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UNIVERSIDADE DOS AÇORESDEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
Relatório de Estágio elaborado por:
Elisabete de Fátima Barcelos
Licenciatura em Engenharia Agrícola
Angra do Heroísmo2001
“Implementação do modelo EPI – Míldiona zona vitivinícola dos Biscoitos”
Este trabalho foi integralmente financiado pela Presidência doGoverno Regional, Assessoria para a Ciência e Tecnologia aoabrigo do Projecto de Investigação:“Implementação do Modelo EPI- míldio na zona vitivinícola dosBiscoitos” Proid 22.
A ideia para a realização deste estudo resultou da constatação de que:
1- a viticultura na Região dos Biscoitos pode ser relançada como resultado
Da sua classificação como região demarcada IPR (Indicação de Proveniência Determinada) para produção de VLQPRD seco (Vinho Licoroso de qualidade Produzido em Região Determinada) para o vinho Verdelho.
Concessão de ajudas Comunitárias para a reconversão de castas americanas para castas europeias
2- a reunião natural de um conjunto de condições climáticas e do solo dos Biscoitos, se por um lado conduzem à produção de vinho de inegável qualidade e único no mundo, é por outro lado frequentemente motivo de importantes perdas devido à grande facilidade da ocorrência de acidentes fisiológicos graves e à propagação de doenças criptogâmicas, sendo o míldio, de
entre elas, a mais temida pelos viticultores desta região. 3- os viticultores realizam toda a “calendarização” dos tratamentos fitossanitários da videira em função do míldio, atingindo-se, facilmente, sete ou oito aplicações durante a Primavera e início do Verão, o que agrava decisivamente os custos de produção desta cultura, possíveis problemas ambientais e de confiança do consumidor. Este número elevado de tratamentos, podia resultar, na maior parte dos casos, não da sua necessidade efectiva mas sim do elevado receio que os viticultores locais têm pela doença
4- o modelo matemático de previsão do aparecimento da doença do míldio designado por EPI- Míldio tem sido aplicado com sucesso em Portugal Continental e em França fornecendo
informação importante sobre a necessidade e a data de uma intervenção fitossanitária
ESTRUTURA DO TRABALHOESTRUTURA DO TRABALHO
Revisão Bibliográfica (Capítulos 2 e 3 do Relatório)
Trabalho Experimental (Capítulos 4, 5 e 6 do Relatório)
ESTRUTURA DO TRABALHOESTRUTURA DO TRABALHO
Cap. 2- Caracterização biológica do agente causador do míldio da videira, o fungo Plasmopara viticola (Berck. e Curt.) Berl. e de Toni, procedendo-se à sua classificação sistemática, à descrição do seu ciclo de vida e da sintomatologia característica, fazendo-se uma breve referência aos meios de luta utilizados contra esta doença (adicionalmente, foi elaborada uma relação dos factores que condicionam a evolução do míldio da videira).
Revisão Bibliográfica (Capítulos 2 e 3 do Relatório)
ESTRUTURA DO TRABALHOESTRUTURA DO TRABALHO
Cap. 3- Descrição do funcionamento do modelo EPI-Míldio da videira, definindo-se o seu conceito e a sua estrutura, bem como a forma de cálculo do seu valor, dando destaque à interpretação da evolução dos valores do modelo e à estratégia de tratamentos baseada nessa evolução, (é feita, ainda, uma breve referência aos outros modelos de previsão existentes).
PrimaveraVerão
EPI
Outono Inverno
PCOP
POM
ContaminaçõesSecundárias
Maturação dosOósporos
Formação dosOósporos
Previsão dadata do 1º
TratamentoPrevisão deriscos durante
a fasevegetativa
Previsão da data deaparecimento dos
oósporosPALM
Simulação do graude severidade das
infecções
ContaminaçõesPrimárias
ESTRUTURA DO TRABALHOESTRUTURA DO TRABALHO
Cap. 4- Caracterização do ecossistema vitivinícola dos Biscoitos descrevendo a sua estrutura produtiva e o sistema cultural tradicional utilizado pelos produtores locais de vinho Verdelho. É também feita a descrição dos principais inimigos culturais presentes nos Biscoitos, englobando as pragas, as doenças e as infestantes presentes nas vinhas estudadas.
Trabalho Experimental (Capítulos 4, 5 e 6 do Relatório)
III
IIIIV
V
Não tratada
ESTRUTURA DO TRABALHOESTRUTURA DO TRABALHO
Cap. 5- testagem propriamente dita dos parâmetros da evolução do modelo EPI-Míldio para as campanhas vitivinícolas de 1996/97, 1997/98; 1998/99 1999/00 e 2000/01 com a introdução dos coeficientes definidores das curvas de risco (Aplicação do modelo) e comparação dos valores apontados pelo modelo, com os valores reais de infestação por míldio obtidos no campo (Validação do modelo).
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Abr
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Abr
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Abr
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ESTRUTURA DO TRABALHOESTRUTURA DO TRABALHO
Cap. 6- São apontadas possíveis correcções a introduzir no modelo EPI-Míldio para o tentar aproximar mais da realidade registada e observada no campo. -50
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Ago
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O Modelo EPI- Míldio da VideiraO Modelo EPI- Míldio da Videira
O Modelo EPI- Míldio da videira
O Conceito de EPI- Estado Potencial de Infecção
O comportamento epidémico do fungo P. viticola resulta da relação do parasita com a planta, sob a influência preponderante do clima, ou seja, é consequência do funcionamento, ao longo do tempo, do sistema Clima-Parasita-Planta, (STRIZYK, 1980, 1983a).
Parasita Planta
Clima
Receptividade da PlantaEnergia do Parasita
O Modelo EPI- Míldio da videira
O Conceito de EPI- Estado Potencial de Infecção
O míldio da videira exerce uma pressão variável sobre a planta, de acordo com a época e os parâmetros climáticos registados, pelo que se considera que o parasita tem uma energia fisiológica variável.
É esta energia, resultante da complexidade das interacções que se verificam, em cada momento, entre os elementos do sistema, que se pretende quantificar com o modelo.
Uma vez que o perigo previsto pela simulação dos estados de equilíbrio do sistema só tem significado caso o acontecimento contaminante (chuva, orvalho) se venha a verificar, Strizyk designou por Estado Potencial de lnfecção (EPI) a variável que quantifica, em cada instante, a energia do parasita.
O Modelo EPI- Míldio da videiraHistorial da utilização do Modelo EPI-Míldio
Este modelo foi criado, e aplicado inicialmente para a Região Francesa de Bordéus, por Serge Strizyk, em 1980 com base no conceito de Estado Potencial de Infecção (EPI), com o objectivo de melhorar a estratégia de realização de tratamentos anti-míldio, preconizada pelos Serviços de Avisos Agrícolas.
Os ensaios realizados em França, a uma escala regional, demonstraram um comportamento muito fiável do modelo que assentava principalmente na possibilidade de economia de bastantes tratamentos.
Em Portugal, desde 1986 tem-se estudado o modelo EPI-Míldio, nas regiões de Torres Vedras (AMARO, 1987,1989), Douro (GOMES, 2000), Dão (ROSA et al. 1989; ROSA, 1990), Bairrada (BARBOSA, 1987; GOMES, 1991, 2000; MARTO, 1993), Coimbra e Entre Douro e Minho (GOMES, 2000). Os resultados obtidos pelo modelo EPI, na Região do Douro começaram a ser divulgados pela Associação de Desenvolvimento da Viticultura Duriense
(ADVID).
O Modelo EPI- Míldio da videiraEstrutura do Modelo EPI-Míldio
Segundo o modelo, o ciclo de comportamento epidémico do fungo estende-se desde o mês de Outubro do ano i-1 até ao mês de Agosto do ano i, podendo decompor-se em duas fases, que correspondem às fases sexuada e assexuada do parasita e que são as seguintes:
- Fase Potencial ou Invernal: estendendo-se desde o início de Outubro do ano i-1, até ao fim de Março do ano i. Corresponde a uma fase preparatória em que os oósporos, formados no início do Outono, vão evoluir, atingindo o estado de maturação.
