View
0
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
Comissão do Mercado de Valores Mobiliários
Relatório Sobre a Situação
Geral dos Mercados de Valores Mobiliários
2004
Relatório Sobre a Situação dos Mercados de Valores Mobiliários em 2004
CMVM
ÍNDICE
LISTA DE GRÁFICOS ..............................................................................................................4 LISTA DE QUADROS...............................................................................................................5 LISTA DE ABREVIATURAS ...................................................................................................8 NOTA DO PRESIDENTE ..........................................................................................................9
1 ENQUADRAMENTO MACROECONÓMICO ..................................................................13 1.1 ACTIVIDADE ECONÓMICA INTERNACIONAL ...................................................13 1.2 A ECONOMIA PORTUGUESA..................................................................................19 1.3 OS MERCADOS DE VALORES MOBILIÁRIOS......................................................23
1.3.1 O Mercado Internacional de Acções e de Obrigações ..........................................23 1.3.2 O Mercados de Derivados .....................................................................................31 1.3.3 Organismos de Investimento Colectivo ................................................................32
2 O MERCADO PORTUGUÊS DE VALORES MOBILIÁRIOS .........................................36 2.1 EMISSÕES DE VALORES MOBILIÁRIOS...............................................................39
2.1.1 Acções Emitidas....................................................................................................39 2.1.2 Obrigações Emitidas .............................................................................................41 2.1.3 Warrants Emitidos ................................................................................................44 2.1.4 Valores Mobiliários Convertíveis Emitidos..........................................................44 2.1.5 Dívida Pública .......................................................................................................44
2.2 O MERCADO SECUNDÁRIO ....................................................................................46 2.2.1 O Mercado a Contado ...........................................................................................46 2.2.2 Mercado Especial de Dívida Pública (MEDIP) ....................................................58 2.2.3 Mercado a Prazo....................................................................................................58 2.2.4 Renominalização ...................................................................................................60 2.2.5 Suspensão da Negociação .....................................................................................61 2.2.6 Sistema Centralizado de Valores Mobiliários.......................................................61 2.2.7 As Ofertas Públicas de Aquisição e Ofertas Públicas de Venda...........................63 2.2.8 Declarações de Perda da Qualidade de Sociedade Aberta ....................................65 2.2.9 Aquisições Potestativas Tendentes ao Domínio Total ..........................................66 2.2.10 Prospectos de Referência ......................................................................................66 2.2.11 Registo de Operações ............................................................................................67
2.3 INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA ............................................................................67 2.3.1 A Intermediação Financeira e as Actividades Registadas na CMVM ..................68 2.3.2 Corretagem ...........................................................................................................70
2.4 GESTÃO DE ACTIVOS ..............................................................................................78 2.4.1 Gestão Individual de Carteiras por Conta de Outrem ...........................................78 2.4.2 Os Organismos de Investimento Colectivo em Valores Mobiliários e os Organismos Especiais de Investimento.................................................................................81 2.4.3 Participações de Instituições de Investimento Colectivo Estrangeiras Comercializadas em Portugal................................................................................................85 2.4.4 Os Fundos de Investimento Imobiliário ................................................................86 2.4.5 Os Fundos de Titularização de Créditos ...............................................................88 2.4.6 Actividade de Capital de Risco .............................................................................89
Relatório Sobre a Situação dos Mercados de Valores Mobiliários em 2004
CMVM
2.4.7 Autorizações em Matéria de Gestão de Activos ...................................................90 3 SUPERVISÃO, REGULAÇÃO E COOPERAÇÃO............................................................95
3.1 APOIO AO INVESTIDOR E MEDIAÇÃO DE CONFLITOS....................................95 3.2 INTEGRIDADE, TRANSPARÊNCIA E EQUIDADE DO MERCADO....................97
3.2.1 Supervisão do Mercado e Actividades de Investigação ........................................97 3.2.2 Supervisão das Entidades Gestoras e Sistemas Conexos ......................................99
3.3 QUALIDADE DA INFORMAÇÃO...........................................................................101 3.3.1 Governo das Sociedades......................................................................................101 3.3.2 Relatórios de Análise Financeira (Research) ......................................................102 3.3.3 Difusão de Informação e Informação no Sítio da CMVM..................................103 3.3.4 Controlo da Informação dos Emitentes...............................................................105 3.3.5 Registo e Acompanhamento dos Auditores Externos .........................................109
3.4 QUALIDADE DA INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA...........................................109 3.4.1 Supervisão Presencial e à Distância ....................................................................109 3.4.2 Supervisão da Prestação de Serviços Financeiros através da Internet ................110
3.5 PROCESSOS DE CONTRA-ORDENAÇÃO ............................................................110 3.6 REGULAÇÃO ............................................................................................................111
3.6.1 Regulamentos e Instruções da CMVM ...............................................................111 3.6.2 Pareceres Genéricos, Entendimentos e Recomendações da CMVM ..................112 3.6.3 Colaboração com Outras Entidades na Elaboração de Normas ..........................113
3.7 COOPERAÇÃO..........................................................................................................113 3.7.1 Cooperação com Autoridades Nacionais ............................................................113 3.7.2 Cooperação com Instituições Congéneres Estrangeiras......................................114 3.7.3 Participação em Organismos da União Europeia................................................115 3.7.4 Committee of European Securities Regulators − CESR .....................................115 3.7.5 Organização Internacional das Comissões de Valores − OICV/IOSCO.............116
ANEXO.......................................................................................................................................118 Legislação Relativa ao Mercado de Valores Mobiliários Publicada em 2004........................119
Relatório Sobre a Situação dos Mercados de Valores Mobiliários em 2004
CMVM
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Crescimento Real do PIB (%).....................................................................................14 Gráfico 2 - Evolução das Médias Mensais dos Índices Euro Stoxx, S&P 500 e Nikkey 225........26 Gráfico 3 - Volatilidade Mensal dos Índices Euro Stoxx 50, Dow Jones, Nasdaq Compósito e
FTSE 100 (2004)...................................................................................................................26 Gráfico 4 - Evolução Comparada da Rendibilidade do Índice Eurostoxx e das Variações nas
Yields das Obrigações de Dívida Pública..............................................................................30 Gráfico 5 - Evolução do Spread entre as Yields de Títulos de Dívida Pública a 10 e a 2 anos na
Zona Euro..............................................................................................................................30 Gráfico 6 - Estrutura das Taxas de Juro (Yield Curve) dos Títulos de Dívida Pública na Zona
Euro .......................................................................................................................................31 Gráfico 7 - Evolução do PSI-20 no Ano de 2004 .........................................................................36 Gráfico 8 - Evolução do Valor das Emissões de Acções ..............................................................40 Gráfico 9 - Evolução do Valor das Emissões de Obrigações........................................................41 Gráfico 10 - Taxa Média Ponderada do 1º Cupão.........................................................................43 Gráfico 11 - Emissão de Obrigações - por tipo.............................................................................43 Gráfico 12 - Evolução do Valor Emitido no Mercado Caravela...................................................44 Gráfico 13 - Evolução do Volume de Transacções nos Mercados Secundários ...........................47 Gráfico 14 - Evolução Mensal do Volume de Transacções nos Mercados Secundários em 200448 Gráfico 15 - Evolução do Peso da Capitalização Bolsista no PIB ................................................49 Gráfico 16 - Evolução do Turnover nos Segmentos de Mercado .................................................54 Gráfico 17 - Evolução Mensal do Índice PSI Geral em 2004.......................................................54 Gráfico 18 - Yield Curve ...............................................................................................................56 Gráfico 19 - Evolução Mensal do Volume de Negociação no MEDIP ........................................58 Gráfico 20 - Grau de Cumprimento das Recomendações sobre o Governo das Sociedades (2004)
.............................................................................................................................................102 Gráfico 21 - Tipologia das Recomendações de Investimento.....................................................103 Gráfico 22 - Recomendações de Investimento e Valores Mobiliários........................................103
Relatório Sobre a Situação dos Mercados de Valores Mobiliários em 2004
CMVM
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Estimativas e Previsões Económicas para EUA, União Europeia, Zona Euro, Reino Unido e Japão (Taxa de variação anual) ...............................................................................17
Quadro 2 - Principais Indicadores Económicos de Outros Blocos Regionais ..............................19 Quadro 3 - Previsões para a Economia Portuguesa (taxa de variação) .........................................21 Quadro 4 - Índices Accionistas Morgan Stanley Capital International........................................24 Quadro 5 - Capitalização Bolsista nos Mercados Accionistas Europeus, do Japão e EUA..........25 Quadro 6 - Índices Obrigacionista de Dívida Pública a 10 Anos..................................................27 Quadro 7 - Índices Accionistas de Mercados de Valores Mobiliários Europeus..........................28 Quadro 8 - Acções - Volume de Transacções nas Bolsas de Valores da União Europeia............29 Quadro 9 - Volume de Alguns Contratos Negociados em Bolsas de Futuros e Opções...............32 Quadro 10 - Activos sob Gestão e Número de OIC no Mundo ....................................................33 Quadro 11 - Montante de Activos sob Gestão a Nível Mundial por Categoria de Fundo (Junho
2004)......................................................................................................................................34 Quadro 12 - Relevância Comparada de Activos sob Gestão ........................................................35 Quadro 13 - Indicadores Síntese do Mercado Português de Valores Mobiliários ........................37 Quadro 14 - Emissões de Acções por Sociedades Abertas, por Tipo de Acções..........................40 Quadro 15 - Emissões de Acções por Sociedade Abertas, por Tipo de Ofertas, Registadas na
CMVM ..................................................................................................................................40 Quadro 16 - Mercado Primário de Obrigações, por Tipo de Oferta .............................................42 Quadro 17 - Mercado Primário de Obrigações .............................................................................42 Quadro 18 - Montantes Colocados e Taxas Ponderadas ...............................................................45 Quadro 19 - Maturidade das Obrigações do Tesouro ...................................................................45 Quadro 20 - Transacções de Valores Mobiliários em Mercados Secundários..............................47 Quadro 21 - Evolução da Capitalização Bolsista ..........................................................................49 Quadro 22 - Volume de Transacções em Bolsa de Valores..........................................................51 Quadro 23 - Distribuição Sectorial das Transacções e da Capitalização Bolsista de Acções.......52 Quadro 24 - Indicadores da Evolução da Liquidez das Acções Admitidas ao Mercado de
Cotações Oficiais...................................................................................................................53 Quadro 25 - Índices Accionistas ...................................................................................................55 Quadro 26 - Volatilidade dos Índices Accionistas ........................................................................55 Quadro 27 - Índices Sectoriais de Acções.....................................................................................56 Quadro 28 - Valores Mobiliários Admitidos aos Mercados de Bolsa...........................................57 Quadro 29 - Valores Mobiliários Excluídos dos Mercados de Bolsa ...........................................57 Quadro 30 - Transacções em Contratos de Futuros ......................................................................59 Quadro 31 - Valores Renominalizados em 2004 ..........................................................................60 Quadro 32 - Suspensões da Negociação de Valores Mobiliários..................................................61 Quadro 33 - Valores Mobiliários Integrados na Central de Valores Mobiliários .........................62 Quadro 34 - Liquidações Através da Central de Valores Mobiliários ..........................................63 Quadro 35 - Ofertas Públicas de Aquisição em 2004 ...................................................................64 Quadro 36 - Ofertas Públicas de Venda em 2004 .........................................................................65 Quadro 37 - Perdas da Qualidade de Sociedade Aberta em 2004.................................................66 Quadro 38 - Aquisições Potestativas em 2004..............................................................................66 Quadro 39 - Registo de Operações................................................................................................67 Quadro 40 - Intermediários Financeiros Registados na CMVM...................................................68
Relatório Sobre a Situação dos Mercados de Valores Mobiliários em 2004
CMVM
Quadro 41 - Registo de Intermediários Financeiros......................................................................69 Quadro 42 - Registo de Cláusulas Contratuais Gerais ..................................................................70 Quadro 43 - Volumes Transaccionados e Quotas de Mercado em Mercados Regulamentados de
Bolsa dos Intermediários Financeiros Registados na CMVM para Execução de Operações a Contado .................................................................................................................................71
Quadro 44 - Volumes Transaccionados e Quotas de Mercado em Outros Mercados Regulamentados dos Intermediários Financeiros Registados na CMVM para Execução de Operações a Contado.............................................................................................................72
Quadro 45 - Volumes Transaccionados e Quotas de Mercado Fora de Mercados Regulamentados dos Intermediários Financeiros Registados na CMVM ........................................................72
Quadro 46 -Volume de Transacções Efectuadas por Tipo de Valor Mobiliário...........................74 Quadro 47 - Volume de Transacções Efectuadas por Tipo de Intervenção ..................................74 Quadro 48 - Quota de Mercado dos Intermediários Financeiros Registados na CMVM para
Execução de Operações com Contratos de Futuros em Mercados Regulamentados ............75 Quadro 49 - Transacções de Contratos de Futuros em Mercados Regulamentados Efectuadas por
Tipo de Intervenção e de Contrato Negociado......................................................................76 Quadro 50 - Quota de Mercado dos Intermediários Financeiros Registados na CMVM para
Execução de Operações com Contratos de Opções em Mercados Regulamentados ............76 Quadro 51 - Volume de Transacções: Corretagem Online ...........................................................77 Quadro 52 - Evolução Trimestral do Peso das Transacções através da Internet no Total
Transaccionado na Euronext Lisbon (Sessões Normais de Bolsa) .......................................78 Quadro 53 - Número de Entidades Gestoras de Carteiras por Conta de Outrem (em exercício)..79 Quadro 54 - Valor sob Gestão por Tipo de Entidade....................................................................79 Quadro 55 - Montantes sob Gestão por Tipo de Valor .................................................................80 Quadro 56 - Investimento por País................................................................................................80 Quadro 57 - Número de Fundos e Valor sob Gestão por Categoria de Fundo .............................81 Quadro 58 - Estrutura da carteira dos OICVM e FEI, por Tipo de Activos e de Mercados .........82 Quadro 59 - Peso por Tipo de Activos na respectiva Capitalização da Euronext Lisbon.............83 Quadro 60 - Intervenção dos OICVM e FEI em Contratos de Derivados de Taxas de Juro e
Índices de Acções..................................................................................................................83 Quadro 61 - Número de Fundos Geridos por Entidade Gestora ...................................................84 Quadro 62 - Valores Geridos por Entidade Gestora .....................................................................84 Quadro 63 - Indicadores Agregados dos OICVM Estrangeiros....................................................85 Quadro 64 - Valor Comercializado em Portugal por Entidade .....................................................85 Quadro 65 - Estrutura da carteira dos Fundos de Investimento Imobiliário .................................86 Quadro 66 - Número de Fundos Geridos por Entidade Gestora de Fundos de Investimento
Imobiliário.............................................................................................................................87 Quadro 67 - Valores Geridos por Entidade Gestora de Fundos de Investimento Imobiliário ......87 Quadro 68 – Registo de Peritos Avaliadores de Imóveis..............................................................88 Quadro 69 - Indicadores Agregados dos FTC...............................................................................88 Quadro 70 - Estrutura da carteira dos FTC ...................................................................................88 Quadro 71 - Entidades Gestoras de Fundos de Capital de Risco e Sociedade de Capital de Risco
...............................................................................................................................................89 Quadro 72 - Valores Geridos por Entidade Gestora de Fundos de Capital de Risco e Sociedades
de Capital de Risco................................................................................................................90 Quadro 73 - Processos Administrativos de Fundos de Investimento............................................91
Relatório Sobre a Situação dos Mercados de Valores Mobiliários em 2004
CMVM
Quadro 74 - Ofertas de Distribuição de Fundos de Investimento Fechados.................................92 Quadro 75 - Comercialização de OICVM Estrangeiros em Portugal ...........................................92 Quadro 76 - Processos Administrativos de Titularização de Créditos em 2004...........................92 Quadro 77 - Autorizações/Registos no âmbito da Titularização de Créditos ...............................93 Quadro 78 - Processos Administrativos de Capital de Risco........................................................93 Quadro 79 - Comercialização de Fundos de Investimento on-line ...............................................94 Quadro 80 - Situação Geral dos Processos em 2004.....................................................................96 Quadro 81 - Súmula dos Principais Assuntos Versados nos Processos........................................97 Quadro 82 - Entidades Reclamadas ..............................................................................................97 Quadro 83 - Inquéritos Desenvolvidos em 2004 pelo Departamento de Investigação .................99 Quadro 84 - Situação Patrimonial das Sociedades Gestoras (31 de Dezembro de 2004) ...........100 Quadro 85 - Evolução das Principais Rubricas de Resultados da Euronext Lisbon ...................101 Quadro 86 - Evolução do Número de Documentos Divulgados por Tipo de Comunicação ......104 Quadro 87 - Opiniões dos Auditores em Relação às Contas Anuais de 2003 ............................105 Quadro 88 - Emitentes Obrigados à Prestação de Informação Anual.........................................106 Quadro 89 - Envio à CMVM e Publicação dos Documentos de Prestação de Contas Anuais ...106 Quadro 90 - Informação Semestral a Publicar ............................................................................107 Quadro 91 - Envio à CMVM e Publicação dos Documentos de Prestação de Contas Semestrais
.............................................................................................................................................107 Quadro 92 - Entidades que Prestam Contas Trimestrais.............................................................108 Quadro 93 - Envio à CMVM e Publicação dos Documentos de Prestação de Contas Trimestrais
.............................................................................................................................................108 Quadro 94 - Acções de Supervisão Presencial da Actividade Corrente .....................................110 Quadro 95 - Processos de Contra-Ordenação .............................................................................111
LISTA DE ABREVIATURAS
BCE – Banco Central Europeu BP – Banco de Portugal
CE – Comissão Europeia
CESR – Committee of European Securities Regulators
CMVM – Comissão do Mercado de Valores Mobiliários
Cód. VM – Código dos Valores Mobiliários
CVM – Central de Valores Mobiliários
EI – Empresa de Investimento
FBCF – Formação Bruta de Capital Fixo
FCR – Fundo de Capital de Risco
FED – Federal Reserve
FEFSI – Fédération Européene des Fonds Sociétés d’
Investissement
FEI – Fundo Especial de Investimento
FII – Fundos de Investimento Imobiliário
FMI – Fundo Monetário Internacional
FPR - Fundo de Poupança Reforma
FTC – Fundos de Titularização de Créditos
IC – Instituição de Crédito
ICN – Instituição de Crédito Nacional
IF – Intermediário Financeiro
IOSCO/OICV – International Organization of Securities
Commissions
IPC – Índice de Preços no Consumidor
ISP – Instituto de Seguros de Portugal
MCO – Mercado de Cotações Oficiais
MEDIP – Mercado Especial de Dívida Pública
MEOG – Mercado Especial de Operações por Grosso
MSC – Mercado Sem Cotações
MTS – Sociedade Gestora do MEDIP
NYSE – New York Stock Exchange
OCDE/OECD – Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Económico
OIC – Organismos de Investimento Colectivo
OICVM – Organismos de Investimento Colectivo em
Valores Mobiliários
OPA – Oferta Pública de Aquisição
OPV – Oferta Pública de Venda
OT – Obrigação do Tesouro
p.b. – pontos base
p.p. – pontos percentuais
PIB – Produto Interno Bruto
SC – Sociedade Corretora
SCR – Sociedade de Capital de Risco
SFC – Sociedade Financeira de Corretagem
SGFII – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento
Imobiliário
SGFIM – Sociedade Gestora de Fundos de
Investimento Mobiliário
SGFTC – Sociedade Gestora de Fundos de
Titularização de Crédito
SGP – Sociedade Gestora de Património
SGPS – Sociedade Gestora de Participações Sociais
SI – Sociedade de Investimento
SICAV – Sociedade de Investimento de Capital
Variável
SLRT – Sistema de Liquidação Real Time
SM – Segundo Mercado
SPA – Sector Público Administrativo
UE – União Europeia
UP – Unidade de Participação
VLGF – Valor Líquido Global do Fundo
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
9
CMVM
NOTA DO PRESIDENTE
O novo milénio iniciou-se num clima económico recessivo e de elevada volatilidade nos mercados, no
rescaldo da euforia da Nova Economia. As profundas mutações que se começaram a implementar nos
mercados de capitais foram evoluindo no sentido duma maior harmonização regulamentar e de um ritmo
acelerado de inovação tecnológica, mas também de intensificação da concorrência entre os participantes do
mercado. A globalização desempenhou um papel fulcral ao fomentar a dependência e ligação das economias,
em particular a internacionalização dos emitentes e dos intermediários financeiros. Esta nova realidade
colocou as autoridades de supervisão perante novos desafios, não apenas em termos das funções que lhes
estão institucionalmente cometidas, mas também no próprio relacionamento com as suas congéneres e outras
entidades nacionais e estrangeiras.
Em Portugal, esse período iniciou-se sob a égide dum novo Código dos Valores Mobiliários, comportando
uma reforma da base legislativa estrutural do mercado de capitais nacional, de que se destacam o novo
regime de organização e gestão das bolsas e o novo estatuto da CMVM. A Comissão definiu então as linhas
gerais da sua actuação: protecção do investidor, garantia da integridade e transparência dos mercados e a
promoção do mercado de valores mobiliários. A estratégia seguida foi fundamental para confirmar o
mercado de capitais nacional como um mercado reconhecidamente desenvolvido, com capacidade para
acompanhar e ter voz activa nos principais desenvolvimentos ocorridos à escala internacional, assegurando a
sua função de canalização directa da poupança dos aforradores para o sector produtivo da economia e
procurando proporcionar uma alternativa aos canais tradicionais de financiamento das empresas.
A evolução estrutural dos próprios mercados foi significativa, desde a desmutualização das bolsas com a
passagem das Associações de Bolsa a sociedades anónimas, seguindo-se a integração na plataforma europeia
Euronext, como resposta à aguerrida concorrência entre praças internacionais e a emergência de novos
espaços de negociação (Internet ou MTF’s), estando concluída a integração dos respectivos sistemas de
negociação e liquidação. Já em 2004 ocorreu a migração do mercado de derivados gerido pela Euronext
Lisbon para a plataforma de negociação da Euronext.Liffe, com importantes implicações ao nível do
enquadramento regulamentar deste mercado. Assim, num espaço temporal de 4 anos, a realidade do mercado
de capitais nacional transformou-se radicalmente, acarretando um esforço acrescido da adaptação
regulamentar e um desafio em termos da supervisão exercida sobre o mercado, procurando assegurar a
protecção do investidor.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
10
CMVM
São inúmeras as áreas onde ocorreram progressos. Ao nível da transparência, podemos destacar os avanços
em matérias como as normas contabilísticas, auditoria, governo das sociedades ou analistas financeiros. Por
outro lado, o mercado tem respondido positivamente à inovação financeira e sido particularmente dinâmico
no que respeita à indústria de organismos de investimento colectivo. A ocorrência da primeira condenação
em Portugal por crime de abuso de informação foi um passo importante para sinalizar ao mercado a
existência de uma supervisão e de um sistema judicial eficazes no combate às práticas ilícitas, reforçando
assim a confiança dos investidores no seu funcionamento.
O ano de 2004 assume-se, assim, como o ano da consolidação de muitos dos desenvolvimentos acima
referidos. A transparência do mercado beneficiou da adopção de princípios e normas contabilísticas
harmonizadas, por parte das sociedades cotadas, na elaboração das suas demonstrações financeiras. Estes
documentos fornecem ao investidor a informação sobre os fundamentais dessas entidades e ajudam-o a
formular as suas decisões de investimento. Relativamente à actividade dos auditores destacam-se os
trabalhos desenvolvidos no âmbito da 8.ª Directiva Comunitária sobre Direito das Sociedades, abordando
temas como requisitos de independência, de registo e deveres especiais quando o serviço é prestado a
entidades cotadas e adopção de normas internacionais de auditoria. A CMVM apostou, ao longo de 2004, no
desenvolvimento de esforços para intensificar a supervisão do serviço prestado pelos auditores registados na
Comissão. No que respeita aos analistas financeiros, a actuação da CMVM tem sido particularmente
dinâmica e pro-activa, implementando recomendações que visam evitar irregularidades no desempenho da
função destes profissionais, nomeadamente a existência de conflitos de interesse de diversa natureza.
Em termos do governo das sociedades foram impostos novos deveres de informação visando melhorar a
relação entre accionistas e empresas, e novas de práticas de prestação de informação financeira,
privilegiando-se a sua divulgação no Sistema de Difusão de Informação da CMVM, o qual se impõe cada
vez mais como um valioso instrumento de consulta para o público investidor.
Em termos de produtos financeiros, recorde-se a introdução, em 2000, dos warrants cujo volume
transaccionado continua a aumentar, tendo surgido desde então outros produtos como os certificados e os
convertíveis. Uma área particularmente dinâmica e dotada duma grande capacidade de inovação é a da
gestão colectiva de activos. O capital aplicado através destes veículos permite beneficiar de economias de
escala e diversificação de risco que, num contexto de liberdade de movimentação de capitais e de maior
diversidade de produtos disponíveis, exige uma supervisão mais forte, tendo em vista assegurar a protecção
do investidor. Foi aprovado o novo regime jurídico dos Organismos de Investimento Colectivo em Valores
Mobiliários, com o surgimento de Fundos Flexíveis e Fundos Especiais de Investimento. Esta flexibilidade
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
11
CMVM
foi entretanto alargada aos Fundos de Investimento Imobiliários, dotando-os de uma maior capacidade
competitiva, nomeadamente através da possibilidade de investir em participações de sociedades imobiliárias,
ou realizar investimentos imobiliários fora da União Europeia, ou ainda a criação de Fundos Especiais de
Investimento Imobiliário. Assistiu-se ainda ao alargamento do objecto social das sociedades gestoras dos
OIC, permitindo o exercício de actividades de gestão discricionária e individualizada de carteiras por conta
de outrém, actividades de consultadoria para investimento e de gestão de fundos de investimento imobiliário.
A titularização de créditos tem evidenciado uma importância crescente, tendo sido revisto o regime jurídico
que regula a constituição dos fundos de titularização de créditos, respectivas sociedades gestoras e das
sociedades de titularização de créditos, procedendo-se ainda à revisão do regime fiscal destas operações.
Ao nível dos fundos de capital de risco, destaca-se a alteração ao seu regime jurídico, concretizada em
meados de 2004, atribuindo à CMVM competência regulamentar nesta matéria, nomeadamente em relação à
determinação do valor das participações das sociedades de capital de risco, a organização da contabilidade
das mesmas sociedades, a admissão à negociação de unidades de participação de fundos de capital de risco e
as condições de aquisição de unidades de participação em fundos para investidores qualificados no âmbito da
actividade de gestão de carteiras por conta de outrém, por investidores que não reúnam essa condição.
Na vertente internacional, os trabalhos de transposição de Directivas Comunitárias têm sido particularmente
intensos, nomeadamente com participação da CMVM nas discussões das Directivas de Direito das
Sociedades, Directivas OICVM e aprovação de medidas de implementação das Directivas sobre Abuso de
Mercado e Prospectos. Especial enfoque na discussão sobre a Directiva da Transparência e sobre a
implementação da Directiva dos Mercados e Instrumentos Financeiros, que vem colocar desafios estruturais
na organização e funcionamento da supervisão.
A cooperação, nacional e internacional, entre reguladores e supervisores é um dos vectores fundamentais ao
desenvolvimento do mercado de capitais. A globalização dos mercados financeiros e em especial a sua
integração no âmbito da União Europeia implicam que a regulação e supervisão dos mercados e seus
intervenientes sejam uma tarefa comum. Em particular, a integração da bolsa portuguesa na plataforma
Euronext tem implicado necessariamente um esforço de concertação de práticas, tendo sido celebrados entre
a CMVM e as autoridades de supervisão dos mercados de valores mobiliários francês, belga, holandês e
inglês acordos para a coordenação da regulação e supervisão da Euronext N.V. e dos mercados
regulamentados geridos pelo Grupo Euronext.
Finalmente, no que toca ao próprio desenvolvimento do mercado, o futuro do mercado português depende
naturalmente da evolução dos mercados internacionais, da retoma da economia internacional e da europeia
em particular, e ainda da evolução do quadro macroeconómico português. Os termos em que a retoma da
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
12
CMVM
economia portuguesa se venha a processar, bem como as estratégias empresariais de recurso ao
financiamento através do mercado, serão determinantes para a sua dinamização quer na vertente primária,
accionista quer na obrigacionista, sendo o grande desafio dos próximos tempos.
Hoje em dia o desafio é, em minha opinião muito claro: ou somos capazes de enfrentar este processo de
liberalização e integração captando o aforro e desenvolvendo a prestação de serviços financeiros
competitivos e de qualidade ou então assistiremos ao progressivo esvaziamento do mercado de capitais
actualmente existente. Olhemos para o futuro aprendendo com o passado. A experiência dos anos 90 é
elucidativa mostrando que o desenvolvimento registado assentou em quatro pilares muito importantes: i) um
suporte tecnológico moderno; ii) um quadro regulador eficaz eficiente, flexível e aberto à inovação; iii) um
cenário macroeconómico credível de estabilidade e crescimento; e iv) uma política clara de promoção do
mercado.
Fernando Teixeira dos Santos
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
13
CMVM
1 ENQUADRAMENTO MACROECONÓMICO
1.1 ACTIVIDADE ECONÓMICA INTERNACIONAL
A economia mundial evidenciou em 2004 um crescimento de 5%, segundo estatísticas do FMI, superando as
melhores expectativas de crescimento económico. O excelente desempenho da economia americana e das
economias asiáticas, nomeadamente da China e também do Japão, contribuíram decisivamente para esse
crescimento.
O aumento da taxa de crescimento do PIB da economia mundial é explicado pelo bom comportamento de
alguns blocos económicos, particularmente os EUA e o Japão que cresceram acima dos 4% em 2004, pela
continuação das políticas macroeconómicas contracíclicas, aumento da rendibilidade e dos lucros das
empresas, crescimento da riqueza de investidores e consumidores, diminuição do desemprego e pela
ascensão de uma nova potência mundial como motora do crescimento económico, a China. Contrastando
com este excelente desempenho económico mundial, um dos melhores dos últimos trinta anos, alguns blocos
regionais como a Zona Euro continuaram a apresentar um crescimento modesto apesar de sustentado.
Para 2005, o FMI aponta para um crescimento económico mundial mais moderado, na ordem dos 4,3%. No
entanto, a necessidade de consolidação orçamental na maior parte das principais economias, o défice externo
de algumas economias desenvolvidas, as pressões inflacionistas motivadas pela instabilidade do preço do
petróleo e do aumento dos preços nos mercados imobiliários, o expectável abrandamento do crescimento
económico chinês e o efeito de arrastamento que este provoca em grande parte das economias do sudeste
asiático, perfilam-se como incertezas quanto à sustentabilidade deste ritmo de crescimento económico
mundial acelerado.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
14
CMVM
Gráfico 1 - Crescimento Real do PIB (%)
3,0
0,8
1,9
-0,3
0,4
3,9
0,5
3,02,5
-1,2
5,0
2,2
4,3
1,4
4,3
2,2
3,5
2,3 2,2
4,4
Economia Mundial Zona Euro EUA Japão Portugal
2002 2003 2004 2005
Fonte: FMI World Economic Outlook September 2004. Nota: Os valores de 2004 correspondem a estimativas e os de 2005 a previsões. No que respeita aos EUA, o elevado crescimento do PIB no último trimestre de 2003 teve continuidade
principalmente nos primeiros meses de 2004. Os factores que explicam este comportamento residem
sobretudo nos elevados ganhos de produtividade, no rápido crescimento do investimento privado e dos lucros
das empresas e no aumento de confiança dos consumidores e investidores. Estes factores foram sustentados
por uma política fiscal favorável, por uma política orçamental expansionista e por uma taxa de juro baixa. A
partir do segundo trimestre de 2004 existiu uma ligeira moderação no ritmo de crescimento económico
devido à incerteza quanto à sustentabilidade desta retoma. É importante salientar, neste particular, a
diminuição do consumo das famílias, o efeito do aumento do preço das rendas e do mercado imobiliário na
poupança das famílias, a par dum crescimento do emprego abaixo do esperado devido aos elevados ganhos
de produtividade e à “destruição de empregos” motivada pelo avanço tecnológico. A expansão económica e
a subida do preço do petróleo colocaram a economia norte americana sob pressões inflacionistas. É no
entanto a partir do segundo semestre, com a maior instabilidade política no Iraque e Palestina, o aumento da
procura por parte da China, a crise política venezuelana e as reacções negativas por parte dos mercados
accionistas, que as incertezas regressam, obrigando o FED a intervir e adoptar uma política monetária mais
restritiva, com aumentos suaves na taxa de juro, até ao final de 2004.
Para 2005 dois desafios são colocados à economia norte-americana. O primeiro passa pelo equilíbrio das
contas públicas e o segundo pela diminuição do défice externo. As contas públicas poderão beneficiar de
uma redução nos gastos com a defesa nacional, de uma política orçamental mais restritiva e de um aumento
de impostos auxiliado pelo dinamismo do investimento produtivo, pela diminuição do desemprego e pelos
ganhos de produtividade. A diminuição do défice externo afigura-se como uma tarefa mais difícil pelo facto
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
15
CMVM
da depreciação do dólar face ao euro ter gerado variações muito pequenas nas exportações mas o ritmo de
crescimento das importações ter-se mantido elevado, estimando o FMI que não diminua abaixo de 4% até ao
final da década.
A economia da Zona Euro exibiu uma taxa de crescimento do PIB de 2,2%, ultrapassando em 0,4 p.p. as
previsões iniciais do FMI para 2004. O comportamento moderado da economia europeia deve-se
especialmente à excessiva dependência da procura externa, a problemas de consolidação orçamental que o
Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) não conseguiu resolver e à dificuldade em controlar o
desemprego. Embora algumas das principais economias tenham apresentado sinais positivos no que concerne
ao dinamismo da procura interna, aos resultados apresentados pelas empresas que foram globalmente
positivos e aos mercados accionistas que cresceram no último trimestre do ano para valores próximos dos
anteriores à recessão económica, estes não foram suficientes para potenciar uma recuperação económica
mais significativa na Zona Euro. A subida do preço do petróleo e a consequente pressão inflacionista vieram
aumentar a incerteza sobre a estabilidade deste crescimento pois o BCE, contrariamente a outros bancos
centrais, continuou a adoptar uma política monetária acomodatícia, mantendo as taxas de juro de curto prazo
inalteradas, visando acelerar a recuperação económica. Para 2005, coloca-se à Zona Euro e também à UE um
conjunto de desafios de índole económica aos quais é necessário dar resposta, nomeadamente a consolidação
orçamental e harmonização fiscal, a diminuição do desemprego e o fraco crescimento da produtividade, a
redução de pressões inflacionistas motivados pelo aumento do preço da energia e do mercado imobiliário e a
apreciação do euro face ao dólar. Acrescem ainda factores políticos como a incerteza motivada pelo futuro
do PEC, a possível adopção da estratégia europeia preconizada em Lisboa ou a integração no espaço
económico europeu de 10 novos países com realidades económico-sociais muito diferentes, condicionando
dessa forma a obtenção de perspectivas económicas mais favoráveis para a Zona Euro.
O comportamento da economia do Japão foi em 2004 muito positivo, superando as projecções iniciais de
crescimento em mais de 1 p.p.. Este desempenho acima do esperado baseou-se no aumento do consumo e do
investimento privados e no crescimento das exportações sobretudo para os países asiáticos. No entanto, o
crescimento a partir do segundo trimestre foi afectado pela diminuição do investimento público e pelo menor
dinamismo dos mercados accionistas. O descontrolo do deficit público1 e a apreciação do iene afiguram-se
em 2005 como potenciais factores de risco para a economia japonesa. Todavia, o aumento da confiança dos
consumidores, a diminuição da taxa de desemprego, o aumento sustentado dos lucros das empresas e o
aparente fim das pressões deflacionistas perspectivam um crescimento mais moderado para o Japão em 2005.
