ABORDAGEM QUALITATIVA Professor : Denis Naiff dnaiff@ufrrj.br

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ABORDAGEM QUALITATIVA

Professor : Denis Naiff

dnaiff@ufrrj.br

4 dimensões do processo de pesquisa

PRINCÍPIOS DE DELINEAMENTO

GERAÇÃO

DE

DADOS

ANÁLISE

DE

DADOS

INTERESSES

DOCONHECIMENTO

PRESSUPOSTOS EPISTEMOLÓGICOS PRAGMATISMO – a verdade é útil, o

que conduz ao êxito, ao sucesso POSITIVSMO – a verdade são os fatos

verificados MATERIALISMO DIALÉTICO – critério

de verdade utilizado é a prática social FENOMENOLOGIA – visa descrever e

não analisar. O caráter do que é verdadeiro depende do indivíduo

COMPARANDO QUALI E QUANTI

QUESTÃO QUANTITATIVO QUALITATIVO

Natureza da realidade?

Objetiva e singular , independe do pesquisador

Subjetiva e múltipla como vista pelos participantes do estudo

Relacionamento do pesquisador e do seu objeto

Independente daquilo que está sendo pesquisado

Interage com o que está sendo pesquisado

Papel dos valores

Livre de valores e tendências Valores são considerados

Linguagem da pesquisa

Linguagem formal, utiliza palavras quantitativas aceitas

Linguagem informal, envolvendo decisões, voz pessoal, aceita palavras qualitativas

Processo da pesquisa

Processo dedutivo, causa e efeito, generalizações conduzindo a predição, explicação e entendimento

Processos indutivo, aspectos mútuos de fatores, design emergente – as categorias são identificadas durante o processo de pesquisa, dentro do contexto

Pressuposto teórico

positivismo Fenomenologia

O PARADIGMA QUALITATIVO NA DÉCADA DE 80

Definição de Patton (1986) Principal característica das pesquisas qualitativas é

o fato de que essas seguem a tradição “compreensiva” ou interpretativa. Isto significa que partem do pressuposto de que as pessoas agem em função de suas crenças, percepções, sentimentos e valores e que seu comportamento tem sempre um sentido, um significado que precisa ser desvelado.

3 CARACTERÍSTICAS DA ABORDAGEM QUALITATIVA

VISÃO HOLÍSTICA – a compreensão do significado de um comportamento ou evento só é possível em função das inter-relações que emergem de um dado contexto

ABORDAGEM INDUTIVA – parte de observações mais livres, deixando que dimensões e categorias de interesse apareçam progressivamente durante os processos de coleta e análise de dados

INVESTIGAÇÃO NATURALÍSTICA – intervenção do pesquisador no contexto observado é reduzido ao máximo

DISCUSSÕES ATUAIS SOBRE PESQUISAS QUALI E QUANTI

Bryman (1992) – 11 caminhos que favorecem a TRIANGULAÇÃO das abordagens:

1. Verificação de exemplos de resultados quali em comparação com resultados quanti

2. A pesquisa quali pode apoiar a quanti3. A pesquisa quanti pode apoiar a quali4. Sendo combinadas podem fornecer um quadro

mais geral da questão em estudo5. Os aspectos estruturais são analisados com

métodos quanti e os aspectos processuais com métodos quali

DISCUSSÕES ATUAIS SOBRE PESQUISAS QUALI E QUANTI

6 – A perspectiva dos pesquisadores orienta as abordagens quanti, enquanto as pesquisa quali enfatiza os pontos de vista dos sujeitos

7 – o problema da generalização pode ser resolvido na pesquisa quali atrávés do acréscimo das descobertas quanti

8 – as descobertas quali deverão facilitar a interpretação das relações existentes entre as variáveis dos conjuntos de dados quanti

DISCUSSÕES ATUAIS SOBRE PESQUISAS QUALI E QUANTI

9 – A relação entre os níveis micro e macro de um ponto essencial pode ser esclarecida por meio da combinação entre pesquisa quali e pesquisa quanti

10 – Podendo a pesquisa quali e a pesquisa quanti ser apropriada a etapas distintas do processo de pesquisa

11 – formas híbridas que utilizam a pesquisa quali em planos quase-experimentais

CARACTERÍSTICAS DE UMA ABORDAGEM MISTA Incorporação das abordagens quanti e quali em

todas as etapas: Identificação do problema Coleta e análise Inferências finais

Incluiria a transformação e a análise dos dados por meio de uma outra abordagem ( de tanto que se misturou virou algo diferente)

(Tashakkon e Teddlie, 2003)

IMPORTANTE !

