Cartilha Sustentabilidade

Preview:

DESCRIPTION

Material que encontrei em pesquisa para a faculdade, recomendo salvar e ler isso!

Citation preview

3 CARTILHA BIOMÓVEL

Apresentação

A sustentabilidade é um caminho sem volta. Hoje, mais de 90% dos

brasileiros sabem o que significa ‘aquecimento global’. A conscientização sobre

preservação ambiental está presente no comportamento das pessoas, inclusive no

consumo. Móveis e decoração fazem parte do dia-a-dia das pessoas e são produtos

em que o conceito do ‘ambientalmente correto’ fica mais evidenciado, inclusive

com relação ao uso dos materiais.

A discussão sobre como os consumidores evoluíram para tomada de

decisões de consumo verde é atual, e com informação, educação e implemen-

tação de leis, a expectativa de encontrarmos um segmento crescente destes

consumidores é grande.

Diante deste cenário, a região do Planalto Norte de Santa Catarina, onde

se destacam os municípios de São Bento do Sul, Rio Negrinho e Campo Alegre,

lança no mercado brasileiro o Biomóvel.

Trata-se de uma nova cultura na produção de móveis, baseada nos conceitos

de sustentabilidade, em que as indústrias ajustam seus processos de produção para

fabricar um móvel que, além de atender a todos os requisitos de qualidade e bom

gosto, é também “ecologicamente correto”.

4 CARTILHA BIOMÓVEL

São dez partes, divididos em diferentes áreas, contendo informações

desde a escolha dos materiais até a embalagem do produto. Mostra também que o

conceito “bio” já está sendo utilizado em diversos setores. E traz esclarecimentos

importantes sobre as vantagens do biomóvel em relação aos móveis convencionais

existentes no mercado.

Parte I: Os princípios do Biomóvel

Revela os princípios gerais do Biomóvel e se constitui numa peça importante para

a compreensão das demais partes da cartilha.

Parte II: A abordagem no design

Aborda o papel estratégico do design no desenvolvimento de produtos e serviços

ecocompatíveis e no processo de eco-inovação das empresas.

Parte III: As experiências mundiais

Conta as principais experiências desenvolvidas na Europa, especialmente na

Alemanha onde as empresas já estão usufruindo dos benefícios de oferecer

móveis ecológicos.

Parte IV: Os produtos sustentáveis

Destaca os princípios da filosofia das empresas responsáveis em diversos ramos de

atividades em relação à: redução das emissões; redução do consumo de materiais e

de energia; reciclagem de materiais; evitar desperdícios.

Parte V: A análise do ciclo de vida

Aborda as interações entre a atividade produtiva e o ambiente, a avaliação dos

impactos ambientais desta atividade e as indicações de melhoria em todas as

fases do processo.

Parte VI: O Selo de Certificação

Trata dos critérios a que as empresas devem se submeter para obter o selo de cer-

tificação, tanto da própria empresa quanto dos produtos.

Estrutura da Cartilha

5 CARTILHA BIOMÓVEL

Parte VII: O conceito Green Home

Mostra que o Planalto Norte de Santa Catarina tem características adequadas para

trabalhar o conceito Green Home e ser o principal produtor brasileiro.

Parte VIII: Os valores e vantagens

Como aproveitar o conceito ecológico da bioarquitetura e desenvolver produtos

compatíveis com este novo foco das construções.

Parte IX: Como vender o Biomóvel

Mostra aos lojistas como vender o biomóvel ao consumidor, a partir das vantagens

competitivas deste conceito.

Parte X: Dicas para promover o Biomóvel

Os 10 mandamentos do Consumo Sustentável; O Sucesso Começa pelo Ambiente;

Crie Elementos de Comunicação.

Esperamos que esta cartilha o ajude a compreender melhor o conceito

Biomóvel e as razões que levaram um considerável grupo de empresas de Santa

Catarina a investir no desenvolvimento de mobiliário ecológico, a partir do uso

racional de recursos e da utilização de matérias-primas renováveis.

6 CARTILHA BIOMÓVEL

7 CARTILHA BIOMÓVEL

I. Os princípios do Biomóvel

Biomóvel é o mais novo conceito em móveis. O único que segue em sua

produção rigorosos princípios de sustentabilidade.

A criação deste conceito é resultado de uma pesquisa aprofundada a

respeito de processos já utilizados por fabricantes de móveis em outros países e

também em outros setores. Vemos o prefixo ´bio´ associado a vários produtos,

como ́ biojóias´, bioartesanato e ́ biodiesel´. Por que não difundi-lo associado ao

móvel, juntamente com todo seu conceito de sustentabilidade, isto é, fazer com

menos e com uma produção limpa?

O Biomóvel é um processo de projetar produtos e sistemas de produtos

para minimizar os impactos ambientais em todas as fases do ciclo de vida. A estraté-

gia do Biomóvel integra todos os níveis de desenvolvimento do produto, associando

vantagens competitivas em termos de poupança dos materiais utilizados, redução

dos resíduos de produção e também de marketing.

O conceito parte dos processos que acompanham o nascimento, a vida,

a morte de um produto e seu renascimento, com a reciclagem ou reuso de suas

partes. Tais processos são esquematizados nas seguintes fases:

1. Pré-produção, onde são produzidos os materiais e os semi-acabados

utilizados na produção.

2. Produção, entendida como transformação dos materiais, montagem,

acabamento.

3. Distribuição, que inclui a embalagem, o transporte e o armazenamento.

4. Utilização, que também pode incluir a manutenção.

5. Eliminação/destino final, que prevê uma série de opções de disposição

final, como a reutilização e a reciclagem.

Pré-Produção

Produção

Distribuição

Uso

Eliminação

Minimizaçãodos recursos

Otimização da vidado produto

Escolha dos recursosde baixo impacto

Extensão da vidados materiais

8 CARTILHA BIOMÓVEL

Nas fases de criação e produção do móvel, alguns aspectos fundamentais devem

ser considerados:

• Projetar produtos multifuncionais.

• Evitar o superdimensionamento.

• Escolher processos produtivos que reduzem o consumo de materiais.

• Otimizar o consumo de energia na produção.

• Utilizar embalagens recicláveis.