1 Embora problemático, o deficit público japonês, ao contrário do americano, é essencialmente financiado pelos agentes económicos nacionais, o que o torna à partida um factor de risco menor em termos conjunturais.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
16
CMVM
O desempenho económico do Reino Unido voltou em 2004 a superar o da Zona Euro, com uma taxa de
crescimento do PIB de 3,4%, sustentada em grande parte pelo crescimento do consumo privado, pelo
dinamismo do mercado imobiliário e pelos gastos públicos. Em sentido contrário, factores de ordem externa
como o aumento do preço do petróleo e a apreciação da libra face ao dólar e factores de ordem interna como
o aumento do preço dos imóveis, um maior endividamento das famílias e a necessária consolidação fiscal e
orçamental, apresentaram-se como potenciais ameaças à estabilidade de crescimento do Reino Unido. A
política monetária adoptada pelo Banco de Inglaterra tem-se pautado por uma intervenção rápida,
aumentando sucessivamente a taxa de juro a fim de evitar pressões inflacionistas, mantendo a inflação num
nível estável e reduzido (1,6%). Em 2005 é esperado um crescimento acima da média da Zona Euro, embora
mais moderado, em que a consolidação das finanças públicas implicará um aumento das receitas fiscais e a
contenção dos gastos públicos. No entanto, a continuada apreciação da libra face ao dólar poderá condicionar
o crescimento do PIB ao afectar a procura externa.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
17
CMVM
Quadro 1 - Estimativas e Previsões Económicas para EUA, União Europeia, Zona Euro, Reino Unido e Japão (Taxa de variação anual)
2003 2004 (1) 2005 (2) 2006 (2)
CE OCDE FMI CE OCDE FMI CE OCDE FMI CE OCDE FMI
EUA - Estados Unidos da América
PIB (real) 3,1 3,0 3,0 4,4 4,4 4,3 3,0 3,3 3,5 2,9 3,6 -
Inflação (3) 2,3 2,3 2,3 2,6 2,6 3,0 2,8 2,4 3,0 2,3 2,1 -
Taxa de Desemprego 6,0 6,0 6,0 5,5 5,5 5,5 5,5 5,3 5,4 5,4 5,1 -
Défice Orçamental (em % do PIB nominal) -4,6 -4,6 -4,6 -4,2 -4,4 -4,9 -4,0 -4,1 -4,3 -4,2 -4,2 -
Dívida do SPA (em % do PIB) - 62,5 - - 63,5 - - 64,9 - - 66,8 -
Balança de Pagamentos (% do PIB) -5,1 -4,8 -4,8 -5,7 -5,7 -5,4 -5,9 -6,2 -5,1 -5,7 -6,4 -
União Europeia (4)
PIB (real) 1,0 - 1,1 2,5 - 2,6 2,3 - 2,5 2,4 - -
Inflação (3) 1,9 - 2,0 2,2 - 2,2 2,1 - 2,0 1,9 - -
Taxa de Desemprego 9,1 - - 9,1 - - 9,1 - - 8,8 - -
Défice Orçamental (em % do PIB nominal) -2,8 - - -2,8 - - -2,4 - - -2,3 - -
Dívida do SPA (em % do PIB) 63,2 - - 63,5 - - 63,5 - - 63,3 - -
Balança de Pagamentos (% do PIB) 0,9 - - 0,8 - - 0,7 - - 0,6 - -
Zona Euro
PIB (real) 0,6 0,6 0,5 2,1 1,8 2,2 2,0 1,9 2,2 2,2 2,5 -
Inflação (3) 1,9 2,1 2,1 2,2 2,1 2,1 2,1 2,0 1,9 1,9 1,7 -
Taxa de Desemprego 8,9 8,8 8,9 8,9 8,8 9,0 8,9 8,6 8,7 8,6 8,3 -
Défice Orçamental (em % do PIB nominal) -2,7 -2,8 -2,8 -2,9 -2,9 -2,9 -2,5 -2,6 -2,5 -2,5 -2,4 -
Dívida do SPA (em % do PIB) 70,7 77,4 - 71,1 78,3 - 71,1 79,0 - 70,9 78,9 -
Balança de Pagamentos (% do PIB) 2,0 0,4 0,3 2,2 0,7 0,8 2,1 0,6 0,9 2,0 0,9 -
Reino Unido
PIB (real) 2,2 2,2 2,2 3,3 3,2 3,4 2,8 2,6 2,5 2,8 2,4 -
Inflação (3) 1,4 1,4 1,4 1,4 1,3 1,6 1,9 1,7 1,9 2,0 2,1 -
Taxa de Desemprego 5,0 5,0 5,0 4,9 4,7 4,8 4,9 4,7 4,8 4,9 5,0 -
Défice Orçamental (em % do PIB nominal) -3,3 -3,5 -3,4 -2,8 -3,2 -3,0 -2,6 -3,2 -2,9 -2,4 -3,3 -
Dívida do SPA (em % do PIB) 39,8 42,0 - 40,4 43,4 - 40,9 44,9 - 41,2 46,5 -
Balança de Pagamentos (% do PIB) -4,3 -1,9 -1,9 -4,8 -2,2 -2,0 -4,7 -2,4 -1,9 -5,0 -2,2 -
Japão
PIB (real) 2,4 2,5 2,5 4,2 4,0 4,4 2,1 2,1 2,3 2,3 2,3 -
Inflação (3) -0,3 -0,3 -0,2 -0,2 -0,1 -0,2 0,2 0,1 -0,1 0,3 0,6 -
Taxa de Desemprego 5,3 5,3 5,3 4,8 4,8 4,7 4,7 4,5 4,5 4,6 4,2 -
Défice Orçamental (em % do PIB nominal) -7,5 -7,7 -8,2 -7,1 -6,5 -6,9 -7,0 -6,4 -6,5 -6,8 -6,3 -
Dívida do SPA (em % do PIB nominal) - 157,5 - - 163,5 - - 170,0 - - 175,4 -
Balança de Pagamentos (% do PIB) 2,7 3,1 3,2 2,8 3,5 3,4 2,9 3,5 3,2 3,5 3,7 - Fonte: OECD Economic Outlook nº 76 December 2004; FMI World Economic Outlook Sep. 2004; CE Autumn 2004 Economic Forecasts. Legenda: (1) Estimativa; (2) Previsão; (3) IPC (excepto IPCH nas estimativas da CE e nas estimativas da OCDE referentes aos países da UE); (4) 25 Estados Membros.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
18
CMVM
Quanto ao resto do mundo, salienta-se o comportamento da economia asiática (excluindo o Japão), com uma
taxa de crescimento do PIB de 7,3%, das mais elevadas a nível mundial. É necessário realçar o crescimento
da China, baseado no dinamismo da procura interna e do crédito bancário que serviu de suporte ao
desenvolvimento de outras economias da região, nomeadamente dos chamados “Tigres Asiáticos”. As
principais economias asiáticas beneficiaram de políticas macroeconómicas expansionistas, de depreciações
cambiais favoráveis e do aumento do investimento privado. Muito embora algumas dúvidas sobre a
continuidade do ritmo de crescimento económico chinês tenham moderado o ritmo de crescimento do início
do ano, para 2005 a região deverá permanecer como uma das mais dinâmicas do mundo.
Os países candidatos à UE cresceram 5,5% no ano da sua integração, de acordo com as estimativas do FMI,
mantendo-se o padrão de subida apresentado nos últimos anos. O dinamismo da procura interna e o aumento
das exportações continuam a perspectivar para 2005 um crescimento acima da média mundial (4,8%). Como
factores de risco destacam-se as pressões inflacionistas motivadas pela instabilidade do preço do petróleo,
défices públicos elevados e a incerteza associada ao processo de integração europeia.
Na América Latina, a recuperação económica de 2004 superou as previsões. Este comportamento é
explicado em grande parte pelo aumento da procura interna, maior confiança dos consumidores, aumento das
exportações e pela subida do preço do petróleo beneficiando os países exportadores. As principais dúvidas
sobre o crescimento da região residem em factores externos, como as taxas de juro mundiais e a volatilidade
do preço das commodities, e em factores internos, como a pressão inflacionista motivada pela expansão
económica, excessivas depreciações cambiais e a instabilidade política em alguns desses países.
Em África, verificou-se uma melhoria da estabilidade macroeconómica que, aliada a um melhor
comportamento do preço das commodities e consequente melhoria da balança de transacções correntes,
permitiu um crescimento mais elevado. Apesar da instabilidade política e social persistir e continuar a ser um
factor de risco, é esperado que o ritmo de crescimento se mantenha em 2005.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
19
CMVM
Quadro 2 - Principais Indicadores Económicos de Outros Blocos Regionais (Taxa de variação anual)
PIB Taxa de Inflação Balança Corrente (1) 2003 2004 (2) 2005 (3) 2003 2004 (2) 2005 (3) 2003 2004 (2) 2005 (3) Ásia (4) 7,2 7,3 6,5 2,5 4,3 3,9 4,4 3,6 3,3 Tigres Asiáticos (5) 3,0 5,5 4,0 1,4 2,4 2,6 7,6 6,8 6,5 América Latina (6) 1,8 4,6 3,6 10,6 6,5 6,1 0,3 0,5 -0,3 Países a Integrar ou Candidatos à UE (7) 4,5 5,5 4,8 9,5 7,1 5,9 -4,1 -4,3 -4,1 CEI (8) 7,9 8,0 6,6 12,0 9,9 8,7 6,4 8,3 6,2 África (9) 4,3 4,5 5,4 10,3 8,4 8,1 -0,1 0,4 0,7 Médio Oriente (10) 6,0 5,1 4,8 8,0 9,2 8,7 8,1 12,7 12,5 Exportadores de Petróleo (11) 7,0 5,5 5,0 9,6 10,7 9,9 9,6 14,9 14,8 Fonte: FMI, World Economic Outlook, September 2004 Legenda: (1) Saldo em % do PIB (2) Estimativa; (3) Previsão; (4) Tigres Asiáticos, Indonésia, Malásia, Filipinas, Tailândia, Bangladesh, Índia, Paquistão, Nepal, Sri Lanka, Maldivas, China, Vietname, Laos, Cambodja e Mongólia; (5) Hong Kong, Coreia do Sul, Singapura e Taiwan; (6)Argentina, Brasil, Chile, Bolívia, Paraguai, Uruguai, Colômbia, Equador, Peru, Venezuela, Republica Dominicana, Guatemala e México; (7) Turquia, Estónia, Lituânia, Letónia, Republica Checa, Hungria, Polónia, Eslováquia, Eslovénia, Bulgária, Chipre, Malta e Roménia; (8) Rússia, Arménia, Azerbaijão, Geórgia, Casaquistão, Quirgistão, Moldávia, Ucrânia, Bielorússia, Tadjiquistão e Uzebequistão; (9) Argélia, Marrocos, Tunísia, Camarões, Costa do Marfim, Ghana, Quénia, Nigéria, Tanzânia, Uganda, e África do Sul; (10) Arábia Saudita, Irão, Iraque, Koweit, Egipto, Síria, Iémen, Líbano, Líbia, Omã, Quatar, Emiratos Árabes Unidos e Bahraim; (11) Bahraim, Irão, Iraque Koweit, Líbia, Omã, Quatar, Árabia Saudita, e Emiratos Árabes Unidos.
1.2 A ECONOMIA PORTUGUESA
A economia portuguesa apresentou em 2004, segundo projecções do Banco de Portugal, um crescimento do
PIB de 1,1%, recuperando do comportamento recessivo verificado em 2003. A retoma é explicada pela
expansão económica internacional, pelo aumento das exportações e pelo crescimento da procura interna.
Os primeiros dois trimestres do ano foram caracterizados pela aceleração do crescimento do produto, com o
investimento privado e as exportações a liderarem a recuperação económica. Nos terceiro e quarto trimestres,
cenários mais pessimistas de contracção económica voltaram a ressurgir com o aumento das importações
acima do crescimento das exportações, a diminuição da confiança dos agentes económicos e com o aumento
da taxa de desemprego para níveis máximos desde 1998.
Apesar da recuperação da procura interna, não se observou um aumento da taxa de inflação mas sim uma
aproximação com a média de inflação na Zona Euro. Esta situação poderá ser explicada pelo output gap que
existe entre o crescimento da economia nacional e o crescimento da Zona Euro e que tem aumentado nos
últimos anos.
Ao nível das contas externas e segundo dados do Banco de Portugal, registou-se um agravamento das
necessidades de financiamento com o exterior em 1,8%, justificado pelo aumento das importações acima das
exportações e consequente aumento dos défices das balanças de capital e corrente.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
20
CMVM
Num cenário de recuperação da economia mundial, a economia portuguesa não apresentou em 2004 um
desempenho económico muito positivo, crescendo apenas 1,1%. Muito embora o crescimento médio do
produto da Zona Euro tenha ficado aquém dos principais blocos económicos mundiais, mesmo assim foi
duplo do verificado pela economia portuguesa. As razões para o desempenho da economia nacional residem
num conjunto de factores que tiveram uma evolução abaixo das expectativas.
Em primeiro lugar, apesar do sobreendividamento das famílias, das empresas e do Estado, era esperado um
melhor comportamento por parte da procura interna em 2004. De facto, na primeira metade do ano, o
aumento do investimento privado e do consumo privado de bens duradouros e intermédios indiciavam uma
recuperação económica a que não será alheio o chamado efeito “Euro 2004”. Na segunda metade do ano, a
instabilidade política e o aumento do preço do petróleo levaram a uma diminuição da confiança dos agentes
económicos e a uma deterioração generalizada do clima económico. Neste período, o aumento do consumo
privado acima do inicialmente previsto permitiu compensar parcialmente a redução no ritmo de crescimento
do investimento privado, como poderá ser confirmado pela diminuição anual da taxa de poupança dos
particulares em 0,7 p.p. do rendimento disponível, segundo o Banco de Portugal.
Em segundo lugar, a política macroeconómica pautou-se novamente pelo cumprimento dos critérios
impostos pelo PEC. Assim, o nível do consumo público voltou a não ser o potencial relançador da economia
portuguesa, situando-se em 0,6%, segundo estatísticas da Comissão Europeia. Esta situação, conjugada com
a dificuldade de o aumento das receitas totais contrabalançarem o aumento das despesas totais, obrigou, pelo
terceiro ano consecutivo, à adopção de medidas de carácter extraordinário que assegurassem o cumprimento
do pacto, adiando a resolução estrutural do problema. Por conseguinte, perspectiva-se um baixo contributo
do consumo público, nos próximos anos, para o crescimento económico.
Finalmente, o aumento da procura externa motivou um crescimento das exportações especialmente no
primeiro semestre de 2004, tendo-se verificado posteriormente o seu menor dinamismo em resultado do
abrandamento da economia na maior parte dos parceiros comerciais e da maior concorrência de países que
beneficiaram da apreciação do euro ao longo de 2004. Por outro lado, o crescimento das importações foi de
7,8%, acima dos 3,9% inicialmente previstos pela Comissão Europeia.
A taxa de desemprego manteve a trajectória de subida, atingindo os 6,5% em 2004, segundo dados da
OCDE. Alguns dos motivos subjacentes a esse comportamento foram a deslocalização de empresas
intensivas em mão-de-obra para mercados onde esta é mais barata, bem como a fraca capacidade de gerar
investimento produtivo e emprego no sector privado da economia. Por outro lado, a combinação do
crescimento dos custos unitários de trabalho na indústria transformadora (superior aos registados em países
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
21
CMVM
nossos competidores) com o fraco crescimento da produtividade originaram uma perda de competitividade
da economia portuguesa.
Embora a procura interna tenha tido um comportamento positivo (aumento de 1,9% segundo dados do Banco
de Portugal), o menor crescimento do PIB relativamente à média das economias da Zona Euro veio aumentar
o output gap da economia portuguesa face às suas congéneres europeias, o que reduziu as pressões
inflacionistas motivadas pela expansão económica e pelo aumento do preço do petróleo. Assim, a taxa de
inflação diminuiu em 2004 para os 2,4%. Acresce ainda que a valorização do euro evitou uma subida mais
acentuada do preço da energia e uma possível espiral inflacionista.
Os resultados positivos obtidos em 2003 no que concerne ao ajustamento dos desequilíbrios externos da
economia portuguesa não se confirmaram em 2004. De facto, registou-se um aumento das necessidades de
financiamento externo, patente no aumento dos défices das balanças de transacções correntes e de capital,
resultante do aumento no consumo e investimento privados.
Quadro 3 - Previsões para a Economia Portuguesa (taxa de variação)
2003 2004 (1) 2005 (2) 2006 (2) Indicadores CE OCDE CE OCDE CE OCDE CE OCDE
PIB (real) -1,2 -1,2 1,3 1,5 2,2 2,2 2,4 2,8 Consumo Privado -0,5 -0,5 2,1 2,0 1,8 1,9 2,0 2,6 Consumo Público -0,4 -0,4 0,6 0,5 0,5 0,5 0,4 0,9 Formação Bruta de Capital Fixo -9,8 -9,8 2,4 2,6 3,3 4,9 4,8 6,4 Exportação de Bens e Serviços 4,0 4,0 7,9 7,3 7,0 6,1 7,0 6,2 Importação de Bens e Serviços -0,9 -0,9 7,8 7,1 5,5 5,5 6,1 6,4 Inflação (3) 3,3 3,3 2,4 2,5 2,4 2,0 2,3 1,8 Custo Unitário do Trabalho 4,9 4,3 2,2 1,1 2,5 1,2 2,6 1,4 Taxa de Desemprego 6,3 6,3 6,3 6,5 6,2 6,6 6,1 6,1 Défice Orçamental (4) -2,8 -2,8 -2,9 -2,9 -3,7 -3,0 -3,8 -3,8 Dívida do SPA (4) 60,3 70,3 60,8 70,6 62,0 71,8 62,9 73,9 Fonte: OECD Economic Outlook nº 76 December 2004; CE Autumn 2004 Economic Forecasts. Legenda. (1) Estimativa; (2) Previsão; (3) IPCH; (4) Em % do PIB.
Em 2005, Portugal poderá novamente voltar a crescer pelo menos ao mesmo ritmo que a Zona Euro, não se
afastando ainda mais da média de rendimento per capita europeia. As previsões apontam para um aumento
do produto nacional em 2,2%, embora condicionado pelo desempenho da economia mundial, em especial da
economia da Zona Euro. A procura externa será decisiva para a aceleração do crescimento do produto pois
não existe, no quadro actual, grande espaço para endividamento de particulares, empresas e sector público e
consequente alteração do ritmo de crescimento da procura interna.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
22
CMVM
A deterioração do clima económico no final de 2004 poderá ter algum efeito nefasto na recuperação do
investimento privado e na confiança dos agentes económicos, embora as eleições do início de 2005 e o
estado de graça que normalmente um governo em início de mandato adquire possam servir de estímulo para
o relançamento da economia e da confiança dos agentes económicos nacionais, bem como dos investidores
externos.
Com efeito, apesar do ligeiro aumento esperado na taxa de poupança por via do aumento do rendimento
disponível, não é de esperar que o recurso ao crédito aumente significativamente. Essa contenção resulta do
elevado peso do serviço da dívida das famílias, do compromisso assumido de cumprimento do défice em
torno dos 3% do PIB e da consolidação das finanças públicas. Contudo, no aumento esperado do rendimento
disponível para 2005 está considerado o descongelamento salarial dos funcionários públicos e as alterações
propostas ao imposto sobre o rendimento das pessoas singulares.
No que respeita às previsões para a FBCF, apesar de mais optimistas, estão praticamente dependentes do
investimento empresarial, pois à falta de dinamismo do investimento público associam-se também fracas
expectativas de crescimento do mercado imobiliário e do investimento em habitação.
A estabilização do aumento das importações em virtude do menor ritmo de crescimento do consumo privado
previsto para 2005 e o dinamismo das exportações induzido pela expansão económica mundial justificam
uma melhoria no crescimento económico esperado. No entanto, é necessário que não ocorram perdas de
competitividade e que hajam ganhos de produtividade, por forma a manterem-se as quotas de mercado dos
sectores exportadores nacionais. O saldo da balança de transacções correntes e de operações de capital
deverá melhorar, através de termos de troca mais favoráveis e pela diminuição do ritmo de crescimento das
importações de bens e serviços para 5,5%.
Em termos de desemprego, é muito ligeira a melhoria esperada para 2005. Prevê-se que continue a política
de congelamento do nível de emprego no sector público e que a absorção de mão-de-obra desempregada seja
realizada pelo sector privado e não pelo sector público da economia.
Em consonância com o que se verificou em 2004, a taxa de inflação continua a prever-se em baixa face aos
diferentes ritmos de crescimento entre a economia nacional e os principais países desenvolvidos e pela
expectável estabilização ou mesmo redução do preço do petróleo. É esperada uma taxa de inflação de cerca
de 2% para 2005 e 1,8% para 2006, segundo dados da OCDE.
As grandes questões que se colocam à economia portuguesa para 2005 são de diversa ordem: o desempenho
da economia mundial e em especial dos seus parceiros económicos, a consolidação orçamental e a
sustentabilidade do sistema de segurança social (crescente envelhecimento da população e a ameaça de
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
23
CMVM
aumento do desemprego), as dificuldades de financiamento dos agentes económicos, a coesão económico-
social e a pouca proactividade do sector privado da economia. A acrescentar a estas naturais preocupações,
existem outras de carácter político e geopolítico como a estabilidade ou instabilidade governativa resultante
das eleições de Fevereiro de 2005 e das eleições autárquicas do final do ano, o posicionamento português
face à nova UE com 25 Estados e a concorrência de países com mão-de-obra barata. A todos estes
constrangimentos a economia portuguesa terá que dar resposta nos próximos anos sob pena de perder o
objectivo de convergência económica alcançado nos finais da década de 80 e durante a década de 90.
1.3 OS MERCADOS DE VALORES MOBILIÁRIOS
Em 2004 verificou-se uma subida generalizada dos índices accionistas mundiais, reflexo da conjugação de
um maior crescimento dos principais blocos económicos e da diminuição da incerteza. A tendência para a
diminuição das yields manteve-se ao longo do ano, paralelamente a um movimento ascendente do valor das
obrigações de Dívida Pública na grande maioria dos mercados. O mercado de derivados ficou marcado por
um forte crescimento no volume de transacções, sobretudo no que diz respeito aos futuros sobre taxa de juro
e taxa de câmbio.
1.3.1 O Mercado Internacional de Acções e de Obrigações
1.3.1.1 Evolução Global
Em 2004 assistiu-se à consolidação da recuperação dos mercados financeiros iniciada no ano anterior,
caracterizada pela diminuição da volatilidade bolsista, pelo registo de ganhos decorrentes dos bons
resultados das empresas mundiais, e pela revisão em alta do crescimento das economias desenvolvidas.
Os índices accionistas da Morgan Stanley revelam um crescimento de 12,8% do índice mundial, repartido de
forma não idêntica pelas diversas regiões do globo, com valores mais elevados para as Economias
Emergentes da América Latina (34,8%) e mais reduzido para a América do Norte (9,4%). No caso dos EUA
pode-se pensar na existência dos “défices gémeos” como factor explicativo, via depreciação do dólar,
enquanto que em relação às economias emergentes a subida do índice traduz o reconhecimento por parte dos
mercados de capitais de um desempenho económico sustentado. Este aumento de confiança resultou numa
maior afluência de capitais para estes mercados, e na diminuição generalizada dos spreads da dívida pública
dos governos centrais destes países.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
24
CMVM
Quadro 4 - Índices Accionistas Morgan Stanley Capital International
Índices ∆% ∆% ∆%
Internacionais Dez-01 Dez-02 Dez-03 Dez-04
(2001-02) (2002-03) (2003-04) Índice Mundial 1.003,5 792,2 1.036,3 1.169,3 -21,1 30,8 12,8 América do Norte 1.155,7 882,7 1.127,9 1.233,5 -23,6 27,8 9,4 Europa 1.085,8 867,4 1.169,2 1.377,9 -20,1 34,8 17,8 Zona euro 133,2 102,1 142,9 169,6 -23,3 39,9 18,7 Pacifico 1.352,1 1.211,1 1.651,3 1.935,1 -10,4 36,3 17,2 Extremo Oriente 1.832,5 1.614,9 2.171,1 2.501,3 -11,9 34,4 15,2 América Latina Emergente 876,2 658,9 1.100,8 1.483,6 -24,8 67,1 34,8 Fonte: Morgan Stanley Capital International. Nota: Índice-preço em dólares norte-americanos. A capitalização bolsista das acções aumentou na esmagadora maioria das principais bolsas mundiais,
conjugando um efeito preço positivo com a desaceleração da emissão de títulos de dívida. Esta tendência foi
suportada pela alta das taxas de juro, tornando a dispersão de capital em bolsa mais atractiva enquanto fonte
de financiamento em detrimento do recurso à dívida.
No mercado accionista americano a variação da capitalização bolsista foi de 13,8% no Nasdaq e 2,8% na
NYSE, beneficiando dum optimismo generalizado, assente na eliminação de alguns factores de incerteza
como sejam as eleições presidenciais norte-americanas, a menor pressão sobre o preço do petróleo e o
carácter gradual da queda do dólar. A evolução não foi, contudo, homogénea ao longo do ano. De facto, se
no primeiro semestre houve efectivamente em desempenho positivo, já no segundo o comportamento foi
errático. Sectorialmente, as áreas de melhor desempenho foram a energia e as telecomunicações enquanto
que, por oposição, os automóveis e as farmacêuticas evidenciaram um pior comportamento.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
25
CMVM
Quadro 5 - Capitalização Bolsista nos Mercados Accionistas Europeus, do Japão e EUA
Unidade: 10^6 Euro Capitalização Bolsista
∆% ∆% Mercados Dez-02 Dez-03 Dez-04
(2002-03) (2003-04)
Euronext (1) 1.477.108 1.646.178 1.796.036 11,4 9,1 Atenas 65.760 84.547 92.140 28,6 9,0 Bratislava - 2.204 3.239 - 47,0 Budapeste - 13.228 21.039 - 59,1 Copenhaga (3) 73.681 93.701 111.349 27,2 18,8 Chipre 4.505 3.807 3.588 -15,5 -5,8 Bolsa Alemã 658.573 855.452 878.806 29,9 2,7 Helsínquia 133.279 135.008 135.196 1,3 0,1 Bolsa Irlandesa 57.540 67.444 83.933 17,2 24,4 Bolsa Italiana 457.992 487.446 580.881 6,4 19,2 Ljubljana 5.355 5.660 7.115 5,7 25,7 Londres (3) 1.708.260 1.923.168 2.071.775 12,6 7,7 Luxemburgo 23.569 29.598 36.891 25,6 24,6 Malta - 1.467 2.089 - 42,4 Praga 9.796 12.288 21.720 25,4 76,8 Espanha 443.097 575.766 692.053 29,9 20,2 Estocolmo (3) 170.627 229.355 277.992 34,4 21,2 Varsóvia 27.055 29.350 51.888 8,5 76,8 Viena 32.235 44.811 64.577 39,0 44,1 Vilnius 1.394 2.783 4.755 99,7 70,9
Nasdaq (2) 1.914.714 2.314.987 2.634.928 20,9 13,8 NYSE (2) 8.654.560 9.221.026 9.477.609 6,5 2,8
Japão (Tokyo) (2) 1.986.527 2.403.629 2.653.397 21,0 10,4 Fonte: FIBV, FESE, Banco de Portugal. Nota: Inclui apenas empresas nacionais. Legenda: (1) Euronext Amsterdão, Euronext Paris, Euronext Bruxelas e Euronext Lisbon; (2) Dados convertidos para Euro à taxa de câmbio média do mês de Dezembro. 2004: 1 EUR=1,3408 USD; 2003: 1 EUR=1,2286 USD; 2002: 1 EUR=1,0417 USD; nomeadamente para as bolsas de Nasdaq, NYSE e Tokyo; (3) Foi corrigido para as bolsas de Londres, Estocolmo e Copenhaga a capitalização bolsista em Euro de acordo com os dados do FESE.
Em 2004, manteve-se uma forte correlação positiva (0,928) na evolução dos índices norte-americano e
europeu, reforçada pela maior interdependência dos movimentos bolsistas dos dois lados do Atlântico. Sendo
assim, as performances do índice Euro Stoxx e do índice S&P 500 são quase coincidentes2, o que, tendo em
conta o maior crescimento económico dos EUA relativamente à Zona Euro, indicia uma maior procura dos
investidores por títulos europeus resultante da valorização relativa do euro face ao dólar.
2 Estes índices estão expressos na moeda local, ou seja, o Euro Stoxx em euro e o S&P 500 em dólares. Na eventualidade de os índices serem expressos na mesma unidade monetária, a ordenação seria, eventualmente, distinta.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
26
CMVM
No caso do Japão, após um ano de 2003 marcado por um crescimento que excedeu as expectativas e do
correspondente desempenho do Nikkey 225, verificou-se em 2004 um abrandamento desse crescimento –
sobretudo a partir do segundo trimestre - facto que poderá ser explicado, em parte, pelo aumento do preço do
petróleo.
Gráfico 2 - Evolução das Médias Mensais dos Índices Euro Stoxx, S&P 500 e Nikkey 225
859095
100105110115120125
2003/12
2004/01
2004/02
2004/03
2004/04
2004/05
2004/06
2004/07
2004/08
2004/09
2004/10
2004/11
2004/12
Euro Stoxx S&P500 Nikkey 225
Fonte: BCE. Nota: Média mensal de Dez 2003=100.
A volatilidade dos índices em 2004 foi menor e mais estável do que no ano anterior, com tendência para
diminuir no quarto trimestre do ano, por oposição aos três primeiros trimestres em que se assistiu a maiores
oscilações das rendibilidades dos índices Euro Stoxx 50, Dow Jones, Nasdaq Comp. e FTSE 100, ainda que
dentro de um intervalo de variação reduzido. Note-se que o Nasdaq cumpre com a sua natureza de índice
volátil de per si, contrariamente ao Dow Jones que ao longo de 2004 apresenta taxas de rendibilidade
mensais anualizadas estáveis.
Gráfico 3 - Volatilidade Mensal dos Índices Euro Stoxx 50, Dow Jones, Nasdaq Compósito e FTSE 100 (2004)
0%3%6%9%
12%15%18%21%24%
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Euro Stoxx 50 Dow Jones Nasdaq Comp. FTSE 100
Fonte:Bloomberg. Nota: Volatilidade Anualizada
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
27
CMVM
No mercado obrigacionista manteve-se o movimento de valorização das obrigações de Dívida Pública na
grande maioria dos mercados, tendo mesmo ocorrido um crescimento significativo em alguns índices. A
tendência para a diminuição das yields, observada desde o terceiro trimestre de 2003, manteve-se ao longo
dos primeiros meses de 2004, facto que, conjugado com a diminuição dos spreads nas obrigações de risco
elevado, tornou a emissão de Dívida Pública mais atractiva.
Quadro 6 - Índices Obrigacionista de Dívida Pública a 10 Anos
∆% ∆% ∆% Mercados Internacionais Dez-01 Dez-02 Dez-03 Dez-04
(2001-02) (2002-03) (2003-04) Zona Euro 107,7 122,6 128,0 145,9 13,8 4,4 13,9 Estados Unidos da América 231,5 270,5 277,3 298,4 16,9 2,5 7,6 Japão 241,6 266,0 257,1 257,5 10,1 -3,3 0,1 Alemanha 234,5 266,4 276,9 317,3 13,6 3,9 14,6 Bélgica 257,7 292,6 307,2 346,6 13,5 5,0 12,8 Holanda 250,4 283,6 297,4 337,8 13,3 4,9 13,6 Portugal 111,8 123,5 132,4 263,3 (a) 10,5 7,2 98,9 (a) Reino Unido 298,9 329,8 333,9 360,8 10,4 1,2 8,1 Fonte: Bloomberg. Legenda: (a) O valor referente a Dezembro de 2004 para Portugal diz respeito a 30 de Junho desse ano, data em que o índice deixou de ser divulgado.
1.3.1.2 Os Mercados Accionistas e Obrigacionistas nos Países da União Europeia
Um pouco à imagem da subida dos índices representativos dos principais blocos económicos, todos os
índices accionistas dos diversos países da UE tiveram um desempenho favorável. As praças de negociação
dos países da Europa de Leste, recentemente integrados no espaço económico europeu, grosso modo,
evidenciaram crescimentos superiores a 20%. Por oposição, Holanda, Alemanha e Finlândia registaram os
desempenhos menos conseguidos.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
28
CMVM
Quadro 7 - Índices Accionistas de Mercados de Valores Mobiliários Europeus
∆% ∆% ∆% Mercados Europeus
Dez-01 Dez-02 Dez-03 Dez-04 (2001-02) (2002-03) (2003-04)
Atenas (ASE Composite Index) 2.591,6 1.748,4 2.263,6 2.786,2 -32,5 29,5 23,1 Bolsa Alemã (DAX Return) 5.160,1 2.892,6 3.965,2 4.256,1 -43,9 37,1 7,3 Bolsa Irlandesa (ISEQ Overall) 5.707,0 3.995,0 4.920,7 6.197,8 -30,0 23,2 26,0 Bolsa Italiana (MIB Historical) 22.232,0 16.954,0 19.483,0 22.886,0 -23,7 14,9 17,5 Budapeste (BUX) 7.131,1 7.798,3 9.380,0 14.742,6 9,4 20,3 57,2 Chipre (CSE General Index ) 129,1 94,5 80,6 72,6 -26,8 -14,7 -10,0 Copenhaga (KAX Index) 211,8 166,6 216,6 263,3 -21,4 30,0 21,6 Eslováquia (SAX Index) 120,8 140,0 177,6 326,6 15,9 26,9 83,9 Estocolmo (SX All Share Index) 239,1 149,6 194,2 228,4 -37,4 29,8 17,6 Estónia (TALSE Index) 144,7 212,5 285,7 448,8 46,8 34,4 57,1 Euronext Amesterdão (AAX All Share) 702,7 459,3 484,8 513,3 -34,6 5,6 5,9 Euronext Bruxelas (BAS Return Index) 17.229,6 13.352,9 15.490,9 21.407,0 -22,5 16,0 38,2 Euronext Lisboa (PSI Geral) 2.030,5 1.611,2 1.891,4 2.231,8 -20,7 17,4 18,0 Euronext Paris (SBF 250) 2.981,4 2.053,3 2.411,5 2.634,1 -31,1 17,4 9,2 Helsínquia (HEX) 8.805,0 5.775,4 6.031,9 6.228,1 -34,4 4,4 3,3 Letónia (RINGSE Stock Index) 228,8 196,1 288,3 413,6 -14,3 47,0 43,5 Lituânia (LITIN-10 Stock Index) 1.145,4 1.337,5 2.353,6 3.258,4 16,8 76,0 38,4 Ljubljana (Slovene SE Index) 2.151,6 3.340,2 3.931,6 4.904,5 55,2 17,7 24,7 Londres (FTSE All Share Index) 2.523,9 1.893,7 2.207,4 2.410,8 -25,0 16,6 9,2 Luxemburgo (LuxX Index) 1.115,6 789,7 1.018,9 1.292,2 -29,2 29,0 26,8 Madrid (General Index) 824,4 634,0 808,0 959,1 -23,1 27,4 18,7 Malta (Malta Stock Exchange Share Index) 2.200,1 1.870,9 2.125,8 3.069,0 -15,0 13,6 44,4 Praga (PX-Global) 492,9 576,8 816,9 1.232,7 17,0 41,6 50,9 Varsóvia (WIG Index) 13.922,2 14.366,7 20.820,1 26.636,2 3,2 44,9 27,9 Viena (Vienna SE Index) 464,8 479,2 623,8 928,2 3,1 30,2 48,8 Fontes: FIBV, FESE, Bloomberg.
Assistiu-se em 2004 a um crescimento bolsista nos países recém-aderentes à UE e, concomitantemente, ao
aumento da importância relativa da maior Bolsa europeia – a Bolsa de Londres – no volume total de
transacções (de 39% para 42%). A este propósito refira-se que o conjunto das praças Alemã, Italiana,
Britânica, Espanhola e a Euronext, representam cerca de 92% do total do volume de transacções.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
29
CMVM
Quadro 8 - Acções - Volume de Transacções nas Bolsas de Valores da União Europeia
Unidade: 10^6 Euro Volume de Transacções ∆ %
Bolsas de Valores 2003 2004 (2003-04)
Atenas (1) 34.480,5 35.183,8 2,0 Bolsa Alemã (1) 1.138.628,0 1.237.672,5 8,7 Bolsa Irlandesa (1) 38.757,7 36.442,6 -6,0 Bolsa Italiana (1) 721.525,6 772.960,8 7,1 Bratislava 588,1 529,0 -10,0 Budapeste 7.230,7 10.763,0 48,9 Chipre 208,3 194,6 -6,6 Copenhaga (2) 56.044,1 79.716,2 42,2 Estocolmo (2) 269.322,7 371.555,5 38,0 Euronext (2) 1.700.345,9 1.987.297,8 16,9 Helsinquia (1) 145.646,2 179.633,7 23,3 Ljubljana 626,8 844,2 34,7 Londres (2) 3.174.121,4 4.150.660,3 30,8 Luxemburgo (1) 233,3 324,3 39,0 Malta 30,8 75,0 143,5 Madrid (2) 820.437,4 963.367,8 17,4 Praga 7.470,6 15.073,2 101,8 Varsóvia 8.776,7 13.147,4 49,8 Viena (1) 9.803,9 19.400,8 97,9 Vilnius 160,9 315,9 96,3 Fonte: FESE. Notas: i) São excluídas transacções de fundos de investimento, que representam, em 2004, 0,08% do total dos mercados; ii) Foram corrigidos os valores para 2003 (excluindo transacções de fundos de investimento) para permitir que a informação seja comparável para todas as bolsas de valores. Legenda: (1) Trading System View; (2) Regulated Environment View.
No ano de 2004 a correlação entre a rendibilidade do índice Euro Stoxx 50 e as diferenças nas yields das
obrigações de dívida pública foi negativa (-0,1). Porém, o comportamento foi dissemelhante nos dois
semestres, já que a uma correlação negativa de -0,23 no primeiro semestre se segue o valor de 0,41 para o
segundo.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
30
CMVM
Gráfico 4 - Evolução Comparada da Rendibilidade do Índice Eurostoxx e das Variações nas Yields das Obrigações de Dívida Pública
-5%-4%-3%-2%-1%0%1%2%3%4%5%
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Euro
Sto
xx
-0,3 p.p.
-0,2 p.p.
-0,1 p.p.
0,0 p.p.
0,1 p.p.
0,2 p.p.
0,3 p.p.
Dife
renç
a Y
ield
s
Euro Stoxx 2 anos 5 anos 10 anos
A diminuição do ritmo de crescimento da emissão de dívida ao longo de 2004 por parte dos governos
centrais contribuiu para uma diminuição constante do spread entre dívida pública de longo e curto prazo.
Gráfico 5 - Evolução do Spread entre as Yields de Títulos de Dívida Pública a 10 e a 2 anos na Zona Euro
1,3
1,4
1,5
1,6
1,7
1,8
1,9
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Essa redução do spread tem tradução na alteração da estrutura da yield curve, pois assiste-se a um ligeiro
decréscimo do declive da curva relativamente à estrutura de taxas de juro de 2003, ainda que esta alteração
não seja substancial. Tal decorre da expectativa tida pelos agentes económicos do muito breve anúncio por
parte do BCE do aumento da taxa de juro directora, apenas aguardando indícios de retoma mais substanciais
e claros, suavizando dessa forma a actual política monetária acomodatícia.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
31
CMVM
Gráfico 6 - Estrutura das Taxas de Juro (Yield Curve) dos Títulos de Dívida Pública na Zona Euro
2,3
2,8
3,3
3,8
4,3
4,8
5,3
2 anos 3 anos 5 anos 7 anos 10 anosDez-00 Dez-01 Dez-02 Dez-03 Dez-04
Fonte: BCE. Nota: Médias Mensais.
1.3.2 O Mercados de Derivados
O ano de 2004 caracterizou-se por ser um ano de forte crescimento no volume de transacções nos mercados
de futuros sobre taxa de juro e taxa de câmbio. Em relação ao mercado de futuros sobre taxa de juro,
destaque para o crescimento do volume dos contratos de futuros Eurodollar de 42,5% e para o crescimento
do volume dos contratos de futuros sobre 10 yr T-Notes de 33,6%. No que diz respeito ao volume dos
contratos de futuros sobre taxas de câmbio, os contratos Euro FX e os contratos Sterling/Dólar registaram
crescimentos apreciáveis. Nos contratos de futuros sobre Energia, o realce vai para os futuros sobre Light
sweet crude, cujo volume de negociação cresceu 16,4%.
