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Argumento realizado pela turma A do 8ºano Supervisão das professoras de: História, Educação Musical e Língua Portuguesa Escola E. B. 2/3 Carlos Paredes Ano Lectivo 2009/2010 1

GuiãO Final

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Page 1: GuiãO Final

Argumento realizado pela turma A do 8ºano

Supervisão das professoras de:

História, Educação Musical e Língua Portuguesa

Escola E. B. 2/3 Carlos Paredes

Ano Lectivo 2009/2010

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PERSONAGENS:

Professora Adelina – Angelina

Aluno 1 – Pedro Sousa

Aluno 2 – Débora

Aluno 3 – Nigel

Aluno 4 – Vazyl

Rainha D. Amélia – Ana Catarina

Manuel Buiça – Jorge

D. Manuel II – Daniel

Operários – Ioan e Fábio

José Relvas – Pedro Negunza

Teófilo Braga – Gabriel

Afonso Costa – João

Namorada do operário – Sara

Amiga da namorada – Jéssica

Maria Veleda – Erica

Adelaide Cadet – Stephanie Lopes Carlota Beatriz Ângelo – Guan Qi

Ana de Castro Osório – Rafaela

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Acto I

Os alunos da turma 8ºA estavam a caminho de uma visita de estudo à praça

do Comércio. Chegaram ao museu e começaram a visita.

Professora – Bem e aqui está uma imagem que representa um grande facto

histórico, o regicídio do rei D. Carlos.

Pedro S. – Fogo! Isto é mesmo uma seca, damos isto na aula e agora temos de

ouvir aqui, vamos mas é circular…

Débora – Mesmo a sério…. Vamos dizer à stôra que vamos ver outras artes…

Nigel – Esperem, esperem eu também vou!

Pedro S. – Stôra nós vamos ver outros quadros pode ser?

Professora – Está bem, mas não se afastem muito.

Vazyl – Vocês querem é baldar-se à exposição! Depois não chorem se tiverem

negativa.

Vazyl goza com eles fingindo que está a chora .A Professora ralha

Professora – O vosso colega tem razão.

Débora – Esteja descansada stora, nós somos responsáveis.

Professora – Vá então, vão lá.

Acto II

Cena I

Débora – Finalmente!… olhem ali aquela porta!

Pedro S. – Opá ainda é a casa de banho, deixa isso.

Débora – Não é nada, vê!

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Nigel – Olha tem uma placa que diz «expressamente proibida a entrada a

estranhos»

Pedro S. – Então vamos espreitar o mistério…

Nigel – Acho melhor não, se diz para não entrar é porque não podemos.

Débora – Sim é melhor….

Pedro S. – Não sejam mariquinhas vamos!

Nigel e Débora – Prontos, está bem!

Acto III

Cena 1

Os alunos entraram na área restrita, e encontraram vários quadros bem mais

interessantes do que o que estavam expostos. De repente ouvem-se disparos e

gritos. A rainha D. Amélia aparece vinda de um dos quadros que se

encontram na sala. Os três gritam

Nigel – D. D. D. Amélia! Mas o que está acontecer!

D. Amélia – Como é possível que não saibam?! É a tragédia deste ano, e de

todos os que virão!

Débora – Eu não estou achar graça nenhuma a isto!

Nigel – Conte, conte…. Ao vivo é muito mais interessante.

Pedro S. – Tu não estás a pensar que é mesmo a rainha pois não?

D. Amélia – Pois claro que sou. Vocês têm a ousadia de duvidar quem sou!

Isto é um ultraje! Já chega o que aconteceu ali…

Aponta para o quadro

Pedro S. – Então diga lá o que aconteceu….

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Pedro ri-se mas vai para trás da Débora

D. Amélia – Vínhamos nós meu marido, D. Carlos, e meus filhos príncipe Luís

Felipe e príncipe D. Manuel, de Vila Viçosa. Desembarcámos no Terreiro do

Paço e meu marido teve a brilhante ideia de ir até ao palácio numa carruagem

aberta. Quando chegámos a meio da praça foi o pânico!

Débora – Então mas pânico porquê?

Pedro S. (com tom de gozo) – Vê-se mesmo que não percebes nada de História.

Débora – Percebes tu queres ver!

Nigel – Xhiuuu! Nenhum dos dois percebe! Agora deixem ouvir se faz favor.

Amuam os dois

D. Amélia – Eu explico: um homem de barbas, levou à cara a carabina e

disparou sobre meu marido! O tiro atravessou-lhe o pescoço, e estavam tantos

mas tantos atiradores a dispararem contra a carruagem, o pobre coitado já morto

e eles continuavam a disparar que nem loucos! E eu usei a única arma que tinha

á mão.