Biojóias Bioartesanato Biodiesel

9 CARTILHA BIOMÓVEL

II. A abordagem no design

Uma nova abordagem no desenvolvimento de produtos sustentáveis deve ser baseada

num projeto que englobe todas as fases do ciclo de vida do produto. É necessária assim uma

metodologia de intervenção que permita conhecer e administrar os impactos de um produto

no ambiente, inclusive nas fases que normalmente não são consideradas no momento de

criá-lo. Por isso, além das matérias-primas, o design assume a tarefa de projetar o ciclo de

vida do produto. O objetivo é reduzir a carga ambiental associada ao produto em todas as

fases do seu ciclo.

Os impactos ambientais de um produto e da sua embalagem podem ser minimizados

com uma série de estratégias:

a. Reduzir o uso de materiais diferentes, simplificando o processo, aumentando as opor-

tunidades para a reciclagem dos resíduos de produção e a reutilização dos componentes

no fim de vida do produto.

b. Otimizar o número de componentes e peças.

c. Integrar várias funções num componente ou projetar um componente útil para mais de uma

finalidade, reduzindo a utilização de material e poupando trabalho e energia na fábrica.

d. Escolher materiais e processos de baixo impacto e evitar processos que utilizem ma-

teriais tóxicos.

O projeto/design de novos produtos deve incluir a avaliação dos cenários do fim de

vida útil para minimizar ou eliminar os resíduos no descarte. As estratégias-chaves incluem:

• Design para a durabilidade, que pode ser obtido através da identificação e eliminação dos

potenciais pontos fracos no projeto.

• Design para uma fácil manutenção.

• Design para a reutilização. O projeto deve considerar a reutilização e reparação; os com-

ponentes ou os acabamentos danificados devem ser substituídos: o objetivo é prolongar ao

máximo a primeira vida do produto.

• Design para a desmontagem. Estratégia que facilita a reparação e a manutenção. É preferível

substituir um único componente que o produto todo.

• Design para a reciclagem, em que os materiais usados podem ter uso secundário, seja com

a mesma função ou com função diferente. Considerar o uso de um único material ou de ma-

teriais compatíveis com a reciclagem. Avaliar métodos de construção e procurar evitar colas

e materiais incompatíveis.

• Design para uma eliminação segura, assegurando que todos os materiais com componentes

tóxicos, produtos que contêm colantes e acabamentos superficiais, estejam corretamente

rotulados. Os impactos serão diversificados em relação à duração do produto e ao próprio

percurso do seu destino final.

10 CARTILHA BIOMÓVEL

III. As experiências mundiais

Para encontrar experiências produtivas significativas no setor do móvel

ecocompatível deve-se olhar principalmente para a Alemanha. Lá, entre os critérios

de escolha (dos móveis) emerge a preocupação com a saúde e o ambiente.

As primeiras pesquisas sistemáticas sobre o tema da ecologia no setor do

móvel vêm da Alemanha, principalmente um estudo detalhado do qual reprodu-

zimos alguns trechos:

“Os problemas ecológicos específicos do setor da madeira derivam da

poluição ambiental produzida nas diferentes fases de desenvolvimento

do produto:

• Extração da matéria-prima e pré-produção.

• Produção – transformação e montagem – na fábrica de móveis.

• Utilização dos móveis por parte do cliente.

• Eliminação/reutilização/reciclagem dos materiais”.

Assim, para citar um caso dos mais notórios, a indústria de móveis Wi-

lkhahn (www.wilkhahn.es), em colaboração com o Ministério do Ambiente e da

Economia da Alemanha, levou adiante uma experiência que foi implantada com

sucesso em outras empresas da região de Hannover, voltada para a reorganização

no sentido sustentável de todo o processo produtivo. “Os princípios de base da

filosofia da empresa são: redução das emissões; redução do consumo de materiais

e de energia; reciclagem de materiais; evitar desperdícios”. Em particular, para as

peças recuperadas é previsto: “a reutilização para a mesma função ou para elemen-

tos de menor qualidade; a transformação do material para um novo produto; a

reciclagem para outros objetos”.

Nos casos em que não seja possível reutilizar a peça, o material de que é

composto é enviado às empresas para reciclagem (por exemplo, o PVC). A colabora-

ção entre a indústria, empresas fornecedoras e de reciclagem dos materiais é estreita

e a escolha dos subfornecedores deriva também do seu compromisso de recolher o

material utilizado, contribuindo na sustentabilidade de toda a cadeia produtiva.

A Wilkhahn oferece também aos seus clientes uma vasta gama de servi-

ços: controles dos produtos vendidos (o último depois de 5 anos), certificação,

fichas técnicas, reparação e substituição de peças gastas – é prevista inclusive a

possibilidade de atualizar, a pedido do cliente, os modelos antigos –, recuperação

e reciclagem.

11 CARTILHA BIOMÓVEL

A cadeira Picto, um dos mais conhecidos modelos do catálogo Wilkhahn,

por exemplo, é feita com metais não-cromados, tecidos de lã e poliéster de grande

resistência, sem a utilização de colas ou soldas; todos os materiais de que é com-

posta podem ser reciclados e facilmente desmontados e as peças maiores trazem

a indicação do material de que são compostas. A empresa também programou

um serviço de recuperação das cadeiras usadas, cujas peças em bom estado serão

reutilizadas na produção, enquanto as outras serão recicladas.

Outra empresa alemã, a Schlüter, produtora de poltronas e sofás, utiliza

em alternativa à tradicional espuma de borracha a palha de centeio proveniente de

cultivos controlados, não tratada com inseticidas e pesticidas e completamente

esterilizada, além de outros materiais naturais e regeneráveis como madeira de faia,

lã de ovelha, juta, linho. No momento da eliminação, prevê também a reutilização

de cada componente.

Cadeira Picto, daWilkhahn

Palha de centeio utilizada pela empresa Schlüter

12 CARTILHA BIOMÓVEL

IV. Os produtos sustentáveis

Surge uma nova onda de diferenciação de competitividade, em que as em-

presas do mercado imobiliário estão se deparando com uma nova forma de oferecer

seus produtos: Green Buildings ou empreendimentos sustentáveis!

