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Cartilha Sustentabilidade

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3 CARTILHA BIOMÓVEL

Apresentação

A sustentabilidade é um caminho sem volta. Hoje, mais de 90% dos

brasileiros sabem o que significa ‘aquecimento global’. A conscientização sobre

preservação ambiental está presente no comportamento das pessoas, inclusive no

consumo. Móveis e decoração fazem parte do dia-a-dia das pessoas e são produtos

em que o conceito do ‘ambientalmente correto’ fica mais evidenciado, inclusive

com relação ao uso dos materiais.

A discussão sobre como os consumidores evoluíram para tomada de

decisões de consumo verde é atual, e com informação, educação e implemen-

tação de leis, a expectativa de encontrarmos um segmento crescente destes

consumidores é grande.

Diante deste cenário, a região do Planalto Norte de Santa Catarina, onde

se destacam os municípios de São Bento do Sul, Rio Negrinho e Campo Alegre,

lança no mercado brasileiro o Biomóvel.

Trata-se de uma nova cultura na produção de móveis, baseada nos conceitos

de sustentabilidade, em que as indústrias ajustam seus processos de produção para

fabricar um móvel que, além de atender a todos os requisitos de qualidade e bom

gosto, é também “ecologicamente correto”.

Page 4: Cartilha Sustentabilidade

4 CARTILHA BIOMÓVEL

São dez partes, divididos em diferentes áreas, contendo informações

desde a escolha dos materiais até a embalagem do produto. Mostra também que o

conceito “bio” já está sendo utilizado em diversos setores. E traz esclarecimentos

importantes sobre as vantagens do biomóvel em relação aos móveis convencionais

existentes no mercado.

Parte I: Os princípios do Biomóvel

Revela os princípios gerais do Biomóvel e se constitui numa peça importante para

a compreensão das demais partes da cartilha.

Parte II: A abordagem no design

Aborda o papel estratégico do design no desenvolvimento de produtos e serviços

ecocompatíveis e no processo de eco-inovação das empresas.

Parte III: As experiências mundiais

Conta as principais experiências desenvolvidas na Europa, especialmente na

Alemanha onde as empresas já estão usufruindo dos benefícios de oferecer

móveis ecológicos.

Parte IV: Os produtos sustentáveis

Destaca os princípios da filosofia das empresas responsáveis em diversos ramos de

atividades em relação à: redução das emissões; redução do consumo de materiais e

de energia; reciclagem de materiais; evitar desperdícios.

Parte V: A análise do ciclo de vida

Aborda as interações entre a atividade produtiva e o ambiente, a avaliação dos

impactos ambientais desta atividade e as indicações de melhoria em todas as

fases do processo.

Parte VI: O Selo de Certificação

Trata dos critérios a que as empresas devem se submeter para obter o selo de cer-

tificação, tanto da própria empresa quanto dos produtos.

Estrutura da Cartilha

Page 5: Cartilha Sustentabilidade

5 CARTILHA BIOMÓVEL

Parte VII: O conceito Green Home

Mostra que o Planalto Norte de Santa Catarina tem características adequadas para

trabalhar o conceito Green Home e ser o principal produtor brasileiro.

Parte VIII: Os valores e vantagens

Como aproveitar o conceito ecológico da bioarquitetura e desenvolver produtos

compatíveis com este novo foco das construções.

Parte IX: Como vender o Biomóvel

Mostra aos lojistas como vender o biomóvel ao consumidor, a partir das vantagens

competitivas deste conceito.

Parte X: Dicas para promover o Biomóvel

Os 10 mandamentos do Consumo Sustentável; O Sucesso Começa pelo Ambiente;

Crie Elementos de Comunicação.

Esperamos que esta cartilha o ajude a compreender melhor o conceito

Biomóvel e as razões que levaram um considerável grupo de empresas de Santa

Catarina a investir no desenvolvimento de mobiliário ecológico, a partir do uso

racional de recursos e da utilização de matérias-primas renováveis.

Page 6: Cartilha Sustentabilidade

6 CARTILHA BIOMÓVEL

Page 7: Cartilha Sustentabilidade

7 CARTILHA BIOMÓVEL

I. Os princípios do Biomóvel

Biomóvel é o mais novo conceito em móveis. O único que segue em sua

produção rigorosos princípios de sustentabilidade.

A criação deste conceito é resultado de uma pesquisa aprofundada a

respeito de processos já utilizados por fabricantes de móveis em outros países e

também em outros setores. Vemos o prefixo ´bio´ associado a vários produtos,

como ́ biojóias´, bioartesanato e ́ biodiesel´. Por que não difundi-lo associado ao

móvel, juntamente com todo seu conceito de sustentabilidade, isto é, fazer com

menos e com uma produção limpa?

O Biomóvel é um processo de projetar produtos e sistemas de produtos

para minimizar os impactos ambientais em todas as fases do ciclo de vida. A estraté-

gia do Biomóvel integra todos os níveis de desenvolvimento do produto, associando

vantagens competitivas em termos de poupança dos materiais utilizados, redução

dos resíduos de produção e também de marketing.

O conceito parte dos processos que acompanham o nascimento, a vida,

a morte de um produto e seu renascimento, com a reciclagem ou reuso de suas

partes. Tais processos são esquematizados nas seguintes fases:

1. Pré-produção, onde são produzidos os materiais e os semi-acabados

utilizados na produção.

2. Produção, entendida como transformação dos materiais, montagem,

acabamento.

3. Distribuição, que inclui a embalagem, o transporte e o armazenamento.

4. Utilização, que também pode incluir a manutenção.

5. Eliminação/destino final, que prevê uma série de opções de disposição

final, como a reutilização e a reciclagem.

Pré-Produção

Produção

Distribuição

Uso

Eliminação

Minimizaçãodos recursos

Otimização da vidado produto

Escolha dos recursosde baixo impacto

Extensão da vidados materiais

Page 8: Cartilha Sustentabilidade

8 CARTILHA BIOMÓVEL

Nas fases de criação e produção do móvel, alguns aspectos fundamentais devem

ser considerados:

• Projetar produtos multifuncionais.

• Evitar o superdimensionamento.

• Escolher processos produtivos que reduzem o consumo de materiais.

• Otimizar o consumo de energia na produção.

• Utilizar embalagens recicláveis.