EXISTEM PESQUISAS BOAS E RUINS TANTO QUANTI QUANTO QUALI

ARGUMENTOS PRÓ E CONTRA

A representatividade da amostra é um argumento usado para alegar que somente dados quantitativos conduzem a resultados, no verdadeiro sentido da palavra, ao passo que dados qualitativos apenas ilustram.

Oervermann e cols(1979) – ao contrário, acredita que dados quanti são apenas atalhos econômicos de pesquisa para o processo de geração de dados, visto que, para esse autor, somente os métodos qualitativos são capazes de fornecer verdadeiras explicações científicas dos fatos

COMBINAÇÃO DE DADOS QUANTI E QUALI

TRANSFORMAÇÃO DE DADOS QUALI EM DADOS QUANTI Quantificando entrevistas

Crítica –tendência de pesqusadores usarem de forma esvaziada esse formato ( A maioria..., 5 de 7 disseram...)

TRANSFORMAÇÃO DE DADOS QUANTI EM QUALI Precisa de um método adicional

OS CRITÉRIOS DE QUALIDADE NA PESQUISA QUALITATIVA

PLAUSIBILIDADE SELETIVA- o uso de pedaços prototípicos de textos escolhidos pelo pesquisador para ilustrar a matéria pesquisada

OS CRITÉRIOS DE QUALIDADE NA PESQUISA QUALITATIVA

CONFIABILIDADE – adquire sua relevância enquanto critério de avaliação da pesquisa qualitativa apenas em contraste com o pano de fundo de uma teoria específica sobre o assunto em estudo e que trate da utilização de métodos.

Podem ser usadas outras estratégias ( exemplo estudo etnográfico e convenções nas notas de campo)

Em entrevistas pode se promover um treinamento com os entrevistadores

A discussão se resume a dois aspectos:

1. Explicar a gênese dos dados ( onde termina o sujeito e começa o pesquisador)

2. Checagem dos procedimentos de coleta e de produção do texto

OS CRITÉRIOS DE QUALIDADE NA PESQUISA QUALITATIVA

VALIDADE

Um estudo tem validade interna se estiver livre de contaminação de variáveis extrínsecas. Essa validade é muito importante, sem ela um estudo não tem como apresentar resultados claros e passíveis de interpretação

Um estudo tem validade externa se existe possibilidade de generalização da relação causal para outras populações, ambientes e épocas.

OS CRITÉRIOS DE QUALIDADE NA PESQUISA QUALITATIVA

FIDEDIGNIDADE - possibilidade de replicação dos resultados

OS PLANOS BÁSICOS NA PESQUISA QUALITATIVA

MEIOS PARA A REALIZAÇÃO DOS OBJETIVOS DA PESQUISA

Estudos comparativos Estudos retrospectivos Instantâneos: análise da situação e do

processo no momento da pesquisa Estudos longitudinais

ESTUDOS COMPARATIVOS

Não tem objetivo de observar o caso como um todo, nem em sua complexidade

Buscar os aspectos semelhantes vividos por grupos diferentes

ESTUDOS RETROSPECTIVOS

Reconstrução do caso via pesquisa biográfica ou história oral. Etapa principal é a seleção dos informantes. Usa além das entrevistas outras fontes

ESTUDOS INSTANTÂNEOSanálise da situação e do processo no momento da pesquisa

Fornecer uma descrição das circunstancias no momento da pesquisa. Estudos etnográficos, por exemplo, utilizam esse desenho na medida em que registram e analisam eventos que ocorreram e como ocorreram no tempo real.

ESTUDOS LONGITUDINAIS

Vários períodos de coleta de dados. Principal característica é o de ser capaz de documentar as mudanças de opinião ou de ação por meio de ciclos de coleta repretidos.