Empresas como a SustentaX (www.sustentax.com.br) – Engenharia de

Sustentabilidade – ajudam a projetar, implantar e operar empreendimentos compe-

titivos que possam ser compreendidos pela sociedade, pelos seus usuários e pelos

acionistas como uma contribuição para a sustentabilidade planetária, melhoria de

vida para seus funcionários, clientes e comunidade.

Existe uma certificação que garante que o prédio é realmente ‘ver-

de’, chamada de Liderança em Design Ambiental e Energético (LEED, na

sigla em inglês). Este conceito surgiu nos Estados Unidos, e aqui no Brasil

a SustentaX é responsável por essa certificação.

Bioarquitetura é um ramo da arquitetura que busca construir imóveis

em harmonia com a natureza, com baixo impacto ambiental e custos operacio-

nais reduzidos. Partilha assim dos ideais de uma sociedade sustentável e saudável,

preservando a vida do planeta em seus diversos ecossistemas.

Desta forma, a Bioarquitetura engloba as construções ecológicas, as cons-

truções sustentáveis e bio-climáticas (adaptadas ao clima) e, além disto, engloba

as diversas expressões artísticas e culturais inspiradas não só na beleza das formas,

como também na milenar sabedoria construtiva dos povos.

Para atingir sua meta de constituir edificações e espaços em equilíbrio com

Bioarquitetura - uso do Bambu

13 CARTILHA BIOMÓVEL

a vida, a Bioarquitetura desenvolve e aplica métodos e

técnicas específicas de projeto e construção.

O custo de uma construção ecologicamente

correta, afirmam os especialistas, não difere tanto de um

empreendimento usual. Marcio Augusto Araújo, diretor

do Idhea – Instituto para o Desenvolvimento da Habita-

ção Ecológica conta que “os produtos existem, mas não

são fáceis de encontrar”. Os fabricantes são poucos e

dispersos. “Uma empresa que aposta nessa arquitetura,

certamente, irá se diferenciar em médio prazo”, complementa. O diretor do Idhea

vai além: “Uma empresa deve apostar na sociedade, assumir responsabilidades

sociais maiores, e a arquitetura deve refletir este modo de viver”.

Os fabricantes de tecnologia come-

çaram a se preocupar com o meio ambiente.

A IBM (www.ibm.com.br) mostrou, durante

uma feira na Alemanha, seu destaque ‘verde’

o laptop da Asus chamado de Eco-Book. Ele

é parcialmente feito de bambu, material mais

renovável e menos poluente do que o plástico.

A máquina, que ainda não está no mercado,

atrai pela beleza – as partes de madeira são

envernizadas. O produto segue tendência de

outra fabricante, a NEC Corporation, que criou um laptop biodegradável feito de

resina de milho.

O setor de moda já cunhou o termo ‘ecomoda’ para as iniciativas atreladas

ao uso de materiais que colaboram com a sustentabilidade do planeta.

A coleção de verão 2008 da Timberland (www.timberland.com), batizada

de ‘Earthkeepers’ traz camisetas desenvolvidas com algodão orgânico – cujo cultivo,

sem agrotóxicos, não agride o meio ambiente. O algodão naturalmente colorido,

cultivado no estado da Paraíba, já nasce com as fibras coloridas e não tem necessi-

dade de tingimento com corantes que prejudicam o solo.

Na Imaginarium (www.imaginarium.com.br), rede de franquias que prega

o ‘fundesign’, as blusas femininas são confeccionadas em fibra de bambu, obtida

por um processo natural – além de um toque macio, a fibra tem propriedades an-

tibactericidas e alta absorção de umidade.

Eco-Book, IBM

Earthkeepers,

Timberland

14 CARTILHA BIOMÓVEL

Não só o planeta agradece como também muitos consumidores ficam

satisfeitos em comprar produtos e serviços de empresas preocupadas com o de-

senvolvimento sustentável.

Uma pesquisa realizada pela Market Analysis e pelo Instituto Akatu re-

velou que 33% dos compradores brasileiros adotam atitudes conscientes na hora

das compras, o que representa uma em cada três pessoas.

Além disso, 37% dos entrevistados afirmam pagar mais por materiais não-

nocivos ao meio ambiente e 8 em cada 10 consumidores manifestaram disposição

a pagar mais, um sobrepreço de 25% a 35% pela mercadoria com selo ambiental.

Estudo feito pela TNS Interscience para a revista Consumidor Moderno,

com o tema “Empresas que mais Respeitam o Cliente”, revelou que 51% dos entre-

vistados consideram como um item muito importante as ações de responsabilidade

social que a empresa realiza na hora de se decidir por uma marca.

Outra atitude aprovada pelos brasileiros é o “choice editing”, na qual o

setor varejista realiza a seleção prévia de produtos, excluindo aqueles que agridem

o meio ambiente. Para 95% dos entrevistados essa é uma atitude que deveria ser

praticada pelo varejo. A maioria dos brasileiros (92%) também afirmou que daria

preferência a um estabelecimento que adotasse essa medida.

33% adotam atitudes conscientes na hora das compras

37% pagariam mais por materiais não-nocivos ao meio ambiente

B R A S I L E I R O S A F I R M A M

51% consideram como um item muito importante as ações de responsa-

bilidade social que a empresa realiza na hora de se decidir por uma marca

95% aprova o “choice editing”, deveria ser praticada pelo varejo.

15 CARTILHA BIOMÓVEL

V. A análise do ciclo de vida

A Análise de ciclo de vida de um produto é a forma mais consagrada de

análise, avaliação e interpretação dos resultados do impacto ambiental e das relações

entre o produto e o ambiente, não apenas os materiais, mas também o conjunto

dos processos que acompanham todas as fases de vida de um produto: do projeto

ao desenvolvimento, da utilização ao destino final. A avaliação estuda os aspectos

ambientais e os impactos potenciais ao longo de toda a vida de um produto (isto

é, “do berço ao berço”, incluindo reuso e reciclagem) desde a extração dos recur-

sos naturais/matérias-primas, passando pela manufatura/fabrico e utilização até o

destino final.

