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Fisiologia Gastrintestinal
Prof (a): Dra. Cintia Tusset
Faculdade da Serra Gaúcha
Anatomia do Sistema
Gastrintestinal
Princípios Gerais da Função Gastrintestinal
Tubo Digestivo
O tubo digestivo fornece ao organismo um suprimento
contínuo de água, eletrólitos e nutrientes. Isso exige:
a) movimento do alimento ao longo do tubo digestivo;
b) secreção de sucos digestivos e digestão do alimento;
c) absorção de produtos digestivos, água e eletrólitos;
d) circulação do sangue para transportar substâncias
absorvidas;
e) controle nervoso e hormonal de todas as funções
anteriormente citadas.
Princípios Gerais da Motilidade Gastrintestinal
Características da parede
gastrintestinal
• As funções motoras do intestino são
executadas pelas diferentes camadas
de músculo liso;
• A parede intestinal é composta pelas
seguintes camadas: serosa, camada
muscular longitudinal, camada
muscular circular, camada submucosa e
mucosa;
• O músculo liso gastrintestinal funciona
como sincísio.
Movimentos no Trato Gastrintestinal
Ocorrem dois tipos de movimentos no trato gastrinstetinal:
a) Movimentos propulsivos
b) Movimentos de mistura
• O peristaltismo é o movimento propulsivo básico do trato
gastrintestinal;
• O peristaltismo e as contrações constritivas locais produzem mistura
no tubo alimentar.
Controle Neural da Função Gastrintestinal
O trato gastrinstetinal tem seu próprio sistema nervoso, denominado sistema
nervoso entérico;
O sistema entérico é composto por dois plexos:
a)Plexo mioentérico (relacionado ao controle dos movimentos gastrintestinais)
b)Plexo submucoso (relacionado ao controle da secreção gastrintestinal e do
fluxo sanguíneo)
Os nervos parassimpáticos aumentam a atividade do sistema nervoso entérico;
O sistema nervoso simpático geralmente inibe a atividade no trato gastrintestinal,
produzindo muitos efeitos opostos ao sistema nervoso parassimpático.
Sistema Nervoso Entérico
Hormônios Gastrintestinais
• Além do sistema nervoso, o trato gastrintestinal sofre a influência de
uma série de hormônios:
• Gastrina
• Colocistocinina
• Secretina
• Peptideo Inibitório Gástrico
• Esses hormônios afetam sobretudo o controle da secreção
gastrinstestinal, porém também afetam a motilidade de algumas
partes do sistema digestório.
Fluxo Sanguíneo Gastrintestinal
• Os vasos sanguíneos do trato gastrinstetinal
fazem parte da circulação esplâncnica;
• O fluxo sanguíneo gastrintestinal é
habitualmente proporcional ao nível da
atividade local;
• A estimulação parassimpática aumenta o fluxo
sanguíneo;
• A estimulação simpática diminui o fluxo
sanguíneo;
• A vasoconstrição simpática é importante
quando outras partes do organismo
necessitam do fluxo sanguíneo adicional.
Propulsão e Mistura do Alimento no Trato
Gastrintestinal
Para que ocorra o processamento ótimo do
alimento no tubo digestivo, o tempo em que
deverá permanecer em cada segmento do
trato digestivo é de suma importância,
devendo ocorrer a mistura apropriada.
Ingestão do alimento •A deglutição pode ser dividida em:
estágio voluntário, estágio faríngeo e
estágio esofágico;
•Quando o alimento está pronto para
ser deglutido, ele é “voluntariamente”
comprimido e empurrado para trás,
em direção à faringe, pela pressão da
língua;
•A fase faríngea da deglutição é
involuntária e consiste na passagem
do alimento da faringe até o esôfago;
•A fase esofágica da deglutição
também é involuntária, e tem a
função primária de conduzir
rapidamente o alimento da faringe
para o estômago..
