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SALVADOR SEGUNDA-FEIRA 22/5/2017 OPIN IÃO A3

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Antonio S. Magalhães RibeiroDoutor em SociologiaEconômica/Universidade de Lisboa e Mestreem Administração/UFBAantoniosmribeiro@uol.com.br

M ais que necessário para enfren-tar momento tão ruim como esseque estamos vivendo no Brasil e

no mundo é delirar. Como venho dizendo,precisamos avançar no pensar grande emtodas as áreas (Muito, 13/6/10). Temospensado pequeno, muito pequeno. Pen-sado dentro do quadrado, sem criativi-dade e sem conseguir olhar um palmoalém do nosso próprio nariz (ou quemsabe umbigo?).

Não proponho um modelo, mas pistas,possibilidades e potencialidades. Uma des-sas é a série Delírios Utópicos de CláudioPrado (//bit.ly/clprado). Produzido com es-mero pela turma do Mídia Ninja, os ví-deos-depoimentos-reportagens de Cláudiotransitam pela política, pelos comporta-mentos, história, drogas, costumes, enfim,são cultura política no melhor estilo. Oumelhor, culturas, com esse plural pleno.

O lema de Cláudio Prado é “O sonhonão acabou porra nenhuma! Pela libe-ração das energias utópicas” e, nesse mo-mento histórico, sem dúvida, é algo queprecisa ser levado muito a sério e commuito bom humor.

Precisamos refazer nossas práticas, se-jam elas as políticas, sejam as da edu-cação, cultura, ciência, ambiente, enfim,um repensar profundo para uma radicaltransformação do planeta que está sendoviolentado, tanto pelas intolerâncias, co-mo pela ausência de projetos democrá-ticos que incorporem uma forte parti-cipação popular.

Com Cládio tenho uma história curiosa.Em 2003, estava escalado para participar daII Oficina de Inclusão Digital (OID), ati-vidade organizada pela militância ligadaaos movimentos sociais e que contava, naépoca, com o fundamental apoio do go-verno Lula que se instalava. Na Cultura, Gile Juca abrigavam a turma jovem que hojefaz as mídias ninjas, realizando importantepapel de resistência ao conservadorismoreinante. Um pouquinho antes da finali-zação da programação da OID, me con-taram depois, apareceu um cara se esca-lando para estar na programação, comoassessor de Gil. O resultado é que, no painelfinal lá estavam Cláudio Prado e eu, ima-gino que por acharem – e eu concordo! –que tínhamos tudo a ver.

No palco, os delírios utópicos já ema-navam, mas com uma enorme esperançade que as coisas iriam mudar de fato.Cláudio bradava: “Sem tesão não há in-clusão” e eu, dizia e digo: “a inclusãodigital pode acontecer em um ciberpar-que localizado no meio do muro que ligaa escola à rua, constituindo um túnel depassagem, o espaço-tempo da produçãocultural, onde poderiam se articular co-municação, educação, saúde, ciência, ci-dadania, tecnologia etc. Não como algo àparte, mas integrando à formação do ci-dadão para a construção de uma nação àprova de futuro”. Nada mais atual!

Por isso insisto: para enfrentar essanhaca contemporânea precisamos demuitos, muitos delírios utópicos.

Nelson PrettoProfessor da Faculdade de Educação da UFBAnelson@pretto.pro.br

EDITORIAL Alívio ao sofrimento

Reforma da Previdência: versões e fatos

Delíriosutópicos

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Adilton Venegeroles /Ag. TARDE

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A medida é celebradapor famílias que cuidamde pessoas comproblemas neurológicosque importam remédioscom canabidiol

A Cannabis sativa (planta da qual é pro-duzida a maconha), catalogada pelaAgência Nacional de Vigilância Sanitária(Anvisa) na Lista Completa das Denomi-nações Comuns Brasileiras (DCB), que au-xilia as empresas farmacêuticas na horade criar os remédios, é mera formalidade,e nada tem a ver com descriminalizaçãodo uso da erva e ainda distante da li-beraçãoparausorecreativoeterapêutico.No entanto, mais uma medida prudente ehumana que é comemorada principal-mente por famílias que cuidam de pes-soas com problemas neurológicos, comoescleroses e epilepsias, e importam re-médios com canabidiol, aplicados para

aliviar o sofrimento.Listar a maconha como planta medi-

cinal não traz perigo. O catálogo, comoesclarece a Anvisa, simplesmente definenomes oficiais de diversas substâncias pa-ra que o órgão e os fabricantes de me-

dicamentos estejam em sintonia e uti-lizem a mesma nomenclatura. Ou seja,nada muda na lei brasileira que regu-lamenta a importação de medicamentoscom canabidiol (CBD) sem a autorizaçãodo governo, ou outros extratos da ma-conha, e ainda é crime fazê-lo.

