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20 | Edição #35 |
CAPA
Selfie da diretoria vanguarda da CVC (da esq. para a dir.): Roberto Vertemati, Adriano Sant’ana, Emerson Belan, Claiton Armelin, Valter Patriani, Marcelo Oste, Ricardo Kaiser,Orlando Palhares
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Funcionário mais antigo da CVC, Valter Patriani, vice-presidente de produtos e marketing, cresceu profissionalmente junto com a maior operadora de viagens da América Latina, que completa 43 anos de atividades. Aqui, ele fala sobre a boa performance no primeiro trimestre do ano, revela as estratégias para driblar a alta do dólar e para conquistar novos mercados
• por Simone Galib • fotos Cauê Tarnowski
ELE É OCARA!
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Não houve redução de passageiros, porque as pessoas não deixam de tirar férias. A CVC faz o sonho caber no bolso. E se não couber no bolso, cabe na parcela.
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Um dos maiores especialis-
tas do setor de viagens do
Brasil tem nome e sobre-
nome. Também ocupa um cargo
de prestígio no alto escalão da CVC,
a maior operadora de viagens da
América Latina. Como se não bas-
tasse toda essa expertise, esbanja
simpatia, é muito falante, carismá-
tico, convincente, visionário, estra-
tegista, seguro em seus argumentos
e extremamente respeitado pelo
mercado. Os workshops e palestras
que costuma promover são sempre
concorridos e quem deles participa
sai com a certeza de que aprendeu
boas lições com um “mestre” do tu-
rismo. De quem estamos falando?
Ora, de Valter Patriani, o vice-pre-
sidente de produtos e marketing da
CVC. Não por acaso, é classificado
pelo presidente executivo da em-
presa, Luiz Eduardo Falco, como o
seu “melhor vendedor”.
De fato, Patriani é um campeão
de vendas e sua trajetória profissio-
nal se mescla à história de sucesso
da própria CVC, onde ingressou em
1978, ainda rapazinho. Até então ti-
nha trabalhado de office boy na loja
da Varig de São Caetano e como
emissor nacional e internacional
em uma agência de turismo local.
Seu primeiro trabalho na operadora
foi vender pacotes rodoviários para
grêmios e clubes de funcionários.
Como na região do ABC paulista -
berço da operadora – havia muitas
indústrias, o projeto emplacou, ge-
rando um bom crescimento à em-
presa. De lá para cá, Patriani não
parou mais de conjugar os verbos
“inovar” e “vender”.
Sempre ao lado de Guilherme
Paulus, fundador da companhia,
Patriani foi abrindo frentes, com seu
feeling apurado, e criando projetos
diferenciados que revolucionaram
o setor. Ele apostou, por exemplo,
na distribuição dos produtos pelos
agentes de viagens e implantou lo-
jas em shopping centers, colocando
o produto “viagens” nas prateleiras
do varejo e com horário estendido
ao público, inclusive aos fins de se-
mana. Investiu no fretamento de
voos, inseriu a operadora no seg-
mento de destinos internacionais
e abriu o então tímido mercado de
cruzeiros marítimos no Brasil. Con-
siderado o funcionário mais antigo
da companhia, gradativamente foi
alçando promissores voos e che-
gou ao topo: ocupou a presidência
executiva, de 2007 a 2011. Deixou
a empresa em dezembro de 2011,
atuando como empresário do setor
de construção civil. Mas a CVC não
podia ficar longe do seu mais expe-
riente “vendedor” e muito menos
Patriani afastado da companhia,
que ajudou a solidificar, e do fas-
cinante universo das viagens, que
domina como poucos. Em 2013, foi
chamado de volta a convite do pró-
prio Guilherme Paulus, hoje presi-
dente do Conselho, e do CEO, Luiz
Falco. “Fiquei muito feliz”, diz ele,
que já está novamente atuando a
todo vapor e criando novos proje-
tos, aliás, sua marca registrada.