TÉCNICAS DE COLETAS DE DADOS E ESTRATÉGIAS DE PESQUISA

OBSERVAÇÃO ESTUDO DE CASO ENTREVISTA ETNOGRAFIA PESQUISA AÇÃO GRUPO FOCAL

OBSERVAÇÃO

EM RELAÇÃO AO TIPO DE INTERAÇÃO Observação participante – vivenciar a perspectiva de

membro do grupo é fundamental para a compreensão de seus aspectos. O Observador assume um determinado papel dentro do grupo e participa das atividades que o caracterizam

Observação não participante – ao contrário do que ocorre na participante, o observador não se envolve com o contexto a ser observado, realizando suas observações à distância.

EM RELAÇÃO AO GRAU DE INTERAÇÃO Observação artificial – ocorre no contexto da

pesquisa experimental, na qual o pesquisador intervêm na situação, manipulando uma ou mais variáveis independentes e observando o comportamento dos indivíduos em resposta a essas manipulações

Observação naturalística

EM RELAÇÃO A FORMA DE REGISTRO ADOTADA Observação sistemática – implica na

adoção de uma série de decisões prévias Observação assistemática – procura

incluir tudo que está sendo observado nos registros

VANTAGENS E DESVANTAGENS DA OBSERVAÇÃO

Desvantagens1. Abrange apenas seus próprios limites temporais e

espaciais, isto é, eventos que ocorrem fora do período de observação não são registrados

2. É uma técnica pouco econômica, pois exige muitas horas

3. Geralmente requer alta dose de interpretação por parte do observador, levando a inferências incorretas

4. Presença do observador pode interferir na situação

Vantagens1. Independe do nível de conhecimento ou de

capacidade verbal dos sujeitos

2. Permite “checar” na prática a sinceridade de certas respostas

3. Permite identificar comportamentos não intencionais ou inconscientes e explorar temas desconfortáveis

4. Permite o registro do comportamento em seu contexto temporal-espacial

ESTUDO DE CASO

Meio de organizar os dados sociais preservando o caráter unitário do objeto social estudado. Uma abordagem que considera qualquer unidade social como um todo e inclui o desenvolvimento dessa unidade que pode ser uma pessoa, uma família, um grupo social, uma situação.

3 TIPOS DE ESTUDO DE CASO

1. DESCRITIVO – quando apresenta um relato detalhado de um fenômeno. Ilustra a complexidade da situação e os aspectos nela envolvidos

2. INTERPRETATIVO – além da descrição, busca encontrar padrões nos dados e desenvolver categorias conceituais que possibilitem interpretar os dados

3. AVALIATIVO – preocupação é gerar dados e informações de forma cuidadosa, empírica e sistemática, com o objetivo de apreciar o mérito e julgar os resultados e a efetividade do programa.(pesquisa aplicada)

QUANDA USAR O ESTUDO DE CASO A opção depende do problema de

pesquisa que orienta o processo investigativo

DECISÕES Onde observar? Quando observar? Quem observar? O que observar? Como observar?

PRINCIPAIS MÉTODOS DE COLETA

Possibilidades Documentos Registros em arquivos Entrevistas Observação direta Observação participante

3 principais Observação Entrevistas Documentos

Primários – produzidos por quem viveu o evento Secundários - pessoas que não estavam presentes na

ocasião da ocorrência

IMPORTANTE!!!!!!!

NO ESTUDO DE CASO É IMPORTANTE DECIDIR QUANDO OCORREU A SATURAÇÃO DOS DADOS, OU SEJA, UM PONTO A PARTIR DO QUAL A AQUISIÇÃO DE INFORMAÇÕES SE TORNA REDUNTANTE

ENTREVISTA Por ter natureza interativa, a entrevista permite

tratar de temas complexos que dificilmente poderiam ser investigados adequadamente através de questionários, explorando –os em profundidade.

