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COMO É O CONTATO COM A TECNOLOGIA DOS PROFESSORES NA ESCOLA
Lizandra Servino Barroso1
Maria Aparecida Silva2
Mônica Lopes Smiderle de Oliveira3
RESUMO
Esta pesquisa propõe uma analise de como se dá o contato dos professores com a
tecnologia na escola, frente a evolução da informática no âmbito social e sua suma
importância, que os educadores estejam atentos a atualização de sua prática
pedagógica; no cenário atual ao se falar em informática e mídias digitais no âmbito
escolar, se confirma que esta ferramenta eletrônica, apesar da sua crescente
valorização e importância, nos dias atuais, não extingue os atores do processo de
ensinar e aprender, mas consegue transformar o ambiente da aula tradicional. Nesta
perspectiva lança-se um olhar para a percepção de como acontece essa relação
entre professor e a tecnologia, verificar como é seu domínio com as novas
ferramentas tecnológicas na sua prática pedagógica. A partir da preocupação em
relação a prática do educando com os recursos tecnológicos em sala de aula,
apresenta uma reflexão discursiva sobre o aprimoramento da dinâmica pedagógica
e consequentemente da qualidade das aulas trabalhadas e incentivo ao
aproveitamento de estudos vinculados a um processo de ensino aprendizagem
pautado pelo real entrosamento entre professor e aluno.
Palavras chave: Informática – Mídias digitais – Recursos tecnológicos –
Professores – Projeto de estudo – Prática pedagógica
ABSTRACTThis research proposes an analysis of how is the contact teachers with technology in
school, compared to developments in social computing and its very important that 1 Licenciatura e Bacharelado em Ciências Biológica – ESESFA: Escola de Ensino Superior São Francisco de Assis2 Bacharelado em Biblioteconomia – UFES: Universidade Federal do Espírito Santo e Formação Pedagógica em Artes Visuais pela Faculdade Metropolitana de Santos3 Licenciatura Plena em Língua Portuguesa – UFES: Universidade Federal do Espírito Santo
educators be alert to update their pedagogical practice, in the current scenario when
speaking in computing and digital media in the school, confirmed that this electronic
tool, despite its growing importance and value, nowadays, does not extinguish the
actors of the process of teaching and learning, but to transform the traditional
classroom environment. In this perspective throws up a look at the perception of how
this happens relationship between teacher and technology, check how your domain
with new technological tools in their teaching. From the concern over the practice of
educating with the technological resources in the classroom, presents a discursive
reflection on the improvement of pedagogical dynamics and consequently the quality
of classes and worked to encourage use of studies tied to a teaching-learning
process guided by real rapport between teacher and student.
Keywords: Hardware - Digital Media - Technology Resources - Teachers - Study
design - Pedagogical practice
1 INTRODUÇÃO
A mudança faz parte do processo evolutivo do ser humano. As roupas, costumes,
linguagens, tecnologia entre outros são constantemente passados por mudanças.
Pode-se comprovar isso, se forem comparados como eram e como
estão. Poderíamos descrever inúmeras comparações, mas vamos exemplificar
apenas três: linguagem, tecnologia e educação. A linguagem pode ser observada
que variou muito, se fizermos uma comparação de como se falava na época do
império e como falamos hoje, podemos notar a diferença. Antes um computador ou
celular não eram tão eficientes quanto são hoje. Isso sem falar no desing e tamanho
que se tornaram.
Os paradigmas educacionais também mudaram. Antes tínhamos a figura do
professor como centro da atenção e do conhecimento, enquanto o aluno era apenas
uma “caixinha” onde eram depositados os conhecimentos. Hoje, há um processo
interativo, o aprendizado é construído coletivamente, o aluno faz parte desse
processo, não é mais um mero expectador do ensino, mas participante. O papel do
professor é de mediar o conhecimento, ser parceiro e instigar os alunos para que
possam buscar a aprendizagem.