Funções Motoras do Estômago
Funções
a) Armazenamento do alimento, até
que possa ser processado no
duodeno;
b) Mistura do alimento com as
secreções gástricas, até formar uma
mistura semilíquida, denominada de
quimo;
c) Esvaziamento do alimento no
intestino delgado, com velocidade
adequada para a digestão e
absorção eficientes;
Funções Motoras do Estômago
• O estômago relaxa quando o alimento chega a ele;
• A retropulsão constitui um importante mecanismo de mistura;
• O esfíncter pilórico é importante no controle do esvaziamento
gástrico;
• O esvaziamento gástrico é inibido por reflexos enterogástricos
provenientes do duodeno;
• Hormônios também podem afetar o esvaziamento gástrico.
Movimentos do Intestino Delgado
• A distensão da parede intestinal dsencadeia contrações de mistura,
denominadas contrações de segmentação;
• O quimo é propelido, ao longo do intestino delgado, por ondas
peristálticas;
• O peristaltismo é controlado por sinais nervosos e hormonais;
Movimentos do Intestino Delgado
• A válvula ileocecal impede
o fluxo retrógrado do
conteúdo fecal do cólon
para o intestino delgado;
• O esfíncter ileocecal e a
intensidade do
peristaltismo no íleo
terminal são controlados
por reflexos provenientes
do ceco.
Movimentos do Cólon
Funções:
a) Absorção de água e
eletrólitos;
b) Armazenamento da
matéria fecal até que
possa ser expelida.
A contração dos
músculos circular e
longitudinal no intestino
grosso provoca o
desenvolvimento de
haustrações (mistura);
Movimentos do Cólon
• Os movimentos de massa são
importantes para a propulsão do
conteúdo fecal ao longo do intestino
grosso;
• O aparecimento dos movimentos de
massa após refeições é facilitado
pelos reflexos gastrocólicos e
duodenocólicos;
• A defecação pode ser iniciada por
um reflexo intrínseco mediado pelo
sistema nervoso entérico local;
• O reflexo intrínseco da defecação
que funciona por si só é
relativamente fraco.
Secreções do Trato Gastrintestinal
Funções Secretoras do Trato Alimentar
As glândulas secretoras desempenham duas importantes
funções no trato gastrintestinal:
a) Secreção de enzimas digestivas
b) Produção de muco pelas glândulas mucosas, para a
lubrificação e a proteção de todas as partes do tubo digestivo.
Secreção do Trato Alimentar – Princípios Básicos
• O contato do alimento com o epitélio estimula a secreção;
• Os tipos de estímulos envolvidos são: estimulação tátil, irritação química, e
distensão da parede intestinal;
• A estimulação parassimpática aumenta a secreção glandular;
• A estimulação simpática pode ter efeito duplo sobre a secreção
glandular:
• A estimulação simpática, isoladamente, provoca ligeiro aumento da secreção;
• Se a secreção já estiver aumentada, a estimulação simpática superposta
habitualmente reduz a secreção, visto que ela diminui o fluxo sanguíneo para a
glândula.
• Além disso, no estômago e intestino, vários hormônios gastrintestinais regulam
o volume e as características químicas das secreções.
Secreção da Saliva
• A saliva contém secreção serosa
(contém ptialina – digestão de
amidos) e secreção mucosa (contém
mucina – lubrificação e proteção das
superfícies);
• A saliva também apresenta uma
importante função na higiene oral,
protegendo nossa boca das bactérias;
• A salivação é controlada,
principalmente, por sinais nervosos
parassimpáticos.
Secreção Gástrica
• A mucosa gástrica tem dois tipos
importantes de glândulas tubulares:
a) Glândulas oxínticas (formadoras de
ácido), sendo composta de três tipos de
células: mucosas do colo (secretam
muco), pépticas (secretam
pepsinogênio), parietais (secretam ácido
clorídrico e fator intrínseco);
b) Glândulas pilóricas: secretam muco, bem
como pepsinogênio, e principalmente o
hormônio gastrina;
Secreção Gástrica
• O ácido gástrico é secretado pelas células parietais;
• O ácido clorídrico é tão necessário quanto a pepsina para a digestão
das proteínas no estômago;
Secreção Gástrica
• A secreção de ácido é controlada por sinais nervosos e hormonais;
• Quando carne e outros alimento atingem o estômago, algumas
proteínas desses alimentos estimulam a secreção de gastrina;
• A gastrina , por sua vez, atua sobre as células enterocromafins do
estômago causando a liberação de histamina que age nas células
oxínticas estimulando a secreção de ácido clorídrico;
• A secreção de pepsinogênio é estimulada pela acetilcolina liberada pelo
plexo mioentérico e pela estimulação da secreção das células pépticas
pelo ácido gástrico;
Fases da Secreção Gástrica
Existem três fases de
secreção gástrica:
a) Fase cefálica (20%)
b) Fase gástrica (70%)
c) Fase intestinal (10%)
• O quimo no intestino delgado
inibe a secreção durante a
fase gástrica (reflexo
enterogástrico e hormônios –
secretina, peptídeo inibidor
gástrico, entre outros).
