláh, Mírzá Yahyá continuava causando grandes problemas dentro da comunidade. O Guardião, mais tarde afirmou que o repugnável comportamento de Mírzá Yahyá foi mais vergonhoso do que a traição de Judas, mais pérfido do que a ação dos filhos de Jacó para com seu irmão José e até mais infame do que o ato criminoso perpetrado por Caim contra Abel. Foi Mírzá Yahyá que fugiu de medo e se escondeu nas montanhas depois do

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martírio do Báb; foi Mírzá Yahyá que se recusou a divulgar os Escritos do Báb pelo país inteiro como sugeriu Bahá’u’lláh; foi Mírzá Yahyá que alterou os Escritos do Báb para fazer parecer que ele era líder permanente da Fé Bábí; foi Mírzá Yahyá quem condenou à morte todos os discípulos (espelhos) do Báb e causou o assassinato de um homem chamado Dayyan, bem como um primo do Báb. E agora, em Adrianópolis, crimes ainda mais horríveis foram perpetrados. Mírzá Yahyá convidou Bahá’u’lláh para tomar chá e com suas próprias mãos passou veneno na xícara de Bahá’u’lláh, deixando-O gravemente doente por um mês inteiro. Sua condição era tão séria que o médico chamado para atendê-Lo não esperava salvar-Lhe a vida. Desesperado, este médico, é com seu grande amor a Bahá’u’lláh, orava, implorando a Deus para tirar sua vida e salvar a vida de Bahá’u’lláh. Uns dias mais tarde, este médico, Dr. S. Shishman, adoeceu e faleceu. Bahá’u’lláh disse que este médico sacrificou sua própria vida por Bahá’u’lláh. Mírzá Yahyá fez vários outros atentados à vida de Bahá’u’lláh sem ter êxito. Bahá’u’lláh, contudo, sempre mostrou a maior bondade e paciência a Mírzá Yahyá, tentando deixá-lo arrependido. Mas finalmente, em um ato do maior orgulho e egoísmo Mírzá Yahyá declarou que ele também era mensageiro de Deus e que todos tinham que ser submissos a ele. Ao receber a notícia desta declaração falsa e blasfêmica, Bahá’u’lláh cortou imediatamente toda ligação com Mírzá Yahyá. Dividiu os bens da família, dando mais do que a metade a Mírzá Yahyá e se separou dele definitivamente. Antes mesmo de terminar esta crise, Bahá’u’lláh começou a revelar Suas Epístolas aos reis e líderes do mundo. Dia e noite revelou versos tão rapidamente que os secretários não conseguiram copiá-los. Bahá’u’lláh mesmo afirmou: “Naqueles dias foi revelado o equivalente a tudo o que antes desceu através dos Profetas. Aquilo que já foi revelado nesta terra (Adrianópolis) secretários são incapazes de transcreve: Assim ficou na maior parte, sem transcrever.” A fama de Bahá’u’lláh se espalhou atraindo mais uma vez a inveja e ódio dos Seus inimigos. O governo turco, perdendo a paciência com a situação inteira decidiu se livrar de Bahá’u’lláh de uma vez para sempre. Ordenou o exílio de Bahá’u’lláh até a cidade prisão de Akká. Esta cidade-prisão era tão imunda e horrível que os que entraram normalmente adoeceram e morreram dentro de pouco tempo. Foi aqui, nesta Maior Prisão, que as profecias de todos os Livros Sagrados foram cumpridas, e deste lugar saiu para o mundo as boas novas da vinda do Prometido de todas as épocas. Centenas dos seguidores de Bahá’u’lláh viajaram a pé meses e meses para chegar a ‘Akká e visitar a Glória de Deus. Maomé no Alcorão declarou: “Abençoada seja o homem que visitou Akká e abençoado seja aquele que visitou o visitante

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de ‘Akká.” Durante dois anos os bahá’ís ficaram nesta prisão sofrendo as maiores privações. Depois, pouco a pouco, as condições melhoraram até que ‘Abdu’l-Bahá, o filho mais velho de Bahá’u’lláh, conseguiu uma casa no campo fora dos muros da cidade de ‘Akká. Nesta casa, Mazra’ih, Bahá’u’lláh permaneceu dois anos. Mais tarde mudou para Bahjí, onde passou os últimos anos de Sua vida. Bahá’u’lláh antes de Seu falecimento, Bahá’u’lláh escreveu inteiramente de Seu próprio punho, Seu testamento chamado “O Livro do Convênio”, no qual nomeou Seu Filho mais velho, ‘Abdu’l-Bahá, como “Centro do Convênio”, “O Maior Ramo”, “O Ramo da Raiz Antiga”, “O Mistério de Deus”. Todos os bahá’ís devem segundo ordens explícitas de Bahá’u’lláh, dirigir-se a ‘Abdu’l-Bahá, o único autorizado a interpretar os ensinamentos e escritos do Seu Pai, Na madrugada do dia 29 de maio de 1892, no 750. ano de Sua vida, o Espírito de Bahá’u’lláh libertou-se deste mundo e voltou para Seus “outros domínios”, sobre os quais os olhos do povo dos nomes jamais pousaram.” A notícia triste de Sua Ascensão foi telegrafada ao Sultão ‘Abdu’l-Hamíd com estas palavras: “O Sol de Bahá se pôs.”

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14A História do Báb

O Báb nasceu em Shíráz, Irã, em 20 de outubro de 1819. Era descendente do Profeta Maomé. Seu pai faleceu pouco depois do seu nascimento e Ele ficou aos cuidados de um tio materno. Frequentou por um tempo a escola, mas o seu conhecimento era superior ao dos professores. Com a idade de 15 anos entrou no comércio. Eram notáveis Sua nobreza de caráter e sua piedade.

Depois de Sua declaração a Mullá Husayn e dentro de poucos dias todas as 18 pessoas haviam achado e reconhecido o Báb. Entre eles estava Táhirih, a famosa poetisa. A estes 18 discípulos o Báb deu o título de “Letras da Vida”.

As 18 Letras da Vida foram:

Quddús Mullá Husayn Mírzá Muhammad - Hasan-i-Bushrú’í Mírzá Muhammad Báqir Mírzá Muhammad-’Alíyi-i-Qazvillí Mullá Ahmad-i-Ibdál-i-Marághi’í Mullá Yúsuf-i-Ardibílí Mullá Jalíl-i-Urumí Mullá Mahmúd-i-Khu’í (Todas estas Letras da Vida foram martirizados em Shaykh Tabarsí) Mullá ‘Alíy-i-Bastámí (O primeiro mártir da nova Fé Bábí) Táhirih Siyyid Hasayn-i-YazdíShaykh Sa’íd-i-Hindí (Conhecido como “o Indiano”)Mullá Báquir-i-Tabrízí (Viveu para testemunhar a Revelação de Bahá’u’lláh e se tomou Bahá’í) Mírzá Hadiy-i-Qazvrní Mírzá Muhammad Rawdih-Khán-i-Yazdí Mullá Khudá-Bakhsh-i-Qúchání Mullá Hasan-i-Bajistání

Oposições à Fé Em consequência dos escritos e palavras do Báb e da alarmante rapidez com que pessoas de todas as classes, ricas e pobres, dotadas e ignorantes aceitavam

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entusiasticamente Seus ensinamentos, as tentativas de supressão tomavam-se cada vez mais impiedosas e resolutas.

Ataques armados contra os bábís foram montados e eles se defenderam. Histórias de heroísmo, fé, sacrifício e amor surgiram durante esta época de perseguição. Na província de Mázindarán, Quddús foi preso e Mullá Husayn entrou em ação para libertá-lo. O Báb enviou um mensageiro que entregou a Mullá Husayn o Seu turbante verde e a seguinte mensagem:

“Adorna tua cabeça com Meu turbante verde e com o Estandarte Negro desfraldado diante de ti, apressa-te a dar assistência ao meu bem-amado Quddús.”

Segundo uma profecia no Alcorão, o Estandarte Negro proclamava o advento do Prometido. Este Estandarte tremulava continuamente sobre o grupo de bábís por onze meses.

Mullá Husayn e mais 312 seguidores do Báb se estabeleceram no Falte de Shaykh Tabarsí para se proteger contra os ataques dos fanáticos. Quddús também conseguiu juntar-se a este bando corajoso e inflamado com o amor de Deus.

Um grande exército foi enviado para destruir os bábís. Mullá Husayn, mandou o pequeno grupo enfrentar o exército com as palavras: “Montai vossos corcéis, ó heróis de Deus!” . Vez após vez, este pequeno bando derrotou o vasto exército do Rei. Indignados por sua impotência em dominar aquele desprezível (a seus olhos) bando de estudantes e velhos, os oficiais do exército decidiram traí-los. Assim prometeram que, se quisessem, poderiam sair do forte e seguir o seu caminho sem serem molestados. Enviaram o Livro Sagrado - o Alcorão - como sinal de sua boa fé. Mas quando os bábís saíram do forte foram presos, torturados e fInalmente martirizados. Entre os que perderam as suas vidas no Shaykh Tabarsí estavam Mullá Husayn, Quddús e mais sete Letras da Vida.

Durante este mesmo período o Báb foi preso e levado para o castelo-prisão de Máh-kú. Mais tarde Ele foi confinado na prisão de Chihríq. Ordens severas e explícitas foram dadas aos carcereiros para não permitir a ninguém chegar à presença do Báb. Contudo, frente ao amor do Báb, os carcereiros eram incapazes de obedecer estas ordens e eles próprios procuraram Sua presença.

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O Báb foi então chamado para uma entrevista com as autoridades civis e eclesiásticas da cidade para ser interrogado e humilhado. Quando Ele chegou na sala de entrevistas, notou que todos os lugares estavam ocupados, menos aquele que havia sido reservado como lugar de honra para o herdeiro do trono. O Báb sabia que o grupo congregado aí pretendia humilhá-Lo, deixando que Ele permanecesse em pé. Então saudou cortesmente a assembleia e sem a menor hesitação caminhou para aquele lugar de honra e sentou-se.

Um silêncio longo e intenso caiu sobre a reunião. Por fim, o presidente da assembleia perguntou, “Quem reivindicas ser? “ Três vezes repetiu diante da assembleia:

“Eu sou, Eu sou, Eu sou o Prometido. Eu sou Aquele cujo Nome tendes invocado por milhares de ,mos, a cuja menção vós tendes levantado, a cujo advento tendes aspirado testemunhar e cuja hora de Sua Revelação tendes orado a Deus para apressar. Em verdade vos digo, incumbe ao povo, tanto do Ocidente como do Oriente obedecer a Minha palavra e penhorar a Minha pessoa.”

As autoridades ficaram temerosas ao ouvir uma declaração tão clara e poderosa e concordaram com o clero que o Báb devia ser detido imediatamente para evitar que espalhasse a Sua Causa.

Levaram-No pela última vez da prisão de Chihríq e fizeram planos sobre a Sua execução. Enquanto o Báb estava sendo conduzido do tribunal onde pronunciaram a pena de morte, um jovem de 18 anos atirou-se a Seus pés implorando: “Não me afastes de Ti. ó Mestre. Onde quer que vás, permite que eu Te acompanhe.”

O Báb falou-lhe mansamente: “Levanta-te... em Minha companhia. Amanhã, darás testemunho daquilo que Deus decretou.” No dia seguinte, o Báb estava ocupado falando com o Seu secretário quando o chefe da guarda chegou. Insistiu na partida imediata do Báb. Este virou-se e falou ao guarda severamente: “Até que Eu tenha dito todas as coisas ql!e desejo dizer, não haverá poder na terra capaz de fazer-me silenciar: Embora todo o mundo se arme contra Mim, será impotente para evitar que Eu complete a Minha intenção até a Última palavra.” O chefe da guarda ficou surpreendido pela arrogância com que lhe falou o prisioneiro. Contudo, insistiu ainda que o Báb o acompanhasse sem mais demora. Foi levado, junto com Anis o

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jovem que quis morrer com Ele, até a praça pública. Foi dada a ordem de suspender o Báb e Anis num pilar entre as duas portas do quartel. O jovem foi suspenso em tal posição que sua cabeça repousava no peito do Báb. O comandante do regimento deu a ordem: “Fogo!”.

A fumaça da descarga de 750 rifles foi tal que a luz do sol do meio dia escureceu. Logo que a fumaça se extinguiu, a multidão estupefata olhou uma cena que seus olhos mal podiam acreditar. O jovem estava de pé, vivo e sem ferimentos enquanto o Báb havia desaparecido.

Gritos de surpresa, confusão e temor agitaram a multidão. “Milagre! Milagre!” Clamaram os 10 mil espectadores. Para acalmar a multidão, uma frenética busca pelo Báb foi organizada. Depois de um tempo O acharam; de volta à sua cela no quartel, completando Sua conversa com o Seu secretário. O Báb olhou o chefe da guarda e sorriu, dizendo: “Findei a minha conversação. Agora podes executar a tua missão.” O guarda, lembrando das palavras do Báb, ficou perturbado e se recusou a tomar parte na execução. Abandonou seu posto e afastou-se para sempre dos inimigos do Báb.

No mesmo muro e gancho, o Báb e Seu jovem companheiro foram mais uma vez suspendidos. Um novo pelotão foi formado, pois o anterior se recusou a continuar. Quando o regimento se preparava para atirar, o Báb proferiu Suas últimas palavras:

“Tivésseis vós acreditado em Mim, ó geração recalcitrante, todos vós teríeis seguido o exemplo deste jovem que em hierarquia é superior a muitos de vós, e de boa vontade teríeis vos sacrificado em Minha vereda. O Dia virá quando tereis Me reconhecido; naquele Dia já não estarei convosco.”

O martírio do Báb ocorreu ao meio-dia, domingo, 9 de julho de 1850, trinta anos após o Seu nascimento em Shíráz.

Os restos mortais do Báb e Seu jovem companheiro foram recuperados pelos bábís e guardados em lugares secretos ano após ano, até finalmente serem colocados a descansar eternamente na Sagrada Montanha de Deus - o Monte Carmelo.