Os factores climáticos mais influentes nesta fase são a temperatura e, sobretudo a precipitação (sua quantidade e distribuição).
- Fase Cinética ou vegetativa- corresponde à fase activa do parasita, em que os oósporos vão germinar e libertar zoósporos.
Nesta fase, que se estende do princípio de Maio do ano i ao fim de Agosto do mesmo ano, o poder infeccioso e de esporulação do fungo são regulados principalmente pela humidade relativa em intima interacção com a temperatura.
O Modelo EPI- Míldio da videiraCálculo do valor de EPI
- EPI da Fase Potencial (Valores Mensais)
EPIi = EPI i-1 +(PEi+EPi-ENi)
onde i = 1 (Outubro),.... 6 (Março)EPIi- Energia potencial de infecção do mês i EPIi-1- Energia potencial de infecção do mês i-1 PEi- Potencial energético do mês i EPi- Energia positiva do mês i ENi- Energia negativa do mês i
PEi = 2 x CT (Hi - Hci)
CT- coeficiente de ponderação(CT = 1,2, em Outubro e Novembro, CT = 1, em Dezembro e CT = 0,8 nos meses de Janeiro, Fevereiro e Março;Hi- precipitação do mês i limitada por Hci x 0,5 < Hi < Hci x 1,4. Hci- precipitação crítica mensal, dada por Hmi x 0,95
EPi = 0,2 x (Hi Ti – Hci Tci)
Ti- temperatura média do mês i, limitada por Tci x 0,5 < Ti < Tci x 1,4;Tci- temperatura crítica mensal, igual a Tmi x 0,95
Eni = enij
Com j = 1 (P década do mês), ...,3 (3ª década do mês)enij- energia negativa da década j do mês i, que é nula se Hij/Nij < 135/NJMi ou, nos restantes casos é obtida da seguinte forma:
enij = NJMi x 1,5 log Hij
18 Nij
onde:NJMi- número médio de dias de chuva do mês i, em 20-30 anos; Hij- quantidade total de chuva da década j do mês iNij- número de dias de chuva da década j do mês i
O Modelo EPI- Míldio da videiraCálculo do valor de EPI
- EPI da Fase Cinética (Valores Diários)
EPI = 0,0l2 U2m T- UM2 TM
100
Um- humidade relativa diária, dada por:
[(U 1 + U2 + U3) + 5 UN] /8,
onde U1, U2 e U3 são as humidades relativas médias do dia entre 9-12 h T.U., 12- 15 h T.U. e 15- 18 h T.U., respectivamente e UN é a humidade relativa nocturna (entre 18-9 h T.U.) do mês, calculada em 20-30 anos. A humidade relativa diária é limitada por: UM – 0,2 < UM + 0,6 em que é o desvio padrão de UM, em 20-30 anos;T- temperatura média do dia, limitada por: TM - 3 < T < TM + 3;UM- humidade relativa média do mês em 20-30 anosTM- temperatura média do mês, em 20-30 anos
O Modelo EPI- Míldio da videiraInterpretação da Evolução do EPI
1 e 2- Anos de perigo permanente3- Ano em que a fase de energia potencial levou os ovos de Inverno a uma energia que fez prever fortes ataques. No entanto, a baixa energia que se verifica em seguida, destrói os oósporos. A subida final provoca algumas invasões limitadas.4- Ano em que o ataque é limitado, mas preocupante.5- Ano em que a contaminação se verifica logo que se dá a subida de energia, mas sem perigo para a vinha. Zona Crítica- Qualquer subida da energia fisiológica originará a libertação de zoósporos e a ocorrência de contaminações primárias, mais ou menos graves de acordo com o nível do EPI.
(adapt. STRIZYK, 1980; 1983a).
O Modelo EPI- Míldio da videiraInterpretação do perigo que o míldio representa para a vinha, em
função da curva de EPI (adapt. STRIZYK, 1980).
FASE INVERNAL FASE VEGETATIVA RISCO
0 < EPI < 20 EPI em subida permanente Perigo
- 10 < EPI < 0EPI em forte subida e ultrapassando o valor 0
EPI estabilizado na zona crítica
Perigo
Perigo fraco
- 20 < EPI < -10EPI evoluindo na zona crítica
EPI evoluindo abaixo do valor -10
Perigo limitado
Sem perigo
PARTE II- Trabalho ExperimentalPARTE II- Trabalho Experimental
CARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA CARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA DA REGIÃO VITIVINICOLA DOS DA REGIÃO VITIVINICOLA DOS
BISCOITOSBISCOITOS
A falta de informação disponível para esta região foi colmatada e completada pela realização de inquéritos individuais a 50 produtores de Verdelho nos Biscoitos (1/4 das explorações existentes nos Biscoitos) e também com a obtenção de dados resultantes das observações de campo.
3-Definição, por grau de importância, dos principais problemas fitossanitários presentes na Biocenose da vinha, nos Biscoitos.
O inquérito foi elaborado tendo em vista 3 objectivos:
1- Obtenção de dados que permitissem a caracterização estrutural e produtiva da vitivinicultura na freguesia dos Biscoitos;
2-Caracterização do sistema cultural tradicional de produção de vinho Verdelho;
PARTE II- Trabalho ExperimentalPARTE II- Trabalho Experimental
CARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA CARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA DA REGIÃO VITIVINICOLA DOS DA REGIÃO VITIVINICOLA DOS
BISCOITOSBISCOITOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO DO INQUÉRITORESULTADOS E DISCUSSÃO DO INQUÉRITO
1- Através dos resultados obtidos a partir do inquérito realizado aos viticultores desta zona podemos confirmar que as áreas exploradas por cada produtor são reduzidas
50%
40%
10%
1-5 alq.5-10 alq.> 10 alq.
Distribuição da área de vinha declarada pelos inquiridos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO DO INQUÉRITO
Caracterização estrutural e produtiva da vitivinicultura na freguesia dos Biscoitos
2- Apenas 8% dos inquiridos sempre desenvolveu como a sua única actividade a viticultura, 70% têm outras actividades que não a agricultura, os restantes 22% praticam a viticultura como actividade secundária de uma actividade principal ligada à agricultura.
5% 5%
10%
80%
30-40 anos
40-50 anos
50-60 anos
> 60 anos
Distribuição por classes das várias idades dos inquiridos
RESULTADOS E DISCUSSÃO DO INQUÉRITO
Caracterização estrutural e produtiva da vitivinicultura na freguesia dos Biscoitos
A população de viticultores inquirida uma vez que 80% possui mais de sessenta anos e todos eles mais de trinta anos.
Regista-se assim, a existência de um tecido produtivo envelhecido, que não tem a viticultura como sua actividade principal mas sim quer como um complemento ao seu rendimento, quer como uma tradição que entende que se deve preservar, na maioria das vezes com o único objectivo de assegurar a produção de vinho apenas para o auto-consumo.
80%
20%
Conta própriaCedência
Estatuto de posse de terra dos inquiridos
RESULTADOS E DISCUSSÃO DO INQUÉRITO
Caracterização estrutural e produtiva da vitivinicultura na freguesia dos Biscoitos
3- Cerca de 80% dos produtores são os proprietários dos terrenos que exploram e, curiosamente, não é referido nenhum caso em que a vinha explorada seja de renda, correspondendo os restantes 20% a áreas que são cedidas temporariamente para exploração.
4- A idade do encepamento da vinha de Verdelho nos Biscoitos, pela amostra analisada neste inquérito, é bastante envelhecida: 30% das cepas têm mais de 30 anos;70% estão acima dos 20 anos e todos os viticultores têm cepas com mais de 6 anos.
30%
40%
30%
>30 anos20-30 anos
6-20 anos
Classes de idade do encepamento de Verdelho existente nas vinhas pertencentes aos inquiridos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO DO INQUÉRITO
Caracterização estrutural e produtiva da vitivinicultura na freguesia dos Biscoitos
Resumo das diferentes intervenções que são realizadas num sistema cultural tradicional de exploração de vinha da casta do Verdelho
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Trat. Fit.