Biojóias Bioartesanato Biodiesel

Page 9: Cartilha Sustentabilidade

9 CARTILHA BIOMÓVEL

II. A abordagem no design

Uma nova abordagem no desenvolvimento de produtos sustentáveis deve ser baseada

num projeto que englobe todas as fases do ciclo de vida do produto. É necessária assim uma

metodologia de intervenção que permita conhecer e administrar os impactos de um produto

no ambiente, inclusive nas fases que normalmente não são consideradas no momento de

criá-lo. Por isso, além das matérias-primas, o design assume a tarefa de projetar o ciclo de

vida do produto. O objetivo é reduzir a carga ambiental associada ao produto em todas as

fases do seu ciclo.

Os impactos ambientais de um produto e da sua embalagem podem ser minimizados

com uma série de estratégias:

a. Reduzir o uso de materiais diferentes, simplificando o processo, aumentando as opor-

tunidades para a reciclagem dos resíduos de produção e a reutilização dos componentes

no fim de vida do produto.

b. Otimizar o número de componentes e peças.

c. Integrar várias funções num componente ou projetar um componente útil para mais de uma

finalidade, reduzindo a utilização de material e poupando trabalho e energia na fábrica.

d. Escolher materiais e processos de baixo impacto e evitar processos que utilizem ma-

teriais tóxicos.

O projeto/design de novos produtos deve incluir a avaliação dos cenários do fim de

vida útil para minimizar ou eliminar os resíduos no descarte. As estratégias-chaves incluem:

• Design para a durabilidade, que pode ser obtido através da identificação e eliminação dos

potenciais pontos fracos no projeto.

• Design para uma fácil manutenção.

• Design para a reutilização. O projeto deve considerar a reutilização e reparação; os com-

ponentes ou os acabamentos danificados devem ser substituídos: o objetivo é prolongar ao

máximo a primeira vida do produto.

• Design para a desmontagem. Estratégia que facilita a reparação e a manutenção. É preferível

substituir um único componente que o produto todo.

• Design para a reciclagem, em que os materiais usados podem ter uso secundário, seja com

a mesma função ou com função diferente. Considerar o uso de um único material ou de ma-

teriais compatíveis com a reciclagem. Avaliar métodos de construção e procurar evitar colas

e materiais incompatíveis.

• Design para uma eliminação segura, assegurando que todos os materiais com componentes

tóxicos, produtos que contêm colantes e acabamentos superficiais, estejam corretamente

rotulados. Os impactos serão diversificados em relação à duração do produto e ao próprio

percurso do seu destino final.

Page 10: Cartilha Sustentabilidade

10 CARTILHA BIOMÓVEL

III. As experiências mundiais

Para encontrar experiências produtivas significativas no setor do móvel

ecocompatível deve-se olhar principalmente para a Alemanha. Lá, entre os critérios

de escolha (dos móveis) emerge a preocupação com a saúde e o ambiente.

As primeiras pesquisas sistemáticas sobre o tema da ecologia no setor do

móvel vêm da Alemanha, principalmente um estudo detalhado do qual reprodu-

zimos alguns trechos:

“Os problemas ecológicos específicos do setor da madeira derivam da

poluição ambiental produzida nas diferentes fases de desenvolvimento

do produto:

• Extração da matéria-prima e pré-produção.

• Produção – transformação e montagem – na fábrica de móveis.

• Utilização dos móveis por parte do cliente.

• Eliminação/reutilização/reciclagem dos materiais”.

Assim, para citar um caso dos mais notórios, a indústria de móveis Wi-

lkhahn (www.wilkhahn.es), em colaboração com o Ministério do Ambiente e da

Economia da Alemanha, levou adiante uma experiência que foi implantada com

sucesso em outras empresas da região de Hannover, voltada para a reorganização

no sentido sustentável de todo o processo produtivo. “Os princípios de base da

filosofia da empresa são: redução das emissões; redução do consumo de materiais

e de energia; reciclagem de materiais; evitar desperdícios”. Em particular, para as

peças recuperadas é previsto: “a reutilização para a mesma função ou para elemen-

tos de menor qualidade; a transformação do material para um novo produto; a

reciclagem para outros objetos”.

Nos casos em que não seja possível reutilizar a peça, o material de que é

composto é enviado às empresas para reciclagem (por exemplo, o PVC). A colabora-

ção entre a indústria, empresas fornecedoras e de reciclagem dos materiais é estreita

e a escolha dos subfornecedores deriva também do seu compromisso de recolher o

material utilizado, contribuindo na sustentabilidade de toda a cadeia produtiva.

A Wilkhahn oferece também aos seus clientes uma vasta gama de servi-

ços: controles dos produtos vendidos (o último depois de 5 anos), certificação,

fichas técnicas, reparação e substituição de peças gastas – é prevista inclusive a

possibilidade de atualizar, a pedido do cliente, os modelos antigos –, recuperação

e reciclagem.

Page 11: Cartilha Sustentabilidade

11 CARTILHA BIOMÓVEL

A cadeira Picto, um dos mais conhecidos modelos do catálogo Wilkhahn,

por exemplo, é feita com metais não-cromados, tecidos de lã e poliéster de grande

resistência, sem a utilização de colas ou soldas; todos os materiais de que é com-

posta podem ser reciclados e facilmente desmontados e as peças maiores trazem

a indicação do material de que são compostas. A empresa também programou

um serviço de recuperação das cadeiras usadas, cujas peças em bom estado serão

reutilizadas na produção, enquanto as outras serão recicladas.

Outra empresa alemã, a Schlüter, produtora de poltronas e sofás, utiliza

em alternativa à tradicional espuma de borracha a palha de centeio proveniente de

cultivos controlados, não tratada com inseticidas e pesticidas e completamente

esterilizada, além de outros materiais naturais e regeneráveis como madeira de faia,

lã de ovelha, juta, linho. No momento da eliminação, prevê também a reutilização

de cada componente.

Cadeira Picto, daWilkhahn

Palha de centeio utilizada pela empresa Schlüter

Page 12: Cartilha Sustentabilidade

12 CARTILHA BIOMÓVEL

IV. Os produtos sustentáveis

Surge uma nova onda de diferenciação de competitividade, em que as em-

presas do mercado imobiliário estão se deparando com uma nova forma de oferecer

seus produtos: Green Buildings ou empreendimentos sustentáveis!