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15A História de ‘Abdu’l-Bahá

‘Abdu’l-Bahá, o Filho mais velho de Bahá’u’lláh, nasceu em Teerã na hora exata em que o Báb anunciou a Sua Missão - 23 de maio de 1844. Ele foi o primeiro a reconhecer a Posição de Babá’ u’ lláh. Com apenas nove anos de idade chegou à momentosa descoberta de que Seu Pai era o Prometido de todos os tempos. Dedicou Sua vida a servir Seu Pai. Devido a Seus conhecimentos, Sua sabedoria, Sua percepção, Bahá’u’lláh deu-Lhe o título de “Mestre”. Mas Ele não queria outro título além de’ Abdu ‘l-Bahá- O Servo de Bahá. ‘Abdu’l-Bahá nunca frequentou a escola. Seu único professor foi Seu Pai, Bahá’u’lláh. Tinha apenas nove anos quando Seu Pai foi tão injustamente jogado naquela prisão imunda e horrível em Teerã. A visão de Seu Pai como prisioneiro, com correntes pesadas ao redor do pescoço, causou tamanha impressão no menino que jamais pode esquecê-la. Poucos meses depois de Seu Pai ser libertado, toda a família foi exilada de Teerã para Bagdá, no Iraque. Foi esse o início de uma sucessão de exílios e prisões que duraram 55 longos anos para ‘Abdu’l-Bahá. Assim, ‘Abdu’l-Bahá, o Centro do Convênio de Deus, o Mistério de Deus, o Maior Ramo, o Servo de Bahá, passou quase toda Sua vida dentro da prisão com Seu Amado Pai. Ele tinha um extraordinário amor por Bahá’u’lláh e por isso serviu-O e à Sua família com toda dedicação e de todas as maneiras possíveis. Jamais pensou em sua própria felicidade ou descanso. Seu único pensamento e maior prazer era ajudar Bahá’u’lláh. Era o Protetor de Bahá’u’lláh e Seu Companheiro mais íntimo. Conheceu muitos visitantes que iam ver Bahá’u’lláh e respondeu às suas perguntas. Bahá’u’lláh não pode misturar-se livremente com o povo durante a maior parte de Seu longo exílio e prisão. Portanto ‘Abdu’l-Bahá serviu de ligação entre Seu Pai e os que queriam ver ou falar com Ele. ‘Abdu’l-Bahá foi um exemplo perfeito da vida bahá’í, uma vida de amor e serviço à humanidade que é o grande exemplo que todos nós devemos seguir. Seu amor por Deus fê-Lo amar a toda a humanidade, até mesmo Seus inimigos. Constantemente retribuía o mal com o bem, a infâmia com bênçãos e a crueldade com bondade. A despeito de toda uma existência de perseguição, Sua coragem jamais fraquejou. Conservou Seu senso de humor, Sua doçura, Sua calma confiança em Deus e Sua alegria. Para Ele, estar na prisão ao lado do Seu Pai era igual a estar no paraíso. Ele mesmo afirmou: “... esta prisão é meu belo jardim, meu paraíso e meu trono de domínio entre a humanidade.” Durante esta época, ‘Abdu’l-Bahá casou e teve 4 filhas. O Guardião, Shoghi

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Effendi, seu neto, era o filho mais velho da filha mais velha de ‘Abdu’l-Bahá. Finalmente, depois de 55 anos de prisão e exílio, as portas se abriram e ‘Abdu’l-Bahá foi posto em liberdade. A fim de levar a Mensagem Divina de Bahá’u’lláh para toda parte do mundo, fez viagens, completou uma missão muito sagrada e muito querida ao Seu coração. Conseguiu levar os corpos estraçalhados do Báb e Seu jovem companheiro, que estiveram escondidos na Pérsia por cerca de 50 anos, à Terra Santa e colocá-los no lugar de honra escolhido por Bahá’u’lláh no Monte Carmelo. Construiu um santuário simples e lindo para cobrir estes restos tão preciosos. Quando os corpos, com muita reverência e ternura, foram finalmente colocados na terra, ‘Abdu’l-Bahá descansou Sua cabeça no sagrado limiar e chorou de tanta emoção nesta hora tão esperada. Foi no ano de 1909. Iniciou então as Suas viagens, visitando toda Europa, América, Egito, onde animou, ensinou e unificou os bahá’ís. Deu-lhes muita orientação e os exortou a se levantarem na promoção desta grande Fé. Todo o Seu ser foi dirigido ao estabelecimento do Reino de Deus na Terra. Aos bahá’ís da América, dirigiu um Plano Divino para a conquista espiritual do planeta. Estas Epístolas do Plano Divino são o fundamento do edifício da Maior Paz. Como resultado deste Plano se levantou uma senhora extraordinária e no ano de 1919 levou a Mensagem de Bahá’u’lláh para o Brasil: Martha Root chegou à cidade de Belém, Pará, em,agosto de 1919. De lá seguiu para Recife, Salvador, Maceió, Rio de Janeiro, São Paulo e Santos, partindo de Santos para Buenos Aires. Seguindo Martha Root, em 1921 veio nossa querida mãe espiritual D. Leonora Armstrong, estabelecendo firmemente a Fé Bahá’í no país-continente do Brasil. ‘Abdu’l-Bahá nunca hesitou, nunca descansou, nunca se desanimou na Sua tarefa. Cumpriu Seu dever - o de estabelecer firmemente a Fé de Seu Pai em todos os cantos do ocidente e do oriente. Uma fase na construção do Reino de Deus foi completa. ‘Abdu’l-Bahá mesmo disse: “Amigos, aproxima-se o tempo em que não mais estarei entre vós. Já fiz tudo o que se podia fazer.” No dia 28 de novembro de 1921 à 1:30 da madrugada Ele expirou tão tranquilamente que as duas filhas que estavam ao Seu lado julgavam-No dormindo. Foi enterrado na manhã seguinte com cerca de dez mil pessoas lamentando a perda do seu Bem-Amado. Povos de toda parte do mundo, de toda raça e classe, de todas as religiões se uniram para prestar um tributo nunca antes vista na história religiosa.

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16Histórias de Mártires

Quddús

Seu nome era Muhammad-’Alí. Ele nasceu na cidade de Bárfurush, na província de Mázindarán, na Pérsia. Sua mãe morreu quando ele era muito jovem. Do lado da mãe ele era descendente do Imám Hasan, o neto do Profeta Maomé. Sua madrasta o amava devotadamente, bem como todos os que o conheciam. Quando muito jovem foi enviado para a escola em Mashhad, e aos 18 anos ele viajou para Karbilá, no Iraque, onde frequentou as aulas do grande professor religioso Siyyid Kázim.

Os ensinamentos de Siyyid Kázim eram originais. Ele estava preparando os seus alunos para o advento do Qá’im (Prometido). Nas aulas de Siyyid Kázim, Muhammad-’ Alí parecia ser muito jovem e muito humilde mas Siyyid Kázim reconheceu as suas grandes potencialidades espirituais e o considerou como o mais capaz dos seus alunos.

No fim de sua vida, Siyyid Kázim advertiu a todos os seus seguidores para abandonarem os seus lares, e se espalharem, purificarem os seus corações de cada desejo ocioso e se dedicarem à busca dAquele cujo advento ele havia tão frequentemente aludido.

Na segunda metade do mês de maio de 1844, Muhammad-‘Alí, ou Quddús, foi o 18º a encontrar o Prometido, o Objeto de sua busca.

Uma noite, na cidade de Shíráz, ele surgiu despenteado e sujo de pó da viagem. Aproximou-se de um amigo que estava com um companheiro e lhe perguntou se ele havia atingido seu objetivo. No mesmo instante viu o Báb saindo, e disse: “Porque procuras ocultá-Lo de mim? Posso reconhecê-Lo por seu andar. Eu testifico confidentemente que ninguém salvo Ele, quer no Oriente ou no Ocidente, pode afirmar ser a Verdade. Nenhum outro pode manifestar o poder e a majestade que irradiam de sua Santa Pessoa.” Quando o Báb ouviu essas palavras, disse ao amigo de Quddús: “Não vos maravilheis com o seu estranho comportamento. No mundo do espírito nós temos comungado com este jovem. Nós já o conhecemos. Nós

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certamente aguardávamos a sua vinda. Ide até ele e chamai-o à Nossa presença.”

Por um período de 14 meses Quddús ficou ao lado do seu Bem-Amado. Levaram nove meses em uma peregrinação à Meca e Medina Nesta viagem histórica, cada noite até o alvorecer, sacrificando conforto e sono, ele exercia contínua vigilância ao lado do seu Bem-Amado, o Báb, pronto a prover as suas necessidades e a assegurar os meios de sua proteção e segurança. Ele recusava todos os confortos preferindo caminhar durante todo o percurso da peregrinação.

Ao retomar a Bushir, Quddús foi solicitado pelo Báb a partir de Shíráz, dizendo: “Os dias de sua companhia Comigo estão chegando ao fim. A hora da separação soou, uma separação a qual não será seguida por nenhuma reunião, exceto no Reino de Deus, na Presença do Rei da Glória... A mão do Destino irá te lançar em um oceano de tribulação por seu amor. ...As hostes do Invisível irão se apressar para ajudá-lo e irão proclamar a todo o mundo o seu heroísmo e glória.”

No transcurso de sua viagem Quddús passou através de muitas cidades. Em cada uma destas cidades, não obstante os obstáculos que encontrava em seu caminho, ele conseguia instilar na compreensão dos seus ouvintes princípios os quais ele havia tão corajosamente se levantado para defender.

Durante dois anos Quddús residiu na casa de seu pai em sua terra natal de Barfurúsh, na província de Mázindarán. Nesta época ele estava cercado pela amorosa devoção de sua família e parentes. Associava-se livremente com todas as classes de pessoas, e pela gentileza de seu caráter e o largo alcance do seu conhecimento, ele ganhou a afeição e admiração dos habitantes da cidade. Enquanto em Mashad, Quddús com outros crentes sinceros da Pérsia e do Iraque, estavam determinados a responder o chamado do Báb. Na vila de Badasht foi realizada uma conferência. Alugaram três jardins. Quddús ocupou um. 81 discípulos participaram durante 22 dias. Em cada um destes 22 dias, uma nova epístola foi revelada e cada discípulo recebeu um novo nome. Foi aqui que Muhammad-’Alí recebe o nome de “Quddús”.

Quddús, com um número de amigos que haviam assistido à conferência, decidiu ir a Mazindarán. Em seu caminho eles foram atacados pelo povo da vizinhança na aldeia de Níyalá. Quddús caiu nas mãos dos seus oponentes e foi aprisionado em Sári.

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No oriente da Pérsia em Shaykh-Tabarsí, uma luta ocorreu, a qual durou 12 meses. Os seus heróis foram a flor dos discípulos do Báb. O seu líder era Quddús. Ele foi salvo da sua prisão em Sári e imediatamente assumiu a liderança em Tabarsí. Dia após dia, ele os guiou através das tribulações da batalha e das privações.

Durante uma das batalhas Quddús foi ferido na boca e garganta. À vista do sofrimento dos companheiros ele escreve um apelo: “Nós devemos submeter-nos a qualquer coisa que seja da Vontade de Deus. Nós deveremos permanecer firmes e constantes na hora da tribulação. A pedra do infiel quebrou os dentes do Profeta de Deus; os meus caíram como um resultado das balas do inimigo. Embora o meu corpo esteja afligido, minha alma está imersa em alegria. Minha gratidão para com Deus não conhece nenhum limite. Se vós me amais, não permitais que esta alegria seja obscurecida por vossas lamentações.”

Com a idade de 27 anos, Quddús, a última, mas em posição a primeira, das Letras dos Viventes, foi martirizado. No meio de seu sofrimento, Quddús foi ouvido implorando perdão para seus inimigos: “Perdoa, ó meu Deus, asfaltas deste povo. Trata-os de acordo com Tua Misericórdia, pois eles não conhecem aquilo que nós já descobrimos e amamos. Eu me esforcei para mostrar a eles o caminho que leva à salvação. Contemplai como eles se levantaram para me matar! Mostrai a eles, ó meu Deus, o caminho da Verdade, e transformai a sua ignorância em fé.”

A data do seu martírio foi 16 de maio de 1849.

Zanin Mughimí

No sábado, 18 de junho de 1983, na cidade de Shíráz, foram enforcadas uma após a outra, dez mulheres que se recusaram negar sua Fé em Bahá’u’lláh. Afora duas de meia-idade, as outras eram jovens e algumas até adolescentes. A história de Mona, a mais jovem delas foi publicada em março de 1986 pela Assembleia Espiritual Nacional do Brasil em um pequeno livreto, publicação que emocionou a todos que leram.

Outra jovem destemida, audaz, símbolo de dedicação e firmeza na Fé, ao exemplo de outras, foi ZARRlN MUGHIMÍ, de cuja história de amor e sacrifício,

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relatada por sua irmã mais velha, apresentamos aqui em resumo.

Zarrin nasceu em agosto de 1954. Durante uma curta viagem que sua mãe fez a sua cidade natal, inesperadamente, e antes do tempo, Zarrin nasceu com a ajuda de uma parteira cega.

Até o 21 anos, Zarrin morou em Teerã, onde completou s,eu curso universitário como excelente aluna em línguas e ciências humanas, partindo em seguida para Shíraz, onde seu pai tinha a incumbência de reformar a sagrada casa do Báb, e onde permaneceu até os 28 anos de idade, quando foi martirizada.

Desde a infância, Zarrin tinha uma voz forte e uma dicção clara. Aos cinco anos, nas reuniões, declamava versos e poemas. Num inverno rigoroso, quando a pesada neve havia obstruído muitas ruas e passagens, os pais sugeriram que, excepcionalmente naquele fim de semana faltasse à aula bahá’í (para crianças). Ela tinha 12 anos. De repente começou a chorar, dizendo que, se devido a uma nevada deixasse de assistir à aula bahá’í, como poderia no futuro servir à Causa? A mãe ficou obrigada a acompanhá-la pé até o local da aula.

Sua atração pelo estudo e leitura era imensa. Na escola e universidade sempre tirava as melhores notas. Havia memorizado todo o Kitáb-i-Aqdas e muitos versos do Alcorão. Seu estilo de escrever era simples, fluente e agradável. Suas cartas testemunham este fato. Sua paixão pela Causa não conhecia limites.