Em termos de Índices de Acções, é de salientar o crescimento (34,5%) do volume negociado dos futuros
sobre o DAX. Em destaque mas pela negativa estiveram os futuros S&P500 que tiveram uma queda em
termos de volume negociado de cerca de 19,8%.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
32
CMVM
Quadro 9 - Volume de Alguns Contratos Negociados em Bolsas de Futuros e Opções
Unidade: Moeda local ∆% Contrato Bolsa 2003 2004
(2003-04) Taxa de Juro Eurodollar CME 208.771.164 297.584.038 42,5 US T-Bonds CBoT 63.521.507 72.949.053 14,8 Euro-Bund Eurex 28.044.276 27.658.724 -1,4 10 yr T-notes CBoT 146.745.281 196.119.150 33,6 Energia Light sweet crude Nymex 45.436.931 52.883.220 16,4 Brent crude IPE 24.012.969 25.458.259 6,0 Natural gas Nymex 19.037.118 17.441.942 -8,4 Gasolene Tocom 25.677.079 23.648.587 -7,9 Gasoline C-Com 16.705.638 15.869.951 -5,0 Moeda Euro FX CME 11.193.922 20.456.672 82,7 Swiss franc/Dolar CME 3.596.658 4.067.767 13,1 Sterling/Dolar CME 2.595.155 4.676.512 80,2 Yen/Dolar CME 6.085.209 7.395.322 21,5 Índices de Acções DJ Euro Stoxx 50 Eurex 2.787.848 3.402.604 22,1 S&P 500 CME 20.175.462 16.175.584 -19,8 CAC 40 (Opt) Euronext(Fr) 73.668.131 63.152.339 -14,3 FTSE (Opt) Euronext Liffe 14.619.893 17.866.310 22,2 KOSPI 200 (Opt) KSE 2.837.724.953 2.521.557.274 -11,1 E-Mini S&P CME 167.202.962 161176639 -3,6 DAX Eurex 2.165.511 2.911.642 34,5 E-Mini Nasdaq-100 CME 67.888.938 77.168.513 13,7 Fonte: CME, CBOT, Eurex, Nymex, Tocom, C-Com, Euronext, KSE. Legenda: Opt - Contratos de opções. 1.3.3 Organismos de Investimento Colectivo
Em 2004, assistiu-se ao aumento do valor dos activos sob gestão dos Organismos de Investimento Colectivo
(OIC) nas três grandes potências económicas mundiais: União Europeia, EUA e Japão.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
33
CMVM
Quadro 10 - Activos sob Gestão e Número de OIC no Mundo
Unidade: 10^6 Euro
Valor ∆% N.º Fundos Países 2002 2003 Set-04 (2002-03) (2003-04) Jun-04
Alemanha 750.964 828.568 846.895 10,3 2,2 6.354 Àustria 85.821 110.996 121.547 29,3 9,5 1.980 Bélgica 77.181 89.537 96.026 16,0 7,2 1.328 Dinamarca 38.288 48.934 66.571 27,8 36,0 498 Espanha 172.913 207.465 224.614 20,0 8,3 2.500 Finlândia 15.749 22.082 29.127 40,2 31,9 344 França 891.000 1.008.000 1.085.850 13,1 7,7 11.764 Grécia 27.096 31.813 31.898 17,4 0,3 284 Holanda 93.200 87.182 8.637.1 (1) -6,5 -0,9 637 (2) Irlanda 303.881 361.760 420.903 19,0 16,3 3.559 Itália 372.316 401.143 394.555 7,7 -1,6 1.306 Luxemburgo 844.508 953.302 1.058.915 12,9 11,1 7.632 Portugal 25.625 28.708 30.491 12,0 6,2 281 Reino Unido 370.235 434.601 469.479 17,4 8,0 2.233 Suécia 56.065 71.213 77.958 27,0 9,5 497 Total da U.E. (15) 4.124.842 4685.304 5.041.200 13,6 7,6 41.197 EUA (3) 6.094.756 5.962.949 (4) 6.241.385 -2,2 4,7 8.096 Japão (3) 289.111 286.373 (4) 299.534 -0,9 4,6 2.531 Resto do Mundo (3) 4.411.736 4.762.263 (4) 5.310.682 7,9 11,5 2.302 Total Mundo (3) 10.795.603 11.011.585 (4) 11.851.601 2,0 7,6 54.126 Fonte: FEFSI, CMVM. Legenda: (1) Dados referentes a Junho de 2004; (2) Dados referentes a Dezembro de 2003; (3) Os dados referem-se ao valor dos activos sob gestão dos OICVM;(4) Dados referentes a Setembro de 2003.
No que se refere ao volume de activos geridos pelos fundos consoante a sua nacionalidade, a supremacia
norte-americana mantém-se, com 52,7% da quota mundial.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
34
CMVM
Quadro 11 - Montante de Activos sob Gestão a Nível Mundial por Categoria de Fundo (Junho 2004)
Unidade: 10^6 Euro
Activos sob Gestão - Tipos de Fundos
Países F. Acções
e FPA Fundo de
Obrigações
Fundos de Tesouraria
e FMM Fundos Mistos Outros Total
Quota de Mercado
(%) Alemanha 98.340 70.738 36.593 13.994 1.821 221.486 1,9 Àustria 12.989 44.983 7.737 7.280 0 72.989 0,6 Bélgica 49.744 9.959 2.125 20.826 23 82.677 0,7 Dinamarca 12.362 29.450 22 467 0 42.300 0,4 Espanha 72.207 60.988 57.101 26.211 0 216.508 1,8 Finlândia 9.439 4.928 9.216 3.334 873 27.789 0,2 França 237.500 176.600 355.100 213.400 0 982.600 8,3 Grécia 4.988 6.664 15.957 3.273 0 30.882 0,3 Holanda n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. Irlanda n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 325.365 2,7 Itália 76.636 143.311 92.322 58.330 0 370.599 3,1 Luxemburgo 326.015 314.647 195.293 65.769 68.276 970.000 8,2 Portugal 1.727 9.363 8.979 1.663 86 21.818 0,2 Reino Unido 255.173 57.531 3.548 26.524 0 342.776 2,9 Suécia 51.290 4.514 5.861 12.935 1.444 76.045 0,6 Total da U.E. 1.157.120 929.162 783.993 441.071 71.079 3.707.789 31,3 EUA (1) 3.249.142 1.004.780 1.603.333 384.132 0 6.241.385 52,7 Japão (1) 187.654 81.330 30.550 0 0 299.534 2,5 Resto do Mundo (1) 594.969 350.818 275.271 189.146 192.686 1.602.893 13,5 Total Mundo (1) 5.188.885 2.366.090 2.693.147 1.014.349 263.765 11.851.601 100,0 Fonte: FEFSI, CMVM. Legenda: FPA - Fundos Poupança Acções; FMM - Fundos do Mercado Monetário; (1) Os dados referem-se ao valor dos activos sob gestão dos OICVM; n.d. – não disponível.
Os activos geridos pelos OIC das três maiores potências económicas mundiais (EUA, U.E. (15), e Japão)
representam, em termos agregados, 45,3% do PIB dessas economias. Este rácio é particularmente elevado
nos EUA, onde atinge 66,1%, enquanto que na U.E. (15) o rácio entre o total de activos geridos pelos OIC e
o respectivo PIB se encontra próximo dos 40%. Em termos per capita, o destaque recai sobre o Luxemburgo,
onde os activos geridos pelos OIC atingem 2.146 euro por habitante.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
35
CMVM
Quadro 12 - Relevância Comparada de Activos sob Gestão
2003 2004 (3)
Países
Activos (10^6 Euro)
OIC Per Capita
(10^3 Euro)
OIC/PIB (%)
Activos (10^6 Euro)
OIC Per capita
(10^3 Euro)
OIC/PIB (%) (2)
Alemanha 218.780 3 10,3 221.486 3 10,2 Àustria 69.661 9 30,8 72.989 9 31,3 Bélgica 78.166 8 29,0 82.677 8 29,3 Dinamarca 39.219 7 20,9 42.300 8 21,6 Espanha 202.173 5 27,1 216.508 5 27,3 Finlândia 23.727 5 16,6 27.789 5 18,9 França 909.300 15 58,4 982.600 16 60,5 Grécia 30.399 3 19,9 30.882 3 18,8 Holanda (1) 74.088 5 16,3 77.051 5 16,6 Irlanda 285.372 72 211,7 325.365 82 222,6 Itália 379.045 7 29,1 370.599 6 27,3 Luxemburgo 874.198 1.934 3.649,2 970.000 2.146 3.808,0 Portugal 21.366 2 16,4 21.818 2 16,3 Reino Unido 313.953 5 19,7 342.776 6 20,0 Suécia 69.474 8 26,0 76.045 8 27,1 Total da U.E. 3.588.921 9 38,5 3.860.885 10 39,6 EUA (4) 5.870.217 20 60,3 6.241.385 21 66,1 Japão (4) 276.444 2 7,3 299.534 2 8,0 Total U.E. + EUA(4) + Japão(4) 9.735.582 12 42,6 10.401.804 13 45,3 Fonte: FEFSI, CMVM, Eurostat, OCDE Legenda: (1) Dados referentes a Março de 2004; (2) Os dados do PIB e população são previsões; (3) Dados referentes a Junho de 2004; (4) Os dados referem-se ao valor dos activos sob gestão dos OICVM.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
36
CMVM
2 O MERCADO PORTUGUÊS DE VALORES MOBILIÁRIOS
As emissões de acções aumentaram 70% em 2004, enquanto as emissões de obrigações diminuíram 16%. O
volume total de transacções no mercado a contado aumentou 10,4%, beneficando do crescimento do MEDIP
e do segmento accionista. A capitalização bolsista da Euronext Lisbon aumentou pelo segundo ano
consecutivo, impulsionada pelo segmento de acções, e o índice PSI-20 cresceu 12,6% face ao ano anterior.
A tendência de descida apresentada pelo mercado de futuros acentuou-se em 2004, tendo-se assistido uma
vez mais a uma quebra do volume transaccionado. Os contratos de opções foram extintos na sequência do
processo de migração do mercado a prazo para a plataforma de negociação Liffe.Connect.
O número de entidades gestoras de carteira por conta de outrem não se alterou, mas os montantes sob gestão
registaram um crescimento de 21.4%.
Na indústria dos OICVM, OEI, FII e FTC assistiu-se a um aumento do número de fundos e do valor sob
gestão, enquanto que o número de fundos estrangeiros comercializados no território português não se alterou.
Gráfico 7 - Evolução do PSI-20 no Ano de 2004
6600
6800
7000
7200
7400
7600
7800
8000
2-Ja
n
16-J
an
30-J
an
13-F
ev
27-F
ev
12-M
ar
26-M
ar
9-A
br
23-A
br
7-M
ai
21-M
ai
4-Ju
n
18-J
un
2-Ju
l
16-J
ul
30-J
ul
13-A
go
27-A
go
10-S
et
24-S
et
8-O
ut
22-O
ut
5-N
ov
19-N
ov
3-D
ez
17-D
ez
31-D
ez
Atentado terrorista em Madrid Preço do barril Brent
ultrapassa a barreira psicológica dos $50
FED sobe taxas directoras
Reeleição de G.W.Bush como Presidente dos
EUA
OPV do Grupo Media Capital
Demissão do XVI Governo
Constitucional Português
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
37
CMVM
Quadro 13 - Indicadores Síntese do Mercado Português de Valores Mobiliários
Unidade: 10^6 Euro 2003 2004 ∆ (2003-04) Emissões no Mercado Primário Acções (1) 1.041,4 1.756,0 68,6% Obrigações (2) 10.159,0 8.490,4 -16,4% Mercado Secundário à Vista Índices Bolsistas (3) Acções - PSI 20 6.747,41 7.600,16 12,6% Volatilidade Anualizada (4) 11,80% 10,35% -1,45 p.p. Máximo/Data 6747,41 (31 Dez) 7952,52 (08 Mar) Mínimo/Data 5218,66 (25 Fev) 6786,51 (07 Jan) Total Volumes de Transacção 169.434,8 186.642,3 10,1% Mercados Regulamentados 154.434,3 165.899,1 7,4% Mercados de Bolsa 22.379,3 30.139,1 34,7% Sessões Normais 21.693,2 29.731,2 37,1% Acções 19.023,9 27.745,1 45,8% Obrigações 1.267,5 653,8 -48,4% Títulos de Participação 4,2 6,5 54,8% Unidades de Participação 27,0 8,9 -67,0% Direitos 131,9 63,9 -51,6% Warrants 1.157,3 1.120,0 -3,2% Certificados 23,8 50,1 110,5% Convertíveis (5) 57,5 82,9 44,2% Sessões Especiais 686,1 407,9 -40,5% MEDIP 132.055,0 135.760,0 2,8% Obrigações do Tesouro 128.245,0 122.110,0 -4,8% Bilhetes do Tesouro (6) 3.810,0 13.650,0 258,3% Mercados Não Regulamentados 11,8 104,6 786,4% Mercado Sem Cotações (Euronext Lisbon) 2,7 17,7 555,6% Acções 2,7 17,7 555,6% Outros 0,0 0,0 - Mercado Estruturados (Euronext Lisbon) (7) - 82,9 - Warrants - 82,9 - Certificados - - - MEOG (8) 8,8 - - PEX (9) 0,4 4,0 900,0%
Fora de Mercado(10) 14.988,7 20.638,6 37,6%
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
38
CMVM
2003 2004 ∆ (2003-04) Capitalização Bolsista 157.120,0 170.036,1 8,2% Mercados Regulamentados 156.936,0 169.126,8 7,8% Acções 91.180,4 112.724,4 23,6% Obrigações 62.380,0 53.689,3 -13,9% Títulos de Participação 99,8 122,5 22,7% Unidades de Participação 381,5 243,9 -36,1% Direitos 0,0 0,0 - Warrants 1.799,1 1.258,0 -30,1% Certificados 381,4 413,8 8,5% Convertíveis (5) 713,9 674,8 -5,5% Mercados Não Regulamentados 184,4 909,3 393,1% Acções 184,4 539,4 192,5% Warrants 0,0 369,9 - Certificados 0,0 0,0 - Outros 0,0 0,0 - Mercado a Prazo Futuros: Valores Transaccionados (11) 1.449,8 1.038,3 -28,4% Futuros PSI-20 1.273,9 849,2 -33,3% Futuros Acções 175,9 189,1 7,5% Opções: Valores Transaccionados 8,5 - - Opções PSI-20 0,0 - - Opções Acções 8,5 - - Fundos de Investimento OICVM e FEI Nº de Fundos 215 224 9 VLGF (12) 22.850,1 24.415,1 6,8% Imobiliários Nº de Fundos 51 65 14 VLGF (12) 5.850,4 7.050,5 20,5% Fonte: CMVM, MTS - Portugal, Euronext Lisbon e Dathis. Legenda: p.p. - pontos percentuais. (1) Inclui Ofertas Particulares - realizadas no mercado Português de acordo com o art. 110º do Cód. VM, por sociedades com o capital aberto ao investimento público, e comunicadas subsequentemente à CMVM, e Ofertas Públicas - realizadas no mercado Português de acordo com o art. 109º do Cód. VM. (2) Emissões de dívida do sector privado. A dívida pública é tratada em 2.1.5. (3) Cotações de Fecho. (4) Calculada através da anualização das volatilidade das rendibilidades logarítmicas diárias. (5) O segmento de Convertíveis foi criado em Janeiro de 2003. (6) O segmento dos BT entrou em funcionamento em Julho de 2003. (7) O Mercado de Estruturados iniciou a actividade em Outubro de 2004. (8) O MEOG foi extinto em Novembro de 2003. (9) O PEX iniciou a actividade em 18 de Setembro de 2003. (10) Somente referente a Valores Mobiliários Cotados. (11) Valores determinados com base no preço dos negócios. (12) Inclui os valores investidos em Unidades de Participação.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
39
CMVM
2.1 EMISSÕES DE VALORES MOBILIÁRIOS
Inflectindo a tendência de anos anteriores, as emissões de acções registaram um significativo acréscimo em
2004. Contudo, este acréscimo ficou a dever-se à oferta pública de subscrição de acções da EDP, no âmbito
da 5ª fase de privatização desta sociedade.
O mercado primário de obrigações registou um decréscimo de 16% face ao ano anterior, que ficara
assinalado com o maior nível de emissões de dívida do sector privado dos últimos 10 anos. As emissões de
obrigações de caixa continuam a ser as mais representativas do mercado, apesar do seu peso ter diminuído.
No mercado primário de warrants não ocorreu qualquer emissão em 2004. Já as emissões de Obrigações do
Tesouro atingiram um montante global de 6.840 milhões de euro.
2.1.1 Acções Emitidas3
Em 2004 verificou-se uma inflexão da tendência registada em anos anteriores no que se refere a acções
emitidas. Com efeito, as ofertas de acções colocadas em mercado primário registaram um acréscimo de cerca
de 70% relativamente a 2003. No entanto, esta inflexão não revela uma reanimação estrutural do mercado de
capitais português. A oferta pública de subscrição de 656.537.715 acções ordinárias da EDP – Energias de
Portugal, SA, no âmbito da 5ª fase de privatização desta sociedade, no montante global de 1.208 milhões de
euro, explica aquele crescimento.
Por outro lado, manteve-se a falta de interesse nas acções preferenciais sem voto quer através de oferta
pública quer de oferta particular de acções.
3 À semelhança da abordagem seguida em anos anteriores, o âmbito de análise aqui considerado foi o seguinte: - “Ofertas públicas”: ofertas realizadas no mercado português de acordo com o preceituado no artigo 109.º do Cód. VM; - “Ofertas particulares”: ofertas realizadas no mercado português, por sociedades com o capital aberto ao investimento público, e comunicadas subsequentemente a esta Comissão de acordo com o preceituado no artigo 110.º do Cód. VM.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
40
CMVM
Gráfico 8 - Evolução do Valor das Emissões de Acções
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
Milh
ões d
e Eu
ro
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Quadro 14 - Emissões de Acções por Sociedades Abertas, por Tipo de Acções
Unidade: 10^6 Euro
2002 2003 2004 Natureza dos Valores Nº Emissões Valor Nº Emissões Valor Nº Emissões Valor
Acções Ordinárias 16 1.045 14 1.041 27 1.756 Acções Preferenciais Sem Voto 1 1 0 0 0 0 TOTAL 17 1.046 14 1.041 27 1.756
As ofertas públicas das sociedades com o capital aberto ao investimento público reuniram a quase totalidade
das emissões (92% do valor total emitido).
Quadro 15 - Emissões de Acções por Sociedade Abertas, por Tipo de Ofertas, Registadas na CMVM
Unidade: 10^6 Euro
Tipo de Ofertas Nº Ofertas Subscrição Valor Particular 3 140 Pública 24 1.616 TOTAL 27 1.756
Em relação à repartição das ofertas por sector de actividade, verificou-se a preponderância do peso do sector
“Produção e Distribuição de Electricidade, Gás e Água” (69%), seguido do sector de “Construção e
Materiais de Construção” (12%) e o quase desaparecimento do sector “Intermediação Financeira”.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
41
CMVM
Cabe ainda mencionar o peso das ofertas a trabalhadores de subsidiárias portuguesas de sociedades sedeadas
no estrangeiro, que correspondem a cerca de 56% do número total das ofertas consideradas. No entanto e
dada a sua natureza, revestem-se de diminuta importância em termos de montantes efectivamente colocados.
Face à conjuntura económica portuguesa, 2004 continuou a revelar a falta de interesse das sociedades em
ocorrer ao mercado de valores mobiliários, não se verificando, pelo segundo ano consecutivo, nenhuma IPO
(oferta pública inicial) em mercado primário. A única novidade em termos de mercado accionista foi a
dispersão, através de oferta pública de venda, de 15,7% do capital social do Grupo Media Capital SGPS, SA.
2.1.2 Obrigações Emitidas
Depois de em 2003 se ter atingido o maior nível de emissões de dívida do sector privado dos últimos 10
anos, registou-se em 2004 um ligeiro decréscimo, de 16% em relação ao ano anterior, tendo o valor das
emissões de obrigações do sector privado sido de 8.490 milhões de euro.
Gráfico 9 - Evolução do Valor das Emissões de Obrigações
0
2.000
4.000
6.000
8.000
10.000
12.000
Milh
ões d
e Eu
ro
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
As emissões mais relevantes foram as emissões de obrigações de caixa da Caixa Geral de Depósitos (22%),
as obrigações titularizadas da SAGRES - Sociedade de Titularização de Créditos, S.A.(13%), e as obrigações
de caixa do grupo Millennium BCP (12%). De referir ainda a emissão de obrigações clássicas da
PARPÚBLICA - Participações Públicas SGPS, SA no montante de 500 milhões de euro.
As emissões realizadas assumiram maioritariamente a forma de subscrição particular (57% do valor total
emitido).
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
42
CMVM
Quadro 16 - Mercado Primário de Obrigações, por Tipo de Oferta
Unidade: 10^6 Euro
Tipo de Ofertas Nº de Emissões Valor Particular 100 4.829 Pública 171 3.661 TOTAL 271 8.490
Quadro 17 - Mercado Primário de Obrigações
Unidade: 10^6 Euro
Meses Residentes Não Residentes Total Nº Emissões Valor Nº Emissões Valor Nº Emissões Valor Janeiro 8 170 7 19 15 189 Fevereiro 20 236 1 12 21 248 Março 22 794 1 9 23 803 Abril 23 1.865 1 6 24 1.871 Maio 29 526 1 4 30 530 Junho 30 628 0 0 30 628 Julho 21 335 0 0 21 335 Agosto 15 366 0 0 15 366 Setembro 22 1.072 0 0 22 1.072 Outubro 23 930 0 0 23 930 Novembro 23 689 3 23 26 712 Dezembro 18 798 3 9 21 807 TOTAL 254 8.409 17 82 271 8.490
A taxa média ponderada do 1º cupão dos empréstimos obrigaccionistas situou-se nos 2,88%. As taxas
registadas nos meses de Março e Abril, de 3,64% e 4,07% respectivamente, deveram-se à emissão de
diversos empréstimos de obrigações de caixa ao abrigo do Aviso do Banco de Portugal nº 6/2002, i.e. de
Instrumentos de Captação de Aforro Estruturados, cujo perfil de maior risco ditou taxas de remuneração do
1º cupão mais elevadas do que as restantes emissões. Por outro lado, os valores mais baixos registaram-se
nos meses de Agosto e Setembro, tendo sido originados por uma série de emissões de obrigações de caixa
cuja taxa do 1º cupão rondou os 1,5%.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
43
CMVM
Gráfico 10 - Taxa Média Ponderada do 1º Cupão
0,0%0,5%1,0%1,5%2,0%2,5%3,0%3,5%4,0%4,5%
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Tal como no ano anterior, as emissões de obrigações clássicas viram o seu peso aumentar, de 14% para 20%,
e o peso das emissões de obrigações de caixa diminuiu de 60% para 47%. Com a abolição do conceito de
tipicidade dos valores mobiliários4 e de acordo com as comunicações subsequentes efectuadas à CMVM, as
emissões de obrigações estruturadas atingiram um montante que perfez cerca de 4% do total emitido.
Gráfico 11 - Emissão de Obrigações - por tipo
0%10%20%30%40%50%60%70%
1999 2000 2001 2002 2003 2004
Perc
enta
gem
do
mon
tant
e gl
obal
Clássicas Caixa Titularizadas Cupão 0* C/ warrants Obrigações estruturadas
Legenda: (*) Neste valor estão incluídas todas as emissões de obrigações de cupão 0.
O mercado Caravela continuou a manifestar fracos índices de utilização, tendência esta que já vinha de anos
anteriores. Nas entidades “Supranacionais e Soberanas” não se registou qualquer interesse pela colocação de
dívida no nosso país tendo, pelo contrário, sido incrementadas as emissões de “Restantes Entidades Não
Residentes”, fruto das já referidas emissões de obrigações estruturadas. 4 Decreto-lei 66/2004 de 24 de Março.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
44
CMVM
Gráfico 12 - Evolução do Valor Emitido no Mercado Caravela
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Milh
ões d
e Eu
ro
Supranacionais e Soberanos Restantes Entidades Não Residentes
2.1.3 Warrants Emitidos
Em 2004 não houve qualquer oferta pública de warrants, tendo os emitentes destes valores mobiliários
optado por colocar as respectivas emissões no mercado secundário.
2.1.4 Valores Mobiliários Convertíveis Emitidos
Em 2004, à semelhança do ano anterior, o Commerzbank Aktiengesellschaft efectuou uma emissão de
Valores Mobiliários Convertíveis por Opção do Emitente, desta feita sobre acções da Nokia OYJ, no
montante global de 15 milhões de euro e com uma taxa de juro de 11% a.a..
2.1.5 Dívida Pública
A Resolução do Conselho de Ministros nº 7/2004, de 3 de Fevereiro veio estabelecer os montantes máximos
para a emissão em 2004 de obrigações do tesouro, certificados de aforro e de bilhetes do tesouro, entre outros
tipos de dívida pública, tendo ficado estabelecido para as obrigações do tesouro um valor máximo de 8.000
milhões de euros para o ano de 2004. O valor efectivamente colocado foi de 6.700 milhões de euro, repartido
por uma emissão sindicada de 2.500 milhões de euro e o restante através da realização de leilões. As emissões
de obrigações do tesouro em 2004 foram colocadas a taxas médias ponderadas que variaram entre um mínimo
de 2,923% e um máximo de 4,438%.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
45
CMVM
Quadro 18 - Montantes Colocados e Taxas Ponderadas
Valor (10^6 Euro)
Taxa Média Ponderada de Cupão (%)
Taxa Média Ponderada das Colocações (%)
Meses 2002 2003 2004 2002 2003 2004 2002 2003 2004 Janeiro 700 0 0 5,25 - - 4,305 - - Fevereiro 2.500 0 0 5,00 - - 5,093 - - Março 2.332 2.500 800 4,875 3,00 4,375 4,944 3,165 4,076 Abril 775 0 0 5,00 - 5,375 - - Maio 750 919 900 4,875 3,00 4,375 4,959 2,659 4,405 Junho 911 852 800 5,00 3,00 4,375 5,321 2,275 4,438 Julho 1.500 800 2.500 5,143 3,00 3,25 4,903 2,514 3,332 Agosto 850 0 0 5,00 - 4,734 - - Setembro 700 0 800 4,875 - 3,25 4,132 - 3,263 Outubro 1.280 2.500 0 5,21 4,375 4,398 4,436 - Novembro 700 0 900 5,45 - 3,25 4,681 - 2,923 Dezembro 0 0 0 - - - - - TOTAL 12.998 7.571 6.700 5,06 3,27 3,66 4,861 3,354 3,634
Quadro 19 - Maturidade das Obrigações do Tesouro Unidade: 10^6 Euro
2002 2003 2004 Valor % Valor % Valor %
Taxa Fixa 12.998 100,0 7.571 100,0 6.700 100,0 2 anos 0 0,0 0 0,0 0 0,0 3 anos 700 5,4 5.071 67,0 0 0,0 4 anos 0 0,0 0 0,0 4.200 62,7% 5 anos 5.117 39,4 0 0,0 0 0,0 9 anos 0 0,0 0 0,0 0 0,0 10 anos 5.036 38,7 0 0,0 2.500 37,3% 11 anos 2.145 16,5 2.500 33,0 0 0,0 14 anos 0 0,0 0 0,0 0 0,0 15 anos 0 0,0 0 0,0 0 0,0 Taxa Variável 0 0,0 0 0,0 0 0,0 4 anos 0 0,0 0 0,0 0 0,0 5 anos 0 0,0 0 0,0 0 0,0 6 anos 0 0,0 0 0,0 0 0,0 7 anos 0 0,0 0 0,0 0 0,0 TOTAL 12.998 100,0 7.571 100,0 6.700 100,0
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
46
CMVM
2.2 O MERCADO SECUNDÁRIO
O volume total de transacções no mercado a contado aumentou 10,16% face a 2003, impulsionado pelo
segmento accionista. A capitalização bolsista dos valores mobiliários admitidos à negociação na Euronext
Lisbon aumentou 8,2%, beneficiando do comportamento favorável da vertente accionista. A capitalização
bolsista do segmento obrigacionista prosseguiu o movimento de descida dos últimos dois anos.
Os índices PSI Geral e PSI 20 valorizaram, respectivamente, 18% e 12,6%. A volatilidade dos índices
prosseguiu o seu movimento de descida dos últimos 4 anos.
Em Março de 2004 teve lugar a migração do mercado de futuros gerido pela Euronext Lisbon para a
plataforma de negociação Liffe.Connect. Acentuou-se em 2004 a tendência de descida apresentada pelo
mercado de futuros, embora menos significativa do que no ano anterior.
Em 2004 realizaram-se apenas 5 ofertas públicas de aquisição. Por outro lado, a reconhecida falta de
apetência pelo mercado de capitais enquanto veículo alternativo ao financiamento das empresas continuou a
constatar-se nos diminutos valores das operaçoes de dispersão de capital via bolsa de valores.
2.2.1 O Mercado a Contado
2.2.1.1 Evolução Geral
O volume transaccionado no mercado secundário em 2004 registou um acréscimo anual de 10,16%. Tal
acréscimo ficou a dever-se principalmente ao segmento accionista que registou um crescimento acentuado
quer no volume global de negócios em Bolsa (46%), quer no montante transaccionado Fora de Mercado
(387%). O peso destes dois sub-segmentos accionistas no valor global de transacções no mercado ascendeu a
14,9% e 4,2%, respectivamente.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
47
CMVM
Gráfico 13 - Evolução do Volume de Transacções nos Mercados Secundários
0
50.000
100.000
150.000
200.000
Milh
ões d
e Eu
ro
1999 2000 2001 2002 2003 2004
Bolsa Fora de Mercado MEOG MEDIP PEX
Quadro 20 - Transacções de Valores Mobiliários em Mercados Secundários
Unidade: 10^6 Euro
Segmentos 2002 2003 2004 Valor % Valor % Valor % Transacções Globais em Bolsa 010 – Obrigações 1.002,0 0,67 1.267,5 0,75 653,8 0,35 020 – Acções 21.692,7 14,57 19.026,6 11,23 27.762,9 14,87 030 - Títulos de Participação 2,5 0,00 4,2 0,00 6,5 0,00 040 - Unidades de Participação 46,0 0,03 27,0 0,02 8,9 0,00 050 – Direitos 65,0 0,04 131,9 0,08 63,9 0,03 060 – Warrants 787,4 0,53 1.157,3 0,68 1.202,9 0,64 070 – Certificados 111,2 0,07 23,8 0,01 50,1 0,03 080 – Convertíveis 57,5 0,03 82,9 0,04 090 - Credit Linked Notes
1.Subtotal Sessões Normais 23.707,0 15,93 21.695,8 12,81 29.831,9 15,98
2.Transacções em Sessões Especiais 101,7 0,07 686,1 0,40 407,9 0,22
3.Subtotal incluindo Sessões Especiais (1) + (2) 23.808,6 16,00 22.382,0 13,21 30.239,8 16,20
4. MEDIP (Dívida Pública) 111.163,0 74,68 132.055,0 77,94 135.760,0 72,74
5. PEX 0,0 0,00 0,40 0,00 4,0 0,00
Fora de Mercado - Valores Cotados 010 – Obrigações 10.413,4 7,00 13.326,1 7,87 12.591,4 6,75 020 – Acções 3.436,6 2,31 1.618,3 0,96 7.880,7 4,22 030 - Títulos de Participação 15,0 0,01 29,3 0,02 21,8 0,01 040 - Unidades de Participação 8,0 0,01 3,1 0,00 13,9 0,01 050 – Direitos 2,1 0,00 4,3 0,00 66,5 0,04 060 – Warrants 0,3 0,00 0,0 0,00 42,5 0,02 070 – Certificados 0,4 0,00 4,6 0,00 20,5 0,01 080 – Convertíveis 0,0 0,00 1,2 0,00 1,3 0,00 090 - Credit Linked Notes 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00
6.Subtotal Fora de Mercado VC 13.875,7 9,32 14.988,7 8,85 20.638,6 11,06
7.Total Mercado Secundário -VC (3)+(4)+(5)+(6) 148.847,3 100,00 169.426,1 100,00 186.642,4 100,00 Fonte: Euronext Lisbon, MTS-Portugal e OPEX.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
48
CMVM
Gráfico 14 - Evolução Mensal do Volume de Transacções nos Mercados Secundários em 2004
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
Milh
ões d
e Eu
ro
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
PEX
MEDIP
Fora de Mercado- ValoresAdmitidos
Bolsa - SessõesEspeciais
Bolsa - SessõesNormais
2.2.1.2 Evolução da Capitalização Bolsista
A capitalização bolsista do conjunto dos valores mobiliários admitidos à negociação na Euronext Lisbon
subiu pelo segundo ano consecutivo, tendo registado um acréscimo de 8,2%. O forte aumento do segmento
accionista (24%) suplantou as descidas verificadas em praticamente todos os restantes segmentos de títulos,
com excepção dos Certificados. A capitalização bolsista do segmento obrigacionista prosseguiu o
movimento de descida dos últimos dois anos, tendo o respectivo peso na capitalização bolsista global
diminuido para os 31,6%.
Apesar de ter surgido em 2004 a possibilidade de negociação dos Credit Linked Notes não foi admitida à
negociação nenhuma emissão.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
49
CMVM
Quadro 21 - Evolução da Capitalização Bolsista
Unidade: 10^6 Euro
2002 2003 2004 ∆ % Valor % Valor % Valor % (2003-04) Obrigações 65.102,7 45,9 62.380,0 39,7 53.689,3 31,6 -13,9 Dívida Pública 56.626,2 39,9 55.708,6 35,5 48.986,8 28,8 -12,1 O. Fundos Públicos e Equip. 448,0 0,3 599,5 0,4 423,2 0,2 -29,4 Diversas 8.028,5 5,7 6.072,0 3,9 4.279,3 2,5 -29,5 Acções 73.239,4 51,7 91.364,8 58,1 113.263,8 66,6 24,0 TP e UP 585,8 0,4 481,3 0,3 366,4 0,2 -23,9 Warrants 2.548,6 1,8 1.799,1 1,1 1.627,9 1,0 -9,5 Certificados 294,0 0,2 381,4 0,2 413,8 0,2 8,5 Convertíveis 713,9 0,5 674,8 0,4 -5,5 Credit Linked Notes 0,0 0,0 0,0 TOTAL 141.770,5 100,0 157.120,4 100,0 170.036,0 100,0 8,2 Mercado de Cotações Oficiais 139.067,4 98,1 155.723,2 99,1 167.983,2 98,8 7,9 Segundo Mercado 2.461,4 1,7 1.212,8 0,8 1.143,6 0,7 -5,7
Mercado sem Cotações 241,7 0,2 184,4 0,1 542,3 0,3 194,1
Mercado Estruturados 367,0 0,2 - Fonte: Euronext Lisbon.
O aumento da capitalização bolsista de acções e o menor crescimento do PIB nacional (estimado),
contribuíram para que a capitalização bolsista global em percentagem do produto interno bruto atingisse os
124% no final do ano.
Gráfico 15 - Evolução do Peso da Capitalização Bolsista no PIB
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
1999 2000 2001 2002 2003 2004
Dívida Pública
ObrigaçõesDiversas e OutrosFundos Pub. Equip.
Acções
Títulos deParticipação eUnidades deParticipação
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
50
CMVM
2.2.1.3 Transacções em Bolsa
O volume de transacções em bolsa no ano de 2004 inverteu a tendência de queda dos anos anteriores,
registando um elevado crescimento de 35,1%. Esta evolução positiva foi motivada principalmente pelo
aumento do montante transaccionado em acções no Mercado de Cotações Oficiais (MCO). O peso deste
segmento no volume global das sessões de bolsa atingiu os 91,7%.
Em 2004, teve início o primeiro ano de actividade do Mercado Não Regulamentado de Estruturados. O
conjunto constituído pelo volume transaccionado em warrants nesse mercado e no Mercado de Cotações
Oficiais, manteve a trajectória de crescimento que tem evidenciado desde o aparecimento da negociação
deste valor mobiliário em Bolsa, no ano de 2000.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
51
CMVM
Quadro 22 - Volume de Transacções em Bolsa de Valores
Unidade: 10^6 Euro
Segmentos 2002 2003 2004 Valor % Valor % Valor %
100 - Mercado de Cotações Oficiais 23.241,4 97,6 21.239,2 94,9 29.644,3 98,0 111- Obrigações da Dívida Pública 284,4 1,2 288,2 1,3 160,4 0,5 112 - Outros Fundos Públicos e Equiparados 25,9 0,1 33,9 0,2 37,7 0,1 113 - Obrigações Diversas 263,6 1,1 509,4 2,3 374,3 1,2 121 - Acções 21.655,3 91,0 19.006,1 84,9 27.739,7 91,7 126 - Dir. Subscrição Acções 38,2 0,2 131,9 0,6 63,9 0,2 127 - Dir. Incorporação Acções 26,8 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 131 - Títulos de Participação 2,5 0,0 4,2 0,0 6,5 0,0 141 - Unidades de Participação em Fundos Mobiliários 45,7 0,2 24,0 0,1 7,8 0,0 142 - Unidades de Participação em Fundos Imobiliários 0,3 0,0 3,0 0,0 1,1 0,0 151 - Warrants Autónomos 786,3 3,3 1.156,8 5,2 808,0 2,7 152 - Warrants Estruturados 0 0,0 0 0,0 311,4 1,0 159 - Warrants Destacados 1,1 0,0 0,5 0,0 0,6 0,0 171 - Certificados 111,2 0,5 23,8 0,1 50,1 0,2 181 - Reverse Convertibles 0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 182 - VMOC 0 0,0 57,5 0,3 82,8 0,3 183 - Credit Linked Notes 0 0,0 0 0,0 0 0,0 200 - Segundo Mercado 460,6 1,9 454,0 2,0 86,8 0,3 213 - Obrigações Diversas 428,2 1,8 436,1 1,9 81,4 0,3 221 - Acções 32,4 0,1 17,8 0,1 5,4 0,0 Sessões Especiais de Bolsa 101,7 0,4 686,1 3,1 408,0 1,3 Total Mercado Regulamentado 23.803,6 100,0 22.379,3 100,0 30.139,1 99,7 300 - Mercado Sem Cotações 5,0 0,0 2,7 0,0 18,0 0,1 321 - Acções 5,0 0,0 2,7 0,0 17,7 0,1 316 - Warrants 0 0,0 0 0,0 0,3 0,0 326 - Direitos de Subscrição de Acções 0 0,0 0 0,0 0 0,0 342 - Fundos de Investimento Imobiliário Fechados 0 0,0 0 0,0 0 0,0 400 - Mercado Estruturados 0 0,0 0 0,0 82,9 0,3 451 - Warrants Autónomos 0 0,0 0 0,0 5,4 0,0 452 - Warrants Estruturados 0 0,0 0 0,0 77,5 0,3 471 – Certificados 0 0,0 0 0,0 0 0,0 472 - Certificados Estruturados 0 0,0 0 0,0 0 0,0 Total Mercado Não Regulamentado 5,0 0,0 2,7 0,0 100,9 0,3 Total Geral 23.808,6 100,0 22.382,0 100,0 30.240,0 100,0 Fonte: Euronext Lisbon.
