Amor ao Brasil Ernesto Caruso Seção 2 Hino Nacional Brasileiro Explicado Poema: Joaquim Osório...

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Amor ao BrasilAmor ao BrasilErnesto CarusoErnesto Caruso

Seção 2Seção 2

Hino Nacional Brasileiro

ExplicadoPoema: Joaquim Osório Duque

EstradaMúsica: Francisco Manuel da

Silva

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas

De um povo heróico o brado retumbante,

E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos,

Brilhou no céu da Pátria nesse instante.

Se o penhor dessa igualdadeConseguimos conquistar com

braço forte,Em teu seio, ó Liberdade,

Desafia o nosso peito a própria morte!

Ó Pátria amada, Idolatrada,       Salve! Salve!     

Brasil, um sonho intenso, um raio vívido

De amor e de esperança à terra desce,

Se em teu formoso céu, risonho e límpido,

A imagem do Cruzeiro resplandece.Gigante pela própria natureza,

És belo, és forte, impávido colosso,E o teu futuro espelha essa

grandezaTerra adorada,    Entre outras mil, És tu, Brasil,      

Ó Pátria amada!   Dos filhos deste solo és mãe gentil,

Pátria amada, Brasil!

Deitado eternamente em berço esplêndido,

Ao som do mar e à luz do céu profundo,

Fulguras, ó Brasil, florão da América,

Iluminado ao sol do Novo Mundo!Do que a terra mais garrida

Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;

"Nossos bosques têm mais vida","Nossa vida" no teu seio "mais

amores".Ó Pátria amada, Idolatrada,       Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símboloO lábaro que ostentas estrelado,

E diga o verde-louro desta flâmula- Paz no futuro e glória no passado.Mas, se ergues da justiça a clava

forte,Verás que um filho teu não foge à

luta,Nem teme, quem te adora, a própria

morte.Terra adorada    Entre outras mil, És tu, Brasil,      

Ó Pátria amada!   Dos filhos deste solo és mãe gentil,

Pátria amada, Brasil!

Patriota de todos os rincões desta terra Santa brasileira, o nosso Hino Nacional é muito bonito e rico de

expressões e palavras que abrilhantam a sua poesia, própria da época em que foi feita, mas não usuais e

comuns nos dias de hoje. Um Hino não pode ser mudado a cada momento. É perpétuo

e imutável, como símbolo da Pátria à semelhança da Bandeira, que também nos leva à emoção, revivendo a

luta dos nossos antepassados que nos deixaram esta Nação grandiosa, e as competições esportivas como a Copa

do Mundo, quando o verde-amarelo tremula e nos encanta.

Se não sabemos o significado de uma palavra, nos socorremos dos dicionários, estudamos em busca do

conhecimento e do saber. É isto que o livro BRASILIDADES (registrado na Biblioteca Nacional), de Ernesto Caruso, faz ao apresentar a letra e a

explicação dos seus versos.  

VOCABULÁRIO (glossário, significados)

Ipiranga: nome de um riacho na cidade de São Paulo, onde D.Pedro I deu o Grito de Independência, em 7 de setembro de 1822; plácidas: tranquilas, calmas, serenas;brado: grito, clamor;retumbante: estrondoso, que repete com estrondo;que ressoa, que ecoa;fúlgidos: brilhantes, luminosos;penhor: garantia, prova, segurança;seio: interior, âmago;idolatrada: adorada, venerada, amada;salve: passe bem, exalte;preserve;intenso: veemente, enérgico;vívido: que tem vivacidade, brilhante, resplandecente;formoso: belo, gracioso;límpido: puro, limpo; 

resplandece: brilha intensamente;impávido: destemido, arrojado;colosso: gigante;gentil: cavalheiresco, elegante, amável;espelha: reflete como espelho;flâmula: bandeira, galhardete;clava: arma de madeira mais volumosa em uma extremidade, tacape, borduna; esplêndido: admirável; magnífico, grandioso;fulguras: cintilas, realças, brilhas;profundo: infinito;florão: adorno, enfeite,ornamento;garrida: enfeitada, alegre, vistosa;símbolo: imagem que representa uma entidade;lábaro: céu, bandeira, estandarte;verde-louro: cor verde das folhas de louro;

Hino Nacional (explicado, por estrofe)

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas De um povo heróico o brado retumbante,

E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos, Brilhou no céu da Pátria nesse instante.