A partir de 15 anos tomou-se professora de aulas bahá’ís para crianças. Adorava a história dos mártires e as ensinava aos alunos.

*

“Amor, sacrifício, desprendimento, humildade e simplicidade eram características marcantes dela. Um amor profundo ligava-a ao pai. Certa vez, quando tinha menos de 15 anos, vi no canto de seu livro de anotações que qualificava sua família como seu tesouro mais precioso, e continuava: ‘Se os homens tivessem a liberdade de escolher os pais, de que maneira eu poderia encontrar um pai como o meu? E mesmo encontrando, se o padrão fosse justiça, não o dariam a mim’. Mais

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adiante, agradece a Deus por ter a família que tinha.”

Em Teerã, enquanto na universidade, paralelamente participou de um curso de quatro anos de estudo profundo sobre a Fé. Ao concluir a universidade, seu único objetivo era sair como pioneira para alguma meta dentro ou fora do país. Porém, não teve sucesso.

Por ser bahá’í, as autoridades, antes da revolução islâmica, impediram que conseguisse trabalho nas metas de pioneirismo. Não tendo outra opção, foi a Shíráz e começou a trabalhar em uma usina petroquímica como tradutora e assistente administrativa. Mas a preocupação de não ter tido a oportunidade de servir à Causa torturava-a profundamente e por isso muitas noites orava e chorava até que teve um sonho, que assim descreveu:

“Sonhei que Bahá’u’lláh estava na casa do Báb em Shíráz e os bahá’ís do bairro entravam um a um na sala, visitavam a Abençoada Beleza e saíam. Eu, porém, não tive coragem de entrar na saIa e fiquei à porta até que todos O visitassem. Nesse momento, Bahá’u’lláh levantou-separa subir ao aposento superior. Bastante triste, pensei: ‘Ai de mim, que mesmo tendo esta oportunidade, não fui digna ele chegar à Sua presença.’

De repente, Bahá’u’lláh parou e me chamou. Entrei. A Abençoada beleza me abraçou, encostou minha cabeça em Seu peito e disse: ‘Por que está tão preocupada? Você finalmente, vai alcançar o desejo de seu coração.’ Após esse sonho, Zarrin se acalmou.”

Devido a incumbência do pai, a família morava na mesma rua da casado Báb, no lado oposto, numa casa que pertencia à Fé. Zarrin amava Shíráz por ser a terra natal do seu amado, e quando começaram a destruir a casa do Báb, assistiu a tudo e constantemente falava sobre a Causa com os responsáveis pela demolição.

A casa de Zarrin não estava no plano de demolição, porém o governo criou sérios problemas à família. O governo mandou cortar o fornecimento de água e luz.

E mais, mandou um grupo de ciganos, que viviam na rua, ocupar todos IOS aposentos, deixando apenas dois quartos no andar de cima p.ara;a família de

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Zarrin. Entre os ciganos havia um homem viciado em ópio ,e um menino louco. Os pais de Zarrin tinham uma casa em Teerã, mas como a Assembleia de Shíráz havia recomendado que os bahá’ís, até onde pudessem, não desocupassem as casas onde moravam, eles permaneceram naquela casa. Numa carta, ela escreveu:

“A situação continua a mesma, sem água e sem energia. Fizemos um furo na parede do porão para a casa do vizinho, e esse por sua vez fez um furo para a casa do outro vizinho onde há uma torneira. O dia que é nossa vez de recebermos água, às 4 horas da manhã a mãe desce ao porão, com uma lamparina segurando-a na frente do buraco e movendo para a direita e para a esquerda. Com a luz da lamparina, a vizinha percebe e passa longa mangueira para o nosso lado, pois ao clarear o dia acaba a pressão da água. Estamos passando dias incríveis. Embora muito difíceis, são os dias mais preciosos de nossas vidas. Os vizinhos invasores, sabendo que conviver com eles era dificílimo, pensaram que ao ocuparem nossa casa, íamos logo evacuá-la. Estão perplexos e admirados ao verem que já se passaram sete meses e não nos mexemos.”

Após a revolução, o governo começou a demitir todos os servidores bahá’ís. A essa demissão em massa deram o título de “Purificação”. Numa de suas cartas Zarrin escreve: ‘Eu também fui atingida pela “Purificação”. Foi muito interessante. Em nosso departamento éramos oito. Chamavam um a um para ouvir das próprias pessoas a confissão de fé, tentando nos guiar ao Islamismo. Todos oito, com coragem e bravura, firmemente confirmaram sua fé em Bahá’u’lláh, e este assunto repercutiu como uma bomba no departamento. Eu fui a última a ser chamada. Conversei com o chefe durante 20 minutos, provando a veracidade da Causa. Foi um dia ímpar na proclamação da Fé. No dia em que fui me despedir dos colegas, todos estavam abatidos. As meninas choravam. O chefe disse que admirava do fundo do coração a nossa coragem e firmeza.Foi um dia maravilhoso. Senti que naquele dia recebi a recompensa de todo o tempo que havia trabalhado. Nunca tinha visto uma demissão tão honrosa.’

Sua coragem era espantosa. Em qualquer lugar que fosse necessário, ela estava presente para defender a Causa e provar sua autenticidade. Mais tarde, quando era julgada nos tribunais revolucionários, com a voz fIrme e vibrante, baseando-se nos versos do Alcorão, provava a veracidade de sua Fé.

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Era uma grande admiradora de Manha Root. Numa entrevista, em resposta ao repórter da revista Juventude Bahá’í do Irã, que lhe perguntou: ‘Você gostaria de ser qual das figuras proeminentes do passado?, Zarrin respondeu: ‘Marta Root, pois ela só pensava no ensino.’ Ultimamente, havia sido nomeada ajudante do Membro do Corpo Auxiliar. Visitava os presos e as famílias atingidas pelas perseguições, enquanto, paralelamente, dirigia três classes diferentes para os adolescentes e os jovens.

Relata nas seguintes palavras a visita que fez a alguns prisioneiros:

‘Não podes imaginar que mundo é dentro da prisão. Ao entrar nela, a gente sente a absoluta falta de valor deste mundo. Lá, parece estar-se muito próximo do Reino de Abhá. Seus semblantes luziam de uma maneira estranha, como se estivessem nos olhando do outro mundo, onde os valores materiais inexistem. Um dos presos, com seus olhos brilhando muito, disse: “Zarrin, viu como finalmente alcancei o meu maior desejo?”. Senti-me insignificante.

Constatei que são esses heróis anônimos os que verdadeiramente carregam a bandeira de Yá Bahá’u’l-Abhá. Nós não passamos de meros espectadores.’

*

Finalmente, em dezembro de 1982, à meia-noite, os guardas invadiram sua casa e prenderam Zanin e seus pais. Fizeram o mesmo com um grande número de bahá’ís. Após quatro meses de aprisionamento, libertaram sua mãe. Mas pouco depois, enquanto ela se preparava para ir visitar seu marido na prisão, os guardas chegaram e despejaram todos os seus móveis e pertences no meio da rua.

Para depor, vendavam os olhos dos prisioneiros, e, depois, eles eram obrigados a segurar uma ponta de um jornal enrolado, cuja outra ponta ficava na mão do guarda, o qual os guiava até o tribunal. Uma das sessões com Zarrin durou onze horas. A mãe, também . presa, desmaiou de preocupação e desespero diante da inexplicável demora da filha.

Ao longo dos interrogatórios, Zarrin abertamente e com total coragem havia confessado sua crença na veracidade das religiões anteriores, e sua fé na

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nova Manifestação de Deus na pessoa de Bahá’u’lláh. Devido ao seu profundo conhecimento, a solidez de sua argumentação espantava e atemorizava os juizes. Ela relatou o seguinte fato: ‘No curso dos constantes’relatórios que duravam longas horas, certo dia, de olhos vendados, me levaram à sala do tribunal. Observei que ao contrário dos outros dias que deveria responder por escrito às questões, mandaram responder verbalmente. A todas as perguntas, que giravam em tomo de minha crença e Fé, respondi baseada nas Escrituras da Causa e nos versos do Alcorão. Percorrida mais de uma hora de diálogo, de repente ouvi o juiz dizer o seguinte:

“Meus senhores, eu já perguntei tudo o que queria. Ela confessa que é bahá’í e conforme os versos do Alcorão afirma que o Prometido já apareceu. “Eu já sei como contestar. O que vocês respondem a esta menina? Qualquer pergunta que tiverem, façam-na.” Após uma breve pausa, sem que alguém se manifestasse, senti que algumas pessoas se levantaram e saíram. Falei ao meu interlocutor que, desde que estou de olhos vendados não posso saber o que está se passando. Será que haviam outras pessoas além do senhor?

O juiz respondeu que ele me interrogara diversas vezes e que quando contou a outros juizes sobre minha coragem e profundo conhecimento, eles não acreditaram. Por isso os convidara para pessoalmente assistirem o interrogatório e dessem a sentença que julgassem devida.

Depois, perguntou-me: “A teu juízo, qual deveria ser nossa sentença com relação a ti? Respondi que a máxima seria a morte. Porém, achei necessário compartilhar com o senhor toda a verdade que conheço e tenho convicção, para que no mundo do além, na presença de Deus, não me sinta omissa e culpada.”

Após vários interrogatórios, os presos eram levados a urna sessão onde tinham apenas urna escolha: Renegar sua Fé, ou a morte!

Quando Zarrin foi convidada a optar por uma ou a outra, respondeu que já havia encontrado o caminho da verdade e que não o trocaria por nada deste mundo. E ainda beijaria a sentença. O juiz insistiu que ela deveria abandonar sua Fé.

Zarrin respondeu que já fazem tantos dias que o senhor está me interrogando e eu já dei a resposta convincente e final. Creio não haver necessidade de repetição.

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O juiz teimou em insistir. Zarrin caiu em pranto e disse:

‘Não sei com que língua devo repetir que minha existência pertence a Bahá’u’lláh. Porque não me deixam em paz?’.

O juiz, bastante irritado, disse: “eu arranco teu coração do teu peito” - e ela respondeu que ainda assim o coração bradaria: BAHÁ’U’LLÁH! BAHÁ’U’LLÁH!

Na corte Revolucionária de Shíráz, Zarrin era conhecida como uma destemida instrutora bahá’í.

Após suportar oito meses de durezas e tratamentos desumanos, e em seguida à visita habitual com os familiares, Zarrin e mais nove companheiras de prisão foram levadas diretamente para o enforcamento.

A mãe relata: ‘Sábado, 18 de junho, à tarde fui visitar Zarrin. O calor era insuportável. Levava frutas frescas para ela. O semblante de Zarrin era diferente. Pediu que orasse por ela, para que Deus lhe concedesse fIrmeza.

Para não me ver emocionada, não se despediu. Sempre me dizia que não deveria ter esperança em sua libertação. Mas jamais eu poderia imaginar que essa fosse a última visita, e que em seguida ela seria martirizada.

Domingo, de manhã cedo, soube que na noite anterior haviam sido enforcadas dez mulheres bahá’ís. Aflita, corri à casa de uma família bahá’í. Eles não sabiam de nada. Corri para outra casa quando no meio do caminho, deparei-me com três amigos, com os olhos cheios de lágrimas, que sabiam do acontecido. Numa folha de papel que continha o nome das mártires, vi o nome de Zarrin. Desesperada e em prantos corri para a prisão que nos últimos oito meses se tomara o foco central de nossa vida. Permitiram que eu entrasse no necrotério. Nunca pude imaginar, que depois de ver aquela cena trágica, naquele dia histórico, pudesse sobreviver. O que passei naquele dia e o que presenciei, jamais poderei descrever. Meu Deus do Céu! Dez anjos estavam deitados lado a lado. Conhecia todas, pois havia passado quatro meses junto com elas. Visitei todas as dez.

Agora, via-as nesse estado. Uma mãe deitada ao lado da filha. Entre outras,

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observei Zarrin. Dormia tranquilamente. Abracei seu corpo imóvel. Encostei meu rosto em seu rosto lindo e frio, e representando toda a família beijei a marca da corda em seu delicado pescoço. Seu rosto estava absolutamente normal e em paz.’

* Foi num sábado, 18 de julho de 1983, em Shíráz, cidade natal do Báb, quando as 10 heroínas da humanidade foram brutalmente martirizadas. Cada uma delas assistiu o enforcamento das outras. Inclusive uma jovem presenciou o enforcamento da mãe.

Assim fizeram como última tentativa para forçá-las a renegarem sua fé em Bahá’u’lláh. Mas nada, nem aquelas cenas apavorantes e horrendas conseguiram desmoronar a fortaleza da fé da qual estavam possuídas. Inabaláveis, foram elas, até o fim!

Eles pensaram que as mataram. Mas elas, muito antes, haviam se desprendido de tudo o que pertencesse ao mundo material e entregado seu coração e alma inteiramente ao amor de Bahá’u’lláh, tornando-se a exemplificação deste versículo das Palavras Ocultas:

“Ó Filho do Homem!Se me amas, não te prendas a ti mesmo! E se buscas meu prazer, não consideres o teu próprio, para que tu morras em Mim e Eu possa viver eternamente em ti.”

Elas estarão para sempre na presença do Bem-Amado na condição de SHAHÍD - MÁRTIRES.

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17A Oração na Vida de Dorothy Baker

Muitos bahá’ís, na história da Fé, foram exemplos inesquecíveis e realmente extraordinários do que o poder da ORAÇÃO pode fazer por uma pessoa. Dorothy Baker, que escolhemos para ilustrar como um exemplo vivo e insofismável do que pode significar a oração na vida de alguém, é realmente uma dessas bahá’ís, cuja vida, será lembrada pela eternidade como um anjo de luz que Bahá’u’lláh escolheu para servir Sua Causa em todos os Reinos de Deus. Dorothy Baker nasceu nos Estados Unidos, em 1898, no estado da Nova Inglaterra. Foi para Lima, Ohio, em meados dos anos 20, onde também nasceram alguns bahá’ís pioneiros para o Brasil. (Margot e Bob Miessler, filhos de Edmund Miessler, que após se casar pela segunda vez, trouxe sua familia ao Brasil em 1946.) Em 1937 foi eleita para a Assembleia Espiritual Nacional daquele país, onde trabalhou até ser indicada por Shoghi Effendi, em 1951, Mão da Causa de Deus. Foi uma oradora inigualável. Falou a milhares e milhares de pessoas, em especial para estudantes universitários e colegiais nos Estados Unidos, em mais de mil palestras que deu durante vários anos. Viajou pelo mundo inteiro, inclusive visitando o Brasil nos anos quarenta. Sua filha, Dorothy Freeman, escreveu um lindo e extraordinário livro biográfico sobre Dorothy Baker, intitulado “From Copper to Gold” (“Do cobre ao Ouro”) publicado em inglês em 1984, do qual extraímos alguns trechos, publicados a seguir. Dorothy Baker faleceu em 1954, num desastre aéreo, quando viajava de Roma para Londres após uma longa viagem de ensino pela África e Índia. O avião em que viajava, um Comet, que ela tanto gostava, explodiu no ar sobre o Mediterrâneo.

