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42 | Edição #29 | ESPAçO FéRIAS Considerado o arquipélago mais charmoso do Brasil e um dos locais mais bonitos do planeta, Fernando de Noronha, em Pernambuco, tem gente bonita, boa gastronomia e diversão o tempo todo, além de praias e fantástica vida marinha por Paulo Greca PEDAÇO DE Hans von Manteuffel A Baía dos Porcos, em Fernando de Noronha, com apenas 100 metros de extensão, é repleta de piscinas naturais PARAÍSO

PARADISE

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Considerado o arquipélago mais charmoso do Brasil e um dos locais mais bonitos do planeta, Fernando de Noronha, em Pernambuco, tem gente bonita, boa gastronomia e diversão o tempo todo, além de praias e fantástica vida marinha

• por Paulo Greca

PEDAÇO DE

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A Baía dos Porcos, em Fernando de Noronha, com apenas 100 metros de extensão, é repleta de piscinas naturais

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Imagine-se sentado confortavel-

mente à beira-mar, em um local

paradisíaco, longe da correria do

dia a dia, da poluição, dos proble-

mas e do estresse. Não conseguiu?

Saiba que isso não é nada difícil,

portanto, faça suas malas e parta

rumo a Fernando de Noronha. O ar-

quipélago mais charmoso do Brasil

é, sem dúvida, um dos locais mais

belos do planeta. Ver fotos e assistir

a documentários sobre o local é

uma coisa, a outra é estar lá, por-

tanto, vale a pena ir.

A ilha, que outrora foi um presí-

dio comum para condenados a longas

penas, atualmente recebe um grande

número de turistas e faz a alegria dos

que se aventuram por aquelas ban-

das. Passeios, mergulhos, aventu-

ras, gente bonita, praias lindíssimas,

ondas perfeitas, boa gastronomia e

muita diversão são apenas algumas

das coisas que você será capaz de

encontrar por lá. O arquipélago per-

tence ao estado de Pernambuco, é

composto por um conglomerado de

21 ilhas e foi descoberto no dia 10 de

agosto de 1503 pelo navegador italia-

no Américo Vespúcio. Sua origem é

vulcânica e a idade geológica beira os

12 milhões de anos.

Como a temperatura média

anual fica em torno dos 28ºC e o sol

é bem forte, leve roupas confortá-

veis, o indispensável protetor solar,

bonés, um tênis para “surrar” e mui-

ta disposição para encarar os pas-

seios. Entre os vários disponíveis,

é recomendável fazer o Ilhatur, no

primeiro dia, para que você possa se

ambientar, conhecer um pouco do

local, os acessos às principais praias

e, depois, visitar de maneira inde-

pendente, ou seja, sem guia, vários

pontos turísticos. Dentre os roteiros

oferecidos, alguns são obrigatórios,

como a trilha da Atalaia, visita ao

Mirante do Sancho e a navegação

pela orla com visualização de gol-

finhos. Estar num lugar desses e

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não mergulhar é conhecer apenas

a metade, portanto, não deixe de

fazer o mergulho profundo com

cilindro de ar. Mesmo para quem

nunca fez curso, é possível explorar

a imensidão azul acompanhado por

um instrutor experiente, numa mo-

dalidade chamada “batismo”. Para

os que querem uma aventura me-

nos radical, há uma excelente op-

ção: o Projeto Navi. A bordo de uma

hidronave com um visual futurís-

tico, os passageiros se acomodam

em torno de uma lente que amplia

em até três vezes a fantástica vida

submarina à medida que a embar-

cação avança. A praia de Atalaia é um aquário natural e cristalino

A Baía do Sancho, de águas mornas e transparentes

Os golfinhos Rotadores podem ser vistos sempre na ilha

PASSEIOS INTENSOSCada uma das saídas para os

passeios toma praticamente um

dia inteiro ou pelo menos metade

dele. As excursões são bastante in-

tensas e você vai precisar tirar um

tempinho para descansar. Indepen-

dente das visitas monitoradas, você

pode sair por conta própria para

explorar a ilha. Todos os lugares,

sem exceção, são simplesmente

espetaculares. As praias estão di-

vididas entre as do Mar de Dentro,

voltadas para o Brasil, e as do Mar

de Fora, para a África.

A praia da Atalaia tem um aquá-

rio natural incrivelmente cristalino.

Na praia do Sueste, é comum en-

contrar tartarugas, polvos, raias,

tubarões e uma infinidade de pei-

xes. Se você surfa, pode alugar uma

prancha com os habitantes locais e

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conferir um dos melhores tubos do

Brasil nas ondas perfeitas da Cacim-

ba do Padre. Do alto do Forte dos Re-

médios é possível avistar a sequên-

cia das praias do Mar de Dentro. Vá

ao Mirante do Boldró ver o pôr do sol

ao som do Bolero de Ravel, tocado

todos os dias no barzinho local. Às

vezes, no fim de tarde rola aulas de

yoga na areia da praia da Conceição.

Confira também as praias do Sancho

Cachorro, Meio, Bode, Boldró, Ense-

ada da Caieira, Leão, Porto e Buraco

da Raquel, entre várias outras. Des-

taque para a Baía dos Porcos, com

apenas 100 metros de extensão, tem

piscina naturais de um azul turque-

sa indescritível.

Passe também no Projeto Ta-

mar e frequente as palestras gratui-

tas diárias oferecidas aos turistas,

nas quais são apresentados os pro-

jetos e desenvolvimentos ambien-

tais realizados com a fauna e flora

locais e onde é possível participar

de maneira interativa. Para isso,

basta demonstrar interesse e agen-

dar com os biólogos e voluntários.