Empresas como a SustentaX (www.sustentax.com.br) – Engenharia de

Sustentabilidade – ajudam a projetar, implantar e operar empreendimentos compe-

titivos que possam ser compreendidos pela sociedade, pelos seus usuários e pelos

acionistas como uma contribuição para a sustentabilidade planetária, melhoria de

vida para seus funcionários, clientes e comunidade.

Existe uma certificação que garante que o prédio é realmente ‘ver-

de’, chamada de Liderança em Design Ambiental e Energético (LEED, na

sigla em inglês). Este conceito surgiu nos Estados Unidos, e aqui no Brasil

a SustentaX é responsável por essa certificação.

Bioarquitetura é um ramo da arquitetura que busca construir imóveis

em harmonia com a natureza, com baixo impacto ambiental e custos operacio-

nais reduzidos. Partilha assim dos ideais de uma sociedade sustentável e saudável,

preservando a vida do planeta em seus diversos ecossistemas.

Desta forma, a Bioarquitetura engloba as construções ecológicas, as cons-

truções sustentáveis e bio-climáticas (adaptadas ao clima) e, além disto, engloba

as diversas expressões artísticas e culturais inspiradas não só na beleza das formas,

como também na milenar sabedoria construtiva dos povos.

Para atingir sua meta de constituir edificações e espaços em equilíbrio com

Bioarquitetura - uso do Bambu

Page 13: Cartilha Sustentabilidade

13 CARTILHA BIOMÓVEL

a vida, a Bioarquitetura desenvolve e aplica métodos e

técnicas específicas de projeto e construção.

O custo de uma construção ecologicamente

correta, afirmam os especialistas, não difere tanto de um

empreendimento usual. Marcio Augusto Araújo, diretor

do Idhea – Instituto para o Desenvolvimento da Habita-

ção Ecológica conta que “os produtos existem, mas não

são fáceis de encontrar”. Os fabricantes são poucos e

dispersos. “Uma empresa que aposta nessa arquitetura,

certamente, irá se diferenciar em médio prazo”, complementa. O diretor do Idhea

vai além: “Uma empresa deve apostar na sociedade, assumir responsabilidades

sociais maiores, e a arquitetura deve refletir este modo de viver”.

Os fabricantes de tecnologia come-

çaram a se preocupar com o meio ambiente.

A IBM (www.ibm.com.br) mostrou, durante

uma feira na Alemanha, seu destaque ‘verde’

o laptop da Asus chamado de Eco-Book. Ele

é parcialmente feito de bambu, material mais

renovável e menos poluente do que o plástico.

A máquina, que ainda não está no mercado,

atrai pela beleza – as partes de madeira são

envernizadas. O produto segue tendência de

outra fabricante, a NEC Corporation, que criou um laptop biodegradável feito de

resina de milho.

O setor de moda já cunhou o termo ‘ecomoda’ para as iniciativas atreladas

ao uso de materiais que colaboram com a sustentabilidade do planeta.

A coleção de verão 2008 da Timberland (www.timberland.com), batizada

de ‘Earthkeepers’ traz camisetas desenvolvidas com algodão orgânico – cujo cultivo,

sem agrotóxicos, não agride o meio ambiente. O algodão naturalmente colorido,

cultivado no estado da Paraíba, já nasce com as fibras coloridas e não tem necessi-

dade de tingimento com corantes que prejudicam o solo.

Na Imaginarium (www.imaginarium.com.br), rede de franquias que prega

o ‘fundesign’, as blusas femininas são confeccionadas em fibra de bambu, obtida

por um processo natural – além de um toque macio, a fibra tem propriedades an-

tibactericidas e alta absorção de umidade.

Eco-Book, IBM

Earthkeepers,

Timberland

Page 14: Cartilha Sustentabilidade

14 CARTILHA BIOMÓVEL

Não só o planeta agradece como também muitos consumidores ficam

satisfeitos em comprar produtos e serviços de empresas preocupadas com o de-

senvolvimento sustentável.

Uma pesquisa realizada pela Market Analysis e pelo Instituto Akatu re-

velou que 33% dos compradores brasileiros adotam atitudes conscientes na hora

das compras, o que representa uma em cada três pessoas.

Além disso, 37% dos entrevistados afirmam pagar mais por materiais não-

nocivos ao meio ambiente e 8 em cada 10 consumidores manifestaram disposição

a pagar mais, um sobrepreço de 25% a 35% pela mercadoria com selo ambiental.

Estudo feito pela TNS Interscience para a revista Consumidor Moderno,

com o tema “Empresas que mais Respeitam o Cliente”, revelou que 51% dos entre-

vistados consideram como um item muito importante as ações de responsabilidade

social que a empresa realiza na hora de se decidir por uma marca.

Outra atitude aprovada pelos brasileiros é o “choice editing”, na qual o

setor varejista realiza a seleção prévia de produtos, excluindo aqueles que agridem

o meio ambiente. Para 95% dos entrevistados essa é uma atitude que deveria ser

praticada pelo varejo. A maioria dos brasileiros (92%) também afirmou que daria

preferência a um estabelecimento que adotasse essa medida.

33% adotam atitudes conscientes na hora das compras

37% pagariam mais por materiais não-nocivos ao meio ambiente

B R A S I L E I R O S A F I R M A M

51% consideram como um item muito importante as ações de responsa-

bilidade social que a empresa realiza na hora de se decidir por uma marca

95% aprova o “choice editing”, deveria ser praticada pelo varejo.

Page 15: Cartilha Sustentabilidade

15 CARTILHA BIOMÓVEL

V. A análise do ciclo de vida

A Análise de ciclo de vida de um produto é a forma mais consagrada de

análise, avaliação e interpretação dos resultados do impacto ambiental e das relações

entre o produto e o ambiente, não apenas os materiais, mas também o conjunto

dos processos que acompanham todas as fases de vida de um produto: do projeto

ao desenvolvimento, da utilização ao destino final. A avaliação estuda os aspectos

ambientais e os impactos potenciais ao longo de toda a vida de um produto (isto

é, “do berço ao berço”, incluindo reuso e reciclagem) desde a extração dos recur-

sos naturais/matérias-primas, passando pela manufatura/fabrico e utilização até o

destino final.