Os sectores de “Serviços de Telecomunicações Fixas”, “Bancos” e “Electricidade” são os principais
responsáveis pela capitalização bolsista e volumes transaccionados de acções da Euronext Lisbon, logo
seguidos pelos sectores “Retalhistas – Alimentação e Medicamentos” e “Transp. Ferroviárias, Rodoviários e
de Carga”.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
52
CMVM
Quadro 23 - Distribuição Sectorial das Transacções e da Capitalização Bolsista de Acções
Unidade: 10^6 Euro
2003 2004 Cód. Sectores de Actividade Volume de Capitalização Bolsista Volume de Capitalização Bolsista Transacção Valor Data Transacção Valor Data
113 Industrias químicas – commodities 3,48 166,50 31-Dez 2,47 168,25 31-Dez 132 Construção e Materiais de Construção 282,05 3.139,33 31-Dez 987,75 3.952,96 31-Dez 137 Construção - Outros Tipos 107,21 965,03 31-Dez 83,70 4.137,86 31-Dez 156 Papel 205,05 912,42 31-Dez 315,72 868,95 31-Dez 188 Aço 0,00 0,00 - 0,00 0,00 - 252 Equipamento Eléctrico 7,48 51,50 31-Dez 21,58 92,03 31-Dez 263 Veículos Comerciais e camiões 0,63 118,65 30-Dez 0,52 126,00 31-Dez 267 Engenharia – Geral 0,31 0,00 - 0,00 0,00 - 318 Distribuição de Veículos 10,15 214,50 31-Dez 15,98 192,00 31-Dez 345 Electrodomésticos e Art. Uso Doméstico 0,90 41,01 31-Dez 4,13 31,95 31-Dez 349 Outros Produtos Têxteis e em Couro 0,00 0,00 - 0,00 0,72 31-Dez 415 Bebidas – Cervejas 0,00 0,00 - 0,00 0,00 - 416 Bebidas - Destilarias e Produtores de Vinho 18,24 152,95 31-Dez 26,42 140,98 31-Dez 418 Refrigerantes 2,01 51,84 31-Dez 5,66 75,69 31-Dez 433 Agricultura e Pesca 0,00 0,00 - 0,00 30,66 31-Dez 435 Transformação de Alimentos 0,00 0,00 - 0,00 14,77 31-Dez 532 Jogo 0,58 53,60 31-Dez 0,43 50,89 31-Dez 536 Hotéis 0,00 0,00 - 0,00 0,00 - 538 Instalações para Lazer 0,00 0,00 - 5,40 65,96 31-Dez 539 Restaurantes e Bares 7,39 78,20 31-Dez 17,25 97,80 31-Dez 542 Televisão e Radio – Fornecedores 101,01 294,00 31-Dez 397,93 938,27 31-Dez 543 Cabo e Satélite 502,21 2.415,43 31-Dez 615,12 2.900,08 31-Dez 547 Edição e Impressão 0,69 6,64 31-Dez 1,15 9,78 31-Dez 596 Transp. Ferroviárias, Rodoviários e de Carga 1.231,84 3.183,09 31-Dez 1.799,03 4.038,27 31-Dez 597 Transportes Marítimos/Fluviais e Portos 1,55 25,27 30-Dez 2,85 38,72 31-Dez 630 Retalhistas - Alimentação e Medicamentos 666,62 3.884,68 31-Dez 1.513,70 4.966,83 31-Dez 673 Serviços de Telecomunicações Fixas 8.171,48 10.009,19 31-Dez 10.453,04 11.413,99 31-Dez 678 Serviços de Telecomunicações Móveis 1.049,60 536,21 31-Dez 285,00 859,75 31-Dez 720 Electricidade 2.806,09 4.335,52 31-Dez 5.510,18 6.547,78 31-Dez 810 Bancos 3.717,38 59.383,07 31-Dez 4.966,63 69.717,39 31-Dez 862 Imobiliário - Propriedade e Desenvolvimento 0,00 0,00 - 0,13 0,00 - 864 Agências Imobiliárias 0,00 0,00 - 0,00 0,00 - 875 Bancos de Investimento 1,24 0,00 0,00 0,00 - 879 Outros serviços Financeiros 37,38 816,84 31-Dez 10,92 924,64 31-Dez 932 Hardware 0,00 0,00 - 0,00 0,00 - 972 Serviços Informáticos 73,55 237,44 31-Dez 612,02 321,42 31-Dez 974 Internet 0,00 0,00 - 0,00 0,00 -
Fonte: Euronext Lisbon. Nota: Distribuição sectorial de acordo com a classificação FTSE. A quantidade transaccionada quer das vinte acções mais transaccionadas no MCO, quer das restantes acções
aí admitidas, registaram elevados crescimentos, de 44,6% e 161,7%, respectivamente. No entanto, as
diferentes evoluções das quantidades admitidas à negociação em 2004 para estes dois sub-grupos (entrada de
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
53
CMVM
uma nova admissão no conjunto das restantes acções admitidas no MCO), fizeram com que o turnover médio
das vinte acções mais transaccionadas registasse um acentuado crescimento de 31,57 p.p., enquanto que o
das restantes acções regrediu 1,4 p.p..
Quadro 24 - Indicadores da Evolução da Liquidez das Acções Admitidas ao Mercado de Cotações Oficiais
2002 2003 2004 ∆ (2003-04) 20 Acções mais Transaccionadas Quantidade 6.031.056.140 6.432.079.965 9.301.032.913 44,6% Valor (milhões de Euro) 21.143 18.013 27.452 52,4% Quota (Quantidade) 98,7% 99,3% 98,8% -0,53 p.p. Quota (Valor) 98,2% 99,3% 99,0% -0,37 p.p. Turnover Médio (1) 48,6% 36,9% 68,5% 31,57 p.p. Frequência Média de Negociação (2) 92,9% 99,6% 99,2% -0,41 p.p. Restantes Acções Admitidas no MCO Quantidade 79.457.833 43.321.112 113.355.169 161,7% Valor (milhões de Euro) 398 120 287 138,7% Quota (Quantidade) 1,3% 0,7% 1,2% 0,53 p.p. Quota (Valor) 1,8% 0,7% 1,0% 0,37 p.p. Turnover Médio (1) 7,5% 1,9% 0,5% -1,4 p.p.
Frequência Média de Negociação (2) 70,6% 67,9% 69,9% 1,93 p.p. Fonte: Euronext Lisbon. Legenda: (1) O Turnover Médio é a média simples do turnover do conjunto de acções a que se refere; o turnover é o rácio entre a quantidade transaccionada e a quantidade admitida no período em análise. (2) A “Frequência Média de Negociação” é a média simples da “frequência de negociação” do conjunto de acções a que se refere; a “frequência de negociação” é o rácio entre o número de sessões em que a acção negociou e o número de sessões em que esteve admitida à negociação.
O acentuado crescimento do volume negociado no segmento accionista foi superior ao aumento da
respectiva capitalização bolsista, fazendo subir o seu “índice turnover5”, de 21% em 2003 para 25% em
2004. O efeito conjunto do aumento do montante transaccionado em warrants e da descida da respectiva
capitalização bolsista traduziram-se no aumento daquele índice para os 74% (64% em 2003).
5 Rácio entre o volume transaccionado em bolsa e a capitalização bolsista.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
54
CMVM
Gráfico 16 - Evolução do Turnover nos Segmentos de Mercado
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
Dív
ida
Públ
ica
Out
ros
Fund
os P
úb.
eEq
uipa
rado
s
Obr
igaç
ões
Div
ersa
s
Acç
ões
Títu
los d
ePa
rtici
paçã
o
Uni
dade
s de
Parti
cipa
ção
War
rant
s
Certi
ficad
os
Conv
ertív
eis
2000 2001 2002 2003 2004
2.2.1.4 Evolução dos Índices
2.2.1.4.1 Índices de Acções
No final do ano de 2004, em linha com o sucedido no ano anterior, o mercado accionista apresentou um
elevado ritmo de crescimento dos seus índices de acções. Com efeito, o índice PSI Geral aumentou 18% e o
PSI 20 subiu 12,64%.
Gráfico 17 - Evolução Mensal do Índice PSI Geral em 2004
1.800
2.000
2.200
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Máximo Último Mínimo
Bas e J aneiro 1988 = 1.000
Máx 20042231,84
Min 20041904,64
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
55
CMVM
Quadro 25 - Índices Accionistas
Índices Accionistas 2002 Data 2003 Data 2004 Data
Índice PSI Geral (Base: 88/01/05=1000) Primeiro 2.023,91 2-Jan 1.636,92 2-Jan 1.917,40 2-Jan Último 1.611,15 31-Dez 1.891,44 31-Dez 2.231,84 31-Dez Máximo 2.066,38 04-Jan 1.891,44 31-Dez 2.231,84 31-Dez Mínimo 1.423,78 30-Set 1.472,84 25-Fev 1.904,64 07-Jan Variação homóloga (%) -20,65% 17,40% 18,00% Amplitude de Variação no ano (%) 45,13% 28,42% 17,18% Índice PSI-20TR (Base: 92/12/31=3 000) Primeiro 9.951,16 2-Jan 7.807,14 2-Jan 9.322,38 2-Jan Último 7.648,04 31-Dez 9.171,17 31-Dez 10.635,11 31-Dez Máximo 10.159,84 4-Jan 9.171,17 31-Dez 10.809,16 8-Mar Mínimo 6.673,98 23-Out 6.852,29 25-Fev 9.224,31 7-Jan Variação homóloga (%) -23,50% 19,92% 15,96% Amplitude de Variação no ano (%) 52,23% 33,84% 17,18% Índice PSI-20 (Base: 92/12/31=3 000) Primeiro 7.795,00 2-Jan 5.945,87 2-Jan 6.748,00 2-Jan Último 5.824,70 31-Dez 6.747,41 31-Dez 7.600,16 31-Dez Máximo 7.958,46 4-Jan 6.747,41 31-Dez 7.952,52 8-Mar Mínimo 5.083,34 23-Out 5.218,66 25-Fev 6.786,51 7-Jan Variação homóloga (%) -25,62% 15,84% 12,64% Amplitude de Variação no ano (%) 56,56% 29,29% 17,18% Fonte: Euronext Lisbon. Nota: Baseado em cotações de Fecho.
No ano de 2004, a volatilidade dos índices prosseguiu o seu movimento de descida dos últimos quatro anos6.
O decréscimo foi mais acentuado em termos de amplitude de variação.
Quadro 26 - Volatilidade dos Índices Accionistas
Valores em percentagem
2000 2001 2002 2003 2004 PSI Geral 19,3 17,1 15,5 9,9 9,4 PSI-20 21,7 18,6 18,0 11,8 10,4 Fonte: Euronext Lisbon. Nota: Calculada com base nas rendibilidades diárias logarítmicas e anualizadas através da multiplicação pela raíz quadrada de 250.
Todos os índices sectoriais aumentaram em 2004, com excepção do sector PSI Bens de Consumo (Cíclico e
Não Cíclico). O peso do sector dos Serviços Não Cíclicos no Índice PSI Geral sofreu um acentuado
6 Quer através do cálculo do desvio-padrão das rendibilidades diárias, quer através das amplitudes de variação dos índices durante o ano (medida pela relação entre a cotação máxima e a mínima).
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
56
CMVM
decréscimo de 31,28% para 7,15%. Em sentido contrário, o sector dos Serviços Financeiros, cujo peso no
Índice PSI Geral era já o mais elevado em 2003 (33,15%), viu essa preponderância reforçada para os
62,59%.
Quadro 27 - Índices Sectoriais de Acções
Fecho 2003 Máximo 2004 Mínimo 2004 Fecho 2004 Índice Valor % PSI Geral Valor data Valor data Valor % PSI Geral PSI Geral 1.891,44 100 2.231,84 31-Dez 1.904,64 7-Jan 2.231,84 100 Índices Sectoriais PSI (1) Indústrias de Base 3.209,89 11,17 3.764,97 01-Nov 3.216,45 12-Jan 3.709,20 8,31 Indústrias Gerais 2.796,25 0,37 3.873,23 02-Nov 2.591,36 08-Jan 3.664,60 0,19 Bens de Consumo Cíclico 1.697,90 0,55 1.956,10 21-Abr 1.474,98 17-Ago 1.583,73 0,20 Bens de Consumo não Cíclico 2.836,32 0,44 3.338,37 03-Mar 2.632,78 06-Dez 2.723,73 0,19 Serviços não Cíclicos 1.569,43 31,28 1.908,50 14-Dez 1.591,84 07-Jan 1.892,40 7,15 Serviços Cíclicos 2.215,74 13,13 2.868,31 29-Dez 2.230,55 02-Jan 2.864,12 15,28 Utilities 1.982,13 9,40 2.443,75 10-Nov 1.925,23 21-Jan 2.289,74 5,80 Serviços Financeiros 1.956,89 33,15 2.226,93 25-Nov 1.931,84 13-Jan 2.192,58 62,59 Tecnologias da Informação 1.405,40 0,51 2.168,12 09-Mar 1.393,43 13-Ago 1.742,52 0,28 Fonte: Euronext Lisbon. Legenda: (1) Classificação FTSE. Nota: A base dos índices sectoriais foi fixada em 31-12-1999 no valor assumido pelo PSI Geral, isto é, 2732,36 pontos.
2.2.1.4.2 Yield Curve
Em 2004 assistiu-se ao deslocamento para baixo da Yield Curve, num ano em que o BCE não procedeu a
qualquer alteração da sua taxa de referência. Pelo contrário, em 30 de Junho de 2004, a Federal Reserve
iniciou uma política monetária restritiva que se caracterizou por cinco movimentos de subida da sua taxa de
referência, de 0,25% cada, elevando-a de 1% para 2,25%.
Gráfico 18 - Yield Curve
0%
1%
2%
3%
4%
5%
2 3 5 6 7 10Nº de anos até à maturidade
29-12-2003 29-12-2004
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
57
CMVM
2.2.1.5 Admissões e Exclusões da Negociação em Bolsa
Verificou-se um forte crescimento do número total de novas admissões de valores mobiliários (615 em 2004
contra 379 em 2003). Na linha dos anos anteriores, observou-se uma acentuada predominância do peso dos
warrants autónomos admitidos no total de admissões de valores mobiliários.
Quadro 28 - Valores Mobiliários Admitidos aos Mercados de Bolsa
Mercado de Cotações Oficiais Número de Admissões Acções (1) 2 Obrigações 42 Títulos de Participação 0 Unidades de Participação 0 Warrants Destacados 0 Warrants Autónomos 570 Certificados 0 Convertíveis 1 Credit Linked Notes 0 TOTAL 615 Fonte: Euronext Lisbon. Legenda: (1) Novas Sociedades.
Verificou-se igualmente um aumento do número de valores mobiliários excluídos, principalmente warrants
autónomos (502 em 2004 contra 376 em 2003). Este aumento ocorreu somente nas exclusões no Mercado de
Cotações Oficiais, já que no Segundo Mercado e no Mercado Sem Cotações o número de valores mobiliários
excluídos diminuiu.
Quadro 29 - Valores Mobiliários Excluídos dos Mercados de Bolsa
Valores Mobiliários Excluídos MCO SM MSC Acções 4 0 3 Obrigações 70 21 0 Títulos de Participação 0 0 0 Unidades de Participação 2 0 0 Warrants Destacados 1 0 0 Warrants Autónomos 502 0 0 Certificados 0 0 0 Credit Linked Notes 0 0 0 Convertiveis 1 0 0 TOTAL 580 21 3 Fonte: Euronext Lisbon. Legenda: MCO – Mercado Cotações Oficiais; SM – Segundo Mercado; MSC – Mercado Sem Cotações.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
58
CMVM
2.2.2 Mercado Especial de Dívida Pública (MEDIP)
O volume de negociação no MEDIP (Obrigações do Tesouro e Bilhetes de Tesouro) registou um aumento de
2,81% em 2004. Em termos da sua evolução mensal, o volume negociado mostrou um perfil mais irregular
do que o verificado no ano anterior7.
Gráfico 19 - Evolução Mensal do Volume de Negociação no MEDIP
0
2.000
4.000
6.000
8.000
10.000
12.000
14.000
16.000
18.000
Milh
ões d
e Eu
ro
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
2.2.3 Mercado a Prazo
2.2.3.1 Mercado de Futuros
No dia 22 de Março de 2004 teve lugar a migração do Mercado de Futuros gerido pela Euronext Lisbon para
a plataforma de negociação Liffe.Connect. Na mesma data, a Euronext Lisbon criou dois novos contratos de
futuros: um sobre acções do BPI e outro sobre acções da Brisa.
A tendência de descida apresentada pelo mercado de futuros acentuou-se em 2004, tendo-se assistido uma
vez mais a uma quebra do volume transaccionado. Contudo, a quebra foi menos significativa do que a do ano
anterior. Em termos globais, o valor transaccionado para os contratos de futuros foi de 1.038 milhões de
euro, o que se traduz numa redução de 28% no valor transaccionado relativamente a 2003. O contrato de
futuros sobre o índice PSI 20 foi de novo o contrato com maior valor transaccionado.
O número de negócios efectuados registou igualmente uma diminuição em 2004, de 10.612 negócios para
4.899, o que representa uma descida de cerca de 54%.
7 Volumes mensais não corrigidos pelo número de dias úteis.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
59
CMVM
Em termos do número de posições abertas no final do ano nos contratos sobre o índice PSI 20 e sobre acções
Portugal Telecom, registou-se um aumento de 25% e de 230%, respectivamente.
Quadro 30 - Transacções em Contratos de Futuros
Contrato Posições Nº de Volume de Valor de Futuros Abertas Negócios Contratos Transaccionado
(fim-ano) (10^3 Euro) PSI-20 2002 8.532 10.304 346.134 2.374.077 2003 6.907 3.170 214.415 1.273.909 2004 8.622 2.045 114.955 849.156 Portugal Telecom 2002 6.624 19.450 473.201 357.558 2003 1.664 4.121 156.088 103.212 2004 5.492 1.068 98.965 87.469 Energias de Portugal, SA 2002 3.899 5.063 1.036.219 230.883 2003 6.728 1.230 122.297 22.184 2004 580 575 119.454 26.974 BCP 2002 1.320 2.273 451.724 162.123 2003 5.110 964 116.749 18.766 2004 2.603 441 128.219 24.377 Cimpor (1) 2002 0 114 1.199 2.327 2003 0 9 90 56 2004 0 2 20 8 PT Multimédia 2002 20 342 6.318 5.033 2003 955 677 14.373 20.230 2004 110 402 18.688 33.484 Sonae SGPS 2002 1.530 1.235 1.614.953 130.723 2003 15.135 406 206.440 10.744 2004 7.200 329 183.572 16.664
Vodafone-Telecel (2) 2002 70 1.028 14.398 11.680 2003 0 35 784 669 Brisa 2004 0 2 200 117 TOTAL 2002 21.995 39.809 3.944.146 3.274.403 2003 36.499 10.612 831.236 1.449.770 2004 24.607 4.899 664.857 1.038.249 Fonte: Euronext Lisbon. Legenda: (1) Este contrato foi extinto. (2) Este contrato foi extinto em virtude da saída de bolsa da Vodafone Telecel a 22 de Maio de 2003.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
60
CMVM
2.2.3.2 Mercado de Opções
Na sequência do processo de migração do mercado a prazo para a plataforma de negociação Liffe.Connect, a
Euronext Lisbon decidiu proceder à extinção dos contratos de opções sobre o PSI 20 e sobre as acções
Portugal Telecom, EDP, BCP, PT Multimédia e Sonae, e do contrato de futuros Cimpor, devido à ausência
de liquidez que historicamente estes contratos apresentavam.
2.2.3.3 Mercado de Reportes e Empréstimos
No âmbito da reestruturação das actividades de clearing, o Grupo Euronext decidiu, ainda no ano de 2003,
transferir para a Clearnet a actividade de clearing que era tradicionalmente prestada pela Euronext Lisbon.
Deste modo, a Clearnet passou a prestar os serviços integrados de registo, compensação e liquidação das
operações de reporte não garantidas e das operações de empréstimo garantidas e não garantidas (assumindo a
função de contraparte central apenas nas operações de empréstimo garantidas), tendo descontinuado os
serviços de registo, compensação e liquidação de operações de reporte garantidas.
Em Março de 2004, a Clearnet decidiu cessar a prestação dos serviços de registo, compensação, contraparte
central e liquidação de operações de repos e empréstimos.
2.2.4 Renominalização
Após o grande número de redenominações (alteração para euro do valor nominal dos valores mobiliários)
ocorrido na sequência da adopção do euro, registou-se um aumento do número de renominalizações
(adopção de um valor nominal diferente daquele que se obteria directamente do simples procedimento de
redenominação). Em 2004, foram renominalizados 3 valores mobiliários, correspondentes a 3 sociedades.
Quadro 31 - Valores Renominalizados em 2004
Unidade: 10^3 unidades
Activo Qt. Integrada Antes da Renominalização
Qt. Integrada Após a Renominalização
Número de Valores Renominalizados
Número de Sociedades
Acções 19.350.408 159.028.788 3 3 TOTAL 19.350.408 159.028.788 3 3
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
61
CMVM
2.2.5 Suspensão da Negociação
Como referido, na sequência da migração para a plataforma de negociação Liffe.Connect, a Euronext Lisbon
procedeu à extinção dos contratos de opções existentes e também de um contrato de futuros. Dada a intenção
da entidade gestora de exclusão dos referidos contratos, a Euronext Lisbon suspendeu a negociação de todos
os contratos de opções, por forma a prevenir a abertura de posições. Por este motivo, verificou-se igualmente
que o número de dias em que existiram suspensões apresentou um aumento significativo em 2004.
Quadro 32 - Suspensões da Negociação de Valores Mobiliários
Nº de dias em que houve
suspensões Nº de Valores Mobiliários
Suspensos Tipo de Valor
Merc. Contado Merc. Contado Merc. Contado Merc. Prazo MCO SM MSC
Merc. Prazo
MCO SM MSC
Merc. Prazo
Acções Obrigações Warrants Futuros Opções 2001 42 35 10 3 90 88 7 3 15 36 20 3 0 2002 5 1 1 2 (a ) 6 1 1 24 (b) 8 0 0 7 (a) 5 (a) 2003 2 0 0 0 3 0 0 0 3 0 0 0 0 2004 3 0 0 20 4 0 0 7 4 0 0 2 5 Legenda: (a) Um destes dias foi a greve de Interbolsa sendo que todos os contratos foram suspensos. (b) Todos os contratos foram suspensos em ambos os dias. 2.2.6 Sistema Centralizado de Valores Mobiliários
No final do ano, encontravam-se registadas na Central de Valores Mobiliários 1.625 emissões, o que
representa um aumento de 10,69% face a 2003. Dessas emissões, 38,52% correspondiam a emissões de
obrigações privadas e 34,40% a emissões de acções.
A quantidade de valores mobiliários integrados na Central foi de 6.302.843 milhões de unidades, ou seja,
mais 0,12% do que no ano anterior.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
62
CMVM
Quadro 33 - Valores Mobiliários Integrados na Central de Valores Mobiliários
Número de Quantidade Integrada Emissões
2002 2003 2004 Valores Mobiliários
2002
2003
2004
Milhões Unidades
Valor (10^6 €)
Milhões Unidades
Valor (10^6 €)
Milhões Unidades
Valor (10^6 €)
Acções 564 565 559 18.904 31.787 20.544 32.473 22.176 33.829 Escriturais 492 497 507 18.693 30.875 20.348 31.631 22.001 33.128 Tituladas 72 68 52 210 911 196 842 175 700 Obrigações 744 658 644 6.358.496 74.131 6.253.377 78.087 6.257.461 80.494 Dívida Pública 22 21 18 5.374.075 53.741 5.579.505 55.795 5.719.233 57.192 Escriturais 22 21 18 5.374.075 53.741 5.579.505 55.795 5.719.233 57.192 Tituladas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Outras 722 626 626 984.421 20.390 673.872 22.292 538.227 23.302 Escriturais 716 621 621 984.417 20.377 673.869 22.280 538.225 23.291 Tituladas 6 5 5 4 13 4 12 2 11 Obrigações Titularizadas 0 0 6 0 0 0 0 0 4 Escriturais 0 0 6 0 0 0 0 0 4 TP 8 7 7 21.028 0 19.943 199 19.943 199 Escriturais 8 7 7 21.028 0 19.943 199 19.943 199 Tituladas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 UP 24 22 16 170 0 169 0 68 0 Escriturais 23 21 16 169 0 168 0 68 0 Tituladas 1 1 0 1 0 1 0 0 0 Warrants 278 214 376 2.240 0 1.161 0 3.042 0 Escriturais 191 165 158 955 0 674 0 572 0 Tituladas 87 49 218 1.285 0 487 0 2.470 0 Certificados 10 11 11 10 0 10 0 10 0 Escriturais 3 4 4 3 0 3 0 3 0 Tituladas 7 7 7 7 0 7 0 7 0 VMOC 0 1 1 0 0 140 700 140 700 Escriturais 0 1 1 0 0 140 700 140 700 Tituladas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 VMOC EE 0 1 1 0 0 0 15 0 15 Escriturais 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Tituladas 0 1 1 0 0 0 15 0 15 Val. Mob. Estruturados 0 0 2 0 0 0 0 2 0 Escriturais 0 0 2 0 0 0 0 2 0 TOTAL 1.628 1.468 1.625 6.400.847 105.917 6.295.343 111.475 6.302.843 115.241 Escriturais 1.455 1.337 1.340 6.399.341 104.993 6.294.649 110.606 6.300.187 114.515 Tituladas 173 131 285 1.506 925 694 869 2.656 726 Fonte: CVM. Legenda: TP – Títulos Participação; UP - Unidades de Participação (valor de subscrição); VMOC - Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis; VMOC EE - Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis por Opção do Emitente.
A quantidade de valores mobiliários do mercado a contado de Bolsa registou em 2004 um decréscimo de
73,2% face a 2003, com 27.623.189 milhares de unidades liquidadas através da Central de Valores
Mobiliários.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
63
CMVM
O número de transacções liquidadas através do SLrt (Sistema de Liquidação real time) registou um aumento
de 55% em 2004. Tal resultou das alterações às regras de liquidação ocorridas em Novembro de 2003, as
quais passaram a incluir a resubmissão das guias de liquidação de operações de bolsa não liquidadas no
processamento normal.
Quadro 34 - Liquidações Através da Central de Valores Mobiliários
Unidade: 10^3 unidades 2002 2003 2004 ∆ %
Valores Mobiliários Quantidade Quantidade Quantidade (2003-04)
Mercado a Contado de Bolsa Obrigações 56.274.676 93.807.055 22.293.967 -76,2% Dívida Pública 18.633.599 27.480.203 9.264.381 -66,3% Outros Fund. Públ. e Equip. 2.494.175 2.135.297 3.502.059 64,0% Privadas 35.146.901 64.191.555 9.527.527 -85,2% Acções 3.594.560 6.164.668 3.506.239 -43,1% Títulos de Participação 280.518 469.645 576.856 22,8% Unidades de Participação 1.086 1.149 224 -80,5% Warrants 565.276 1.510.521 877.734 -41,9% Certificados 2.377 643 240 -62,7% Direitos 201.275 1.070.776 362.284 -66,2% Convertíveis 10.469 5.645 -46,1%
Total do Mercado a Contado de Bolsa 60.919.767 103.034.927 27.623.189 -73,2% Futuros e Opções 32.230 8.277 3.495 -57,8% SLRT 5.976.378.460 6.051.596.945 9.396.196.254 55% Fonte: CVM.
2.2.7 As Ofertas Públicas de Aquisição8 e Ofertas Públicas de Venda
As ofertas públicas de aquisição (OPA) diminuiram face ao ano anterior, quer em número, quer em valor
final (cerca de metade do valor registado em 2003).
Predominaram as OPA obrigatórias sobre apenas uma OPA facultativa lançada pela Edinger Holdings LLC
sobre uma parte das acções representativas do capital social da sociedade Imobiliária Construtora Grão-Pará,
SA. Em todas as ofertas obrigatórias a contrapartida foi determinada por aplicação do nº 1 do artigo 188.º do
Cód. VM.
Apenas uma OPA foi lançada sobre valores não admitidos à negociação em mercado regulamentado, i.e.
sobre as acções da Estoril Praia – Futebol SAD.
8 Toda a informação sobre as OPA realizadas em 2004 pode ser consultada no sítio da CMVM na Internet em http://web3.cmvm.pt/sdi/emitentes/opas.cfm.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
64
CMVM
Quadro 35 - Ofertas Públicas de Aquisição em 2004
Sociedade Oferente Sociedade Visada Tipo Nº Acções a adquirir
Preço (Euro)
Valor Previsto
(10^3 Euro)
Valor Final (10^3 Euro) Sucesso (%)
António José da Silva Veiga
Estoril Praia - Futebol SAD
Obrig. 69.917 5 350 253 72,4
Edinger Holdings LLC Imobiliária Construtora Grão-Pará, SA
Facult. 500.000 3 1.500 265 17,7
Semapa Investments BV Portucel - Empresa Produtora de Pasta e Papel, SA
Obrig. 537.218.000 1,55 832.688 361.196 43,4
Sacyr Vallehermoso, AS Somague, SGPS, SA Obrig. 1.573.393 9,8 15.419 13.552 87,9
Sacyr Vallehermoso, AS Warrants emitidos pela Somague
Obrig. 10.000.000 0,29 2.900 2.889 99,6
TOTAL 549.361.310 852.857 378.154 44,34%
A reconhecida falta de apetência pelo mercado de capitais enquanto veículo alternativo ao financiamento das
empresas continuou a constatar-se nos valores diminutos das operações de dispersão via bolsa de valores. De
facto, somente a oferta pública de venda (OPV) de 8.823.530 acções da sociedade Grupo Media Capital
SGPS, SA no montante final de 15 milhões de euro animou o mercado accionista português. À semelhança
de outras operações de dispersão, a oferta obedeceu ao modelo de articulação de uma OPV com uma oferta
dirigida a investidores institucionais nacionais e estrangeiros (com recurso prévio ao mecanismo de book-
building). A ligação entre ambas as operações fez-se através dos mecanismos de comunicabilidade entre as
tranches (claw-back e claw-forward).
As duas OPV realizadas por entidades não residentes envolveram um valor de cerca de 300 milhares de euro.
A OPV da SNECMA - Société Nacionale d'Étude et de Construction de Moteurs d'Aviation decorreu da
decisão do Estado Francês em abrir o capital da sociedade ao público e inseriu-se na parte denominada Offre
Réservé aux Salariés.
Na sequência de operações já desencadeadas em anos anteriores, a BP, P.L.C. realizou uma nova OPV de
acções no âmbito de uma oferta a trabalhadores como consequência do BP ShareMatch Plan (programa de
distribuição de acções dirigido a trabalhadores do Grupo BP em todo o mundo).
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
65
CMVM
Quadro 36 - Ofertas Públicas de Venda em 2004
Unidade: 10^3 Euro
Entidade Oferente Sociedade Período da Oferta Valor Final % Total Vertix, SGPS, SA; HMTF – Madeira Cayman, LP Hercules Enterprises, Inc; Alvor 2004, SGPS, SA; Heisamore, SGPS, SA; Partrouge, SGPS, SA; Fredter, SGPS, SA
Grupo Media Capital 19 a 27 de Março 15.224 98
Estado Françês
SNECMA - Société Nacionale d'Étude et de Construction de Moteurs d'Aviation
7 a 16 de Junho 97 1
BP, Plc BP, Plc 2 a 16 de Junho 198 1
Sociedade Comercial Orey Antunes Sociedade Comercial Orey Antunes, SA
26 de Novembro a 10 de Dezembro
90 1
TOTAL 15.609 100
2.2.8 Declarações de Perda da Qualidade de Sociedade Aberta
Sete empresas solicitaram a perda da qualidade de sociedade aberta em 2004, fundamentando-se todas na
alínea b) do n.º 1 do artigo 27.º do Cód. VM, tendo por base uma deliberação dos accionistas da sociedade
tomada por mais de 90% do capital social. No caso da sociedade Celulose do Caima, SGPS, SA, a
percentagem do capital social representado em assembleia geral de accionistas teve em conta as acções
próprias de acordo com o disposto no n.º 5 do artigo 386.º do Código das Sociedades Comerciais. Em todos
os casos, a contrapartida foi determinada com recurso ao disposto no n.º 1 do artigo 188.º aplicável por
remissão do n.º 4 do artigo 27.º, ambos do Cód. VM. No caso da Gestnave – Serviços Industriais, SA,
saliente-se o facto do oferente ter passado a deter 100% na sequência de uma operação de redução do capital
a zero e imediato aumento em que foi único subscritor o Estado Português. Por este facto não coube
qualquer apreciação sobre a caução ou sobre a contrapartida porque não existiam valores mobiliários
remanescentes que o oferente estivesse obrigado a adquirir.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
66
CMVM
Quadro 37 - Perdas da Qualidade de Sociedade Aberta em 2004
Acções a adquirir Preço Sociedade
Adquirente
Fundamento N.º % capital (Euro)
Banco Totta & Açores, SA Santusa Holding, SL 27.º/1b) 673.700 0,64 36 Celulose do Caima, SGPS, SA Cofina, SGPS, SA 27.º/1b) 463.268 2,14 6,40 Construtora do Tâmega, SA José Francisco da Silva Fonseca 27.º/1b) 410.982 4,35 6,36 Gestnave - Serviços Industriais, SA Gestnave – Serv. Industriais, SA 27.º/1b) 0 0,00 0 Proemba – Prod. de Embalagem, SA Almonda, SGPS, SA 27.º/1b) 4.101 1,86 15 Somague, SGPS, SA Sacyr Vallehermoso 27.º/1b) 178.754 0,68 9,80 Somague, SGPS, SA Sacyr Vallehermoso 27.º/1b) 36.209 0,36 0,29 STE - Serv. de Telecom. e Elect., SA António Martins de Freitas 27.º/1b) 29.297 1,88 0,32
2.2.9 Aquisições Potestativas Tendentes ao Domínio Total
Em 2004 ocorreu apenas a aquisição potestativa sobre o Banco Comercial dos Açores, SA, na sequência da
OPA obrigatória lançada pelo Banif Comercial, SGPS, SA, por via da qual passou a deter mais de 90% dos
direitos de voto na sociedade visada. A contrapartida foi fixada com recurso ao n.º 1 do artigo 188.º.
A utilização do procedimento previsto no artigo 194º do Cód. VM determina a perda da qualidade de
sociedade aberta da sociedade emitente das acções que foram objecto do direito de aquisição potestativa,
conforme entendimento da CMVM de Março de 2000 divulgado no seu sítio na Internet.
Quadro 38 - Aquisições Potestativas em 2004
Unidade: Euro
Sociedade Oferente Sociedade Visada Acções adquiridas Preço Valor N.º % Capital da operação
Banif Comercial, SGPS, SA Banco Comercial dos Açores, SA 44.246 0,43 6,00 265.476
TOTAL 44.246 265.476
2.2.10 Prospectos de Referência
Em 2004, as entidades emitentes que solicitaram a aprovação dos respectivos prospectos de referência foram
em menor número que em 2003, já que a UBS AG decidiu não optar por este documento informativo. Assim,
e com o objectivo de agilizar os seus processos de admissão à cotação de warrants e/ou certificados, o BCP
Investimento, o Citigroup, a Société Générale, e o Commerzbank, recorreram mais uma vez ao prospecto de
referência por forma a tornar mais célere a aprovação de prospectos de admissão de warrants ao mercado
regulamentado da Euronext Lisbon.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
67
CMVM
2.2.11 Registo de Operações
Deram entrada na CMVM 33 processos de registo em 2004. Com excepção da desistência de uma oferta
pública de subscrição de certificados, os restantes processos foram todos registados (incluindo um processo
transitado de 2003).
Quadro 39 - Registo de Operações
Tipo de Transitados Entrados Registados Recusados Retiraram Desistiram Transitados Operações de para
2003 2002 2004 2003 2004 2003 2004 2003 2004 2003 2004 2003 2005 2004 OPSO 0 0 1 4 1 4 0 0 0 0 0 0 0 0 OSOE 0 0 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 OPSC 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 OPSA 0 1 21 10 21 11 0 0 0 0 0 0 0 0 OPSW 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 OPVA 0 0 4 4 4 4 0 0 0 0 0 0 0 0 OPA 1 0 4 8 5 7 0 0 0 0 0 0 0 1 Sub-total Ofertas 1 1 32 27 32 27 0 0 0 0 1 0 0 1 AQP 0 0 1 3 1 3 0 0 0 0 0 0 0 0 TOTAL 1 1 33 30 33 30 0 0 0 0 1 0 0 1 Legenda: OPSO - Oferta pública de subscrição de obrigações. OPSC - Oferta Pública de Subscrição de Certificados OSOE - Oferta pública de valores convertíveis por opção do emitente. OPVA - Oferta pública de venda de acções, inclui registos preliminares. OPSA - Oferta pública de subscrição de acções. OPA - Oferta pública de aquisição. OPSW - Oferta pública de subscrição de warrants, inclui registos preliminares. AQP - Aquisição potestativa.
2.3 INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA
Apesar da constituição de 3 novas sociedades, o número de Intermediários Financeiros registados na CMVM
reduziu-se de novo em 2004, reflectindo os movimentos de fusão por incorporação.
Os volumes transaccionados pelos intermediários financeiros para execução de operações a contado
diminuiram em Outros Mercados Regulamentados, ao contrário do sucedido em Mercados Regulamentado e
em Fora de Mercado. Os montantes transaccionados via canal Internet continuam a aumentar, sendo cada
vez mais generalizada a sua utilização para o serviço de recepção de ordens.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
68
CMVM
2.3.1 A Intermediação Financeira e as Actividades Registadas na CMVM
O número de Intermediários Financeiros (IF’s) registados9 na CMVM voltou a diminuir em 2004,
continuando a verificar-se um número crescente de fusões. As mais significativas ocorreram nas Sociedades
Gestoras de Patrimónios onde, apesar de ter surgido uma nova entidade, 7 intermediários financeiros
cancelaram o registo, 6 por fusão, e nas Instituições de Crédito Nacionais onde se fundiram 4 entidades. Foi
ainda criada uma nova sociedade gestora de fundos de titularização de crédito e uma sociedade gestora de
fundos de investimento imobiliário.