Nos últimos anos, a presença das mídias tecnológicas têm marcado firme presença
nos diferentes setores de nossa sociedade, a utilização desses recursos tem dado
ao homem maior oportunidade de interação com o meio em que vive de forma
global, integrando contatos e relações além-fronteiras geográficas, econômicas,
sociais e culturais, o homem passa a perceber as coisas a seu redor num outro
olhar, adquiri novas formas de pensar e ver o mundo, os acontecimentos se
renovam a cada minuto e de maneira muito rápida. Toda essa mudança no perfil do
cenário mundial está intrinsecamente ligada ao uso e aplicação da tecnologia no
fazer diário das pessoas; nessa perspectiva o setor educacional não poderia ficar
alheio a todo esse acontecimento, tendo em vista que os pares que atuam nesse
cenário se fazem de pessoas e as quais estão inseridas neste contexto.
Levy (1995) afirma que a informática é um campo de novas tecnologias intelectuais,
aberto, conflituoso e, parcialmente, indeterminado. Nesse contexto, a questão do
uso desses recursos, particularmente na educação, ocupa posição central e, por
isso, é importante refletir sobre as mudanças educacionais provocadas por essas
tecnologias, propondo novas práticas docentes e buscando proporcionar
experiências de aprendizagem significativas para os alunos.
Mediante o avanço da tecnologia, nas últimas décadas discuti-se cada vez mais a
utilização de recursos da informática na educação. Muitas escolas do Brasil já
possuem um laboratório de informática com acesso à Internet, softwares
educacionais e programas básicos, como editores de texto, programas de edição de
imagens e apresentações, planilhas de cálculo, etc.
Então surgem os questionamentos: basta ter os recursos? Como utilizá-los de
maneira a garantir o desenvolvimento do aluno? Você professor sabe como preparar
uma aula no Laboratório de Informática ou somente faz pesquisas no tradicional Ctrl
C e Ctrl V?
Porém essa questão não é assim tão simples quanto parece. Para que esse recurso
seja utilizado sabiamente e com aproveitamento gerando conhecimento para os
alunos um componente importante e indispensável é que os professores sejam
capacitados, recebam formação profissional constante.
Assim, nessa nova perspectiva educacional, os professores precisam se atualizarem
e estar dispostos a vivenciar essa mudança, utilizando todos os recursos possíveis
para valorizar o ensino e torná-lo mais atraente e atual para os alunos, mas
infelizmente, não é isso que tem ocorrido nas unidades de ensino, pois vemos
laboratórios fechados, alunos que nunca o utilizaram e professores que não estão
dispostos a planejar para fazer uso desse espaço. Alguns querem levar os alunos e
apenas deixá-los no laboratório, como se fosse uma lan house. O que pode ser feito
para que revertemos esse quadro?
Dado a relevância dos aspectos por hora aqui levantados e objetivando conhecer
como é o contato dos educadores com a tecnologia na escola; lançamos mão de um
questionário como instrumento de pesquisa para a coleta dos dados e posterior
observação e análise dos mesmos, subsidiados pelas informações levantadas
através do referencial teórico sistematizado após pesquisa bibliográfica
implementada, segue então a descrição dos resultados alcançados com a referida
pesquisa.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 REFERENCIAL TEÓRICO
Já sabemos que há valiosos estudos que mostram o uso das novas tecnologias nas
salas de aulas. Sabemos ainda que nossos alunos são conhecedores de várias
dessas ferramentas, mas que as utilizam apenas para o entretenimento. Não que
isso, seja tão ruim, mas é preciso levá-los a conhecer e a utilizar essas ferramentas
para o ensino e para que tenham a visão de que isso irá ajudá-los profissionalmente
no futuro e proporcionando uma aprendizagem satisfatória no presente.
O computador não pode ser uma máquina para ser usada apenas como vídeo
game ou para conversar com amigos. Valente (1999), afirma que o uso do
computador na educação objetiva a integração do educador no processo de
aprendizagem dos conceitos curriculares em todas as modalidades e níveis de
ensino, podendo desempenhar papel de facilitador entre o aluno e a construção do
seu conhecimento. O autor defende a necessidade de o professor da disciplina
curricular atentar para os potenciais do computador e ser capaz de alternar
adequadamente atividades não informatizadas de ensino-aprendizagem e outras
passíveis de realização via computador. Ele enfatiza, também, a necessidade de os
docentes estarem preparados para realizar atividades computadorizadas com seus
alunos, tendo em vista a necessidade de: determinar as estratégias de ensino que
utilizarão, conhecer as restrições que o software apresenta e ter bem claros os
objetivos a serem alcançados com as tarefas a serem executadas.