A elaboração de um ciclo de vida articula-se em quatro fases, estritamente

interligadas:

1. Definição dos objetivos e âmbito.

2. Inventário ambiental.

3. Avaliação dos impactos.

4. Interpretação dos resultados.

Os dados ambientais colhidos no inventário distinguem-se em:

• Dados ambientais relativos às matérias-primas (semi-acabados) na entrada do

ciclo produtivo do móvel, subdivididas em fileiras: materiais lenhosos, verni-

zes/tintas, colas, embalagens, materiais não-lenhosos, tanto plásticos (PE, PU)

como metálicos (aço, alumínio); tais dados derivam de pesquisas específicas

efetuadas nos estabelecimentos dos produtores dos semi-acabados e, em medida

inferior, de dados de literatura

• Dados ambientais relativos à fase de produção do móvel, subdivididos por cate-

goria de produto. A fase de produção usufruiu da análise dos dados fornecidos

pelas empresas que participaram no projeto Green Home (ver parte VII desta

cartilha). Os dados foram organizados de maneira a serem coerentes com as

matérias-primas na entrada do ciclo produtivo (materiais lenhosos, plásticos e

metálicos, vernizes/tintas, colas e embalagens) e com as categorias de produto

na saída (cadeiras, camas, etc.)

• Dados relativos à fase de utilização do móvel, em que são feitas aquisições

relativas às emissões de formaldeído, e à fase de fim de vida ou destino final de

um móvel.

Page 16: Cartilha Sustentabilidade

16 CARTILHA BIOMÓVEL

A regra principal do Biomóvel é sempre criar produtos que de fato eco-

nomizem ao máximo as matérias-primas. Trata-se, portanto, de atingir o objetivo

de satisfazer as exigências do cliente (funcionais e estéticas) racionalizando os

consumos das matérias-primas utilizadas.

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17 CARTILHA BIOMÓVEL

VI. O Selo de Certificação

O Biomóvel promove a melhoria qualitativa dos produtos no setor de

móveis e decoração, com base na redução da utilização de recursos não-renová-

veis e das emissões por unidade de produto. Este objetivo geral é explicitado nos

seguintes objetivos específicos:

a. Defender a difusão de práticas sustentáveis, tanto do ponto de vista

ambiental quanto social, na gestão das florestas.

b. Promover um projeto/design do móvel voltado para prevenir os im-

pactos ambientais do produto e para reduzir a produção de resíduos e

emissões durante cada fase do seu ciclo de vida.

c. Promover uma constante melhoria nos processos, nos produtos e nas

tecnologias, de maneira a minimizar o impacto ambiental; promover

a melhoria e a salubridade dos ambientes de trabalho e reduzir todos

os possíveis riscos para a saúde do usuário final.

d. Tutelar o consumidor, melhorando e tornando transparente a infor-

mação ambiental dos móveis ecológicos.

Como em qualquer outro setor, também no moveleiro o fato de uma

empresa empreender uma política orientada para a sustentabilidade implica o en-

volvimento de uma série de fatores e requer uma análise do impacto ambiental em

todas as fases do processo:

Critérios ecológicos prevalecentes na fase de produção

Critérios ecológicos prevalecentes na fase de utilização

Critérios ecológicos prevalecentes na fase de eliminação.

Muitas vezes pensamos que é ecológico o retorno aos materiais naturais,

madeira, cortiça. Não é verdade que o que mais parece natural seja mais ecológico.

Devemos pensar na origem do material, no seu desperdício, no consumo de energia

e pensar no prolongamento da vida dos produtos, na qualidade, na possibilidade

de substituir as peças, nas peças de reposição e na montagem.

Critérios para obtenção

Page 18: Cartilha Sustentabilidade

18 CARTILHA BIOMÓVEL

A qualidade ecológica de um produto de mobiliário e decoração depende,

portanto, de um conjunto muito amplo de fatores que abrangem todas as fases

do processo:

• O fornecimento de matérias-primas (utilização de recursos renováveis

e, nesta ótica, necessidade de acordos com os fornecedores para

garantir a origem do material; custos de transporte e meios

utilizados para o mesmo...).

• A produção (o pó da madeira e as colas que contêm for-

maldeído podem causar tumores; o tratamento das superfícies

com vernizes, tintas, solventes, produtos poluentes e corrosivos

pode ser nocivo à saúde, danificar o ozônio e poluir os lençóis

de água, enquanto que a utilização de vernizes/tintas em pó,

mesmo em medida inferior, é nociva ao organismo; embalagens

não-reutilizáveis causam problemas ambientais quando elimina-

das; os refugos e os resíduos da produção poluem o ar, a água,

o solo; na produção é necessário reduzir o esbanjamento de

recursos e limitar as descargas e emissões tóxicas no ar...).

• A utilização do móvel por parte do cliente (emissões

poluentes e nocivas à saúde, riscos de acidentes...).

• A eliminação ou destino final (necessidade de prolongar

a vida do produto por meio da restauração e substituição dos

componentes, possibilidade de desmontagem, reutilização dos

componentes, reciclagem do material...).

Para se candidatar ao direito de uso do SELO BIOMÓVEL a empresa deve

ser integrante do APL do Alto Vale do Rio Negro e submeter-se à AVALIAÇÃO

DA CONFORMIDADE para obtenção do Selo Biomóvel.

Os contratos de uso do SELO BIOMÓVEL são válidos para um período de

3 (três) anos e firmados diretamente com o COMITÊ DE CERTIFICAÇÃO (CC),

composto por representantes do SINDUS-MOBIL/SINDICOM/ARPEM.

Cabe ao COMITÊ CERTIFICADOR credenciar instituições para atuarem

na qualidade de OAC – Organismo de Avaliação da Conformidade. Este organismo

é que faz a auditoria nas empresas candidatas a adquirir o Selo Biomóvel.

Manejo de Eucalipto

Manejo de Pinus

Page 19: Cartilha Sustentabilidade

19 CARTILHA BIOMÓVEL

Auditoria

As empresas certificadas são auditadas uma vez por ano pelo OAC – Or-

ganismo de Avaliação da Conformidade, garantindo dessa maneira o contínuo

cumprimento dos procedimentos necessários à produção do Biomóvel.

A OAC encaminha ao Comitê Certificador um parecer referente ao cre-

denciamento para o uso do Selo Biomóvel, o que vai encaixar as empresas em um

dos três grupos a seguir:

1. Recomendado sem Ressalvas: Empresas que têm totais condições de

utilizar o Selo Biomóvel.

2. Recomendado com Ressalvas: Empresas que precisam aprimorar de-

talhes em seu processo de produção.

3. Não-recomendado: Empresas que no momento da auditoria não se

enquadraram nos critérios básicos necessários a certificação.