Pedro S. – Não me diga que a senhora andava com armas! AHAHAHAH

D. Amélia – Claro que não! Usei um ramo de flores! E meu querido e adorado

filho Luís, quando tentava tirar o revólver do bolso é atingido no peito, mas

como era valente, ainda conseguiu atingir o atirador, mas quando se levanta é

atingido novamente pelo que tinha morto o pai. Eu gritei, gritei, gritei e não

houve mais tiros graças ao soldado Henrique da Silva que impede o bandido de

atingir alguém novamente, de certo seria eu. Falecidos rei e príncipe herdeiro

cabe ao meu filho mais novo com 18anos subir ao trono e governar. Eu não

compreendo….

Choraminga D. Amélia

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Pedro S. – Mas o que é que não compreende?!

Débora – És mesmo burro, não compreende o porquê do seu marido e seu filho

terem sido mortos.

Pedro S. – Haaaa… ham?!

Nigel – Esquece Pedro, nunca irias perceber.

Cena II

Pedro amua e entra Manuel Buiça

Manuel Buiça – Vós não sabeis porque razão tais factos aconteceram? Então eu

explico.

Débora – Nigel o que se está a passar? Nigel!

Nigel – Eu não sei bem mas é espantoso!...

D. Amélia – Mas quem sois vós, para explicar seja o que for?! Não há

explicação alguma para tal acontecimento tão trágico.

Choraminga D. Amélia

Manuel Buiça – Mas há sim uma explicação!

Nigel – Explique, explique.

Manuel Buiça – Em primeiro lugar quero que saiba desde já que tenho orgulho

em ter morto seu marido e seu filho!

D. Amélia – Você é que matou meu marido e o meu querido filho! Como foi

capaz de tal monstruosidade?!

Nigel – Então você é o famoso Manuel Buiça o assassino do rei D. Carlos?!

Manuel Buiça – Lógico que sou o Manuel Buiça, queriam que fosse quem? O

Manuel das couves?!

Débora – Mas você matou mesmo o rei?!

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Buiça abana a cabeça como a afirmação à pergunta e cheio de orgulho

Manuel Buiça – Sim fui eu minha cara menina!

Débora – Eu não consigo entender como alguém é capaz de tal coisa, só se não

estiver muito bem mentalmente…

D. Amélia começa a bater-lhe com as flores

D. Amélia – Como foi capaz de me deixar sem meu filho e meu marido! De me

deixar sozinha com o meu filho Manuel.

Pedro S. – Tenha calma rainha!

Manuel Buiça – O descontentamento do povo levou-nos a tomar medidas

extremas! Desde 1890 que não suportávamos D. Carlos. Deixou que os ingleses

tomassem as nossas terras entre Angola e Moçambique obedecendo ao seu

ultimato!! Foi uma humilhação!! Para que saibam, foi então que surgiu o hino

republicano, A Portuguesa. Que rei era este que não defendia os interesses

nacionais, os nossos direitos históricos, a honra dos nossos antepassados, a

memória dos nossos Descobrimentos. Além disso, nada fazia pelo combate à

pobreza e pelo desenvolvimento do país. O Estado estava cada vez mais

endividado e a família real só esbanjava dinheiro e depois ainda nos impôs o

ditador João Franco, de má memória, que acabou com a liberdade. Só a

República nos podia salvar e para isso havia que pôr fim à Monarquia.

Agradeçam à Carbonária, homens de coragem e valor que conspiravam

secretamente contra a monarquia e que deram a vida pela nação.

Débora – Eu compreendo, mas, matar duas pessoas?!

Nigel – Eles não pensavam assim, acreditavam nos seus ideais, queriam

melhorar a sociedade e não olhavam a meios para atingir os fins, se é que me

percebes.

Manuel Buiça – Os problemas que existiam no país eram mais que muitos e

eles só pensavam em esbanjar o dinheiro em futilidades.

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Débora – Mas isso não é justificação para matar….

D. Amélia – Futilidade?! Eu não acho nada fútil a realeza ter de estar no seu

melhor!

Manuel Buiça – Tínhamos de cortar o mal pela raiz, e a melhor solução foi

matar o rei.

D. Amélia – Eu mato-o é a si seu destruidor de lares!

Cena III

Saem a discutir

Pedro S. – Ahahah teve imensa piada não acham?! Vocês não acreditaram

mesmo pois não?

Nigel – Claro que sim, foi excelente! Foi ter uma aula de história ao vivo.

Débora – Eu ainda estou cheia de medo…. Nós entrámos numa sala de acesso

restrito e aparece-nos a rainha D. Amélia, quem aparecerá a seguir? O Papa?

