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Jornalistas:o ofício, a profissão
e o futuro
MPinto | DCC – UMinho | 2007
Mitificação de uma profissão
O efeito dos filmes (norte-americanos) Uma aura de prestígio construída com a ideia
de:
Cosmopolitismo Convívio com os poderosos e/ou importantes Vida de emoções e aventuras Contacto com o lado escondido da sociedade.
Visão romântica e mitificada do jornalista
O jornalista como:
“Cavaleiro andante” e Justiceiro Escritor Polícia e vigilante Juíz Militante
………………………………………………………
Em contraposição: o jornalista como profissional
Representações acerca dos papéis do jornalista
Deve o jornalista assumir-se como neutro face àquilo que noticia ou, antes, como participante?
Investigação de Weaver e Wilhoit (1986): Divulgador: obter e fazer circular a informação Intérprete: analisar, interpretar, investigar e
discutir os assuntos Adversário: relativamente aos poderes político,
económico.
Jornalista: uma palavra, múltiplas funções
Repórter Redactor Copy desk Secretário de
Redacção Director de informação Editor Chefe de Redacção
Repórter fotográfico Operador de imagem Infográfico Cartoonista Enviado especial Correspondente Colaborador …. …. ….
Quem são os jornalistas portugueses
TOTAL: 7095 com carteira profissional válida (eram apenas 4187 em 1996).
SEXO 61,4% são homens, 38,6% são mulheres.
(DN, 9.11.2003)
2374
4247
6230
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
1990 1997 2001
Evolução número total JORNALISTASEvolução do número de jornalistas
7095 em 2003 seg. DN de 9.11.2003)
% jornalistas por género
74.6%67.2%
62.1%
25.4%32.8%
37.9%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
1990 1997 2001
FemininoMasculino
Jornalistas por género
% jornalistas por níveis etários
23.4%29.2%
46.7%
47.7%
29.9%23.2%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
1990 2001
% mais de 45 anos% 30-44 anos% até 29 anos
Jornalistas por nível etário
Onde trabalham os jornalistas portugueses
SECTORES Imprensa escrita: 3960 Televisão: 1155 Rádio: 877 Agência de notícias: 235 Multimedia: 214 Produtoras: 26.
(DN, 9.11.2003)
Estatuto do JornalistaLei n.º 1/99
de 13 de Janeiro
www.ics.pt/verfs.php?fscod=60
Quem pode ser considerado jornalista
São considerados jornalistas aqueles que, como ocupação principal, permanente e remunerada, exercem funções de pesquisa, recolha, selecção e tratamento de factos, notícias ou opiniões, através de texto, imagem ou som, destinados a divulgação informativa pela imprensa, por agência noticiosa, pela rádio, pela televisão ou por outra forma de difusão electrónica.
É necessária formação especial?
Não. Basta ser de maior idade e estar no pleno
gozo dos direitos civis.
“Se não tiver estudado a natureza do seu ofício (o que é o mais frequente), o jornalista ignorará a sua condição de roda de um relógio que cumpre com exactidão as suas rotações sem saber que hora é”.
Enrique de Aguinaga, 2002El Periodista en el Umbral del Siglo XXI
Há actividades incompatíveis?
Sim:
Actividades de publicidade e marketing Actividades de comunicação institucional Funções militares ou policiais Funções governamentais ou autárquicas
Condição para o exercício
É condição do exercício da profissão de jornalista a habilitação com o respectivo título, o qual é emitido por uma Comissão da Carteira Profissional de Jornalista, com a composição e as competências previstas na lei.
http://www.ccpj.pt/
www.ccpj.pt
Carteira Profissional de Jornalista
Como se acede à profissão
Através de um estágio obrigatório de: 24 meses: situações normais 18 meses: habilitação com curso superior 12 meses: licenciatura na área da comunicação
social ou de habilitação com curso equivalente, reconhecido pela Comissão da Carteira Profissional de Jornalista.
Este estágio é distinto do estágio curricular.