Quadro 40 - Intermediários Financeiros Registados na CMVM
INTERMEDIÁRIOS FINANCEIROS 31-12-2002 31-12-2003 Cancelados Alterados Registados 31-12-2004
ICN - Instituições de Crédito Nacionais 36 36 4 a) 0 0 32
IC EU - Inst. de Crédito - Sucursais Comunitárias 8 8 0 0 0 8
IC extra EU - Inst. Crédito - Suc. Extra Comunitárias 1 1 0 0 0 1
SI - Sociedades de Investimento 0 0 0 0 0 0
SFC - Sociedades Financeiras de Corretagem 8 7 1 b) 0 0 6
SC - Sociedades Corretoras 10 9 1 c) 0 0 8
SGFII - Soc. Gest. de Fundos de Inv. Imobiliário 28 28 2 d) 0 1 f) 27
SGFIM - Soc. Gest. de Fundos de Inv. Mobiliário 17 17 0 0 0 17
SGP - Soc. Gest. de Patrimónios 23 22 7 e) 0 1 g) 16
SGFTC - Soc. Gest. Fundos Titulariz. de Crédito 2 3 0 0 1 h) 4
EI EU - Emp. Investimento – Suc. Comunitárias 3 4 0 0 0 4
TOTAL 136 135 15 0 3 123
Emp.de Investimento - Livre Prestação Serviços 779 805 6 0 156 955
Cancelamento de Intermediário Financeiro a) Banco Expresso Atlântico, SA (fundiu-se no Banco Comercial Português, SA), Banco Totta & Açores, SA (fundiu-se no Crédito Predial Português, SA actual Banco Santander Totta, SA), Banco Santander Portugal, SA (fundiu-se no Crédito Predial Português, SA actual Banco Santander Totta, SA); Central - Banco de Investimento, SA (fundiu-se na NCO Dealer - SFC, SA actual Crédito Agrícola Dealer - SFC, SA); b) BSN Dealer - SFC, SA (fundiu-se no Banco Santander de Negócios Portugal, SA); c) Probolsa - SC, SA (fundiu-se no Banco Alves Ribeiro, SA); d) Banif Imo - Sociedade Gestora de Fundos de Investimentos Imobiliários, SA (fundiu-se no Banif Gestão de Activos – SGFIM, SA) e Finimus - Sociedade Gestora de Fundos Imobiliários, SA, (fundiu-se na Finivalor – Sociedade Gestora de Fundos Mobiliários, SA); e) Finipatrimónio - Sociedade Gestora de Patrimónios, SA (fundiu-se na Finivalor – Sociedade Gestora de Fundos Mobiliários, SA), NCO - Gestão de Patrimónios, SA (fundiu-se na Crédito Agrícola Gest – SGFIM, SA), Espírito Santo Financial Consultants (Gestão de Patrimónios), SA (cancelamento), MG Patrimónios - Sociedade Gestora de Patrimónios, SA (fundiu-se na MG Gestão de Activos Financeiros - SGFIM), Caixa - Gestão de Patrimónios, SA (fundiu-se na Caixagest – Técnicas de Gestão de Fundos, SA), BPN Gestão de Activos, SA (fundiu-se na BPN Gestão de Activos – SGFIM, SA), Santander Gest - Sociedade Gestora de Patrimónios, SA (fundiu-se na Santander Gestão de Activos – SGFIM, SA). Registo Inicial de Intermediário Financeiro f) SGFI - Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Imobiliário, SA; g) Blue Activos Financeiros - Sociedade Gestora de Patrimónios, SA; h) Portucale - Sociedade Gestora de Fundos de Titularização de Créditos, SA.
Por tipo de actividade de intermediação financeira, constata-se a diminuição dos registos em actividades de
recepção, transmissão e execução de ordens por conta de outrem, reflexo do processo de concentração
ocorrido em 2004. É de salientar que 2 sociedades gestoras de fundos de investimento mobiliário estão
9 O número de Intermediários Financeiros registados para uma determinada actividade de intermediação não é necessariamente igual ao número de Intermediários Financeiros que efectivamente exercem essa actividade.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
69
CMVM
registadas para a gestão de fundos de investimento imobiliário e 5 outras gerem carteiras por conta de
outrem, ao abrigo do Decreto Lei n.º 252/2003 de 17 de Outubro.
Quadro 41 - Registo de Intermediários Financeiros
Sucursais Total
Actividades de Intermediação em VM ICN SI SC SFC SGP SGFIM SGFII SGFTC IC UE
IC extra UE
EI UE 2004 2003
Recepção e transmissão de ordens por conta de outrem 30 0 8 6 0 0 0 0 6 1 2 53 59
Execução de ordens por conta de outrem - Merc. Contado 23 0 8 6 0 0 0 0 4 1 1 43 48
Execução de ordens por conta de outrem - Merc. Prazo 21 0 3 5 0 0 0 0 4 1 1 35 37
Gestão de carteiras por conta de outrem 14 6 4 18 5 0 0 4 1 52 50 Colocação em ofertas públicas de distribuição 31 0 3 3 0 0 0 0 5 1 2 45 48
Negociação por conta própria em VM 32 0 0 6 0 0 0 0 5 1 0 44 48
Registo e depósito de VM 30 0 8 5 0 0 0 0 6 1 0 50 54
Serviço de câmbios e aluguer de cofres 32 0 0 6 0 0 0 0 5 1 1 45 50
Concessão de crédito 30 0 0 2 0 0 0 0 5 1 0 38 41
Consultoria sobre a estrutura do capital 28 0 0 1 0 0 0 0 5 1 2 37 39
Consultoria para investimento em VM 22 0 4 1 18 4 0 0 6 1 2 58 59 Assistência em oferta pública relativa a VM 28 0 0 3 0 0 0 0 5 1 0 37 40
Gestão de instituições de investimento colectivo mobiliário 0 0 0 0 0 17 0 0 0 0 0 17 17
Gestão de instituições de investimento colectivo imobiliário 1 0 0 0 0 2 27 0 0 0 0 30 29
Função de depositário de OICVM 17 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 17 20 Gestão de fundos de titularização de créditos 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 4 3
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
70
CMVM
Das actividades registadas cujas cláusulas contratuais gerais se encontram sujeitas a registo junto da CMVM,
destacam-se as relativas à actividade de gestão de carteiras por conta de outrem.
Quadro 42 - Registo de Cláusulas Contratuais Gerais
Registo e depósito de valores mobiliários Registo Gestão de Carteiras 8 24
2.3.2 Corretagem10 11
O volume de transacções dos intermediários financeiros em mercados regulamentados de bolsa aumentou
23,4% face a 2003, um incremento inferior ao registado na Euronext Lisbon (34,7%). No entanto, o volume
negociado foi ligeiramente inferior (-7,1%) ao transaccionado na bolsa nacional, o que significa que as
transacções dos intermediários financeiros nacionais nas bolsas internacionais foram inferiores aos
montantes transaccionados pelos membros remotos da Euronext Lisbon. Contrariamente ao verificado no ano
anterior, registou-se um aumento da concentração neste segmento de mercado, passando as três maiores
entidades a ser responsáveis por 46,6% do mercado em 2004 (43,4% em 2003).
10 A quota de mercado respeita aos intermediários financeiros registados na CMVM para a execução de operações, por conta de outrem ou própria. Assim, também é considerado o volume de transacções efectuado em mercados ou plataformas de negociação localizadas fora de Portugal, dos quais estes intermediários financeiros sejam membros. O volume de transacções efectuado pelos intermediários financeiros não é imediatamente comparável com o divulgado, nomeadamente, pelas entidades gestoras de mercados. De facto, a execução de um negócio implica que ambos os intermediários financeiros intervenientes na operação, um como comprador e o outro como vendedor, registem esse negócio como seu, resultando numa duplicação do volume transaccionado quando comparado com o considerado relevante pela entidade gestora. 11 Para uma análise mais detalhada, deve ver-se o relatório trimestral sobre Intermediação Financeira, disponível em www.cmvm.pt.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
71
CMVM
Quadro 43 - Volumes Transaccionados e Quotas de Mercado em Mercados Regulamentados de Bolsa dos Intermediários Financeiros Registados na CMVM para Execução de Operações a Contado
Unidade: 10^6 Euro 2003 2004 ∆% Intermediário Financeiro
Valor % Valor % (2003-04) Espírito Santo Dealer - SFC (1) 6.958 15,4 10.463 18,7 50,4 BCP Investimento 6.759 14,9 8.635 15,5 27,8 BSN Dealer – SFC 5.923 13,1 6.921 12,4 16,8 Lisbon Brokers – SC 5.385 11,9 5.582 10,0 3,7 Banco Português de Investimento 4.133 9,1 5.436 9,7 31,5 Caixa - Banco de Investimento 2.436 5,4 4.073 7,3 67,2 Fincor – SC 4.414 9,8 3.665 6,6 -17,0 Título – SFC 1.129 2,5 3.567 6,4 215,9 Crédito Agrícola Dealer - SFC (2) 2.290 5,1 1.803 3,2 -21,3 Banco de Investimento Global 719 1,6 1.215 2,2 68,9 Banco Bilbao Vizcaya Argentaria 1.085 2,4 1.065 1,9 -1,9 LJ Carregosa – SFC 547 1,2 1.042 1,9 90,4 Banco Santander de Negócios Portugal (3) - - 718 1,3 - Banif - Banco de Investimento 772 1,7 532 1,0 -31,1 Banco Alves Ribeiro (4) - - 399 0,7 - Intervalores – SC - - 371 0,7 - Barclays Bank 104 0,2 180 0,3 73,4 BNC - Banco Nacional de Crédito 188 0,4 101 0,2 -46,4 InterMoney Valores 119 0,3 84 0,2 -29,2 Banco Finantia 4 0,0 - - - Deutsche Bank 1.052 2,3 - - - Finanser – SFC 105 0,2 - - - Probolsa – SC 669 1,5 - - - Investimento Directo – SFC 17 0,0 - - - Dif Broker – SC 343 0,8 - - - Cotavalor – SC 34 0,1 - - - Ok2deal – SC 38 0,1 - - - Luso Partners – SC 31 0,1 - - - TOTAL 45.255 100,0 55.853 100,0 23,4 Fonte: Dados remetidos pelos Intermediários Financeiros - Instrução da CMVM 2/2000. Legenda: (1) A Espírito Santo Dealer foi incorporada no Banco Espírito Santo de Investimento em 2004; (2) O Crédito Agrícola Dealer resultou da fusão por incorporação do Central – Banco de Investimento na NCO Dealer em 2004; (3) O Banco Santander Negócios Portugal incorporou o BSN Dealer em 2004; (4) O Banco Alves Ribeiro incorporou a Probolsa em 2003. No MEDIP os intermediários financeiros nacionais foram responsáveis por 26% do volume total
transaccionado, percentagem que se aproxima da verificada no ano anterior.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
72
CMVM
Quadro 44 - Volumes Transaccionados e Quotas de Mercado em Outros Mercados Regulamentados dos Intermediários Financeiros Registados na CMVM para Execução de Operações a Contado
Unidade: 10^6 Euro 2003 2004 ∆% Intermediário Financeiro
Valor % Valor % (2003-04) Banco Espírito Santo 41.835 50,2 45.085 61,9 7,8 Caixa Geral de Depósitos 16.983 20,4 15.520 21,3 -8,6 BCP Investimento 9.256 11,1 9.693 13,3 4,7 Banco Português de Investimento 11.953 14,4 2.405 3,3 -79,9 Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo 15 0,0 90 0,1 500,0 Banco Santander de Negócios Portugal 3.225 3,9 - - - TOTAL 83.266 100,0 72.793 100,0 -12,6 Fonte: MTS Portugal e dados remetidos pelos Intermediários Financeiros - Instrução da CMVM 2/2000.
Relativamente às operações efectuadas Fora de Mercados Regulamentados, registou-se um aumento de
17,7% nos montantes transaccionados. A concentração das transacções nos três maiores intermediários
financeiros diminuiu de 71,4% para 70,1%.
Quadro 45 - Volumes Transaccionados e Quotas de Mercado Fora de Mercados Regulamentados dos Intermediários Financeiros Registados na CMVM
Unidade: 10^6 Euro 2003 2004 ∆% Intermediário Financeiro
Valor % Valor % (2003-04) Banco Espírito Santo de Investimento (1) 2.337 3,5 24.553 31,4 950,5 Banco Espírito Santo 24.007 36,1 21.919 28,0 -8,7 BCP Investimento 8.902 13,4 8.384 10,7 -5,8 Banif - Banco Internacional do Funchal 584 0,9 5.441 7,0 831,4 Banco Comercial Português 2.517 3,8 3.828 4,9 52,1 Caixa Geral de Depósitos 2.138 3,2 2.862 3,7 33,9 Banco Finantia 3.608 5,4 2.753 3,5 -23,7 InterMoney Valores 1.217 1,8 2.279 2,9 87,3 Banco Santander de Negócios Portugal (2) 326 0,5 1.907 2,4 484,8 Banco Alves Ribeiro (3) - - 1.134 1,4 - Banco BPI 893 1,3 753 1,0 -15,7 Espírito Santo Dealer - SFC 233 0,3 623 0,8 167,8 Banco Português de Investimento 1.177 1,8 581 0,7 -50,6 Banco de Investimento Global 117 0,2 215 0,3 83,2 BSN Dealer - SFC 47 0,1 207 0,3 337,8 Lisbon Brokers - SC 85 0,1 112 0,1 32,3
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
73
CMVM
2003 2004 ∆%
Intermediário Financeiro Valor % Valor % (2003-04) Banco Internacional de Crédito 181 0,3 105 0,1 -41,8 Fincor - SC 73 0,1 103 0,1 39,7 Banco Português de Gestão 434 0,7 102 0,1 -76,5 BNC - Banco Nacional de Crédito 1.112 1,7 84 0,1 -92,4 Banco Totta & Açores 127 0,2 57 0,1 -55,3 Montepio Geral 71 0,1 51 0,1 -28,4 Crédito Agrícola Dealer - SFC (4) 14.560 21,9 46 0,1 -99,7 Banif - Banco de Investimento 18 0,0 39 0,1 118,1 Central - Banco de Investimento 14 0,0 25 0,0 75,5 LJ Carregosa - SFC 43 0,1 13 0,0 -69,7 Intervalores - SC - - 12 0,0 - Banco Santander Totta 88 0,1 11 0,0 -87,2 Banco Santander Portugal 26 0,0 10 0,0 -61,8 Banco Bilbao Vizcaya Argentaria 219 0,3 3 0,0 -98,6 ABN Amro Bank, NV - - 3 0,0 - Caixa - Banco de Investimento 67 0,1 0 0,0 -99,3 Banco ActivoBank 3 0,0 0 0,0 -88,7 Golden Broker - SC - - 0 0,0 - Investimento Directo - SFC 0 0,0 0 0,0 -22,1 Banco Expresso Atlântico 0 0,0 0 0,0 -35,5 Cotavalor - SC 0 0,0 0 0,0 69,5 Banco Espírito Santo dos Açores 0 0,0 0 0,0 163,5 Deutsche Bank 4 0,0 - - - Título - SFC 0 0,0 - - - Finanser - SFC 2 0,0 - - - Barclays Bank 1 0,0 - - - Probolsa - SC 1.227 1,8 - - - Dif Broker - SC 0 0,0 - - - Ok2deal - SC 0 0,0 - - - TOTAL 66.460 100,0 78.218 100,0 17,7 Fonte: Dados remetidos pelos Intermediários Financeiros - Instrução da CMVM 2/2000. Legenda: (1) O Banco Espírito Santo de Investimento incorporou a Espírito Santo Dealer em 2004; (2) O Banco Santander Negócios Portugal incorporou o BSN Dealer em 2004; (3) O Banco Alves Ribeiro incorporou a Probolsa em 2003.(4) O Crédito Agrícola Dealer resultou da fusão por incorporação do Central – Banco de Investimento na NCO Dealer em 2004.
A dívida pública permance como o valor mobiliário mais transaccionado, apesar da diminuição do seu peso
no volume global negociado (56% em 2003 contra 42% em 2004). As plataformas de negociação de Dívida
Pública (MEDIP e EuroMTS) concentram cerca de 83,4% da negociação deste tipo de valor mobiliário
(77,5% em 2003). Verificou-se um decréscimo das transacções em Dívida Pública em todos os segmentos,
com a redução mais acentuada a ocorrer nos Mercados Regulamentados de Bolsa.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
74
CMVM
As transacções de acções representaram 31,4% do total das transacções, salientando-se a sua importância em
Mercados Regulamentados de Bolsa (93% do volume negociado). As transacções sobre Outros Valores
Mobiliários registaram acréscimos significativos no Fora de Mercados Regulamentados (+70%).
Quadro 46 -Volume de Transacções Efectuadas por Tipo de Valor Mobiliário
Unidade: 10^6 Euro 2003 2004 ∆% Mercado e Valor Mobiliário
Valor % Valor % (2003-04) Mercados Regulamentados de Bolsa (1) 45.255 23,2 55.853 27,0 23,4 Acções 40.282 20,7 52.070 25,2 29,3 Dívida Pública 589 0,3 324 0,2 -45,0 Outros VM 4.383 2,2 3.458 1,7 -21,1 Outros Mercados Regulamentados (2) 83.266 42,7 72.793 35,2 -12,6 Dívida Pública 83.266 42,7 72.793 35,2 -12,6 Fora de Mercados Regulamentados (3) 66.460 34,1 78.218 37,8 17,7 Acções 12.253 6,3 12.901 6,2 5,3 Dívida Pública 24.334 12,5 14.543 7,0 -40,2 Outros VM 29.873 15,3 50.774 24,5 70,0 TOTAL (1) + (2) + (3) 194.980 100,0 206.863 100,0 6,1 Fonte: Dados remetidos pelos Intermediários Financeiros - Instrução da CMVM 2/2000.
Em termos agregados, as transacções por conta própria dos intermediários financeiros são responsáveis por
mais de metade das transacções, reflectindo a representatividade das plataformas de negociação de Dívida
Pública constituídas para a realização exclusiva de operações entre institucionais intervindo por conta
própria. Nas transacções nos Mercados Regulamentados de Bolsa os membros intervieram preferencialmente
por conta de terceiros (92%), enquanto que na negociação Fora de Mercados Regulamentados essas
transacções representaram 43% dos volumes negociados.
Quadro 47 - Volume de Transacções Efectuadas por Tipo de Intervenção
Unidade: 10^6 Euro 2003 2004 ∆% Mercado e Tipo de Intervenção
Valor % Valor % (2003-04) Mercados Regulamentados de Bolsa (1) 45.255 23,2 55.853 27,0 23,4 Conta de Outrem 43.123 22,1 51.426 24,9 19,3 Conta Própria 2.131 1,1 4.427 2,1 107,7 Outros Mercados Regulamentados (2) 83.266 42,7 72.793 35,2 -12,6 Conta Própria 83.266 42,7 72.793 35,2 -12,6 Fora de Mercados Regulamentados (3) 66.460 34,1 78.218 37,8 17,7 Conta de Outrem 41.165 21,1 33.869 16,4 -17,7 Conta Própria 25.295 13,0 44.349 21,4 75,3 TOTAL (1) + (2) + (3) 194.980 100,0 206.863 100,0 6,1 Fonte: Dados remetidos pelos Intermediários Financeiros - Instrução da CMVM 2/2000.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
75
CMVM
Quadro 48 - Quota de Mercado dos Intermediários Financeiros Registados na CMVM para Execução de Operações com Contratos de Futuros em Mercados Regulamentados12
Unidade: 10^3 Eur
Futuros sobre Acções Futuros sobre Índices de Valores
Mobiliários Futuros sobre Taxas de Juro Total (1) Intermediários Financeiros N.º de Quota Volume de Quota N.º de Quota Volume de Quota N.º de Quota Volume de Quota N.º de Quota Volume de Quot
Contratos % Transacções % Contratos % Transacções % Contratos % Transacções % Contratos % Transacções %
Empresas de Investimento 96.433 7,8 1.096.668 83,0 69.491 17,5 3.912.691 45,8 2.248 0,9 265.912 0,7 168.380 8,9 5.279.713 10,BSN Dealer - SFC 64.200 5,2 8.693 0,7 16.204 4,1 117.703 1,4 - - - - 80.404 4,2 126.396 0,Espírito Santo Dealer - SFC 895 0,1 1,88155 0,0 2.388 0,6 17.108 0,2 - - - - 3.283 0,2 17.110 0,LJ Carregosa - SFC 31.195 2,5 1.087.972 82,4 50.861 12,8 3.777.599 44,2 2248 0,9 265911,91 0,7 84.512 4,5 5.135.926 10,Fincor - SC 143 0,0 1,21473 0,0 38 0,0 280 0,0 - - - - 181 0,0 282 0,Bancos 1.139.001 92,2 224.275 17,0 327.587 82,5 4.625.803 54,2 258.556 99,1 38.419.640 99,3 1.726.692 91,1 43.281.364 89,BCP Investimento 78.151 6,3 27.740 2,1 39.470 9,9 2.384.451 27,9 257.008 98,5 38.407.994 99,3 374.629 19,8 40.820.185 84,Banco Português de Investimento 252.395 20,4 1.954 0,1 98.123 24,7 779.576 9,1 - - - - 350.518 18,5 781.530 1,Banco Santander Negócios de Portugal 461.172 37,3 176.943 13,4 137.932 34,7 944.061 11,1 - - - - 599.104 31,6 1.121.004 2,Central Banco de Investimento 296.778 24,0 12.393 0,9 7.342 1,8 54.355 0,6 1548 0,6 11646,151 0,0 307.216 16,2 90.040 0,Banco Bilbao Vizcaya Argentária 1.044 0,1 8,96998 0,0 32.569 8,2 239.274 2,8 - - - - 33.613 1,8 239.283 0,Barclays Bank (Sucursal) 1.973 0,2 1.750 0,1 9.356 2,4 203.926 2,4 - - - - 11.329 0,6 205.677 0,Caixa Geral de Depósitos 8.200 0,7 3.411 0,3 264 0,1 1.860 0,0 - - - - 8.464 0,4 5.270 0,Caixa - Banco de Investimento 39.288 3,2 74,32834 0,0 1.996 0,5 14.466 0,2 - - - - 41.284 2,2 14.540 0,Banco Alves Ribeiro 0,0 0,0 535 0,1 3.834 0,0 - - - - 535 0,0 3.834 0,TOTAL 1.235.434 100,0 1.320.943 100,0 397.078 100,0 8.538.493 100,0 260.804 100,0 38.685.552 100,0 1.895.072 100,0 48.561.077 100,Fonte: Dados remetidos pelos Intermediários Financeiros - Instrução da CMVM 2/2000. Legenda: (1) Inclui contratos sobre Outros Futuros realizados pelo Central Banco de Investimentos e pela LJ Carregosa.
12 A quota de mercado dos intermediários financeiros responsáveis pela execução de operações no mercado a prazo respeita a mercados regulamentados dos quais os intermediários financeiros sejam membros, independentemente de os mercados estarem localizados em Portugal ou não. Nos contratos de futuros e opções transaccionados na Euronext Lisbon estão incluídos os abrangidos pelo acordo realizado com a MEFF - Mercado Español de Futuros Financeiros.
O número e volume de contratos de futuros transaccionados reduziram-se face a 2003 (-14,8% e -13,6%,
respectivamente). Os contratos mais transaccionados foram, em termos de número, os futuros sobre acções
(65,2%) e, em volume, os futuros sobre taxa de juro (79,7%).
Quadro 49 - Transacções de Contratos de Futuros em Mercados Regulamentados Efectuadas por Tipo de Intervenção e de Contrato Negociado
2003 2004 Contratos Volume Contratos Volume Futuros e Tipo de Intervenção
Número % (10^6 Euro) % Número % (10^6 Euro) % Futuros sobre Acções (1) 1.216.397 54,7 282 0,5 1.235.434 65,2 1.321 2,7 Conta de Outrem 466.259 21,0 240 0,4 546.479 28,8 1.227 2,5 Conta Própria 750.138 33,7 41 0,1 688.955 36,4 94 0,2 Futuros sobre Índices de Valores Mobiliários (2) 547.674 24,6 4.829 8,6 397.078 21,0 8.538 17,6 Conta de Outrem 329.169 14,8 2.885 5,1 206.683 10,9 5.648 11,6 Conta Própria 218.505 9,8 1.944 3,5 190.395 10,0 2.891 6,0 Futuros sobre Taxas de Juro (3) 453.903 20,4 51.126 90,9 260.804 13,8 38.686 79,7 Conta de Outrem 323.369 14,5 36.326 64,6 63.085 3,3 6.916 14,2 Conta Própria 130.534 5,9 14.800 26,3 197.719 10,4 31.770 65,4 Outros Futuros (4) 5.615 0,3 0 0,0 1.756 0,1 16 0,0 Conta de Outrem 0 0,0 0 0,0 1.729 0,1 16 0,0 Conta Própria 5.615 0,3 0 0,0 27 0,0 0 0,0 TOTAL (1) + (2) + (3) + (4) 2.223.589 100,0 56.237 100,0 1.895.072 100,0 48.561 100,0 Fonte: Dados remetidos pelos Intermediários Financeiros - Instrução da CMVM 2/2000.
À semelhança do verificado no ano anterior, em 2004 apenas 2 intermediários financeiros registados na
CMVM realizaram operações sobre opções em mercados regulamentados. No entanto, o número de contratos
transaccionados aumentou significativamente.
Quadro 50 - Quota de Mercado dos Intermediários Financeiros Registados na CMVM para Execução de Operações com Contratos de Opções em Mercados Regulamentados
Unidade: N.º de Contratos Intermediários Opções sobre Quota Opções sobre Quota Total Quota
Financeiros Futuros de Acções % Futuros de Indices % % Banco Português de Investimento 0 0,0 18.614 100,0 18.614 88,3 Central - Banco de Investimento 2.469 100,0 0 0,0 2.469 11,7 TOTAL 2.469 100,0 18.614 100,0 21.083 100,0 Fonte: Dados remetidos pelos Intermediários Financeiros - Instrução da CMVM 2/2000. A prestação de serviços de intermediação financeira através da Internet tem vindo a generalizar-se. Tal é
patente no número de intermediários financeiros que oferecem o serviço de recepção de ordens através da
Internet, que mais do que duplicou entre Dezembro de 2000 e 2004.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
77
CMVM
Quadro 51 - Volume de Transacções: Corretagem Online
Unidade: 10^3 Euro 2003 2004 ∆% Intermediário Financeiro Sítio na Internet
Valor % Valor % (2003-04) ActivoBank Activobank7 948.310 23,9 1.523.404 27,3 60,6 Banco Investimento Global Bigonline 1.022.960 25,8 1.126.100 20,1 10,1 Banco Comercial Português MillenniumBCP 422.805 10,7 682.192 12,2 61,3 Banco Português Investimento BPI Online 277.449 7,0 486.724 8,7 75,4 Banco Best Banco Best 318.422 8,0 379.549 6,8 19,2 Caixa - Banco Investimento Caixadirecta invest 213.239 5,4 322.901 5,8 51,4 Caixa Geral Depósitos Caixadirecta on-line 131.062 3,3 292.443 5,2 123,1 Banco BPI BPI Net 235.268 5,9 285.855 5,1 21,5 Banco Espírito Santo BESnet 136.293 3,4 158.951 2,8 16,6 Banco Santander Portugal (1) Santander NetB@nco 53.943 1,4 69.503 1,2 28,8 Banco Totta & Açores (1) Totta NetB@nco 50.433 1,3 69.369 1,2 37,5 Finibanco Titulodirecto 74.447 1,9 49.983 0,9 -32,9 L. J. Carregosa - SFC L.J. Carregosa 24.327 0,6 47.140 0,8 93,8 Crédito Predial Português (1) Crédito Predial NetB@nco 23.285 0,6 34.919 0,6 50,0 Montepio Geral Net24 13.893 0,4 29.506 0,5 112,4 BNC - Banco Nacional Crédito BNC Net 5.897 0,1 11.311 0,2 91,8 Barclays Bank Barclaysnet 129 0,0 6.343 0,1 4.813,4 Banco Internacional Crédito Bicnet - - 4.101 0,1 - Crédito Agrícola Dealer (2) NetInvest 3.224 0,1 3.989 0,1 23,7 Banco Expresso Atlântico (3) - 3.377 0,1 3.702 0,1 9,6 BES Açores BESnet dos Açores 346 0,0 454 0,0 31,1 Banif - Banco Investimento Binvestor 353 0,0 181 0,0 -48,7 Ok2Deal - SC (4) - 4.468 0,1 - - - Investimento Directo (5) - 2.443 0,1 - - - TOTAL 3.966.373 100,0 5.588.618 100,0 40,9 Fonte: Dados remetidos pelos Intermediários Financeiros - Regulamento da CMVM 21/2000. Legenda: (1) Em Dezembro de 2004 ocorreu a fusão por incorporação do Banco Totta & Açores, SA e do Banco Santander de Portugal, SA no Crédito Predial Português, SA e alteração da denominação deste para Banco Santander Totta, SA. (2) O Crédito Agrícola Dealer resultou da fusão por incorporação do Central – Banco de Investimento, SA na NCO Dealer – Sociedade Financeira de Corretagem, SA (27.12.2004).(3) O Banco Expresso Atlântico foi, através de fusão, incorporado no Banco Comercial Português (28.06.2004).(4) A Ok2Deal deixou de prestar o serviço de recepção de ordens através da Internet (29.12.2003).(5) A Investimento Directo deixou de prestar o serviço de recepção de ordens através da Internet a (17.10.2003).
O volume de transacções através da Internet inclui não só ordens recebidas e executadas no mercado
nacional, mas também as destinadas a execução em mercados internacionais, não sendo directamente
comparável com o volume negociado na Euronext Lisbon. De qualquer modo, as transacções através da
Internet representaram, no último trimestre de 2004, cerca de 9,4% do volume negociado em sessões
normais de bolsa na Euronext Lisbon, valor que se situava nos 10,5% em igual período de 2003.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
78
CMVM
Quadro 52 - Evolução Trimestral do Peso das Transacções através da Internet no Total Transaccionado na Euronext Lisbon (Sessões Normais de Bolsa)
Trimestre 4T2002 1T2003 2T2003 3T2003 4T2003 1T2004 2T2004 3T2004 4T2004 % 8,9 7,7 8,1 10,5 10,5 11,7 7,2 8,5 9,4
2.4 GESTÃO DE ACTIVOS13
O número de entidades gestoras de carteira por conta de outrem manteve-se inalterado mas os montantes sob
gestão conheceram um aumento significativo. A recuperação dos mercados financeiros reflectiu-se num
aumento dos activos sob gestão nos Organismos de Investimento Colectivo em Valores Mobiliários e nos
Fundos Especiais de Investimento. Os Fundos Especiais de Investimento surgiram em Portugal em 2004,
constituindo um factor de inovação na indústria.
O valor dos activos sob gestão e o número de Fundos de Investimento Imobiliário continuaram a aumentar,
mas o montante médio administrado por cada fundo diminuiu. A indústria de Fundos de Titularização de
Crédito e a comercialização de fundos estrangeiros em território português confirmaram a tendência de
crescimento verificada no ano anterior.
2.4.1 Gestão Individual de Carteiras por Conta de Outrem14
No final de 2004, o número de entidades gestoras de carteira por conta de outrem (em exercício) foi de 46,
idêntico ao observado em 2003. Contudo, verificaram-se movimentações significativas neste sector, com o
número de novas15 entidades a ser idêntico ao número das que abandonaram16 o mercado.
13 Para uma análise mais detalhada, deve ver-se o relatório trimestral sobre Gestão de Activos (versão alargada), disponível em www.cmvm.pt. 14 Para eliminar a dupla contabilização decorrente do facto de uma SGP ter como clientes Organismos de Investimento Colectivo em Valores Mobiliários ao abrigo de um contrato de subcontratação entre a Sociedade Gestora de Fundos de Investimento e essa SGP, foram expurgados os valores sob gestão da SGP correspondentes aos referidos fundos de investimento, a partir de Dezembro de 2001. 15 A Caixagest, o Banco BEST, a MG Gestão Activos Financeiros - SGFIM, a OK2deal - SC, a Finivalor - SGFIM e a Blue Activos Financeiros - SGP. 16 O Banco Santander de Negócios Portugal, a MG Patrimónios, a Amorim Patrimónios - SGP, a Finipatrimónio, a Espírito Santo Financial Consultants - SGP e a Caixa - Gestão de Patrimónios.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
79
CMVM
Quadro 53 - Número de Entidades Gestoras de Carteiras por Conta de Outrem (em exercício)
2004 31-12-2002 31-12-2003 Entradas Saídas 31-12-2004 Instituições de crédito 15 16 1 1 16 Nacionais 12 13 1 1 13 Sucursais 3 3 0 0 3 Empresas de Investimento 29 30 2 5 27 Soc. Gest. Patrimónios 22 22 1 5 18 Soc. Corretoras 3 4 1 0 5 Soc. Fin. Corretagem 3 3 0 0 3 Sucursais E.I. 1 1 0 0 1 Gestoras de Fundos 0 0 3 0 3 TOTAL 44 46 6 6 46
O montante sob gestão atingiu os 25.610,8 milhões de euro, um crescimento de 21,4% em relação a
Dezembro de 2003. As Sociedades Gestoras de Patrimónios continuam a liderar em termos de quota de
mercado (75,1%).
Quadro 54 - Valor sob Gestão por Tipo de Entidade
Unidade: 10^6 Euro 31-12-2002 31-12-2003 31-12-2004 ∆% ∆%
Valor % Valor % Valor % (2002-03) (2003-04) Instituições de crédito 1.512,6 9,4 2.207,4 10,5 2.656,9 10,4 45,9 20,4 Nacionais 1.324,8 8,3 1.979,9 9,4 2.370,5 9,3 49,5 19,7 Sucursais 187,8 1,2 227,5 1,1 286,4 1,1 21,2 25,9 Empresas de Investimento 14.513,5 90,6 18.887,6 89,5 19.321,4 75,4 30,1 2,3 Soc. Gest. Patrimónios 14.478,3 90,3 18.831,3 89,3 19.235,8 75,1 30,1 2,1 Soc. Corretoras 19,5 0,1 32,6 0,2 43,8 0,2 67,0 34,4 Soc. Fin. Corretagem 14,5 0,1 22,8 0,1 40,8 0,2 57,4 78,5 Sucursais E.I. 1,2 0,0 0,9 0,0 1,1 0,0 -23,1 15,5 Gestoras de Fundos 0,0 0,0 0,0 0,0 3.632,6 14,2 - - TOTAL 16.026,1 100,0 21.095,1 100,0 25.610,8 100,0 31,6 21,4
No que concerne à composição da carteira, todos os tipos de valores mobiliários registaram um aumento das
aplicações durante o ano de 2004.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
80
CMVM
Quadro 55 - Montantes sob Gestão por Tipo de Valor
Unidade: 10^6 Euro 31-12-2002 31-12-2003 31-12-2004 ∆% ∆% Valor % Valor % Valor % (2002-03) (2003-04)
Valores Mobiliários 14.372,1 89,7 17.103,4 81,1 21.625,8 84,4 19,0 26,4 Acções 958,8 6,0 1.140,3 5,4 1.327,4 5,2 18,9 16,4 Dívida Pública 4322,8 27,0 4.629,2 21,9 7.285,3 28,4 7,1 57,4 Obrigações(1) 6340,4 39,6 8.177,5 38,8 9.348,2 36,5 29,0 14,3 Unidades de Participação 2628,8 16,4 3.095,9 14,7 3.502,5 13,7 17,8 13,1 Outros VM 121,3 0,8 60,5 0,3 162,3 0,6 -50,1 168,2 Outros Activos 1653,8 10,3 3.991,7 18,9 3.985,0 15,6 141,4 -0,2 TOTAL 16.025,9 100,0 21.095,0 100,0 25.610,8 100,0 31,6 21,4 Legenda: (1) Inclui a rubrica “Outros Fundos Públicos”.
No que diz respeito ao investimento por país, são privilegiadas as aplicações em Portugal e no Luxemburgo,
que representam, respectivamente, 21,8% e 10,7% da carteira. É de salientar o forte crescimento das
aplicações em bolsas italianas (98,2%), gregas (87,5%) e espanholas (49,9%), para além do significativo
crescimento (43%) das aplicações em valores mobiliários cotados em Portugal. As aplicações em UP’s de
fundos de investimento nacionais aumentaram 13,9%. Uma parte significativa das carteiras está aplicada em
activos não cotados (15,2%) e em outros activos (15,4%).
Quadro 56 - Investimento por País
Unidade: 10^6 Euro 31-12-2002 31-12-2003 31-12-2004 ∆% ∆%
Valor % Valor % Valor % (2002-03) (2003-04) Valores Mobiliários Cotados(*) 8.901,2 55,5 11.025,3 52,6 14.172,7 55,7 23,9 28,9 Portugal 4.056,7 25,3 3.869,3 18,6 5.554,1 21,8 -4,6 43,0 Luxemburgo 1.799,6 11,2 2.640,3 12,5 2.730,5 10,7 46,7 4,2 Alemanha 555,1 3,5 1.231,3 5,9 1.748,7 6,9 121,8 42,5 Reino Unido 901,1 5,6 1.259,7 5,9 1.307,4 5,1 39,8 4,2 Espanha 435 2,7 493,4 2,4 734,8 2,9 13,4 49,9 França 441,3 2,8 496,2 2,4 512,3 2,1 12,4 6,3 Holanda 253,4 1,6 344,6 1,7 431,4 1,7 36,0 24,2 Itália 152,9 1,0 217,6 1,0 430,4 1,7 42,3 98,2 Grécia 24,1 0,2 133,1 0,6 249,6 1,0 452,4 87,5 Irlanda 17,1 0,1 130,9 0,6 161,0 0,6 665,7 23,2 Outros 264,9 1,7 208,8 0,0 312,3 1,2 -21,2 49,2 Unidades de Participação 2.628,8 16,4 3.095,9 14,6 3.502,5 13,6 17,8 13,3 Nacionais 949,4 5,9 1.152,2 5,4 1.298,1 5,1 21,4 13,9 Países da UE 1.131,6 7,1 1.209,3 5,7 1.137,0 4,4 6,9 -6,4 Outros países 547,9 3,4 734,5 3,5 1.067,3 4,1 34,1 45,3 Não Cotados 2.842,2 17,7 2.982,2 14,0 3.950,6 15,2 4,9 32,5 Outros Activos 1.653,8 10,3 3.991,7 18,8 3.985,0 15,4 141,4 -0,1 TOTAL 16.026,0 100,0 21.095,1 100,0 25.610,8 100,0 31,6 21,7 Legenda: (*) Excluindo Unidades de Participação em Fundos de Investimento.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
81
CMVM
2.4.2 Os Organismos de Investimento Colectivo em Valores Mobiliários e os Organismos Especiais de Investimento
A indústria de fundos de investimento tem mantido a sua tendência de crescimento. Os valores sob gestão
ascendem a 24.415,1 milhões de euro em Dezembro de 2004, o que representa um aumento de 6,8% em
relação ao final de 2003. Os Fundos de Poupança Reforma Educação registaram o crescimento mais
acentuado (+18,5%) e o valor gerido pelos Fundos de Obrigações de taxa fixa evidenciou a queda mais
significativa (-5,9%) em 2004. Em termos de representatividade, os Fundos de Obrigações, em particular os
de taxa variável, ultrapassaram este ano o peso dos Fundos de Tesouraria (correspondendo a 34,9% e 32,0%
do total da indústria, respectivamente). A dimensão média dos fundos nacionais continuou a aumentar,
ascendendo a 109 milhões de euro no final de 2004.
