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Introdução
O biólogo alemão Ludwig von Bertalanffy elaborou por volta da década de 1950 uma teoria interdisciplinar capaz de superar aos problemas exclusivos de cada ciência e proporcionar princípios gerais e modelos gerais para todas as ciências envolvidas, de modo que as descobertas efetuadas em cada ciência pudessem ser utilizadas pelas demais. Essa teoria interdisciplinar é denominada Teoria Geral dos Sistemas e demonstra o isomorfismo das várias ciências, permitindo maior aproximação entre as suas fronteiras e o preenchimento dos espaços vazios entre elas.
Essa teoria é essencialmente totalizante: os sistemas não podem ser plenamente compreendidos apenas pela análise separada e exclusiva de cada uma de suas partes. Ela se baseia na compreensão da dependência recíproca de todas as disciplinas e da necessidade de sua integração.
Segundo Bertalanffy a ideia central da tese é indentificar as propriedades, princípios e leis dos sistemas em geral, independente do tipo de cada um, suas naturezas ou elementos que os compõe e as relações entre eles.
Neste trabalho será apresentada a abordagem sistêmica, com enfoque em Ludwig von Bertalanffy, seus pensamentos e sua tese sobre a Teoria Geral de Sistemas (TGS).
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Desenvolvimento
Capítulo 01 - Quem foi Ludwig von Bertalanffy?
Ludwig von Bertalanffy nasceu em 19 de setembro de 1901 em Viena- Áustria e morreu em 12 de junho de 1972 em Nova Iorque- Estados Unidos. Foi o fundador da Teoria Geral dos Sistemas. Desenvolveu os seus estudos em biologia e interessou-se desde cedo pelos organismos e pelos problemas do crescimento.
Os seus trabalhos iniciais datam dos anos 20 e são sobre a abordagem orgânica. Com efeito, Bertalanffy não concordava com a visão cartesiana do universo. Colocou então uma abordagem orgânica da biologia e tentou fazer aceitar a ideia de que o organismo é um todo maior que a soma das suas partes.
Criticou a visão de que o mundo é dividido em diferentes áreas, como física, química, biologia, psicologia, etc. Ao contrário, sugeria que se deve estudar sistemas globalmente, de forma a envolver todas as suas interdependências, pois cada um dos elementos, ao serem reunidos para constituir uma unidade funcional maior, desenvolvem qualidades que não se encontram em seus componentes isolados.
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Capítulo 02 - A abordagem sistêmica
A abordagem sistêmica é uma maneira de resolver problemas sob o ponto de vista da Teoria Geral de Sistemas. Muitas soluções surgem quando observamos um problema como um sistema e, desta foram, sendo formado por elementos, com relações, objetivos e um meio-ambiente.
Numa organização, as pessoas, as tarefas e a gestão são interdependentes e são componentes de um sistema que é a própria organização; qualquer mudança numa das partes afeta obrigatoriamente as restantes. Este sistema pode ser entendido como um conjunto de elementos, dinamicamente relacionados a fim de atingir um objetivo específico através da atuação sobre dados, informação, energia, trabalho, matéria-prima e capital financeiro por forma a fornecer informação, energia e produtos ou serviços.
Ao contrário da teoria clássica, que decompunha as organizações em varias partes para estudá-las individualmente, a abordagem sistemática permite a visão global delas: os sistemas não podem ser compreendidos isoladamente.
Subdivisões
A Abordagem Sistêmica da Administração trata de três escolas principais:
Cibernética e Administração; Teoria Matemática da Administração; Teoria de Sistemas.
Cibernética
Cibernética é a ciência da comunicação e do controle, seja no animal (homem, seres vivos), seja na máquina. A comunicação é que torna os sistemas integrados e coerentes e o controle é que regula o seu comportamento. A Cibernética compreende os processos e sistemas de transformação da informação e sua concretização em processos físicos, fisiológicos, psicológicos etc. de transformação da informação.
A Cibernética é uma teoria dos sistemas de controle baseada na comunicação (transferência de informação) entre o sistema e o meio e dentro do sistema, e do controle (retroação) da função dos sistemas com respeito ao ambiente.
