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SINTOMATOLOGIA DE DOENAS DE PLANTASMestranda: Cristiane Maria da Silva

Sintomatologiaparte da Fitopatologia

sintomas e sinais

visando a diagnose de doenas de plantas

Sintoma qualquer manifestao das reaes da planta a um agente nocivo

Sintoma raiz digitalizada Meloidoginose (Meloidogyne spp.) da cenoura

Sintoma- verrugose Verrugose (Sphaceloma perseae) do abacateiro

Sinaisso estruturas do patgeno quando exteriorizadas no tecido doente(Sinal) Crescimento micelial e esporulao de Geotrichum candidum (Podrido azeda da batata b - aroa)

Sinais:estruturas ou produtos do patgeno, geralmente associados leso

ocorrem num estdio mais avanado do processo infeccioso da PLANTA

Alm de estruturas patognicas: clulas bacterianas, miclio, esporos corpos de frutificao fngicos, ovos de nematides.

EXEMPLOS frutificaes de alguns fungos, como esclercios de Sclerotium rolfsii em feijoeiro, picndios de Lasiodiplodia theobromae em frutos de manga, peritcios de Giberella em trigo, apotcios de Sclerotinia em soja, miclio branco de Oidium em caupi, massa de uredosporos ou teliosporos produzidas em pstulas por fungos causadores de ferrugens em diversas plantas.

Doenas CARVES

confundem-se

SINAIS

SINTOMAS

Exsudaes ou Cheiros

provenientes das leses podem ser considerados como sinais. Odor que constitui sinal de doena pode-se citar mau cheiro emanado do colmo de cana-deacar atacado por Pseudomonas rubrilineans

mau cheiro Batata Erwinia

Exsudaes viscosascompostas de clulas bacterianas liberados de rgos atacados

constituem importantes sinais para a diagnose,

EX: talos de tomateiro infectados por Ralstonia solanacearum murcha tomate quando submetidos a condies de alta umidade.

Sinais: exsudatos bacterianosXanthomonas/ Ralstonia solanacearum Pseudomonas, etc

Teste do copo

Ao microscpio

Quadro sintomatolgico

seqncia completa dos sintomas que ocorrem

durante o desenvolvimento de uma doena

Classificao dos sintomasOs sintomas podem ser classificados conforme:

1. localizao em relao ao patgeno

2. alteraes produzidas no hospedeiro

3. estrutura e/ou processos afetados.

Vrios critrios podem ser utilizados para classificao dos sintomas

1-Localizao dos sintomas em relao patgeno

Sintomas Primrios

Sintomas secundrios

2- Alteraes produzidas no hospedeiro

Habituais

Lesionais

3 - Estrutura e/ou processos afetados

Histolgicos

Fisiolgicos

Morfolgicos

Sintomas primrios:resultantes da ao direta do patgeno sobre os tecidos do rgo afetadoEx.: manchas foliares e podrides de frutos

Sintoma primrio - mancha cercosporiose do caupi (Cercospora cannescens )

Sintoma primrio - verrugose Verrugose do maracuj (Cladosporium herbarum)

Sintomas secundrios ou reflexos:exibidos pela planta em rgos local de ao do patgeno distantes do

Ex.: subdesenvolvimento da planta e murchas vasculares

Sintoma secundrio - murcha Murcha-de-esclercio do feijoeiro (Sclerotium rolfsii

Sintomas habituais- a doena pode provocaralteraes no hbito de crescimento da planta, como superbrotamento, nanismo, esverdeamento das flores e escurecimento dos vasos.

Sintoma habitual - subdesenvolvimento Virose do pimento (Geminivirus)

Sintoma habitual - superbrotamento Malformao floral da mangueira (Fusarium subglutinans

Sintomas lesionaisos sintomas caracterizam se por leses na planta ou em um de seus rgos, como manchas necrticas, podrides e secas de ponteiro.

Sintoma lesional - mancha Cercosporiose da alface (Cercospora longissima)

Sintomas Histolgicos

Quando as alteraes ocorrem na clula, incluindo: Granulose Plasmlise Vacuolose

Granulose: produo de partculas granulares ou cristalinas em clulas degenerescentes do citoplasma. Ex.: melanose em folhas e frutas ctricas, causada por Diaporthe citri.

Granulose Melanose dos citros (Phomopsis citri)

Plasmlise: perda de turgescncia das clulas, cujoprotoplasma perde gua devido aos distrbios na membrana citoplasmtica. Ex.: Algumas viroses.

Vacuolose:

formao anormal dos vacolos protoplasma das clulas, levando degenerao

no

podrides moles causadas por Pectobacterium spp.