A elaboração de um ciclo de vida articula-se em quatro fases, estritamente

interligadas:

1. Definição dos objetivos e âmbito.

2. Inventário ambiental.

3. Avaliação dos impactos.

4. Interpretação dos resultados.

Os dados ambientais colhidos no inventário distinguem-se em:

• Dados ambientais relativos às matérias-primas (semi-acabados) na entrada do

ciclo produtivo do móvel, subdivididas em fileiras: materiais lenhosos, verni-

zes/tintas, colas, embalagens, materiais não-lenhosos, tanto plásticos (PE, PU)

como metálicos (aço, alumínio); tais dados derivam de pesquisas específicas

efetuadas nos estabelecimentos dos produtores dos semi-acabados e, em medida

inferior, de dados de literatura

• Dados ambientais relativos à fase de produção do móvel, subdivididos por cate-

goria de produto. A fase de produção usufruiu da análise dos dados fornecidos

pelas empresas que participaram no projeto Green Home (ver parte VII desta

cartilha). Os dados foram organizados de maneira a serem coerentes com as

matérias-primas na entrada do ciclo produtivo (materiais lenhosos, plásticos e

metálicos, vernizes/tintas, colas e embalagens) e com as categorias de produto

na saída (cadeiras, camas, etc.)

• Dados relativos à fase de utilização do móvel, em que são feitas aquisições

relativas às emissões de formaldeído, e à fase de fim de vida ou destino final de

um móvel.

16 CARTILHA BIOMÓVEL

A regra principal do Biomóvel é sempre criar produtos que de fato eco-

nomizem ao máximo as matérias-primas. Trata-se, portanto, de atingir o objetivo

de satisfazer as exigências do cliente (funcionais e estéticas) racionalizando os

consumos das matérias-primas utilizadas.

17 CARTILHA BIOMÓVEL

VI. O Selo de Certificação

O Biomóvel promove a melhoria qualitativa dos produtos no setor de

móveis e decoração, com base na redução da utilização de recursos não-renová-

veis e das emissões por unidade de produto. Este objetivo geral é explicitado nos

seguintes objetivos específicos:

a. Defender a difusão de práticas sustentáveis, tanto do ponto de vista

ambiental quanto social, na gestão das florestas.

b. Promover um projeto/design do móvel voltado para prevenir os im-

pactos ambientais do produto e para reduzir a produção de resíduos e

emissões durante cada fase do seu ciclo de vida.

c. Promover uma constante melhoria nos processos, nos produtos e nas

tecnologias, de maneira a minimizar o impacto ambiental; promover

a melhoria e a salubridade dos ambientes de trabalho e reduzir todos

os possíveis riscos para a saúde do usuário final.

d. Tutelar o consumidor, melhorando e tornando transparente a infor-

mação ambiental dos móveis ecológicos.

Como em qualquer outro setor, também no moveleiro o fato de uma

empresa empreender uma política orientada para a sustentabilidade implica o en-

volvimento de uma série de fatores e requer uma análise do impacto ambiental em

todas as fases do processo:

Critérios ecológicos prevalecentes na fase de produção

Critérios ecológicos prevalecentes na fase de utilização

Critérios ecológicos prevalecentes na fase de eliminação.

Muitas vezes pensamos que é ecológico o retorno aos materiais naturais,

madeira, cortiça. Não é verdade que o que mais parece natural seja mais ecológico.

Devemos pensar na origem do material, no seu desperdício, no consumo de energia

e pensar no prolongamento da vida dos produtos, na qualidade, na possibilidade

de substituir as peças, nas peças de reposição e na montagem.

Critérios para obtenção

18 CARTILHA BIOMÓVEL

A qualidade ecológica de um produto de mobiliário e decoração depende,

portanto, de um conjunto muito amplo de fatores que abrangem todas as fases

do processo:

• O fornecimento de matérias-primas (utilização de recursos renováveis

e, nesta ótica, necessidade de acordos com os fornecedores para

garantir a origem do material; custos de transporte e meios

utilizados para o mesmo...).

• A produção (o pó da madeira e as colas que contêm for-

maldeído podem causar tumores; o tratamento das superfícies

com vernizes, tintas, solventes, produtos poluentes e corrosivos

pode ser nocivo à saúde, danificar o ozônio e poluir os lençóis

de água, enquanto que a utilização de vernizes/tintas em pó,

mesmo em medida inferior, é nociva ao organismo; embalagens

não-reutilizáveis causam problemas ambientais quando elimina-

das; os refugos e os resíduos da produção poluem o ar, a água,

o solo; na produção é necessário reduzir o esbanjamento de

recursos e limitar as descargas e emissões tóxicas no ar...).

• A utilização do móvel por parte do cliente (emissões

poluentes e nocivas à saúde, riscos de acidentes...).

• A eliminação ou destino final (necessidade de prolongar

a vida do produto por meio da restauração e substituição dos

componentes, possibilidade de desmontagem, reutilização dos

componentes, reciclagem do material...).

Para se candidatar ao direito de uso do SELO BIOMÓVEL a empresa deve

ser integrante do APL do Alto Vale do Rio Negro e submeter-se à AVALIAÇÃO

DA CONFORMIDADE para obtenção do Selo Biomóvel.

Os contratos de uso do SELO BIOMÓVEL são válidos para um período de

3 (três) anos e firmados diretamente com o COMITÊ DE CERTIFICAÇÃO (CC),

composto por representantes do SINDUS-MOBIL/SINDICOM/ARPEM.

Cabe ao COMITÊ CERTIFICADOR credenciar instituições para atuarem

na qualidade de OAC – Organismo de Avaliação da Conformidade. Este organismo

é que faz a auditoria nas empresas candidatas a adquirir o Selo Biomóvel.

Manejo de Eucalipto

Manejo de Pinus

19 CARTILHA BIOMÓVEL

Auditoria

As empresas certificadas são auditadas uma vez por ano pelo OAC – Or-

ganismo de Avaliação da Conformidade, garantindo dessa maneira o contínuo

cumprimento dos procedimentos necessários à produção do Biomóvel.

A OAC encaminha ao Comitê Certificador um parecer referente ao cre-

denciamento para o uso do Selo Biomóvel, o que vai encaixar as empresas em um

dos três grupos a seguir:

1. Recomendado sem Ressalvas: Empresas que têm totais condições de

utilizar o Selo Biomóvel.

2. Recomendado com Ressalvas: Empresas que precisam aprimorar de-

talhes em seu processo de produção.

3. Não-recomendado: Empresas que no momento da auditoria não se

enquadraram nos critérios básicos necessários a certificação.

