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O SENTIDO DA MORTE NUMA PERSPECTIVA DO EXISTENCIALISMO CRISTÃO.

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Material elaborado por Ir. Rozana Périco, ascj.

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O SENTIDO DA MORTE

NUMA PERSPECTIVA DO

EXISTENCIALISMO

CRISTÃO.

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Este trabalho foi desenvolvido em

três capítulos, a saber:

* O fenômeno da morte e do morrer.

* O sentido da morte refletida nos 5

estágios para a morte.

* E por fim, a morte refletida nos

existencialistas: Marcel e Jasper.

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* O fenômeno da morte e do morrer.

Embora todos temos a consciência de que vamos morrer, alimentamos no mais íntimo de nós mesmos o medo da morte.Existencialistas como: Karl Jasper e Gabriel Marcel, reconhecem que não é possível analisar o sentido da vida sem se deparar com o problema do sentido da morte.

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“A morte constitui ainda um acontecimento espantoso, pavoroso, um medo universal, mesmo sabendo que podemos dominá-lo em vários níveis”. (KÜBLER-ROSS, 1969, p.17). No entanto, o modo como conviver e lidar com a morte e o morrer têm por vezes ficado ofuscado pelas ocupações diárias, com a negação da dor de quem saiu perdedor diante da morte.

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A ciência nos permite um certo grau de emancipação, proporcionando ao homem melhores meios de preparar-se bem com sua família para o momento inevitável da morte. KÜBLER-ROSS afirma: “Ao contrário, já vão longe os dias em que era permitido a um homem morrer em paz e dignamente em seu próprio lar”. Morrer se torna um ato solitário e impessoal. O moribundo é doravante um paciente entre inúmeros outros pacientes, não mais o pai agonizante ou o vizinho a falecer.

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* O sentido da morte refletida nos 5

estágios para a morte.

Primeiro estágio: Negação e isolamento.Segundo estágio: A raiva.Terceiro estágio: Barganha.Quarto estágio: Depressão.Quinto estágio: Aceitação.

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Primeiro estágio: Negação e isolamento.Não, eu não, não pode ser verdade.Alguns pacientes tentam driblar os resultados e falam com os médicos e familiares convictos de que exames e resultados foram trocados, pois eles estão bem, e aquela dor logo passará.Outra forma de negação assumida, é a de que os pacientes se apeguem as próprias crenças, dispensando o uso da medicina e seus recursos.

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Segundo estágio: A raiva.Um certo estado de raiva é percebido em um paciente, já nas primeiras reações. Expressada por palavras ou por gestos. No estágio da raiva torna-se difícil a relação com o paciente, tanto na família quanto no âmbito hospitalar. Quando um paciente é respeitado e compreendido em seu estado de raiva, logo sua tendência é tornar-se dócil.

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Terceiro estágio: Barganha.Este estágio é o menos conhecido, porém muito útil ao paciente. A maioria das barganhas são feitas com Deus, são mantidas geralmente em segredo. Sendo assim, a barganha não recebida, pode ser revogada a promessa e realizada outra forma de barganha. Pois, este estágio acontece na maioria das vezes de forma subjetiva e o paciente não expressa nem mesmo aos familiares suas negociações para com Deus diante da enfermidade.

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Quarto estágio: Depressão.Ante o quadro agravante de uma enfermidade terminal, quando o paciente já não consegue mais negar, revoltar-se ou barganhar a situação perante a gravidade da enfermidade, resta-lhe o silêncio e nasce um sentimento de perda com facetas variadas. Muitas vezes a ausência vem marcada pela perda da própria imagem, do seu ser pessoa, de suas próprias características.

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Quinto estágio: Aceitação.Os pacientes que recebem algum tipo de ajuda para superar os diferentes estágios não sentirão depressão e raiva diante de seu destino, pois, externaram seus sentimentos, sua inveja pelos vivos e sadios e sua raiva por aqueles que não são obrigados a enfrentar a morte tão cedo. (...) O paciente sentirá necessidade de dormir, cochilar... O sono já não é mais fuga, mas volta a ser uma necessidade pura e simplesmente biológica.