Concordamos com Lennaco (2009) que afirma que as novas tecnologias têm
encontrado alguma dificuldade em assumir um lugar de relevo na escola,
principalmente no que se refere ao papel do professor nessa tarefa. Nesse sentido,
Ponte (1990) argumenta que o interesse dos professores em utilizar o computador
de modo sensível, aprender coisas novas, assumir novos papéis na sala de aula e
estabelecer novas relações com os alunos, cria um ambiente geral estimulante para
uma reflexão geral sobre o ensino e, eventualmente, possíveis mudanças de
concepções. A reflexão é, assim, encarada como um importante fator de mudança a
ser vista como prática social a desenvolver-se num contexto colaborativo.
Para Moran (2001), “ensinar e aprender são desafios que se apresentam a nós em
todas as épocas e principalmente agora em que estamos vivendo em plena era da
informação onde a mídia e a internet ocupam um espaço significativo na sociedade.”
Essa mudança não está condicionada ao uso do computador. Há várias outras
ferramentas tecnológicas que podem ser utilizadas no ensino. Moran (1995),
apresenta o vídeo como um veículo de aprendizado.
O vídeo explora também e, basicamente, o ver, o visualizar, o ter diante de nós as situações, as pessoas, os cenários, as cores, as relações espaciais (próximo-distante, alto-baixo, direita-esquerda, grande-pequeno, equilíbrio-desequilíbrio). Desenvolve um ver entrecortado - com múltiplos recortes da realidade - através dos planos - e muitos ritmos visuais: imagens estáticas e dinâmicas, câmera fixa ou em movimento, uma ou várias câmeras, personagens quietos ou movendo-se, imagens ao vivo, gravadas ou criadas no computador. Um ver que está situado no presente, mas que o interliga não linearmente com o passado e com o futuro. O ver está, na maior parte das vezes, apoiando o falar, o narrar, o contar histórias. A fala aproxima o vídeo do cotidiano, de como as pessoas se comunicam habitualmente. Os
diálogos expressam a fala coloquial, enquanto o narrador (normalmente em off) "costura" as cenas, as outras falas, dentro da norma culta, orientando a significação do conjunto. A narração falada ancora todo o processo de significação.
Mas é claro, que não é a simples exibição de um vídeo que irá favorecer o ensino. O
professor precisa pensar no que e no como será trabalhado e não simplesmente
tornar a escola um cinema. Moran propõe um roteiro simples e bem flexível com
algums formas de trabalhar com vídeo em sala de aula levando em consideração a
realidade do professor e dos seus alunos. Vejamos primeiro alguns exemplos de uso
inadequados segundo este autor:
USOS INADEQUADOS EM AULA
Vídeo-tapa buraco: colocar vídeo quando há um problema inesperado, como ausência do professor. Usar este expediente eventualmente pode ser útil, mas se for feito com freqüência, desvaloriza o uso do vídeo e o associa -na cabeça do aluno- a não ter aula.
Vídeo-enrolação: exibir um vídeo sem muita ligação com a matéria. O aluno percebe que o vídeo é usado como forma de camuflar a aula. Pode concordar na hora, mas discorda do seu mau uso.
Vídeo-deslumbramento: O professor que acaba de descobrir o uso do vídeo costuma empolgar-se e passa vídeo em todas as aulas, esquecendo outras dinâmicas mais pertinentes. O uso exagerado do vídeo diminui a sua eficácia e empobrece as aulas.
Vídeo-perfeição: Existem professores que questionam todos os vídeos possíveis porque possuem defeitos de informação ou estéticos. Os vídeos que apresentam conceitos problemáticos podem ser usados para descobri-los,junto com os alunos, e questioná-los.
Só vídeo: não é satisfatório didaticamente exibir o vídeo sem discuti-lo, sem integrá-lo com o assunto de aula, sem voltar e mostrar alguns momentos mais importantes.
Além de demonstrar o uso inadequado, Moran também norteia algumas formas de
utilização dos vídeos de forma proveitosa, em que os professores alcancem seus
objetivos e os alunos irão aprender de forma prazerosa:
Vídeo como SENSIBILIZAÇÃO:É, do meu ponto de vista, ouso mais importante na escola. Um bom vídeo é interessantíssimo para introduzir um novo assunto, para despertar a curiosidade, a motivação para novos temas. Isso facilitará o desejo de pesquisa nos alunos para aprofundar o assunto do vídeo e da matéria.