DRIBLANDO A CRISEE, por falar em boa performan-
ce, Valter Patriani diz que a opera-
dora está indo muito bem, obriga-
do. Apesar da alta do dólar (subiu
em média 30% quando comparado
a 2014) e da incerteza no cenário
político-econômico do país, a CVC
bateu recorde de vendas em janei-
ro. Sim, os brasileiros continuam
viajando e, se depender da empre-
sa, vão embarcar cada vez mais. No
primeiro trimestre deste ano, a ope-
radora registrou, em seus múltiplos
canais de comercialização, um cres-
cimento de 11,3% nas reservas con-
firmadas e de 15,8% nos embarques
em comparação ao mesmo período
do ano passado, movimentando R$
1,26 milhão. “Não houve redução de
passageiros, porque as pessoas não
deixam de tirar férias. E a CVC faz o
sonho caber no bolso. E se não cou-
ber no bolso, cabe na parcela”, diz o
experiente “vendedor”.
Para se adaptar aos novos tem-
pos e azeitar a sua gigante engre-
nagem no setor turístico, a opera-
dora agiu rápido, adotando novas
estratégias nos últimos três meses.
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Segundo Patriani, como o dólar ul-
trapassou os R$ 3,00, todos os pro-
dutos agora são apresentados em
real a fim de evitar uma espécie de
resistência inicial nos viajantes. “Se
o cliente perceber que o dólar está
alto, ele não compra”, diz. Outra
medida importante foi a renego-
ciação de preços com fornecedores,
A inclusão social foi muito importante. Permitimos que milhões de brasileiros viajassem como turistas, hospedando-se em bons hotéis. Eles pegaram o gosto e não vão parar mais.
como empresas aéreas e hotéis,
entre outros. “As companhias re-
duziram o preço das passagens em
30%. Assim, viajar em abril deste
ano custou o mesmo, e até mais
barato, do que em abril de 2014”,
afirma Patriani. E ele exemplifica:
“Quem comprasse em abril último
um pacote para Cancún pela CVC,
ganhava um final de semana no
Rio de Janeiro. Esprememos tanto
os preços, que foi possível ofere-
cer a promoção.” Nada mal para
os brasileiros, que se habituaram
a viajar muito nos últimos anos de
estabilidade econômica e presta-
ções de dez vezes sem juros. Já em
relação aos destinos europeus, não
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Entre 2011 e 2014, o número de compras realizadas pelo público entre 18 e 25 anos triplicou na CVC, registrando o maior crescimento (272%), à frente das faixas etárias de 26 a 30 anos (que aumentou 66% no período) e de 31 a 40 anos (17%). Rápida no gatilho, a operadora estreou no início de abril uma campanha, modernizando a comunicação com o seu principal público alvo – as famílias de classe média – e os próprios jovens. Ao som de “Descobridor dos 7 Mares”, hit de Tim Maia em nova versão, a propaganda enfatiza que os produtos da operadora custam muito pouco se comparados às lembranças dos grandes momentos proporcionados por uma viagem de lazer.Segundo Marcelo oste, diretor de marketing, a operadora segue a tradição de renovar para consolidar a liderança e conquistar sempre novos consumidores. “A campanha mostra que a empresa é bastante flexível, não comercializando apenas pacotes montados. Quem busca mais liberdade, também pode comprar passagens aéreas, diárias de hospedagem, locação de carros, ingressos para parques ou apenas passeios, de forma avulsa e a um preço que cabe no bolso”, explica. De olho nesse novo e potencial cliente, a CVC também estreou há quatro meses em viagens de intercâmbio, um setor que cresceu 600% na última década no Brasil, segundo dados da Brazilian Education & Language Travel Association (BELTA). E para comandar o novo departamento contratou a executiva Santuza Bicalho, com vasta experiência nesse segmento. Foi vice-presidente da Embassy English, divisão do Study Group, e CEo do Student Travel Bureau (STB). Já estão sendo comercializados programas para quem quer aprender ou aperfeiçoar o inglês (especialmente jovens acima de 16 anos), em países como o Canadá, Estados Unidos e África do Sul. Segundo Valter Patriani, um roteiro de um mês na cidade de Cape Town, na África do Sul, com avião mais hospedagem, sai por R$ 6 mil. “os pais desses novos clientes começaram a viajar conosco e confiar em nossos serviços. Agora, também queremos os filhos e os netos.”
