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Comissão do Mercado de Valores Mobiliários Relatório Sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários 2004

Comissão do Mercado de Valores Mobiliários · 2014-03-08 · Relatório Sobre a Situação dos Mercados de Valores Mobiliários em 2004 CMVM LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Crescimento

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Comissão do Mercado de Valores Mobiliários

Relatório Sobre a Situação

Geral dos Mercados de Valores Mobiliários

2004

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Relatório Sobre a Situação dos Mercados de Valores Mobiliários em 2004

CMVM

ÍNDICE

LISTA DE GRÁFICOS ..............................................................................................................4 LISTA DE QUADROS...............................................................................................................5 LISTA DE ABREVIATURAS ...................................................................................................8 NOTA DO PRESIDENTE ..........................................................................................................9

1 ENQUADRAMENTO MACROECONÓMICO ..................................................................13 1.1 ACTIVIDADE ECONÓMICA INTERNACIONAL ...................................................13 1.2 A ECONOMIA PORTUGUESA..................................................................................19 1.3 OS MERCADOS DE VALORES MOBILIÁRIOS......................................................23

1.3.1 O Mercado Internacional de Acções e de Obrigações ..........................................23 1.3.2 O Mercados de Derivados .....................................................................................31 1.3.3 Organismos de Investimento Colectivo ................................................................32

2 O MERCADO PORTUGUÊS DE VALORES MOBILIÁRIOS .........................................36 2.1 EMISSÕES DE VALORES MOBILIÁRIOS...............................................................39

2.1.1 Acções Emitidas....................................................................................................39 2.1.2 Obrigações Emitidas .............................................................................................41 2.1.3 Warrants Emitidos ................................................................................................44 2.1.4 Valores Mobiliários Convertíveis Emitidos..........................................................44 2.1.5 Dívida Pública .......................................................................................................44

2.2 O MERCADO SECUNDÁRIO ....................................................................................46 2.2.1 O Mercado a Contado ...........................................................................................46 2.2.2 Mercado Especial de Dívida Pública (MEDIP) ....................................................58 2.2.3 Mercado a Prazo....................................................................................................58 2.2.4 Renominalização ...................................................................................................60 2.2.5 Suspensão da Negociação .....................................................................................61 2.2.6 Sistema Centralizado de Valores Mobiliários.......................................................61 2.2.7 As Ofertas Públicas de Aquisição e Ofertas Públicas de Venda...........................63 2.2.8 Declarações de Perda da Qualidade de Sociedade Aberta ....................................65 2.2.9 Aquisições Potestativas Tendentes ao Domínio Total ..........................................66 2.2.10 Prospectos de Referência ......................................................................................66 2.2.11 Registo de Operações ............................................................................................67

2.3 INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA ............................................................................67 2.3.1 A Intermediação Financeira e as Actividades Registadas na CMVM ..................68 2.3.2 Corretagem ...........................................................................................................70

2.4 GESTÃO DE ACTIVOS ..............................................................................................78 2.4.1 Gestão Individual de Carteiras por Conta de Outrem ...........................................78 2.4.2 Os Organismos de Investimento Colectivo em Valores Mobiliários e os Organismos Especiais de Investimento.................................................................................81 2.4.3 Participações de Instituições de Investimento Colectivo Estrangeiras Comercializadas em Portugal................................................................................................85 2.4.4 Os Fundos de Investimento Imobiliário ................................................................86 2.4.5 Os Fundos de Titularização de Créditos ...............................................................88 2.4.6 Actividade de Capital de Risco .............................................................................89

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Relatório Sobre a Situação dos Mercados de Valores Mobiliários em 2004

CMVM

2.4.7 Autorizações em Matéria de Gestão de Activos ...................................................90 3 SUPERVISÃO, REGULAÇÃO E COOPERAÇÃO............................................................95

3.1 APOIO AO INVESTIDOR E MEDIAÇÃO DE CONFLITOS....................................95 3.2 INTEGRIDADE, TRANSPARÊNCIA E EQUIDADE DO MERCADO....................97

3.2.1 Supervisão do Mercado e Actividades de Investigação ........................................97 3.2.2 Supervisão das Entidades Gestoras e Sistemas Conexos ......................................99