* Os textos seguintes são traduzidos do livro em questão. São testemunhos de pessoas que conviveram com Dorothy e relatam fatos realmente maravilhosos, extraordinários até, sobre essa querida Mão da Causa. Gene Pritchard, fez algumas anotações de palestras de Dorothy Baker em Rice Lake, 1941, sobre a ORAÇÃO: “Ore até sentir o contato íntimo com algo especial. Então fique atento. Deus abrirá a porta. Devemos saber qual é o primeiro desejo de Deus. Ter uma paixão espiritual magnética. Falar, ou vir o que o silêncio interior tem a nos dizer. Ouvir a Voz de Deus. Ansiar por algo intensamente abre o recesso do coração. Ter ardor e convicção.

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Lembre-se da graça da intercessão, pois é uma das forças criativas de Deus. Aqueles que ascenderam têm diferentes atributos, mas não existe separação real. O reino da misericórdia não é entendido completamente. A força que impulsiona nosso progresso é o grau de desapego, da vida consagrada, da profundidade da convicção e devoção. A profundidade de nosso contato com Deus revela o grau de nossa firmeza e fé. Servitude é a essência do movimento. Ore em voz alta, de forma que seu corpo seja envolvido pela oração. Isso ajuda na concentração. Existe sempre companhia divina na solitude. Uma alma nunca está só. Devemos ser sempre conscientes de Deus. “Estou longe de Ti, mas Tu estás próximo de mim.” - Deus está mais próximo de nós do que nossas próprias mãos e pés. Mais próximo até que nossa respiração. A alegria é a água da vida, a causa da vivificação... A alegria aparece primeiro na vida que é inspirada, então afeta a vida dos outros... Todo lar onde existe oração é o jardim de Deus. Você pode perder contato, depois de se ter entregue a Deus, através dos véus e nuvens de sua própria imaginação, se não orar todos os dias. Se sentir nuvens sobre você, use a Epístola de Ahmad. Ela nunca falha. Se existia alguma parede intransponível, Martha Root usava a Epístola de Ahmad nove vezes. “Busca, ó servo de Deus, esta luz até que permaneça em alegria ilimitada.” Busque condições que sejam eternas. Se a cura é o melhor, certamente será concedida Remédios e orações não são contraditórios. A lei da oração é superior... As orações de uma alma não penetram”os véus do Reino se não houver pureza de intenção de quem ora. Use a Epístola de Ahmad muitas vezes para alcançar efeitos que você é capaz de fazer para confirmar outras almas. Não desperdice seu destino. Peça a Deus para usar você. “Levanta-te para aquilo para o que fostes criado.” Este é o Dia de Deus. Realizemos algo na vida, mesmo que pequeno. Através de nossas ações podemos recriar vidas. Quando você ora, primeiro de tudo saiba que está na presença do Todo-Poderoso. Então ore com total desapego.” “Antes de falar a grandes audiências, Dorothy dizia que seus joelhos tremiam ao se aproximar das portas dos grandes auditórios e colégios onde falou, mas recitava a Epístola de Ahmad várias vezes. E quando, finalmente se dirigia ao público na plateia, sentia um poder espiritual tão grande como se fosse uma forte ventania que passava por ela e que fazia com que milhares de pessoas ficassem ajoelhadas

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diante do Bem-Amado. Isso mostrava que ela se tomara totalmente desapegada e falava somente depois que Ele houvesse falado.”

Depoimento de Helen Archmvault, bahá’í de Boston

*Testemunho de Dorothy Campbell Rougeou:

“Em janeiro de 1942, fui convidada para uma palestra bahá’í em Jackson, Mississipi. Nunca ouvira falar da Fé, nada sabendo sobre seus ensinamentos. As senhoras que me receberam à porta do salão eram muito atenciosas... Pareciam tão tranquilas e felizes, embora demonstrando grande dignidade e reverência. Então, uma linda mulher, loira e alta, foi apresentada como a oradora da noite - a Sra. Dorothy Baker - e ela disse que gostaria de começar a reunião com uma oração de Bahá’u’lláh, o Fundador da Fé Bahá’í. Estávamos todas sentadas e após a oração ter se iniciado senti um forte tremor em todo o corpo, que tive de segurar-me à poltrona para poder controlar-me. Meu primeiro pensamento foi que sentira um forte calafrio, sem importância. Mas quando a oração foi encerrada, o tremor continuou. Fiquei tão trêmula que nem me lembro de tudo que ela falou. Sei que antes de concluir disse que os bahá’ís acreditam tratar-se da Palavra de Deus para os dias de hoje, e como sempre acontece com a Palavra criativa de Deus, tinha o poder de modificar nossas vidas. Ela nos desafiou a adquirirmos um livro de orações bahá’ís, lermos trechos deles todos os dias durante duas semanas, e então iríamos nos sentir diferentes, não querendo jamais deixar de ler as orações. Como boa batista que era, jamais lera um livro de orações em minha vida, mas achei o desafio tão extraordinário que adquiri um livro e li-o diariamente como ela falou. Reconheci ser verdade o que falara. Depois de duas semanas jamais parei de ler as orações. Descobri também que havia me transformado. Meu coração ficara purificado das emoções negativas que tinha. Estava pronta para estudar os ensinamentos bahá’Ís. Depois de alguns meses de leitura intensiva, de estudo e orações, aceitei a Fé...”

Nota: Em 1950, Dorothy Campbell mudou-se para a América do Sul para ajudar no crescimento da Fé nesta pane do mundo. Sua folha de serviços à Fé inclui a participação como membro de várias Assembleias Espirituais Nacionais da América do Sul, em muitas delas como secretária. Retomou aos Estados Unidos em 1973.

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* Testemunho da Sra. Javidkht Khádem, esposa do Mão da Causa de Deus, Sr. Dhikru’lláh Khádem, de saudosa memória: “Dorothy Baker disse que eu deveria ficar com ela, e então fui para sua casa em Lima, Ohio. Disse-me ter um itinerário pronto para mim, para diversos firesides na área onde ela costumava dar palestras. Todos os dias alguém me pegava e me levava para um dos firesides. Eu era muito tímida... mas a cada dia sentia-se mais confiante e feliz. Ao final do décimo ou décimo-primeiro dia de minha estada com ela, Dorothy teve de ir à reunião da Assembleia Espiritual Nacional. E eu gostaria de visitar meu irmão que morava em Chicago. Ela disse: “Vamos no meu carro.” No caminho, disse-me: “Tenho tantas coisas a fazer e não tenho tempo. Por favor, leia para mim estas cartas que recebi e anote no verso delas o que devo responder.” Fiz as anotações de cada uma das cartas, como ela me dizia para escrever. Em meio a essas atividades, ela disse: “Lembrei-me que tenho de fazer algo que estava esquecendo. Prometi orar por Elsie Austin, pois ela deseja ir de pioneira para a África e as portas estão fechadas. Quer me ajudar? “Eu disse: - Sim, certamente.” Eu não sabia o que ela queria. Disse-me: “Desejo dizer a oração para a Remoção de Dificuldades 95 vezes.” Foi dizendo o oração bem devagar, e à cada palavra lágrimas corriam de seus olhos. Nunca passei por uma experiência igual. As lágrimas cobriam sua face e escorriam sobre sua roupa. Nem mesmo contei quantas vezes ela disse a oração, mas quando terminou parou o carro ao lado da estrada e desmaiou.” Abri a porta do carro e chamei: “Dorothy, Dorothy, por favor!” Depois de uns 10 minutos, ela abriu os olhos, e estava tão feliz. Disse-me: “Lamento, querida, que te preocupei tanto.” Perguntei a ela: “Esta é a forma como você ora sempre?” Ela respondeu: “Existe outra forma?”. “Você faz suas orações sempre assim? Faz as Orações Obrigatórias todos os dias dessa forma?” perguntei. Ela respondeu: “Você não leu que deve esperar até sentir-se bem espiritual? Todas as manhãs faço muitas orações, de forma a poder tomar-me bem espiritual a ponto de poder dizer minha Oração Obrigatória.” Esta foi minha viagem com Dorothy Baker.”

* O falecimento de Dorothy Baker foi também uma lição de vida e ensino da Fé. E até do Reino de Abhá ela deu provas de sua existência em outro plano de vida e da continuidade de seu trabalho como babá’í.

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Leiam as narrativas seguintes, do mesmo livro “From Copper to Gold”. “Um pescador da ilha italiana de Elba, de nome Giovanni di Marco, estava em seu barco, bem ao sul da ilha, quando ouviu o som de um avião, que não podia ver, pois estava voando mais alto que as nuvens. De repente, ouviu três explosões, uma após a outra, bem rápidas. Por um momento, tudo ficou silente. Então, várias milhas ao longe, viu algo prateado caindo das nuvens. Saia fumaça dele. Chocou-se contra o mar, levantando uma grande nuvem de água. Novamente fez-se um silêncio profundo. Na praia, alguns dias mais tarde, uma valise de mão foi encontrada, que pertencia a um dos 28 passageiros do Cometo Dentro dela havia um folheto sobre a Fé Bahá’í. Mesmo em seus últimos instantes, Dorothy estava ensinando.”

* Era 10 de janeiro de 1954. O voo do Comet deixara Roma, rumo a Londres, às 9:31 da manhã. Pouco depois explodia e mergulhava na Mar Mediterrâneo. Muitas pessoas sonharam com Dorothy após o acidente. Narrativas impressionantes, provas cabais de que continuou viva, só que em outro plano de vida. Falou às pessoas em sonhos. Uma amiga relatou o seguinte:

“Sonhos são uma realidade diferente. Dorothy mostrou-se viva no reino do sonho. A mim, disse: “Eu nunca caí. Dirigi-me diretamente aos braços de meu Senhor.”

Uma das provas mais extraordinárias da sobrevivência espiritual de Dorothy, e da continuidade de seu trabalho bahá’í no reino invisível, é a seguinte narrativa da Sra. Glória Faizi, hoje viúva do querido Mão da Causa, Sr. Abu’l-Qazim Faizi. A autora do livro “From Copper to Gold”, assim escreveu o que foi testemunhado pela Sra. Glória Faizi, na época vivendo como pioneira na Arábia com sua família. “Logo após o acidente, visitou uma amiga árabe que tinha perdido uma filha no mesmo acidente aéreo, quando regressava à Inglaterra para reiniciar seus estudos. Quando a Sra. Faizi chegou, a amiga recebia muitos amigos, que a confortavam. Todos choravam. Parecia não haver como falar com ela a sós. A Sra. Faizi simplesmente lhe deu um exemplar do livreto “Porta Aberta”, com textos babá ‘ís sobre a vida após a morte e rapidamente disse-lhe algumas palavras de conforto. Alguns dias depois, a senhora em questão contatou Glória Faizi. Disse-lhe que o livreto tinha sido a única fonte de conforto espiritual, e pediu que Glória a visitasse. As duas senhoras falaram durante algum tempo sobre a Fé Bahá’í.

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Então, a Sra. Faizi falou à enlutada mãe que alguém também muito preciosa havia falecido no mesmo acidente aéreo que levara sua filha, e mostrou-lhe uma fotografia de Dorothy Baker. Ao ver a foto, a senhora tomou-a nas mãos e disse: “Mas eu conheço essa mulher... Esta é a pessoa que veio me ver em sonhos por várias noites e que me dizia: ‘Não lamentes por sua filha. Ela está muito feliz. Ela está comigo e estou tomando conta dela’.

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18Epístola de Proteção Revelada por Bahá’u’lláh

Em seu Nome, o Excelso, o Altíssimo, o Mais Sublime!

Glorificado és Tu, ó Senhor meu Deu’s! Ó Tu que és o meu Deus, e meu Mestre, e meu Senhor, e meu Apoio, e minha Esperança, e meu Refúgio, e minha Luz. Peço-Te, por Teu Nome Oculto e Entesourado, desconhecido por todos além de Ti, que protejas o portador desta Epístola, contra toda calamidade e pestilência e contra a perversidade de qualquer homem ou mulher, . contra o mal dos malfeitores, e contra as maquinações dos descrentes. Preserva-o também, é meu Deus, de toda dor e aflição, ó Tu em cuja mão se acha o império de tudo o que existe. Tu, veramente, és poderoso sobre todas as coisas. Fazes o que desejes e ordenas como Te aprazo

Ó Tu, Rei dos Reis! Ó Tu Senhor bondoso, Ó Fonte do antigo favor, de graça, de generosidade e dádivas! Ó Tu que curas as enfermidades! Ó Tu que satisfazes as necessidades! Ó Luz da Luz! Ó Luz acima de todas as Luzes! Ó Tu, Revelador de todas as Manifestações! Ó Compassivo! Ó Misericordioso! Tem compaixão do portador desta Epístola através de Tua maior clemência e Tua copiosa graça, ó Tu que és o Benévolo, o Generoso. Guarda-o, ademais de Tua proteção, de tudo o que for repugnante a seu coração e mente. Daqueles dotados de poder, Tu, em verdade, é o mais poderoso. Que a glória de Deus repouse sobre ti, ó tu, sol do alvorecer! Dá testemunho daquilo que Deus testificou quanto a Seu próprio Ser: que não há outro Deus senão Ele, o Todo-Poderoso, o Mais-Amado.

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19FORMULÁRIO PARA PLANEJAMENTO DE PROJETOS DE ENSINO

Sistematização

“No início de todo empreendimento, convém se olhar para seu fim.”Bahá’u’lláh, Epístola de Maqsúd

1 - NOME DO PROJETO: Nome a ser escolhido conforme a visão do planejador.