Segundo livro: PESQUISA QUALITATIVA EM ESTUDOS ORGANIZACIONAIS

3 tipos de entrevistas Conversacional Baseada em um roteiro Padronizada aberta

Conversacional 3 CONDIÇÕES

1. Que o entrevistado possa expressar-se a seu modo face ao estímulo do entrevistador

2. Que a fragmentação e ordem de perguntas não sejam tais que prejudiquem essa expressão livre

3. Que fique aberta ao entrevistador a possibilidade de inserir outras perguntas ou participações no diálogo tendo sempre em vista o objetivo geral da entrevista

Baseado no roteiro

Caracterizada pela preparação deste roteiro e por dar ao entrevistador flexibilidade para ordenar e formular as perguntas durante a entrevista

Entrevista padronizada aberta

Emprego de uma lista de perguntas ordenadas e redigidas por igual para todos os entrevistados, porém de respostas abertas

Livro : Introdução à Pesquisa Qualitativa Entrevista focalizada Entrevista semipadronizada Entrevista centrada no problema Entrevista com especialistas Entrevista Etnográfica

Entrevista focalizada Após a apresentação de um estímulo uniforme ( um

filme, uma transmissão de rádio, uma palestra, etc) estuda-se o impacto deste sobre o entrevistado a partir da utilização de um guia de entrevista

4 critérios1. Não direcionamento – uso de perguntas não estruturadas2. Especificidade – deve ser específica, mas deve permitir a

participação do entrevistado3. Espectro – visa assegurar que todos os aspectos e os

tópicos relevantes à questão da pesquisa sejam mencionados durante a entrevista

4. Profundidade e contexto pessoal revelados pelo entrevistado – garantir ir além de respostas que mostrem se os argumentos são agradáveis ou desagradáveis, mas sim a obtenção de um máximo de comentários sobre como o material foi experenciado pelo entrevistado

Entrevista Semipadronizada Tornar explícito o conhecimento implícito do

entrevistado Uma primeira atuação com pergunta aberta e

confrontativa Segundo momento : transcreve-se o conteúdo

do primeiro encontro e os enunciados fundamentais são apresentados ao entrevistado com 2 finalidades1. Avaliar os conteúdos

2. Estruturar os conceitos restantes ( exemplo no quadro)

ENTREVISTA CENTRADA NO PROBLEMA

3 características ou critérios centrais Centralização no problema Orientação ao objeto Orientação ao processo

PROCEDIMENTOS Questionário precedente ( dados sócio-

demográficos) Guia de entrevista – ajudar a manter o foco Gravador Pós-escrito – anotas as impressões

ENTREVISTA COM ESPECIALISTAS

Em contraste com as entrevistas biográficas, há aqui um menor interesse no entrevistado como pessoa do que em sua capacidade de ser um especialista para um determinado campo de atividade

O guia da entrevista ganha 2 funções:1. Permite que o pesquisador saiba o que quer

saber não parecendo um interlocutor incompetente

2. Permite que não se perca em tópicos irrelevantes

ENTREVISTA ETNOGRÁFICA

Diferença entre entrevista e conversas cordiais Solicitação específica para iniciar e parar a

entrevista Deixar claro as intenções da pesquisa Apresentar questões estruturais e de

contraste

PONTOS-CHAVES PARA A AVALIAÇÃO DAS QUESTÕES EM ENTREVISTAS

1. Por que voce faz essa pergunta específica? Qual a relevância teórica? Qual a conexão com a questão da pesquisa?

2. Por que razão voce faz essa pergunta? Qual a dimensão substancial dessa pergunta?

3. Por que voce formulou a questão desta forma? É uma pergunta de fácil compreensão? É uma pergunta ambígua? É uma pergunta produtiva?

4. Por que voce situou essa questão neste ponto específico do guia da entrevista?

ETNOGRAFIA

Abrange a descrição dos eventos que ocorrem na vida de um grupo (com especial atenção para as estruturas sociais e o comportamento dos indivíduos enquanto membros do grupo e a interpretação do significado desses eventos para a cultura do grupo) a partir de uma perspectiva interna ao processo por meio da participação durante seu desenvolvimento.

MOMENTOS DE ELABORAÇÃO CIENTÍFICA BASEADA NA

ETNOGRAFIA1. Concepção do campo temático do estudo-

preparação teórica do pesquisador na área a ser pesquisada, além das experiências prévias e o cenário ( atores sociais envolvidos, enredos, crenças, ritos)

2. Realização do trabalho de campo – mais do que transmitir o que é dito pelos sujeitos, é importante fazer uma leitura da subjetividade inerente aos discursos ( ver X olhar – esse ligado aos sentidos e significados)

2 ASPECTOS IMPORTANTES NA ORGANIZAÇÃO DA PESQUISA ETNOGRÁFICA1. Recurso da tomada de notas, da

elaboração sistemática do diário de campo

2. Complementaridade de outros procedimentos durante a coleta como: Análise de documentos Entrevistas semi-estruturada com

determinados atores História de vida

ETNOGRAFIA- Livro- Interpretação de dados qualitativos/ David Silverman

4 temas diferentes em estudos etnográficos1. Tribos – primeira forma de estudo etnográfico.