Levanta
Vindima
Plantações
Adubação
Poda
Cava
Sachas
Baixa
Enxertia
RESULTADOS E DISCUSSÃO DO INQUÉRITO
O Sistema Cultural Tradicional da Vinha Verdelho nos Biscoitos
Procurou-se relacionar os dados obtidos pela observação visual com os que resultaram do inquérito realizado aos viticultores.
Como a evolução dos sintomas apresentados pelos vários problemas fitossanitários da vinha estão directamente relacionados com a fenologia da videira, foi registada com uma periodicidade pré-definida a evolução dos diversos estádios fenológicos da vinha de Verdelho durante o ano de 1997 o que permitiu avaliar: 1- a presença ou ausência de sintomas de doença; 2- o seu grau de incidência; a sua evolução; 3- e a presença de sinais da acção de outras pragas
com o objectivo de adaptar o quadro de LAVADINHO & JÚLIO (1988) referente aos principais problemas fitossanitários da vinha em Portugal Continental
Estes dados são essenciais à validação do modelo EPI-Míldio
RESULTADOS E DISCUSSÃO DO INQUÉRITO
Evolução Fenológica da Vinha Verdelho e seus Principais Problemas Fitossanitários
Míldio da videira- Plasmopara viticola (Berk. e Curt.) Berk. e de Toni
Oídio da videira- Uncinula necator (Schw.) Burr.
Podridão cinzenta- Botrytis cinerea Pers. ex Pers.
Escoriose- Phomopsis viticola Sacc.
Traça da uva- Lobesia botrana Den. e SchiffInim
igo
s
cha
ve
Infestantes (em função da natureza do solo e das condições climáticas)
Esca- Stereum hirsutum (Willd) Pers.; Phellinus igniarus (L. Fr.) Pat.
Podridão das raízes- Armilaria mellea (Vahl. Karst); Rosellinea necatrix Berl.
Erinose- Colomerus vitis Pgst
Acariose- Calepitrimerus vitis (Nal.)
Aranhiço vermelho- Panonychus ulmi (Kock)Ácaros
Aranhiço amarelo- Tetranychus urticae (Kock)
Cicadela- Empoasca flavescens F.
Pirale- Sparganothis pilleriana Den. e Schiff
Inim
igo
s o
cas
ion
ais
Altica- Haltica iythri Aubé
Algodão- Planococcus citri (Risso)
Cochonilha vermelha da vinha- Pulvinaria vitis (L.)
Eulecanium corni (Bandré)Cochonilhas
LapasEulecanium persicae (F.)
Charuteiro- Byctiscus betulae L.
Noctua pronuba (L.)
Noctua comes (Hb.)
Noctua orbona (Hfn)
Inim
igo
s c
om
imp
ort
ân
cia
“se
cu
nd
ári
a”
Nóctuas
Noctua fimbriata (Schr.)
Principais pragas, doenças e infestantes encontradas na vinha, em Portugal Continental, (adapt. LAVADINHO & JÚLIO (1988).
Dados obtidos sobre as doenças e pragas que afectam a vinha Verdelho DOENÇAS
Foi baixa a diversidade de respostas obtidas relativamente às diferentes doenças que afectam a videira (apenas quatro).
A diversidade de respostas em relação às pragas e infestantes é bastante superior.
O míldio e o oídio são as doenças citadas como as mais prejudiciais.
Curiosa e de alguma forma inesperada é a preocupação relativa à presença de viroses, o que deixa transparecer algum conhecimento técnico dos produtores desta freguesia.
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Míldio Oídio Podridão Cinzenta Viroses
Doenças referidas
RESULTADOS E DISCUSSÃO DO INQUÉRITO
Evolução Fenológica da Vinha Verdelho e seus Principais Problemas Fitossanitários
Dados obtidos sobre as doenças e pragas que afectam a vinha Verdelho
PRAGASO coelho, o melro preto e a erinose são as mais importantes para os agricultores seguindo-se o pardal, o rato e o escaravelho japonês.
Estas pragas são muito temidas pelos viticultores porque estes se sentem incapazes de as controlar, ao contrário do que acontece com as doenças e as infestantes.
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Pragas referidas
RESULTADOS E DISCUSSÃO DO INQUÉRITO
Evolução Fenológica da Vinha Verdelho e seus Principais Problemas Fitossanitários
Dados obtidos sobre as infestantes que afectam a vinha Verdelho
INFESTANTESAs infestantes consideradas pelos viticultores como as mais preocupantes são o feto (Pteridium spp.), a milhã (Setaria pummila) e a juncinha (Cyperus esculentus).
No entanto, ficou bem claro que, as infestantes são consideradas pelos entrevistados um “mal menor” já que, segundo referem, é fácil o seu combate recorrendo quer aos herbicidas quer às sachas.
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Cynodondactilon
Pteridiumaquilinum
Conyza spp Rubusulmifolius
Setariapummila
Cyperusesculentus
Oxaliscorniculata
Sonchusoleraceus
Fumariaofficinalis
Pittosporumundulatum
Infestantes referidas
RESULTADOS E DISCUSSÃO DO INQUÉRITO
Evolução Fenológica da Vinha Verdelho e seus Principais Problemas Fitossanitários
A despesa anual com produtos fitofarmacêuticos é muito variável, de produtor para produtor, mas ronda os 18 000$00/alqueire /ano.
A maior parte dos produtores segue um esquema pré-definido só alterado, de quando em vez, pela ocorrência de condições particularmente adversas.
Os tratamentos são realizados, na sua maioria, com fungicidas preventivos de combate ao míldio e oídio. Os fungicidas curativos são menos utilizados.
Apenas 20% dos inquiridos refere a realização de tratamentos fitossanitários contra outros problemas fitossanitários, principalmente usando helicidas e moluscidas.
Todos utilizam herbicidas como forma de controlar as infestantes.
Calendário de tratamentos
RESULTADOS E DISCUSSÃO DO INQUÉRITO
Evolução Fenológica da Vinha Verdelho e seus Principais Problemas Fitossanitários
O Míldio
Dos entrevistados, 70% responderam que o míldio afectava muito as suas videiras, contrapondo-se 30% cuja resposta foi negativa.
Independentemente da resposta, todos os viticultores afirmam que esta doença é condicionada quer pelas condições meteorológicas quer pela oportunidade e eficácia do tratamento efectuado.
Todos os viticultores inquiridos têm a noção de que é necessário existir uma temperatura adequada e uma humidade elevada para que ocorram ataques de míldio.
Os viticultores iniciam os tratamentos contra o míldio entre meados de Março, terminando, normalmente em Julho, a um ritmo quinzenal, o que corresponde a uma média de 8-10 pulverizações/ano.
As substâncias activas dos fungicidas utilizados possuem essencialmente acção penetrante e sistémica e correspondem a uma despesa média
de 12 000$00/alqueire.
RESULTADOS E DISCUSSÃO DO INQUÉRITO
Evolução Fenológica da Vinha Verdelho e seus Principais Problemas Fitossanitários
Atribuem muita importância ao primeiro tratamento pois afirmam que a doença é mais difícil de combater depois de instalada na vinha.
Segundo a opinião dos agricultores entrevistados, os órgãos mais atingidos pelo míldio são as folhas (49%) e os cachos (46%). Ninguém refere o aparecimento de míldio no sarmento.
Muitos referem que os primeiros ataques se dão na folha, passando de seguida para o cacho, caso haja descuido com os tratamentos por parte dos viticultores. Estes dão maior relevo aos ataques do míldio no cacho, não se apercebendo, por vezes, das manchas que este provoca nas folhas.
49%
46%
Folhas
Cachos
O Modelo EPI- Míldio
Depois de se explicar os fundamentos do modelo EPI-míldio, 60% dos entrevistados considerou muito importante a sua aplicação aos Biscoitos e 30% respondeu não ser importante este tipo de estudos, argumentado que conseguem controlar a doença com os tratamentos que efectuam e que consideram muito “arriscado proceder de outra forma”.