Tipos de Certificação

• Certificação da empresa: concede à empresa o certificado, confirmando

a capacidade gestora para produzir o Biomóvel.

• Certificação do Produto: concede o Selo ao produto, a partir dos testes,

de acordo com o regulamento que instituiu o Biomóvel.

Conheça os passos que uma empresa percorre para conquistar o selo Biomóvel:

1º Passo

A empresa integrante do APL deve encaminhar sua solicitação ao Grupo

Gestor, preenchendo o Formulário de Intenção

2º Passo

Após receber formalmente a solicitação da empresa para o uso da

certificação Biomóvel, o Grupo Gestor encaminha as informações ao

Comitê Certificador.

Biomóvel passo a passo

20 CARTILHA BIOMÓVEL

3º Passo

O Comitê Certificador entra em contato com a empresa fornecendo

o regulamento do processo de certificação, com todas as informações

necessárias para adquirir o selo Biomóvel. Nesta fase, o Comitê Certifi-

cador, encaminha também o Formulário de Credenciamento, que é um

documento que descreve as disposições que a empresa realiza para cumprir

os requisitos do regulamento.

4º Passo

Nesta fase o Comitê Certificador analisa a solicitação, bem como a do-

cumentação enviada, e encaminha seu parecer ao OAC – Organismo de

Avaliação da Conformidade.

5º Passo

O OAC analisa a documentação e, logo após agenda uma visita prévia,

com o objetivo de planejar a auditoria inicial. A análise e aprovação do

OAC será baseada nos seguintes requisitos:

1. Documentação completa

2. Tipo de produto e processos de produção

3. Conhecimento prévio da organização pela entidade auditora.

6º Passo

Após aprovação da documentação, o OAC agenda, junto com a empresa, a

realização da auditoria inicial para verificar a implementação dos requisitos

descritos no regulamento.

7º Passo

O OAC elabora um relatório da auditoria com os registros que evidenciam

o atendimento a todos os itens especificados no regulamento.

21 CARTILHA BIOMÓVEL

1. Ter na composição do móvel 100% de madeira de origem reflorestada.

2. Quando do uso de painéis na sua composição, estes deverão ser da classe E1.

3. Ter em sua constituição no mínimo (70%) de produtos amadeirados e/ou de

fibras naturais, excetuando-se as ferragens articuláveis (dobradiças, corrediças,

etc.), os acessórios, elementos de montagem e móveis estofados.

4. Utilizar exclusivamente adesivos à base de PVA e, quando não possível, de baixa

emissão de formaldeídos.

5. Quando da utilização de revestimentos em PVC ou laminados de borda, utilizar

adesivos de contato à base de solventes não-agressivos.

6. A empresa deve ter procedimentos que permitam identificar, conhecer, admi-

nistrar e controlar os resíduos que ela gera durante o processo produtivo, como:

emissões atmosféricas, efluentes líquidos e resíduos sólidos.

7. Os produtos químicos, vasilhames, resíduos não-orgânicos líquidos e sólidos,

incluindo combustível e óleos lubrificantes, devem ser direcionados de forma

ambientalmente apropriada, em local adequado.

Quais requisitos a empresa deve atender na auditoria?

PRONTO!A EMPRESA FOI APROVADA PELA AUDITORIA. E

AGORA? QUAIS AS PRÓXIMAS RECOMENDAÇÕES?

22 CARTILHA BIOMÓVEL

Avaliação de manutenção

Após a concessão da certificação, o acompanhamento e a manutenção são

realizados exclusivamente pelo OAC, que planeja novas auditorias para constatar se

as condições técnico-organizacionais, que deram origem à aprovação da empresa,

estão sendo mantidas.

Será realizada, no mínimo, uma auditoria por ano para cada empresa cer-

tificada, podendo haver outras, desde que haja liberação do Comitê Certificador

(CC), baseada em evidencias que as justifiquem.

A decisão sobre a manutenção da certificação é de responsabilidade do Comitê

Certificador. Deve ocorrer com base nas informações obtidas durante a etapa de análise

da documentação e auditoria e ouvida a recomendação da entidade auditora.

Cumpridos todos os requisitos do regulamento, o CC deve emitir o Certi-

ficado de Conformidade e registrar a informação acerca dos dados da organização no

catálogo de empresas e produtos certificados para uso do SELO BIOMÓVEL.

O tratamento das não-conformidades e os prazos para implemen-

tação são acordados entre a empresa e o Comitê Certificador. O CC deve

avaliar de forma sistêmica as evidências do tratamento da não conformidade

para que as ações corretivas sejam eficazes.

A empresa deve ter seu processo produtivo controlado de forma a

evitar desvios que possam comprometer a conformidade do produto final.

Além disso, qualquer alteração sensível no processo produtivo deve ser in-

formada ao CC e implica necessariamente uma nova avaliação.

A obtenção da certificação possibilitará o uso do Selo BIOMÓVEL, e

tem como objetivo indicar que estes produtos são de empresas que atendem às

exigências e especificações do Regulamento.

Nota: quando a empresa possuir catálogo, prospecto comercial ou publi-

citário, as referências ao Selo BIOMÓVEL só podem ser feitas para os

produtos constantes do escopo.

Selo de Certificação da Conformidade

23 CARTILHA BIOMÓVEL

Uma nova cultura na produção de móveis

A empresa que produz o Biomóvel não utiliza o conceito de sustentabilida-

de apenas em sua linha de produção. Ela também recebe todo o suporte do Comitê

Certificador para a implantação de programas que a levem a assumir a cultura da

sustentabilidade, fazendo com que esse conceito, torne-se um hábito no dia-a-dia

de seus colaboradores. Conheça alguns desses programas:

• Política de uso do Selo Biomóvel

A direção da empresa é orientada a anexar a sua documentação a “Política de Uso e

Compromisso com o Selo”, emitida pelo Comitê Certificador. A mesma é divulgada

entre os funcionários e o mercado, mostrando que a direção está comprometida

com o cumprimento dessa política.

• Relações e Direitos dos Trabalhadores

Recomenda-se que a atividade produtiva alcance, e até supere, todas as leis aplicáveis

e/ou regulamentações relacionadas à saúde e segurança de todos os trabalhadores.