Cena IV

Pedro S. avança a rir-se e bate com as costas no rei D. Manuel (Daniel Vaz)

que saiu do quadro

Pedro S. – Aiii!!! Quem é você? De onde é que saiu?

D. Manuel – Tenha calma… eu El rei D. Manuel II vou dizer de minha justiça o

que aconteceu. Estou muito triste, o meu reinado foi um desastre. Ora eu já

estava triste o suficiente, por ter perdido o meu pai e meu irmão… ainda hoje

penso se não poderia ter sido eu a colocar-me à frente da bala e ter mudado a

história.

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Débora – Não fique assim. Toda a gente tem de morrer um dia, o destino quis

assim e não era o senhor que o ia mudar.

D. Manuel – Nós homens da família nem queríamos voltar para Lisboa, só a

minha mãe, teimosa, queria vir só para assistir ao “ Tristão e Isolda”.

Nigel – Aquela ópera de Wagner que só podia ser apresentada no S. Carlos!

Voz da rainha - Eu estou a ouvir as suas queixas. Em casa falamos.

Pedro S. – Eu tenho pena de si, a minha mãe também costuma dizer isso. Nunca

sobra nada de bom para o meu lado, acabo sempre a ir quentinho para a cama.

D. Manuel – Continuando … Eu, depois de toda aquela tragédia, subi ao trono e

tentei apaziguar as relações com os republicanos. Mas eles queriam sempre

mais! Nunca estavam satisfeitos! Eu não gostei nada daqueles dois anos de

reinado, fui o último rei de Portugal… falhei…. Não consegui que se

entendessem de forma a salvar a Monarquia, e o nosso hino era tão lindo…

Rei canta um bocadinho do hino mas começa a chorar

Débora – Tenha calma, eu compreendo a sua tristeza

Nigel – Pois é! Havia um hino da monarquia…

Nigel canta enquanto Débora consola o rei

Cena V

Pedro S. – Mas o que é que tu estás para aí a “ cantar”?

Nigel – Que insulto! Que ignorante.

Pedro S. – Eu só não me interesso pelo que não interessa, isto é …

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Débora – Isto é nada! Olha o rei foi-se e a culpa é vossa! Ele estava tão

abatido…

Todos olham em volta com esperança de encontrar o rei

Pedro repara num quadro onde estão pessoas a prepararem-se para lutar

Pedro S. – Isto sim é arte. Tanta gente a preparar-se para a luta

Débora – Por amor de Deus! Só gostas de violência!

Pedro S. – São coisas de homem…

Nigel – Vocês estão para ai a discutir e nem sabem do se trata o quadro.

Pedro – Claro que sei, eu é que já não me lembro…

Nigel – Isto trata-se de…

Cena VI

Entram dois operários a gritar viva a república

Fábio – Onde é que eu vim parar….

Ioan – Não sei mas, olha, olha ali … o Joaquim, o Manuel…

Fábio – Os nossos companheiros com os quais estávamos barricados para tentar

a organizar a revolta contra a Monarquia.

Débora – Eu quero é ir-me embora, só aparecem personagens estranhas, além

do mais a Stôra Adelina já deve estar preocupada…

Pedro S. – És uma mariquinhas, eu cá estou a achar tudo isto muito engraçado!

Ahahah!

Nigel – Engraçado?! Que adjectivo tão mal utilizado. Eu diria antes magnífico,

estamos a viver a História!

Fábio – 5 de Outubro de 1910, um dia histórico…

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Ioan – O povo de Lisboa apoiava-nos a nós, republicanos, tal como muitos

oficiais do exército e da marinha.

Fábio – E também tivemos sorte, porque as tropas fiéis á monarquia hesitaram e

defenderam os locais errados.

Ioan – Acabando por se render!

Fábio – Um marco na História do país!

Ioan – Finalmente República em Portugal …

Ioan e Fábio – Viva a República! Viva a liberdade!

Fábio canta a “portuguesa”

Cena VII

Operários voltam ao quadro

Nigel – Ahhhh… a “Portuguesa” composta por Alfred Keil.

Pedro S. – Eu sei outra versão mais minha!

Débora – Cala-te!

Pedro S. – Mas não querem mesmo ouvir?

Nigel e Débora – Não!

Pedro fica triste

Débora – Deixa estar, fica para outro dia!

Entretanto Nigel aproxima-se do próximo quadro

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Cena VIII

Nigel – Parece que estou a conhecer aquela cara….não, afinal não é

José Relvas sai do quadro

José Relvas – Quem não me conhece?