Total imersão na cultura a ser estudada2. Subculturas – etnografia contemporânea.

Dificuldade de observar grupos potencialmente vulneráveis

3. Esfera pública- pode ter um grupo como foco ou uma situação. Difícil parar para observar sem ser notado

4. Organizações – não confiar apenas nas anotações. Contexto complexo que deve levar em conta outras fontes

A PESQUISA ETNOGRÁFICA

DEFINIR CAMINHOS, PROBLEMAS E OBJETIVOS É UMA IMPORTANTE ETAPA. TER CUIDADO COM MA ESCOLHA DE UM LOCAL DE PESQUISA POSSÍVEL E QUE FORNEÇA OS DADOS QUE SE QUER.

Ex: PADRÕES DE COMPRA DE PESSOAS QUE MORAM EM SUBURBIOS

vendedores? compradores? Loja de departamento?supermercado?shopping? O que compram?como compram?

PONTOS IMPORTANTES

Locais fechados (precisa de autorização) e abertos (precisa de um motivo)

Acesso velado (ver questões éticas) e explícito ( consentimento)

Não interferir na situação Olhar e escutar Tentar ter uma coleta ampla, porém

circusntanciada a partir de um roteiro

PESQUISA AÇÃO

Kurt Lewin – década de 40- action research- voltada para a intervenção sobre a vida social com o intuito de transformá-la levando ao ajustamento social no contexto ( das minorias, da industria, da guerra)

No Brasil ganha outras conotações e se confunde com a pesquisa participante

PESQUISA AÇÃO livro – Pesquisa qualitativa em estudos organizacionais

Pode ser definida como : UMA ESTRATÉGIA DE CONDUÇÃO DE

PESQUISA QUALITATIVA VOLTADA PARA A BUSCA DE SOLUÇÃO COLETIVA A DETERMINADA SITUAÇÃO- PROBLEMA DENTRO DE UM PROCESSO DE MUDANÇA PLANEJADA

4 FASES NA PESQUISA AÇÃO

1. Fase exploratória – diagnóstico para identificar os problemas, as capacidades de ação e de intervenção na organização

2. Fase de pesquisa aprofundada – quando é feita a coleta

3. Fase de ação – quando ocorre o planejamento e a execução das ações realizado coletivamente

4. Fase de avaliação – resgate do conhecimento obtido

GRUPO FOCAL

Entrevista com um pequeno grupo de pessoas sobre um tópico específico.

Os grupos podem ser naturais ou artificiais e homogêneos ou heterogêneos

Permite aprofundar questões através do debate e da troca de idéias

PARTICIPANTES

1. MODERADOR2. RELATOR3. SUJEITOS 3 FORMAS DE ATUAÇÃO DO

MODERADOR1. Direcionamento forma- limita o tempo e controla

a pauta2. Direcionamento tópico- introduz novas

perguntas3. Direcionamento das dinâmicas- deflagrar

discussões

IMPORTANTE NO GRUPO FOCAL

6 A 12 pessoas – 10 ideal Não se deve dar informações detalhadas para não

contaminar O local deve favorecer a interação (disposição das

pessoas na sala e clima também) Gravação ou filmagem Presença obrigatória de um relator 1 hora e meia a 3 horas Uma ou 2 sessões Informações preliminares ( sigilo, tempo, registro, etc) aquecimento

ANÁLISE DE DADOS QUALITATIVOS

PRINCIPAIS DADOS A SEREM ANALISADOS: Dados de entrevista semi

estruturada ou não estruturada Dados documentais Dados midiáticos Dados de observação Dados de grupo focal

INFORMAÇÕES IMPORTANTES

O que interessa na análise será baseada no objetivo do estudo.