2- O QUE: Estabelecimento do objetivo geral do projeto.

3 - ONDE: Área de abrangência a ser coberta pelo projeto.

4 - QUANDO: Período determinado ou transcorrido da atividade do início ao fim (Preparação, Execução e Avaliação)

5 - QUEM: Instituição Local, Regional, Nacional, instrutores, bahá’ís locais, simpatizantes pela execução ou avaliação das atividades do Plano de Ensino.

6 - PARA QUE: N.º médio de pessoas a serem atingidas pelas atividades: N.º mínimo de pessoas a serem convidadas a aceitarem a Fé:

7 - PARA QUEM: determinação do público alvo. (crianças, pré-jovens, educadores, etc.)

8 - COM QUE:8.1. ESPIRITUALIZAÇÃO: Preparação emocional e espiritual para o bom desempenho da atividade. (orações, estudo de textos, troca de experiência, encorajamento) 8.2. MATERIAL: Todo material necessário (folhetos, livros, livretos, pastas, fotocópias, marcadores de texto, etc.)

8.3. METODOLOGIA: Formas e meios de atingir de maneira adequada e direta o objetivo geral e o(s) específico(s). (Ensino decoração a coração, Cursos, palestras, exposições, Reuniões de Amigos, etc.)

8.4. CAPACITAÇÃO: Aplicação de todos os tipos de treinamentos necessários

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Manual do Instrutor

a serem utilizados durante a execução do projeto.

8.5. CUSTOS: Determinação dos valores financeiros de acordo com os materiais e outros gastos necessários a serem utilizados durante a execução do projeto.

9 - FREQUÊNCIA DA A VALIAÇÃO: Determinar da periodicidade (mensal, quinzenal, mensal).

10 - RESULTADO:* Número de pessoas efetivamente convidadas a aceitaram a Fé:_____ * Número de pessoas que aceitaram a Fé: ___ * Número de pessoas a se capacitarem a servir a Fé: ____

AVALIAÇÃO Fortalezas (Facilidades) e Debilidades (Obstáculos)

Em quadro com 3 colunas liste todas as Fortalezas e Debilidades do itens a seguir:

- Instrutores- Bahá’ís da Localidade- Antigos Simpatizantes- Público Alvo

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20Como realizar atividades

Como realizar uma reunião de amigos (fireside)

1. Convide amigos e conhecidos para um “bate papo” em sua casa. Marque a hora, o dia e o local. 2. Você pode desejar preparar convites para esta reunião. Nesse caso o convite deve conter as informações principais e ser fotocopiados.

Tema da Reunião:Data:Hora: Local:

3. Inicie a reunião com uma oração. Você deve escolher um tema ou um dos Ensinamentos Bahá’ís para iniciar a reunião. Esta apresentação inicial deve fIcar entre 10 a 15 minutos.

4. Em seguida, você deve pedir que cada um dos amigos expresse sua opinião livremente sobre o tema apresentado. Todos devem ser encorajados a falar, tendo início então um bate papo bem descontraído.

5. Outra opção: você pode escolher um livro (Os Sete Vales, O Esplendor da Verdade, etc.) e começar a reunião lendo um trecho, parando e solicitando que cada um dos amigos expresse seu entendimento sobre o texto lido. Depois que todos se expressaram você continua a leitura do texto. Nesta opção, entende-se que as pessoas estão sendo convidadas para uma séria de reuniões: todas as quartas- feiras, todos os sábados, etc.

6. Antes do encerramento da reunião demonstre sua hospitalidade oferecendo uns “comes e bebes” simples: café, chá ou refrigerante, biscoito, bolo ou sorvete.

Como realizar uma palestra, exposição ou projeção de slides

1. Esteja seguro de que você tem livros e folhetos bahá’ís. 2. Contate a direção de uma escola, colégio, ginásio ou Universidade, oferecendo-se para dar uma palestra.

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Manual do Instrutor

3. Escolha o tema para sua palestra, seguindo as instruções do capítulo “Como falar em público”, constante deste manual. 4. Apresente sua palestra e se autorizado pela Direção do estabelecimento de ensino, ofereça folhetos bahá’ís aos ouvintes. 5. Ofereça o Curso Bahá’í por Correspondência, que é totalmente gratuito, divulgando o endereço para solicitação do Curso:Curso Bahá’í por Correspondência Caixa Postal 7035 71619-970, Brasília - DF 6. Se previamente autorizado pelo Estabelecimento de Ensino, faça uma exposição de cartazes sobre a Fé Bahá’í ou, que é mais simples, uma exposição de livros bahá’ís. E lembre-se sempre de convidar as pessoas interessadas para um Reunião de amigos.7. Se você tiver projetor de slides, poderá tentar conseguir autorização para uma apresentação bahá’í audiovisual.

Como contatar a Imprensa

1. Descubra onde ficam as rádios, os jornais e as emissoras de TV da cidade.

2. Visite cada Órgão de Imprensa buscando espaço para a difusão dos Ensinamentos da Unidade do Gênero Humano. A abordagem inicial pode ser assim:

- Bom dia.- Bom dia.- Por gentileza, como eu poderia falar com o redator deste jornal, o diretor de programação desta rádio ou desta TV?- É por aqui. A pessoa é o Sr. Paulo.- Muito obrigado.- Sr. Paulo?- É aquele ali.- Sr. Paulo? Meu nome é João Carlos e estou passando uns dias aqui. Como sou membro da Comunidade Bahá’í resolvi constatá-lo para saber se seu jornal (ou rádio, ou TV) teriam interesse em fazer uma entrevista sobre a Fé Bahá’í.- O que é a Fé Bahá’í?

1) - É uma religião mundial que traz maravilhosos princípios de unidade e paz

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entre os povos e raças do mundo. A Fé Bahá’í foi fundada há pouco mais de 157 anos por Bahá’u’lláh.

2) - É uma renovação da religião. Trata-se de uma Mensagem de Deus para nossa época, trazida por Bahá’u’lláh na antiga Pérsia, há 152 anos. Toda a mensagem trata da unidade entre as religiões, as nações, os povos.

- Ao ser entrevistado, seja breve e objetivo nas respostas e tanto quanto possível, procure dizer algumas frases de Bahá’u’lláh ou de ‘Abdu’l-Bahá.- Antes de terminar a entrevista divulgue algum endereço bahá’í para que o público possa conhecer mais sobre a Fé.

- De acordo com o interesse do jornalista, você pode oferecer um livro bahá’í, solicitando que ele faça uma reportagem sobre a Fé.

Como realizar aulas para crianças

1) Solicite permissão dos pais para as crianças de uma rua participarem de uma “aula ao ar livre”.

2) Faça uma roda com as crianças.

3) Cante músicas infantis criadas pelos bahá’ís, como “Peixe quer mar”, “Roda, roda”, “Eu sou criança e sou feliz”

4) Entre uma canção e outra, fale de alguns ensinamentos Bahá’ís:

- A existência de Deus e Ele como Criador - Obediência aos pais - Falar sempre a verdade - Fazer amizade com todas as pessoas - Tomar banho todos os dias - A importância da oração. Ensine “Ó Deus! Guia-me...” - Desculpe, por favor, obrigado: As três palavras mágicas - Quem é Bahá’u’lláh.

Você pode solicitar orientações específicas e materiais adequados junto aos

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Conselhos Regionais Bahá’ís.

5) Se souber, faça algumas brincadeiras de correr ou pular. 6) Se a aula não for ao ar livre, mas sim em uma casa, providencie papel e lápis de cor, para que as crianças aprendam desenhando e escrevendo.

Como fazer uma reunião para mulheres

1) Convide as mulheres para uma reunião. 2) Inicie com uma oração. Apresente um tema relacionado com a igualdade de direitos entre o homem e a mulher. 3) Apresente histórias de mulheres renomadas: Virgem Maria, Táhirih, Bahíyyih Khánum, Marta Root, Madre Teresa de Calcutá e outras. 4) Encoraje as mulheres a falarem sobre suas experiências como mães, educadoras, profissionais. 5) Encoraje as mulheres a refletirem sobre temas sociais e espirituais. 6) Estimule que as mulheres iniciem atividades de alfabetização, noções de saúde e higiene, educação da família, dentre outros temas.

Como fazer proclamação da Fé

“A proclamação mundial, o mar desconhecido no qual devemos em breve embarcar, adicionará uma outra dimensão para o nosso trabalho, uma dimensão a qual, a medida que se desenvolva, complementará e reforçará os processos gêmeos de expansão e consolidação.” “Este padrão de ensino, emergindo logo após a conclusão do arcabouço da Ordem Administrativa, pode muito bem ser o meio de adiantar o trabalho vital de consolidação e de tornar mais efetiva a sabedoria do ensino a qual foi adquirida no curso de cem anos, e mais particularmente desde que o amado Guardião nos convocou para uma atividade planejada e sistemática. Assim sendo, naqueles países, onde nós somos livres para dar publicidade à nossa religião, esta atividade deve se tornar parte de nosso trabalho regular, incluída em orçamentos, designada para estudo e implementação por parte de comitês nacionais e locais e, acima de tudo, para coordenação com os programas em operação para atingir as metas do Plano de Nove Anos.”

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Manual do Instrutor

“Cada esforço de proclamação deve ser sustentado pelo ensino, particularmente em âmbito local onde anúncios públicos deveriam ser relacionados a tais esforços. Esta coordenação é essencial, pois nada será mais desanimador do que milhares ouvirem sobre a Fé e não ter nenhuma direção a que se possam volver para receber maiores informações.”

Casa Universal de Justiça Wellsprings of Guidance, p. 112 (Ridván de 1967)

Proclamar significa chamar - levar a um número grande de almas a Mensagem de Bahá’u’lláh, chamando estas almas para a nova vida recriada de um mundo unido e espiritual. Devemos nos lembrar que sempre ENSINO, PROCLAMAÇÃO e CONSOLIDAÇÃO andam juntos!

Tipos de proclamação

Pode-se fazer vários tipos de proclamação: a) em bairrosb) em larga escala c) em universidades e escolas d) às autoridades e) através da mídia f) diversas etnias

Nas proclamações se atinge um número grande de ouvintes e se dá a Mensagem Bahá’í falando-se de Bahá’u’lláh, de Sua vida, Seus princípios. Deve se ter música e canto e pode-se ter projeção de filmes ou slides. Às vezes se realiza em auditórios, bairros, em praças públicas, ma<; deve sempre ser apresentada de uma maneira muito digna. Nas escolas e universidades visa-se atingir os alunos e professores com a mesma importância. A proclamação às autoridades visa dar a Mensagem de forma digna geralmente com amor e apresentando um ou dois livros bahá’ís ou documentos, tais como “A Prosperidade da Humanidade”, “Bahá’u’lláh”, “A Promessa da Paz Mundial”. O instrutor deve estar consciente de que nós Bahá’ís somos proibidos de falar de política partidária. Estamos aí para falarmos que Bahá’u’lláh. Devemos nos apresentar dignamente, e com distinção dar a Mensagem.

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Imprensa - Rádio – Jornal - Televisão Outro assunto de grande importância é a proclamação através da imprensa. Proclamar nesta área é realizar entrevistas de rádio, jornal e televisão. Se o instrutor não tiver experiência nesta área ele poderá pedir entrevistas de jornal e rádio à Assessoria de Comunicação, órgão da Assembleia Espiritual Nacional. Para entrevistas pessoais na televisão, de preferência, deve ter alguma experiência anterior. Nos jornais sempre que houver oportunidade, deve colocar um artigo. Maiores orientações poderão ser solicitadas à Assessoria de Comunicações.

Livros Coleção de livros bahá’ís, ou mesmo volumes individuais podem ser oferecidos às bibliotecas, através de contatos com a Diretoria. Exposições de livros podem ser montadas em livrarias, lojas ou outros locais com dignidade. ordem, beleza e sempre dando referência onde podem buscar maiores informações. Quando já houver um número suficiente de bahá’Ís, poderá se acertar que os bahá’ís se revezem, oferecendo ao público folhetos, panfletos e informações adicionais.

Conferências e Palestras O instrutor pode conseguir auditórios em escolas, bibliotecas públicas e realizar palestras e conferências públicas. Neste Manual um capítulo é dedicado a “Como Falar em Público”.

Contatos com o clero Esta é urna área onde o instrutor deve ter a máxima sabedoria. Não há nada de errado em se dar urna mensagem para o clero, no entanto, é urna abordagem delicada, pois não podemos ter uma atitude ostensiva que provoque uma reação hostil à Fé. Em geral necessita-se de tato e sabedoria e é urna área onde o instrutor que não tenha experiência não deve insistir como objetivo principal do ensino. Chegará o dia em que iremos ensinar a todos irrestritamente. Contatos mal feitos e agressivos com o clero podem gerar problemas desagradáveis e desnecessários na sua cidade.

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Ajudas visuais e audiovisuais

O instrutor deve fazer uso de ajudas visuais para o ensino e ter noção do que usar, corno usar e quando usar. Ele pode fazer uso de:

- álbum seriado - cartazes - fitas K7- slides e fitas de vídeo - aulas diagramadas

Pode-se fazer o seu próprio jogo de ajudas visuais dependendo da natureza de cada atividade.

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21Como falar em público

1. Como escolher o assunto de sua palestraa) Escolha somente algo que você conheça e possa reunir material para uso efetivo;b) O objetivo de uma palestra pública é criar respeito, interesse e um desejo de conhecer mais sobre a Fé;

i. Deve se considerar o tipo de audiência e a oportunidade do tema a ser apresentado;ii. Escolha um título com bom apelo publicitário.

2. Como preparar uma palestraa) Estude os materiais de referências bahá’ís e não bahá’ís. Faça uma reflexão pessoal sobre estas referências, tome anotações e escolha citações adequadas ao tema a ser apresentado.b) Organize seu material de forma flexível. O tema deve ser reduzido a uma sentença contendo uma ou duas ideias centrais.