3.3 QUALIDADE DA INFORMAÇÃO...........................................................................101 3.3.1 Governo das Sociedades......................................................................................101 3.3.2 Relatórios de Análise Financeira (Research) ......................................................102 3.3.3 Difusão de Informação e Informação no Sítio da CMVM..................................103 3.3.4 Controlo da Informação dos Emitentes...............................................................105 3.3.5 Registo e Acompanhamento dos Auditores Externos .........................................109

3.4 QUALIDADE DA INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA...........................................109 3.4.1 Supervisão Presencial e à Distância ....................................................................109 3.4.2 Supervisão da Prestação de Serviços Financeiros através da Internet ................110

3.5 PROCESSOS DE CONTRA-ORDENAÇÃO ............................................................110 3.6 REGULAÇÃO ............................................................................................................111

3.6.1 Regulamentos e Instruções da CMVM ...............................................................111 3.6.2 Pareceres Genéricos, Entendimentos e Recomendações da CMVM ..................112 3.6.3 Colaboração com Outras Entidades na Elaboração de Normas ..........................113

3.7 COOPERAÇÃO..........................................................................................................113 3.7.1 Cooperação com Autoridades Nacionais ............................................................113 3.7.2 Cooperação com Instituições Congéneres Estrangeiras......................................114 3.7.3 Participação em Organismos da União Europeia................................................115 3.7.4 Committee of European Securities Regulators − CESR .....................................115 3.7.5 Organização Internacional das Comissões de Valores − OICV/IOSCO.............116

ANEXO.......................................................................................................................................118 Legislação Relativa ao Mercado de Valores Mobiliários Publicada em 2004........................119

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Relatório Sobre a Situação dos Mercados de Valores Mobiliários em 2004

CMVM

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Crescimento Real do PIB (%).....................................................................................14 Gráfico 2 - Evolução das Médias Mensais dos Índices Euro Stoxx, S&P 500 e Nikkey 225........26 Gráfico 3 - Volatilidade Mensal dos Índices Euro Stoxx 50, Dow Jones, Nasdaq Compósito e

FTSE 100 (2004)...................................................................................................................26 Gráfico 4 - Evolução Comparada da Rendibilidade do Índice Eurostoxx e das Variações nas

Yields das Obrigações de Dívida Pública..............................................................................30 Gráfico 5 - Evolução do Spread entre as Yields de Títulos de Dívida Pública a 10 e a 2 anos na

Zona Euro..............................................................................................................................30 Gráfico 6 - Estrutura das Taxas de Juro (Yield Curve) dos Títulos de Dívida Pública na Zona

Euro .......................................................................................................................................31 Gráfico 7 - Evolução do PSI-20 no Ano de 2004 .........................................................................36 Gráfico 8 - Evolução do Valor das Emissões de Acções ..............................................................40 Gráfico 9 - Evolução do Valor das Emissões de Obrigações........................................................41 Gráfico 10 - Taxa Média Ponderada do 1º Cupão.........................................................................43 Gráfico 11 - Emissão de Obrigações - por tipo.............................................................................43 Gráfico 12 - Evolução do Valor Emitido no Mercado Caravela...................................................44 Gráfico 13 - Evolução do Volume de Transacções nos Mercados Secundários ...........................47 Gráfico 14 - Evolução Mensal do Volume de Transacções nos Mercados Secundários em 200448 Gráfico 15 - Evolução do Peso da Capitalização Bolsista no PIB ................................................49 Gráfico 16 - Evolução do Turnover nos Segmentos de Mercado .................................................54 Gráfico 17 - Evolução Mensal do Índice PSI Geral em 2004.......................................................54 Gráfico 18 - Yield Curve ...............................................................................................................56 Gráfico 19 - Evolução Mensal do Volume de Negociação no MEDIP ........................................58 Gráfico 20 - Grau de Cumprimento das Recomendações sobre o Governo das Sociedades (2004)

.............................................................................................................................................102 Gráfico 21 - Tipologia das Recomendações de Investimento.....................................................103 Gráfico 22 - Recomendações de Investimento e Valores Mobiliários........................................103

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Relatório Sobre a Situação dos Mercados de Valores Mobiliários em 2004

CMVM

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Estimativas e Previsões Económicas para EUA, União Europeia, Zona Euro, Reino Unido e Japão (Taxa de variação anual) ...............................................................................17