Dados de entrevista – em relação a forma de análise

. Se o objetivo é fazer uma análise da conversação será

levado em conta aspectos relacionados à forma de comunicação (o que se queria comunicar, como foi tentado comunicar, etc)

Se o objetivo é a análise do conteúdo será preciso procurar as categorias que representam o material coletado

Se o objetivo é a análise do discurso a idéia é pensar o discurso enquanto uma prática social e que nessa prática o sentido é atribuído tendo validade somente naquele contexto

Pode ser feita ainda uma análise lingüística, mais específica a áreas de estudo da linguagem

Dados da entrevista em relação ao que se procura

Etnografia- não exatamente o que está sendo dito, mas principalmente a forma como está sendo dito, por quem, com que objetivos e motivações, que omissões importantes são notadas no discurso, que paralelos são efetuados, etc

Estudo de caso – os fatos são importantes. O que ocorreu, porque, quem eram os personagens envolvidos

Pesquisa–ação – dados diagnósticos de um problema que sofrerá intervenção para efeitos de futura comparação

DADOS DOCUMENTAIS

Análise de conteúdo- procurar a organização do material narrativo segundo: Padrões linguísticos Fatos expostos Significados sociais e culturais Significados ideológicos Expressões identitárias (de um tempo ou

lugar)

Dados Documentais Quanto Ao Que Se Procura

Etnografia- o etnográfo está preocupado com a construção ou organização social dos documentos, independente deles serem precisos ou não, verdadeiros ou tendenciosos

Estudo de caso – os fatos são importantes. O que ocorreu, porque, quem eram os personagens envolvidos

Pesquisa–ação – os dados principais estão na entrevista, mas os documentos podem ajudar na identificação do problema na fase exploratória.

DADOS MIDIÁTICOS Revistas, jornais, televisão, rádio, internet

Padrões linguísticos Fatos expostos Significados sociais e culturais Significados ideológicos Expressões identitárias (de um tempo ou lugar) Repercussões Repetições Réplicas

DADOS DE OBSERVAÇÃO Etnografia- os aspectos identitários do grupo

social estudado, elementos culturais, diferenciações quanto a variáveis importantes

Estudo de caso – os fatos são importantes. Como o grupo se organiza, possíveis fatos contraditórios ao discurso ou a análise de outras fontes

Pesquisa–ação – observar o antes e depois, os sinais de mudança não perceptíveis na fala nem nos documentos

DADOS DE GRUPO FOCAL

O grupo focal permite dados que podem sofrer análise de conteúdo e dados que podem sofrer análise da retórica, da argumentação, linguística, da conversação e do discurso. Diferente da entrevista, o grupo focal pretende ser ativo nas trocas interpessoais verbais. Ainda que tenha um status conversacional, a entrevista é feita mediante treinamento do entrevistador e segue padrões de escuta passiva em que o sujeito deve falar livremente sobre o tema abordado.

O grupo focal adota a idéia de que o pesquisador é suprimido e o diálogo flui entre os participantes

ANÁLISE DE CONTEÚDO DE LAURENCE BARDIN

UM CONJUNTO DE TÉCNICAS DE ANÁLISE DAS COMUNICAÇÕES VISANDO OBTER, POR PROCEDIMENTOS SISTEMÁTICOS E OBJETIVOS DE DESCRIÇÃO DO CONTEÚDO DAS MENSAGENS, INDICADORES QUE PERMITEM A INFERÊNCIA DE CONHECIMENTOS RELATIVOS ÀS CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO/RECEPÇÃO DESTAS MENSAGENS

2 OBJETIVOS

1. ULTRAPASSAGEM DA INCERTEZA- o que estou encontrando está realmente lá. Ou seja, a minha leitura é válida e generalizável

2. ENRIQUECIMENTO DA LEITURA- se um olhar imediato já é fecundo, não poderá uma leitura atenta, aumentar a produtividade e a pertinência?

ESSES PONTOS – DESEJO DE RIGOR E NECESSIDADE DE

DESCOBRIR, DE IR ALÉM DAS APARÊNCIAS –

EXPRESSAM AS LINHAS DE FORÇA DO DESENVOLVIMENTO DA ANÁLISE DE

CONTEÚDO

A análise de conteúdo é um método empírico, dependente do tipo de “fala” a que se dedica e do tipo de interpretação que se pretende como objetivo.