Tipos de Certificação

• Certificação da empresa: concede à empresa o certificado, confirmando

a capacidade gestora para produzir o Biomóvel.

• Certificação do Produto: concede o Selo ao produto, a partir dos testes,

de acordo com o regulamento que instituiu o Biomóvel.

Conheça os passos que uma empresa percorre para conquistar o selo Biomóvel:

1º Passo

A empresa integrante do APL deve encaminhar sua solicitação ao Grupo

Gestor, preenchendo o Formulário de Intenção

2º Passo

Após receber formalmente a solicitação da empresa para o uso da

certificação Biomóvel, o Grupo Gestor encaminha as informações ao

Comitê Certificador.

Biomóvel passo a passo

Page 20: Cartilha Sustentabilidade

20 CARTILHA BIOMÓVEL

3º Passo

O Comitê Certificador entra em contato com a empresa fornecendo

o regulamento do processo de certificação, com todas as informações

necessárias para adquirir o selo Biomóvel. Nesta fase, o Comitê Certifi-

cador, encaminha também o Formulário de Credenciamento, que é um

documento que descreve as disposições que a empresa realiza para cumprir

os requisitos do regulamento.

4º Passo

Nesta fase o Comitê Certificador analisa a solicitação, bem como a do-

cumentação enviada, e encaminha seu parecer ao OAC – Organismo de

Avaliação da Conformidade.

5º Passo

O OAC analisa a documentação e, logo após agenda uma visita prévia,

com o objetivo de planejar a auditoria inicial. A análise e aprovação do

OAC será baseada nos seguintes requisitos:

1. Documentação completa

2. Tipo de produto e processos de produção

3. Conhecimento prévio da organização pela entidade auditora.

6º Passo

Após aprovação da documentação, o OAC agenda, junto com a empresa, a

realização da auditoria inicial para verificar a implementação dos requisitos

descritos no regulamento.

7º Passo

O OAC elabora um relatório da auditoria com os registros que evidenciam

o atendimento a todos os itens especificados no regulamento.

Page 21: Cartilha Sustentabilidade

21 CARTILHA BIOMÓVEL

1. Ter na composição do móvel 100% de madeira de origem reflorestada.

2. Quando do uso de painéis na sua composição, estes deverão ser da classe E1.

3. Ter em sua constituição no mínimo (70%) de produtos amadeirados e/ou de

fibras naturais, excetuando-se as ferragens articuláveis (dobradiças, corrediças,

etc.), os acessórios, elementos de montagem e móveis estofados.

4. Utilizar exclusivamente adesivos à base de PVA e, quando não possível, de baixa

emissão de formaldeídos.

5. Quando da utilização de revestimentos em PVC ou laminados de borda, utilizar

adesivos de contato à base de solventes não-agressivos.

6. A empresa deve ter procedimentos que permitam identificar, conhecer, admi-

nistrar e controlar os resíduos que ela gera durante o processo produtivo, como:

emissões atmosféricas, efluentes líquidos e resíduos sólidos.

7. Os produtos químicos, vasilhames, resíduos não-orgânicos líquidos e sólidos,

incluindo combustível e óleos lubrificantes, devem ser direcionados de forma

ambientalmente apropriada, em local adequado.

Quais requisitos a empresa deve atender na auditoria?

PRONTO!A EMPRESA FOI APROVADA PELA AUDITORIA. E

AGORA? QUAIS AS PRÓXIMAS RECOMENDAÇÕES?

Page 22: Cartilha Sustentabilidade

22 CARTILHA BIOMÓVEL

Avaliação de manutenção

Após a concessão da certificação, o acompanhamento e a manutenção são

realizados exclusivamente pelo OAC, que planeja novas auditorias para constatar se

as condições técnico-organizacionais, que deram origem à aprovação da empresa,

estão sendo mantidas.

Será realizada, no mínimo, uma auditoria por ano para cada empresa cer-

tificada, podendo haver outras, desde que haja liberação do Comitê Certificador

(CC), baseada em evidencias que as justifiquem.

A decisão sobre a manutenção da certificação é de responsabilidade do Comitê

Certificador. Deve ocorrer com base nas informações obtidas durante a etapa de análise

da documentação e auditoria e ouvida a recomendação da entidade auditora.

Cumpridos todos os requisitos do regulamento, o CC deve emitir o Certi-

ficado de Conformidade e registrar a informação acerca dos dados da organização no

catálogo de empresas e produtos certificados para uso do SELO BIOMÓVEL.

O tratamento das não-conformidades e os prazos para implemen-

tação são acordados entre a empresa e o Comitê Certificador. O CC deve

avaliar de forma sistêmica as evidências do tratamento da não conformidade

para que as ações corretivas sejam eficazes.

A empresa deve ter seu processo produtivo controlado de forma a

evitar desvios que possam comprometer a conformidade do produto final.

Além disso, qualquer alteração sensível no processo produtivo deve ser in-

formada ao CC e implica necessariamente uma nova avaliação.

A obtenção da certificação possibilitará o uso do Selo BIOMÓVEL, e

tem como objetivo indicar que estes produtos são de empresas que atendem às

exigências e especificações do Regulamento.

Nota: quando a empresa possuir catálogo, prospecto comercial ou publi-

citário, as referências ao Selo BIOMÓVEL só podem ser feitas para os

produtos constantes do escopo.

Selo de Certificação da Conformidade

Page 23: Cartilha Sustentabilidade

23 CARTILHA BIOMÓVEL

Uma nova cultura na produção de móveis

A empresa que produz o Biomóvel não utiliza o conceito de sustentabilida-

de apenas em sua linha de produção. Ela também recebe todo o suporte do Comitê

Certificador para a implantação de programas que a levem a assumir a cultura da

sustentabilidade, fazendo com que esse conceito, torne-se um hábito no dia-a-dia

de seus colaboradores. Conheça alguns desses programas:

• Política de uso do Selo Biomóvel

A direção da empresa é orientada a anexar a sua documentação a “Política de Uso e

Compromisso com o Selo”, emitida pelo Comitê Certificador. A mesma é divulgada

entre os funcionários e o mercado, mostrando que a direção está comprometida

com o cumprimento dessa política.

• Relações e Direitos dos Trabalhadores

Recomenda-se que a atividade produtiva alcance, e até supere, todas as leis aplicáveis

e/ou regulamentações relacionadas à saúde e segurança de todos os trabalhadores.