No que concerne aos Organismos Especiais de Investimento, os Fundos Especiais de Investimento merecem
ser relevados uma vez que, tendo surgido pela primeira vez no nosso mercado em 2004, constituem um
factor de inovação na indústria.
Quadro 57 - Número de Fundos e Valor sob Gestão por Categoria de Fundo
Unidade: 10^6 Euro
31-12-2002 31-12-2003 31-12-2004 ∆% Valor
Tipo Fundo N.º Valor N.º Valor % N.º Valor % (2002-
03) (2003-
04) F. Acções 62 1.118,9 5,4 57 1.262,4 5,5 52 1.336,7 5,5 12,8 5,9 F. Obrigações 44 6.600,6 32,0 42 8.160,8 35,7 43 8.951,2 36,7 23,6 9,7
FOTF 22 470,0 2,3 18 460,4 2,0 18 433,0 1,8 -2,0 -5,9 FOTV 22 6.130,7 29,7 24 7.700,5 33,7 25 8.518,2 34,9 25,6 10,6
F. Mistos 19 772,8 3,7 15 789,5 3,5 15 822,4 3,4 2,2 4,2 F.de Fundos 40 1.114,1 5,4 40 944,8 4,1 36 1.017,6 4,2 -15,2 7,7 F. Tesouraria 23 8.263,5 40,1 23 8.213,9 35,9 22 7.809,6 32,0 -0,6 -4,9 FPA 11 349,5 1,7 11 394,7 1,7 11 415,8 1,7 12,9 5,3 FPR/E 11 1.355,5 6,6 13 1.533,1 6,7 13 1.816,7 7,4 13,1 18,5 F. Garantidos 7 370,9 1,8 11 493,0 2,2 15 508,4 2,1 32,9 3,1 FMM 4 664,7 3,2 3 1.057,9 4,6 3 1.069,4 4,4 59,2 1,1 FEI 0 - 0,0 0 - 0,0 12 567,0 2,3 - - F. Flexíveis 0 - 0,0 0 - 0,0 2 100,3 0,4 - - TOTAL 221 20.610,4 100,0 215 22.850,1 100,0 224 24.415,1 100,0 10,9 6,8
Legenda: FOTF - F. Obrigações Taxa Fixa; FOTV - F. Obrigações Taxa Variável; FPA - F. Poupança Acções; FPR/E - F. Poupança Reforma Educação; FMM - F. Mercado Monetário; FEI – Fundos Especiais de Investimento.
A estrutura da carteira dos OICVM e FEI não se alterou de forma significativa em 2004, mantendo as
obrigações estrangeiras um peso simultaneamente crescente e mais relevante (52,9%). As aplicações em
acções nacionais e em unidades de participação nacionais aumentaram significativamente em 2004.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
82
CMVM
Quadro 58 - Estrutura da carteira dos OICVM e FEI, por Tipo de Activos e de Mercados
Unidade: 10^6 Euro
31-12-2002 31-12-2003 31-12-2004 ∆% ∆%
Valor % Valor % Valor % (2002-
03) (2003-
04) Nacional 496,7 2,4 589,9 2,6 744,9 3,1 18,8 26,3 Acções Estrangeira 1.209,4 5,9 1.309,0 5,7 1.217,1 5,0 8,2 -7,0 Nacional 1.095,7 5,3 811,1 3,5 710,6 2,9 -26,0 -12,4 Obrigações Estrangeira 9.888,9 48,0 11.737,4 51,4 12.904,5 52,9 18,7 9,9 Nacional 177,7 0,9 231,4 1,0 127,3 0,5 30,2 -45,0 Dívida Pública Estrangeira 1.578,9 7,7 1.544,8 6,8 1.588,8 6,5 -2,2 2,8 Nacional 112,8 0,5 100,8 0,4 93,4 0,4 -10,6 -7,4 Outros Fundos Públicos Estrangeira 25,3 0,1 24,3 0,1 66,1 0,3 -4,1 172,4 Nacional 844,3 4,1 717,0 3,1 1.037,6 4,3 -15,1 44,7 Unidades Participação Estrangeira 224,0 1,1 334,4 1,5 617,4 2,5 49,3 84,6 Nacional 18,3 0,1 17,1 0,1 17,6 0,1 -6,5 2,8 Títulos Participação Estrangeira 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 - - Nacional 0,2 0,0 0,1 0,0 0,0 0,0 -74,3 -100,0 Direitos Estrangeira 6,4 0,0 1,3 0,0 0,0 0,0 -79,9 -98,4 Nacional 1,0 0,0 16,2 0,1 14,8 0,1 1517,1 -8,7 Warrants Estrangeira 0,6 0,0 0,0 0,0 2,3 0,0 - - Nacional 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 - - Opções Estrangeira 0,0 0,0 0,0 0,0 1,3 0,0 - -
Valores Mobiliários 15.680,2 76,1 17.434,7 76,3 19.143,5 78,4 11,2 9,8 Outros Activos - - 0,0 0,0 0,0 0,0 - - Outros Instrumentos de Dívida 2.261,7 11,0 2.712,0 11,9 2.292,8 9,4 19,9 -15,5 Liquidez 2.797,2 13,6 3.026,6 13,2 3.160,5 12,9 8,2 4,4 Empréstimos -1,0 0,0 -10,3 0,0 -5,5 0,0 - -46,8 Valores a Regularizar -127,7 -0,6 -312,8 -1,4 -176,2 -0,7 145,0 -43,7 TOTAL 20.610,4 100,0 22.850,1 100,0 24.415,1 100,0 10,9 6,8 O peso dos diferentes tipos de valores mobiliários na capitalização bolsista da Euronext Lisbon aumentou em
2004, com excepção das rubricas de Dívida Pública e Títulos de Participação.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
83
CMVM
Quadro 59 - Peso por Tipo de Activos na respectiva Capitalização da Euronext Lisbon
Unidade: 10^6 Euro
31-12-2002 31-12-2003 31-12-2004 ∆ (2002-03) ∆ (2003-04) Valor gerido (Nacional) 496,6 589,8 744,4 Capitalização Euronext Lisbon (*) 73.239,4 91.180,4 112.724,4
Acções Valor gerido/Euronext Lisbon 0,68% 0,65% 0,66% -0,03 p.p 0,01 p.p Valor gerido (Nacional) 1.062,7 767,3 602,4 Capitalização Euronext Lisbon 8.028,5 6.072,0 4.279,3 Obrigações Valor gerido/Euronext Lisbon 13,24% 12,64% 14,08% -0,6 p.p 1,44 p.p Valor gerido (Nacional) 177,7 231,4 127,3 Capitalização Euronext Lisbon 56.626,2 55.708,6 48.986,8 Dívida Pública Valor gerido/Euronext Lisbon 0,31% 0,42% 0,26% 0,11 p.p -0,16 p.p Valor gerido (Nacional) 110,5 100,8 93,4 Capitalização Euronext Lisbon 448,0 599,5 423,2 Outros Fundos Públicos Valor gerido/Euronext Lisbon 24,67% 16,81% 22,06% -7,85 p.p 5,25 p.p Valor gerido (Nacional) 18,3 17,1 17,6 Capitalização Euronext Lisbon 92,5 99,8 122,5 Títulos de Participação Valor gerido/Euronext Lisbon 19,75% 17,14% 14,35% -2,61 p.p -2,8 p.p
Nota: Os dados respeitam unicamente a valores cotados. Excluem-se os valores em processo de admissão no mercado nacional. Legenda: p.p. – pontos percentuais; (*) Se considerarmos somente a capitalização bolsista de acções nacionais o peso é de, respectivamente, 1,46%, 1,66% e 1,44%. Nos mercados de derivados, os OICVM e FEI diminuíram as suas posições líquidas (curtas) em contratos
sobre taxa de juro e aumentaram as suas posições líquidas (longas) em contratos sobre índices de acções.
Quadro 60 - Intervenção dos OICVM e FEI em Contratos de Derivados de Taxas de Juro e Índices de Acções
(posições líquidas) Contratos 31-12-2003 31-12-2004
Taxa de Juro -7.471 -3.992 Índices de acções 6.215 7.197 PSI20 4.744 6.377 DJ EurostoXX50 1.309 895 IBEX 35 29 0 NASDAQ 6 0 MIB30 0 -75 FTSE100 33 0 S&P500 94 0 TOTAL -1.256 3.205
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
84
CMVM
Quadro 61 - Número de Fundos Geridos por Entidade Gestora
31-12-2002 31-12-2003 31-12-2004 ∆ ∆ Entidade Abertos Fechados Total Abertos Fechados Total Abertos Fechados Total (2002-03) (2003-04)
Caixagest 28 0 28 26 5 31 28 9 37 3 6 AF Investimentos 33 5 38 32 4 36 32 2 34 -2 -2 ESAF 29 0 29 27 0 27 29 0 29 -2 2 Santander 23 4 27 22 3 25 22 1 23 -2 -2 BPI Fundos 22 0 22 21 0 21 19 0 19 -1 -2 Barclays Fundos 10 0 10 10 0 10 14 0 14 0 4 BBVA Gest 7 0 7 10 0 10 13 0 13 3 3 MG Gestão de Activos Financeiros 11 0 11 11 0 11 11 0 11 0 0 Banif Gestão Activos 10 0 10 9 0 9 11 0 11 -1 2 BNC Gerfundos 8 0 8 8 0 8 9 0 9 0 1 Outros 29 2 31 25 2 27 21 3 24 -4 -3 TOTAL 210 11 221 201 14 215 209 15 224 -6 9 Nota: Ordenação por ordem descendente do número de fundos geridos no último ano em análise.
À semelhança do ocorrido no ano anterior, diminuiu a concentração na indústria, sendo de 57,2% a quota de
mercado das 3 maiores entidades gestoras de fundos de investimento.
Quadro 62 - Valores Geridos por Entidade Gestora
Unidade: 10^6 Euro
31-12-2002 31-12-2003 31-12-2004 ∆% ∆% Entidade Valor % Valor % Valor % (2002-03) (2003-04)
AF Investimentos 5.883,7 28,5 5.315,8 23,3 4.851,7 19,9 -9,7 -8,7 Caixagest 4.088,0 19,8 4.541,2 19,9 4.654,0 19,1 11,1 2,5 Santander 3.577,9 17,4 4.254,8 18,6 4.437,1 18,2 18,9 4,3 BPI Fundos 3.474,7 16,9 4.003,7 17,5 4.369,8 17,9 15,2 9,1 ESAF 1.788,7 8,7 2.322,2 10,2 3.099,2 12,7 29,8 33,5 Barclays Fundos 605,0 2,9 664,1 2,9 718,2 2,9 9,8 8,1 BPN Fundos 25,5 0,1 227,6 1,0 606,0 2,5 791,4 166,2 BBVA Gest 368,3 1,8 441,2 1,9 529,3 2,2 19,8 20,0 MG Gestão de Activos Financeiros 299,2 1,5 344,2 1,5 346,9 1,4 15,1 0,8 Crédito Agrícola Gest 190,1 0,9 219,8 1,0 238,1 1,0 15,6 8,3 Outras 309,3 1,5 515,5 2,3 564,8 2,3 66,7 9,6 TOTAL 20.610,4 100,0 22.850,1 100,0 24.415,1 100,0 10,9 6,8 Nota: Ordenação por ordem descendente dos valores geridos no último ano em análise.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
85
CMVM
2.4.3 Participações de Instituições de Investimento Colectivo Estrangeiras Comercializadas em Portugal
Em 2004, o número de entidades comercializadoras de participações em organismos de investimento
colectivo em valores mobiliários (OICVM) estrangeiros diminuiu para 917, mas o montante global sob gestão
atingiu os 341,2 milhões de euro (um crescimento de 10,2% face a 2003). O peso dos fundos estrangeiros no
total administrado pelos OICVM e FEI nacionais permaneceu reduzido (1,40% no final de 2004, contra os
1,35% registados no final de 2003). O número de OICVM estrangeiros comercializados em Portugal foi de
46 e o número de participantes passou para 28.745 (mais 33% do que em Dezembro de 2003).
Quadro 63 - Indicadores Agregados dos OICVM Estrangeiros
Unidade: 10^6 Euro 31-12-2002 31-12-2003 31-12-2004 ∆ (2002-03) ∆ (2003-04)
N.º Entidades Comercializadoras 10 10 9 0 -1 N.º OICVM 39 46 46 7 0 Valor em Portugal 219,5 309,5 341,2 41,0% 10,2%
Contrariamente ao verificado em 2002, durante os anos de 2003 e 2004 registou-se um incremento da
concentração, tendo a quota de mercado das três maiores entidades aumentado para 69,2% e 70,1%, em
finais de 2003 e 2004, respectivamente.
Quadro 64 - Valor Comercializado em Portugal por Entidade
Unidade: 10^6 Euro
31-12-2002 31-12-2003 31-12-2004 ∆% ∆% Valor % Valor % Valor % (2002-03) (2003-04) Banco ActivoBank 26,2 11,9 75,4 24,4 105,0 30,8 188,0 39,1 Banco Best 18,0 8,2 45,3 14,6 68,2 20,0 152,0 50,5 Deutsche Bank 36,0 16,4 86,2 27,8 66,1 19,4 139,2 -23,3 BNP Paribas Private Bank 78,2 35,6 52,5 17,0 57,9 17,0 -32,9 10,4 Barclays Bank (Suc.) 30,1 13,7 28,1 9,1 19,3 5,7 -6,6 -31,3 BIG 6,0 2,7 8,0 2,6 11,3 3,3 34,1 40,8 BBVA 9,3 4,2 8,4 2,7 7,2 2,1 -9,9 -13,4 Banco Português de Investimento 6,7 3,0 0,2 0,1 3,5 1,0 -97,5 1978,5 Banco Português de Gestão - - 3,3 1,1 2,7 0,8 - -16,7 Investimento Directo 5,4 2,5 2,2 0,7 - - -60,1 - Morgan Stanley (Suc.) 3,6 1,6 - - - - - - TOTAL 219,5 100,00 309,5 100,00 341,2 100,0 41,0 10,2
17 A Investimento Directo deixou de comercializar OICVM estrangeiros.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
86
CMVM
2.4.4 Os Fundos de Investimento Imobiliário
No final de 2004 os valores sob gestão de Fundos de Investimento Imobiliário (FII) ascenderam a 7.050,5
milhões de euro, o que representa um crescimento de 20,5% face ao ano anterior. Já a dimensão média dos
FII diminuiu de 114,7 milhões de euro para os 108,5 milhões de euro. No que concerne à composição da
carteira, os imóveis situados em Portugal têm vindo a aumentar a sua importância, atingindo 90% do valor
administrado total em 2004. A liquidez e a rubrica de outros valores a regularizar foram as únicas
componentes a registar um decréscimo face ao ano anterior.
Quadro 65 - Estrutura da carteira dos Fundos de Investimento Imobiliário
Unidade: 10^6 Euro
31-12-2002 31-12-2003 31-12-2004 ∆% ∆% Valor % Valor % Valor % (2002-03) (2003-04) Imóveis situados em Portugal 4.062,1 81,0 4.892,1 83,6 6.342,7 90,0 20,4 29,7
Projectos de Construção 735,5 14,7 939,6 16,1 1.455,1 20,6 27,8 54,9 Construções Acabadas 3.326,6 66,3 3.952,5 67,6 4.887,6 69,3 18,8 23,7
Arrendadas 3.090,6 61,6 3.482,5 59,5 4.267,1 60,5 12,7 22,5 Não arrendadas 236,0 4,7 470,0 8,0 620,5 8,8 99,1 32,0
Imóveis situados noutros Estados da UE 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 - -
Sub-Total IMÓVEIS 4.062,1 81,0 4.892,1 83,6 6.342,7 90,0 20,4 29,7 Unidades de Participação em FII 5,1 0,1 5,3 0,1 8,2 0,1 4,9 53,9 Liquidez 636,1 12,7 590,2 10,1 551,6 7,8 -7,2 -6,5
À vista 372,8 7,4 348,2 6,0 271,0 3,8 -6,6 -22,2 A prazo 263,3 5,3 241,9 4,1 280,6 4,0 -8,1 16,0
Empréstimos -19,3 -0,4 -42,5 -0,7 -96,4 -1,4 121,0 126,5 Outros valores a regularizar 330,8 6,6 405,4 6,9 244,3 3,5 22,5 -39,7
Sub-Total 952,8 19,0 958,3 16,4 707,8 10,0 0,6 -26,1 TOTAL 5.014,8 100,0 5.850,4 100,0 7.050,5 100,0 16,7 20,5
O número de fundos de investimento imobiliário aumentou para 65, em resultado do aumento do número de
fundos fechados. O número de entidades gestoras de fundos de investimento imobiliário manteve-se em 26.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
87
CMVM
Quadro 66 - Número de Fundos Geridos por Entidade Gestora de Fundos de Investimento Imobiliário
31-12-2002 31-12-2003 31-12-2004 Entidade Abertos Fechados Total Abertos Fechados Total Abertos Fechados Total
Fundimo 1 4 5 1 5 6 1 8 9 BPN Imofundos 1 3 4 1 4 5 1 5 6 Norfin 0 2 2 0 4 4 0 6 6 AF Investimentos 3 1 4 1 3 4 2 3 5 Banif Gestão Activos 1 1 2 1 1 2 1 3 4 Gesfimo 0 2 2 0 2 2 0 4 4 Santander Imovest 2 1 3 2 1 3 2 1 3 TDF 0 3 3 0 3 3 0 3 3 Imorendimento 0 2 2 0 2 2 0 3 3 F.Turismo - 0 2 2 0 2 2 0 2 2 Outras 8 10 18 8 10 18 7 13 20 TOTAL 16 31 47 14 37 51 14 51 65 Nota: Ordenação por ordem descendente do número de fundos geridos no último ano em análise. A quota de mercado das três maiores entidades gestoras continuou a diminuir, atingindo os 43,7% no final de
2004.
Quadro 67 - Valores Geridos por Entidade Gestora de Fundos de Investimento Imobiliário
Unidade: 10^6 Euro
31-12-2002 31-12-2003 31-12-2004 ∆% ∆% Entidade Valor % Valor % Valor % (2002-03) (2003-04)
ESAF 1.374,1 27,4 1.458,6 24,9 1.406,2 19,9 6,2 -3,6 BPN Imofundos 392,4 7,8 671,5 11,5 891,0 12,6 71,1 32,7 Fundimo 532,5 10,6 646,5 11,1 792,5 11,2 21,4 22,6 Santander Imovest 372,5 7,4 426,6 7,3 592,2 8,4 14,5 38,8 AF Investimentos 406,9 8,1 406,2 6,9 583,4 8,3 -0,2 43,6 TDF 547,1 10,9 549,1 9,4 553,4 7,8 0,4 0,8 Banif Gestão Activos 50,2 1,0 144,9 2,5 375,3 5,3 188,9 158,9 Norfin 171,3 3,4 206,6 3,5 330,0 4,7 20,6 59,7 Imopólis 261,6 5,2 283,6 4,8 294,9 4,2 8,4 4,0 Silvip 185,9 3,7 214,6 3,7 237,4 3,4 15,4 10,6 Outras 720,3 14,4 842,2 14,4 994,4 14,1 16,9 18,1 TOTAL 5.014,8 100,0 5.850,4 100,0 7.050,5 100,0 16,7 20,5 Nota: Ordenação por ordem descendente dos valores geridos no último ano em análise. O número de Peritos Avaliadores de Imóveis registados na CMVM tem vindo a aumentar, sendo na sua
maioria pessoas singulares.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
88
CMVM
Quadro 68 – Registo de Peritos Avaliadores de Imóveis
Peritos Avaliadores de Imóveis Registados 31-12-2003 Cancelados Registados 31-12-2004 Pessoas Singulares 27 0 20 47 Pessoas Colectivas 23 1 10 32
Total 50 1 30 79
2.4.5 Os Fundos de Titularização de Créditos
Em 2004 o valor sob gestão da indústria dos FTC cresceu 35,2%, tendo o número de fundos aumentado para
27. Surgiu uma nova sociedade gestora, a Portucale – Sociedade Gestora de Fundos de Titularização de
Créditos.
Quadro 69 - Indicadores Agregados dos FTC
Unidade: 10^6 Euro 31-12-2002 31-12-2003 31-12-2004 ∆ (2002-2003) ∆ (2003-2004) N.º Entidades Gestoras 2 3 4 1 1 N.º Fundos 8 20 27 12 7 Valor sob Gestão 3.605,8 12.397,9 16.764,0 243,8% 35,2% Os Créditos Hipotecários são a componente mais significativa da carteira dos FTC, tendo crescido mais de
58% em relação a Dezembro de 2003.
Quadro 70 - Estrutura da carteira dos FTC
Unidade: 10^6 Euro 31-12-2002 31-12-2003 31-12-2004
Valor % Valor % Valor % ∆%
(2002-03) ∆%
(2003-04) Créditos Hipotecários 2.283,1 63,3 8.962,4 72,3 14.190,5 84,6 292,5 58,3 Créditos ao Consumo 0,0 0,0 865,6 7,0 1.336,0 8,0 - 54,3 Créditos sobre o Estado (1) 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 - - Créditos de F. de Pensões 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 - - Créditos Futuros 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 - - Outros Créditos 1.236,3 34,3 2.328,5 18,8 1.882,1 11,2 88,3 -19,2
Créditos 3.519,4 97,6 12.156,5 98,1 17.408,6 103,8 245,4 43,2 VM cotados 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 - - Dívida de Curto Prazo 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 - - Unidades de Participação 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 - - Liquidez 86,0 2,4 355,2 2,9 456,7 2,7 313,0 28,6 Empréstimos 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 - - Valores a Regularizar 0,3 0,0 -113,7 -0,9 -1.101,3 -6,6 -34.478,0 868,2
TOTAL 3.605,8 100,0 12.397,9 100,0 16.764,0 100,0 243,8 35,2 Legenda: (1) Ou a outras Pessoas Colectivas Públicas
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
89
CMVM
2.4.6 Actividade de Capital de Risco
Nos termos do regime jurídico sobre fundos e sociedades de capital de risco18, a CMVM passou também a
dispor de competência para regulamentar a determinação do valor das participações das sociedades de capital
de risco, a organização da contabilidade das mesmas sociedades, a admissão à negociação de unidades de
participação de fundos de capital de risco e as condições de aquisição de unidades de participação em fundos
para investidores qualificados no âmbito da actividade de gestão de carteiras por conta de outrem, por
investidores que não reúnam essa condição.
Em relação às sociedades habilitadas a gerir fundos de capital de risco, bem como a deter carteira própria
(neste caso reservada exclusivamente às Sociedades de Capital de Risco), o número de Fundos de Capital de
Risco e de Sociedades de Capital de Risco aumentou 13,8% (+ 4 fundos) e 18,2% (+ 2 sociedades),
respectivamente, face ao ano anterior.
Quadro 71 - Entidades Gestoras de Fundos de Capital de Risco e Sociedade de Capital de Risco
31-12-2004 Entidades Gestoras – Fundos de Capital de Risco N.º
FCR SCR (1) API Capital - Sociedade de Capital de Risco, S.A. 5 Sim PME Investimentos - Sociedade de Investimento, S.A. 4 - PME Capital - Soc. Port. de Capital de Risco, S.A. 4 Sim Caixa Capital – SCR 3 (1) Sim ES Capital - Sociedade de Capital de Risco, S.A. 3 Sim Newcapital – Sociedade de Capital de Risco, S.A. 3 Sim Change Partners – Soc. de Capital de Risco, S.A. 2 Sim Inter Risco - Sociedade de Capital de Risco, S.A. 2 Sim Banco Efisa, S.A. 1 - BCP Capital – Sociedade de Capital de Risco, S.A. 1 Sim BIG Capital – Sociedade de Capital de Risco, S.A. 1 - BPN Gestão Activos - Soc. Gest. Fundos de Invest. Mob., S.A. 1 - Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo, CRL 1 - Ecplorer Investments – Sociedade Capital de Risco, S.A. 1 Sim F. Turismo - Capital de Risco, S.A. 1 Sim Drive – Sociedade de Capital de Risco, S.A. - Sim ISQ – Sociedade de Capital de Risco, S.A. - - Novabase Capital – Sociedade de Capital de Risco, S.A. - Sim Beta – Sociedade Capital de Risco, SA - Sim TOTAL 33 13 Nota: Entre parêntesis encontra-se o número de fundos em inactividade à data. Ordenação por ordem descendente do número de fundos geridos à data. Legenda: (1) Indica que a entidade prossegue igualmente a actividade através de carteira própria; FCR – Fundos de Capital Risco; SCR – Sociedades de Capital de Risco.
18 Decreto-Lei n.º 319/2002, de 28 de Dezembro, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 151/2004, de 29 de Junho.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
90
CMVM
Os montantes sob gestão atingiram os 473 milhões de euro no final de 2004, estando cerca de 3/4 sob a
forma de Fundos de Capital de Risco.
Quadro 72 - Valores Geridos por Entidade Gestora de Fundos de Capital de Risco e Sociedades de Capital de Risco
Unidade: 10^6 Euro
31-12-2004 FCR SCR Total Entidades Gestoras
Valor % Valor % Valor % API Capital – Sociedade de Capital de Risco, S.A. 75,8 21 17,3 15 93,2 20 ES Capital - Sociedade de Capital de Risco, S.A. 65,9 18 23,6 20 89,5 19 Caixa Capital - SCR 43,3 12 12,9 11 56,2 12 F. Turismo - Capital de Risco, S.A. 40,6 11 3,3 3 43,9 9 PME Capital - Soc. Port. de Capital de Risco, S.A. 22,3 6 12,8 11 35,2 7 PME Investimentos - Sociedade de Investimento, S.A. 29,1 8 n.a 0 29,1 6 BCP Capital – Sociedade de Capital de Risco, S.A. 1,4 0 23,7 21 25,1 5 BPN Gestão Activos - Soc. Gest. Fundos Invest. Mob, S.A. 22,5 6 n.d 0 22,5 5 Inter Risco - Sociedade de Capital de Risco, S.A. 4,8 1 15,6 13 20,4 4 Banco Efisa, S.A. 13,7 4 n.d 0 13,7 3 BIG Capital – Sociedade de Capital de Risco, S.A. 13,7 4 0,0 0 13,7 3 Newcapital – Sociedade de Capital de Risco, S.A. 10,3 3 3,0 3 13,3 3 Change Partners – Soc. de Capital de Risco, S.A. 5,8 2 2,2 2 7,9 2 Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo,CRL 7,7 2 n.d 0 7,7 2 Explorer Investments – Sociedade Capital de Risco, S.A. 0,0 0 0,8 1 0,8 0 Drive – Sociedade de Capital de Risco, S.A. n.d. n.d. 0,6 1 0,6 0 Novabase Capital – Soc. De Capital de Risco, S.A. n.d. n.d. 0,2 0 0,2 0 Beta – Sociedade Capital de Risco, SA n.d. n.d. 0,1 0 0,1 0 ISQ – Sociedade de Capital de Risco, S.A. n.d. n.d. 0,0 0 0,0 0 TOTAL 357,0 100 115,9 100 473,0 100 Legenda: FCR – Fundos de Capital Risco; SCR – Sociedades de Capital de Risco; n.d. – Não disponível. 2.4.7 Autorizações em Matéria de Gestão de Activos
Em matéria de Organismos de Investimento Colectivo (OIC), o ano de 2004 foi essencialmente caracterizado
pela entrada em vigor do novo Regime Jurídico dos OIC aprovado pelo Decreto Lei n.º 252/2003, de 17 de
Outubro, o qual visou efectuar a transposição para o ordenamento jurídico interno das directivas
comunitárias que regulam esta matéria. No que se refere aos aspectos essenciais do mencionado regime,
foram introduzidas alterações, tanto ao nível das sociedades gestoras de fundos de investimento mobiliário,
como ao nível do exercício da actividade dos Organismos de Investimento Colectivo em Valores
Mobiliários. No que respeita ao primeiro conjunto de alterações, procedeu-se ao alargamento do seu objecto
social que se consubstanciou na possibilidade de poderem ser autorizadas a exercer as actividades de gestão
discricionária e individualizada de carteiras por conta de outrem com base em mandato conferido pelos
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
91
CMVM
investidores, bem como actividades de consultoria para investimento e de gestão de fundos de investimento
imobiliário. No que concerne à matéria da actividade dos OICVM harmonizados, as alterações introduzidas
visam essencialmente tornar a política de investimentos mais flexível, na medida em que o elenco de
investimentos tidos como nucleares foi ampliado e os critérios de avaliação de risco tornaram-se mais
exigentes.
Quadro 73 - Processos Administrativos de Fundos de Investimento
Autorização Para Autorização Para Constituição Alterações OICVM 13 152 F. Abertos 8 129 Mercado Monetário 0 1 Tesouraria 1 20 Obrigações 2 27 Mistos 0 13 Acções 1 25 F. Fundos 1 36 Agrupamentos 0 5 Garantidos 1 1 Flexíveis 2 1 FPA 0 10 FPR/E 1 11 F. Fechados 4 2 Outros F. Não Harmonizados 3 0 Fundos Especiais de Investimento 11 3 FII 15 40 Abertos 0 9 Fechados 15 31 TOTAL 39 195 No que respeita ao segmento de investidores, nos OICVM, os 4 processos ocorridos em 2004 relativos a
fundos fechados (todos relativos a fundos garantidos) deram origem a ofertas públicas de distribuição de
unidades de participação, enquanto que todos os FII fechados que se constituíram no decurso do ano foram
colocados através de oferta particular em investidores previamente identificados (tal como os processos de
aumento de capital entretanto ocorridos).
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
92
CMVM
Quadro 74 - Ofertas de Distribuição de Fundos de Investimento Fechados
Processos de Constituição Processos de Aumento de Capital Oferta Pública Oferta Particular Oferta Pública Oferta Particular de Distribuição de Distribuição de Distribuição de Distribuição
Admissão à Negociação
OICVM 4 0 0 0 0 F. Especiais 2 0 0 0 0 F. Imobiliários 0 14 0 7 0 TOTAL 6 14 0 7 0 Apenas ocorreu um processo de concentração de um Fundo de Tesouraria em 2004 (6 em 2003).
O número de novos fundos e sub-fundos habilitados a colocar participações em Portugal aumentou em 2004,
sendo de destacar 3 novos OICVM estrangeiros - 1 SICAV e 2 agrupamentos de fundos. O ano de 2004 fica
ainda marcado por um aumento significativo dos sub-fundos efectivamente comercializados, isto é, aqueles
que efectivamente tinham participantes em Portugal à data de 31 de Dezembro.
Quadro 75 - Comercialização de OICVM Estrangeiros em Portugal
Período OICVM
habilitados Sub-
Fundos habilitados
OICVM Comercializados
Sub-Fundos Comercializados
Entidades Habilitadas
Entidades Comercializadoras
31-Dez-2001 52 454 34 156 14 10 31-Dez-2002 57 652 39 270 15 10 31-Dez-2003 60 729 46 440 16 10 31-Dez-2004 63 847 46 483 16 9
A titularização de créditos viveu um ano de actividade moderada, continuando a assumir-se como uma
importante fonte de funding para as instituições de crédito. Foram constituídos 6 novos fundos de
titularização, um número inferior ao observado em 2003. O montante emitido de unidades de titularização de
crédito registou uma quebra de 42% face a 2003.
Quadro 76 - Processos Administrativos de Titularização de Créditos em 2004
Autorização para constituição Autorização para n.º FTC Montante emitido UTC (10^6 euro) alterações FTC Crédito à habitação 2 4.602,3 3 Crédito ao consumo 3 458,1 2 Créditos fora do sistema financeiro 1 275,5 4 Total de Fundos de Titularização de Créditos 6 5.336 9
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
93
CMVM
Foi concedida autorização para a constituição de duas novas Sociedades de Titularização de Crédito, a Tagus
- Sociedade de Titularização de Créditos, SA e a SOTICRE – Sociedade de Titularização de Créditos, SA,
tendo somente esta última sido registada para o início da sua actividade.
Quadro 77 - Autorizações/Registos no âmbito da Titularização de Créditos
Autorização/Registo Sociedades Gestoras de Fundos de Titularização de Créditos 1 Sociedades de Titularização de Créditos 2 (a) TOTAL 3 Legenda: (a) Corresponde a duas autorizações, mas apenas uma das entidades estava registada à data de 31-12-2004. Em 2004 foram registados 7 novos FIQ e 5 novas entidades gestoras de fundos de capital de risco, mais uma
entidade gestora do que no ano anterior.
Quadro 78 - Processos Administrativos de Capital de Risco
Alterações ao
Registos registo
Fundos de Capital de Risco 7 16 FIQ 7 16 FCP 0 0 Entidades Gestoras de Fundos de Capital de Risco (1) 5 3 TOTAL 12 19 Legenda: (1) Com excepção de Bancos e SGFIM.
Em Dezembro de 2004 encontravam-se autorizados a comercializar fundos de investimento através de sítio
na Internet 18 intermediários financeiros, sendo que um desses sítios foi pela primeira vez autorizado em
2004.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
94
CMVM
Quadro 79 - Comercialização de Fundos de Investimento on-line
Intermediários Financeiros Sítio na Internet
Banco de Investimento Global, S.A. www.bigonline.pt Banco Comercial Português, S.A. www.millenniumbcp.pt Banco ActivoBank (Portugal), S.A. www.activobank7.com Banco Português de Investimento, S.A. www.bpionline.pt BEST-Banco Electrónico de Serviço Total, S.A. www.bancobest.pt Banco BPI, S.A. www.bpinet.pt Banco Espírito Santo dos Açores, S.A. www.besdosacores.pt Banco Espírito Santo, S.A. www.bes.pt Banco Internacional de Crédito, S.A. www.bic.pt Barclays Bank, PLC - Sucursal em Portugal www.barclays.pt (1) Caixa Económica Montepio Geral www.montepiogeral.pt Caixa Geral de Depósitos, S.A. www.cgd.pt Deutsche Bank (Portugal), S.A. www.deutsche-bank-24.pt Finibanco, S.A www.finibanco.pt Investimento Directo-Sociedade Financeira de Corretagem, S.A. www.atrium.pt BANIF - Banco de Investimento, S.A. www.binvestor.com Banco Nacional de Crédito, S.A. www.bnc.pt Banco Santander Totta, S.A. www.santander.pt www.totta.pt Legenda: (1) Sítio disponibilizado em 2004.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
95
CMVM
3 SUPERVISÃO, REGULAÇÃO E COOPERAÇÃO
Os mercados de capitais e o sistema financeiro em geral estão em permanente mutação, colocando novos
desafios não só às entidades reguladoras e supervisoras, mas também a todos os intervenientes no mercado
de capitais. É necessário acompanhar os desenvolvimentos legais e regulamentares emanados das instituições
europeias, nomeadamente através da intervenção na elaboração de Directivas e Regulamentos comunitários
bem como da participação nos respectivos processos de transposição. Em 2004 a CMVM participou
activamente na actividade normativa internacional, em particular nas iniciativas em curso na União Europeia,
cuja importância para o mercado português justificaram a realização de sessões públicas de esclarecimento
sobre diversas matérias.
A supervisão do mercado nacional foi reforçada a diferentes níveis: actividade dos intermediários financeiros
e gestão de activos, práticas de transparência por parte das empresas cotadas no âmbito das recomendações
relativas ao governo das sociedades, acompanhamento dos mercados com base num novo enquadramento
regulamentar resultante da migração do mercado de derivados para a plataforma de negociação da
Euronext.Liffe. Foram ainda consolidadas as medidas e acções levadas a cabo pela CMVM em relação à
actividade dos analistas financeiros e das recomendações de investimento.
Em 2004 transitou em julgado o primeiro processo penal em que foi proferida uma condenação em Portugal
no domínio da criminalidade financeira. Por diversas razões, este processo faz história na protecção da
transparência do mercado nacional de valores mobiliários. No primeiro semestre do ano foram proferidas
pelo Tribunal Criminal de Lisboa, a segunda e terceira sentenças condenatórias pela prática de crime de
abuso de informação.
3.1 APOIO AO INVESTIDOR E MEDIAÇÃO DE CONFLITOS
Através do Gabinete de Apoio ao Investidor e Mediação foram iniciados na CMVM 739 procedimentos
decorrentes de pedidos de informação formulados por investidores não profissionais, mantendo-se a usual
recepção e tratamento de questões objecto de reencaminhamento para a CMVM por outras entidades,
nomeadamente pelo Banco de Portugal e pela DECO.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
96
CMVM
Os pedidos de informação versaram sobre as mais diversas matérias respeitantes ao mercado de valores
mobiliários recaindo, nomeadamente, sobre emitentes, ofertas públicas e seus valores de contrapartida
relativamente a operações a decorrer ou sobre a distribuição de dividendos pelas entidades emitentes.
Durante o ano de 2004 o número de procedimentos iniciados, referentes a reclamações, foi de 284 petições,
que na sua grande maioria foram resolvidos no âmbito da actividade do Gabinete, quer através da prestação
de informação sobre a questão em causa, quer através da compensação patrimonial aos investidores que
deram origem a esse procedimento.