Sintomas FisiolgicosQuando as alteraes ocorrem na fisiologia do hospedeiro, incluindo:

Utilizao direta de nutrientes pelo patgeno:todos os patgenos, por serem heterotrficos, so incapazes de sintetizar seu prprio alimento, necessitando de carboidratos e protenas do hospedeiro para seu desenvolvimento.

Ex.: Em centeio, a produo de gros inversamente proporcional produo de esclercios de Claviceps purpurea, agente do esporo.

Aumento na respirao do hospedeiro:todo o processo infeccioso nos tecidos do hospedeiro gera na rea lesionada um aumento na taxa de respirao das clulas atacadas e adjacentes.

Ex.: plantas de trigo atacadas por Ustilago tritici, agente do carvo, apresentam um aumento de 20% na taxa de respirao em relao a plantas sadias.

Alterao na hospedeiro:

transpirao

do

conforme o estdio de colonizao pelo patgeno, o hospedeiro pode apresentar aumento ou reduo na taxa de transpirao.

Ex.: plantas de bananeira e tomateiro, quando infectadas por Fusarium oxysporum, agente de murchas vasculares, exibem nos primeiros dias do ataque um aumento na taxa de transpirao e, mais tarde, quando a murcha est avanada, ocorre uma baixa taxa de respirao e inibio do sistema de transpirao.

Sintomas MorfolgicosQuando as alteraes se exteriorizam com modificaes visveis

FORMA ou ANATOMIAdo rgo

Dependendo do tipo de modificao exibida pelo rgo afetado

os sintomas morfolgicos podem ser qualificados:

NECRTICOS PLSTICOS

Sintomas NecrticosNecroses so caracterizadas peladegenerao do protoplasma, seguida de morte de clulas, tecidos e rgos.

Plesionecrticos

antes da morte do protoplasmaHolonecrticos expressos aps a morte do protoplasma

Sintomas PlesionecrticosCaracterizam s pela: e degenerao protoplasmtica desorganizao funcional das clulas, sendo mais freqentes:

Amarelecimento:causado pela destruio da clorofila (destruio do pigmento ou dos cloroplastos), sendo mais freqente nas folhas e com intensidade variando desde leve descoramento do verde normal at amarelo brilhante.Ex.: halo amarelado ao redor de manchas causadas por Cercospora spp.

Amarelecimento- halo Queima das folhas (Curvularia eragrostidis)

Encharcamentotambm conhecido por "anasarca", a condio translcida do tecido encharcado devido expulso de gua das clulas para os espaos intercelulares. a primeira manifestao de muitas doenas com sintomas necrticos, principalmente daquelas causadas por bactrias

Encharcamento Mldio da videira (Plasmopara viticola)

Murchaestado flcido das folhas ou brotos devido falta de gua, geralmente causada por distrbios nos tecidos vasculares e/ou radiculares.

A murcha pode ser permanente, resultando na morte dos rgos afetados, ou temporria, com plantas murchas nos perodos quentes do dia, mas recuperando a turgidez durante a noite.

Ex.: murchas causadas por patgenos vasculares, como Fusarium oxysporum e Ralstonia solanacearum

Murcha Murcha bacteriana do tomateiro (Ralstonia solanacearum)

Sintomas HolonecrticosPodem se desenvolver em qualquer parte da planta doente so caracterstico da morte das clulas, provocando mudanas de colorao do rgo afetado.

Cancro:caracterizado por leses necrticas mais freqentes nos tecidos corticais caules, razes e tubrculos.

Ex.: cancro em folhas e frutos de plantas ctricas, causado por Xanthomonas campestris pv. citri

Crestamento: tambm denominado "requeima", refere-se necrose repentina de rgos areos (folhas, flores e brotaes). Ex.: crestamento das folhas do tomateiro, causado por Phytophthora infestans

Crestamento Requeima do tomateiro (Phytophthora infestans)

Tombamentotambm denominado "damping-off", caracteriza-se pelo tombamento de plntulas, resultado da podrido de tecidos tenros da base do caulculo. Se a podrido ocorrer antes da emergncia da planta, caracterizando uma reduo no estande de semeadura, denominado "tombamento de premergncia", enquanto se ocorre aps a emergncia da planta denominado "tombamento de ps-emergncia". Ex.: tombamentos causados por fitopatgenos habitantes do solo, como Rhizoctonia solani e Pythium spp.

Tombamento Rhizoctoniose do caupi (Rhizoctonia solani)

Escaldadura: caracterizado pelo descoramento da epiderme e de tecidos adjacentes em rgos areos, parecendo que este foi escaldado por gua fervente. Ex.: escaldadura da folha da cana-de-acar, causado por Xanthomonas albilineans.