Vídeo como ILUSTRAÇÃO: O vídeo muitas vezes ajuda a mostrar o que se fala em aula, a compor cenários desconhecidos dos alunos. Por exemplo, um vídeo que exemplifica como eram os romanos na época de Julio César ou Nero, mesmo que não seja totalmente fiel, ajuda a situar os alunos no tempo histórico. Um vídeo traz para a sala de aula realidades distantes dos alunos, como por exemplo a Amazônia ou a África. A vida se aproxima da escola através do vídeo.
Vídeo como SIMULAÇÃO: É uma ilustração mais sofisticada. O vídeo pode simular experiências de química que seriam perigosas em laboratório ou que exigiriam muito tempo e recursos. Um vídeo pode mostrar o crescimento acelerado de uma planta, de uma árvore -da semente até a maturidade- em poucos segundos
Vídeo como CONTEÚDO DE ENSINO: Vídeo que mostra determinado assunto, de forma direta ou indireta. De forma direta, quando informa sobre um tema específico orientando a sua interpretação. De forma indireta, quando mostra um tema, permitindo abordagens múltiplas, interdisciplinares.
Vídeo como PRODUÇÃO:
- Como documentação, registro de eventos, de aulas, de estudos do meio, de experiências, de entrevistas, depoimentos. Isto facilita o trabalho do professor, dos alunos e dos futuros alunos. O professor deve poder documentar o que é mais importante para o seu trabalho, ter o seu próprio material de vídeo assim como tem os seus livros e apostilas para preparar as suas aulas. O professor estará atento para gravar o material audiovisual mais utilizado, para não depender sempre do empréstimo ou aluguel dos mesmos programas.
- Como intervenção: interferir, modificar um determinado programa, um material audiovisual, acrescentanto uma nova trilha sonora ou editando o material de forma compacta ou introduzindo novas cenas com novos significados. O professor precisa perder o medo, o respeito ao vídeo assim como ele interfere num texto escrito, modificando-o, acrescentando novos dados, novas interpretações, contextos mais próximos do aluno.
- Vídeo como expressão, como nova forma de comunicação, adaptada à sensibilidade principalmente das crianças e dos jovens. As crianças adoram fazer vídeo e a escola precisa incentivar o máximo possível a produção de pesquisas em vídeo pelos alunos. A produção em vídeo tem uma dimensão moderna, lúdica. Moderna, como um meio contemporâneo, novo e que integra linguagens. Lúdica, pela miniaturização da câmera, que permite brincar com a realidade, levá-la junto para qualquer lugar. Filmar é uma das experiências mais envolventes tanto para as crianças como para os adultos. Os alunos podem ser incentivados a produzir dentro de uma determinada matéria, ou dentro de um trabalho interdisciplinar. E também produzir programas informativos, feitos por eles mesmos e colocá-los em lugares visíveis dentro da escola e em horários onde muitas crianças possam assisti-los.
Vídeo como AVALIAÇÃO: Dos alunos, do professor, do processo.
Vídeo ESPELHO: Vejo-me na tela para poder compreender-me, para descobrir meu corpo, meus gestos, meus cacoetes. Vídeo-espelho para análise do grupo e dos papéis de cada um, para acompanhar o
comportamento de cada um, do ponto de vista participativo, para incentivar os mais retraídos e pedir aos que falam muito para darem mais espaço aos colegas.
O vídeo-espelho é de grande utilidade para o professor se ver, examinar sua comunicação com os alunos, suas qualidades e defeitos.
Vídeo como INTEGRAÇÃO/SUPORTE
De outras mídias.
- Vídeo como suporte da televisão e do cinema. Gravar em vídeo programas.importantes da televisão para utilização em aula. Alugar ou comprar filmes de longa metragem, documentários para ampliar o conhecimento de cinema, iniciar os alunos na linguagem audiovisual.- Vídeo interagindo com outras mídias como o computador, o CD-ROM, com os videogames, com a Internet.
Na verdade, a introdução da informática na educação segundo a proposta de
mudança pedagógica, exige uma formação bastante ampla e profunda do professor.
Não se trata de criar condições para o professor dominar o computador ou o
software, mas sim auxiliá-lo a desenvolver conhecimento sobre o próprio conteúdo e
sobre como o computador pode ser integrado no desenvolvimento desse conteúdo.
