A TEORIA DA TROFOBIOSE - Projeto Vida no Campo · 2009. 5. 27. · Equilíbrio Biológico Na...

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A TEORIA DA TROFOBIOSE

DE FRANCIS CHABOUSSOU

NOVOS CAMINHOS PARA UMA AGRICULTURA SADIA

TROFOBIOSE

Trofo - quer dizer alimento

Biose - quer dizer existência de vida

Portanto, Trofobiose quer dizer: “todo e qualquer ser vivo só sobrevive se houver alimento adequado disponível para ele”

Então, p. ex., uma planta só será atacada por um inseto ou microrganismos, quando tiver na sua seiva, exatamente o alimento que eles precisam

Este alimento é constituído geralmente por aminoácidos, que são produzidos em excesso quando tratamos a planta de maneira errada

Portanto um vegetal bem alimentado e manejado considerando todas as suas necessidades e equilíbrios, dificilmente será atacado por "pragas e "doenças". As ditas pragas e doenças, morrem de fome numa planta equilibrada.

Equilíbrio Biológico

Na agricultura se chama de equilíbrio biológico o controle que é feito por predadores e parasitas, no controle do crescimento da população de insetos, ácaros, nematóides, fungos, bactérias e vírus.

Podemos citar, como exemplos, os casos de:– Pulgão (praga), controlado por Joaninha (predador)– Lagarta-da-soja (praga), controlada por Baculovirus (parasita)

Esse equilíbrio é importante para manter, em um nível que não cause dano econômico, as populações de “pragas” e “doenças” nas lavouras.

Mas, não é somente a morte dos inimigos naturais que causam o aumento de pragas e doenças nas lavouras.

– A) A resistência ou sensibilidade da planta ao ataque de insetos e microrganismos está ligada ao uso ou não de agrotóxicos e adubos e aos tratos culturais

– B) As pragas e doenças só atacam as plantas que foram maltratadas de alguma forma

– C) Essas plantas maltratadas têm, na sua seiva, os produtos livres (principalmente aminoácidos) que os insetos e doenças precisam para se alimentar e viver

1ª Conclusão

Podemos trocar o nome de pragas e doenças para indicadores de mau manejo

Insetos, ácaros, nematóides, fungos, bactérias e vírus são a consequência e não a causa do problema

Explicação

Síntese de proteínas: Proteossíntese;

– Enzimas que são responsáveis por processos importantes da planta;

– Quando na ausência ou excesso de alguns nutrientes, perdem sua capacidade de catalisar as reações, diminuindo sua eficiência.;

Inibe-se o processo de proteossíntese, que é a formação de proteínas, ocorrendo o acúmulo de aminoácidos, açucares redutores, esteróis, vitaminas e outras substâncias simples livres e solúveis no tecido vegetal;

• Desta forma algumas substâncias ficam acumuladas na planta e servem de alimentos para os insetos;

Este acúmulo de produtos solúveis favorece e atrai a alimentação por parte de insetos, ácaros, nematóides, fungos e bactérias;

Possuem poucas enzimas e estas apenas conseguem digerir substâncias simples presentes na seiva da planta;

Assim, não é devido à qualquer efeito tóxico dos compostos fenólicos que exerce a resistência, mas sim como conseqüência de uma carência de elementos nutricionais solúveis;

Fatores que influenciam a resistência das plantas

Espécie ou variedade da planta– Adaptação genética;

A idade da parte da planta– Plantas na fase de floração, assim como folhas muito jovens ou

muitos velhas são mais atacadas por insetos; Solos

– Fertilidade; Luminosidade

– Falta de sol provoca uma diminuição da atividade fotossintética, provocando o aumento de insetos e doenças;

Umidade– Falta ou excesso de umidade provocam o aumento da população

de insetos e doenças; Tratos culturais

– Capinas, lavrações e gradagens; Adubos químicos (sais solúveis concentrados)

– Produtos, como uréia, cloreto de potássio, superfosfatos e NPK provocam a alteração do metabolismo das plantas;

Agrotóxicos– A aplicação de agrotóxicos afeta a resistência das plantas;

Adubos orgânicos– Aumentam a proteossíntese nas plantas;

Adubos minerais de baixa solubilidade;– Tornam-se gradativamente disponíveis para a absorção pelas

raízes, aumentando a proteossíntese;

Defensivos naturais– Exercem uma ação benéfica sobre o metabolismo da planta;

Efeitos dos agrotóxicos sobre as plantas

Entrada nas plantas;

Diminuem a respiração, transpiração e fotossíntese;

Selecionam organismos resistentes;

Ação indireta sobre micro e macro fauna do solo;

Efeito de adubos concentrados sobre as plantas

Absorção descontrolada;

Desequilíbrio nutricional;

Mudança nos padrões químicos e físicos do solo;