Escaldadura Escaldadura da cana-de-acar (Xanthomonas albilineans)

Estria: leso alongada, estreita, paralela nervura das folhas de gramneas. Ex: folhas de cana-de-acar com estria vermelha, causada por Pseudomonas rubrilineans.

Estria Estria vermelha da cana-de-acar (Pseudomonas rubrilineans)

Gomose:exsudao de goma a partir de leses provocadas por patgenos que colonizam o crtex ou o lenho de espcies frutferas. Ex.: frutos de abacaxi com gomose, causada por Fusarium subglutinans.

Gomose Fusariose do abacaxi (Fusarium subglutinans)

Gomose Podrido gomosa do meloeiro (Didymella bryoniae)

Mancha: morte de tecidos foliares, que se tornam secos e pardos. A forma das manchas foliares varia com o tipo de patgeno envolvido, podendo ser circular, com pronunciadas zonas concntricas (Ex.: mancha de Alternaria em tomateiro), angular, delimitada pelos feixes vasculares (Ex.: mancha angular do feijoeiro, causada por Phaeoisariopsis griseola) ou irregular (Ex.: helmintosporiose do milho, causada por Exserohilum turcicum).

Mancha olho de passarinho Cercosporiose do pimento (Cercospora capsici)

Mancha Sigatoka-amarela da bananeira (Pseudocercospora musae)

Mancha anelar Mancha anelar da cana-de-acar (Leptosphaeria sacchaii)

Mancha necrotica Paralela a nervura centro claro, borda escura Helmintosporiose do sorgo (Exserohilum turcicum)

Morte dos ponteiros: morte progressiva de ponteiros e ramos jovens de rvores. Ex: morte descendente da mangueira, causada por Lasiodiplodia theobromae

Morte dos ponteiros Morte descendente da mangueira(Lasiodiplodia theobromae)

Mumificao: aparece nas fases finais de certas doenas de frutos, caracterizando-se pelo secamento rpido de frutos apodrecidos, com conseqente enrugamento e escurecimento, formando uma massa dura, conhecida como mmia.

Ex.: podrido parada do pessegueiro, causada por Monilinia fructicola

Mumificao Podrido parda do pessegueiro (Monilinia fructicola

Perfurao: queda de tecidos necrosados em folhas, provocada pela formao de uma camada de abciso ao redor dos sintomas. Ex: folha de pessegueiro com chumbinho, causado por Stigmina carpophila.

Perfurao Cercosporiose da beterraba (Cercospora beticola)

Podrido: aparece quando o tecido necrosado encontra-se em fase adiantada de desintegrao. Dependendo do aspecto da podrido, pode-se especificar o sintoma como podrido mole, podrido dura, podrido negra, podrido branca, etc.

Podrido Podrido azul da laranja (Penicillium italicum)

Podrido Podrido radicular do feijoeiro (Fusarium solani f.sp. phaseoli)

Pstula: caracterizado por pequena mancha necrtica, com elevao da epiderme, que se rompe por fora da produo e exposio de esporos do fungo. Ex: ferrugens em vrios hospedeiros.

Pstula Ferrugem do feijoeiro (Uromyces appendiculatus)

Pstula Ferrugem da goiabeira (Puccinia psidii)

Pstula Ferrugem branca do rabanete (Albugo candida)

Resinose: exsudao anormal de resina das leses em conferas. Seca: secamento e morte de rgos da planta, diferenciando-se do crestamento por se processar mais lentamente. Alguma vezes pode atingir toda a parte area da planta. Ex.: seca da mangueira, causada por Ceratocystis fimbriata.

Sintomas PlsticosAnomalias no crescimento, multiplicao ou diferenciao de clulas vegetais geralmente levam a distores nos rgos da planta. Essas anomalias so conhecidas como sintomas plsticos. Quando as plantas apresentam subdesenvolvimento devido reduo ou supresso na multiplicao ou crescimento das clulas, os sintomas so denominados hipoplsticos. Nos casos em que ocorre superdesenvolvimento, normalmente decorrente de hipertrofia (aumento do volume das clulas) e/ou hiperplasia (multiplicao exagerada das clulas), os sintomas so denominados hiperplsticos.

Sintomas HipoplsticosSintomas hipoplsticos mais comuns em doenas de plantas so: Albinismo: falta congnita da produo de clorofila, apresentando-se, geralmente, como variegaes brancas nas folhas, mas podendo, em certos casos, tomar todo o rgo. Ex.: folha de cana-de-acar com escaldadura, causada por Xanthomonas campestris pv. albilineans.