Quadro 2 - Principais Indicadores Económicos de Outros Blocos Regionais ..............................19 Quadro 3 - Previsões para a Economia Portuguesa (taxa de variação) .........................................21 Quadro 4 - Índices Accionistas Morgan Stanley Capital International........................................24 Quadro 5 - Capitalização Bolsista nos Mercados Accionistas Europeus, do Japão e EUA..........25 Quadro 6 - Índices Obrigacionista de Dívida Pública a 10 Anos..................................................27 Quadro 7 - Índices Accionistas de Mercados de Valores Mobiliários Europeus..........................28 Quadro 8 - Acções - Volume de Transacções nas Bolsas de Valores da União Europeia............29 Quadro 9 - Volume de Alguns Contratos Negociados em Bolsas de Futuros e Opções...............32 Quadro 10 - Activos sob Gestão e Número de OIC no Mundo ....................................................33 Quadro 11 - Montante de Activos sob Gestão a Nível Mundial por Categoria de Fundo (Junho

2004)......................................................................................................................................34 Quadro 12 - Relevância Comparada de Activos sob Gestão ........................................................35 Quadro 13 - Indicadores Síntese do Mercado Português de Valores Mobiliários ........................37 Quadro 14 - Emissões de Acções por Sociedades Abertas, por Tipo de Acções..........................40 Quadro 15 - Emissões de Acções por Sociedade Abertas, por Tipo de Ofertas, Registadas na

CMVM ..................................................................................................................................40 Quadro 16 - Mercado Primário de Obrigações, por Tipo de Oferta .............................................42 Quadro 17 - Mercado Primário de Obrigações .............................................................................42 Quadro 18 - Montantes Colocados e Taxas Ponderadas ...............................................................45 Quadro 19 - Maturidade das Obrigações do Tesouro ...................................................................45 Quadro 20 - Transacções de Valores Mobiliários em Mercados Secundários..............................47 Quadro 21 - Evolução da Capitalização Bolsista ..........................................................................49 Quadro 22 - Volume de Transacções em Bolsa de Valores..........................................................51 Quadro 23 - Distribuição Sectorial das Transacções e da Capitalização Bolsista de Acções.......52 Quadro 24 - Indicadores da Evolução da Liquidez das Acções Admitidas ao Mercado de

Cotações Oficiais...................................................................................................................53 Quadro 25 - Índices Accionistas ...................................................................................................55 Quadro 26 - Volatilidade dos Índices Accionistas ........................................................................55 Quadro 27 - Índices Sectoriais de Acções.....................................................................................56 Quadro 28 - Valores Mobiliários Admitidos aos Mercados de Bolsa...........................................57 Quadro 29 - Valores Mobiliários Excluídos dos Mercados de Bolsa ...........................................57 Quadro 30 - Transacções em Contratos de Futuros ......................................................................59 Quadro 31 - Valores Renominalizados em 2004 ..........................................................................60 Quadro 32 - Suspensões da Negociação de Valores Mobiliários..................................................61 Quadro 33 - Valores Mobiliários Integrados na Central de Valores Mobiliários .........................62 Quadro 34 - Liquidações Através da Central de Valores Mobiliários ..........................................63 Quadro 35 - Ofertas Públicas de Aquisição em 2004 ...................................................................64 Quadro 36 - Ofertas Públicas de Venda em 2004 .........................................................................65 Quadro 37 - Perdas da Qualidade de Sociedade Aberta em 2004.................................................66 Quadro 38 - Aquisições Potestativas em 2004..............................................................................66 Quadro 39 - Registo de Operações................................................................................................67 Quadro 40 - Intermediários Financeiros Registados na CMVM...................................................68

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Relatório Sobre a Situação dos Mercados de Valores Mobiliários em 2004

CMVM

Quadro 41 - Registo de Intermediários Financeiros......................................................................69 Quadro 42 - Registo de Cláusulas Contratuais Gerais ..................................................................70 Quadro 43 - Volumes Transaccionados e Quotas de Mercado em Mercados Regulamentados de

Bolsa dos Intermediários Financeiros Registados na CMVM para Execução de Operações a Contado .................................................................................................................................71

Quadro 44 - Volumes Transaccionados e Quotas de Mercado em Outros Mercados Regulamentados dos Intermediários Financeiros Registados na CMVM para Execução de Operações a Contado.............................................................................................................72

Quadro 45 - Volumes Transaccionados e Quotas de Mercado Fora de Mercados Regulamentados dos Intermediários Financeiros Registados na CMVM ........................................................72