ACESSIBILIDADEPortadores de necessidades es-

peciais agora já podem conhecer

alguns locais da ilha, antes total-

mente inacessível para esse tipo de

turista. Com a finalidade de ampliar

o número de visitantes com dificul-

dades de locomoção, a administra-

ção local deu início a um projeto

denominado Noronha Acessível, no

qual rampas de acesso foram ins-

taladas em alguns pontos estraté-

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Surfe recomendado: Noronha tem um dos melhores tubos do país

Os pássaros Atobás, na praia Cacimba do Padre

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as distâncias a serem percorridas

são curtas, também vale pegar ca-

rona ou utilizar o ônibus munici-

pal que passa durante todo o dia, a

cada 30 minutos, e percorre a ilha

até as 23h30. Fora isso, também há

buggy táxis disponíveis 24 horas,

com preços tabelados de acordo

com o local de destino. Negociar

com os taxistas para conseguir um

desconto é divertido e permitido.

Mesmo quem não tem equipa-

mento sofisticado pode fazer o regis-

tro da viagem em grande estilo. Tirar

fotografias com alto nível profissio-

nal em lugares estratégicos da ilha, a

um preço muito sedutor, foi a grande

sacada do ilhéu Milton Mello, fotó-

grafo local, que teve a ideia de cobrar

uma taxa bem honesta para traba-

lhar por hora e sem limite no núme-

ro de cliques. Dessa forma, além do

visitante ter a quantidade de fotos

digitais que bem entender, ainda

terá um guia particular que poderá

mostrar vários points fora do circui-

to tradicional. Enfim, seja lá qual for

sua tribo, a ilha certamente terá uma

programação na medida certa para

satisfazer suas necessidades.

Em sua próxima viagem, inclua

Fernando de Noronha no roteiro; o

único risco é você não querer mais

voltar de lá.

Paulo greca viajou a convite do

governo de Pernambuco.

O pôr do sol no Mirante do Boldró, que tem trilha sonora do Bolero de Ravel

Azul a perder de vista contemplado do alto do Mirante do Forte

gicos, tais como a praia do Sueste,

o Mirante do Sancho e o Porto. A

novidade ainda está em fase de de-

senvolvimento, porém é necessário

avaliar com antecedência o local

a ser visitado para não se deparar

com dificuldades, já que outros lu-

gares ainda não estão adaptados.

Somente os ônibus estão equipados

com elevadores e espaços reserva-

dos para cadeirantes. Os buggy taxis

não possuem esse tipo de recurso.

Pouca gente sabe, mas a menor ro-

dovia do Brasil fica lá. A BR 363 tem

apenas 7 quilômetros de extensão,

liga um lado ao outro da ilha e tem

saída para quase todas as praias.

Para circular, você pode alugar um

buggy ou uma moto, porém, como

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COMO TRANSiTAR EM NORONHACHEGANDO LÁ

Para ingressar na ilha, é preciso preencher um formulário

com os seus dados e de sua viagem, assim como fazer o paga-

mento da Taxa de Preservação Ambiental (TPA) – individual

e obrigatória – no valor de R$ 48,20 por cada dia de perma-

nência. Você pode optar em pagar no momento da chegada

ao aeroporto local ou antecipadamente pela internet. Seja lá

qual for a maneira escolhida, é importante que já tenha de-

finido quantos dias vai permanecer, o número do voo, local

de hospedagem etc. Mais informações podem ser encontra-

das no site www.noronha.pe.gov.br ou por intermédio de um

agente de viagens. Além da taxa de permanência diária na

ilha, também é necessário pagar uma outra tarifa no valor de

R$ 75,00 - válida para todo o período - para poder ingressar

nos parques marinhos e algumas praias específicas

GASTRONOMIAA gastronomia em Noronha vai

do simples ao sofisticado e do bara-

to ao caro com a velocidade de um

raio, portanto, convém pesquisar o

que cabe no seu bolso para não gas-

tar em demasia e poder desfrutar

das outras delícias da ilha sem se

preocupar muito com as finanças.

Sugiro aqui dois lugares com ex-

celente relação de custo-benefício:

Restaurante Acqua Marine - Gastro-

nomia elaborada, perfeito para um

romântico jantar a dois à beira da pis-

cina. Todos os pratos foram criados

pelo premiado chef Fábio De Sanctis,

assim como a escolha dos vinhos da

seleta carta do restaurante. Confira

o delicioso Ninho de Linguine ao Gam-

beri Salmonado, para duas pessoas.

Restaurante Salviano - Se quer fa-

zer uma boa economia e se acabar

de tanto comer, na saída do porto

há um botequinho simples com co-

midinha caseira deliciosa, onde você

come o PF Trivial de Atum a um preço

bastante convidativo e que serve

tranquilamente duas pessoas.

ONDE SE HOSPEDAR Quando a ilha, originalmente militar, foi aberta para o turismo, nos anos

1980, os visitantes se hospedavam nas casas dos moradores – em sua maioria,

casinhas pré-fabricadas. Em meados da década de 1990, havia duas pousadas

mais estruturadas: a Solar dos Ventos e a Zé Maria.

No fim dos anos 1990, as pousadinhas puderam equipar os quartos com

o trio básico: ar-TV-frigobar, beneficiando-se de um plano de financiamento

concedido pelo governo. No começo dos anos 2000, iniciou-se uma nova fase

na hotelaria da ilha, com a autorização para a instalação de pousadas de luxo.

O sistema de hospedagem mais comum ainda são as pousadas domici-

liares, simples, mas confortáveis. Se você não quer gastar muito, vale enca-

rar. As mais sofisticadas têm os preços bem salgados, mas se puder pagar,

são incríveis. Vale também pesquisar as intermediárias, que têm um exce-

lente custo-benefício.

A Vila dos Remédios

Piscina do Dolphin Hotel: ótima para relaxar

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