A empresa deve determinar e gerenciar as condições do ambiente de trabalho ne-

cessárias para alcançar a conformidade com os requisitos do produto.

• Fornecedores

As empresas que possuem o Selo Biomóvel, em hipótese alguma, têm relações com

fornecedores que utilizam mão-de-obra infantil e trabalho escravo.

Estes devem apresentar controles e cuidados especiais em relação ao tratamento

dos resíduos industriais.

O Selo de Identificação da Conformidade deve estar de acordo com as

características definidas neste regulamento.

O selo do BIOMÓVEL deve estar visível no produto e na embalagem

primária.

A empresa deve manter registro do controle do Selo BIOMÓVEL utili-

zado. Este registro deve conter número de série ou identificação do lote.

Especificação

Page 24: Cartilha Sustentabilidade

24 CARTILHA BIOMÓVEL

• Aspectos ambientais

A empresa deve possuir objetivos e metas que estejam alinhados com o cumpri-

mento dos aspectos legais. Esses objetivos e metas devem refletir os aspectos

ambientais, os resíduos gerados e seus impactos no meio ambiente.

• Programa de gestão ambiental

Recomenda-se que a empresa tenha um programa estruturado com responsáveis

pela coordenação e implementação de ações que cumpram o que foi estabelecido

na política ambiental e as exigências legais, que atinjam os objetivos e metas e que

contemplem o desenvolvimento de novos produtos e novos processos.

Este programa prevê ações contingenciais, associadas aos riscos envolvidos e aos

respectivos planos emergenciais.

• Exigências legais

A empresa é orientada a desenvolver um processo para obter e ter acesso a todas

as exigências legais pertinentes a sua atividade. Essas exigências devem ficar claras

à direção da empresa. Os funcionários deverão conhecer essas exigências e as do-

cumentações necessárias para seu cumprimento.

• Sistema da Qualidade

A empresa recebe suporte para apresentar um sistema de controle documentado,

no qual esteja detalhado o seguinte:

a. Os procedimentos que adota para o processamento, rastreamento e manu-

seio dos produtos de base florestal, desde a ordem de compra até a venda e

expedição do produto final.

b. Os procedimentos para o uso do logotipo e identificação de produtos cer-

tificados.

• Controle de Documentos

A empresa deve manter um sistema de controle dos documentos e procedimentos

que afetam a qualidade dos produtos de base florestal para que sejam controlados

e assinados pelos responsáveis, com acesso fácil aos interessados, para manter

atualizados, identificados, legíveis e armazenados adequadamente.

• Preservação de produto

A empresa deve preservar a conformidade do produto durante o processo interno

e entrega no destino pretendido. Esta preservação deve incluir identificação, ma-

nuseio, embalagem, armazenamento e proteção. A preservação também deve ser

aplicada às partes constituintes de um produto.

Page 25: Cartilha Sustentabilidade

25 CARTILHA BIOMÓVEL

Conclusão

Uma das formas mais concretas da aquisição da sustentabilidade é a cons-

cientização ambiental das empresas. Em longo prazo, organizações que buscam

a sustentabilidade, além de estarem conformes com a legislação ambiental, serão

melhores vistas pela comunidade, aumentando o consumo de seus produtos no

mercado sem que haja modificação nos seus custos de produção.

A adoção de práticas ambientalmente corretas nas empresas moveleiras re-

duz o desperdício da madeira, sua principal matéria-prima. Tais medidas colaboram

para suprir a demanda mundial crescente por madeira. Sendo assim, a Produção

Mais Limpa e as Tecnologias Limpas são ferramentas essenciais para cumprir as

necessidades ambientais de um desenvolvimento sustentável.

Page 26: Cartilha Sustentabilidade

26 CARTILHA BIOMÓVEL

VII. O conceito Green Home

Recentemente duas entidades italianas, a ANAB – Associação Nacional

de Arquitetura Bioecológica e o ICEA – Instituto para a Certificação Ética e Am-

biental, elaboraram um padrão de ecologia no setor do móvel.

O padrão de “Móvel Ecológico” parte da consideração da importância

do impacto ambiental determinado pelo setor do mobiliário e da decoração, e da

constatação do surgimento de uma nova temática de máximo interesse para a saúde

pública: o ar que se respira no interior de estabelecimentos não-industriais (escolas,

locais de trabalho, residências, locais públicos de espetáculo, divertimento, rela-

xamento, etc.) é muito mais poluído do que o ar exterior. E não só isso: a maioria

da população passa nestes locais fechados até 90% do tempo da própria vida.

Para enfrentar os problemas identificados é necessário olhar, de um lado,

a esfera da produção e, do outro, o papel da informação, da educação e dos estilos

de vida dos consumidores. Em geral, quanto mais complexas as implicações am-

bientais, mais urgente será a necessidade de informação que facilite uma escolha

racional entre os consumidores.

Com isso, tornar “pública” uma informação ambiental sobre o produto,

que de outra maneira permaneceria confidencial, torna-se necessário também por-

que as informações gerais contidas no preço podem muitas vezes ser dissimuladas

ou ambíguas em relação às características ambientais do produto que estamos

pretendendo comprar.

Para o consumidor, efetuar uma escolha “informada e racional” não é

uma coisa simples nem gratuita (pelo menos em termos de tempo envolvido

para procurar as informações necessárias) e, neste sentido, o desenvolvimento de

ferramentas como o padrão do ‘Móvel Ecológico’ pode simplificar e reduzir os

custos da informação.

Este é, basicamente, o conceito criado pelos fabricantes de móveis da

Toscana (Itália) e denominado “Casa Toscana/Green Home”, que integra 15

empresas moveleiras.

Page 27: Cartilha Sustentabilidade

27 CARTILHA BIOMÓVEL

VIII. Os valores e vantagens

Nos últimos anos as empresas estão cada vez mais sob o estímulo de uma

demanda crescente de qualidade por parte dos consumidores. Sustentabilidade é

uma palavra que foi acrescentada aos conceitos de valor do produto.

As indústrias de móveis do Planalto Norte de Santa Catarina, especialis-

tas em produzir móveis para exportação, já seguem rigorosas normas ambientais

impostas por leis na Europa. Assim, estão em condições de produzir o Biomóvel

também para o mercado brasileiro, onde já existe um nicho da população que prefere

produtos ecologicamente corretos.