Teoria matemática
A Teoria Matemática aplicada aos problemas administrativos é mais conhecida como Pesquisa Operacional.
Teoria Matemática põe ênfase no processo decisório e procura tratá-lo de modo lógico e racional, através de uma abordagem quantitativa.
Teoria Geral de Sistemas
A Teoria Geral dos Sistemas afirma que as propriedades dos sistemas não podem ser descritas significativamente em termos de seus elementos separados. A compreensão dos sistemas somente ocorre quando estudamos os sistemas globalmente, envolvendo todas as interdependências de suas partes.
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Capítulo 03 – Teoria Geral de Sistemas e seus conceitos
Homeostase: tendência do sistema em permanecer estático, em equilíbrio.
Entropia: é um processo pelo qual as formas organizadas tenderm à exaustão, à desorganização, à desintegração e, no fim, à morte.
Se todas as organizações tendem a desgastar e ruir com o tempo. Qual seria a solução para contornar o problema?
Bertalanffy conseguiu responder utilizando os conceitos de sua área como biólogo: todas as empresas são abertas e há uma constante troca de energia entre elas; com isso elas podem adquirir equilíbrio (homeostase), sendo uma forma de evitar a entropia.
Sistema: conjunto de partes, funcionalmente interrelacionadas, cada uma denominada subsistema, organizadas de modo à alcançar um ou mais objetivos com a máxima eficácia e eficiência.
Quanto à natureza, os sistemas podem ser divididos em:
Abertos: Sistemas abertos são aqueles que interagem com o ambiente externo. São sistemas que apresentam relação de intercâmbio com o ambiente através de entradas e saídas e trocam matéria e energia regularmente com o ambiente, possuem relação de causa e efeito com o ambiente e são chamados normalmente de sistemas orgânicos. Valoriza a pró-ação, inovação, orientação para o mercado, flexibilidade de processo e adaptação às dificuldades de mercado.
Exemplo de sistema aberto: bactérias
Fechados: São sistemas que não possuem intercambio com o meio ambiente que o circundam. Não influenciam e nem sofrem influência do ambiente. São sistemas normalmente criados pelo homem, como máquinas e motores, e por essa razão não sofrem interferência de instabilidades do ambiente.
O sistema possui quatro características básicas:
- Elementos
- Relações entre elementos
- Objetivo comum
- Meio ambiente
Exemplo de sistema fechado: máquina de escrever
Elementos > teclas, bobina, tinta
Relação entre elementos > (uma parte tem que ser aclopada à outra ou promover troca com a outra). Teclas quando apertadas, imprimem as letras na folha que está na bobina.
Objetivo comum > fazer com que o texto seja impresso na folha.
Meio ambiente > (o que não pode ser controlado pelo sistema). Folha de papel, datilógrafo.
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Resumindo:
Quanto à constituição, podem ser:
Físicos: são compostos de equipamentos, de maquinaria, e de coisas reais.
Abstratos: compostos de conceitos, filosofias, planos e ideias.
Há uma complementaridade entre os dois sistemas.
O aspecto mais importante do conceito de sistema é a ideia de um conjunto de elementos interligados para formar um todo, que apresenta propriedades e características próprias que não são encontradas em nenhum dos elementos isolados.
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Capítulo 04 – Parâmetros do sistema
Parâmetros são constantes arbitrárias que caracterizam, por suas propriedades, o valor e a descrição dimensional de um sistema ou componente do sistema. Os parâmetros dos sistemas são: entrada, saída, processamento, retroação e ambiente.
Entrada (input): insumos ou recursos físicos que a organização recebe do meio ambiente e que fornece o material, energia ou informação para a operação do sistema.
Processamento (throughput): mecanismo de conversão das entradas em saídas; o processador está empenhado no processamento de um resultado.
Saída (output): produtos resultantes do sistema. Essas são coerentes com o objetivo do sistema.
Retroação (feedback): é a função do sistema que compara a saída com um critério ou padrão previamente estabelecido; reforça ou modifica o comportamento do sistema quando a energia, informação ou saída a ele retorna.