Quadro 80 - Situação Geral dos Processos em 2004
Natureza dos Processos Situação dos Processos N.º Resolvidas a contento 234 Pendentes 23 Processos com proposta de intervenção da Supervisão 13 Arquivadas 6
Reclamações
Fora das competências da CMVM 8 TOTAL 284
Quanto aos sujeitos que iniciaram as queixas, manteve-se o perfil típico: pessoas singulares, de
nacionalidade portuguesa, residentes em território nacional. Em termos de procedimento de reclamação, os
investidores continuam a dirigir-se à CMVM essencialmente através de correio postal e mensagens de
correio electrónico, em percentagens equivalentes, enquanto que no âmbito dos pedidos de informação, o
contacto verbal (posteriormente reduzido a escrito) continua a ser preferencial (56%), seguido do correio
electrónico (36%).
No que se refere aos assuntos versados nos procedimentos de reclamação, incidiram essencialmente sobre
matérias directamente relacionadas com o funcionamento dos mercados, nomeadamente a execução de
ordens de bolsa. Muitas reclamações têm origem em alegadas deficiências técnicas relacionadas com a
utilização e disponibilidade dos meios informáticos “on-line” dos intermediários financeiros, assim como a
falta de informação prestada pelas entidades emitentes e intermediários financeiros.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
97
CMVM
Quadro 81 - Súmula dos Principais Assuntos Versados nos Processos
Assuntos N.º Ofertas Públicas / Valor de contrapartida/Aquisição potestativa 8 Falta de informação, ou prestação de informação incorrecta pelas entidades emitentes 33 Falta de informação, ou prestação de informação incorrecta pelos IF's 23 Actuação dos market makers na negociação de warrants (inclui as reclamações contra a Euronext) 31 Ordens de bolsa 44 Cobrança de comissões pelos intermediários financeiros pelos serviços prestados 26 Comercialização, subscrição, valorização, resgate e publicidade de rentabilidade de UP's de FIM 16 Questões relacionadas com a transferência de valores mobiliários 2 Empréstimos obrigacionistas 2 Empréstimos para aquisição de acções 1
Os intermediários financeiros continuam a ser as principais entidades visadas pelas questões colocadas. As
queixas contra os market makers de warrants autónomos também aumentaram, assim como denúncias de
alegados crimes de intermediação financeira não autorizada e manipulação de mercado.
Quadro 82 - Entidades Reclamadas
Reclamados 2001 2002 2003 2004 Intermediários financeiros 127 176 171 187 CMVM 5 4 8 3 Indeterminados 13 8 4 12 Euronext 10 3 15 8 Entidades emitentes 49 51 83 33 IF não Registados - 4 5 10 Outras Entidades 27 12 12 31 TOTAL 231 258 298 284
3.2 INTEGRIDADE, TRANSPARÊNCIA E EQUIDADE DO MERCADO
3.2.1 Supervisão do Mercado e Actividades de Investigação
Prosseguiu em 2004 a actividade de supervisão da negociação nos mercados secundários, ou seja, mercados
a contado e de derivados geridos pela Euronext Lisbon, mercado de dívida pública por grosso (MEDIP)
gerido pela MTS Portugal e o mercado não regulamentado PEX gerido pela OPEX. Há a assinalar a cessação
em Março do serviço integrado de registo, compensação e liquidação de operações de reporte e empréstimo
prestado pela Euronext Lisbon. Em 22 de Março teve lugar a migração do mercado de derivados gerido pela
Euronext Lisbon para a plataforma de negociação da Euronext.Liffe, o que implicou a análise e registo de
significativas alterações do enquadramento regulamentar deste mercado, designadamente a adopção das
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
98
CMVM
“regras harmonizadas” seguidas nos cinco mercados de derivados Euronext (Reino Unido, França, Holanda,
Bélgica e Portugal). Foi alterada a especificação dos contratos de futuros e foram excluídos da negociação
todos os contratos de opções existentes.
Com a migração dos mercados a contado e de derivados geridos pela Euronext Lisbon para as plataformas de
negociação do grupo Euronext e a adopção de regras e procedimento de negociação comum, tornou-se mais
crítica a cooperação entre a CMVM e os supervisores dos mercados “Euronext”. A CMVM participa
activamente nas estruturas organizativas criadas para a coordenação da supervisão, baseadas num
“Memorandum of Understanding”.
As operações a contado e de derivados continuaram a beneficiar dos serviços de clearing, incluindo
Contraparte Central, prestados pelo Banque Centrale de Compensation (agora com a designação comercial
de LCH.Clearnet SA), entidade sob jurisdição francesa. A CMVM participa na supervisão das actividades de
clearing desta entidade através da sua presença no Co-ordination Committee on Clearing que reúne para este
efeito os vários supervisores dos países com “mercados Euronext” (Bélgica, França, Holanda e Portugal).
Em 2004 foi celebrado um Memorandum of Understanding com os supervisores do Reino Unido com vista à
coordenação da supervisão do Grupo LCH.Clearnet resultante do merger entre a LCH e a Clearnet.
No âmbito das actividades de investigação, foram objecto de relatório preliminar 73 processos de transacções
eventualmente anómalas, dos quais treze (seis por indícios de manipulação do mercado, quatro por indícios de
abuso de informação privilegiada e três por defesa do mercado) transitaram para o Departamento de
Investigação para prosseguimento das averiguações. Nesse departamento foram abertos 27 novos processos,
dos quais se destacam sete inquéritos por abuso de informação privilegiada, quatro inquéritos por
manipulação de mercado e outros nove por exercício não autorizado de intermediação financeira por
sociedades sediadas em Portugal ou no estrangeiro. Dos processos em curso, concluiu-se o apuramento dos
factos em 33, entre os quais dez inquéritos na área de crimes do mercado.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
99
CMVM
Quadro 83 - Inquéritos Desenvolvidos em 2004 pelo Departamento de Investigação
Inquéritos Transitados Entrados Total Concluídos Pendentes Abuso de informação privilegiada 4 7 11 6 5 Manipulação de Mercado 3 4 7 4 3 Exercício não autorizado de intermediação 8 8 16 14 2 Outros ilícitos criminais 0 1 1 1 0 Outros ilícitos contra-ordenacionais 0 3 3 2 1 Cooperação com as autoridades judiciárias 1 1 2 2 0 Pedidos de assistência internacional 1 3 4 4 0 TOTAL 17 27 44 33 11
A investigação de situações de potencial abuso de informação, mais uma vez evidenciou que muitas
situações eventualmente suspeitas ocorrem nos dias imediatamente anteriores à divulgação pública de
informação que irá influenciar de maneira sensível a evolução da cotação de valores no mercado,
nomeadamente aquando do apuramento de resultados anuais ou trimestrais (favoráveis ou desfavoráveis à
emitente), operações de fusão, cisão ou transformação e, mais frequentemente, em anúncios de ofertas
públicas de aquisição.
Mereceram também despacho final de acusação por parte do Ministério Público e foram já objecto de
despacho de pronúncia outras participações de indícios de crime de abuso de informação e de manipulação
de mercado remetidas pela CMVM ao Departamento de Investigação e Acção Penal, pelo que se aguardam
os respectivos julgamentos ao longo do ano de 2005.
A CMVM investigou operações e práticas susceptíveis de pôr em risco a regularidade de funcionamento, a
transparência e a credibilidade do mercado envolvendo intermediários financeiros. Por outro lado, ao longo
de 2004 verificou-se que diversas pessoas singulares e colectivas de outras jurisdições ofereceram serviços
enquadráveis na actividade de consultoria autónoma para investimento em valores mobiliários a pessoas
residentes em Portugal, não autorizados, tendo sido objecto de investigação.
3.2.2 Supervisão das Entidades Gestoras e Sistemas Conexos
3.2.2.1 Situação Patrimonial das Sociedade Gestoras de Mercados e de Sistemas Conexos
Na qualidade da entidade responsável pela supervisão prudencial das entidades gestoras de mercados e de
sistemas conexos, a CMVM acompanha e analisa a situação económico-financeira das sociedades gestoras,
no sentido de preservar a sua solvabilidade.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
100
CMVM
Quadro 84 - Situação Patrimonial das Sociedades Gestoras (31 de Dezembro de 2004)
Unidade: 10^3 Euro
Sociedade Activo Passivo Capitais Ratio Resultados Rendibilidade dos Rendibilidade
Gestora Total Total Próprios Solvabilidade Líquidos Capitais Próprios do Activo Total (A) (B) (C) (C/B) (E) (E/C) (E/A) Euronext Lisbon Ind 34.162 6.892 27.270 396% 9.486 34,79% 27,77% Euronext Lisbon Cons 36.016 8.746 27.270 312% 8.746 32,07% 24,28% Interbolsa 19.190 1.861 17.329 931% 6.329 36,52% 32,98% MTS Portugal 1.827 318 1.508 474% 258 17,13% 14,15% OPEX 1.765 608 1.158 190% -650 -56,18% -36,84% Nota: Contas não auditadas. A MTS Portugal (sociedade gestora do MEDIP) continuou a apresentar uma estrutura patrimonial sólida,
assente em recursos próprios, com níveis de rendibilidade dos capitais próprios e do activo total satisfatórios
e um ratio de solvabilidade superior ao exigido regularmente.
Os proveitos operacionais estiveram em linha com os valores registados em 2003 e os custos operacionais
apresentaram uma quebra. Em consequência, o resultado operacional e o resultado líquido do exercício
foram superiores aos registados em 2003.
A Interbolsa (sociedade gestora de sistemas de liquidação e de sistemas centralizados de valores mobiliários)
continuou a apresentar igualmente uma estrutura patrimonial sólida, assente em recursos próprios, com
níveis de rendibilidade dos capitais próprios e do activo total elevados e um ratio de solvabilidade superior
ao exigido regularmente. O ano de 2004 foi marcado por um aumento da rendibilidade, assente sobretudo na
redução de custos operacionais. Os proveitos operacionais registaram um ligeiro aumento relacionado
essencialmente com o aumento das receitas provenientes do exercício de direitos de subscrição, do
pagamento de dividendos e da utilização do SLrt (sistema de liquidação real time). Como consequência, teve
lugar um acréscimo dos resultados operacionais e do resultado líquido do exercício face a 2003.
A Euronext Lisbon continuou também a apresentar uma estrutura patrimonial sólida, assente em recursos
próprios, com níveis de rendibilidade dos capitais próprios e do activo total elevados e um ratio de
solvabilidade superior ao exigido regularmente. Verificou-se uma melhoria da rendibilidade operacional
relacionada essencialmente com a redução de custos resultante do processo de reestruturação levado a cabo
em 2004. Com efeito, as receitas diminuíram face ao período homólogo por via da aplicação do novo
preçário aquando da migração do mercado a contado para a nova plataforma de negociação, pelo que a
performance da sociedade gestora em 2004 dependeu essencialmente da política de contenção de custos
aplicada.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
101
CMVM
O resultado líquido do exercício consolidado registou uma descida de 19% face a 2003. O resultado líquido
correspondente apenas à actividade da Euronext Lisbon (obtido após a dedução do resultado líquido da
Interbolsa, detida a 100% pela Euronext Lisbon) registou um decréscimo de 54% face a 2003, devido ao
facto de em 2003 se ter registado a operação de venda da actividade de Clearing à LCH.Clearnet, SA. que
gerou proveitos extraordinários.
Quadro 85 - Evolução das Principais Rubricas de Resultados da Euronext Lisbon
Unidade: Euro
∆ % Rubricas
2003
2004 (a) (2003-04)
Proveitos Operacionais 15.621.000 9.411.264 -40 Custos Operacionais ( 24.376.000 ) ( 7.144.695 ) -71 Resultados Operacionais ( 8.755.000 ) 2.266.569 126 Resultado Líquido Euronext/Interbolsa 11.659.000 9.486.249 -19 Resultado Líquido Euronext (b) 6.888.078 3.157.204 -54 Legenda: (a) Contas não auditadas; (b) Resultado líquido decorrente apenas da actividade da Euronext Lisbon, excluindo a participação financeira na Interbolsa. Em 18 de Junho de 2003, foi concedido o registo inicial da OPEX – Sociedade Gestora de Mercado de
Valores Mobiliários Não Regulamentado, S.A e do mercado PEX, que iniciaram a sua actividade em 19 de
Setembro de 2003. A sua actividade em 2004 foi caracterizada por um nível reduzido de operações, o que
constituiu factor determinante para a apresentação de rendibilidades negativas.
3.3 QUALIDADE DA INFORMAÇÃO
3.3.1 Governo das Sociedades
A CMVM procurou dar resposta à natureza dinâmica das matérias respeitantes ao governo das sociedades,
bem como às Recomendações da Comissão Europeia sobre independência dos auditores e ao Plano de Acção
da Comissão Europeia sobre Direito das Sociedades, elaborando, em finais de 2003, um novo conjunto de
recomendações sobre o Governo das Sociedades. O Regulamento da CMVM n.º 11/2003 vem alterar
algumas das recomendações previstas no Regulamento CMVM n.º 7/2001 e, simultaneamente, introduzir
novas recomendações. O grau de cumprimento médio situou-se em 56,1%19. Cinco das recomendações
avaliadas (1, 3, 5, 6 e 10) são cumpridas por mais de 60% das sociedades. As principais dificuldades residem
na recomendação 2 (6,5% das sociedades cotadas cumpriram a recomendação), devido à antecedência legal
ao bloqueio das acções prevista, aos prazos de envio do voto por correspondência e à existência de modelo 19 A recomendação 4 não foi incluida devido à dificuldade em avaliar o mérito das cláusulas defensivas existentes e indicadas pelas sociedades.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
102
CMVM
de boletim de voto, não serem cumpridos, e na recomendação 8 com 4,3% de cumprimento, pelo facto das
remunerações individuais dos administradores ou meios de alinhamento dos interesses dos administradores e
dos accionistas não serem indicados.
Gráfico 20 - Grau de Cumprimento das Recomendações sobre o Governo das Sociedades (2004)
0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%
100%
R1 R2 R3 R5 R6 R7 R8 R9 R10 Média
3.3.2 Relatórios de Análise Financeira (Research)
O ano de 2004 foi um ano de continuidade no que diz respeito à consolidação e implementação das acções
levadas a cabo pela CMVM em relação à actividade dos analistas financeiros e das recomendações de
investimento.
No que diz respeito às recomendações de investimento emitidas por intermediários financeiros, a CMVM
identificou 623 em 2004, correspondendo 61,5% a recomendações de compra e 12,8% a recomendações de
venda.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
103
CMVM
Gráfico 21 - Tipologia das Recomendações de Investimento
0%10%20%30%40%50%60%70%80%
2000 2001 2002 2003 2004
Compra Mantém Vende Neutral
Em relação ao número de recomendações efectuadas a cada valor mobiliário, cerca de 49,1% (53,7% em
2003) recaíram apenas sobre 5 títulos. De entre estes, a Portugal Telecom é alvo de 19,1% das
recomendações, seguida da EDP com 10,8%.
Gráfico 22 - Recomendações de Investimento e Valores Mobiliários
2003
19,9%
9,2%7,5%6,5%
10,7%
46,3%
PT TLE BCP Brisa EDP Outros
2004
19,1%10,8%
7,2%6,0%6,0%
50,9%
PT EDP BCP Brisa Sonae Outros
Por outro lado, cerca de 69% das recomendações foram emitidas por entidades nacionais e 31% por
entidades estrangeiras, o que revela um maior interesse por parte das entidades estrangeiras em relação ao
mercado de valores mobiliários nacional, quando comparado com o ano de 2003.
3.3.3 Difusão de Informação e Informação no Sítio da CMVM
A CMVM tem prosseguido o desenvolvimento e a ampliação dos mecanismos de transparência que
permitam não só um acesso mais rápido e equitativo, por todos os agentes do mercado, à informação pública
divulgada pelas entidades sujeitas à sua supervisão, mas também uma maior accountability da acção que
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
104
CMVM
exerce aos níveis regulamentar, da supervisão, da cooperação e sancionatório. Desta forma, pretende a
CMVM dotar o público em geral e os investidores de informação completa e actual sobre todos os aspectos
essenciais ao regular funcionamento do mercado de capitais.
Com a consolidação da integração da Bolsa portuguesa no grupo Euronext, a CMVM procurou tornar
também acessível aos agentes dos mercados que compõem este grupo toda a informação prestada a
residentes, tendo dado um impulso significativo na tradução para língua inglesa dos conteúdos
disponibilizados pelo sítio na Internet, o que envolveu, em 2004, o tratamento e revisão de mais de 220
documentos e cerca de 1.350 páginas de texto.
Durante o segundo semestre de 2004, a CMVM procedeu a uma reorganização profunda de todas as
vertentes do seu site: organização e apresentação de conteúdos, grafismo e soluções tecnológicas. Procedeu-
se ainda a uma restruturação da área dedicada à difusão de informação sobre intermediários financeiros que
passou a incluir a identificação completa de todas as entidades registadas na CMVM para o exercício de
actividades de intermediação financeira. Reorganizaram-se também as comunicações efectuadas pelos
emitentes de valores mobiliários, criando-se uma divisão temática das mesmas. Estendeu-se a utilização da
extranet a todos os tipos de comunicações, o que permitiu aos emitentes a divulgação da informação
obrigatória mesmo fora do horário de funcionamento da CMVM.
Quadro 86 - Evolução do Número de Documentos Divulgados por Tipo de Comunicação
2001 2002 2003 2004 Factos Relevantes 376 307 253 430 Outras Comunicações 901 838 1.016 1.291 Prestação de Contas 359 339 361 351 Participações Qualificadas 218 233 160 227 Documentos de Ofertas 128 85 114 103 Outros 85 107 160 191 TOTAL 2.067 1.909 2.064 2.593
Em 2004, o site da CMVM na Internet registou 832.299 utilizadores, o que representa um aumento de 40,4%
relativamente ao número de visitantes em 2003. Foram visitadas 7.959.128 páginas, um aumento de 17,2%
relativamente ao ano anterior. Na versão em língua inglesa do site, o número de utilizadores aumentou
36,2% e o número de páginas visitadas cresceu 35,1%.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
105
CMVM
3.3.4 Controlo da Informação dos Emitentes
3.3.4.1 Informação Periódica
A CMVM analisou a informação financeira elaborada pelos emitentes com valores cotados, merecendo
destaque a análise aos relatórios de auditoria que acompanham as contas anuais e semestrais. Pelo terceiro
ano consecutivo, a CMVM elaborou e divulgou, através do seu sítio na Internet, uma listagem com
referência à existência ou ausência de reservas de opinião do auditor.
Quadro 87 - Opiniões dos Auditores em Relação às Contas Anuais de 2003
RAE Simples Consolidadas RESERVAS DE OPINIÃO Relatórios Sem Reservas 71 60 Relatórios Com Reservas 27 18
Total 98 78 Reservas de Opinião Reservas em Imob. Financeiro 6,0% 10,3% Não aplicação do método da equivalência patrimonial 28,0% - Insuficiente Provisionamento de Clientes 10,0% 12,8% Reservas em Imobilizado Corpóreo 6,0% 5,1% Reservas na contabilização do goodwill 0,0% 10,3% Reservas em outros Imobilizados Incorpóreos 6,0% 15,3% Reservas em Critérios Contabilísticos 8,0% 7,7% Contabilização de Impostos Diferidos 2,0% 2,6% Responsabilidades Contigenciais 4,0% 0,0% Outras 2,0% 0,0%
Total 72,0% 64,1% Reservas de Âmbito Não Circularização 0,0% 0,0% Análise Limitada de Participadas 10,0% 15,4% Inexistência de Estudos Actuariais 0,0% 0,0% Avaliação de Activos 14,0% 12,8% Outras 4,0% 7,7%
Total 28,0% 35,9% Em situações de reserva por limitação de âmbito, a actuação da CMVM pautou-se pela solicitação de
esclarecimentos ao auditor sobre a situação que originou a emissão da referida reserva, seguida de
recomendação ao emitente sobre a resolução da situação.
Em situações de reserva por desacordo ou quando detectadas situações divergentes dos princípios
contabilísticos generalizadamente aceites em Portugal, a CMVM recomendou aos emitentes a correcção da
situação que originou a reserva. Face à recusa de alguns emitentes ou à impossibilidade de correcção devido
à publicação das contas ter entretanto ocorrido, a CMVM determinou, ao abrigo do artigo 245.º, n.º 4 do
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
106
CMVM
Cód.VM, a publicação de informações complementares necessárias para uma imagem mais verdadeira e
apropriada do património, resultados e da situação financeira do emitente.
Além dos relatórios de auditoria, a CMVM analisou os relatórios e contas dos emitentes, da qual resultou a
solicitação de esclarecimentos a uma série de entidades ou exigência de prestação de informação
complementar.
O universo dos emitentes obrigados a prestar informação financeira anual ao mercado durante 2004,
referente a 31 de Dezembro de 2003, foi o seguinte:
Quadro 88 - Emitentes Obrigados à Prestação de Informação Anual
Grupo Designação Nº Empresas A Entidades com acções admitidas à negociação no Mercado de Cotações 57 Oficiais e no Segundo Mercado da Euronext Lisbon B Entidades com obrigações e warrants admitidos à negociação no Mercado 44 de Cotações Oficiais e no Segundo Mercado da Euronext Lisbon TOTAL 101 Os documentos de prestação de contas anuais foram exigidos de acordo com a legislação e regulamentação
aplicáveis. A acrescer aos elementos mencionados no ano transacto, foi ainda exigido o Relato por
Segmentos, obrigatório para as sociedades dos grupos A e B.
Apesar dos esforços da CMVM e das próprias entidades emitentes, continuaram a verificar-se atrasos no
envio e publicação dos documentos de prestação de contas anuais, em proporção semelhante à do ano
anterior.
Quadro 89 - Envio à CMVM e Publicação dos Documentos de Prestação de Contas Anuais
Total Grupos A B
Cumprimento de Envio de Documentos à CMVM e de Publicação em Jornal de Grande Circulação Envio Publica.
Env. Pub. Env. Pub. Todos os documentos 98 98 57 57 41 41 Sem atraso 89 87 57 52 32 35 Apenas parte dos documentos 0 0 0 0 0 0 Nenhum documento 0 0 0 0 0 0 Total das Empresas 98 98 57 57 41 41
Com a entrada em vigor do Regulamento da CMVM n.º 4/2004, os documentos de prestação de contas
passaram a ser obrigatoriamente publicados no Sistema de Difusão de Informação da CMVM, mantendo-se
porém a opção de publicação noutros meios de comunicação, nomeadamente os disponibilizados pela
entidade gestora do mercado ou jornal de grande circulação. Assim, ainda que se tenham verificado atrasos
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
107
CMVM
pontuais na publicação das contas anuais, todos os emitentes divulgaram as suas contas anuais de 2003 no
sítio da Internet da CMVM, que se tornou um valioso instrumento de consulta para o público investidor.
Foram 56 os emitentes obrigados a prestar informação financeira semestral ao mercado durante 2004,
havendo apenas a registar um emitente que apresentou informação semestral com atraso.
Quadro 90 - Informação Semestral a Publicar
Documentos Acções no Mercado Acções no Segundo Mercado
de Cotações Oficiais 1º ano 2º ano e seguintes Relatório de Gestão O O O Balanço O O O Demonstração de Resultados O O O Anexos ao Balanço e Dem. Resultados O O O Resumo da informação por segmentos O O O Parecer do Auditor Externo O O O Lista de transacções de valores mobiliários emitidos pela Sociedade e efectuadas pelos titulares de órgãos sociais
O NE O
Lista de titulares de participações qualificadas O O O Legenda: O - Obrigatório; NE - Não Exigível.
Quadro 91 - Envio à CMVM e Publicação dos Documentos de Prestação de Contas Semestrais
Total Acções MCO Acções Segundo Mercado 1º ano +1 ano
Cumprimento de Envio de Documentos à CMVM e de Publicação em Jornal de
Grande Circulação Envio Publica. Envio Publica. Env. Pub. Env. Pub.
Todos os documentos 56 56 49 49 0 0 7 7 Sem atraso 55 55 49 49 0 0 6 6 Apenas parte dos documentos 0 0 0 0 0 0 0 0 Nenhum documento 0 0 0 0 0 0 0 0 Total das Empresas 56 56 49 49 0 0 7 7
Os emitentes com acções admitidas no Mercado de Cotações Oficiais da Euronext Lisbon são ainda
obrigados a prestar informação financeira trimestral, cujo conteúdo deve, no mínimo, corresponder ao
exigido em modelo disponibilizado pela CMVM. Registou-se apenas um atraso no envio e publicação da
informação relativa ao primeiro trimestre de 2004.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
108
CMVM
Quadro 92 - Entidades que Prestam Contas Trimestrais
Mercado Nº Empresas Primeiro Trimestre Acções Mercado de Cotações Oficiais 50 Sociedades Não Obrigadas 0 TOTAL 50 Terceiro Trimestre Acções Mercado de Cotações Oficiais 49 Sociedades Não Obrigadas 0 TOTAL 49
Quadro 93 - Envio à CMVM e Publicação dos Documentos de Prestação de Contas Trimestrais
1º Trim 3º Trim 1º Trim 3º Trim Cumprimento de Envio de Documentos à CMVM e de Publicação em Jornal de Grande Circulação Envio Publicação
Todos os documentos 50 49 50 49 Sem atraso 49 49 49 49 Apenas parte dos documentos 0 0 0 0 Nenhum documento 0 0 0 0 Total das Empresas 50 49 50 49
A transição para as Normas Internacionais de Contabilidade, obrigatória para as demonstrações financeiras
elaboradas a partir de 1 de Janeiro de 2005, foi uma das matérias a que a CMVM dedicou particular atenção.
Além do acompanhamento nos grupos internacionais onde a CMVM está representada, salienta-se o trabalho
desenvolvido com outros organismos nacionais relativo ao âmbito de aplicação destas Normas. Em finais de
2004, a CMVM enviou um questionário aos emitentes de modo a aferir do seu grau de preparação para o
processo de transição.
3.3.4.2 Divulgação de Informação Contínua
A divulgação de factos relevantes continuou a merecer muita atenção da CMVM, dado o eventual impacto
da informação na formação dos preços em mercado. Em variadas situações, a CMVM solicitou
esclarecimentos imediatos às entidades emitentes sobre informação susceptível de qualificação como facto
relevante, dando particular ênfase à quantificação financeira da informação. Foram analisados com maior
profundidade três casos de eventual incumprimento no dever de comunicação de factos relevantes, tendo
sido instaurado processo de contra-ordenação em um deles.
A estrutura proprietária e o controlo das entidades emitentes também foi uma área de particular destaque pela
CMVM. A transparência dos participantes em sociedades abertas motivou pedidos de esclarecimentos
relacionados com dezasseis sociedades abertas. Foram também instaurados cinco processos de contra-
ordenação por incumprimento dos deveres de comunicação de participações qualificadas.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
109
CMVM
Tema conexo é o do dever de comunicação à CMVM, estabelecido no Regulamento da CMVM n.º 7/2001
(com a redacção dada pelo Regulamento n.º 11/2003), de transacções de acções por parte de membros do
órgão de administração de entidades emitentes de acções admitidas em mercado. Foram instaurados sete
processos de contra-ordenação por incumprimento deste dever.
3.3.5 Registo e Acompanhamento dos Auditores Externos
No ano de 2004 foram registados dois novos auditores, tendo-se procedido ao acompanhamento da
verificação dos requisitos e condições de funcionamento através de acções de supervisão presenciais,
previamente à concessão daquele registo. Procedeu-se, ainda, ao cancelamento de quatro auditores,
passando assim para 48 o número de auditores registados na CMVM no final do ano. A CMVM registou
ainda averbamentos em 12 auditores, tendo como principal motivo entradas e saídas de sócios e revisores
contratados.
Deu-se continuidade aos estudos e acompanhamento das alterações em discussão da 8ª Directiva
Comunitária sobre Direito das Sociedades onde merecem tratamento, nomeadamente, novos requisitos de
independência dos auditores, sistemas de supervisão, requisitos de registo e deveres especiais em caso de
prestação de serviços para entidades cotadas bem como adopção de normas internacionais de auditoria. Estas
matérias têm vindo a ser especialmente tomadas em consideração, quer na aferição das condições de
funcionamento de novos candidatos a registo junto da CMVM, quer nas condições de funcionamento de
auditores já registados.
Prosseguiram as acções de supervisão dos auditores externos, das quais resultaram recomendações no
sentido do melhoramento do exercício da respectiva actividade. Ainda em matéria de controlo de qualidade,
a CMVM colaborou com a Ordem dos Revisores Oficiais de Contas, no âmbito do seu programa anual de
verificação dos trabalhos dos auditores.
3.4 QUALIDADE DA INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA
3.4.1 Supervisão Presencial e à Distância
As acções de supervisão realizadas durante o ano de 2004 centraram-se na detecção da existência de
eventuais indícios de conflitos de interesse, assim como na verificação do cumprimento das determinações
emitidas pela CMVM, na sequência das acções de supervisão anteriormente realizadas. Acresce ainda a
avaliação presencial da adequação de meios materiais, técnicos e humanos, bem como da suficiente
segregação funcional e institucional, para efeitos da concessão de registo prévio para o exercício de
actividades no âmbito de gestão de activos e de intermediação financeira em geral.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
110
CMVM
Relativamente à supervisão à distância na área de gestão de activos, destaca-se a verificação do cumprimento
das regras legalmente aplicáveis aos fundos de investimento mobiliário, imobiliário, fundos de capital de
risco e fundos de titularização de créditos, bem como o reforço da supervisão realizada no âmbito da
valorização do património dos fundos de investimento mobiliário.
Prosseguiram as acções de supervisão presenciais aos intermediários financeiros registados na CMVM para o
exercício de actividades de intermediação financeira. As acções de supervisão centraram-se na detecção de
eventuais conflitos de interesse entre os intermediários financeiros e os seus clientes, na prestação do serviço
de registo e depósito de valores mobiliários, funcionamento da área de research e procedimentos destinados
à prevenção de práticas de branqueamento de capitais.
Quadro 94 - Acções de Supervisão Presencial da Actividade Corrente
Intermediários Financeiros 2001 2002 2003 2004 Sociedades Gestoras de Fundos de Investimento Mobiliário 8 9 5 3 Sociedades Gestoras de Fundos de Investimento Imobiliário 8 16 4 2 Sociedades Gestoras de Patrimónios 7 13 4 2 Instituições de Crédito, Soc. Corretoras e Soc. Financeiras de Corretagem 26 32 16 11 Sucursais (Instituições de Crédito e Empresas de Investimento) 0 6 0 0 Sites (recepção de ordens e comercialização de fundos de investimento) 27 55 41 55 Consultores Autónomos - 0 5 1 Peritos Avaliadores de Imóveis - 0 0 3
Total 76 131 75 77 3.4.2 Supervisão da Prestação de Serviços Financeiros através da Internet
Em 2004 foram supervisionados a totalidade dos sítios de Internet onde se procede à recepção de ordens para
subscrição ou transacção de valores mobiliários e se comercializam unidades de participação em fundos de
investimento. Na sequência das acções de supervisão desenvolvidas neste âmbito, os intermediários
financeiros são notificados pela CMVM para implementar os ajustamentos solicitados, decorrentes da
regulamentação em vigor, de forma a prestar o serviço em condições de eficiência e segurança.
3.5 PROCESSOS DE CONTRA-ORDENAÇÃO
Em 2004 foram iniciados na CMVM 81 processos de contra-ordenação, sendo que existiam 38 processos
transitados de anos anteriores, num total de 119 processos. No que respeita ao âmbito desses processos, os
ilícitos relativos a deveres dos intermediários financeiros (27%), organismos de investimento colectivo
(26%) e deveres de informação (18%) são os mais relevantes.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
111
CMVM
Quadro 95 - Processos de Contra-Ordenação
Na CMVM Total PAI ITEM SOIC DI PQ RCA RCS RCT IFnA PSFaI DIF Processo transitados de anos anteriores 38 0 3 4 10 4 0 1 1 3 2 10 Iniciados em 2004 81 0 6 27 12 7 5 0 0 1 0 23 Total 119 0 9 31 22 11 5 1 1 4 2 33 Processos investigados e não instaurados 22 0 1 12 2 0 0 0 0 1 1 5 Processos decididos 30 0 1 10 3 8 2 0 0 0 0 6 Processos em curso 67 0 7 9 17 3 3 1 1 3 1 22 Total 119 0 9 31 22 11 5 1 1 4 2 33 Nos Tribunais Decididos em Tribunal 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 A decorrer no Tribunal 3 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 Total 4 0 0 2 1 1 0 0 0 0 0 0 Legenda: PAI - Protecção e Apoio ao Investidor RCS - Relatório e Contas Semestrais ITEM – Integridade, Transparência e Equidade do Mercado RCT - Relatório e Contas Trimestrais SOIC - Supervisão dos Organismos de Investimento Colectivo IFnA - Intermediação Financeira não Autorizada DI - Difusão da Informação PSFaI - Prestação de Serv. Financ. através da Internet PQ - Participações Qualificadas DIF - Deveres dos Intermediários Financeiros RCA - Relatório e Contas Anuais
3.6 REGULAÇÃO
3.6.1 Regulamentos e Instruções da CMVM
Em sede dos organismos de investimento colectivo foi aprovado o Regulamento n.º 7/2004 que teve como
objectivo estabelecer as regras para a comercialização em Portugal de organismos de investimento colectivo
harmonizados domiciliados noutro Estado-Membro da União Europeia que, transitoriamente, não disponham
de prospecto simplificado. No ano de 2004 foram também desenvolvidos os trabalhos preparatórios relativos
à alteração do Regulamento da CMVM nº 8/2002, a qual foi concretizada em Janeiro de 2005.
No que concerne à actividade de capital de risco, na sequência da alteração ao regime jurídico do capital de
risco (Decreto-Lei n.º 151/2004, de 29 de Junho) que alargou o âmbito de actuação da CMVM, o
Regulamento da CMVM n.º 8/2004 veio concretizar o regime de prestação de informação à CMVM, a
admissão à negociação de unidades de participação de fundos de capital de risco e a aquisição de fundos para
investidores qualificados no âmbito da gestão de carteiras.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
112
CMVM
Em matéria de emitentes e deveres de informação foram aprovados cinco regulamentos. O primeiro visou o
desenvolvimento do Decreto-Lei n.º 69/2004, de 25 de Março que introduziu alterações no regime do papel
comercial. Em consequência deste regulamento, o Regulamento n.º 7/2003 em matéria de taxas foi também
alterado pelo Regulamento n.º 2/2004. O Regulamento n.º 7/2003 foi ainda alterado em 2004 pelo
Regulamento n.º 6/2004 que procedeu a um desagravamento de diversas taxas que oneram os emitentes. O
Regulamento n.º 4/2004 visou a actualização dos meios de divulgação de informação a utilizar pelos
emitentes e uma melhor sistematização dos deveres informativos a que se encontram sujeitos. O
Regulamento n.º 5/2004, por seu turno, desenvolveu em matéria de warrants autónomos o regime constante
do Decreto-Lei n.º 70/2004, de 25 de Março.
No que concerne às instruções, foram aprovadas pela CMVM cinco instruções no âmbito da gestão de
activos. A Instrução n.º 1/2004, sobre a carteira de organismos de investimento colectivo, a Instrução n.º
2/2004, sobre a carteira de fundos de investimento imobiliário e a Instrução n.º 3/2004, sobre o valor das
unidades de participação de organismos de investimento colectivo e fundos de investimento imobiliário,
tiveram como objectivo actualizar as informações recebidas pela CMVM. A Instrução n.º 4/2004 estabeleceu
o modo de envio trimestral à CMVM de informação sobre a actividade de fundos de investimento
imobiliário. Nos termos da Instrução n.º 5/2004, as entidades gestoras de fundos de titularização de créditos
passam a reportar mensalmente à CMVM, através do domínio de extranet, a composição discriminada da
carteira de aplicações de cada fundo que administrem. Em matéria de Intermediação Financeira foram
aprovadas 3 instruções: as Instruções da CMVM nºs 7, 8 e 9/2004, aplicáveis, respectivamente, às
actividades de recepção de ordens por conta de outrem, execução de ordens por conta de outrem e
negociação por conta própria em valores mobiliários.
3.6.2 Pareceres Genéricos, Entendimentos e Recomendações da CMVM
Com incidência na área de emitentes, a CMVM aprovou a Recomendação sobre a designação identificativa
de valores mobiliários. A recomendação surge na sequência da abolição do princípio da taxatividade dos
tipos de valores mobiliários e visa dar orientações aos vários agentes de mercado quanto à designação de
valores mobiliários atípicos ou que contenham elementos de mais do que um tipo de valor mobiliário.
A CMVM designou, a pedido da autoridade judiciária, um perito que procedeu à elaboração de um parecer,
considerado de especial complexidade, que tinha por objecto a descrição e apreciação das decisões de
investimento especulativo em derivados, efectuadas por responsável de uma sociedade industrial, as quais
poderão ser consideradas lesivas dos interesses patrimoniais da mesma.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
113
CMVM
3.6.3 Colaboração com Outras Entidades na Elaboração de Normas
Durante 2004 a CMVM desencadeou e participou em diversos processos legislativos com incidência na área
do Direito dos Valores Mobiliários, donde se destacam o Decreto-Lei n.º 69/2004 de 25 de Março, que
regula a disciplina aplicável aos valores mobiliários de natureza monetária designados por papel comercial e
o Decreto-Lei n.º 66/2004, de 24 de Março, que altera o Código dos Valores Mobiliários introduzindo,
nomeadamente, a adopção dum princípio de liberdade de criação de valores mobiliários, em detrimento do
anterior princípio de tipicidade dos mesmos.
Com impacto assinalável na estrutura do mercado de capitais, são de referir os processos legislativos de
transposição das Directivas de Abuso de Mercados e de Prospectos, ainda em curso, da Directiva relativa à
Sociedade Europeia, a revisão do regime das obrigações hipotecárias, a proposta de definição do regime de
tributação dos rendimentos de valores mobiliários representativos de dívida e a fixação das opções nacionais
quanto à aplicação do regime das International Financial Reporting Standards (IFRS) às sociedades
nacionais.
A CMVM elaborou um anteprojecto de revisão do Regime Jurídico dos fundos de investimento imobiliário,
o qual veio a ser publicado em 7 de Janeiro de 2005. Foi também elaborado pela CMVM um projecto de
revisão do regime jurídico do capital de risco, o qual veio a ser publicado em 29 de Junho de 2004 (Decreto-
Lei n.º 151/2004).