Quadro 46 -Volume de Transacções Efectuadas por Tipo de Valor Mobiliário...........................74 Quadro 47 - Volume de Transacções Efectuadas por Tipo de Intervenção ..................................74 Quadro 48 - Quota de Mercado dos Intermediários Financeiros Registados na CMVM para

Execução de Operações com Contratos de Futuros em Mercados Regulamentados ............75 Quadro 49 - Transacções de Contratos de Futuros em Mercados Regulamentados Efectuadas por

Tipo de Intervenção e de Contrato Negociado......................................................................76 Quadro 50 - Quota de Mercado dos Intermediários Financeiros Registados na CMVM para

Execução de Operações com Contratos de Opções em Mercados Regulamentados ............76 Quadro 51 - Volume de Transacções: Corretagem Online ...........................................................77 Quadro 52 - Evolução Trimestral do Peso das Transacções através da Internet no Total

Transaccionado na Euronext Lisbon (Sessões Normais de Bolsa) .......................................78 Quadro 53 - Número de Entidades Gestoras de Carteiras por Conta de Outrem (em exercício)..79 Quadro 54 - Valor sob Gestão por Tipo de Entidade....................................................................79 Quadro 55 - Montantes sob Gestão por Tipo de Valor .................................................................80 Quadro 56 - Investimento por País................................................................................................80 Quadro 57 - Número de Fundos e Valor sob Gestão por Categoria de Fundo .............................81 Quadro 58 - Estrutura da carteira dos OICVM e FEI, por Tipo de Activos e de Mercados .........82 Quadro 59 - Peso por Tipo de Activos na respectiva Capitalização da Euronext Lisbon.............83 Quadro 60 - Intervenção dos OICVM e FEI em Contratos de Derivados de Taxas de Juro e

Índices de Acções..................................................................................................................83 Quadro 61 - Número de Fundos Geridos por Entidade Gestora ...................................................84 Quadro 62 - Valores Geridos por Entidade Gestora .....................................................................84 Quadro 63 - Indicadores Agregados dos OICVM Estrangeiros....................................................85 Quadro 64 - Valor Comercializado em Portugal por Entidade .....................................................85 Quadro 65 - Estrutura da carteira dos Fundos de Investimento Imobiliário .................................86 Quadro 66 - Número de Fundos Geridos por Entidade Gestora de Fundos de Investimento

Imobiliário.............................................................................................................................87 Quadro 67 - Valores Geridos por Entidade Gestora de Fundos de Investimento Imobiliário ......87 Quadro 68 – Registo de Peritos Avaliadores de Imóveis..............................................................88 Quadro 69 - Indicadores Agregados dos FTC...............................................................................88 Quadro 70 - Estrutura da carteira dos FTC ...................................................................................88 Quadro 71 - Entidades Gestoras de Fundos de Capital de Risco e Sociedade de Capital de Risco

...............................................................................................................................................89 Quadro 72 - Valores Geridos por Entidade Gestora de Fundos de Capital de Risco e Sociedades

de Capital de Risco................................................................................................................90 Quadro 73 - Processos Administrativos de Fundos de Investimento............................................91

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Relatório Sobre a Situação dos Mercados de Valores Mobiliários em 2004

CMVM

Quadro 74 - Ofertas de Distribuição de Fundos de Investimento Fechados.................................92 Quadro 75 - Comercialização de OICVM Estrangeiros em Portugal ...........................................92 Quadro 76 - Processos Administrativos de Titularização de Créditos em 2004...........................92 Quadro 77 - Autorizações/Registos no âmbito da Titularização de Créditos ...............................93 Quadro 78 - Processos Administrativos de Capital de Risco........................................................93 Quadro 79 - Comercialização de Fundos de Investimento on-line ...............................................94 Quadro 80 - Situação Geral dos Processos em 2004.....................................................................96 Quadro 81 - Súmula dos Principais Assuntos Versados nos Processos........................................97 Quadro 82 - Entidades Reclamadas ..............................................................................................97 Quadro 83 - Inquéritos Desenvolvidos em 2004 pelo Departamento de Investigação .................99 Quadro 84 - Situação Patrimonial das Sociedades Gestoras (31 de Dezembro de 2004) ...........100 Quadro 85 - Evolução das Principais Rubricas de Resultados da Euronext Lisbon ...................101 Quadro 86 - Evolução do Número de Documentos Divulgados por Tipo de Comunicação ......104 Quadro 87 - Opiniões dos Auditores em Relação às Contas Anuais de 2003 ............................105 Quadro 88 - Emitentes Obrigados à Prestação de Informação Anual.........................................106 Quadro 89 - Envio à CMVM e Publicação dos Documentos de Prestação de Contas Anuais ...106 Quadro 90 - Informação Semestral a Publicar ............................................................................107 Quadro 91 - Envio à CMVM e Publicação dos Documentos de Prestação de Contas Semestrais

