aula 2. doença e sintomatologia

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Doença:

Sua natureza e sintomatologia.

Definição de doença

As doenças de plantas devem ser atribuídas a mudanças anormais nos seus processos fisiológicos; estas são distúrbios na atividade normal de seus órgãos. (Kuhn, 1858)

Doença em planta é atividade fisiológica injuriosa, causada pela irritação contínua de um fator causal primário, exibida através de atividade celular anormal e expressa através de condições patológicas características chamadas sintomas. (Whetzel, 1935)

Definição de doença (cont.)

Plantas doentes são caracterizadas por mudanças na sua estrutura ou processos fisiológicos acarretadas por ambiente desfavorável ou por algum agente parasitário. (Walker, 1950).

Doença não é uma condição. Condição é um complexo de sintomas. Doença não é o patógeno. Doença não é o mesmo que injúria. Doença resulta de irritação contínua e injúria de irritação momentânea. (Horsfall & Diamond, 1959)

Definição de doença (cont.)

Quando a planta não realiza as suas funções fisiológicas ao melhor do seu potencial genético. (Agrios, 2005).

A natureza da doença de planta

Fenômeno biológico Desvio do funcionamento normal Prejudicial Processo contínuo IrreversívelIrreversível

Doença não é:

Injúria Transmissível Sintoma Patógeno

Causas das doenças de plantas

Bióticas

Abióticas

Exemplo de doença: Antracnose da mangueira.

Agente causal da Antracnose da mangueira:Colletotrichum gloeosporioides

Fonte de infecção São produzidos esporos do fungo em

ramos mortos, ramos e folhas, e disseminados através de respingos de chuva. Chuva e orvalhos pesados são condições ideais para a expansão da doença.

Agente causal da Antracnose da mangueira:Colletotrichum gloeosporioides

Controle Cultural - Podas. Isto permite

movimento de ar pela árvore. Movimento de ar ajuda a folhagem e flores para secar mais rapidamente depois de chuva ou um orvalho pesado. Remoção de ramos mortos e filiais antes de florescer.

Agente causal da Antracnose da mangueira:Colletotrichum gloeosporioides

Controle Químico - Aplique Mancozeb como

indicado no rótulo do produto. Borrife em intervalos semanais durante o florescimento e então mensal até a colheita. Re-aplique depois de chuva.

Exemplo de doença abiótica:Injúria por dióxido de enxofre em trigo

Sintomatologia

Manifestação exterior da doença percebida pela visão, tato, olfato ou paladar.

Estudo descritivo. Sintomas morfológicos

• Sintomas necróticos (degeneração e morte)• Plesionecróticos (antes da morte)• Holonecróticos (depois da morte)

• Sintomas plásticos (anomalias no crescimento)• Hipoplásticos• Hiperplásticos

Sinais

Sintomas Necróticos Plesionecróticos

1. Amarelecimento Destruição da

clorofila

Sintomas Necróticos Plesionecróticos

2. Encharcamento ou anasarca Tecido translúcido,

água nos espaços celulares

Sintomas Necróticos Plesionecróticos

3. Murcha Estado flácido dos tecidos por falta de água

Sintomas Necróticos Holonecróticos

1. Cancro Lesões necróticas deprimidas

Colletotrichum gloeosporioides

Maracujá

Maçã Acérvulo

Sintomas Necróticos Holonecróticos

2. Crestamento ou requeima Morte súbita de órgãos aéreos

Corynespora cassiicola Soja

Requeia da batata P. infestans

Sintomas Necróticos Holonecróticos

3. Damping-off ou tombamento Podridão de tecidos tenros/plântulas

Sintomas Necróticos Holonecróticos

3. Damping-off ou tombamento Podridão de tecidos tenros/plântulas

Sintomas Necróticos Holonecróticos (cont.)

4. Escaldadura Descoramento da

epiderme

Rhynchosporium secalis

Xantomonas albilineans

Sintomas Necróticos Holonecróticos (cont.)

5. Estria ou listra Lesão alongada,

estreita, paralela à nervura

Xanthomonas translucens pv. undulosa

Sintomas Necróticos Holonecróticos (cont.)