Albinismo Virose da catlia (Vrus)

Clorose: esmaecimento do verde em rgos clorofilados, decorrente da falta de clorofila. Diferencia-se do albinismo pelos rgos no ficarem totalmente brancos.

Clorose Clorose variegada dos citros (Xylella fastidiosa)

Estiolamento: sintoma complexo, que embora seja classificado como hipoplstico pela falta de produo de clorofila, envolve hiperplasia das clulas, com alongamento do caule

Estiolamento Estiolamento do caupi (Deficincia de luz)

Enfezamento: tambm conhecido por "nanismo", refere s reduo no tamanho da planta toda ou de - e seus rgos. Ex.: plantas de milho com nanismo, causado pelo vrus do nanismo do milho.

Enfezamento Nanismo do milho (Spiroplasma kunkelli)

Mosaico: em reas clorticas aparecem intercaladas com reas sadias (verde mais escuro) nos rgos aclorofilados. No h padrao (dif. De deficiencia nutricional) Sintoma tpico de algumas viroses. Ex.: plantas de cana d - e acar com mosaico, causado pelo vrus do mosaico da cana d acar. - e -

Mosaico Mosaico do mamoeiro (Papaya ringspot mosaic virus)

Roseta: caracteriza-se pelo encurtamento dos entrens, brotos ou ramos, resultando no agrupamento de folhas em rosetas. Ex.: plantas de abacaxi infectadas por Fusarium subglutinans.

Roseta Roseta da roseira (Virus)

Sintomas Hiperplsticos

Os sintomas hiperplsticos mais freqentes em doenas de plantas so: Bolhosidade: caracterizase pelo aparecimento, no limbo foliar, de salincias de aparncia bolhosa.tipico de doenas de virus Ex.: bolhosidade causada pelo vrus do mosaico severo em folhas de caupi.

Bolhosidade Mosaico severeo do caupi (Cowpea severe mosaic virus)

Bronzeamento: mudana de cor da epiderme, que fica com cor de cobre (bronzeada) devido ao de patgenos. Ex.: plantas de tomateiro infectadas pelo vrus do viracabea, no estdio inicial da doena.

Bronzeamento Enrolamento da folha da videira (Closterovirus)

Encarquilhamento: tambm conhecido como "encrespamento", representa uma deformao de rgos da planta, resultado do crestamento (hiperplasia ou hipertrofia) exagerado de clulas, localizado em apenas uma parte do tecido. Ex.: folhas de pessegueiro com crespeira, causada por Taphrina deformans.Encarquilhamento Crespeira do pessegueiro (Taphrina deformans)

Epinastia: curvatura da folha ou do ramo para baixo, devido rpida expanso da superfcie superior desses rgos. Ex.: epinastia da mostarda causada por Beet curly top virus.Epinastia Epinastia da mostarda (Beet curly top virus)

Fasciao: estado achatado, muito ramificado e unido de rgos da planta. Ex.: fasciao do grnio causada por Rhodococcus fascians

Fasciao Fasciao basal do gernio (Rhodococcus fascians)

Galha desenvolvimento anormal de tecidos de plantas resultante da hipertrofia e/ou hiperplasia de suas clulas.

Ex.: galhas nas razes de vrios hospedeiros causadas por Meloidogyne spp. e galhas em rosceas causadas por Agrobacterium tumefaciens

Galha Meloidoginose do quiabeiro (Meloidogyne spp.)

Galha Galha da coroa da videira (Agrobacterium vitians)

Galha Hrnia de Brssicas (Plamodiophora sp.)

Superbrotamento: ramificao excessiva do caule, ramos ou brotaes florais. Algumas vezes, os rgos afetados adquirem formato semelhante ao de uma vassoura, sendo ento denominado vassoura de b - ruxa. Ex.: plantas de cacaueiro com vassoura d b - e ruxa, causada por Crinipellis perniciosa.

Superbrotamento Vassoura-de-bruxa do cacau (Crinipellis perniciosa)

Verrugose: crescimento excessivo de tecidos epidrmicos e corticais, geralmente modificados pela ruptura e suberificao das paredes celulares. Caracteriza-se por leses salientes e speras em frutos, tubrculos e folhas. Ex.: verrugose em citros causada por Elsinoe spp., lixa do coqueiro causada por Sphaerodothis torrendiella e sarna da batata causada por Streptomyces scabies.

Verrugose Verrugose do laranja (Elsinoe spp.)

Verrugose Lixa do coqueiro (Sphaerodothis torrendiela)

Verrugose Verrugose do maracuj (Cladosporium herbarum)

Verrugose Sarna da batata (Streptomyces scabies)

Muito Obrigada!!!

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