.............................................................................................................................................107 Quadro 92 - Entidades que Prestam Contas Trimestrais.............................................................108 Quadro 93 - Envio à CMVM e Publicação dos Documentos de Prestação de Contas Trimestrais

.............................................................................................................................................108 Quadro 94 - Acções de Supervisão Presencial da Actividade Corrente .....................................110 Quadro 95 - Processos de Contra-Ordenação .............................................................................111

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LISTA DE ABREVIATURAS

BCE – Banco Central Europeu BP – Banco de Portugal

CE – Comissão Europeia

CESR – Committee of European Securities Regulators

CMVM – Comissão do Mercado de Valores Mobiliários

Cód. VM – Código dos Valores Mobiliários

CVM – Central de Valores Mobiliários

EI – Empresa de Investimento

FBCF – Formação Bruta de Capital Fixo

FCR – Fundo de Capital de Risco

FED – Federal Reserve

FEFSI – Fédération Européene des Fonds Sociétés d’

Investissement

FEI – Fundo Especial de Investimento

FII – Fundos de Investimento Imobiliário

FMI – Fundo Monetário Internacional

FPR - Fundo de Poupança Reforma

FTC – Fundos de Titularização de Créditos

IC – Instituição de Crédito

ICN – Instituição de Crédito Nacional

IF – Intermediário Financeiro

IOSCO/OICV – International Organization of Securities

Commissions

IPC – Índice de Preços no Consumidor

ISP – Instituto de Seguros de Portugal

MCO – Mercado de Cotações Oficiais

MEDIP – Mercado Especial de Dívida Pública

MEOG – Mercado Especial de Operações por Grosso

MSC – Mercado Sem Cotações

MTS – Sociedade Gestora do MEDIP

NYSE – New York Stock Exchange

OCDE/OECD – Organização para a Cooperação e

Desenvolvimento Económico

OIC – Organismos de Investimento Colectivo

OICVM – Organismos de Investimento Colectivo em

Valores Mobiliários

OPA – Oferta Pública de Aquisição

OPV – Oferta Pública de Venda

OT – Obrigação do Tesouro

p.b. – pontos base

p.p. – pontos percentuais

PIB – Produto Interno Bruto

SC – Sociedade Corretora

SCR – Sociedade de Capital de Risco

SFC – Sociedade Financeira de Corretagem

SGFII – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento

Imobiliário

SGFIM – Sociedade Gestora de Fundos de

Investimento Mobiliário

SGFTC – Sociedade Gestora de Fundos de

Titularização de Crédito

SGP – Sociedade Gestora de Património

SGPS – Sociedade Gestora de Participações Sociais

SI – Sociedade de Investimento

SICAV – Sociedade de Investimento de Capital

Variável

SLRT – Sistema de Liquidação Real Time

SM – Segundo Mercado

SPA – Sector Público Administrativo

UE – União Europeia

UP – Unidade de Participação

VLGF – Valor Líquido Global do Fundo

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

NOTA DO PRESIDENTE

O novo milénio iniciou-se num clima económico recessivo e de elevada volatilidade nos mercados, no

rescaldo da euforia da Nova Economia. As profundas mutações que se começaram a implementar nos

mercados de capitais foram evoluindo no sentido duma maior harmonização regulamentar e de um ritmo

acelerado de inovação tecnológica, mas também de intensificação da concorrência entre os participantes do

mercado. A globalização desempenhou um papel fulcral ao fomentar a dependência e ligação das economias,

em particular a internacionalização dos emitentes e dos intermediários financeiros. Esta nova realidade

colocou as autoridades de supervisão perante novos desafios, não apenas em termos das funções que lhes

estão institucionalmente cometidas, mas também no próprio relacionamento com as suas congéneres e outras

entidades nacionais e estrangeiras.