Pontos a serem incluídos:i. Introdução contagiante, que capte a atenção concentrada da audiência.ii. Indicação de porque o assunto é importante para a audiência.iii. Faça uma breve menção do método a ser utilizado e a divisão da palestra por tópicos.iv. Tenha o corpo da palestra em uma forma ordenada.v. Conclusão: recapitulação, mais uma frase final que sintetize a essência da palestra.

3. A Palestra deve ser planejada seguindo um padrão lógico. Mantenha constante a Atenção dos ouvintes, utilize as muitas técnicas de ilustrações, ênfases, tanto quanto possível.

4. Evite assuntos políticos ou controversos.

5. Decida se a palestra será de improviso ou será escrita.a) Se de improviso, tenha o esboço da mesma em mente, pratique sua palestra

várias vezes, usando-a como um esboço, indo ponto por ponto.b) Se escrita, após escrever o esboço, pratique-o através de leitura, até que

você esteja bastante familiarizado com ela e possa apresentá-la sem ter que constantemente ler suas anotações.

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6. Como dar uma palestraa) Atitude Física:

- Boa voz, em pé, facilmente ereto sem demonstrar cansaço físico ou muscular. Pense em seu tórax como o centro da energia. - Mantenha o livre movimento dos braços, mãos e pés. Evite se escorar em uma cadeira ou mesa e não brinque com suas anotações, chaveiro ou copo de água. - Use gestos espontâneos. Seja natural. - Olhe sua audiência.

b) Atitude Mental: - Promova uma aliança com a sua audiência sendo amigável, digno e com tato. Pense em sua audiência como se você desejasse estar ali com eles. - Demonstre respeito por sua audiência através do bom humor, tato, autocontrole, cortesia, seriedade. - Crie e recrie seus pensamentos no momento em que for enunciá-los. Esta ação reveste suas palavras de vigor e franqueza. - Não tenha medo de apelar aos melhores sentimentos em seus corações. Presuma que eles são melhores por piores que eles sejam.

c) Atitude Espiritual: - Faça orações e meditações quando estiver preparando sua palestra. - Dedique um breve espaço de tempo para recitar orações antes de iniciar sua palestra. - Ame sua audiência. - Seja um canal para levar aos seus ouvidos algo que eles necessitem.

d) Uso da Voz: - Se esforce para criar um clima de conversação em sua palestra. - Observe sua voz pela clareza. - Ênfase pode ser dada através do uso da voz alta ou baixa ou falando deliberadamente. - Use o silêncio para aumentar o suspense ou dar ênfase.e) Uso das Palavras: - Use termos familiares e definidos. - Use termos específicos ao invés de termos genéricos. - Use figuras de linguagem e analogias.

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Manual do Instrutor

f) Esteja seguro de não estar falando demasiadamente.

7. Como obter o máximo de efeito em sua audiência

a. Crie uma atmosfera de interesses e sentimentos comuns.b. Use o humor.

c. Descreva conflitos. Use comparações e contrastes. d. Crie suspense - Imprevisibilidade. e. Faça perguntas à audiência. f. Faça sua palestra seguindo três unidades: Unidade de pensamento Unidade de sentimento Unidade de propósito g. Tenha uma sequência clara de ideias. h. Trabalhe buscando alcançar o clímax - ponto alto. i. Observe os limites de atenção. j. Conclua sua palestra de forma instantânea (de estalo).

8. Como encontrar boa aceitação de sua audiênciaa. Inicie suavemente. Não assuste a audiência com declarações ou citações

extremistas. Evite o uso de termos extravagantes ou pouco comuns.b. Enfatize os aspectos familiares em detrimento dos poucos familiares de

sua palestra.c. Tome ideias familiares pela repetição.d. Refira-se ao que foi falado anteriormente.e. Utilize o poder de fatos evidentes, claros.f. Demonstre que sua ideia é endossada por pessoas de reconhecida autoridade no assunto.g. Fale positivamente e com autoridade.

9. Como ganhar a confiança ao falara. Forme um pequeno grupo para praticar suas palestras. Faça palestras com 5 à 10 minutos de duração. Deixe que outros possam criticá-lo de forma honesta e inteligente.b. Levante-se e fale sobre a Causa sempre que surja a oportunidade.

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Manual do Instrutor

22Leituras a serem recomendadas aos contatos

As recomendações a seguir listadas devem se revistas apenas como sugestões para os instrutores. Devemos ter em mente que é muito difícil se não impossível afirmar que uma pessoa engajada na promoção de uma Nova Ordem Mundial, no estabelecimento da Justiça ou que trabalha em benefício dos meninos e meninas de rua, não venha a ser tocada por um texto de Bahá’u’lláh, como uma das belas Palavras Ocultas ou mesmo uma oração bahá’í. Existem muito mais l;ivros atualmente para serem oferecidos, consulte a Editora bahai do Brasil e seu site: www.editorabahaibrasil.com.br.

a) Pessoas com pouca escolaridade:Palavras de Deus Sou Bahá’í Como Nasceu a Fé Bahá’í Leis, História e Administração

b. Pessoas que têm o 1º Grau completo ou o 2º Grau completo:Como Nasceu a Fé Bahá’í O Novo Jardim A Fé Bahá’í A Mensagem Bahá’í - Fatos Básicos Bahá’u’lláh e a Nova Era Palavras de DeusEsplendor da Verdade

c) Pessoas com formação universitáriaRenascimento da Civilização Unidade MundialBahá’u’lláh e a Nova Era A Promessa da Paz Mundial Documento “Bahá’u’lláh” Nova Ordem Mundial, Novos Paradigmas A Hora Decisiva (The Turning Point) Da Senzala à Unidade Racial

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Manual do Instrutor

d. Pessoas que gostam de temas místicos e filosóficos:As Palavras Ocultas Os Sete Vales Orações Bahá’ís O Alimento da Alma Kitáb-i-Íqán - O Livro da Certeza Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh O Desejo do Mundo Seleção dos Escritos do Báb Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l- Bahá Palestras de ‘Abdu’l-Bahá em Paris O Esplendor da Verdade Bahá’u’lláh e a Nova Era Prescrição para a Vida O Despertar dos Anjos Você Ainda Vai Nascer

e. Pessoas que gostam de história:Documento Bahá’u’lláh Os Rompedores da Alvorada - Narrativa de Nabil A Presença de DeusPortais para a Liberdade Shoghi Effendi - Um tributo.Introdução ao Pensamento de Bahá ‘u ‘lláh Lembra-te de Meus dias As Flores no Sagrado Limiar Que Brilhe o Sol

f. Pessoas que leem a BíbliaKitáb-i-Íqán O Esplendor da Verdade Ladrão na Noite Cristo e Bahá ‘u ‘lláh

g. Pessoas que gostam de temas sociaisUnidade Mundial, Um Modelo para a Sociedade Futura Estamos Desaparecendo da Terra Nova Ordem Mundial, Novos Paradigmas

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Manual do Instrutor

A Família Livre da Violência Da Senzala à Unidade Racial

h. Pessoas que gostam de temas educacionaisPais, Mães e Filhos Educar é Ensinar a Viver A Família Livre da Violência Você Ainda Vai Nascer

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Manual do Instrutor

23Como proceder em visitas a Assembleias Espirituais Locais que necessitam

de fortalecimento

Ao visitar estas Assembleias Espirituais Locais, o instrutor deve ter em mente que seu objetivo é colaborar na consolidação de seus membros, e que “consolidação verdadeira é garantir que o amor de Bahá’u’lláh e a devoção à Sua Fé sejam firmemente enraizados nos corações dos crentes, de tal modo que eles se levantem para ombrearem suas responsabilidades como bahá’ís e participarem tanto no ensino, como no trabalho administrativo da Fé”.

Para alcançar este objetivo o instrutor poderá adotar , alguns procedimentos tais como:

1. Visitar os bahá’ís individualmente - nesses contatos procurar ser um veículo do amor ele Bahá ‘u ‘lláh, e em espírito alegre e amigável, compartilhar com eles sua satisfação por visitá-los as boas-novas da expansão da Causa de Deus e as vitórias alcança elas para a Fé nos dias de hoje.

2. Em suas visitas aos membros da Assembleia Local ressaltar a grandeza desta Instituição divina e o privilégio de ser membro de uma Assembleia Local. Se o grau de maturidade da Assembleia permitir o instrutor pode auxiliá-los na eleição dos oficiais.

3. Marcar uma reunião em um horário e local que sejam convenientes a todos e incentivá-las a participarem.

4. Apresentar na reunião, material do programa “‘Formando Assembleias Espirituais Locais Conscientes”, com explicações claras e detalhadas de modo que o método para estudo dos livretos seja bem compreendido por todos. Solicitar cópia do programa ao Conselho do estado ou ao Comitê Nacional de Ensino.

5. O instrutor deve buscar orientar os bahá’ís sobre a necessidade vital de oração diária, e sobre o valor de realizar reuniões de oração e estudo das Palavras Sagradas. Esclarecer que os livretos do Programa “Formando Assembleias Espirituais Locais Conscientes” oferecem um ótimo material para aprofundamento individual, podendo também ser usado em reuniões de estudo para toda a comunidade e até

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mesmo nas reuniões de amigos, escolhendo-se antes, alguns trechos que sejam de interesse geral.

6. Motivar a Assembleia Local a comemorar as Festas de Dezenove Dias, os Dias Sagrados e Aniversários. Utilizar o livreto número 7 do programa “Formando Assembleias Espirituais Locais Conscientes” .

7. Ressaltar a necessidade de se dar atenção especial à educação das crianças. Livreto número 4 do programa.

8. Organizar reuniões de aprofundamento de modo a dar início ao estudo do programa “Formando Assembleias Espirituais Locais Conscientes” com a comunidade. Na impossibilidade de reunir os membros da Assembleia Local, visitá-los individualmente e procurar estudar com eles cada um dos livretos (de preferência iniciando com o número 3 - “A importância da Assembleia Espiritual Local”).

9. Seria interessante explicar o valor da Assembleia Local organizar reuniões sociais, tais como piqueniques, churrascos, festas folclóricas, festas de aniversário, reuniões musicais, etc., encorajando os amigos a se associarem, assim como com seus amigos não bahá’ ís, em amor e fragrância.

10. Sugerir que a Assembleia procure atividades dentro dos costumes de sua cidade.

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24Como proceder em visitas a comunidades que tem Assembleias Espirituais

Locais ativas

1. Respeitar a Assembleia Espiritual Local, como a instituição divina ordenada por Bahá’u’lláh. Pedir permissão ao coordenador ou secretária da Assembleia para se reunir com a instituição o mais rapidamente possível - se for preciso, solicitar uma reunião extraordinária. Durante a reunião apresentar-se e dizer que está à disposição para ajudar nas metas locais, conforme solicitação da mesma ou do órgão que o levantou. Se tiver uma missão específica consultar a Assembleia sobre a maneira mais efetiva de procedimento à ser adotado.

2. O instrutor deve estar bem informado com relação as metas do Plano em andamento, e de acordo com diretrizes contidas nas mensagens da Casa Universal de Justiça, elaborar seu programa de atividades baseado nessas diretrizes, e apresentá-lo à Assembleia Local.

3. Sugerir uma reunião com toda a comunidade para compartilhar o programa de atividades aprovado pela Assembleia Local, de modo a envolver todos os amigos bahá’ís na realização das atividades.

4. Elaborar uma lista bem organizada com nome e endereço de contatos e simpatizantes, e uma lista com nome e endereço dos novos bahá’ís e entregá-las a Assembleia Local.

5. Elaborar um relatório de suas atividades na localidade, apresentá-lo a Assembleia Local, e enviar cópia ao Conselho ou Comitê responsável pelo do estado.

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25As Eleições Bahá’ís

“O processo eleitoral bahá’í é uma parte fundamental da maquinaria da Ordem Administrativa...”

“O processo eleitoral é um exemplo primário do direito de auto-expressão do indivíduo bahá’í, um princípio de grande importância na Ordem Administrativa. O Guardião nos diz para nos lembrarmos ‘que na própria raiz da Causa jaz o princípio do direito indubitável da auto-expressão, sua liberdade para declarar a sua consciência e expor os seus pontos de vista.”

Shoghi Effendi - Bahá’í Administration, p. 63

1. Votar é uma obrigação espiritual como também um direito especial de todo bahá’í.

2. Deve-se prover os meios para que todos os bahá’ís adultos tenham conhecimento da data, local e horário da eleição, com a devida antecedência.

3. Nas eleições bahá’ís o voto é secreto.

4. Somente os bahá’ís que tenham completado 21 anos podem votar e ser votados.

5. A eleição de uma Assembleia Espiritual Local ocorre sempre no dia 21 de abril, ou seja na época de Ridván.

6. Na reunião de eleição deve existir alegria, amor, camaradagem e unidade.

7. Nesta reunião as Assembleias apresentam o seu relatório anual de atividades à comunidade, consultando sobre este ou mais assuntos.

8. A votação deve ser feita em espírito de oração. Aliás, antes de qualquer votação sempre deve ser dita uma oração pelo menos.

9. Ninguém deve ser eleito paia qualquer cargo, devido a sua posição social na comunidade, ou pela riqueza que possua, ou mesmo por atos de bondade que tenha

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tido conosco. Não devemos votar numa pessoa só para retribuir o bem que esta nos faz. Devemos votar naqueles que realmente demonstrem sinceridade e devoção à Causa de Deus e que tenham capacidade e habilitações para servi-Ia.

10. As qualidades preferenciais que devemos buscarem um Bahá’í para elegê-lo a um cargo administrativo são, conforme as orientações do Guardião:

- Lealdade nos interesses da Fé;- atitude de devoção -livre de egoísmo;- uma mente bem treinada;- experiência madura e - habilidade para realizar coisas.

11. Procedimento a) Abertura da reunião com orações b) Leitura das instruções do procedimento sobre eleições Bahá’ís e qualidades de um membro da Assembleia c) Designação dos escrutinadores - 3 ou mais, dependendo do tamanho da comunidade votante. Os nomes dos escrutinadores devem ser anunciados após todos os amigos terem votado.d) Distribuição de novas cédulas aos votantes presentes.e) Eleição por voto secreto.f) Os escrutinadores retiram-se para contar os votos g) Consulta sobre vários aspectos da Fé pela comunidade, enquanto há o escrutínioh) Relatório dos escrutinadores - resultado da eleição

12. Como contar os votos a) Todos os votos devem conter nem mais nem menos do que 9 votos (quando se trata de eleição da Assembleias Locais ou Nacionais) b) Qualquer cédula com mais ou menos de 9 votos (nomes) será cancelada.c) Qualquer babá’í pode votar em si mesmo, se ele julgar que deseja servir nesta instituição e que possui as qualificações necessárias.d) Qualquer cédula que contenha a repetição do mesmo nome, isto é o nome escrito várias vezes - também será cancelada.e) Quando a cédula está preenchida corretamente, mas não é possível ler ou identificar um dos nomes, este nome será cancelado e o resto da cédula será válida.