Pedro S. – Eu!

Débora – Peço desculpa senhor mas eu também não

Nigel – Nem eu …

Nigel fica envergonhado e os colegas olham para ele com cara de espanto

José Relvas – Esta juventude! Fui eu que proclamei a República da varanda dos

Paços do Concelho na Praça do Município, no dia 5 de Outubro de 1910.

Pedro S. – Começo a concordar contigo Débora, isto está a ficar esquisito

demais…

Débora – Como vês eu tinha razão, eu tenho sempre razão!

Nigel – Continuam a não perceber que somos privilegiados em estar assistir a

tudo isto!

José Relvas – Prestem atenção! E ainda proclamei a República por todo o país.

O novo regime foi anunciado por telégrafo.

Cena IX

Aparece Teófilo Braga

Teófilo Braga – Eu fui o presidente do governo provisório, o primeiro governo

da República. E no castelo de S. Jorge foi colocada a bandeira da república.

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Pedro S. – E o senhor é mesmo quem?

Nigel – Teófilo Braga, ignorante! Presidente do governo provisório, o primeiro

governo republicano.

José Relvas – E António José de Almeida foi nomeado Ministro do Interior e

Afonso Costa Ministro da Justiça.

Pedro S. – Isto é demasiada informação para mim. A minha cabeça está a

começar a fritar…

Débora – O problema não é esse! O problema é que vocês estão aqui os dois na

maior mas eu acho que isto é uma encenação para nos raptarem!

Cena X

Nigel – Não tenho paciência para pessoas tão incultas! Olha outra

personagem…

Sai do quadro Afonso Costa

Débora – E o senhor é?....

Afonso Costa – Sou Afonso Costa, grande defensor do ideário republicano e

profundamente anticlerical.

Pedro S. – Mas o que é isso?

Afonso Costa – Deram-me a alcunha de "mata-frades", devido às leis que

mandei publicar e de que muito me orgulho, a Igreja Católica mantinha o nosso

povo na ignorância e no medo, por isso criei a Lei da Separação da Igreja do

Estado, expulsei os Jesuítas, criei o registo civil, uma nova lei da família e do

divórcio e muitas outras medidas, o que convenhamos, gerou muita polémica

com os bispos, que obviamente não gostaram destas ideias.

Nigel – Pois, pois, imagino ….

Afonso Costa – Eu previ que daí a duas gerações já não haveria católicos em

Portugal!

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Pedro S. – O quê? Continuam haver muitos católicos.

Débora – Sim a minha avó vai todos os domingos a igreja.

Nigel – Senhor creio que se enganou…

Afonso Costa – Não estou a gostar da conversa. Vou-me embora.

Cena XI

Afonso sai muito aborrecido e a falar sozinho. Saem José Relvas e Teófilo

Braga

Débora – Ainda bem que ele se foi embora. Disse coisas estranhas além de ser

muito estranho…

Cena XII

Saem duas operárias do quadro seguinte a gritar viva as mulheres

Sara – Olha ali está o meu namorado. Ele participou de corpo e alma na

revolução. Queria melhorar a sua vida. Passou fome coitado, a trabalhar 16

horas por dia em troca de um salário miserável. O que lhe valeu foi o sindicato.

Participou na luta contra os abusos dos patrões, a exploração do trabalho das

mulheres e das crianças e a falta de segurança social. Só com a união dos

operários e sucessivas greves conseguiram a diminuição do horário de trabalho

para 8 horas e o descanso semanal ao domingo.

Jéssica – Se não fosse aquela revolução onde estariam os nossos direitos…

Sara – Sim, os progressos foram muitos. Graças à República o ensino passou a

ser obrigatório e gratuito para todas as crianças entre os sete e os dez anos, lá em

casa fui a primeira a saber ler e escrever. Mas os meus filhotes hão-de chegar à

Universidade, até já abriu em Lisboa. Tenho esperança que a nossa vida melhore

e que os direitos das mulheres sejam reconhecidos, estamos unidas.

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Jessica – E isso graças à Liga Republicana das Mulheres de que me orgulho

muito. Lutamos pelo direito à educação e instrução das mulheres e das crianças,

pela independência económica e conquista dos nossos direitos civis e políticos.

Mas a partir de 1914 a nossa vida complicou-se. Durante 4 anos a 1ª Guerra

criou muito sofrimento e descontentamento. Muitas famílias perderam os seus

entes queridos na Flandres, onde lutamos para defender as nossas colónias e

afirmar o novo regime político. Os preços aumentaram e as manifestações,

atentados e greves não pararam. Os governos duravam meses e instalou-se a

confusão. Em 1928 regressou a ditadura mas eu continuei a lutar, tornei-me

comunista (fala baixo).