Os restantes 10% ou não sabem ou não respondem
60%30%
10%
Muito importantePouco importante
Não sabe/não responde
RESULTADOS E DISCUSSÃO DO INQUÉRITO
Evolução Fenológica da Vinha Verdelho e seus Principais Problemas Fitossanitários
CARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA DA REGIÃO VITIVINICOLA DOS CARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA DA REGIÃO VITIVINICOLA DOS BISCOITOSBISCOITOS
EVOLUÇÃO FENOLÓGICA DA VINHA DE VERDELHO E SEUS
PRINCIPAIS PROBLEMAS FITOSSANITÁRIOS
Observação Visual
Este estudo incidiu sobre a vinha de Verdelho, tendo-se para o efeito escolhido 6 vinhas com esta casta dentro da região demarcada dos Biscoitos.
Na vinha denominada de não tratada não houve qualquer tratamento fitossanitário, funcionando, assim, como testemunha.
O acompanhamento do desenvolvimento dos vários estádios fenológicos da vinha foi realizado escolhendo, aleatoriamente, 6 cepas na primeira visita às vinhas e que foram marcadas e posteriormente seguidas ao longo de todo o seu ciclo evolutivo anual, seguindo a metodologia descrita por BAGGIOLINI (1990).
CARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA DA REGIÃO VITIVINICOLA DOS CARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA DA REGIÃO VITIVINICOLA DOS BISCOITOSBISCOITOS
III
IIIIV
V
Não tratada
Localização das vinhas de Verdelho estudadas na Região Demarcada dos Biscoitos.
CARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA DA REGIÃO VITIVINICOLA DOS CARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA DA REGIÃO VITIVINICOLA DOS BISCOITOSBISCOITOS
Características principais das 6 vinhas acompanhadas durante este estudo
Vinhas Localização Área Altitude OrientaçãoSistema de
culturaIdade
Densidade
média
ICanada das
vinhas0,4 ha + 30 m Norte-Sul Estreme 7 anos
2520
plantas/ha
IICanada do
Porto0,2 ha + 30 m Norte-Sul Estreme > 30 anos
2400
plantas/ha
IIIRibeira do
Samusgo0,1 ha + 20 m Norte-Sul Estreme > 30 anos
2640
plantas/ha
IVCanada do
Caldeiro0,1 ha + 20 m Este-Oeste Estreme 10 anos
2400
plantas/ha
VCanada Vaz da
Silva0,48 ha + 40 m Norte-Sul Estreme 6 anos
2700
plantas/ha
Não TratadaCanada de
S.to António0,48 ha + 10 m Este-Oeste Estreme > 30 anos
2100
plantas/ha
CARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA DA REGIÃO VITIVINICOLA DOS CARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA DA REGIÃO VITIVINICOLA DOS BISCOITOSBISCOITOS
A evolução dos problemas fitossanitários foi analisada através da realização de 12 amostragens, com periodicidade semanal até ao início da alimpa passando posteriormente a ser quinzenal
Estas amostragens consistiram de uma visita global à vinha, avaliando a presença, a dispersão dos focos de ataque e a gravidade do ataque das diversas doenças para além do míldio através de uma classificação qualitativa:
0- ausência de ataque X- ataque ligeiro XX- ataque médio XXX- ataque intenso
A metodologia seguida neste trabalho é actualmente a utilizada nos campos de demonstração de Protecção Integrada em vinha, que servem de complemento aos cursos de Protecção Integrada da vinha, realizados pelo Instituto Superior de Agronomia.
Material e Métodos
PARTE II- Trabalho ExperimentalPARTE II- Trabalho ExperimentalCARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA DA REGIÃO VITIVINICOLA DOS CARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA DA REGIÃO VITIVINICOLA DOS
BISCOITOSBISCOITOS
As plantas colhidas foram posteriormente identificadas, obtendo-se assim um registo quer da sua presença quer da sua abundância ao longo do tempo nas vinhas estudadas.
Procedeu-se ainda à realização de levantamentos do coberto vegetal
Foram realizados quatro levantamentos em cada uma vinhas estudadas de Maio a Setembro de 1997.
A área de cada amostragem foi circunscrita a 1000 m2/vinha, a qual era percorrida durante 20 minutos, colhendo aleatoriamente o máximo de plantas presentes.
Este método adoptado dos trabalhos de Cerejeira (1985) embora não permita uma estimativa precisa das densidades, fornece uma lista aproximada das espécies presentes nas vinhas em estudo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO- Dados obtidos sobre a evolução fenológica da vinha Verdelho no ano de 1997
Para cada dia de amostragem foi definido qual o estádio de desenvolvimento em que se encontrava cada uma das vinhas observadas.
VinhasPontaverde
Saídadas
folhas
Folhaslivres
Cachosvisíveis
Cachosseparados
Botõesflorais
separadosFloração Alimpa
Grão deervilha
Fechodo
cachoPintor Maturação
I 07/04 12/04 19/04 02/05 10/05 20/0505/0614/06
26/0617/0710/08
02/09
II 07/04 12/04 19/04 02/05 10/05 20/05 14/06 26/06 17/0710/0802/09
III 07/04 12/04 19/04 02/05 10/05 20/05 05/0614/0626/06
17/0710/0802/09
IV 07/04 19/04 02/05 19/05 20/05 05/0614/0626/06
17/0710/08
10/0802/09
V 07/04 12/04 19/04 02/05 10/05 20/0505/0614/06
26/0617/0710/08
10/0802/09
Nãotratada
07/04 12/04 19/0410/0502/05
20/05 14/06 26/0617/0710/08
02/09
A principal variação que se observa é na data de início do ciclo anual que fica a dever-se, no nosso entender, principalmente ao efeito da poda
Nas vinhas I, II e III, como têm datas de poda semelhantes observou-se um comportamento similar no abrolhamento, floração e pintor. Embora com aparente evolução mais rápida, nos estádios iniciais, em relação à II que foi podada
mais cedo.
A vinha não tratada, como não foi podada apresentou uma evolução muito mais lenta do que qualquer outra das vinhas.
VinhasPontaverde
Saídadas
folhas
Folhaslivres
Cachosvisíveis
Cachosseparados
Botõesflorais
separadosFloração Alimpa
Grão deervilha
Fechodo
cachoPintor Maturação
I 07/04 12/04 19/04 02/05 10/05 20/0505/0614/06
26/0617/0710/08
02/09
II 07/04 12/04 19/04 02/05 10/05 20/05 14/06 26/06 17/0710/0802/09
III 07/04 12/04 19/04 02/05 10/05 20/05 05/0614/0626/06
17/0710/0802/09
IV 07/04 19/04 02/05 19/05 20/05 05/0614/0626/06
17/0710/08
10/0802/09
V 07/04 12/04 19/04 02/05 10/05 20/0505/0614/06
26/0617/0710/08
10/0802/09
Nãotratada
07/04 12/04 19/0410/0502/05
20/05 14/06 26/0617/0710/08
02/09
Pelo contrário a vinha IV podada mais tarde, teve inicialmente um comportamento um pouco diferente, registando como seria de esperar algum atraso em relação às outras em determinados estádios fenológicos.
PARTE II- Trabalho ExperimentalPARTE II- Trabalho ExperimentalCARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA DA REGIÃO VITIVINICOLA DOS CARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA DA REGIÃO VITIVINICOLA DOS
BISCOITOSBISCOITOS
Durante o período de estudo deste trabalho, em 1997, foram detectadas nas vinhas acompanhadas (ataques de doenças como o míldio, o oídio e a podridão cinzenta e também de diversas pragas, como a cochonilha algodão, a erinose e ainda uma acção nefasta importante de roedores e de caracóis.
Também se detectaram alguns sintomas de viroses e a ocorrência de acidentes fisiológicos, como a queima provocada por acção dos ventos com ressalga, situação normal nos locais onde se situam as vinhas, ou seja à beira-mar.
Dados obtidos sobre as doenças e pragas que afectam a vinha Verdelho
Resultados da Observação Visual
PARTE II- Trabalho ExperimentalPARTE II- Trabalho ExperimentalCARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA DA REGIÃO VITIVINICOLA DOS CARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA DA REGIÃO VITIVINICOLA DOS
BISCOITOSBISCOITOS
Períodos de ocorrência de ataques de pragas e doenças nas vinhas tratadas durante o ano de 1997.
