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Argumento Final

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Page 1: Argumento Final

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Argumento real izado no clube “Mundo do Espectáculo”Escola E.B. 2/3 Carlos Paredes

Ano lect ivo 2009/2010

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ACTO I

Cena I

Em palco estão D. Pedro e D. Constança, passeando pelos jardins do palácio

Sentam-se num banco ornamentado e começam a conversar. Ouve-se música ambiente de

exterior (pássaros, água, vento…)

D. Constança: Temos de começar a pensar no vosso sucessor, D. Pedro. Vosso pai não

deverá continuar no trono por muito mais tempo, ireis ocupar o seu lugar. Mas sabeis que é

nosso dever gerar um descendente varão que mais tarde vos suceda no governo do reino de

Portugal.

D. Pedro: Ainda é muito cedo para pensarmos nisso, pois ao contrário do que dizeis, El-Rei

meu pai ainda se encontra apto para dirigir o reino.

D. Constança: Deveis começar a pensar em suceder ao vosso pai, D. Pedro. O rei não

ocupará o trono por muito mais tempo, deveis estar preparado para começar a reinar.

Cena II

D. Inês de Castro aparece e dirige-se a D. Constança:

D. Inês: D. Constança, necessitais de alguma coisa?

Neste momento, D. Pedro e D. Inês trocam um olhar bastante cúmplice e D. Constança

apercebe-se do que está a acontecer.

D. Constança faz um ar muito indignado, esbracejando no ar.

D. Constança: Mas, em nome de Deus, o que aconteceu aqui?!

D. Constança vira-se para D. Pedro:

D. Constança: Quero esta aia fora daqui imediatamente!

D. Inês: Com certeza.

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Cena III

D. Inês sai de cena.

D. Pedro: D. Constança, que atitude tão rude, pois não se passou nada!

D. Constança fica «amuada»

D. Pedro: Minha senhora, não fiqueis assim. Afinal é só uma aia! Foi com vossa senhoria que

eu casei.

D. Constança: Porque os nossos pais prepararam o casamento.

D. Pedro: Não sejais assim.

D. Constança: Maldita a hora em que ela veio no meu séquito para o nosso casamento. Ainda

me lembro desse dia.

D. Constança recorda o momento em que chegou com o séquito e o tempo volta para trás…

ACTO II

D. Constança e D. Inês saem da liteira, socorrendo-se da ajuda de um pajem.

Pajem: Muito bom-dia, D. Constança! Sua Senhoria, o infante D. Pedro, pediu para vos ver.

Acompanhai-me, vou levar-vos até ao Príncipe. Vinde, por favor.

D. Constança faz um sorriso encantador. O pajem repara então em D. Inês e fica a olhá-la,

espantado com a sua beleza.

Pajem: Minha Senhoria, podeis acompanhar-me, por favor.

D. Constança e D. Inês acompanham o pajem até à sala do trono.

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ACTO III

D. Constança e D. Inês entram na sala onde se encontra D. Pedro que as recebe com

alegria.

D. Pedro: Encantado por conhecê-la, D. Constança. Estou muito feliz por tê-la no meu reino.

D. Constança responde-lhe, olhando para o chão:

D. Constança: Eu também estou muito feliz por estar aqui. Ansiava por este momento há

semanas…

D. Pedro: Quem é esta rapariga tão jovem que trazeis consigo?

D. Constança: É D. Inês, a minha aia. Veio acompanhar-me no meu casamento, será minha

dama de companhia.

D. Pedro: Muito bem. Alegra-me saber que D. Constança tem pessoas que aprecia na sua

companhia.

O tempo volta novamente para a frente e a cena acaba.

ACTO IV

D. Pedro e D. Constança despedem-se. É noite e cada um dirige-se para os seus aposentos

D. Pedro: Até ao próximo nascer do sol, minha Constança.

D. Constança: Até amanhã, D. Pedro.

ACTO V

A caminho dos seus aposentos, D. Pedro choca com D. Inês

D. Pedro: Boa noite, bela dama.

D. Inês: Boa noite, meu senhor. D. Constança onde está?

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D. Pedro: Nos seus aposentos. Descansai que ninguém nos vê.

D. Inês: Temos de ser discretos. Acho que já correm rumores sobre nós.

D. Pedro: Eu quero assumir a relação. O problema é o senhor meu pai. E D. Constança que já

só pensa em ter filhos.

D. Inês: Tenho medo do que possa vir a suceder. Será muita gente contra nós. Vosso pai, o

próprio povo…

D. Pedro: Mas eu amo-vos e não quero estar sem vós

D. Inês: Eu também vos amo, meu senhor, mas temos tanta coisa contra nós. Tenho medo que

o vosso pai me possa mandar para longe para que não nos vejamos.