6. Gomose Exsudação de gomas

Sintomas Necróticos Holonecróticos (cont.)

7. Mancha Com a morte, tecidos ficam secos e pardos

Alternaria sp.

Sintomas Necróticos Holonecróticos (cont.)

8.Morte dos ponteiros

Sintomas Necróticos Holonecróticos (cont.)

9. Mumificação Comum em frutos no final da estação

Monilinia fructicola

Sintomas Necróticos Holonecróticos (cont.)

10. Perfuração Queda dos tecidos necrosados

Sintomas Necróticos Holonecróticos (cont.)

11. Podridão Desintegração adiantada dos tecidos

Sintomas Necróticos Holonecróticos (cont.)

12. Pústula Rompimento da epiderme para expor esporos

Sintomas Necróticos Holonecróticos (cont.)

13. Resinose Exsudação de resinas em coníferas

Sintomas Necróticos Holonecróticos (cont.)

14. Seca Semelhante ao crestamento, porém mais lento

Pseudomonas syringae pv. garcae

Sintomas PlásticosHipoplásticos

1. Albinismo Falta congênita de clorofila

Sintomas PlásticosHipoplásticos

2. Clorose Esmaecimento do verde em órgãos clorofilados

Deficiência de manganês em soja

Sintomas PlásticosHipoplásticos

3. Estiolamento Falta de clorofila + hiperplasia + alongamento

Sintomas PlásticosHipoplásticos (cont.)

4. Enfezamento ou nanismo Redução do tamanho da planta toda

Sintomas PlásticosHipoplásticos (cont.)

5. Mosaico Clorose e verde normal intercalados

Sintomas PlásticosHipoplásticos (cont.)

6.Roseta Encurtamento dos

entrenós

Sintomas PlásticosHiperplásticos

1. Bronzeamento Mudança da cor da epiderme (cor de

cobre)

Sintomas PlásticosHiperplásticos

2.Calo cicatricial Hiperplasia em torno de uma lesão

Sintomas PlásticosHiperplásticos

3.Enação Desenvolvimento de protuberâncias

(como folhas rudimentares) sobre as nervuras

Sintomas PlásticosHiperplásticos (cont.)

4. Encarquilhamento ou encrespamento Crescimento exagerado de células num local

Sintomas PlásticosHiperplásticos (cont.)

5. Epinastia Curvatura para baixo da folha

hipertrofia da parte superior

Sintomas PlásticosHiperplásticos (cont.)

6. Fasciação• Achatamento de órgãos (ex. coroa do

abacaxi)

Sintomas PlásticosHiperplásticos (cont.)

7. Galha Desenvolvimento anormal de tecidos

Sintomas PlásticosHiperplásticos (cont.)

8. Superbrotamento Ramificação excessiva de ramos, caules ou

brotações florais

Taphrina betulina

Sintomas PlásticosHiperplásticos (cont.)

9. Verrugose Crescimento excessivo de tecidos epidérmicos

Elsinoe fawcetti

Sinais

São as estruturas ou produtos do patógeno, geralmente associados à lesão.

Diagnose

Saber o que é normal, reconhecer a aparência da planta sadia.

Observar os sintomas e sinais 3. Proceder os Postulados de Koch (1881)

3.1. Associação constante patógeno-hospedeiro 3.2. Isolamento do patógeno 3.3. Inoculação do patógeno e reprodução dos sintomas 3.4. Reisolamento do patógeno

Diagnose

Procedimentos e técnicas: Isolamento: de fungos e bactérias Repicagem: meios sintéticos e semi-sintéticos Indexação: para vírus Inoculação: de fungos, bactérias e vírus

Técnicas moleculares• Imunológicas e• De hibridização de ácidos nucléicos

Identificar variação dos sintomas. Procurar por sinais de agentes bióticos.

Observar os padrões 1. Especificidade hospedeira

Faça perguntas 1. Práticas culturais 2. Condições do ambiente

Testes laboratoriais Conclusão da diagnose

Bibliografia

Manual de Fitopatologia Capítulos 3, 10 e 11

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