Ácaros Cochonilhas
Dat
asde
amos
trag
em
Míld
io
Oíd
io
Pod
ridã
oci
nzen
ta
Esc
orio
se
Tra
ça d
a uv
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Esc
a
Pod
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e
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Ara
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rde
Pir
ale
Alt
ica
Alg
odão
Coc
honi
lha
verm
elha
Lap
as
Nóc
tuas
Out
ros
07/04/97 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
12/04/97 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 *
19/04/97 X 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 */**
02/05/97 X 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 */**
10/05/97 XX X 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 **/***
20/05/97 XX X 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 **/***
05/06/97 XX X 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 X 0 0 0 0
14/06/97 X 0 0 0 0 0 0 X 0 0 0 0 0 0 X 0 0 0 0
26/06/97 X 0 0 0 0 0 0 X 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
17/07/97 0 0 XX 0 0 0 0 XX 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
10/08/97 0 0 XXX 0 0 0 0 X 0 0 0 0 0 0 0 0 0
02/09/97 0 0 XX 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
* Roedores; **Caracóis; *** queima por ressalga
PARTE II- Trabalho ExperimentalPARTE II- Trabalho ExperimentalCARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA DA REGIÃO VITIVINICOLA DOS CARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA DA REGIÃO VITIVINICOLA DOS
BISCOITOSBISCOITOS
Períodos de ocorrência de ataques de pragas e doenças na vinha não tratada no ano de 1997 nos
Biscoitos.
Ácaros Cochonilhas
Dat
asde
amos
trag
em
Míld
io
Oíd
io
Pod
ridã
oci
nzen
ta
Esc
orio
se
Tra
ça d
a uv
a
Esc
aP
odri
dão
das
raíz
es
Eri
nose
Aca
rios
e
Ara
nhiç
ove
rmel
ho
Ara
nhiç
oam
arel
oC
igar
rinh
ave
rde
Pir
ale
Alt
ica
Alg
odão
Coc
honi
lha
verm
elha
Lap
as
Nóc
tuas
Out
ros
07/04/97 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
12/04/97 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 *
19/04/97 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 */***
02/05/97 XX 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 */***
10/05/97 XXX XX 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 */***
20/05/97 XXX XX 0 0 0 0 0 X 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 */***
05/06/97 XXX X 0 0 0 0 0 X 0 0 0 0 0 0 X 0 0 0 0
14/06/97 XXX 0 0 0 0 0 0 X 0 0 0 0 0 0 X 0 0 0 0
26/06/97 XXX 0 0 0 0 0 0 X 0 0 0 0 0 0 X 0 0 0 0
17/07/97 XX 0 XX 0 0 0 0 XX 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
10/08/97 XX 0 XXX 0 0 0 0 X 0 0 0 0 0 0 0 0 0
02/09/97 XX 0 XX 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
*Roedores; **Caracóis; *** queima por ressalga
Os problemas fitossanitárias detectados na vinha não tratada foram os mesmos só que apareceram mais cedo.
No caso da erinose, nitidamente em maior intensidade e o míldio e o oídio prolongaram a sua acção até mais tarde.
PARTE II- Trabalho ExperimentalPARTE II- Trabalho ExperimentalCARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA DA REGIÃO VITIVINICOLA DOS CARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA DA REGIÃO VITIVINICOLA DOS
BISCOITOSBISCOITOS
Verificou-se que relativamente aos Inimigo-chave a escoriose e a traça da uva não adquirem a importância que lhes é dada noutras regiões do país. Para além destes todos os restantes inimigos-chave são encontrados nos Biscoitos. Entre eles, a Podridão Cinzenta, assume-se como a doença que mais prejuízos causou, neste ano, com ataques que se podem definir, no nosso entender como intensos.
Relativamente aos inimigos ocasionais apenas foi detectado a presença de Erinose. Este ácaro apareceu a partir de meados de Junho, em todas a vinhas não se detectando, no entanto, qualquer estrago significativo da sua presença ou possível acção.
Relativamente aos inimigos com importância mais reduzida destaca-se o aparecimento da cochonilha algodão, registando-se ataques ligeiros, durante o mês de Junho, e o seu desaparecimento em seguida.
Em todas as vinhas estudadas foi detectada a presença de sintomas de viroses nomeadamente o nó curto e do urticado.
O escaravelho japonês foi observado, frequentemente nas folhas e em algumas infestantes à volta das paredes mas não foi registado qualquer prejuízo da sua acção.
PARTE II- Trabalho ExperimentalPARTE II- Trabalho ExperimentalCARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA DA REGIÃO VITIVINICOLA DOS CARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA DA REGIÃO VITIVINICOLA DOS
BISCOITOSBISCOITOS
Míldio da videira- Plasmopara viticola (Berk. e Curt.) Berk. e de Toni
Oídio da videira- Uncinula necator (Schw.) Burr.
Podridão cinzenta- Botrytis cinerea Pers. ex Pers.
Viroses (nó curto e urticado)
Mamíferos (rato e coelho)
Pássaros (pombo, melro-preto, pardal)
Inim
igo
s ch
ave
Infestantes
Moluscos (caracol e lesma)
Erinose- Colomerus vitis Pgst
Escaravelho japonês- Popillia japonica NewmanInim
igo
s
oca
sio
nai
s
Algodão- Planococcus citri (Risso)
Neste Quadro faz-se a adaptação para a Região dos Biscoitos do quadro de Júlio e Lavadinho como resultado da observação visual e dos
inquéritos. As infestantes devem ser incluídas nos inimigos principais, contrariando a opinião obtida dos inquéritos, tendo em conta que é gasto pelo viticultor muito dinheiro no seu controlo e pelo facto de existirem muitas vinhas abandonadas nesta região que constituem autênticos repositórios de sementes facilmente transportadas pelos agentes de disseminação para as parcelas de vinhas em exploração.
PARTE II- Trabalho ExperimentalPARTE II- Trabalho ExperimentalCARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA DA REGIÃO VITIVINICOLA DOS CARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA DA REGIÃO VITIVINICOLA DOS
BISCOITOSBISCOITOS
Os dados obtidos a partir da caracterização sumária da flora espontânea da vinha Verdelho
Dos quatro levantamentos das infestantes realizados em cada uma das parcelas de vinha estudadas foi possível inventariar 35 espécies
As 35 espécies inventariadas dos levantamentos foram repartidas por 17 famílias havendo ainda a considerar 2 espécies de fetos que aparecem em grande quantidade, o Asplenium e o Pteridium aquilinum.
As famílias mais representativas foram: Graminae (10 espécies), Compositae (2 espécies), Papaveraceae (2 espécies) e Euphorbiaceae (2 espécies) que abrangeram 43% do total das plantas presentes.
O Cyperus esculentus é a espécie vegetal que aparece mais frequentemente atingindo os 20%, em termos de grau de cobertura.
PARTE II- Trabalho ExperimentalPARTE II- Trabalho ExperimentalAPLICAÇÃO DO MODELO EPI-MÍLDIO APLICAÇÃO DO MODELO EPI-MÍLDIO DA VIDEIRA À REGIÃO VITIVINÍCOLA DA VIDEIRA À REGIÃO VITIVINÍCOLA
DOS BISCOITOSDOS BISCOITOS
APLICAÇÃO DO MODELO EPI-MÍLDIO DA VIDEIRA APLICAÇÃO DO MODELO EPI-MÍLDIO DA VIDEIRA À REGIÃO VITIVINÍCOLA DOS BISCOITOSÀ REGIÃO VITIVINÍCOLA DOS BISCOITOS
Este estudo, que estava previsto realizar-se para a campanha de 1996/97 acabou por estender-se, em termos de simulação do modelo EPI, pelas campanhas seguintes até 2000/01. Assim, através da metodologia utilizada, fez-se um levantamento completo da informação necessária à confirmação e/ou aferição
do modelo EPI aos Biscoitos apenas para o ano de 1996/97.