A empresa deve determinar e gerenciar as condições do ambiente de trabalho ne-

cessárias para alcançar a conformidade com os requisitos do produto.

• Fornecedores

As empresas que possuem o Selo Biomóvel, em hipótese alguma, têm relações com

fornecedores que utilizam mão-de-obra infantil e trabalho escravo.

Estes devem apresentar controles e cuidados especiais em relação ao tratamento

dos resíduos industriais.

O Selo de Identificação da Conformidade deve estar de acordo com as

características definidas neste regulamento.

O selo do BIOMÓVEL deve estar visível no produto e na embalagem

primária.

A empresa deve manter registro do controle do Selo BIOMÓVEL utili-

zado. Este registro deve conter número de série ou identificação do lote.

Especificação

24 CARTILHA BIOMÓVEL

• Aspectos ambientais

A empresa deve possuir objetivos e metas que estejam alinhados com o cumpri-

mento dos aspectos legais. Esses objetivos e metas devem refletir os aspectos

ambientais, os resíduos gerados e seus impactos no meio ambiente.

• Programa de gestão ambiental

Recomenda-se que a empresa tenha um programa estruturado com responsáveis

pela coordenação e implementação de ações que cumpram o que foi estabelecido

na política ambiental e as exigências legais, que atinjam os objetivos e metas e que

contemplem o desenvolvimento de novos produtos e novos processos.

Este programa prevê ações contingenciais, associadas aos riscos envolvidos e aos

respectivos planos emergenciais.

• Exigências legais

A empresa é orientada a desenvolver um processo para obter e ter acesso a todas

as exigências legais pertinentes a sua atividade. Essas exigências devem ficar claras

à direção da empresa. Os funcionários deverão conhecer essas exigências e as do-

cumentações necessárias para seu cumprimento.

• Sistema da Qualidade

A empresa recebe suporte para apresentar um sistema de controle documentado,

no qual esteja detalhado o seguinte:

a. Os procedimentos que adota para o processamento, rastreamento e manu-

seio dos produtos de base florestal, desde a ordem de compra até a venda e

expedição do produto final.

b. Os procedimentos para o uso do logotipo e identificação de produtos cer-

tificados.

• Controle de Documentos

A empresa deve manter um sistema de controle dos documentos e procedimentos

que afetam a qualidade dos produtos de base florestal para que sejam controlados

e assinados pelos responsáveis, com acesso fácil aos interessados, para manter

atualizados, identificados, legíveis e armazenados adequadamente.

• Preservação de produto

A empresa deve preservar a conformidade do produto durante o processo interno

e entrega no destino pretendido. Esta preservação deve incluir identificação, ma-

nuseio, embalagem, armazenamento e proteção. A preservação também deve ser

aplicada às partes constituintes de um produto.

25 CARTILHA BIOMÓVEL

Conclusão

Uma das formas mais concretas da aquisição da sustentabilidade é a cons-

cientização ambiental das empresas. Em longo prazo, organizações que buscam

a sustentabilidade, além de estarem conformes com a legislação ambiental, serão

melhores vistas pela comunidade, aumentando o consumo de seus produtos no

mercado sem que haja modificação nos seus custos de produção.

A adoção de práticas ambientalmente corretas nas empresas moveleiras re-

duz o desperdício da madeira, sua principal matéria-prima. Tais medidas colaboram

para suprir a demanda mundial crescente por madeira. Sendo assim, a Produção

Mais Limpa e as Tecnologias Limpas são ferramentas essenciais para cumprir as

necessidades ambientais de um desenvolvimento sustentável.

26 CARTILHA BIOMÓVEL

VII. O conceito Green Home

Recentemente duas entidades italianas, a ANAB – Associação Nacional

de Arquitetura Bioecológica e o ICEA – Instituto para a Certificação Ética e Am-

biental, elaboraram um padrão de ecologia no setor do móvel.

O padrão de “Móvel Ecológico” parte da consideração da importância

do impacto ambiental determinado pelo setor do mobiliário e da decoração, e da

constatação do surgimento de uma nova temática de máximo interesse para a saúde

pública: o ar que se respira no interior de estabelecimentos não-industriais (escolas,

locais de trabalho, residências, locais públicos de espetáculo, divertimento, rela-

xamento, etc.) é muito mais poluído do que o ar exterior. E não só isso: a maioria

da população passa nestes locais fechados até 90% do tempo da própria vida.

Para enfrentar os problemas identificados é necessário olhar, de um lado,

a esfera da produção e, do outro, o papel da informação, da educação e dos estilos

de vida dos consumidores. Em geral, quanto mais complexas as implicações am-

bientais, mais urgente será a necessidade de informação que facilite uma escolha

racional entre os consumidores.

Com isso, tornar “pública” uma informação ambiental sobre o produto,

que de outra maneira permaneceria confidencial, torna-se necessário também por-

que as informações gerais contidas no preço podem muitas vezes ser dissimuladas

ou ambíguas em relação às características ambientais do produto que estamos

pretendendo comprar.

Para o consumidor, efetuar uma escolha “informada e racional” não é

uma coisa simples nem gratuita (pelo menos em termos de tempo envolvido

para procurar as informações necessárias) e, neste sentido, o desenvolvimento de

ferramentas como o padrão do ‘Móvel Ecológico’ pode simplificar e reduzir os

custos da informação.

Este é, basicamente, o conceito criado pelos fabricantes de móveis da

Toscana (Itália) e denominado “Casa Toscana/Green Home”, que integra 15

empresas moveleiras.

27 CARTILHA BIOMÓVEL

VIII. Os valores e vantagens

Nos últimos anos as empresas estão cada vez mais sob o estímulo de uma

demanda crescente de qualidade por parte dos consumidores. Sustentabilidade é

uma palavra que foi acrescentada aos conceitos de valor do produto.

As indústrias de móveis do Planalto Norte de Santa Catarina, especialis-

tas em produzir móveis para exportação, já seguem rigorosas normas ambientais

impostas por leis na Europa. Assim, estão em condições de produzir o Biomóvel

também para o mercado brasileiro, onde já existe um nicho da população que prefere

produtos ecologicamente corretos.