A FORÇA DOS JOVENS
foi preciso tanto sacrifício, uma vez
que o euro subiu, em um ano, 10%
- índice quase igual ao da inflação
no Brasil. Hoje, o turista brasileiro
desembolsa em um roteiro para a
Europa, incluindo avião, parte ter-
restre, hospedagem e guia, 100 eu-
ros por dia. Assim, Paris, Madri e
Roma figuram no ranking das capi-
tais mais vendidas pela operadora
e os roteiros continuam cabendo no
bolso dos passageiros.
VELHA INFÂNCIAColocando em prática a filosofia
de ser sempre vanguarda, ou seja,
de estar antenada às mudanças do
mercado e ao perfil do viajante, a
CVC atinge o ápice da maturidade,
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em plena forma. A operadora com-
pleta agora em maio 43 anos de ati-
vidades, com números expressivos
em seu portfólio: embarca cerca de
4 milhões de passageiros por ano,
de todas as classes sociais, ofere-
cendo mais de mil destinos domés-
ticos e internacionais. Tem ainda a
maior rede de distribuição de pro-
dutos turísticos do varejo brasileiro,
com 915 lojas exclusivas franque-
adas e outras 6,5 mil agências de
Já foi o tempo em que os roteiros da CVC eram sinônimo de pacotes previamente montados. Hoje, cerca 70% das vendas são flexíveis, ou seja, clientes e agentes de viagem podem montar o próprio programa. Para ampliar ainda mais a liberdade de ir e vir do viajante, a operadora criou a área de Locação de Carros, com um pool de locadoras e uma equipe comercial específica, pilotada por Ricardo Kaiser (ex-Hertz). “Queremos que cada loja da CVC se transforme em uma locadora de veículos, cujos serviços também podem ser parcelados em dez vezes sem juros”, explica Valter Patriani. Segundo ele, 50% dos programas vendidos na Flórida já incluem o carro e a meta é fazer com que isso também aconteça no Brasil. Hoje a diária de um carro com ar condicionado, taxas inclusas e quilometragem livre é de R$ 99,00. outra vantagem é que o passageiro pode pegar o carro em um estado e devolver em outro, visto que a operadora tem lojas espalhadas de norte a sul do país. Porém, a diversificação de mercados não para por aí. Depois de operar durante as últimas quatro décadas somente com turismo de lazer, a CVC também colocou o pé no segmento de viagens corporativas. Para viabilizar o projeto, adquiriu, em dezembro último, 51% das ações do Grupo Duotur, que representa as empresas Advance Viagens e Turismo S.A, Rextur Viagens e Turismo S.A e Reserva Fácil Tecnologia. Em 2013, o Duotur movimentou R$ 3 bilhões em reservas confirmadas.
LOCAÇÃO DE VEÍCULOS E VIAGENS CORPORATIVAS
viagens multimarcas credenciadas.
Está presente em 350 cidades de 27
estados brasileiros. Seus serviços
são também comercializados pela
plataforma online, que está sendo
ampliada e recebe em média 4,5
milhões de visitas ao mês. No ano
passado, movimentou R$ 4,9 bi-
lhões em reservas confirmadas. In-
veste em marketing mais de R$ 100
milhões por ano, aparecendo o tem-
po todo nas mais diversas mídias. E
ganhou muita credibilidade ao lon-
go das últimas quatro décadas por
ter sua marca fortemente associada
à prestação de assistência total ao
passageiro, em qualquer lugar do
mundo onde ele esteja.
Essa solidez, no entanto, não
gera nenhum tipo de acomodação
no time, ao contrário. “Somos uma
criança de 43 anos. Trabalhamos
como se tudo começasse hoje. O
mundo muda a cada minuto, o jeito
de viajar também e criamos novos
produtos diariamente. Esse é o nos-
so diferencial”, diz o empresário.
Segundo ele, há 20 anos as pessoas
sentiam vergonha de dizer que iam
viajar. “Só a elite andava de avião.