Ambiente: meio em que a entidade atua; é o meio que envolve externamente o sistema.
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Capítulo 05 – Funções primárias das organizações
Bertalanffy fez uma interessante analogia ao classificar as organizações como sistemas vivos, que interagem com o meio ambiente para viver. A partir desse pressuposto, admite-se que as organizações possuem seis funções primárias.
Ingestão: corresponde ao input, faz referências aos investimentos de máquinas, dinheiro e pessoas.
Processamento: corresponde ao que seria a digestão nos seres vivos, é o processamento dos materiais.
Interação com o ambiente: assim como os seres vivos, as entidades precisam se adaptar ao meio em que estão para não sucumbirem.
Suprimento: fornecimento de recursos financeiros e físicos para manter a organização viva.
Regeneração das partes: máquinas e membros da organização perdem a eficiência e precisam ser trocados/tratados.
Organização: o cérebro da entidade é a administração, que controla tudo e gerencia as funções anteriores.
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Capítulo 06 – Aplicações e finalidades
a) dividir para conquistarProcure dividir o problema em problemas menores. Alguém que quer ir de uma cidade a outra, divide o caminho em partes por onde deve passar (estradas a tomar, saídas, entradas, conexões). b) identificar todas as partes do sistemaProcure identificar tudo o que faz parte do sistema. Algumas partes podem fazer a diferença. Um exemplo clássico é o cavalo de troia na guerra entre gregos e troianos. Se os gregos vissem o problema apenas como uma cidade (Tróia) com muros altos e fortes portões, não teriam conseguido entrar. A diferença aconteceu porque eles entenderam que o sistema ainda era composto de pessoas e, neste caso, supersticiosos e religiosos (que não poderiam rejeitar um presente dos deuses). c) atentar para detalhesA falta de uma caneta pode gerar o insucesso de um sistema automatizado. Os analistas se preocupam geralmente com as coisas grandes como computadores, redes e software de banco de dados. Mas num supermercado, se não houver uma caneta para o cliente assinar o cheque, de nada terá adiantada gastar milhares de dólares com hardware, software e treinamento de pessoal. d) olhar para o todo (visão holística)Se alguém está perdido numa floresta, sobe numa árvore para poder enxergar onde está a saída. O mesmo acontece com labirintos. A visão do todo permite entender como as partes se relacionam. e) analogiasA analogia consiste em utilizar uma solução S’ num problema P’, similar a uma solução S que já teve sucesso num problema P similar a P’. Ou seja, é o reuso de soluções em problemas similares, com alguma adaptação da solução. Não é a toa que o Homem criou o avião observando os pássaros voarem.
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Conclusão
Tendo em vista o que foi apresentado, conclui-se que toda organização possui um sistema, desde a mais simples à mais complexa das organizações e que estão em constante mudança. Pois todo sistema deve possuir quatro características básicas: elementos, relação entre elementos, objetivo comum e ambiente.
A Teoria Geral dos Sistemas afirma que as propriedades dos sistemas não podem ser descritas significativamente em termos de seus elementos separados. A compreensão dos sistemas somente ocorre quando estudamos – os globalmente, envolvendo todas as interdependências de suas partes.
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Referências
Disponível em: <http://www.knoow.net/cienceconempr/gestao/abordsistemgestao.htm> Acesso em: 28 de fevereiro de 2015
Disponível em: <https://docs.google.com/document/d/1CFr3RNDBrgswTI01rlmkl5pLjwyY-HZ6mlWii_X5qJM/preview> Acesso em: 28 de fevereiro de 2015
Disponível em: <http://paginas.ucpel.tche.br/~loh/tgs.htm > Acesso em: 28 de fevereiro de 2015
Disponível em: <http://www.coladaweb.com/administracao/abordagem-sistemica-da-administracao> Acesso em: 28 de fevereiro de 2015
Disponível em: <http://www.espacoacademico.com.br/056/56rattner.htm > Acesso em: 28 de fevereiro de 2015
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. 7. Ed. Rio de Janeiro: Campus, 2007.
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