Portanto, o trabalho que já começa a ser feito é difundir o conceito do

Biomóvel, pois no setor de móveis a escolha ambiental já está vinculada à utilização

de materiais e tecnologias naturais: madeiras não-tropicais e provenientes de plan-

tações sustentáveis, tratamentos e acabamentos não-nocivos à saúde, colas atóxicas,

etc. São os princípios da Biomarcenaria, que baseia sua filosofia na recuperação de

critérios e técnicas do passado.

A proposta do Biomóvel é de incorporar ao que já existe novos procedi-

mentos e, principalmente, promover este mobiliário que tem design moderno e

muita inovação. Não se imagina que as pessoas irão preferir o Biomóvel apenas

porque é ecologicamente correto, mas sim porque ele tem qualidade, design e o

melhor custo/benefício. Isso atende perfeitamente ao conceito da Bioarquitetura,

do ‘Green Building’, dos ecologistas e de todas as pessoas de bom senso.

Imagine o impacto do consumidor ao se deparar com estas recomendações:

“Antes de comprar um móvel (camas, cômodas, armários, livrarias, mesas, cadeiras,

mobiliário de jardim) certifique-se de que não seja feito de madeira tropical. Entre

as alternativas, é particularmente indicada a madeira de eucalipto ou pinus para os

móveis de interiores, de bambu e vime para os de jardim. Assegure-se

de que o móvel que comprou não foi tratado com produtos químicos

perigosos para o ambiente (...). Um problema muito sério é o da ma-

deira dos móveis de cozinha componíveis, quase sempre aglomerado

acoplado com resinas e colas que contêm formaldeído, que pode

provocar irritação nos olhos e na garganta, náuseas e dificuldades

respiratórias”. Estas recomendações constam no Guia Verde do Con-

sumidor, largamente usado na Europa para orientar os consumidores

sobre compras conscientes.

28 CARTILHA BIOMÓVEL

IX. Como vender o Biomóvel

A realidade do aquecimento global criou uma preocupação com o ambiente

como nunca se viu: todo mundo quer fazer sua parte para salvar o planeta. Nesse

cenário, a mídia vem bombardeando o consumidor com informações que buscam

conscientizá-lo sobre a importância de adquirir produtos “ecologicamente corre-

tos”. Essa se tornou a tendência de consumo no momento.

Além disso, o Biomóvel está sendo produzido a partir de uma bem estru-

turada organização, envolvendo inicialmente mais de duas dezenas de importantes

indústrias catarinenses, com plenas condições de oferecer todo o suporte necessário

aos lojistas. Isso inclui um variado mix de produtos, indicação de fornecedores de

outros artigos complementares e capacitação para vendedores e ambientadores de

loja e outros profissionais do varejo.

O consumidor, por seu lado, vai adquirir um produto com a mesma base

de preço que os demais, com a mesma qualidade, porém com uma grande diferença:

estará contribuindo diretamente para o desenvolvimento de um modelo econômico

e social sustentável.

O consumidor pode, por meio de suas escolhas, maximizar os impactos

positivos e minimizar os ne-gativos dos seus atos de consumo e, desta forma,

contribuir para um mundo melhor.

Isso é ‘Consumo Consciente’. Em poucas palavras, é um consumo com

consciência de seu impacto e voltado à sustentabilidade.

Cada vez mais o consumidor consciente busca o equilíbrio entre a sua satisfa-

ção pessoal e a sustentabilidade do planeta, lembrando que a sustentabilidade implica

um modelo ambientalmente correto, socialmente justo e economicamente viável.

29 CARTILHA BIOMÓVEL

X. Dicas para promover o Biomóvel

1º Comprar “menos”

Todo produto integra um “pacote ecológico” invisível, feito de consumo da

natureza, de energia e de tempo de trabalho.

2º Comprar “leve”

Escolher produtos com menos materiais e com menos embalagens, conside-

rando, além do seu peso direto, o indireto, ou seja, o “pacote ecológico”.

3º Comprar “durável”

Boa parte dos bens duráveis são descartados na natureza. A troca do móvel a cada

10 anos, ao invés de 5 anos, por exemplo, diminui em 50% o “pacote ecológico”.

4º Comprar “simples”

Evitar produtos com excesso de complicações, de ferragens e acessórios des-

necessários, quando possível. Em geral consomem mais recursos naturais.

5º Comprar “perto”

Os produtos que usam materiais da própria região reduzem os danos am-

bientais dos meios de transporte e desenvolvem a economia local.

6º Comprar “saudável”

Móveis de madeiras de florestas renováveis e produção limpa – mesmo que sejam

mais caros, não se comparam ao preço da saúde das pessoas e do meio ambiente.

7º Comprar “mais justo”

Muitas mercadorias são produzidas em condições sociais e ambientais ina-

ceitáveis. Escolher móveis de empresas socialmente responsáveis.

8º Comprar “prudente”

Atentar para produtos feitos com materiais que evitem danos à saúde e ao

meio ambiente.

9º Comprar “sincero”

Evitar produtos muito divulgados. A publicidade poderia contribuir com o

consumo mais responsável, mas em geral faz o contrário.

10º Investir em “justiça”

Procurar investir seu dinheiro em empresas que privilegiem projetos sociais

e ecológicos.

Os dez mandamentos do consumo sustentável

Texto adaptado dos 10 mandamentos do B.E.S.O.S. (Balloon Experiment on Standards for Ozone Sondes)

30 CARTILHA BIOMÓVEL

Desde a captação do cliente até a garantia de seu retorno, o ambiente

influencia o sucesso de vendas do Biomóvel.

O layout é um importante componente de sucesso, muitas vezes relegado

a um plano inferior. A sua contribuição começa no convite ao cliente para entrar

na loja, passa pelo bem-estar e sensações agradáveis que causa, e por fim influência

na decisão de compra do consumidor, e também nas sensações e comportamento

dos funcionários e, conseqüentemente, em seu desempenho.

Muitas vezes o consumidor entra na loja atraído pelo visual. Por esta mesma

razão aquele que procura por um produto inovador, sustentável e bonito pode decidir

entrar em sua loja primeiro – é a oportunidade de conquistá-lo também primeiro.

Um cliente, que observa os móveis ambientados, com cartazes informati-

vos, podendo visualizá-los e experimentá-los, tem mais chance de fechar a compra,

impulsionado pela emoção. Um ambiente agradável faz com

que as pessoas fiquem à vontade, tranqüilas e mais predispostas

a trocas interpessoais.