Mais uma vez, a questão da formação do professor mostra-se de fundamental
importância no processo de introdução da informática na educação, exigindo
soluções inovadoras e novas abordagens que fundamentem os cursos de formação.
Mas se essas novas tecnologias criam certas dificuldades, facilitam outras. Por
exemplo, através da ligação desses computadores na rede Internet o professor na
escola pode estar em permanente contato com os centros de formação. Através
desse contato os professores e os pesquisadores dos centros de informática na
educação podem interagir e trocar idéias, responder dúvidas, participar de debates
via rede, receber e enviar reflexões sobre o andamento do trabalho. Esse contato
poderá contribuir tanto para a formação do professor quanto para auxiliá-lo na
resolução das dificuldades que encontra na implantação da informática nas
atividades de sala de aula. Mesmo os cursos de formação poderão explorar as
facilidades da rede para minimizar os efeitos da retirada do professor do seu
contexto de trabalho desenvolvendo cursos que combinem parte presencial e parte
via rede.
2.2 METODOLOGIA
O processo educacional alavancou com o uso da informática e da internet como
recurso de interação e mediação pedagógica. No propósito de verificar junto à
comunidade escolar como se dá o contato dos professores com a tecnologia na
escola, foram selecionados aleatoriamente profissionais de algumas escolas. O
delineamento da proposta deste texto traz como instrumento de pesquisa um
questionário com 12 perguntas, elaborado com o objetivo de levantar dados
pertinentes ao contexto abordado, o questionário foi estruturado por perguntas de
múltipla escolha, bem como também de questões que instiga o pesquisado a
descrever sobre como é seu contato com a informática na escola e como se dá a
dinâmica de seu manuseio com os recursos e mídias digitais disponíveis no seu
ambiente de trabalho. Outro aspecto abordado no instrumento de pesquisa é com
relação à formação profissional dos educandos no tocante a tecnologia educacional.
A pesquisa foi baseada em entrevistas feitas de forma digital, por email, em que 50
professores receberam essas perguntas e apenas 20 professores de diversas Redes
de Ensino responderam. Esses tiveram privacidade para respondê-lo, além de terem
sidos selecionados aleatoriamente.
2.3 SUGESTÕES DE ATIVIDADES
Com vista a subsidiar didaticamente, enriquecer o conhecimento e dinamizar o
contato do professor com a tecnologia na escola o presente artigo apresenta
sugestões de atividades de como utilizar a informática e suas mídias como recurso
pedagógico.
A renovação e modernização do ensino é uma questão na ordem do dia, tanto
nacional como internacionalmente. Assim, o uso da tecnologia no ensino questiona a
capacidade do professor para conseguir definir, não só como e quando usar a
tecnologia, mas também, o porquê e para quê. O seu uso educativo ganhará sentido
e consistência à medida que o professor se questionar e questionar os outros, se
informar e comunicar com os outros, se flexibilizar e personalizar as suas atividades
com as tecnologias.(IENNACO, 2009)
Neste ano de 2012, a Prefeitura Municipal de Vila Velha ofertou no currículo da
Educação de Jovens e Adultos a disciplina Tecnologia da Comunicação e
Informação que proporcionou aos alunos a possibilidade de conhecerem as
ferramentas e de também serem certificados. Além disso, houve a criação do cargo
de professor de tecnologias educacionais. Esse novo profissional recebeu
formações mensais afim de orientá-lo quanto a sua prática pedagógica. Seguem
alguns projetos apresentados pelos professores e que foram realizados nas escolas
que podem ajudar aos docentes que não têm tanta prática e que querem tornar o
aprendizado mais dinâmico e atrativo:
PROJETO: Sexualidade e Gravidez na Adolescência
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
PROFESSOR RESPONSÁVEL: DISCIPLINAS ENVOLVIDAS: Ciências e Tecnologias Educacionais
PÚBLICO ALVO: 8° Ano B e C.
TURNO: Matutino
DURAÇÃO: 3 Semanas
CARGA HORÁRIA: 9 aulas
APRESENTAÇÃO OU JUSTIFICATIVA
Sabemos que o tema “Sexo” desperta curiosidade entre os adolescentes.
Acompanhadas de brincadeiras, muitas conversas podem gerar equívocos,
distorcendo a formação dos adolescentes e muitas vezes reforçando “tabus” e
posturas preconceituosas.