Outros povos ouviram a partir das margens silenciosas, tranqüilas, do riacho Ipiranga, na cidade de São Paulo — quando foi proclamada a Independência por D. Pedro I — o grito estrondoso, forte, ecoante de um povo heróico e a luz da liberdade em raios cintilantes brilhou no céu da Pátria naquele momento.

Ou em sentido figurado, entende-se que as margens plácidas, silenciosas, tranqüilas do riacho Ipiranga ouviram o brado (grito) retumbante (estrondoso, ecoante) de um povo heróico e o sol (a luz) da liberdade brilhou nesse instante, em raios fúlgidos (cintilantes) no céu da pátria.

Se o penhor dessa igualdadeConseguimos conquistar com braço forte,

Em teu seio, ó Liberdade,Desafia o nosso peito a própria morte!

Se conseguimos conquistar com braço forte a garantia (o penhor) dessa igualdade, o nosso peito desafia, em teu ser (seio), ó liberdade, a própria morte. Expressa o compromisso de defender a Pátria com o risco de perder a vida, se preciso for.

A exaltação do povo heróico ao Brasil se dá na 2ª pessoa do singular (tu, teu).

Ó pátria amada,Idolatrada,       Salve! Salve!

Salve! Salve! Expressa uma saudação, um pedido de salvação, de proteção. Ó pátria amada idolatrada (venerada). Seja mantida salva de todos os males.

Brasil, um sonho intenso, um raio vívidoDe amor e de esperança à terra desce,

Se em teu formoso céu, risonho e límpido,A imagem do Cruzeiro 

resplandece.

Brasil, um sonho intenso (veemente, forte), um raio vívido (com vida, impregnado) de amor e de esperança à terra desce, se a imagem do Cruzeiro (constelação do Cruzeiro do Sul) resplandece(brilha intensamente) em teu formoso (belo, gracioso) céu risonho e límpido (puro, limpo).

Gigante pela própria natureza,És belo, és forte, impávido colosso,E o teu futuro espelha essa grandeza

Gigante pela própria natureza, és (tu és – 2ª pessoa do singular) belo, és forte, impávido (destemido, arrojado) colosso (gigante), e essa grandeza espelha (reflete) o teu futuro.

Terra adorada,    Entre outras mil, És tu, Brasil,      Ó Pátria amada!

Brasil, ó pátria amada, tu és terra adorada entre outras mil terras, nações!

Dos filhos deste solo és mãe gentil,Pátria amada,

Brasil!

Brasil, pátria amada, és mãe gentil, amável, protetora, dos os filhos deste solo!

Deitado eternamente em berço esplêndido,Ao som do mar e à luz do céu profundo,

Fulguras, ó Brasil, florão da América,Iluminado ao sol do Novo Mundo!

Ó Brasil, florão (adorno, enfeite, ornamento) da América, tu fulguras (cintilas, realças, brilhas), deitado (em sentido figurado, sobre um espaço físico da terra) eternamente em berço esplêndido (admirável; magnífico, grandioso), ao som do mar e à luz do céu profundo (infinito), iluminado ao sol do Novo Mundo! (como era chamada a América).

A expressão ”Deitado eternamente em berço esplêndido” não tem o significado de um ser preguiçoso como nos querem atribuir os de fora com a repetição impensada dos nossos compatriotas nos diminuindo pejorativamente; o berço é incomparavelmente um rico território, pleno de invejáveis riquezas naturais.

Ademais, aquele que possa estar em um berço será sempre um filho amado, como um rico bebê, saudável, cheio de vida e um futuro feliz.