Direitos dos Jornalistas
A liberdade de expressão e de criação; A liberdade de acesso às fontes de informação; A garantia de sigilo profissional; A garantia de independência; A participação na orientação do respectivo órgão
de informação.
Cláusula de consciência
«Os jornalistas não podem ser constrangidos a exprimir ou subscrever opiniões nem a desempenhar tarefas profissionais contrárias á sua consciência, nem podem ser alvo de medida disciplinar em virtude de tal recusa.»
(N.º 1 do Artigo 12.º do Estatuto do Jornalista)
Deveres dos jornalistas Respeito pela ética profissional, informando com
rigor e isenção; Respeitar a orientação e os objectivos definidos no
estatuto editorial do órgão para que trabalhem; Abster-se de formular acusações sem provas e
respeitar a presunção de inocência; Não identificar, directa ou indirectamente, as
vítimas de crimes sexuais, e menores que tiverem sido objecto de medidas tutelares sancionatórias;
Não tratar discriminatoriamente as pessoas, em função da cor, raça, religião, nacionalidade ou sexo;
Abster-se de recolher declarações ou imagens que atinjam a dignidade das pessoas;
Respeitar a privacidade; Não falsificar ou encenar situações; Não recolher imagens e sons com o recurso a
meios não autorizados.
Bases do jornalismo
'1. A primeira obrigação do jornalismo é a verdade. 2. A sua primeira lealdade é para com os cidadãos.3. A sua essência é a disciplina da verificação.4. Os seus profissionais devem ser independentes dos factos
e pessoas sobre que informam. 5. Deve servir como vigilante independente do poder. 6. Deve outorgar expressão às críticas e ao compromisso
público. 7. Há-de esforçar-se por fazer do importante algo de
interessante e oportuno. 8. Deve seguir as notícias de forma exaustiva e equilibrada. 9. Os seus profissionais devem ter direito a fazer aquilo que
lhes dita a consciência'.
B. Kovach ; Rosenstiel
Código deontológico dos jornalistas portugueses
Rigor e exactidão nos factos; distinção de opinião e notícia Combate à censura, sensacionalismo, plágio, acusação
sem provas Contra restrições no acesso às fontes e a limitações na
liberdade de expressão Utilizar meios leais para obter informações Assumir responsabilidade pelos seus trabalhos e
promover a pronta rectificação Identificar as fontes e atribuir opiniões Salvaguardar a presunção de inocência dos arguidos Rejeitar o tratamento discriminatório de pessoas Respeitar a privacidade dos cidadãos Não noticiar assuntos em que tenha interesses.
(Aprovado em 4.5.1993, em assembleia geral do SJ)
http://www.jornalistas.online.pt/
Associativismo dos jornalistas
Sindicato dos Jornalistas: www.jornalistasonline.pt Clube de Jornalistas: www.clubedejornalistas.pt Observatório da Imprensa: http://
observatoriodaimprensa.pt/ Intern. Federation of Journalists: www.ifj.org/ Reporters sem Fronteiras: www.rsf.org
Uma “Ordem dos jornalistas”?
São, maioritariamente, trabalhadores subordinados
Não possuem uma habilitação superior específica requerida
Não têm o exclusivo do exercício da actividade, pois qualquer pessoa pode divulgar o seu pensamento nos meios de comunicação social.
(Parecer de Freitas do Amaral e Rui Medeiros)
Bibliografia Soloski, J. (1993) “O Jornalismo e o
Profissionalismo” in N. Traquina (org.) Jornalismo: Questões, Teorias e ‘Estórias’. Lx: Veja, pp.91-100
Correia, F. (1995), Os Jornalistas e as Notícias. Lx: Caminho
Correia, F. (2005), Jornalistas Portugueses: da Homogeneidade Aparente às Distinções Necessárias. Caleidoscópio, nº 5-6
Mathien, M. (1995) Les Journalistes. Paris: PUF Ruellan, D (2004) Grupo profissional e mercado de
trabalho do jornalismo, Comunicação e Sociedade, nº 5
Código Deontológico dos Jornalistas Portugueses www.jornalistas.online.pt/