Considerando também os índices atuais de gravidez na adolescência e a ameça das
doenças sexualmente transmissíveis consideramos necessário estimular a troca de
ideias e conversas francas entre EDUCADOR e ALUNO, entre PAIS e FILHOS e, se
possivelmente ESCOLA e PAIS.
OBJETIVOS
- Geral
Conscientizar os adolescentes de uma gravidez precoce e das consequências que
ela trará ao seu desenvolvimento físico, mental e psicológico.
- Especifico
- Entender e reconhecer as mudanças do corpo provocadas com a chegada da
puberdade (hormônios);
- Reconhecer o despertar da atração pelo sexo oposto;
- Entender o processo de ocorrência da fecundação;
- Entender as consequências de uma gravidez indesejada (aborto);
- Orientar e prevenir sobre as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST's).
ESTRATÉGIAS OU METODOLOGIAS
As turmas foram dividas em grupos e cada grupo sorteou um tema. De posse desse
tema os alunos foram durante 2 semanas ao Laboratório de Informática para
pesquisar e montar sua apresentação no Impress e mais 1 semana para elaborar e
digitar no Writer a prova que irá aplicar aos colegas.
Cada grupo utilizou uma, ou em alguns casos, duas aulas para explicar o seu tema
para os demais alunos. Ao final de cada tema era aberto debate para discussão dos
temas.
Visão da professora der Ciências: Os alunos se empenharam bastante e não se
contiveram apenas em colocar fotos no trabalho também colocaram vídeos, som e
trouxeram materiais para mostrar a realidade de seu tema aos demais grupos, eu
não conseguiria fazer isso sozinha.
Visão do professor (a) Tecnologias Educacionais: O trabalho foi muito bem feito
os alunos tiveram maturidade ao encarar esse tema e iam ao Laboratório de
Informática até no contra-turno quando se davam conta que o computador poderia te
oferecer mais do que redes sociais e ficaram fascinados e queriam saber muito
mais.
Outro projeto muito interessante e que seria relevante para o momento seria o
trabalho de Bullying.
PROJETO: Respeitando as diferenças
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
PROFESSOR RESPONSÁVEL: DISCIPLINA(S) ENVOLVIDA(S): Tecnologias Educacionais, Português, Matemática,
Artes.
PÚBLICO ALVO: 4° ao 9° Ano
TURNO: Matutino/ Vespertino
DURAÇÃO: 2 meses
APRESENTAÇÃO OU JUSTIFICATIVA
O clima do ambiente escolar auxilia o desenvolvimento das atividades, em
contrapartida, uma escola em que o respeito à diversidade está ameaçado, há
casos de violência desde física até verbal entre os alunos cabe uma medida que
envolva a comunidade escolar num debate mais amplo das consequências destas
atitudes na vida dos alunos.
E na busca de alternativas que preservem a diversidade, a solidariedade e o
respeito às idiossincrasias dos alunos, este trabalho se torna relevante ao nosso dia
a dia quanto escola.
OBJETIVOS
- Conhecer o conceito “bullying” e suas consequências no dia a dia escolar;
- Fazer levantamento do perfil da escola em relação ao “bullying”;
- Criar mecanismos na escola para combate ao “bullying”;
- Debater sobre a diversidade e o direito de expressão.
ESTRATÉGIAS OU METODOLOGIAS
- Apresentação em Power Point sobre Bullying;
- Pesquisa sobre Bullying;
- Filme: Lalá: a menina dos cabelos cor de cenoura;
- Vídeos com depoimentos de pessoas que sofreram bullying;
- Entrevista na sala de aula;
- Tabulação dos gráficos da entrevista.
- Ilustrações sobre o aprendizado adquirido;
- Montagem de um mural.
RECURSOS DIDÁTICOS
- Internet
Visão da Comunidade Escolar: Os alunos se envolveram no projeto, e passaram a
se policiar quando iam “zoar” algum colega, e criamos um lema: Antes de “zoar” vou
estar no seu lugar. O bullying diminuiu muito na escola e as brincadeiras entre
amigos continuou.
Visão da professora de Matemática: Adorei trazer os alunos, pois com o auxilio do
Laboratório de Informática pude mostrar aos alunos como os gráficos que eles vêem
nos livros são criados, sozinha eu não saberia como demonstrá-los.