A legislação do Brasil sobre produtosderivados da Cannabis sativa gradativa-mente é revisada, e independentementeda posição pró ou contra liberação docultivo e venda da erva, existe uma de-manda de saúde pública que envolve otema.

Existem no mundo cerca de 38 pes-quisas, todas elas controladas pelos res-

pectivos governos, que estudam a eficáciado uso do canabidiol em tratamentosmédicos, e os resultados preliminares sãode que a substância é extremamente in-dicada para qualquer inflamação, espas-mo, distúrbio do sono e até mesmo dis-função intestinal. A maconha medicinal,sim, é assunto sério.

Talvez a inclusão da planta no catálogomostre interesse futuro da Anvisa e daindústria farmacêutica em processar noPaís produtos com derivados da Cannabissativa, mas ainda é cedo para afirmar. Omomento é importante para a pesquisanacional, de compreensão e incentivo pa-ra que seja um passo para salvar vidas.

A s discussões ora travadas a respeitoda reforma da previdência revelama existência de duas concepções

antagônicas de governança, as quais sãofundamentadas a partir da visão de doismundos absolutamente distintos.

A primeira, defendida por uma esquer-da majoritariamente originária da tercei-ra internacional comunista (1919),atém-se a um mundo ideal no qual énecessário apenas vontade política, con-duzida por indivíduos bem intenciona-dos, para que os trabalhadores sejam con-templados com todos os benefícios ima-gináveis. Nesta visão, as condições ob-jetivas para que as bondades se concre-tizem são meros detalhes que pouco – ounada – importam. Se as finanças do país

comportam, ou não, o melhor dos mun-dos, este é um dado irrelevante, consi-deram. E, assim, seguem fingindo ignorarque este raciocínio é o responsável pelosdesequilíbrios fiscais que nos lançaramna mais severa recessão que tantos pre-juízos causou ao país e, particularmente,aos trabalhadores assalariados.

Na segunda posição, os segmentos li-berais e a esquerda democrática – estapróxima dos postulados da social demo-cracia – se movimentam a partir da com-preensão de um mundo real no qual vigea escassez de recursos e uma imensa dí-vida pública, o que exige uma conduçãoresponsável da economia e da política,sobretudo para que, vencida a recessão,possamos iniciar a recuperação econô-mica, reduzir o número de desemprega-dos e acenar com um futuro melhor. Fu-turo que parece indiferente aos que, sim-plesmente, repetem o slogan “contra areforma”. Postura populista que, emborapossa até render alguns votos, confessa afalta de compromisso com o futuro daprevidência e do país.

A insistente renúncia à realidade, marcado discurso demagógico amplamente dis-seminado, não está limitada aos fatos eco-nômicos. Ela também se manifesta na di-vulgação de dados falsos, com o intuito dedeturpar a proposta da reforma e propagara desinformação e pânico à população. Ade-mais, omitem que, após inúmeras consultasjunto a setores diversos da sociedade, asalterações introduzidas no texto pelo relatorda matéria – o deputado baiano ArthurMaia (PPS) –, acenam com melhorias ex-pressivas para os trabalhadores, tais como:os 49 anos necessários para aposentadoriaintegral foram reduzidos para 40; o tempode contribuição dos trabalhadores rurais foireduzido de 25 para 15 anos; retirou-se dotexto a proibição de acumulação de pensõespara os mais pobres; e a idade mínima paraaposentadoria foi reduzida de 65 anos para62, no caso das mulheres, 60 anos para osprofessores e 55 para os policiais.

Diante dessas evidências, quem quiserfalar da reforma terá que mencionar es-ses avanços, ou estará mentindo – maisuma vez – à sociedade.

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