Ação indireta sobre microrganismos do solo;

Proteção das plantas pelo aumento da proteossíntese

Aminoácidos livres;

Formação de toxinas;

Necessidades tróficas do patógeno;

Vigor;

Dificuldade no aproveitamento de nutrientes;

Matéria Orgânica e a resistência das plantas

Água no solo;

Disponibilidade de nutrientes para micro e macro fauna do solo;

Maior equilíbrio na disponibilidade de nutrientes para plantas;

Melhoria das características físicas e químicas do solo;

Métodos de agricultura regenerativa ou ecológica

A agroecologia proporciona as bases científicas para apoiar processos de transição para agriculturas “sustentáveis ”ou de “base ecológica”em suas diversas manifestações ou denominações (Biológica, Orgânica, Regenerativa, Ecológica, Biodinâmica)

A agricultura ecológica ou regenerativa vem como uma alternativa nessa transição e para praticá-la deve ser realizado um conjunto de praticas de manejo eficiente e correto.

Adubação verde

Cultivo de plantas que enriqueçam o solo, com nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, enxofre e micronutrientes.

Aumenta a disponibilidade desses nutrientes, através da ação de microorganismos que se associam as plantas.

As plantas de adubação verde devem ser rústicas e bem adaptadas a cada região para que descompactem o solo com suas raízes vigorosas e produzam grande volume de massa verde para melhorar a matéria orgânica, a melhor fonte de nutrientes para a planta.

Adubação mineral

Adubações moderadas de cálcio, fósforo, potássio e magnésio, com produtos de solubilidade lenta, como pó de rochas e restos de mineração.

Adubação orgânica

Uso de esterco curtido, compostos fermentados, cobertura morta, ricos em microorganismos úteis, macro e micro-nutrientes, antibióticos naturais e substâncias de crescimento.

Em solos com elevada atividade biológica, pode-se usar esterco fresco, e vegetais não decompostos, que podem ser deixados, na superfície do solo ou incorporados (no máximo 5 a 8 cm de profundidade).

Evitar adubos químicos

Adubos químicos com alta solubilidade, matam os organismos úteis do solo devido a acidez e salinidade.

Desequilibram a fisiologia das plantas, pois devido a alta concentração, entram na seiva pela pressão da água, não deixando a planta regular a quantidade e o que está precisando absorver.

Adubos químicos viciam as raízes que tornam-se atrofiadas e não se desenvolvem.

Este processo resulta em desequilíbrio fisiológico da planta, deixando-a suscetível aos parasitas.

Não usar agrotóxicos

Agrotóxicos contaminam os alimentos com resíduos, intoxicam e matam animais e pessoas.

Deixam plantas menos resistentes ao ataque de insetos, ácaros, nematóides, fungos, bactérias e vírus.

Utilização de plantas especificas, que sirvam como repelente a insetos, ou plantas que forneçam efeito alelopático sobre determinados fungos e bactérias, auxiliando no controle dos mesmos.

É comum que logo depois de uma aplicação de agrotóxicos as plantas sofram ataques ainda mais fortes, obrigando o agricultor a recorrer a venenos mais fortes ainda.

Usar defensivos naturais

Produtos que estimulam o bom desenvolvimento da planta, quando pulverizados ou polvilhados sobre ela.

– Ex:esterco liquido fermentado, enriquecido com macro e micronutrientes.

– Esterco liquido fermentado enriquecido com ervas nativas, água de vermicomposto, cinzas, soro de leite diluído, enxofre, calda bordalesa, calda sulfocálcica, etc.

Utilização de produtos a base de extratos vegetais de rápida degradação, como piretro, calda de fumo, timbó ou óleo mineral, somente em casos de emergência.

Consorciação e rotação de culturas

Uso de plantas de diferentes famílias com diferentes necessidades nutricionais e diferentes tipos de raízes para que façam uma complementação entre si.

Uso de plantas que forneçam alta quantidade de matéria verde, retirem minerais das camadas mais profundas do solo.

Uso de plantas consideradas daninhas, mas que possam servir como indicadoras das condições do solo.

Reciclagem de resíduos

Utilização de técnicas brandas e baratas, com insumos produzidos na propriedade ou próximo a ela.

Uso de resíduos de engenhos, serrarias, matadouros, olarias, que geralmente são jogadas em arroios e nascentes, que poderiam enriquecer o solo.

Observação da natureza e aprendizado permanente de suas lições

Devemos aprender a dialogar com a natureza, observar seus indicadores biológicos e trabalhar junto com ela, a favor de nossas culturas.

O agricultor conhece e deve conhecer cada vez mais os sinais da natureza. Ele deve saber que quando aparecem muitos insetos, ou determinado tipo de erva nativa, é devido a algum tipo de desequilíbrio ou alguma carência. Neste caso, o certo é corrigir o desequilíbrio, ao invés de matar os insetos ou eliminar a erva, pois devemos eliminar a causa do problema e não apenas suas conseqüências.