Visão da professora de Português: Além de trabalhar um tema tão polêmico no
ambiente escolar poderei pedir textos com estas temáticas.
Visão da professora de Arte: Poderei explorar muitas formas de desenhos como
concreto e abstrato e fazer releitura dos vídeos.
Visão do professor (a) Tecnologias Educacionais: Alguns alunos considerados
“problemas” participaram dando depoimentos, um deles deixou nítido que ataca os
outros como defesa. Toda escola se envolveu e não deixou o projeto cair em desuso
após a finalização da teória a prática continua ai, dia após dia.
2.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados dessa pesquisa foram baseados em entrevistas feitas com
professores de diversas redes de ensino, pública e/ou privada, aleatoriamente, via
e-mail, sem distinção de idade e sexo. Levando em consideração a situação
problema proposta: COMO É O CONTATO COM A TECNOLOGIA DOS
PROFESSORES NA ESCOLA.
Gráfico 1 Gráfico 2
Mesmo a pesquisa tendo sido feita aleatoriamente, percebe-se que grande parte
dos profissionais que responderam o questionário são professores do Município de
Vila Velha, isto porque as pessoas envolvidas no processo, mesmo atuando
também em outro Município, trabalham nesta Rede de Ensino.
Gráfico 3
Vitória Vila Velha Serra Alegre0
2
4
6
8
10
12
Como é o contato com a tecnologia dos professores na escola
Em qual Município a escola se encontra?Pr
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cnol
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form
átic
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a
0
5
10
15
Como é o contato com a tecnologia dos professores na escolaO Laboratório de Informática possui:
Municipal Estadual Privada0
2
4
6
8
10
12
14
16
Como é o contato com a tecnologia dos professores na escola
A escola que você trabalha é:
Quando o Laboratório possui somente o Auxiliar de Informática ele tem o apoio
Técnico, esse profissional esta ali para auxiliá-lo com problemas na máquina. Se o
Laboratório de Informática tem apenas o Professor de Tecnologias Educacionais,
este ajudará ao professor regente com o pedagógico e funcionalidades dos
softwares. Porém quando as escolas possuem o Professor de Tecnologias
Educacionais e o Auxiliar (maioria dos casos), estão unindo o apoio pedagógico aos
quesitos técnicos num só local, facilitando e estimulando os demais professores que
não dominam as novas tecnologias a frequentarem o Laboratório de Informática,
pois eles terão a sua disposição todas as ferramentas necessárias para o desenrolar
de sua aula.
Gráfico 4
Sim, com Internet Sim, mas sem Internet Não02468
1012141618
Como é o contato com a tecnologia dos professores na escola
A escola possui Lboratório de Informática?
Uma boa informação que esta pesquisa nos traz é que apenas 10% dos professores
entrevistados trabalham em escola que não possuem Laboratório de Informática, um
resultado que poderia ser nulo, visto que estes em questão trabalham em escolas
públicas e seus gestores poderiam solicitar ao MEC a informatização da mesma.
Gráfico 5
Apenas uma vez Duas ou três vezes Mais de quatro vezes Não utilizei 0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Como é o contato com a tecnologia dos professores na escola
Quantas vezes neste ano você utilizou o Laboratório de Informática nas suas aulas?
Mesmo estando na Era da Tecnologia, muitos professores não utilizaram o
Laboratório de Informática, deixando assim de tornar suas aulas mais prazerosas e
continuaram no tradicional “cuspi e giz”.
Gráfico 6
Mesmo tendo um leque gigantesco de ferramentas para utilizar no computador, a
preferência entre os professores entrevistados é a Internet, talvez por essa não
exigir grande conhecimento de Informática para se usada.
Como é o contato com a tecnologia dos professores na escolaQual a ferramenta você utilizou na sua aula?
InternetCalc/excelWriter/WordPower Point/ ImpressPushishVídeosMovie MakerMúsicas
E-mailBlogJogos educativos Hagáquê
ScribusLousa diigitalNão Utilizou nada
Gráfico 7
Sim Parcialmente Não0
2
4
6
8
10
12
Como é o contato com a tecnologia dos professores na escola
Você obteve o resultado esperado na sua aula?
Apenas 20% dos entrevistados não conseguiram o resultado esperado, o que
demonstra que uma aula bem preparada é sucesso garantido, ou quase, dentro do
Laboratório de Informática.