APLICAÇÃO DO MODELO EPI-MÍLDIO DA VIDEIRA À REGIÃO APLICAÇÃO DO MODELO EPI-MÍLDIO DA VIDEIRA À REGIÃO VITIVINÍCOLA DOS BISCOITOSVITIVINÍCOLA DOS BISCOITOS
MATERIAL E MÉTODOS
Para todas as campanhas, os valores do EPI foram calculados com base nos dados climáticos acumulados em 20 anos a partir do posto Meteorológico da Base das Lajes, armazenados no Observatório Meteorológico Tenente Coronel José Agostinho, com os quais se construíram ficheiros de dados meteorológicos que serviram de base ao desenvolvimento de aplicações, da folha de cálculo do programa Excel, para o traçado das curvas do EPI
Os dados relativos ao desenvolvimento do míldio no ano de 1997 foram por nós observados durante a fase experimental deste estudo. Nos anos de 1998, 2000 e 2001 os dados referentes ao aparecimento desenvolvimento desta doença foram recolhidos, à posteriori, através de entrevista pessoal junto de alguns viticultores dos Biscoitos e contacto com os técnicos ligados à Protecção das Plantas. Para o ano de 1999 utilizaram-se os que foram recolhidos por Gomes.
APLICAÇÃO DO MODELO EPI-MÍLDIO DA VIDEIRA À REGIÃO APLICAÇÃO DO MODELO EPI-MÍLDIO DA VIDEIRA À REGIÃO VITIVINÍCOLA DOS BISCOITOSVITIVINÍCOLA DOS BISCOITOS
2- Para cada ano foi feita uma análise da correspondência entre a previsão do modelo e a realidade observada nas vinhas. Ou seja, é feita a aplicação do modelo com a referência ao tipo de informação que pode ser obtida e é feita a sua validação através da verificação da sua adequação à realidade observada.
1- na interpretação da variação dos valores de EPI ao longo da fase potencial e cinética, traduzindo‑se o resultado obtido, numa situação de maior ou menor risco para a vinha e no aconselhamento, ou não, da aplicação de produtos fitofarmacêuticos ao viticultor.
A análise de cada curva consistirá:
APLICAÇÃO DO MODELO EPI-MÍLDIO DA VIDEIRA À REGIÃO APLICAÇÃO DO MODELO EPI-MÍLDIO DA VIDEIRA À REGIÃO VITIVINÍCOLA DOS BISCOITOSVITIVINÍCOLA DOS BISCOITOS
As variáveis climáticas recolhidas e utilizadas na aplicação do modelo foram:
•Temperatura Média Diária de 20 anos (1981-2000)•Temperatura Média mensal (1997, 1998, 1999, 2000)•Temperatura média de cada mês para 20 anos (1981-2000)•Precipitação Média Mensal diária para 20 anos (1981-2000)•Total de precipitação mensal (1997, 1998, 1999, 2000)•Número médio de dias com precipitação para 20 anos (1981-2000)•Número de dias de chuva por década para cada mês (1996, 1997, 1998, 1999, 2000)•Total de precipitação por década para cada mês (1996, 1997, 1998, 1999, 2000)•Quantidade de precipitação média mensal para 20 anos (1981-2000), repartida por décadas•Humidade Relativa média entre 9-12 h; 12-15 h: 15-18 h e humidade relativa nocturna entre 18-9 h de cada mês para 20 anos.
APLICAÇÃO DO MODELO EPI-MÍLDIO DA VIDEIRA À REGIÃO APLICAÇÃO DO MODELO EPI-MÍLDIO DA VIDEIRA À REGIÃO VITIVINÍCOLA DOS BISCOITOSVITIVINÍCOLA DOS BISCOITOS
-30
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il
Abr
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Abr
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Abr
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Abr
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o
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Ago
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sto
Ago
sto
Simulação do Modelo EPI-Míldio- Campanha de 1996/97
Simulação do comportamento epidémico de Plasmopara viticola para a campanha de 1996/97.
FASE POTENCIALFASE POTENCIAL
A curva EPI dá-nos valores extremamente baixos, chegando a atingir valores de EPI abaixo do valor -20, o que à partida nos faz prever tratar-se de um ano sem míldio.
O primeiro valor de EPI da fase potencial em Outubro (-6,56) encontra-se abaixo da zona crítica, mas relativamente perto desta, o que nos deixou na expectativa sobre a sua evolução futura.
Com estas condições e nesta altura, parece ser muito reduzida a probabilidade da ocorrência de míldio neste ano.
Todavia, existe sempre a possibilidade de ocorrer uma subida muito acentuada da capacidade infecciosa do parasita atingindo a zona crítica (-5<EPI<0) durante o decorrer da fase cinética e consequentemente podemos assistir ao estabelecimento de infecções.
No entanto, para o valor seguinte (-16,93), relativo ao mês de Novembro, sofre uma descida muitíssimo acentuada que coloca o valor de EPI muito longe da zona crítica
-30
-20
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0
10
20O
ut
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Ago
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Simulação do Modelo EPI-Míldio- Campanha de 1996/97
Fase cinéticaFase cinética
Nesta fase, que tem início nos princípios do mês de Abril, há uma subida muito ligeira do valor do EPI e nos primeiros dez dias deste mês os valores de EPI são praticamente constantes, situando-se, no entanto muito longe da zona crítica e como tal, a situação revela-se como não sendo preocupante.
A meio do mês Abril assiste-se a uma subida do EPI até finais de Maio, chegando mesmo a atingir o valor –10,85.
Assim, pela evolução registada na curva traçada com base nos valores de EPI durante esta campanha não seria necessário executar qualquer intervenção fitossanitária.
-30
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20O
ut
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il
Abr
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Abr
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Mai
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Mai
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o
Junh
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o
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sto
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sto
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sto
Ago
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Através da análise do traçado da curva EPI ao longo de toda a campanha, podemos dizer que tanto para a fase potencial como para a fase cinética os valores de EPI, encontram‑se muito abaixo da zona crítica.
Como tal, o grau de incidência previsto da doença é muitíssimo fraco, pelo que não será necessário aconselhar a realização de qualquer tratamento para o combate ao míldio.
No caso da vinha não tratada os ataques de míldio chegaram a ser muito intensos principalmente por altura da Floração da vinha, diminuindo apenas pelo Pintor. Perante estes resultados, não restam dúvidas de que o modelo não foi eficaz e que este terá de ser corrigido, para se poder aplicar de forma mais correcta a esta região.
Validação do modeloValidação do modelo
O ano simulado foi classificado, tendo em atenção o resultado das observações efectuadas como um ano médio em termos de ataque de míldio o que não corresponde ao resultado que o modelo indicia e deixaria antever um ano sem ataques de míldio.
De facto, observou-se um completo desajustamento entre a informação fornecida pelo modelo e o que se verificou na realidade porque, pois embora os ataques de míldio não tenham sido muito intensos nas vinhas sujeitas a tratamentos, mesmo assim estes apareceram com um grau de intensidade médio.
APLICAÇÃO DO MODELO EPI-MÍLDIO DA VIDEIRA À REGIÃO APLICAÇÃO DO MODELO EPI-MÍLDIO DA VIDEIRA À REGIÃO VITIVINÍCOLA DOS BISCOITOSVITIVINÍCOLA DOS BISCOITOS
Apreciação qualitativa dos resultados fornecidos pelo modelo EPI- míldio ao
longo das várias campanhas vitivinícolas estudadas
Ano Grau de Incidência do
míldio
Previsão do EPI-
míldio
Grau de ajustamento
do EPI- míldio
1996/97 Médio Nulo Não se ajustou
1997/98 Médio Fraco-médio Ajustou-se
1998/99 Fraco NuloAjustado com
reservas
1999/00 Fraco NuloAjustado com
reservas
PARTE II- Trabalho ExperimentalPARTE II- Trabalho ExperimentalCapítulo 6Capítulo 6
CORRECÇÕES A INTRODUZIR NO MODELO EPI-CORRECÇÕES A INTRODUZIR NO MODELO EPI-MÍLDIO PARA UMA MELHOR APROXIMAÇÃO À MÍLDIO PARA UMA MELHOR APROXIMAÇÃO À
REALIDADE DA EVOLUÇÃO DESTA DOENÇA NAS REALIDADE DA EVOLUÇÃO DESTA DOENÇA NAS VINHAS DE VERDELHO DOS BISCOITOSVINHAS DE VERDELHO DOS BISCOITOS
Para mais, mesmo nos anos em que os viticultores dizem que esta doença não aparece é natural que esta possa ter ocorrido mas a níveis muito incipientes e que poderia ter maior expressão se não
fossem os tratamentos fitossanitários realizados na sua prevenção.