Retardar a passagem do quimo do estômago quando o intestino delgado
já estiver cheio ou hiperativo
Secreção Pancreática
• As enzimas digestivas são secretadas pelos ácinos
pancreáticos;
• As enzimas mais importantes para a digestão de proteínas
são: tripsina, quimiotripsina e carboxipolipeptidase;
• A enzima digestiva pancreática para digestão de
carboidratos é a amilase pancreática;
• As principais enzimas pancreáticas para a digestão de
gorduras são: lipase pancreática, colesterol-esterase e
fosfolipase.
Secreção Pancreática
• Os íons bicarbonato e a água são secretados pelas células
epitelais dos dúctulos e ductos;
• A secreção pancreática é estimulada pela acetilcolina
(parassimpático), pela colecistocinina e pela secretina;
• A secretina estimula a
secreção de bicarbonato que
neutraliza o quimo ácido;
• A colecistocinina estimula a
secreção enzimática pelo
pâncreas.
Secreção Pancreática
Secreção de Bile pelo Fígado
• A bile é importante para a digestão e a absorção de gorduras,
bem como para a remoção de produtos de degradação do
sangue;
• A bile é secretada pelo fígado em duas etapas:
a) A parte inicial, secretada pelos hepatócitos, contém grandes
quantidades de ácidos biliares, colesterol e outros constituintes
orgânicos;
b) Solução aquosa de íons sódio e bicarbonato é adicionada à bile
durante seu fluxo pelos ductos biliares. Essa segunda secreção é
estimulada pela secretina, resultando em quantidades aumentadas
de íons bicarbonato.
Secreção de Bile
• A bile é secretada
continuamente pelas
células hepáticas, mas a
maior parte é
armazenada na vesícula
biliar até ser secretada
para o duodeno;
• A bile é concentrada na
vesícula biliar;
• A colecistocinina
estimula a contração da
vesícula biliar.
Secreções do Intestino Delgado
• As glândulas de Brunner secretam muco alcalino no intestino
delgado;
• Essa secreção é estimulada por:
a) Estímulos táteis ou irritantes da mucosa sobrejacente;
b) Estimulação vagal, que ocasiona secreção concomitante, com aumento da
secreção gástrica;
c) Hormônios gasntrintestinais, sobretudo a secretina;
• O muco protege a parede duodenal a digestão pelo suco gástrico;
• Os sucos digestivos intestinais são secretados pelas criptas de
Lieberkuhn;
• Os mais importantes processos de regulação da secreção do intestino
delgado são reflexos nervosos entéricos locais.
Secreções do Intestino Grosso
• A maior parte da secreção do intestino grosso consiste em
muco;
• O muco do intestino grosso
a) protege a parede contra escoriações;
b) proporciona o meio aderente para a substância fecal;
c) protege a parede intestinal contra a atividade bacteriana;
d) forma uma barreira para impedir o ataque da parede
intestinal pelos ácidos formados nas fezes.
• A taxa de secreção de muco é regulada principalmente pela
estimulação tátil e por reflexos nervosos locais.
Referências Bibliográficas
Guyton & Hall. Fundamentos de Guyton. Tratado de Fisiologia Médica.
10º ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
Guyton & Hall. Tratado de Fisiologia Médica. 11º ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2006.
Guyton & Hall. Tratado de Fisiologia Médica. 9º ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 1997.
Imagens: google imagens: sistema gastrintestinal
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