Do que a terra mais garridaTeus risonhos, lindos campos têm mais flores;

"Nossos bosques têm mais vida","Nossa vida" no teu seio "mais amores".

Teus campos lindos risonhos têm mais flores do  que a terra mais garrida(enfeitada, alegre, vistosa); nossos bosques têm mais vida, e nossa vida em ti, no teu seio, no teu âmago, mais amores (afeições profundas, entendimento).

Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve!

Salve! Salve! Ó pátria amada, idolatrada (adorada, venerada).

Brasil, de amor eterno seja símboloO lábaro que ostentas estrelado,

E diga o verde-louro desta flâmula- Paz no futuro e glória no passado.

Brasil (Meu Brasil, canta o povo brasileiro), o lábaro (a bandeira, o estandarte) que tu ostentas estrelado seja símbolo (imagem representativa de uma entidade) de amor eterno e o verde-louro desta flâmula (bandeira, galhardete) diga (declare, afirme, represente), paz no futuro e glória no passado.

verde-louro: cor verde das folhas de louro; folhas usadas nas palmas colocadas sobre a testa dos vencedores.

Mas, se ergues da justiça a clava forte,Verás que um filho teu não foge à luta,

Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Mas, se tu ergues (levantas) a clava (arma) forte da justiça (do direito, do justo, da defesa, da segurança), tu verás que um filho teu não foge à luta, nem teme quem te adora, a própria morte.

— Assim, fez o Duque de Caxias, em Itororó, na Guerra da Tríplice Aliança, erguendo a espada e conclamando: “Sigam-me os que forem brasileiros!”;

— o Almirante Barroso na Batalha Naval do Riachuelo: “O Brasil espera que cada um cumpra o seu dever” ; “Sustentar o fogo que a vitória é nossa”;

— o Guarda-Marinha Greenhalgh, a bordo da navio "Parnaíba", perde a vida defendendo o pavilhão nacional que os inimigos tentavam arriar e o Imperial Marinheiro Marcílio Dias combate com seu sabre e tomba, ferido de morte, junto ao canhão que defendia;

— o Tenente Antônio João, que antes de morrer junto aos seus comandados na Colônia Militar de Dourados, na mesma guerra, registrou: "Sei que morro, mas o meu sangue e o de meus companheiros servirá de protesto solene contra a invasão do solo de minha Pátria.”;

— A Força Aérea Brasileira, do Brigadeiro Eduardo Gomes, quando a História registra que os aviões da FAB arrasaram a resistência alemã em Mazzacana, abrindo caminho para o último ataque da FEB ao Monte Castelo, guerra em que se consagra o Tenente SANTOS ao norte de Casarsa, empreendendo um ataque ao depósito de munições, o seu P-47 foi atingido pelos estilhaços provenientes da explosão e veio a chocar-se contra o solo.

— Assim foi Maria Quitéria de Jesus, a mulher-soldado, baiana, que em 1822, combateu o dominador português que se negava reconhecer a Independência do Brasil. Incorporada ao Batalhão dos Voluntários de D. Pedro I, tornou-se a primeira mulher a assentar praça numa unidade militar brasileira, merecedora das mais briosas citações de bravura, valor, determinação, destemor e, portanto referência do heroísmo da mulher brasileira.

— Francisco Xavier da Veiga Cabral, o comandante do exército do Amapá em 1895, quando comandou a expulsão de forças da Guiana Francesa.

— Coronel José Plácido de Castro que na “Revolução Acreana”, fez dos seringueiros nordestinos soldados, conduzindo-os à vitória contra forças regulares bolivianas.

— Marechal Mascarenhas de Moraes, na 2ª Guerra Mundial: “Este é o único Quartel-General brasileiro. Só o deslocarei para a frente.”

Terra adorada    Entre outras mil, És tu, Brasil,      Ó Pátria amada!

Brasil, ó pátria amada, és tu, terra adorada entre mil outras (terras).

Dos filhos deste solo és mãe gentil,Pátria amada,

Brasil!

Brasil, pátria amada, és mãe gentil dos filhos deste solo.