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O estágio da aceitação não pode ser confundido com a felicidade. Pois, neste estágio, não se trata de afirmar que o paciente não sente mais dor e não tem mais sentimentos. Tudo permanece como antes. O que muda é a forma como o paciente enfrenta e vivencia este momento com as pessoas que o cercam.

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A morte está intimamente ligada e faz paralelo com o ato de nascer. “Morrer é parte integrante da vida, tão natural e previsível quanto o nascer. Mas, enquanto o nascimento é motivo de comemoração, a morte transforma-se em terrível e inexprimível assunto, a ser evitado de todas as maneiras na sociedade moderna”. (KÜBLER-ROSS, 1969, p. 30).

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É possível afirmar que não há experiência da morte, pois, “Jamais nos encontraremos frente a frente com a nossa própria morte, visto que enquanto nós estivermos presentes ela estará ausente e quando ela estiver presente, então seremos nós que estaremos ausentes.” Epicuro (270 a.C.)

Portanto, podemos falar da experiência com a morte e o luto de outrem, mas não da nossa experiência pessoal com a morte.

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* E por fim, a morte refletida nos

existencialistas: Marcel e Jasper.O pensamento cristão encontra sentido quando está apoiado na afirmativa do Deus criador, que dá a vida, como descreve Marcel; “O Deus que dá a vida ao ser humano e, para o qual, aliar-se a ele sempre tem este significado: optar pela vida, e não pela morte”. (BLANK, 2000, p.49).

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A esperança vem marcada pela ressurreição de Jesus e, é apresentada pela manifestação de que Deus não é o Deus dos mortos, mas sim o Deus dos vivos. Essa premisa sustenta uma visão otimista do cristão diante da morte. Portanto, o autor da vida não tolera a morte.

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Quando falamos de filosofia da existência, Partimos de uma interrogação da existência, entendendo por existência o homem em sua vida, atuação e decisões concretas”. Portanto, para os filósofos existencialistas há necessidade de um elemento ontológico que assegure a existência concreta do ser.

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Tememos a morte porque desconhecemos o que está por detrás da morte, como a angústia que ela gera em nós o desespero por caminhar rumo à morte, “O temor da agonia é o temor do sofrimento físico. A agonia não se confunde com a morte. (...) Todo sofrimento é experimentado por alguém que está vivo”. (JASPER, 1996, p.128).

Portanto, temer a morte está na essência do homem, por ser o homem o único ser que sabe que vai morrer.

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Temer a morte é temer o nada. É dar-se conta do nunca mais ver a pessoa que morreu e, portanto, como num passe de mágica a morte toma de assalto a consciência da presença do ente querido que com sua morte, não mais podemos conviver. A distância que separa o começo do fim pode ser longa ou breve, porém deve fazer sentido o existir.

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Somos mortais enquanto simples existentes, e imortais quando aparecemos no tempo como o que é eterno. Somos mortais no desamor, imortais no amor. Somos mortais na indecisão, imortais na decisão. Somos mortais enquanto natureza, imortais enquanto dados a nós mesmos em nossa liberdade. (JASPER, 1996, p.133).

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Em sentido material, a morte deixou de ser um momento melancólico. A dor da separação, a certeza do adeus para sempre, vividos durante o velório da pessoa querida, passou a ser marcado pela beleza material das flores, da música, dos perfumes e até mesmo da transformação do próprio falecido onde o mesmo deixa de ter as características próprias dos sem vida.

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É possível perceber através da reflexão dos existencialistas cristãos que a morte tem e faz sentido ao ser humano. Ancorados na convicção de que o homem é o único ser vivo que tem consciência que vai morrer, também é o único que, pela vivência do cristianismo, toma consciência da ressurreição e da vida eterna. O morrer faz sentido para o cristão.

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