3.7 COOPERAÇÃO
3.7.1 Cooperação com Autoridades Nacionais
A CMVM tomou parte em diversos grupos de trabalho interministeriais (Ministérios das Finanças, Justiça,
Negócios Estrangeiros e Economia), que integraram outras autoridades de supervisão, para efeitos de
coordenação da posição nacional nas negociações de diversas Directivas, respectiva transposição ou ainda
posicionamento face a iniciativas da Comissão Europeia na área do mercado interno, em geral, e dos serviços
financeiros, em particular. A CMVM manteve ainda uma cooperação estreita com o Gabinete de Relações
Internacionais, Europeias e de Cooperação do Ministério da Justiça, no acompanhamento de diversos
trabalhos a decorrer em fora vocacionados para o tratamento de questões de Direito internacional privado.
Tal como em anos anteriores, a CMVM estreitou os canais de cooperação com as outras duas autoridades de
supervisão do sistema financeiro nacional, tendo sido constituídos diversos grupos de trabalho que integram
representantes da CMVM, do Banco de Portugal e do Instituto de Seguros de Portugal. Foram visadas
matérias de supervisão e regulação financeiras, designadamente na área dos conglomerados financeiros,
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
114
CMVM
liquidação e compensação e auditoria, analisando-se o grau de adopção dos princípios internacionais nos
sectores mobiliário, bancário e segurador. Para o efeito, as três autoridades de supervisão nacionais
trabalharam em estreita cooperação, nomeadamente na preparação da avaliação, pelo Fundo Monetário
Internacional, do grau de cumprimento dos referidos princípios internacionais, em Portugal.
De referir ainda que a CMVM estabeleceu um protocolo com o Banco de Portugal para troca de
informações, numa base periódica, sobre falhas de liquidação de operações realizadas na Euronext Lisbon.
O envolvimento com o Conselho Nacional de Supervisores Financeiros (CNSF) também prosseguiu, à
semelhança dos anos anteriores, sendo este ano preenchido com um acompanhamento próximo da 8.ª
Directiva de Direito das Sociedades, respeitante à auditoria. O grupo de trabalho constituído no âmbito do
CNSF para as matérias relacionadas com o branqueamento de capitais realizou um exercício de self-
assessment das Quarenta Recomendações do GAFI (Grupo de Acção Financeira Internacional) relativas ao
branqueamento de capitais e das Oito Recomendações Especiais sobre o financiamento do terrorismo, à luz
do actual enquadramento legal e das práticas de supervisão existentes.
3.7.2 Cooperação com Instituições Congéneres Estrangeiras
Ao longo de 2004, a CMVM reforçou a cooperação com Autoridades congéneres estrangeiras, tendo
assinado Memorandos de Acordo bilaterais, para efeitos de assistência e troca de informações, com as
autoridades de supervisão mobiliária de Malta, da Malásia e da República da China.
No âmbito do Grupo de Reguladores do Euronext a CMVM deu sequência à sua colaboração com as
autoridades de supervisão dos mercados de valores mobiliários francês, belga e holandês ao nível do
Working Party 2 (que executou trabalhos em relação às práticas de mercado primário, recomendações no
contexto de oferta pública e guia de reguladores), a que se juntou a congénere britânica ao nível do Working
Party 7 (Supervisão coordenada de Entidades Gestoras Euronext).
Dando cumprimento ao dever de cooperação que lhe está cometido por lei, a CMVM prestou assistência
internacional a diversas congéneres estrangeiras, designadamente para efeitos de troca de informação sobre
actividade transfronteiriça de intermediários financeiros, sobretudo em relação a intermediação financeira
não autorizada, participações qualificadas e investigações em relação à suspeita de práticas ilícitas
verificadas nos mercados de valores mobiliários.
A CMVM continuou a presidir ao Conselho das Autoridades do Instituto Iberoamericano de Mercados de
Valores Mobiliários, em cujo âmbito foram tratadas matérias como os poderes de enforcement das
Autoridades e a comparabilidade dos IFRS com regras nacionais.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
115
CMVM
3.7.3 Participação em Organismos da União Europeia
A CMVM continuou a integrar a delegação portuguesa em diversos fora contabilísticos comunitários,
especificamente no Comité de Regulamentação Contabilística e no Comité de Contacto, bem como a
participar nos trabalhos do Comité de Auditoria.
No âmbito do Conselho da União Europeia, a CMVM marcou presença nos trabalhos de discussão da
Proposta de Directiva do Parlamento Europeu e do Conselho que altera as Directivas 78/660/CEE (4.ª
Directiva de Direito das Sociedades) e 83/349/CEE (7.ª Directiva de Direito das Sociedades) respeitantes às
contas individuais de certas sociedades e contas consolidadas, bem como no grupo de trabalho que discutiu
os problemas de transposição da Directiva dos Prospectos. A CMVM integrou também o Grupo de Peritos
em Direito das Sociedades junto da Comissão Europeia, no âmbito do qual foram discutidos a Proposta de
Directiva de alteração Directiva 84/253/CEE (8.ª Directiva de Direito das Sociedades) e as Propostas de
Recomendação da Comissão Europeia sobre remuneração dos administradores e o papel dos administradores
não executivos.
No âmbito do Comité Europeu de Valores Mobiliários e do Conselho da União Europeia são de salientar os
trabalhos de implementação das Directivas OICVM, o acompanhamento dos trabalhos de nível 2 (medidas
de implementação) desenvolvidos no contexto da Directiva sobre os Mercados de Instrumentos Financeiros,
e a aprovação das medidas de implementação das Directivas sobre Abuso de Mercado e Prospectos.
A CMVM continuou a acompanhar a troca de experiências no âmbito da FIN-NET, a rede europeia de
entidades e sistemas de resolução extra-judicial de conflitos na área dos serviços financeiros.
Foi aprovado o relatório que consagrou uma posição comum a adoptar pelos Estados Membros, aquando da
transposição das directivas OICVM, relativamente à utilização de instrumentos financeiros derivados,
resultante de Task Force coordenada pela CMVM, na sequencia do entretanto extinto Comité de Contacto da
Directiva OICVM (que passou a funcionar ao nível do CESR).
3.7.4 Committee of European Securities Regulators − CESR
A CMVM participou nos trabalhos desenvolvidos no âmbito dos grupos de peritos criados no CESR para
efeitos da implementação das medidas de nível 3, relativas à Directiva dos Prospectos, na qualidade de
Presidente do grupo de trabalho, e à Directiva sobre Abuso de Mercado.
A CMVM tem participado nos trabalhos desenvolvidos pelo grupo de peritos do CESR e do BCE relativo à
supervisão dos sistemas de compensação e liquidação de operações sobre valores mobiliários, tendo sido
aprovados os standards sobre liquidação. A CMVM participa ainda nos dois grupos permanentes
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
116
CMVM
actualmente existentes no CESR, o CESRPOL e o CESRFIN (respectivamente vocacionados para a
cooperação nas áreas da troca de informação e imposição do cumprimento dos deveres no exercício de
actividades sobre valores mobiliários e da contabilidade).
A CMVM tem coordenado e participado em projectos específicos na área contabilística, designadamente na
definição de princípios europeus para o enforcement da aplicação das IFRS. Na área da auditoria foi ainda
constituída a Audit Task Force, da qual a CMVM faz parte.
O CESR prosseguiu os trabalhos de nível 2 relativamente à Directiva sobre os Mercados de Instrumentos
Financeiros, isto é, de propostas de medidas de implementação desta Directiva, a apresentar à Comissão
Europeia. A CMVM integrou os três grupos de peritos com mandatos de elaboração das medidas de
execução para as seguintes áreas: intermediários financeiros, mercados e cooperação/enforcement.
Relativamente à regulação da gestão de activos, a CMVM participa dos trabalhos do CESR - Grupo ad hoc –
Undertakings for Collective Investment in Transferable Securities (UCITS), o qual tem por objectivo a
harmonização entre os vários estados membros da supervisão em matéria de organismos de investimento
colectivo, das regras relativas à sua comercialização transfronteiriça e da implementação das UCITS
Directives.
3.7.5 Organização Internacional das Comissões de Valores − OICV/IOSCO
A CMVM integra o Comité Executivo da OICV/IOSCO e o Grupo Decisório responsável pela validação da
adesão das autoridades de supervisão ao Memorando de Acordo Multilateral de Cooperação da
OICV/IOSCO.
A nível do Comité Técnico, a CMVM continuou a sua participação em dois dos seus grupos: o Standing
Committee on Enforcement and Exchange of Information (SC 4), em cujo âmbito são discutidas e adoptadas
práticas de cooperação internacional entre as autoridades de supervisão, com o objectivo de reforçar a
prevenção de práticas de mercado abusivas, à escala global e o Standing Committee on Investment
Management (SC 5), no domínio da gestão de activos. Neste contexo, a CMVM liderou, em conjunto com a
Securities and Exchange Commission dos Estados Unidos da América, um projecto relativo à análise do
Governo de Organismo de Investimento Colectivo (OIC), tendo sido elaborado e aprovado pelo SC5 um
relatório onde se propõem princípios gerais que devem estar subjacentes a um bom Governo dos OIC. Ao SC
5 foram ainda cometidos mandatos tendentes à definição de standards internacionais de supervisão na área
da gestão de activos.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
117
CMVM
Foi criada uma Task Force de combate à fraude financeira, ao nível dos Presidentes das Autoridades de
supervisão, a fim de ser dada uma resposta coordenada da IOSCO/OICV aos recentes escândalos financeiros
(abuso de mercado). Este Sub-comité de Presidentes foi também integrado pela CMVM.
Lisboa, 16 de Fevereiro de 2005
O Conselho Directivo
Fernando Teixeira dos Santos – Presidente
Luís Lopes Laranjo – Vice-Presidente
Amadeu Ferreira – Vogal
Rui Ambrósio Tribolet – Vogal
Carlos Costa Pina - Vogal
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
118
CMVM
ANEXO
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
119
CMVM
ANEXO
Legislação Relativa ao Mercado de Valores Mobiliários Publicada em 2004
LEIS
Lei n.º 3/2004, 15/01 - Aprova a lei quadro dos institutos públicos
Lei n.º 5/2004, de 10/02 - Lei das Comunicações Electrónicas [Declaração de Rectificação n.º 32-A/2004,
de 20/04 - De ter sido rectificada a Lei n.º 5/2004, de 10 de Fevereiro (Lei das Comunicações Electrónicas),
publicada no Diário da República, I Série -A, n.º 34, de 10 de Fevereiro de 2004]
Lei n.º 11/2004, de 27/03 - Estabelece o regime de prevenção e repressão do branqueamento de vantagens de
proveniência ilícita e procede à 16.ª alteração ao Código Penal e à 11.ª alteração ao Decreto-Lei n.º 15/93, de
22 de Janeiro [Declaração de Rectificação n.º 45/2004, de 05/06 - De ter sido rectificada a Lei n.º 11/2004,
de 27 de Março (estabelece o regime de prevenção e repressão do branqueamento de vantagens de
proveniência ilícita e procede à 16.ª alteração ao Código Penal e à 11.ª alteração ao Decreto-Lei n.º 15/93, de
22 de Janeiro)]
Lei n.º 27/2004, de 16/07 - Primeira alteração à Lei n.º 11/2004, de 27 de Março, que estabelece o regime de
prevenção e repressão do branqueamento de vantagens de proveniência ilícita e procede à 16.ª alteração ao
Código Penal e à 11.ª alteração ao Decreto-Lei n.º 15/93, de 22 de Janeiro
Lei n.º 29/2004, de 17/07 - Autoriza o Governo a legislar sobre a liquidação de instituições de crédito e
sociedades financeiras
Lei n.º 32/2004, de 22/07 - Estabelece o estatuto do administrador da insolvência
Lei Constitucional n.º 1/2004, de 24/07 - Sexta revisão constitucional
Lei n.º 41/2004, de 18/08 - Transpõe para a ordem jurídica nacional a Directiva n.º 2002/58/CE, do
Parlamento Europeu e do Conselho, de 12 de Julho, relativa ao tratamento de dados pessoais e à protecção da
privacidade no sector das comunicações electrónicas
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
120
CMVM
Lei n.º 43/2004, de 18/08 - Lei de organização e funcionamento da Comissão Nacional de Protecção de
Dados
Lei n.º 48/2004, de 24/08 - Terceira alteração à Lei n.º 91/2001, de 20 de Agosto (lei de enquadramento
orçamental)
Lei n.º 55/2004, de 30/12 - Primeira alteração à Lei n.º 107-B/2003, de 31 de Dezembro (Orçamento do
Estado para 2004)
Lei n.º 55-A/2004, de 30/12 - Grandes Opções do Plano para 2005
Lei n.º 55-B/2004, de 30/12 - Orçamento do Estado para 2005
DECRETOS-LEI
Decreto-Lei n.º 7/2004, de 07/01 - No uso da autorização legislativa concedida pela Lei n.º 7/2003, de 9 de
Maio, transpõe para a ordem jurídica nacional a Directiva n.º 2000/31/CE, do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 8 de Junho de 2000, relativa a certos aspectos legais dos serviços da sociedade de informação,
em especial do comércio electrónico, no mercado interno
Decreto-Lei n.º 17/2004, de 15/01 - Altera o artigo 119.º do Código do IRS, aprovado pelo Decreto-Lei n.º
442-A/88, de 30 de Novembro
Decreto-Lei n.º 30/2004, de 06/02 - Atribui à Autoridade da Concorrência parte das receitas de entidades
reguladoras sectoriais, provenientes de taxas cobradas pelos serviços por elas prestados
Decreto-Lei n.º 49/2004, de 10/03 - Revoga o Decreto-Lei n.º 380/93, de 15 de Novembro, que estabelece
regras relativas à aquisição de acções representativas do capital das sociedades a reprivatizar
Decreto-Lei n.º 53/2004, de 18/03 - No uso da autorização legislativa concedida pela Lei n.º 39/2003, de 22
de Agosto, aprova o Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas
Decreto-Lei n.º 54/2004, de 18/03 - Estabelece o regime jurídico das sociedades de administradores da
insolvência
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
121
CMVM
Decreto-Lei n.º 57/2004, de 19/03 - Estabelece as normas de execução do Orçamento do Estado para 2004
Decreto-Lei n.º 60/2004, 22/03 - Altera o Decreto-Lei n.º 176/95, de 26 de Julho, que estabelece regras de
transparência para a actividade seguradora e disposições relativas ao regime jurídico do contrato de seguro
Decreto-Lei n.º 66/2004, de 24/03 - Altera o Código dos Valores Mobiliários, aprovado pelo Decreto-Lei n.º
486/99, de 13 de Novembro
Decreto-Lei n.º 69/2004, de 25/03 - Regula a disciplina aplicável aos valores mobiliários de natureza
monetária designados por papel comercial
Decreto-Lei n.º 70/2004, de 25/03 - Altera o Decreto-Lei n.º 172/99, de 20 de Maio, que regula a emissão,
negociação e comercialização de warrants autónomos
Decreto-Lei n.º 88/2004, de 20/04 - Transpõe para a ordem jurídica nacional a Directiva n.º 2001/65/CE, do
Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de Setembro, relativa às regras de valorimetria aplicáveis às
contas individuais e consolidadas de certas formas de sociedades, bem como dos bancos e de outras
instituições financeiras [Declaração de Rectificação n.º 52/2004, de 17/06 - De ter sido rectificado o
Decreto-Lei n.º 88/2004, do Ministério das Finanças, que transpõe para a ordem jurídica nacional a Directiva
n.º 2001/65/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de Setembro, relativa às regras de valorimetria
aplicáveis às contas individuais e consolidadas de certas formas de sociedades, bem como dos bancos e de
outras instituições financeiras, publicado no Diário da República, I Série , n.º 93, de 20 de Abril de 2004]
Decreto-Lei n.º 92/2004, de 20/04 - No uso da autorização legislativa concedida pela Lei n.º 107-B/2003, de
31 de Dezembro, estabelece a forma, extensão e limites da interconexão de dados entre os serviços da
administração fiscal e as instituições da segurança social
Decreto-Lei n.º 105/2004, de 08/05 - Aprova o regime jurídico dos contratos de garantia financeira e
transpõe para a ordem jurídica nacional a Directiva n.º 2002/47/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho,
de 6 de Junho, relativa aos acordos de garantia financeira
Decreto-Lei n.º 151/2004, de 29/06 - Altera o Decreto-Lei n.º 319/2002, de 28 de Dezembro, que disciplina
a constituição e actividade das sociedades de capital de risco e dos fundos de capital de risco
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
122
CMVM
Decreto-Lei n.º 165/2004, de 06/06 - Altera o artigo 29.º do Decreto-Lei n.º 290-D/99, de 2 de Agosto, que
aprova o regime jurídico dos documentos electrónicos e da assinatura digital, na redacção que lhe foi dada
pelo Decreto-Lei n.º 62/2003, de 3 de Abril
Decreto-Lei n.º 199/2004, de 18/08 - Estabelece medidas de carácter extraordinário tendo em vista a
regularização da situação jurídica do património imobiliário do Estado e dos institutos públicos
Decreto-Lei n.º 200/2004, de 18/08 - Altera o Decreto-Lei n.º 53/2004, de 18 de Março, que aprova o
Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas
Decreto-Lei n.º 201/2004, de 18/08 - Altera o Decreto-Lei n.º 316/98, de 20 de Outubro, que institui o
procedimento extrajudicial de conciliação para viabilização de empresas em situação de insolvência ou em
situação económica difícil
Decreto-Lei n.º 204/2004, de 19/08 - Altera pela quarta vez o Código Cooperativo, aprovado pela Lei n.º
51/96, de 7 de Setembro, concedendo às cooperativas a faculdade de emitir títulos de capital e títulos de
investimento, sob a forma escritural
Decreto-Lei n.º 218-A/2004, de 25/10 - Aprova a 5.ª fase do processo de reprivatização do capital social da
EDP - Electricidade de Portugal, S.A.
Decreto-Lei n.º 243/2004, de 31/12 - Aprova a 1.ª e a 2.ª fases do processo de reprivatização directa da
Electricidade dos Açores, S. A
Decreto-Lei n.º 241-B/2004, de 30/12 - Determina que constituem receita geral do Estado de 2004 85% dos
saldos de gerência existentes em 31 de Dezembro de 2003 da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários
(CMVM), da Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM), da Entidade Reguladora dos Serviços
Energéticos (ERSE) e do Instituto de Seguros de Portugal (ISP)
DECRETOS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Decreto do Presidente da República n.º 4-A/2004, de 15/01, Presidência da República - Ratifica o
Tratado entre o Reino da Bélgica, o Reino da Dinamarca, a República Federal da Alemanha, a República
Helénica, o Reino de Espanha, a República Francesa, a Irlanda, a República Italiana, o Grão-Ducado do
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
123
CMVM
Luxemburgo, o Reino dos Países Baixos, a República da Áustria, a República Portuguesa, a República da
Finlândia, o Reino da Suécia, o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte (Estados membros da
União Europeia) e a República Checa, a República da Estónia, a República de Chipre, a República da
Letónia, a República da Lituânia, a República da Hungria, a República de Malta, a República da Polónia, a
República da Eslovénia e a República Eslovaca Relativo à Adesão à União Europeia da República Checa, da
República da Estónia, da República de Chipre, da República da Letónia, da República da Lituânia, da
República da Hungria, da República de Malta, da República da Polónia, da República da Eslovénia e da
República Eslovaca, incluindo o Acto Relativo às Condições de Adesão da República Checa, da República
da Estónia, da República de Chipre, da República da Letónia, da República da Lituânia, da República da
Hungria, da República de Malta, da República da Polónia, da República da Eslovénia e da República
Eslovaca e às adaptações dos tratados em que se funda a União Europeia, os anexos, os protocolos e a Acta
Final com as suas declarações, assinado em Atenas em 16 de Abril de 2003
Decreto do Presidente da República n.º 20/2004, de 29/04 - Ratifica a decisão do Conselho, reunido ao
nível dos Chefes de Estado ou de Governo, de 21 de Março de 2003, relativa a uma alteração do n.º 2 do
artigo 10.º dos Estatutos do Sistema Europeu de Bancos Centrais e do Banco Central Europeu, aprovada,
para ratificação, pela Resolução da Assembleia da República n.º 35/2004, em 15 de Abril de 2004
DIRECTIVAS COMUNITÁRIAS
Directiva 2003/123/CE do Conselho, de 22 de Dezembro de 2003, JO L 7, de 13/01 - que altera a
Directiva 90/435/CEE relativa ao regime fiscal comum aplicável às sociedades-mãe e sociedades afiliadas de
Estados-Membros diferentes
Directiva 2004/39/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 21 de Abril de 2004, JO L 145, de
30/04 - relativa aos mercados de instrumentos financeiros, que altera as Directivas 85/611/CEE e 93/6/CEE
do Conselho e a Directiva 2000/12/CE do Parlamento Europeu e do Conselho e que revoga a
Directiva 93/22/CEE do Conselho
Directiva 2004/72/CE da Comissão, de 29 de Abril de 2004, JO L 162, de 30/04 - relativa às modalidades
de aplicação da Directiva 2003/6/CE do Parlamento Europeu e do Conselho no que diz respeito às práticas
de mercado aceites, à definição da informação privilegiada em relação aos instrumentos derivados sobre
mercadorias, à elaboração de listas de iniciados, à notificação das operações efectuadas por pessoas com
responsabilidades directivas e à notificação das operações suspeitas
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
124
CMVM
Directiva 2004/25/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 21 de Abril de 2004, JO L 142, de
30/04 - relativa às ofertas públicas de aquisição
Directiva 2004/109/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de Dezembro de 2004, JO L 390
de 31/12 - relativa à harmonização dos requisitos de transparência no que se refere às informações
respeitantes aos emitentes cujos valores mobiliários estão admitidos à negociação num mercado
regulamentado e que altera a Directiva 2001/34/CE.
REGULAMENTOS COMUNITÁRIOS
Regulamento (CE) n.º139/2004 do Conselho, de 20 de Janeiro de 2004, JO L24 de 29/01 - relativo ao
controlo das concentrações de empresas ("Regulamento das concentrações comunitárias")
Regulamento (CE) n.º707/2004 da Comissão, de 6 de Abril de 2004, JO L111, de 17/04 - que altera o
Regulamento (CE) n.º1725/2003, que adopta certas normas internacionais de contabilidade, nos termos do
Regulamento (CE) n.º1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho
Regulamento (CE) n.º 802/2004 da Comissão, de 7 de Abril de 2004, JO L 133, de 30/04 - de execução
do Regulamento (CE) n.º 139/2004 do Conselho, relativo ao controlo das concentrações de empresas
[Rectificação ao Regulamento (CE) n.º 802/2004 da Comissão, de 7 de Abril de 2004, de execução do
Regulamento (CE) n.º 139/2004 do Conselho, relativo ao controlo das concentrações de empresas – JO L
172, de 06/05]
Regulamento (CE) n.º 885/2004 do Conselho, de 26 de Abril de 2004, JO L 168, 01/05 - que adapta o
Regulamento (CE) n.º 2003/2003 do Parlamento Europeu e do Conselho, os Regulamentos (CE)
n.º1334/2000, (CE) n.º2157/2001, (CE) n.º 152/2002, (CE) n.º 1499/2002, (CE) n.º 1500/2003 e (CE) n.º
1798/2003 do Conselho, as Decisões n.º 1719/1999/CE, n.º 1720/1999/CE, n.º 253/2000/CE, n.º
508/2000/CE, n.º 1031/2000/CE, n.º 163/2001/CE, n.º 2235/2002/CE e n.º 291/2003/CE do Parlamento
Europeu e do Conselho, e as Decisões 1999/382/CE, 2000/821/CE, 2003/17/CE e 2003/893/CE do Conselho,
no domínio da livre circulação de mercadorias, direito das sociedades, agricultura, fiscalidade, educação e
formação, cultura e política audiovisual e relações externas, em virtude da adesão da República Checa, da
Estónia, de Chipre, da Letónia, da Lituânia, da Hungria, de Malta, da Polónia, da Eslovénia e da Eslováquia
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
125
CMVM
Regulamento (CE) n.º 886/2004 da Comissão, de 4 de Março de 2004, JO L 168 de 01/05 - que adapta
certos regulamentos e decisões no domínio da livre circulação de mercadorias, política de concorrência,
agricultura, ambiente e relações externas, em virtude da adesão da República Checa, da Estónia, de Chipre,
da Letónia, da Lituânia, da Hungria, de Malta, da Polónia, da Eslovénia e da Eslováquia
Regulamento (CE) n.º 809/2004 da Comissão, de 29 de Abril de 2004, JO L 149 de 30/04 - que
estabelece normas de aplicação da Directiva 2003/71/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, no que diz
respeito à informação contida nos prospectos, bem como os respectivos modelos, à inserção por remissão, à
publicação dos referidos prospectos e divulgação de anúncios publicitários
Regulamento (CE) n.º 2086/2004 da Comissão, de 19 de Novembro de 2004, JO L 363, de 09/12 - que
altera o Regulamento (CE) n.º1725/2003, que adopta certas normas internacionais de contabilidade nos
termos do Regulamento (CE) n.º1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho, no que diz respeito à
inserção da IAS 39
Regulamento (CE) n.º 2181/2004 do Banco Central Europeu, de 16 de Dezembro de 2004, JO L 371, de
18/12 - que altera o Regulamento (CE) n.º 2423/2001 (BCE/2001/13) relativo ao balanço consolidado do
sector das instituições financeiras monetárias e o Regulamento (CE) n.º 63/2002 (BCE/2001/18) relativo às
estatísticas das taxas de juro praticadas pelas instituições financeiras monetárias em operações de depósitos e
empréstimos face às famílias e às sociedades não financeiras
Regulamento (CE) n.º 2236/2004 da Comissão, de 29 de Dezembro de 2004, JO L 392, de 31/12 - que
altera o Regulamento (CE) n.º 1725/2003, que adopta certas normas internacionais de contabilidade nos
termos do Regulamento (CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho, no que diz respeito às
normas internacionais de relato financeiro (IFRS) 1 e 3 a 5, às normas internacionais de contabilidade (IAS)
1, 10, 12, 14, 16 a 19, 22, 27, 28 e 31 a 41 e às interpretações 9, 22, 28 e 32 do Standard Interpretation
Committee (SIC)
Regulamento (CE) n.º 2237/2004 da Comissão, de 29 de Dezembro de 2004, JO L 393, de 31/12 - que
altera o Regulamento (CE) n.º 1725/2003 que adopta certas normas internacionais de contabilidade nos
termos do Regulamento (CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho no que diz respeito à
IAS 32 e à IFRIC 1
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
126
CMVM
Regulamento (CE) n.º2238/2004 da Comissão, de 29 de Dezembro de 2004, JO L 394, de 31/12 - que
altera o Regulamento (CE) n.º1725/2003, que adopta certas normas internacionais de contabilidade nos
termos do Regulamento (CE) n.º1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho, relativamente à IFRS 1,
às IAS 1 a 10, 12 a 17, 19 a 24, 27 a 38, 40 e 41 a às SIC 1 a 7, 11 a 14, 18 a 27 e 30 a 33.
DECISÕES
Decisão 2004/5/EC da Comissão, de 5 de Novembro de 2003, JO L 3, de 07/01 - que institui o Comité das
Autoridades Europeias de Supervisão Bancária
Decisão 2004/6/EC da Comissão, de 5 de Novembro de 2003, JO L 3, de 07/01 - que institui o Comité das
Autoridades Europeias de Supervisão dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma
Decisão 2004/7/EC da Comissão, de 5 de Novembro de 2003, JO L 3, de 07/01 - que altera a Decisão
2001/527/CE, que institui o Comité das Autoridades de Regulamentação dos Mercados Europeus de Valores
Mobiliários
Decisão 2004/8/EC da Comissão, de 5 de Novembro de 2003, JO L 3, de 07/01 - que altera a Decisão
2001/528/CE, que institui o Comité Europeu dos Valores Mobiliários
Decisão 2004/9/EC da Comissão, de 5 de Novembro de 2003, JO L 3, de 07/01 - que institui o Comité
Europeu dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma
Decisão 2004/10/EC da Comissão, de 5 de Novembro de 2003, JO L 3, de 07/01 - que institui o Comité
Bancário Europeu.
Decisão do Comité Misto do EEE n.º176/2003, de 5 de Dezembro de 2003, JO L 88, de 25/03 - que altera
o anexo IX (serviços financeiros) e o anexo XXII (direito das sociedades) do Acordo EEE
OUTROS ACTOS
Comunicação 2004/C 310/01, JO C 310, 16/12 - Tratado que estabelece uma Constituição para a Europa
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
127
CMVM
Recomendação da Comissão, de 14 de Dezembro de 2004, JO L 385, de 29/12 - relativa à instituição de
um regime adequado de remuneração dos administradores de sociedades cotadas
RESOLUÇÕES
Resolução do Conselho de Ministros n.º 4/2004, de 14/01, I-A Série - Altera a Resolução do Conselho de
Ministros n.º 166/2003, de 3 de Novembro, que aprova a alienação de um lote indivisível de acções
nominativas do capital social da sociedade Serviços Portugueses de Handling, S.A., a realizar mediante
concurso público internacional, e o respectivo caderno de encargos
Resolução da Assembleia da República n.º 5-A/2004, de 15/01, I-A Série - Aprova, para ratificação, o
Tratado entre os Estados membros da União Europeia e a República Checa, a República da Estónia, a
República de Chipre, a República da Letónia, a República da Lituânia, a República da Hungria, a República
de Malta, a República da Polónia, a República da Eslovénia e a República Eslovaca Relativo à Adesão à
União Europeia da República Checa, da República da Estónia, da República de Chipre, da República da
Letónia, da República da Lituânia, da República da Hungria, da República de Malta, da República da
Polónia, da República da Eslovénia e da República Eslovaca, incluindo o Acto Relativo às Condições de
Adesão da República Checa, da República da Estónia, da República de Chipre, da República da Letónia, da
República da Lituânia, da República da Hungria, da República de Malta, da República da Polónia, da
República da Eslovénia e da República Eslovaca e às adaptações dos tratados em que se funda a União
Europeia, os anexos, os protocolos e a Acta Final com as suas declarações, assinado em Atenas em 16 de
Abril de 2003
Resolução da Assembleia da República n.º 35/2004, de 29/04 - Aprova, para ratificação, a decisão do
Conselho, reunido ao nível dos Chefes de Estado ou de Governo, de 21 de Março de 2003, relativa a uma
alteração do n.º 2 do artigo 10.º dos Estatutos do Sistema Europeu de Bancos Centrais e do Banco Central
Europeu
Resolução do Conselho de Ministros n.º 62-A/2004, de 18/05, I-B Série - Homologa a ordenação proposta
pelo júri e determina o concorrente vencedor do concurso da segunda fase da reprivatização do capital social
da PORTUCEL - Empresa Produtora de Pasta e Papel, S.A., nos termos do Decreto-Lei n.º 6/2003, de 15 de
Janeiro
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
128
CMVM
Resolução do Conselho de Ministros n.º 164/2004, de 11/11 - Aprova a minuta do contrato de compra e
venda de acções da sociedade Serviços Portugueses de Handling, S.A. (SPdH)
Resolução do Conselho de Ministros n.º 165/2004, de 11/11 - Delega no Ministro das Finanças e da
Administração Pública a competência para decidir participar no aumento de capital da EDP - Energias de
Portugal, S.A., e regula o envolvimento do Estado nessa operação
Resolução do Conselho de Ministros n.º 166/2004, de 11/11 - Regula a venda directa de referência de
acções representativas do capital social da EDP - Energias de Portugal, S.A
PORTARIAS
I-B Série
Portaria n.º 203/2004, de 03/03, Ministério das Finanças - Acrescenta à lista publicada através da Portaria
n.º 377-A/94, de 15 de Junho, os valores mobiliários representativos da dívida pública obtidos por entidades
que não tenham em território português residência, sede, direcção efectiva ou estabelecimento estável aos
quais os rendimentos possam ser imputáveis
Portaria n.º 204/2004, de 03/03, Ministério das Finanças - Aprova o formulário dos mapas através dos
quais os entes públicos e entidades equiparadas enviam à Inspecção-Geral de Finanças a relação de todas as
participações detidas em entidades societárias e não societárias
Portaria n.º 378/2004, de 14/04, Ministério das Finanças - Aprova a declaração modelo n.º 34 - entidades
emitentes de valores mobiliários sujeitos a depósito ou registo em Portugal sempre que tenham em circulação
valores mobiliários
Portaria n.º 927/2004, de 27/07, Ministério das Finanças e da Economia - Autoriza a actuar como câmara
de compensação de operações a prazo, nomeadamente futuros e opções, que tenham por activo subjacente
electricidade, produtos de base energética ou outros activos equivalentes, de natureza real ou nocional,
índices de electricidade, de produtos de base energética ou de outros activos equivalentes, quer tenham uma
liquidação por entrega quer meramente financeira, e, bem assim, a assumir a posição de contraparte central
em tais operações, realizadas em mercado, regulamentado ou não regulamentado, nacional ou estrangeiro, ou
fora de mercado.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
129
CMVM
Portaria n.º 945/2004, de 28/07, Ministério das Finanças e da Economia - Autoriza a constituição do
mercado de operações a prazo sobre energia eléctrica, gerido pelo OMIP - Operador do Mercado Ibérico de
Energia (Pólo Português), S.A., e define as entidades que aí podem actuar como membros
Portaria n.º 1269/2004, de 06/10, Ministério da Justiça - Altera o Regulamento do Registo Comercial no
que se refere às menções especiais das inscrições relativas a decisões judiciais proferidas durante o processo
de insolvência e das menções especiais dos averbamentos às inscrições resultantes de decisões judiciais e
outros actos que tenham lugar no decurso do processo de insolvência
II Série
Portaria n.º 748/2004, de 30/06, do Ministério das Finanças - Autoriza a substituição da ESAF - Espírito
Santo Fundos de Investimento Imobiliário, S. A., pela GESFIMO - Espírito Santo Irmãos, Sociedade Gestora
de Fundos de Investimento Imobiliários, S. A., na administração, gestão e representação do Fundo de Gestão
de Património Imobiliário - FUNGEPI BES
Portaria n.º 1018/2004, de 17/09, do Ministério das Finanças e da Administração Pública - Altera a
Portaria n.º 913-I/2003, de 30 de Agosto.
REGULAMENTOS DA CMVM20
Regulamento da CMVM n.º 2/2004, de 24/05 - Altera o artigo 5.º do Regulamento da CMVM n.º 7/2003,
sobre taxas
Regulamento da CMVM n.º 1/2004, de 25/05 - Papel comercial
Regulamento da CMVM n.º 3/2004, de 11/06 - Alteração ao Regulamento da CMVM n.º 5/2000
Regulamento da CMVM n.º 4/2004, de 11/06 - Deveres de informação [Rectificação n.º 1181/2004, de
23/06]
Regulamento da CMVM n.º 5/2004, de 11/06 - Warrants autónomos 20 Inclui 6 Regulamentos da CMVM que foram publicados no Diário da República em Janeiro de 2004.
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
130
CMVM
Regulamento da CMVM n.º 6/2004, de 20/09 – Altera o Regulamento n.º 7/2003 – Taxas
Regulamento da CMVM n.º 7/2004, de 23/12 – Comercialização de organismos de investimento colectivo
estrangeiros harmonizados que não disponham de prospecto simplificado
Regulamento da CMVM n.º 8/2004, de 31/12 - Capital de risco (altera o regulamento da CMVM n.º
12/2003 sobre fundos de capital de risco)
AVISOS
Aviso do Banco de Portugal n.º 3/2004, de 09/07 - Prevê a possibilidade de o Banco de Portugal, por aviso,
estabelecer a relação mínima entre o montante dos fundos próprios das sociedades gestoras de patrimónios e
o valor global das carteiras por elas geridas, bem como definir os critérios de valorização dessas carteiras
OUTROS REGULAMENTOS
Regulamento do ISP n.º 3/2004, 14/01, II Série - Norma n.º 23/2003-R - ajustamentos no plano de contas
para as empresas de seguros e avaliação ao justo valor para efeitos de reporte e divulgação de informação.
Regulamento do ISP n.º 4/2004, 14/01, II Série - Norma n.º 22/2003-R - Reporte de informação para
efeitos de supervisão - Sociedades gestoras de fundos de pensões.
DECLARAÇÕES DE RECTIFICAÇÃO
Declaração de Rectificação n.º 9/2004, de 14/01, I-B Série - De ter sido rectificado o Decreto-Lei n.º
295/2003, do Ministério das Finanças, que no uso da autorização legislativa concedida pela Lei n.º 25/2003,
de 17 de Julho, aprova o regime jurídico das operações económicas e financeiras com o exterior e das
operações cambiais, publicado no Diário da República, I Série , n.º 270, de 21 de Novembro de 2003
Declaração de Rectificação n.º 23-A/2004, de 18/02 - De ter sido rectificada a Portaria n.º 1375-A/2003, de
18 de Dezembro, dos Ministérios das Finanças e da Segurança Social e do Trabalho, que regulamenta os
Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004
131
CMVM
termos em que o Estado e a segurança social procedem à cessão de créditos fiscais e tributários para efeitos
de titularização, publicada no Diário da República, I Série , n.º 291, de 18 de Dezembro de 2003
Declaração de Rectificação n.º 26-A/2004, de 28/02, I-A Série - De ter sido rectificada a Lei n.º 107-
B/2003 (Orçamento do Estado para 2004), publicada no 2.º suplemento ao Diário da República, I-A Série, n.º
301, de 31 de Dezembro de 2003
DESPACHOS
Despacho n.º 1866/2004, 28/01, Ministério das Finanças - Gabinete do Secretário de Estado do Tesouro
e Finanças – autoriza a EDIA - Empresa de Desenvolvimento e Infra-Estruturas do Alqueva, S. A., a
proceder à emissão de um empréstimo obrigaccionista no montante de Euro 300. 000.000
Deliberação n.º 147/2004 Ministério das Finanças – Comissão do Mercado de Valores Mobiliários -
Delegação de poderes
Decreto Regulamentar n.º 25/2004, do Ministério da Justiça, de 15/07, I-B Série - Regulamenta o
Decreto-Lei n.º 290-D/99, de 2 de Agosto, que aprova o regime jurídico dos documentos electrónicos e da
assinatura digital
Recommended