Cena XIII

Entram Ana de Castro Osório, Adelaide Cabette e Maria Veleda

Ana de Castro – Em 1910 éramos menos de 500 mulheres e conseguimos que o

divórcio fosse permitido e dado ao marido e à mulher o mesmo tratamento, tanto

em relação aos motivos de divórcio como aos direitos sobre os filhos. As leis do

casamento e da filiação basearam o casamento na igualdade e a mulher deixou

de dever obediência ao marido. O crime de adultério passou a ter o mesmo

tratamento quando cometido por mulheres ou homens.

Nigel – Conheço-a é a Ana de Castro Osório.

Maria Veleda – Queríamos criar um Portugal novo, aberto a ideias modernas

onde os homens não dominassem.

Débora – E eu sei exactamente quem você é! É uma prazer estar na sua

presença senhora D. Maria Veleda.

Maria Veleda – Que menina tão bonita. De que escola vem?

Débora – Da escola E.B. 2/3 Carlos Paredes, na Póvoa de Santo Adrião.

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Maria Veleda – Ai que engraçado, tão perto de onde fui professora primária.

Com muito orgulho leccionei em Odivelas e espero que os meus alunos e as

famílias tenham aprendido comigo os ideais republicanos.

Nigel – Então deve ser por isso que há uma praceta com o seu nome em

Odivelas.

Débora – E uma escola perto de Odivelas.

Maria Veleda –Ai fizeram isso! Uma praceta e uma escola com o meu nome!!!

Quer dizer que fui importante para quem aí viveu.

Adelaide Cabette – Segundo os nossos estatutos deveria haver igualdade entre

os direitos do marido e da mulher.

Pedro S. – Peço desculpa mas eu não sei quem você é!

Adelaide Cabette – Adelaide Cabette menino insolente!

Ana de Castro – A esposa não deveria depender economicamente do marido.

Maria Veleda – Igualdade de direitos perante a lei e acesso à educação.

Sara – Muito grande foi a nossa luta…

Jessica – E por vezes bem inglória. Até direito a voto tentámos que

tivéssemos…

Débora – E devo vos dizer que as vossas tentativas concretizaram-se hoje as

mulheres podem fazer tudo isso devido à vossa coragem.

Cena XIV

Aparece Carolina Beatriz Ângelo

Carolina – Eu, Carolina Beatriz Ângelo, bem tentei. Consegui que fosse

discutido em 1911, em Portugal, a possibilidade das mulheres poderem votar.

Fui a primeira mulher a votar nas eleições para a Assembleia Constituinte, como

era viúva, invoquei a minha qualidade de chefe de família e ninguém me pode

impedir.

Débora – Agora eu estou a gostar da conversa. Ainda bem que o fez.

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Carolina – Mas a lei foi posteriormente alterada, reconhecendo apenas o direito

de voto aos homens. Apesar de vermos alguns direitos reconhecidos não fomos

consideradas cidadãs de pleno direito, mas não desistimos da nossa luta. Nunca

desistam dos vossos ideais, quanto aos ideais republicanos parece que

continuam por cumprir. A igualdade de direitos, a justiça social ainda estão

longe de se cumprirem não é? Eu bem vejo lá do alto o que por aqui se passa…

estudem, a educação é a vossa melhor arma. Informem-se e unam-se para lutar

pelo que acreditam estar certo, por uma sociedade mais justa para todos. Nunca

deixem de acreditar em vós.

Débora – Estas senhoras são um exemplo para todos nós! Mostram o quanto é

importante lutar por uma coisa que valha mesmo a pena!

Pedro S. – Eu não percebi bem tudo o que elas disseram mas se tu concordas eu

devo concordar.

Cena XV

Todas elas regressam aos quadros e ficam só os três alunos

Nigel – Como é que podes tu podes dizer que o que estas mulheres dizem está

certo?!

Cena XVI

Débora vai responder-lhe mas aparece a professora Adelina

Professora – Mas ó meninos, o que é que vocês estão aqui a fazer?!

Pedro S. – ham… ham….

Débora bate lhe mas costas

Débora – Então Stôra estávamos a procura da casa de banho…

Vazyl – Todos juntos?! Ahahah

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Pedro S. – Está calado!

Professora – Agora que já acabou a visita o que é que vocês aproveitaram dela?

Vão ter teste sobre esta matéria amanhã.

Nigel – A Stôra nem imagina o quanto…

Cena XVIII

Saem todos

Voz off – Mas a verdade é que quando fizeram o teste de história, estes três

alunos foram os que tiraram melhores notas.

FIM

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