CORRECÇÕES A INTRODUZIR NO MODELO EPI-MÍLDIO PARA UMA MELHOR CORRECÇÕES A INTRODUZIR NO MODELO EPI-MÍLDIO PARA UMA MELHOR APROXIMAÇÃO À REALIDADE DA EVOLUÇÃO DESTA DOENÇA NAS VINHAS APROXIMAÇÃO À REALIDADE DA EVOLUÇÃO DESTA DOENÇA NAS VINHAS
DE VERDELHO DOS BISCOITOSDE VERDELHO DOS BISCOITOS
No ano de 1997 a simulação fornecida pelo modelo foi completamente desajustada da realidade.
Nos restantes anos, o modelo parece ajustar-se mais no entanto, parece pecar por defeito ao indicar sempre uma menor probabilidade de ocorrerem ataques de míldio do que é depois é constatado na realidade no campo.
CORRECÇÕES A INTRODUZIR NO MODELO EPI-MÍLDIO PARA UMA MELHOR CORRECÇÕES A INTRODUZIR NO MODELO EPI-MÍLDIO PARA UMA MELHOR APROXIMAÇÃO À REALIDADE DA EVOLUÇÃO DESTA DOENÇA NAS VINHAS APROXIMAÇÃO À REALIDADE DA EVOLUÇÃO DESTA DOENÇA NAS VINHAS
DE VERDELHO DOS BISCOITOSDE VERDELHO DOS BISCOITOS
De facto, se simularmos o comportamento do EPI- míldio durante a fase cinética no ano de 1997, considerando uma temperatura média diária superior em 1º C, relativamente à temperatura média diária registada nas Lajes, verificamos que os valores de EPI variam bastante, especialmente a partir do mês de Julho, traduzindo-se isso numa possibilidade efectiva de ocorrência de míldio.
Esta aparente “previsão por defeito” resultante do modelo pode ser explicada pelo facto dos dados climáticos de que dispomos serem referentes às Lajes.
Nas Lajes as condições climáticas são diferentes das que ocorrem na freguesia dos Biscoitos, que possui um microclima muito próprio.
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Comparação da simulação do comportamento epidémico de P. viticola para a campanha de 1997/98 realizada com os dados de Temperatura média diária das Lajes (linha azul do gráfico) e considerando o aumento geral de 1º C (linha rosa do gráfico).
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Para além deste aumento da temperatura média diária que é possível ver considerado para o microclima dos Biscoitos e que como sabemos é favorável à evolução da doença do míldio temos de considerar uma concomitante redução da humidade relativa diária que corresponde uma situação mais desfavorável para a evolução desta doença.
Após várias simulações em que se manteve a temperatura média diária constante e se fez variar a humidade relativa diária e vice versa, verificámos que o efeito registado ao nível do aumento dos valores de EPI perante um aumento da temperatura é maior que o efeito de diminuição desses valores como resultado da quebra da humidade relativa diária.
Isto é, o modelo EPI- míldio, nos Biscoitos, parece ser mais influenciado e de forma mais determinante pela temperatura do que pela humidade relativa diária.
CORRECÇÕES A INTRODUZIR NO MODELO EPI-MÍLDIO PARA UMA MELHOR CORRECÇÕES A INTRODUZIR NO MODELO EPI-MÍLDIO PARA UMA MELHOR APROXIMAÇÃO À REALIDADE DA EVOLUÇÃO DESTA DOENÇA NAS VINHAS APROXIMAÇÃO À REALIDADE DA EVOLUÇÃO DESTA DOENÇA NAS VINHAS
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GOMES (2000) no seu estudo de aplicação do modelo EPI- míldio na Região da Bairrada introduziu uma alteração no processo de cálculo do modelo inicial com o objectivo de obter um melhor ajustamento do modelo à realidade verificada nessa Região.
Esta adaptação denominada de 2ª versão do modelo EPI- míldio consistiu em não considerar valores de EPI, tanto na fase Potencial como na fase Cinética abaixo de –20. Assim, tanto para o EPI mensal referente à fase potencial, quer o EPI diário, na fase cinética, sempre que um determinado valor encontrado é inferior a –20, esse valor não é considerado sendo substituído pelo valor limite de – 20.
Na tentativa de validar o modelo à realidade dos Biscoitos fez-se a simulação do EPI utilizando esta adaptação proposta por GOMES (2000) só para as campanhas de 1998/99 e 1999/00, pois a campanha de 1997/98 nunca apresentou valores de EPI inferiores a –20 pelo que não foi considerada nesta nova simulação do modelo. A simulação da campanha de 1996/97 também não foi considerada pois só no mês de Fevereiro se registou um valor de EPI de –20,6, e a alteração deste valor para –20 não provocaria alterações significativas nesta altura na época do ano onde se
regista pelo que também não foi feita a sua simulação.
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Comparação da simulação do comportamento epidémico de P. viticola para a campanha de 1998/99 consentindo valores de EPI inferiores a –20 -1ª Versão do modelo (linha azul do gráfico) e tendo como limite os –20 -2ª Versão do modelo (Linha rosa do gráfico).
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Comparação da simulação do comportamento epidémico de P. viticola para a campanha de 1999/00 consentindo valores de EPI inferiores a –20 -1ª Versão do modelo (linha azul do gráfico) e tendo como limite os –20 -2ª Versão do modelo (Linha rosa do gráfico).
CORRECÇÕES A INTRODUZIR NO MODELO EPI-MÍLDIO PARA UMA MELHOR CORRECÇÕES A INTRODUZIR NO MODELO EPI-MÍLDIO PARA UMA MELHOR APROXIMAÇÃO À REALIDADE DA EVOLUÇÃO DESTA DOENÇA NAS VINHAS APROXIMAÇÃO À REALIDADE DA EVOLUÇÃO DESTA DOENÇA NAS VINHAS
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Na campanha de 1999/00 não houve alteração relativamente às considerações desenvolvidas anteriormente na 1ª Versão do modelo confirmando a realidade da não ocorrência de míldio. Pode ainda afirmar-se que relativamente à 2ª versão do modelo o andamento do EPI é semelhante ao da 1ª versão, mas mais acentuado.
CORRECÇÕES A INTRODUZIR NO MODELO EPI-MÍLDIO PARA UMA MELHOR CORRECÇÕES A INTRODUZIR NO MODELO EPI-MÍLDIO PARA UMA MELHOR APROXIMAÇÃO À REALIDADE DA EVOLUÇÃO DESTA DOENÇA NAS VINHAS APROXIMAÇÃO À REALIDADE DA EVOLUÇÃO DESTA DOENÇA NAS VINHAS
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Pode dizer-se que a 2ª versão do modelo “agrava” os resultados de EPI principalmente à saída da fase potencial, sendo assim mais “pessimista” que a 1ª versão pelo que tendo em atenção o objectivo da sua utilização futura do modelo poderá ser mais segura que a 1ª versão e como tal menos susceptível de fornecer erros, aproximando-se com maior facilidade da realidade.
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Simulação do comportamento epidémico de P. viticola para as várias campanhas considerada no estudo consentindo valores de EPI inferiores a –20 -1ª Versão do modelo (linha azul do gráfico) e tendo como limite os –20 -2ª Versão do modelo (Linha rosa do gráfico).