Formas de comunicação: Entrevista não diretiva Manuais escolares Discurso de um político Uma revista Memorandos, ofícios, documentos de uma empresa Sinalizações em locais públicos Histórias humorísticas Novelas Vestuários, imagens, etc

QUALQUER COMUNICAÇÃO, ISTO É, QUALQUER TRANSPORTE DE SIGNIFICAÇÕES DE UM EMISSOR PARA UM RECEPTOR CONTROLADO OU NÃO POR ESTE, DEVERIA PODER SER ESCRITO, DECIFRADO PELAS TÉCNICAS DE ANÁLISE DE CONTEÚDO

A análise de conteúdo pode ser uma análise de SIGNIFICADOS ( temas) embora possa ser também uma análise de SIGNIFICANTES (léxica, procedimentos)

Regras das categorias1. Homogêneas- não misturar assuntos2. Exaustivas- esgotar a totalidade do texto3. Exclusivas- um mesmo elemento do conteúdo

não pode ser inserido em duas categoriais4. Objetivas- codificadores diferentes devem

chegar a resultados iguais5. Adequadas ou pertinentes- adaptadas ao

conteúdo e ao objetivo

ANÁLISE CATEGORIAL

A técnica consiste em classificar os diferentes elementos nas diversas gavetas segundo critérios suscetíveis de fazer surgir um sentido capaz de introduzir numa certa ordem a confusão inicial

Tudo depende, no momento da escolha dos critérios de classificação, daquilo que se procura ou que se espera encontrar.

2 TIPOS DE DOCUMENTO DOCUMENTOS NATURAIS PRODUZIDOS

ESPONTANEAMENTE NA REALIDADE DOCUMENTOS SUSCITADOS PELA

NECESSIDADE DO ESTUDO

A leitura do analista não é literal, é investigativa, em busca de um sentido. Não se trata de atravessar significantes e chegar a significados, mas partir de significantes e significados, outros significados de natureza psicológica, sociológica, histórica, etc

Organização da análise (cronológica)

Pre - análise Exploração do material Tratamento dos resultados

Inferência e interpretação

PRÉ- ANÁLISE Fase da organização. Corresponde a um

período de intuições, mas tem por objetivo tornar operacionais e sistematizar as idéias iniciais de maneira a conduzir a um esquema preciso para as próximas etapas

3 missões:1. Leitura flutuante2. Escolha do material - por exaustividade ou por

representatividade

3. Formulação de hipóteses e dos objetivos

quadro

CODIFICAÇÃO

Tratar o material, transformar os dados brutos por recortes, agregação e enumeração

1. RECORTE- unidades de registro de contextoa) Unidade de registro – unidade de significação a

codificar, corresponde ao segmento do conteúdo a considerar como unidade de base, visando a categorização e a contagem frequencial ( palavra ou tema – nesse último caso, consiste em descobrir os núcleos de sentido que compõem a comunicação e cuja frequencia ou presença pode significar alguma cosia)

b) Unidades de contexto- a unidade de contexto serve de unidade de compreensão para codificar a unidade de registro

IMPORTANTE: DEVEMOS LEVAR EM CONTA NÃO APENAS A FREQUENCIA COM QUE UM ITEM APARECE, MAS TAMBÉM A IMPORTÂNCIA QUE PODE TER NAQUELA ANÁLISE

CATEGORIZAÇÃO

É uma operação de classificação de elementos constitutivos de um conjunto por diferenciação e, seguidamente, por reagrupamento segundo o tipo, com critérios previamente definidos.

As categorias são classes, “gavetas” as quase se reunem um grupo de elementos ( unidades de registro)

AS CATEGORIAS PODEM SER:

SEMÂNTICAS- categorias temáticas SINTÁTICO- verbos ou adjetivos LÉXICO- classificação segundo o

sentido, com emparelhamento dos sinônimos e dos sentidos próximos

EXPRESSIVO- categorias que classificam o que sai do foco na linguagem

2 FORMAS DE CATEGORIZAR

Formar categorias depois da leitura flutuante e agrupar os elementos de sentido

Agrupar os elementos de sentido por afinidade e depois criar a categoria que mais se adequa

INFERÊNCIA

Levar em conta: Emissor Receptor Mensagem (código e significação) Textos e literatura