Portanto, o trabalho que já começa a ser feito é difundir o conceito do

Biomóvel, pois no setor de móveis a escolha ambiental já está vinculada à utilização

de materiais e tecnologias naturais: madeiras não-tropicais e provenientes de plan-

tações sustentáveis, tratamentos e acabamentos não-nocivos à saúde, colas atóxicas,

etc. São os princípios da Biomarcenaria, que baseia sua filosofia na recuperação de

critérios e técnicas do passado.

A proposta do Biomóvel é de incorporar ao que já existe novos procedi-

mentos e, principalmente, promover este mobiliário que tem design moderno e

muita inovação. Não se imagina que as pessoas irão preferir o Biomóvel apenas

porque é ecologicamente correto, mas sim porque ele tem qualidade, design e o

melhor custo/benefício. Isso atende perfeitamente ao conceito da Bioarquitetura,

do ‘Green Building’, dos ecologistas e de todas as pessoas de bom senso.

Imagine o impacto do consumidor ao se deparar com estas recomendações:

“Antes de comprar um móvel (camas, cômodas, armários, livrarias, mesas, cadeiras,

mobiliário de jardim) certifique-se de que não seja feito de madeira tropical. Entre

as alternativas, é particularmente indicada a madeira de eucalipto ou pinus para os

móveis de interiores, de bambu e vime para os de jardim. Assegure-se

de que o móvel que comprou não foi tratado com produtos químicos

perigosos para o ambiente (...). Um problema muito sério é o da ma-

deira dos móveis de cozinha componíveis, quase sempre aglomerado

acoplado com resinas e colas que contêm formaldeído, que pode

provocar irritação nos olhos e na garganta, náuseas e dificuldades

respiratórias”. Estas recomendações constam no Guia Verde do Con-

sumidor, largamente usado na Europa para orientar os consumidores

sobre compras conscientes.

Page 28: Cartilha Sustentabilidade

28 CARTILHA BIOMÓVEL

IX. Como vender o Biomóvel

A realidade do aquecimento global criou uma preocupação com o ambiente

como nunca se viu: todo mundo quer fazer sua parte para salvar o planeta. Nesse

cenário, a mídia vem bombardeando o consumidor com informações que buscam

conscientizá-lo sobre a importância de adquirir produtos “ecologicamente corre-

tos”. Essa se tornou a tendência de consumo no momento.

Além disso, o Biomóvel está sendo produzido a partir de uma bem estru-

turada organização, envolvendo inicialmente mais de duas dezenas de importantes

indústrias catarinenses, com plenas condições de oferecer todo o suporte necessário

aos lojistas. Isso inclui um variado mix de produtos, indicação de fornecedores de

outros artigos complementares e capacitação para vendedores e ambientadores de

loja e outros profissionais do varejo.

O consumidor, por seu lado, vai adquirir um produto com a mesma base

de preço que os demais, com a mesma qualidade, porém com uma grande diferença:

estará contribuindo diretamente para o desenvolvimento de um modelo econômico

e social sustentável.

O consumidor pode, por meio de suas escolhas, maximizar os impactos

positivos e minimizar os ne-gativos dos seus atos de consumo e, desta forma,

contribuir para um mundo melhor.

Isso é ‘Consumo Consciente’. Em poucas palavras, é um consumo com

consciência de seu impacto e voltado à sustentabilidade.

Cada vez mais o consumidor consciente busca o equilíbrio entre a sua satisfa-

ção pessoal e a sustentabilidade do planeta, lembrando que a sustentabilidade implica

um modelo ambientalmente correto, socialmente justo e economicamente viável.

Page 29: Cartilha Sustentabilidade

29 CARTILHA BIOMÓVEL

X. Dicas para promover o Biomóvel

1º Comprar “menos”

Todo produto integra um “pacote ecológico” invisível, feito de consumo da

natureza, de energia e de tempo de trabalho.

2º Comprar “leve”

Escolher produtos com menos materiais e com menos embalagens, conside-

rando, além do seu peso direto, o indireto, ou seja, o “pacote ecológico”.

3º Comprar “durável”

Boa parte dos bens duráveis são descartados na natureza. A troca do móvel a cada

10 anos, ao invés de 5 anos, por exemplo, diminui em 50% o “pacote ecológico”.

4º Comprar “simples”

Evitar produtos com excesso de complicações, de ferragens e acessórios des-

necessários, quando possível. Em geral consomem mais recursos naturais.

5º Comprar “perto”

Os produtos que usam materiais da própria região reduzem os danos am-

bientais dos meios de transporte e desenvolvem a economia local.

6º Comprar “saudável”

Móveis de madeiras de florestas renováveis e produção limpa – mesmo que sejam

mais caros, não se comparam ao preço da saúde das pessoas e do meio ambiente.

7º Comprar “mais justo”

Muitas mercadorias são produzidas em condições sociais e ambientais ina-

ceitáveis. Escolher móveis de empresas socialmente responsáveis.

8º Comprar “prudente”

Atentar para produtos feitos com materiais que evitem danos à saúde e ao

meio ambiente.

9º Comprar “sincero”

Evitar produtos muito divulgados. A publicidade poderia contribuir com o

consumo mais responsável, mas em geral faz o contrário.

10º Investir em “justiça”

Procurar investir seu dinheiro em empresas que privilegiem projetos sociais

e ecológicos.

Os dez mandamentos do consumo sustentável

Texto adaptado dos 10 mandamentos do B.E.S.O.S. (Balloon Experiment on Standards for Ozone Sondes)

Page 30: Cartilha Sustentabilidade

30 CARTILHA BIOMÓVEL

Desde a captação do cliente até a garantia de seu retorno, o ambiente

influencia o sucesso de vendas do Biomóvel.

O layout é um importante componente de sucesso, muitas vezes relegado

a um plano inferior. A sua contribuição começa no convite ao cliente para entrar

na loja, passa pelo bem-estar e sensações agradáveis que causa, e por fim influência

na decisão de compra do consumidor, e também nas sensações e comportamento

dos funcionários e, conseqüentemente, em seu desempenho.

Muitas vezes o consumidor entra na loja atraído pelo visual. Por esta mesma

razão aquele que procura por um produto inovador, sustentável e bonito pode decidir

entrar em sua loja primeiro – é a oportunidade de conquistá-lo também primeiro.

Um cliente, que observa os móveis ambientados, com cartazes informati-

vos, podendo visualizá-los e experimentá-los, tem mais chance de fechar a compra,

impulsionado pela emoção. Um ambiente agradável faz com

que as pessoas fiquem à vontade, tranqüilas e mais predispostas

a trocas interpessoais.