D. Pedro: Não irei permitir que tal aconteça. O nosso amor é mais importante que tudo o

resto…

D. Inês: E D. Constança anda a agir de forma estranha, ora me insulta, como ouvistes há

pouco, ora afirma a sua amizade. Até me disse que gostava que eu fosse madrinha do filho

que espera ter convosco. Agora acho melhor recolher-me aos meus aposentos.

D. Pedro: Boa noite, bela dama.

D. Inês: Boa noite, meu senhor.

ACTO VI

D. Constança: Meu senhor, tenho uma óptima notícia, estou grávida.

D. Pedro: Eu não estava à espera que tal sucedesse neste momento, mas espero ter um varão,

um príncipe herdeiro.

D. Constança: Ficaria muito feliz se realizasse esse vosso desejo. Teremos de esperar para

descobrir.

D. Pedro: Agora tereis de vos cuidar para que tudo corra bem.

D. Constança: Tenho a certeza que o vosso pai vai ficar muito contente com a notícia.

D. Pedro: Sim, ele deseja um herdeiro meu para o trono.

D. Constança Vou descansar um pouco.

D. Pedro: Até logo, minha senhora.

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ACTO VII

D. Inês: Estou muito feliz por podermos estar juntos outra vez. O vosso pai foi muito cruel

em afastar-me do país… e do meu amor. Só me entristece que a nossa união tenha acontecido

devido à morte de D. Constança.

D. Pedro: D. Constança dá-me a felicidade de um príncipe sucessor e depois morre!

D. Inês: Sinto muito, meu senhor…

D. Pedro: Sabeis, a única coisa boa no meio desta grande desgraça é que já podemos

finalmente assumir o nosso amor perante Deus e os homens.

D. Inês: E será que o vosso pai vai aceitar o nosso amor de vez?

D. Pedro: É o meu maior desejo… Mas temo por vós. O meu pai pode ser muito obstinado….

Irei falar com o ele sobre o assunto. Por sua vontade, já me tinha arranjado esposa.

D. Inês: É disso que eu tenho medo, meu Senhor…

D. Pedro: Vamos viver para Coimbra, assim estamos longe da corte e pode ser que meu pai e

seus conselheiros não se sintam tão incomodados.

D. Inês: Vamos para aquele lindo paço de Santa Clara.

ACTO VIII

D. Afonso IV desloca-se com o Conselheiro Álvaro Gonçalves até Coimbra na tentativa de

resolver o problema provocado pela convivência de D. Pedro e D. Inês

D. Afonso IV: D. Inês, tive de me deslocar aqui porque a situação não se pode manter. É

perigosa a vossa convivência com D. Pedro!

D. Inês: Senhor, o que desejais de mim? D. Pedro não se encontra aqui, foi caçar.

D. Afonso IV: Eu sei. Assim, posso falar um pouco a sós convosco.

D. Inês: O que se passa, meu rei e senhor?

D. Afonso IV: Temo que terei de a mandar matar. Este ultraje da vossa relação com D. Pedro

não se pode manter. Correm rumores dentro do meu reino que querem matar o príncipe

herdeiro D. Fernando, para colocar no seu lugar um dos vossos filhos.

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D. Inês: Não podeis fazer uma coisa dessas, privar os meus pobres filhos da mãe. Vede, os

vossos netos, tão inocentes… Por favor, El – Rei meu Senhor, peço-vos perdão e

misericórdia.

O Rei perde a coragem de ir avante com o seu propósito e sai, disposto a poupar-lhe a vida,

mas os fidalgos/conselheiros que seguiam com ele insistiram

ACTO IX

Conselheiro Álvaro Gonçalves: Senhor, não podeis voltar atrás. Muitos conhecem a vossa

intenção, a Castro deve morrer. Vede, Senhor, o grande ódio que D. Inês e D. Pedro vão sentir

por todos nós. Os problemas não ficam resolvidos e correremos um perigo de morte.

D. Afonso IV: Tendes razão. Se achais que é o melhor para o Reino, podeis voltar atrás e

matar Inês de Castro.

ACTO X

Voz Off: D. Pedro ficou furioso com o assassinato da sua amada. Declarou guerra ao pai,

combatendo o seu exército durante alguns meses. Quando subiu ao trono, vingou-se dos

carrascos de forma muito cruel, segundo se conta, e organizou a coroação póstuma de Inês de

Castro. Reza a lenda que o fez com o tradicional beija-mão e que as lágrimas derramadas no

rio Mondego pela morte de Inês teriam criado a Fonte dos Amores da Quinta das Lágrimas, e

algumas algas avermelhadas que ali crescem seriam o seu sangue derramado.

FIM