13. Eleição por aclamação a) No caso de haver apenas nove membros adultos na comunidade, não será preciso

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realizar uma eleição.b) No entanto, todos os 9 membros devem participar na declaração conjunta formação da Assembleia Local. Caso não seja possível a todos estarem presentes na reunião da formação, todos os 9 devem assinar a declaração, ou antes ou depois da data da reunião.

14. A eleição dos membros da Assembleia Espiritual Local, da Assembleia Espiritual Nacional, da Casa Universal de Justiça e dos delegados à Convenção Nacional, é feita por maioria de votos. Isto é, serão eleitos os que receberem maior número de votos, qualquer que seja esse número.

15. A eleição dos oficiais de uma Assembleia Local, Nacional ou mesmo de Comitês, é feita por voto majoritário, isto é, mais do que a metade dos votos. Assim os oficiais de uma Assembleia que tem 9 membros, terão de receber um último de 5 votos. Se receber só 4, a eleição terá que ser feita outra vez até uma pessoa conseguir mais do que a metade. No caso de um Comitê de 6 membros, o número necessário para eleger os oficiais é 4, que é mais da metade de 6. O número não depende do número de pessoas presentes, mas sim na totalidade dos membros. Uma Assembleia tem 9 membros e os oficiais terão que receber 5 votos ainda que somente 6 ou 7 estejam votando. Portanto, é sempre preferível todos os membros estarem presentes durante a eleição de oficiais.

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26Os Fundos Bahá’ís

1. O Fundo Bahá’í é o dinheiro doado pelos bahá’ís para ser gasto nas necessidades da Fé.

2. É o ESPÍRITO que faz progredir a Causa de Deus, mas o dinheiro é necessário para as despesas administrativas, tais como material de escritório, gastos com telefone, remessas postais, literatura de ensino, boletins, treinamento de instrutores, despesas de viagem, eventos, etc.

“E como o progresso e a execução de atividades espirituais são dependentes e condicionados a meios materiais, é de absoluta necessidade que imediatamente após o estabelecimento de Assembleias Locais, ... seja estabelecido o Fundo Bahá’í, a ser colocado sob o controle exclusivo da Assembleia Espiritual. Todos os donativos e contribuições devem ser oferecidos ao Tesoureiro da Assembleia, para o propósito expresso de promover os interesses da Causa naquela localidade...”

Shoghi Effendi

3. As doações são voluntárias, devem ser feitas regularmente e de acordo com as nossas possibilidades.

“Cada um e todo crente, sem temer as incertezas, os perigos e a falta de dinheiro que aflige a nação, deve levantar -se e assegurar à medida total de sua capacidade, que um luxo contínuo e abundante de fundos entre na Tesouraria Nacional, do que depende em grande parte a execução vitoriosa do Plano...”

4. É uma obrigação sagrada contribuir para o Fundo Bahá’í obrigação de cada Bahá’í, rico ou pobre.

“...Cada Bahá’í, não importa quão pobre, deve compreender que grave res-ponsabilidade ele tem que ombrear neste respeito, e deve ter confiança em que seu progresso espiritual como um crente na Ordem Mundial de Bahá’u’lláh dependerá grandemente da medida em que prove, com atos, sua prontidão em apoiar mate-rialmente ‘as Instituições Divinas de sua Fé.”

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5. Cada crente deve contribuir na medida de sua fé. É uma maneira de de-monstrar nossa confiança na visão de um mundo melhor, mais justo e fraterno.

“... As contribuições para este Fundo, constituem, além do mais, um modo prático e eficiente pelo qual cada crente pode testar a medida e o caráter de sua fé, e provar por atos a intensidade de sua devoção e dedicação à Causa.”

Shoghi Effendi

6. O sacrifício feito para que possamos doar algo aos fundos atraem bên-çãos espirituais ao doador. Mostramos nossa fé e amor a Deus pelo grau de nossa contribuição em sacrifícios que fazemos. O dinheiro é apenas uma das formas de sacrifício, mas das mais significativas o “Devemos ser como uma fonte ou nascente que está continuamente se esvaziando de tudo que tem, e está continuamente se reenchendo de uma fonte invisível. Dar continuamente para o bem de nossos se-melhantes, sem se deixar atemorizar pelo medo da pobreza e confiante na infalível generosidade da Fonte de toda riqueza e todo bem - este é o segredo do bem viver.”

7. Podemos e devemos contribuir não só para o Fundo Local, mas para o Fundo Nacional e para o Internacional, como também para outros fundos especiais que forem criados, como o de ensino.

8. As contribuições aos fundos nacional e internacional podem ser feitas diretamente ou através da própria Assembleia Local.

9. O bahá’í pode determinar especificamente para que Fundo quer contribuir e neste caso sua contribuição só pode ser aplicada naquela finalidade.

“... cabe ao indivíduo decidir se ele deseja doar uma quantia para o propósito específico; ele tem liberdade de fazê-lo, mas os amigos devem reconhecer que muitas contribuições para fins específicos, amarrarão as mãos da Assembleia e a impedirão de fazer face às suas inúmeras obrigações nos vários campos de atividades Bahá’ís.”

10. As Assembleias Locais ou seus tesoureiros, não podem nem devem forçar os crentes a contribuir. As contribuições entregues ao tesoureiro são sempre voluntárias, secretas e é proibido ao tesoureiro, ou à Assembleia, divulgar os nomes e as importâncias dos contribuintes para terceiros.

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11. Participação Universal no Fundo

“... Outro problema que afeta diretamente as áreas onde ensino em massa está sendo feito, é a extensão de contribuições ao Fundo pelos crentes locais. Como sabem, um dos objetivos do Plano de Nove Anos é a participação universal na vida comunitária Bahá’í Isto pode ser possível quando cada crente compreende que sua vida pessoal espiritual será enriquecida e bênçãos universais virão somente se cada Bahá’í participar nas contribuições, não importa quão pobre ele seja, quão pequena a contribuição ou em que forma seja oferecida...”

“A maioria preponderante dos Bahá’ís do mundo é gente pobre, mas aos crentes e aos crentes unicamente Bahá’u’lláh concedeu a bênção de contribuir com as coisas materiais deste mundo para o progresso de sua Fé.”

Casa Universal de Justiça, cartas de 25/6/64 e 13/4/75

12. Não é demais repetir que o mais importante nas contribuições Bahá’ís não é a quantia ge dinheiro doada, mas o valor do sacrifício feito para doar. Um centavo de um homem pobre pode valer mais, aos olhos de Deus, que um milhão de um homem rico.

“Não é a quantia da contribuição que importa, mas o grau de auto-sacrifício que ela acarreta - pois é isto que atrai as confirmações de Deus.”

Casa Universal de Justiça, carta de 13.4.75

“O problema que os enfrenta não é material e sim espiritual: Em sua Comunidade Nacional, que goza de grande prosperidade, a qual tem sido conferida à sua nação como um todo, parece claro que se cada crente contribuísse para o Fundo Nacional, seria possível a vocês fazer em face de seus orçamentos mesmo sem sacrifício da parte dos amigos... Isto, no entanto, mesmo provendo os fundos imediatamente requeridos, não é suficiente. O espírito de sacrifício e irrestrita devoção à Causa de Bahá’u’lláh é muito mais importante, pois isto capacitará os amigos a superar não apenas seus problemas financeiros mas todos os

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outros obstáculos que se colocam no caminho do avanço do propósito redentor de Deus.”

A Casa Universal de Justiça, Carta à AEN dos Estados Unidos, de 31.3.70

“... Estas razões tornam mais urgente a compreensão dos amigos do princípio fundamental de que o crescimento espiritual de cada crente individual bem como o crescimento das comunidades locais e nacionais, será nutrido e fortalecido pela doação à Fé com espírito de auto-sacrifício, e esperamos que isto anime os amigos a empenharem-se em aumentar continuamente o grau em que cada comunidade execute seu trabalho essencial, confiando em seus próprios recursos...”

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27A Festa dos Dezenove Dias e o Calendário Bahá’í

1. A Festa de Dezenove Dias

Uma das instituições da Era Bahá’í, que trouxe uma nova forma de coexistência e unidade no relacionamento entre as pessoas, é a FESTA DE DEZENOVE DIAS.

“A Festa de Dezenove Dias foi inaugurada pelo Báb e ratificada por Bahá’u’lláh em seu Livro Sacratíssimo, o Kitáb-i-Aqdas, para que as pessoas possam se reunir e visivelmente mostrar companheirismo e amor, a fim de que os mistérios divinos possam ser revelados. A finalidade é harmonia, de modo que através deste companheirismo os corações possam se tornar perfeitamente unidos e sejam estabelecidas a reciprocidade e prestimosidade entre as pessoas. Pois os membros do mundo da humanidade são incapazes de existir sem se associarem. Cooperação e prestimosidade mútuas são a base da raça humana. Sem a realização destes dois grandes princípios, nenhum grande movimento é impulsionado avante...”

‘Abdu’l-Bahá

Shoghi Effendi, o Guardião da Fé Bahá’í, escreveu no livro A PRESENÇA DE DEUS, sobre a Nova Ordem Mundial de Bahá’u‘lláh:

“Ainda outros fatores que têm promovido desenvolvimento dessa Ordem e contribuído para sua consolidação, são a instituição sistemática da FESTA DE DEZENOVE DIAS...”

Esta Instituição, estabelecida por Bahá’u’lláh, foi descrita pelo Guardião como a base da nova Ordem Mundial... Estas reuniões podem ser consideradas como o próprio coração de nossa vida comunitária bahá’í. Quando dirigidas corretamente e têm a participação de uma comunidade bahá’í que aprecia inteiramente a sua importância, as Festas de Dezenove Dias servem para renovar e aprofundar o nosso espírito de fé, aumentar nossa capacidade para ação conjunta, remover os mal-entendidos e nos manter inteiramente informados de todas as atividades bahá’ís

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importantes de escopo local, nacional e internacional.

2. O real significado da Festa de Dezenove Dias

Antes de entrarmos em mais detalhes sobre esta Instituição da Nova Era, da Ordem Mundial de Bahá’u’lláh, analisemos alguns termos utilizados pelas Figuras Centrais da Fé nos trechos acima citados:

1. A Festa de Dezenove Dias foi criada pelo Báb, e foi confirmada por Bahá’u’lláh no Kitáb-i-Aqdas, o Livro de Suas Leis, Seu Sacratíssimo Livro, o repositório das leis e mandamentos que foram revelados para durarem pelo menos mil anos. Pensem nisso: MIL ANOS. E desde já podemos usufruir dos benefícios dessa sagrada e divina oportunidade - participar regularmente, a cada 19 dias, dessa Instituição da Nova Era!

2. A Festa de Dezenove Dias,afirma ‘Abdu’l- Bahá existe:

“para que as pessoas possam se reunir e visivelmente mostrar companheirismo e amor, a fim de que os mistérios divinos possam ser revelados.”

3. Diz o Mestre que “a finalidade é a harmonia”, para que “através deste companheirismo, os corações possam se tomar perfeitamente unidos, e seja estabelecida a reciprocidade e a prestimosidade mútua.” - ou seja, em perfeita união, os amigos ajudar-se-ão mutuamente, companheiros de fé que são, corações unidos!4. O trecho finaliza com a afirmativa de’ Abdu’l-Bahá de que “os membros do mundo da humanidade são incapazes de existir sem se associarem”.

Destaca que a cooperação e o auxílio mútuo são a base da sociedade humana, e que sem a efetiva realização destes dois grandes princípios nenhum grande movimento é impulsionado avante”...

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3. O Calendário Bahá’í

São 19 Festas durante o ano - uma em cada mês bahá’í, realizadas normalmente no primeiro dia de cada mês, conforme o calendário. No entanto, a Casa Universal de Justiça permitiu que, para facilitar a maior participação dos amigos às Festas de Dezenove Dias, as comunidades locais poderão realizá-las em data mais conveniente, no sábado ou domingo, e mesmo em horário diurno - sempre dentro do mês bahá’í em comemoração, o mais próximo possível do primeiro dia do mês. Esta é uma medida provisória, nesta fase do crescimento da Causa.

Os Dias Sagrados Bahá’ís

21 de Março - Festa de Naw Rúz (Ano Novo Bahá’í) 21 de Abril a 2 de Maio - Festival de Ridván (Declaração de Bahá’u’lláh) Este período possui 3 dias sagrados: 21,29 de abril e 2 de maio.

23 de Maio - Declaração do Báb 29 de Maio - Ascensão de Bahá’u’lláh 9 de Julho - Martírio do Báb 20 de Outubro - Aniversário (do nascimento) de Báb 12 de Novembro - Aniversário (do nascimento) de Bahá’u’lláh

Não são considerados “Dias Sagrados” mas devem ser comemorados:26 de Novembro – Dia do Convênio 28 de Novembro - Ascensão de ‘Abdu’l-Bahá

Nota: Informações sobre horários e história destas Datas Sagradas poderão ser encontradas detalhadamente no livro “Bahá’u’lláh e a Nova Era”, do Dr. John Esslemont.

6. Jejum Bahá’í 19 Dias do mês de ‘Alá (Sublimidade) - 2a 21 março

Nota: Os alimentos são permitidos antes do nascer do sol e após o pardo-sol. Maiores detalhes sobre o Jejum Bahá’í poderão ser encontrados no livro “Bahá’u’lláh e a Nova Era”, do Dr. John Esslemont.

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28Como fazer relatórios

Relatório de atividades

- É como uma carta, só que bastante detalhada.

- Normalmente a Instituição que estiver coordenando suas atividades lhe entregará um modelo oficial de Relatório e então você apenas o preencherá e remeterá semanalmente a essa Instituição.