A companhia aérea Gol, com suas
passagens de baixo custo, ajudou a
quebrar essa imagem. O passageiro
ficou cliente da Gol, mas também
da CVC”, afirma Patriani. Na sua
avaliação, o ato mais importante
dessas quatro décadas de ativida-
des da operadora foi a inclusão so-
cial. “Permitimos que milhões de
brasileiros viajassem como turis-
tas, hospedando-se em bons hotéis
e utilizando o serviço de guias. Sen-Di
vulg
ação
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tiram o gosto e não vão parar mais.”
Além disso, ressalta, “a Constitui-
ção ajuda muito o turismo, uma
vez que o cidadão tem 30 dias de
férias, o que não existe em muitos
países, recebe ainda 1/3 do salário
para desfrutá-las, a formalização
do emprego ainda é muito grande
aqui e continua crescendo, o que é
bom para o nosso setor”, afirma.
BOAS PERSPECTIVASValter Patriani acha que o pri-
meiro trimestre foi mais tenso no
país, diz que o ano não está sendo
fácil se comparado a 2014, mas
também que o quadro não é tão
negro quanto o pintam e que ago-
ra o mercado começa a se acalmar.
Acredita ainda que, com a alta do
dólar, os destinos domésticos, es-
pecialmente as praias do Nordeste,
podem ficar mais aquecidos, “por-
que o Brasil tem um potencial turís-
tico imenso. Há muito dinheiro no
interior, especialmente no setor de
agronegócios, e as praias exercem
um fascínio impressionante sobre
essas pessoas”, avalia. Ao mesmo
tempo, acha que o brasileiro vai
continuar visitando os parques da
Disney, porém voltará com menos
bagagem dos Estados Unidos. “Ele
comprava o que não precisava,
especialmente produtos de grifes,
com o dinheiro que não tinha.”
Otimista, o vice-presidente da
CVC diz que vai encarar 2015 como
sempre fez ao longo de sua bem-
-sucedida carreira. Ou seja, “com os
pés no chão e cabeça nas nuvens”,
criando produtos que os viajantes
sentirão necessidade de comprar
a curto, médio ou longo prazo. In-
dagado como se sente ao ser consi-
derado pelo alto escalão da opera-
dora como o melhor dos seus 8 mil
vendedores do país, ele não hesita
na resposta. “Comecei há 40 anos
como vendedor e assim continuo
até hoje, porque não há nada mais
a fazer em uma operadora de via-
gens a não ser vender.”
Sim, ele convence. É pratica-
mente impossível terminar essa
conversa com Valter Patriani sem
sentir vontade de sair correndo e
comprar a viagem dos sonhos –
pela CVC, é claro!
Quem estiver pensando em viajar para Bariloche, um dos destinos mais procurados pelos brasileiros no inverno do Hemisfério Sul, pode este ano customizar sua temporada na neve. Além dos clássicos roteiros de oito dias, a CVC vai oferecer programinhas mais curtos (de três, quatro ou cinco dias) para atender a demanda de passageiros que quer visitar a cidade além das férias de julho.Serão disponibilizadas 80 saídas diárias, das principais bases do Brasil, entre elas São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte e Brasília. A operação começará em 1º de julho e se estenderá até 15 de agosto. “Temos mais de 3 mil lugares garantidos”, afirma Rodrigo Vaz, gerente sênior de produtos internacionais da operadora. Além disso, a CVC vai montar uma base exclusiva no destino, com gerente e assistência em português “para assegurar a segurança e o conforto do passageiro”, complementa Adriano Gomes, diretor de produtos internacionais. Segundo Gomes, essa ação foi possível mediante acordos com companhias aéreas, como a Aerolineas. outra operação importante será o voo de Porto Alegre direto para Bariloche, com a TAM. os pacotes podem ser montados conforme a vontade do cliente, conjugando inclusive permanência em Buenos Aires, com a opção de utilizar câmbio reduzido na conversão e parcelamento fixo, em reais, em até dez vezes sem juros. Quem resiste?
Shut
ters
tock
INVERNO CUSTOMIZADO