Gráfico 8
Como é o contato com a tecnologia dos professores na escola
Quais os aparelhos tecnológicos a sua escola possui?TVDVDNotebookMáquina FotográficaFilmadoraEpiscópioRetroprojetorData ShowLousa digitalAparelho de somMicrofone
De uma forma geral as escolas estão se adaptando, na medida do possível, as
novas tecnologias e a grande maioria das escolas possuem equipamentos como
Notebook e Data show, por exemplo, que nos dias hoje são ferramentas básicas
dentro do ambiente escolar.
Gráfico 9
Sim Apenas alguns Não0
2
4
6
8
10
12
14
Como é o contato com a tecnologia dos professores na escola
Você domina todos os aparelhos tecnológicos que citou?
Os professores, mesmo que alguns não dominem todos os aparelhos tecnológicos,
de uma forma geral estão buscando aprender a lhe dar com as novas tecnologias,
ou pelo menos com as necessárias para acompanhar os nossos alunos nos dias de
hoje.
Gráfico 10
Sempre Às vezes Nunca02468
1012141618
Como é o contato com a tecnologia dos professores na escola
Você utiliza o computador para planejar suas aulas?
Este é um dado muito importante, pois todos os professores utilizam o computador
para preparar suas aulas, mesmo que não sejam sempre, apenas 10% dos
entrevistados utilizam “às vezes”. O que demonstra o sucesso da tecnologia.
Gráfico 11
sim Não02468
1012141618
Como é o contato com a tecnologia dos professores na escola
Você teria o interesse em receber uma capacitação em Tecnologias Educativas?
Se associarmos esse gráfico com alguns gráficos já analisados poderíamos concluir
que o professor muitas vezes é detentor do conhecimento da máquina, porém não
sabe ou tem receio em utilizá-la com os alunos. Muitos profissionais gostam de
saber e ter o comando total de sua aula e talvez por isso preferem não utilizar as
novas tecnologias. Quando utilizamos uma nova tecnologia as coisas na maioria das
vezes não ficam totalmente sob nosso controle, mas isso não significa que deu
errado e sim que pessoas pensam diferentes e que apenas mudamos o caminho
mas chegaremos no mesmo local. Se esses profissionais da Educação fossem
capacitados, perderiam esse receio e teriam prazer em elaborar suas aulas com
tecnologia.
Gráfico 12
5 pontos 6 pontos 7 pontos 8 pontos 9 pontos 10 pontos0
1
2
3
4
5
6
Como é o contato com a tecnologia dos professores na escola
De 0 a 10 como você avalia sua habilidade com as Tecnologias Educacionais.
Os profissionais que utilizaram, ou não, as novas tecnologias consideram que
possuem habilidade com as Tecnologias Educacionais. Estes profissionais tem um
grande potencial e precisam apenas ser polido com cursos de capacitação para
poderem brilhar no palco da sala de aula e transformar de uma forma melhor ainda a
vida de nossos alunos.
3 CONCLUSÃO
Como pode ser observado, há muito o que se planejar e alcançar, dos 50
professores que receberam as perguntas, menos da metade encaram o desafio e se
prontificaram a participar de um questionário sobre Educação. Muitos profissionais
ainda precisam fazer parte desse novo processo. As Secretarias de Educação
precisam proporcionar formações continuadas para que os professores se
atualizem, pensar em projetos para que as escolas sejam mais atrativas. Mas nada
do que for proposto terá êxito, se os professores ficarem com receio de utilizar as
máquinas, acreditando que irão danificar ou que não usam porque estão atarefado,
pois precisam “dar conta” dos conteúdos programáticos. É preciso que haja uma
parceria entre governo e professores, pois só assim teremos a tecnologia ao nosso
favor.
Os dados nos levam às seguintes conclusões: o professor sabe da necessidade de
utilizar os recursos tecnológicos, tem acesso as mais variadas ferramentas, mas
ainda está preso aos antigos métodos e muitos que se deram uma nota boa, ou
excelente, em relação a seu dominio quanto às tecnologias, quase não utilizam o
Laboratório de Informática. É necessário formação sim, mas enquanto não há, o
professor ignorará esse fato, continuará agindo da forma que tanto repudiamos de
nossos alunos e ficará apenas se queixando ou buscará se qualificar?
4 REFERÊNCIAS
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