Quando se elabora o layout da loja que vai vender o

Biomóvel, deve-se pensar no conforto do cliente e nos estí-

mulos à compra. Quanto mais se explorar os cinco sentidos,

mais próximo se

chega das emoções

e impressões do

consumidor. O belo

agrada aos olhos e

ao coração. Cores,

luz, ambientação

são as ferramentas.

Demonstre o Biomóvel da forma como é usado, ambiente com objetos que os

complementam, crie um cenário que remeta à casa desejada pelo consumidor.

A iluminação e as cores das paredes e objetos devem favorecer

a exposição do produto. Ambientes bem iluminados transmitem sensa-

ção de limpeza e costumam ser mais agradáveis, atraindo o consumidor.

Ao usar luzes fluorescentes, evite luz branca, que distorce todas as cores e

dá palidez às pessoas sob essa luz. Use as fluorescentes amarelas, que têm

uma luminosidade semelhante às incandescentes. Proporciona aconchego

aos ambientes. Estimula os clientes a permanecerem sem pressa.

O sucesso começa pelo ambiente

Page 31: Cartilha Sustentabilidade

31 CARTILHA BIOMÓVEL

O tato é uma importante ferramenta na venda de Biomóveis. Por

isso, todos os produtos devem estar limpos e dispostos de forma que

estimulem sua experimentação. O contato físico com o produto gera um

prazer antecipado, a sua posse começa quando é visto e tocado. O tato é

muitas vezes indispensável no processo de decisão de compra.

A música calma relaxa, a alegre é estimulante e o

som alto é desagradável. Para escolher

detalhes sonoros, a música a ser tocada

e o local das caixas de som, pense em

seu público-alvo e nos estímulos que

deseja dar a ele. A música, assim como os

outros elementos, definem a atmosfera

da loja e afetam o comportamento do consumidor. Dê

preferência à músicas com sons de natureza.

O olfato, normalmente esquecido, é capaz de provocar profundo bem-estar

e remeter a boas lembranças, e também faz parte da ambientação.

Por que não dar ao cliente a experiência completa,

associando aromas aos ambientes dentro da loja?

Quantas vezes somos atraídos a entrar em lojas com

aromas agradáveis? Quantas vezes compramos impul-

sionados pelo cheiro? Há perfumes que associamos

a um determinado local, tornando-se “marca registrada”. Imagine

um aroma de floresta...

Lembre-se: a compra de um móvel não é rápida, o cliente não entra na

loja, pega o que quer, paga e sai. Então, coloque cadeiras para que ele fique

confortável.

Não deixe o espaço “apinhado”, de forma que atrapalhe a circulação ou

faça com que o cliente fique pouco à vontade. Observe que um objeto em si pode

não estar atrapalhando a circulação, mas a sua disposição pode fazer com que as

pessoas se posicionem de forma a atrapalhar o fluxo. Quando for organizar o

espaço, observe cantos sem movimentação, otimize seu uso. Móveis amontoados

atrapalham a visualização e são menos atraentes.

Page 32: Cartilha Sustentabilidade

32 CARTILHA BIOMÓVEL

É possível multiplicar os espaços com demonstradores

(displays) e divisórias internas. Podem ser peças que compactem

várias peças do mesmo grupo, como camas, cadeiras, etc. Divi-

sórias de ambientes podem também melhorar a visualização sem

reduzir o espaço, demarcando um ambiente como se fosse um

cômodo na casa do cliente.

Esteja atento à sinalização, ela tem por objetivo informar e

contribuir na caracterização da atmosfera da loja. Cartazes devem

informar de forma clara e objetiva.

A poluição visual atrapalha a leitura e confunde, não

atraindo a atenção do consumidor (e não fica bem para quem vende Biomóvel,

não é mesmo?).

Que tal criar uma relação com o consumidor, fazê-lo lembrar de você na

próxima compra? Fazer com que veja sua loja como aliada. Sair da comunicação

árida dos números e tablóides de ofertas. Para vender o Biomóvel, crie formas de

conversar com ele, seja útil, dê dicas, informe e, de quebra, crie necessidade.

Por exemplo, ofereça panfletos com informações sobre decoração e con-

servação do Biomóvel. Mostre fotos dos produtos da loja em ambientes decorados

dentro de tendências, coloque pessoas nestes ambientes, produza fotos que desper-

tem o desejo. Elabore textos que, além de informar, criem intimidade, e remetam

também aos desejos. Use sempre estes três elementos: informação+foto+texto.

Mostre consumidores de verdade em suas casas, em ambientes decorados,

conte as histórias deles. Para isso, utilize os serviços de decoradores e arquitetos

de interiores.

Envolva os fornecedores, solicite a participação deles nestas ações.

Além de criar intimidade, estar ofertando serviço e fixando a marca na

mente dos consumidores, você estará criando necessidade.

Para estabelecer suas ações, não perca de vista o perfil do cliente que dá

preferência a produtos ecológicos, elabore materiais de acordo com a realidade

dele, pense no que ele quer e necessita.

Crie elementos de comunicação

Page 33: Cartilha Sustentabilidade

33 CARTILHA BIOMÓVEL

APL – Arranjo Produtivo Local

AOC – Organismo de Avaliação da Conformidade

CC – Comitê Certificador

SINDUSMOBIL – Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário de

São Bento do Sul

SINDICOM – Sindicato das Indústrias do Mobiliário e da Construção Civil de

Rio Negrinho

ARPEM – Associação Regional da Pequena Empresa Moveleira

Glossário

Page 34: Cartilha Sustentabilidade

34 CARTILHA BIOMÓVEL

Contatos:www.biomovel.com.br

[email protected]

[email protected]

(47) 3635-1391

ExpedienteMaterial elaborado e desenvolvido pela CEM – Central da Excelência Moveleira Ltda

Rua Deputado Estefano Mikilita, 125 – 3º andar, CEP 81070-430 – Curitiba – PR

(41) 3025-8829 - www.moveisdevalor.com.br - [email protected]

Projeto Gráfico e Diagramação: Rizzare Design e Comunicação

(41) 3025-8845 - www.rizzare.com.br

Imagens: Banco de Imagens stock.xchng e stockxpert

Biomóvel® é marca registrada do Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário de São Bento do Sul – SC

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