Quando se elabora o layout da loja que vai vender o

Biomóvel, deve-se pensar no conforto do cliente e nos estí-

mulos à compra. Quanto mais se explorar os cinco sentidos,

mais próximo se

chega das emoções

e impressões do

consumidor. O belo

agrada aos olhos e

ao coração. Cores,

luz, ambientação

são as ferramentas.

Demonstre o Biomóvel da forma como é usado, ambiente com objetos que os

complementam, crie um cenário que remeta à casa desejada pelo consumidor.

A iluminação e as cores das paredes e objetos devem favorecer

a exposição do produto. Ambientes bem iluminados transmitem sensa-

ção de limpeza e costumam ser mais agradáveis, atraindo o consumidor.

Ao usar luzes fluorescentes, evite luz branca, que distorce todas as cores e

dá palidez às pessoas sob essa luz. Use as fluorescentes amarelas, que têm

uma luminosidade semelhante às incandescentes. Proporciona aconchego

aos ambientes. Estimula os clientes a permanecerem sem pressa.

O sucesso começa pelo ambiente

31 CARTILHA BIOMÓVEL

O tato é uma importante ferramenta na venda de Biomóveis. Por

isso, todos os produtos devem estar limpos e dispostos de forma que

estimulem sua experimentação. O contato físico com o produto gera um

prazer antecipado, a sua posse começa quando é visto e tocado. O tato é

muitas vezes indispensável no processo de decisão de compra.

A música calma relaxa, a alegre é estimulante e o

som alto é desagradável. Para escolher

detalhes sonoros, a música a ser tocada

e o local das caixas de som, pense em

seu público-alvo e nos estímulos que

deseja dar a ele. A música, assim como os

outros elementos, definem a atmosfera

da loja e afetam o comportamento do consumidor. Dê

preferência à músicas com sons de natureza.

O olfato, normalmente esquecido, é capaz de provocar profundo bem-estar

e remeter a boas lembranças, e também faz parte da ambientação.

Por que não dar ao cliente a experiência completa,

associando aromas aos ambientes dentro da loja?

Quantas vezes somos atraídos a entrar em lojas com

aromas agradáveis? Quantas vezes compramos impul-

sionados pelo cheiro? Há perfumes que associamos

a um determinado local, tornando-se “marca registrada”. Imagine

um aroma de floresta...

Lembre-se: a compra de um móvel não é rápida, o cliente não entra na

loja, pega o que quer, paga e sai. Então, coloque cadeiras para que ele fique

confortável.

Não deixe o espaço “apinhado”, de forma que atrapalhe a circulação ou

faça com que o cliente fique pouco à vontade. Observe que um objeto em si pode

não estar atrapalhando a circulação, mas a sua disposição pode fazer com que as

pessoas se posicionem de forma a atrapalhar o fluxo. Quando for organizar o

espaço, observe cantos sem movimentação, otimize seu uso. Móveis amontoados

atrapalham a visualização e são menos atraentes.

32 CARTILHA BIOMÓVEL

É possível multiplicar os espaços com demonstradores

(displays) e divisórias internas. Podem ser peças que compactem

várias peças do mesmo grupo, como camas, cadeiras, etc. Divi-

sórias de ambientes podem também melhorar a visualização sem

reduzir o espaço, demarcando um ambiente como se fosse um

cômodo na casa do cliente.

Esteja atento à sinalização, ela tem por objetivo informar e

contribuir na caracterização da atmosfera da loja. Cartazes devem

informar de forma clara e objetiva.

A poluição visual atrapalha a leitura e confunde, não

atraindo a atenção do consumidor (e não fica bem para quem vende Biomóvel,

não é mesmo?).

Que tal criar uma relação com o consumidor, fazê-lo lembrar de você na

próxima compra? Fazer com que veja sua loja como aliada. Sair da comunicação

árida dos números e tablóides de ofertas. Para vender o Biomóvel, crie formas de

conversar com ele, seja útil, dê dicas, informe e, de quebra, crie necessidade.

Por exemplo, ofereça panfletos com informações sobre decoração e con-

servação do Biomóvel. Mostre fotos dos produtos da loja em ambientes decorados

dentro de tendências, coloque pessoas nestes ambientes, produza fotos que desper-

tem o desejo. Elabore textos que, além de informar, criem intimidade, e remetam

também aos desejos. Use sempre estes três elementos: informação+foto+texto.

Mostre consumidores de verdade em suas casas, em ambientes decorados,

conte as histórias deles. Para isso, utilize os serviços de decoradores e arquitetos

de interiores.

Envolva os fornecedores, solicite a participação deles nestas ações.

Além de criar intimidade, estar ofertando serviço e fixando a marca na

mente dos consumidores, você estará criando necessidade.

Para estabelecer suas ações, não perca de vista o perfil do cliente que dá

preferência a produtos ecológicos, elabore materiais de acordo com a realidade

dele, pense no que ele quer e necessita.

Crie elementos de comunicação

33 CARTILHA BIOMÓVEL

APL – Arranjo Produtivo Local

AOC – Organismo de Avaliação da Conformidade

CC – Comitê Certificador

SINDUSMOBIL – Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário de

São Bento do Sul

SINDICOM – Sindicato das Indústrias do Mobiliário e da Construção Civil de

Rio Negrinho

ARPEM – Associação Regional da Pequena Empresa Moveleira

Glossário

34 CARTILHA BIOMÓVEL

Contatos:www.biomovel.com.br

biomovel@biomovel.com.br

gerente@fetep.org.br

(47) 3635-1391

ExpedienteMaterial elaborado e desenvolvido pela CEM – Central da Excelência Moveleira Ltda

Rua Deputado Estefano Mikilita, 125 – 3º andar, CEP 81070-430 – Curitiba – PR

(41) 3025-8829 - www.moveisdevalor.com.br - moveisdevalor@moveisdevalor.com.br

Projeto Gráfico e Diagramação: Rizzare Design e Comunicação

(41) 3025-8845 - www.rizzare.com.br

Imagens: Banco de Imagens stock.xchng e stockxpert

Biomóvel® é marca registrada do Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário de São Bento do Sul – SC

Recommended