CORRECÇÕES A INTRODUZIR NO MODELO EPI-MÍLDIO PARA UMA MELHOR CORRECÇÕES A INTRODUZIR NO MODELO EPI-MÍLDIO PARA UMA MELHOR APROXIMAÇÃO À REALIDADE DA EVOLUÇÃO DESTA DOENÇA NAS VINHAS APROXIMAÇÃO À REALIDADE DA EVOLUÇÃO DESTA DOENÇA NAS VINHAS
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Se considerarmos a simulação do EPI para todos os anos considerados, tendo em conta a aplicação da 2ª Versão do modelo podemos constatar há uma clara diminuição na variação brusca que se verificava entre as várias campanhas, o que parece, no nosso entender adaptar-se melhor à realidade. De facto, as condições de Setembro não nos parecem tão adversas ao míldio, comparativamente a Agosto de modo a que sejam responsáveis por uma redução tão grande na capacidade organizativa do fungo como transparece dos resultados da 1º versão do modelo.
CONCLUSÕESCONCLUSÕES
CONCLUSÕESCONCLUSÕES
Analisando os resultados obtidos relativamente à aplicação do modelo EPI- míldio aos Biscoitos, ao longo das várias campanhas vitivinícolas consideradas, verificamos que estes se apresentam entusiasmantes. De facto, as várias curvas de EPI traçadas para os vários anos em estudo, traduzem com relativa fiabilidade o comportamento epidémico do míldio, havendo uma boa aproximação à realidade.
Dentro das cinco campanhas estudadas, a curva traçada para a campanha de 1996/97 inicialmente não nos satisfez mas, posteriormente, e considerando a influência no modelo de qualquer aumento da temperatura média diária, esta situação foi colmatada.
Da aplicação inicial do modelo resultaram valores que classificámos na altura como “previsão por defeito”. Isto é, o modelo simula uma possibilidade do aparecimento de doença inferior à que se verifica na realidade. Esta situação pode ser explicada, no nosso entender, pelo facto dos dados climáticos de que dispomos serem referentes às Lajes. Nas Lajes as condições climáticas são diferentes das que ocorrem junto às cepas da freguesia dos Biscoitos, as quais constituem um microclima muito próprio. É portanto fundamental a instalação de uma estação climática automática nos Biscoitos, se houver pretensão de continuar com o processo de aplicação do modelo aos Biscoitos.
CONCLUSÕESCONCLUSÕES
Ainda para se conseguir uma correcta validação do modelo EPI –míldio aos Biscoitos, concluímos que é necessário corrigi-lo de forma a não considerar valores inferiores a –20, simulação que designámos neste estudo por 2ª Versão do modelo EPI, diminuindo assim o efeito de se considerar uma variação brusca na capacidade organizativa do míldio, na transição da fase Cinética para a fase Potencial.
Outra conclusão retirada deste estudo é a importância que há em reter o máximo de informação acerca do desenvolvimento epidémico de Plasmopara viticola ao longo das campanhas futuras, para que o acompanhamento da realidade permita complementar futuras validações.
Concluí-se que em aplicações futuras é indispensável incluir, como testemunha, uma vinha não sujeita a tratamentos de forma a permitir uma avaliação mais correcta da evolução desta doença.
CONSIDERAÇÕES CONSIDERAÇÕES FINAISFINAIS
CONSIDERAÇÕES FINAISCONSIDERAÇÕES FINAIS
A realização de um inquérito foi no nosso entender muito importante pois, para além de permitir a obtenção de alguma informação permitiu um primeiro contacto com os viticultores que conduziu ao estabelecimento de relações de mútua confiança e, ao mesmo tempo, constituiu uma primeira apresentação do próprio modelo EPI.
O acompanhamento das seis vinhas, complementado com a análise dos inquéritos, permitiu adaptar o quadro proposto por JÚLIO e LAVADINHO, em 1988, onde se indicava as principais pragas, doenças e infestantes encontradas na vinha para Portugal Continental, à vinha dos Biscoitos, agrupando e definindo pela primeira vez quer os seus inimigos chave, quer os seus inimigos ocasionais.
Naturalmente com todas as restrições que um único ano de recolha de dados leva a que os resultados obtidos neste estudo, não deverão ser interpretados pela não existência nesta região dos restantes problemas fitossanitários, já que se tratou de um estudo limitado no tempo a apenas abarcando um único ano servindo, no entanto, de mais um contributo para futuros estudos necessariamente mais completos e com maior duração temporal que possam vir a complementar e a confirmar os dados agora recolhidos.
CONSIDERAÇÕES FINAISCONSIDERAÇÕES FINAIS
À “posteriori” entendemos que o número de vinhas acompanhadas neste trabalho por um lado foi exagerado relativamente ao necessário para aplicação e validação do modelo EPI mas, por outro lado mostrou-se útil para a caracterização dos principais problemas fitossanitários que ocorreram nos Biscoitos, nesse ano.
Podemos verificar que a aplicação do modelo EPI- Míldio forneceu resultados entusiasmantes porque a curva EPI traçada, para a maioria dos anos estudados, traduziu satisfatoriamente o comportamento epidémico de P. viticola, pelo que se obteve uma boa aproximação à realidade, principalmente depois de terem sido introduzidas as duas adaptações de validação (aumento da temperatura média diária e eliminar do cálculo os valores de EPI inferiores a –20).
Achamos que caso haja vontade em prosseguir este tipo de estudos é fundamental o investimento numa estação automática local, a ser instalada nesta zona e que permita o fornecimento de dados diários para o cálculo da Fase Cinética e que também permitisse aferir as médias de 20 anos da estação das Lajes para o cálculo da Fase Potencial.
CONSIDERAÇÕES FINAISCONSIDERAÇÕES FINAISA validação dos dados de EPI nas campanhas de 1997/98, 1999/00 e 2000/01 deve fazer-se com algumas reservas pois não foi feito o acompanhamento da evolução do míldio no campo e a prática indica que há que reter o máximo de informação acerca do desenvolvimento epidémico de P. viticola ao longo da campanha para que o acompanhamento da realidade permita complementar a realização de futuras validações.
Será sempre também extremamente importante reservar em futuros trabalhos uma área de vinha que não seja sujeita a nenhum tratamento, à semelhança do registado neste estudo, de forma a permitir uma avaliação mais correcta da evolução da doença. Esta vinha não tratada deverá, contrariamente ao que aconteceu neste estudo, ter um restante maneio semelhante às vinhas ditas tratadas, de forma a que haja uma maior uniformidade em termos de desenvolvimento fenológico.
CONSIDERAÇÕES FINAISCONSIDERAÇÕES FINAIS
Como esta vinha não foi sujeita a tratamentos fitossanitários tornou-se de difícil obtenção junto dos proprietários por isso achamos que deverá ser implementado um campo experimental de demonstração para a vinha, à semelhança do que é comum em Portugal Continental e onde pudessem ser estudadas técnicas expeditas de estimativa de risco, não só para o míldio, com para o oídio e podridão cinzenta.
Assim, a médio prazo poder-se-ia proporcionar ao viticultor desta região um conjunto de informações que lhe permita em particular uma escolha mais criteriosa da altura ideal de intervenção fitossanitária, com poupança, em termos económicos, através da redução do número elevado de tratamentos tradicionalmente utilizados e com vantagens óbvias em termos de eficácia de aplicação, ambientais e de segurança do consumidor, podendo ainda constituir ainda uma base para a implementação e funcionamento de uma estação de aviso naquela zona para apoio aos viticultores locais.
CONSIDERAÇÕES FINAISCONSIDERAÇÕES FINAIS
Pensamos que este estudo constitui, de facto, uma primeira abordagem a este tema e como tal tem essa virtude mas deverá preconizar-se um período de observação por mais tempo ou mais longo para se ter alguma consistência nos resultados obtidos e assim tirar partido de todas as vantagens da sua aplicação. Estes parecem transparecer deste estudo e poder-se-á testar simultaneamente outros modelos que também estão actualmente a ser testados em outras zonas do País.
Esperamos que este trabalho seja um ponto de partida para estudos posteriores, nomeadamente noutros pontos dos Açores, em especial na Graciosa e no Pico, para o respectivo alargamento a curto ou médio prazo da aplicação do modelo EPI‑ míldio a toda a região.
FIM
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