- No caso de você não ter recebido o modelo oficial de Relatório de Atividades, então você deverá fazer um relatório do seguinte - teor:

- Enviar cópias para o Conselho e/ou Comitê Nacional de Ensino.

Exemplo de Relatório de Atividades

a) Instituição Bahá’í que coordena suas atividades:b) Nome do Instrutor:c) Nome do Projeto e Cidade/Estado:d) Período da Realização das Atividades:e) Atividades Realizadas:

- Expansão: Informe onde você ensinou, como foi a receptividade, se houve declarações, quantas crianças, jovens e adultos, que material de ensino você deixou com os novos bahá’ís. Lembre-se que os Cartões de Declaração devem ser remetidos para a Instituição Bahá’í responsável pela área. Se alguém solicitou o Curso Bahá’í por Correspondência, enviar os pedidos dos cursos juntamente com os Cartões de Declaração para as ações devidas.

- Aprofundamento: Informe onde você fez aprofundamento dos novos bahá ‘ís, quais assuntos você tratou, como foi a receptividade, quantos bahá’ís assistiram esta atividade, informe a realização de aulas para crianças, reuniões para mulheres, reuniões de orações, reuniões para jovens, designe se considera algum bahá’í mais interessado e mais inflamado de amor a Deus que os outros, para ser tratado como

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bahá’í chave, ou seja, aquele que vai receber correspondência, convocar reuniões, etc.

- Proclamação: Informe que jornais, emissoras de rádio, emissoras de TV você visitou, quais os resultados em termos práticos: artigos publicados, programas ao vivo em que você deu entrevista, que materiais bahá’ís você deixou com os jornalistas, quais as possibilidades de conseguirmos um programa regular bahá’í ou uma coluna semanal nos jornais, a receptividade em geral, nomes dos jornais e emissoras e dos jornalistas e apresentadores de programas, etc.

- Informe qualquer outro acontecimento em que você tenha participado.

- Faça aqui sua solicitação de material de ensino, lembrando de pedir sempre com antecedência mínima de 15 dias.

_______________ __________________

Data assinatura do instrutor

Relatórios fInanceiros

Os relatórios financeiros devem ser feitos semanalmente, cobrindo o período de 2a. a 6a. feira e postados no correio até no máximo a 4a. feira da semana seguinte. A prestação de contas deve ser com a Instituição que liberou os recursos financeiros para a realização de suas atividades de ensino.

O relatório deve ser objetivo.

1. Descreva a receita, os valores que você recebeu e quando você recebeu. 2. Descreva os tipos de despesas efetuadas (ônibus, hospedagem, alimentação, saúde, correios, xerox, material de escritório, outras), os valores das despesas e as datas em que foram efetuadas. 3. Anexe os comprovantes das despesas: notas fiscais, bilhetes de passagem e recibos. 4. Anote o saldo apresentado: Valor da Receita - (menos) o Valor das

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Despesas. 5. Se o valor da Receita for maior que o valor das Despesas, anote que tem um saldo credor ou positivo. 6. Se o valor da Receita for menor que o valor das Despesas, anote que tem um saldo devedor ou negativo. 7. Sempre solicite recursos financeiros para o PROJETO com antecedência de 15 a 10 dias da data do uso efetivo desses recursos. 8. Observe que novos recursos somente serão enviados a você após a competente prestação de contas dos recursos recebidos anteriormente. 9. Observe que despesas maiores sempre deverão ser efetuadas após ser averiguados pelo menos em três lugares diferentes, os preços do mesmo objeto ou bem a ser adquirido, pois temos que economizar ao máximo os fundos da Fé. 10. Informe no Relatório qual o montante de dinheiro que você necessitará para continuar suas atividades de ensino no próximo período.

Exemplo de Relatório Financeiro do Instrutor.

a) Instituição Bahá’í que Coordena suas Atividades:b) Nome do Instrutor:c) Período do Relatório Financeiro:

Data Especificação Receita ou Despesa Débito Crédito Saldo

___/___/___ ___________________________________ _____ _____ ________/___/___ ___________________________________ _____ _____ ________/___/___ ___________________________________ _____ _____ ________/___/___ ___________________________________ _____ _____ ________/___/___ ___________________________________ _____ _____ _____

Saldo Final..................................................... (D/C)Para o período de ___/___/____ a ___/___/___necessito de R$ ________ a ser utilizado com as seguintes atividades:

(Descreva as atividades detalhadamente)______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Manual do Instrutor

______________________________________________________________________________________

Para o período de ___/___/____ a ___/___/___necessito de R$ __________.

Em anexo, encontram-se _________ comprovantes das despesas acima caracterizadas.Cidade/Estado: _________ Data: ___/___/___

____________________

assinatura do instrutor

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Manual do Instrutor

Endereços úteis para o instrutor

Assembleia Espiritual Nacional dos Bahá’ís do Brasil Caixa Postal 7035 71619-97, Brasília-DFTelefone (061) 3364-3594 Fax (061) 3364-3470 E-mail: [email protected]

Editora Bahá’í do Brasil Caixa Postal 1085 13800-973, Mogi-Mirim E-mail: [email protected] www.editorabahaibrasil.com.br Fone: (19) 3806-9220 ou 3806-9138

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Referências do Capítulo “Promovendo a Entrada em Tropas”

Nota: Os números em colchetes, após cada referência, correspondem á numeração dos extratos da compilação.

1. Carta datada de 25/06/1953, escrita por Shoghi Effendi, publicada em Citadel of Faith: Messages to América 1947- 1957 ( Wilmette Bahá’í Publishing Trust, 1980), 117 [18]

2. Mensagem do Ridván de 1990, escrita pela Casa Universal de Justiça aos Bahá’ís do Mundo [45]

3. veja extrato [2]

4. veja extrato [33]

5. Carta datada de 31/08/1987, escrita pela Casa Universal de Justiça aos Bahá’ís do Mundo [39]

6. Carta datada de 30/06/1952, escrita em nome de Shoghi Effendi a uma Assembleia Espiritual Nacional [17]

7. Mensagem do Naw-Rúz de 1979, escrita pela Casa Universal de Justiça aos Bahá’ís do Mundo [32]; Veja também extratos [34] e [44]

8. veja extrato [41]

9. Carta datada de 12/09/1991, escrita em nome da Casa Universal de Justiça a uma Assembleia Espiritual Nacional [46]

10. Mensagem do Ridván de 1987, escrita pela Casa Universal de Justiça aos Bahá’ís do mundo [38]

11. Veja extrato [44]

12. Veja extrato [21]

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13. Pós-escrito na caligrafia de Shoghi Effendi, acrescentando a uma carta datada de 12/08/1941, escrita em nome, conforme Messages to América: Selected Letters and Cablegrams Addressed to the Bahá’ís of North América, 1932 -1946 (Wilmette: Bahá’í Publishing Committee, 1947),51 [6]

14. Veja extrato [40]

15. Mensagem datada de 27/12/1985, escrita pela Casa Universal de Justiça à Conferência dos Corpos Continentais de Conselheiros [36]

16.Veja extrato [4] e [13]

17. Carta datada de 5/10/1953, escrita em nome de Shoghi Effendi a um crente [19]

18. Veja extrato [24]

19. Veja extrato [38]

20. Mensagem do Ridván de 1988, escrita pela Casa Universal de Justiça aos Bahá’ís do mundo [40]

21. Mensagem do Ridván de 1993, escrita pela Casa Universal de Justiça aos Bahá’ís do mundo [40]

22. Mensagem do Ridván de 1988, escrita pela Casa Universal de Justiça aos Bahá’ís do mundo [40]

23. Veja extratos [35], [44] e [47]

24. Carta datada de 18/02/1932, escrita em nome de Shoghi Effendi a um crente [2]

25. Mensagem do Ridván de 1989, escrita péla Casa Universal de Justiça aos Bahá’ís do mundo [44]

26. Veja extratos [16] e [40]

27. Veja extrato [25]

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[158]

Manual do Instrutor

28. Carta datada de 19/03/1954, escrita em nome de Shoghi Effendi a uma Assembleia Espiritual Local [20]

29. Veja extrato [8]

30. Veja extrato [15]

31. Carta datada de 13/03/1944, escrita em nome de Shoghi Effendi a uma sessão de uma escola Bahá’í de inverno [9]; veja também extrato [11]

32. Carta datada de 25/03/1949, escrita em nome de Shoghi Effendi a um crente [14]

33. Carta datada de 30/06/1993, escrita em nome da Casa Universal de Justiça a um crente [49]

34. Mensagem do Ridván de 1993, escrita pela Casa Universal de Justiça aos Bahá’ís do mundo [48]

35. Veja extrato [40]

36. Carta datada de 13/06/1964, escrita pela Casa Universal de Justiça a todas as Assembleias Espirituais Nacionais, conforme Weelspring of Guidance: Messages 1963-1968 (Wilmette: Bahá’í Publishing Trust, 1976)31-33 [23]

37. Carta datada de 02/02/1966, escrita pela Casa Universal de Justiça a todas as Assembleias Espirituais Nacionais engajadas no trabalho de ensino maciço [25]

38. Mensagem do Ridván de 1990, escrita pela Casa Universal de Justiça aos Bahá’ís do mundo [45]

39. Carta datada de 27/04/1981, escrita em nome da Casa Universal de Justiça a todas as Assembleias Espirituais Nacionais [35]

40. Carta datada de 13 de março de 1944, escrita em nome de Shoghi Effendi a uma crente [10]

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Manual do Instrutor

41. Mensagem datada de Agosto de 1968, escrita pela Casa Universal de Justiça à Conferência de Palermo, conforme Messages from the Universal House of Justice, 1968-1973 (Wilmette: Bahá’ í Publishing Trust, 1976, 12 [28]

42. Mensagem do Ridván de 1990, escrita pela Casa Universal de Justiça aos Bahá’ís do mundo [45]

43. Carta datada de 11 de maio de 1934 escrita em nome de Shoghi Effendi a um crente [5]

44. Carta datada de 4 de maio de 1942, escrita em nome de Shoghi Effendi a um crente [7]

45. Carta datada de 20 de Dezembro de 1932, escrita em nome de Shoghi Effendi a uma Assembleia Espiritual Nacional [3] –

46. Pós-escrito na caligrafia de Shoghi Effendi acrescentando a uma carta datada de 29 de março de 1945, escrita em seu nome a uma Assembleia Espiritual Nacional [12]

47. Pós-escrito na caligrafia de Shoghi Effendi acrescentando a uma carta datada de 12 de agosto de 1957, escrita em seu nome a uma Assembleia Espiritual Nacional [22]

48. Veja extrato [30]

49. Mensagem do Ridván de 1993, escrita pela Casa Universal de Justiça aos Bahá’ís do mundo [48]

50. Mensagem do Ridván de 1990, escrita pela Casa Universal de Justiça aos Bahá’ís do mundo [45]

51. Veja extrato [32]

52. Mensagem do Ridván de 1993, escrita pela Casa Universal de Justiça aos Bahá’ís do mundo[48]

53. Cana escrita em 2 de Fevereiro de 1966, escrita pela Casa Universal de Justiça a todas as Assembleias Espirituais Nacionais engajadas no trabalho de ensino

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Manual do Instrutor

maciço [25]

54. Carta datada de 16 de abril de 1981, escrita em nome da Casa Universal de Justiça a todos os comitês Continentais de Pioneiros [34]

55. Mensagem do Naw-Rúz 1979, escrita pela Casa Universal de Justiça a todos os Bahá’ís do mundo [32]

56. Veja extrato [36]

57. Veja extrato [34]

58. Carta Datada De 13 De Maio De 1964, Escrita Pela Casa Universal De Justiça A Todas As Assembleias Espirituais Nacionais, Conforme Wellspring Of Guidance, 31-33 [23]

59. Veja extrato [26]

60. carta datada de 11 de agosto de 1988, escrita em nome da Casa Universal de Justiça a um crente [41]

61.Carta datada de 25 de maio de 1975, escrita pela Casa Universal de Justiça a todas as Assembleias Espirituais Nacionais [31]

62. Veja extrato [29]

63. Veja extrato [43]

64. Carta datada de 13 de novembro de 1986, escrita em nome da Casa Universal de Justiça a todas as Assembleias Espirituais Nacionais [37]

65. Mensagem do Ridván de 1990, escrita pela Casa Universal de Justiça aos Bahá’ís do mundo [45]

66. Veja extrato [37]

67. Carta datada de 31 de Outubro de 1967, escrita pela Casa Universal de Justiça

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Manual do Instrutor

a todas as Assembleias Espirituais Nacionais, conforme “Wellspring of Guidance”, 124-25 [26] 68. Veja extrato [ 48]

69. Mensagem do Ridván de 1990, escrita pela Casa Universal de Justiça a todos os Bahá’ís do mundo [45]

70. Mensagem do Ridván 1988, escrita pela Casa Universal de Justiça a todos os Bahá’ís do mundo [40]

71. mensagem do Ridván de 1990, escrita pela Casa Universal de Justiça a todos os Bahá’ís do mundo [45]

72. Mensagem do Naw Rúz 1979, escrita pela Casa Universal de Justiça a todos os Bahá’ís do mundo [32]

73. Mensagem do Ridván de 1993, escrita pela Casa Universal de Justiça a todos os Bahá’ís do mundo [48]

74. Carta datada de 1 de novembro de 1988, escrita em nome da Casa Universal de Justiça a uma Assembleia Espiritual Nacional [42]

75. Mensagem do Ridván de 1988, escrita pela Casa Universal de Justiça a todos os Bahá’ís do mundo [40]

76. Carta datada de 9 de fevereiro de 1989, escrita em nome da Casa Universal de Justiça a uma Assembleia Espiritual Nacional [43]

77. Carta datada de 8 de Dezembro de 1967, escrita pela Casa Universal de Justiça a um crente, conforme Wellspring of Guidance, 133-34 [27]

78. Ibidem, 134 [27]

79. Carta datada de 24 de Setembro de 1924, escrita por Shoghi Effendi aos Bahá’ís da América, publicada em Bahá’í Administration: Selected Messages 1822-1932 (Wilmette, Bahá’í Publishing Trust, 1974),67 [1]

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Manual do Instrutor

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