A terra se cobre daquilo que é melhor para ela: se tem samambaia é porque o solo é ácido; guanxuma é porque o solo está compactado; o cabelo de porco indica exaustão de cálcio etc. Isto tudo significa que, conhecendo estes e outros sinais da natureza, as práticas de manejo utilizadas pelo agricultor virão em benefício da natureza e não contra ela.

Considerações Finais

Solo– Base de toda a produção– Organismo vivo– Devemos dar a esse ser vivo todas as condições

para que as plantas nele manejadas possam se desenvolver bem. Estimular ao máximo a vida do solo

Ações mal feitas

Adubação química solúvel concentrada Falta de M.O Falta ou excesso de água Falta de Luz Uso de agrotóxicos Tratos culturais errados

– Haverá uma reação natural na forma de ataque de organismos (insetos, ácaros, nematóides), indicando erro no manejo.

Para prevenir esses ataques, deve – se fornecer às plantas uma alimentação saudável e equilibrada, e a forma mais fácil e barata é a adubação orgânica.

No conceito da Trofobiose, as plantas adquirem o máximo de resistência biológica através de nutrição (trofos) equilibrada. É necessário que:

– o solo esteja em equilíbrio dinâmico– o meio ambiente seja mais estável– plantas selecionadas e adaptadas para poderem suportar as

alterações fora de tempo ocasionadas pelo desenvolvimento meteorológico e nas fases fenológicas críticas do crescimento e do desenvolvimento

O Super-Magro leva como base o melaço de cana, matéria orgânica como o esterco de gado, leite, maçã moída ou raiz de mandioca, ou todos juntos e mais nove sais minerais macronutrientes secundários e micronutrientes, todos submetidos a fermentação.

Com o Super-Magro também podem ser associadas caldas clássicas como

– calda bordaleza– calda sulfocálcica– silicato de potássio– calda sílico sulfocálcica– iodo– cinzas de leguminosas– casca de arroz– adição de sais minerais sem fermentação.

Com a nutrição equilibrada dos vegetais, acompanhada da correção com o Super-Magro, chegou-se ao controle de enfermidades até então consideradas "tabus" na agricultura:

– sarna da macieira– a sarna do pessegueiro – controle das podridões amarga e parda– controle da mosca das frutas– controle do ácaro das frutíferas

Muitos pesquisadores fizeram estudos e só agora, começam a ser divulgadas e conhecidas as qualidades importantes do composto Super Magro, como:

– Ação oxi-redutiva– desintoxicante– de vacina – nutricional, principalmente via enzimas e coenzimas capazes de

atribuir ao vegetal condições de regenerar tecidos

Mais importante do que "tratar" das doenças é atentar ao estado nutricional das plantas (Chaboussou, 1987).

As principais fontes alimentares dos predadores e parasitas das plantas são substâncias de alta solubilidade presentes nos tecidos vegetais,

– açúcares solúveis– aminoácidos livres

A aplicação de agrotóxicos provoca nas plantas um estado de desordem metabólica que desregula os mecanismos de proteólise (quebra de proteínas) e proteossíntese (síntese de proteínas) nos tecidos vegetais.

Em conseqüência, sobram nutrientes na seiva das plantas. Como se sabe, nem todas as pragas são eliminadas pelos agrotóxicos. Muitos insetos, ácaros, fungos e bactérias adquirem resistência após sucessivas aplicações e passam a sugar das plantas uma seiva "enriquecida" com substâncias nutritivas que viabiliza a rápida proliferação das pragas e doenças.

Após estudar esse processo, Chaboussou afirmou que a maioria das moléstias das plantas são iatrogênicas (Doenças que se originam do tratamento de outras doenças)

Dentre as alternativas, a compostagem de matéria orgânica de origem animal continua sendo amplamente empregada, não apenas por suas vantagens nutricionais, mas também por seus benefícios para a estrutura dos solos.

Além dos biofertilizantes, outras formas de incorporação de matéria orgânica aos solos vêm sendo utilizadas, tais como: as tortas de mamona e de outros vegetais, a manutenção da cobertura morta sobre os solos e o plantio de leguminosas como "adubos verdes".

Outra alternativa, ainda cercada de muita polêmica, é a utilização do lodo dos esgotos domésticos como fertilizante orgânico. O fertilizante pronto poderia chegar aos agricultores pela metade do preço pago pela torta de mamona.

Mas este produto estaria, comprovadamente, livre da contaminação de metais pesados nocivos ao ambiente e à saúde humana?

bibliografia

http://www.arvore.com.br/artigos/htm_2002/ar0611_1.htm

http://www.atech.br/agenda21.as/workshop/work016.htm