Em Portugal, esse período iniciou-se sob a égide dum novo Código dos Valores Mobiliários, comportando

uma reforma da base legislativa estrutural do mercado de capitais nacional, de que se destacam o novo

regime de organização e gestão das bolsas e o novo estatuto da CMVM. A Comissão definiu então as linhas

gerais da sua actuação: protecção do investidor, garantia da integridade e transparência dos mercados e a

promoção do mercado de valores mobiliários. A estratégia seguida foi fundamental para confirmar o

mercado de capitais nacional como um mercado reconhecidamente desenvolvido, com capacidade para

acompanhar e ter voz activa nos principais desenvolvimentos ocorridos à escala internacional, assegurando a

sua função de canalização directa da poupança dos aforradores para o sector produtivo da economia e

procurando proporcionar uma alternativa aos canais tradicionais de financiamento das empresas.

A evolução estrutural dos próprios mercados foi significativa, desde a desmutualização das bolsas com a

passagem das Associações de Bolsa a sociedades anónimas, seguindo-se a integração na plataforma europeia

Euronext, como resposta à aguerrida concorrência entre praças internacionais e a emergência de novos

espaços de negociação (Internet ou MTF’s), estando concluída a integração dos respectivos sistemas de

negociação e liquidação. Já em 2004 ocorreu a migração do mercado de derivados gerido pela Euronext

Lisbon para a plataforma de negociação da Euronext.Liffe, com importantes implicações ao nível do

enquadramento regulamentar deste mercado. Assim, num espaço temporal de 4 anos, a realidade do mercado

de capitais nacional transformou-se radicalmente, acarretando um esforço acrescido da adaptação

regulamentar e um desafio em termos da supervisão exercida sobre o mercado, procurando assegurar a

protecção do investidor.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

10

CMVM

São inúmeras as áreas onde ocorreram progressos. Ao nível da transparência, podemos destacar os avanços

em matérias como as normas contabilísticas, auditoria, governo das sociedades ou analistas financeiros. Por

outro lado, o mercado tem respondido positivamente à inovação financeira e sido particularmente dinâmico

no que respeita à indústria de organismos de investimento colectivo. A ocorrência da primeira condenação

em Portugal por crime de abuso de informação foi um passo importante para sinalizar ao mercado a

existência de uma supervisão e de um sistema judicial eficazes no combate às práticas ilícitas, reforçando

assim a confiança dos investidores no seu funcionamento.

O ano de 2004 assume-se, assim, como o ano da consolidação de muitos dos desenvolvimentos acima

referidos. A transparência do mercado beneficiou da adopção de princípios e normas contabilísticas

harmonizadas, por parte das sociedades cotadas, na elaboração das suas demonstrações financeiras. Estes

documentos fornecem ao investidor a informação sobre os fundamentais dessas entidades e ajudam-o a

formular as suas decisões de investimento. Relativamente à actividade dos auditores destacam-se os

trabalhos desenvolvidos no âmbito da 8.ª Directiva Comunitária sobre Direito das Sociedades, abordando

temas como requisitos de independência, de registo e deveres especiais quando o serviço é prestado a

entidades cotadas e adopção de normas internacionais de auditoria. A CMVM apostou, ao longo de 2004, no

desenvolvimento de esforços para intensificar a supervisão do serviço prestado pelos auditores registados na

Comissão. No que respeita aos analistas financeiros, a actuação da CMVM tem sido particularmente

dinâmica e pro-activa, implementando recomendações que visam evitar irregularidades no desempenho da

função destes profissionais, nomeadamente a existência de conflitos de interesse de diversa natureza.

Em termos do governo das sociedades foram impostos novos deveres de informação visando melhorar a

relação entre accionistas e empresas, e novas de práticas de prestação de informação financeira,

privilegiando-se a sua divulgação no Sistema de Difusão de Informação da CMVM, o qual se impõe cada

vez mais como um valioso instrumento de consulta para o público investidor.

Em termos de produtos financeiros, recorde-se a introdução, em 2000, dos warrants cujo volume

transaccionado continua a aumentar, tendo surgido desde então outros produtos como os certificados e os

convertíveis. Uma área particularmente dinâmica e dotada duma grande capacidade de inovação é a da

gestão colectiva de activos. O capital aplicado através destes veículos permite beneficiar de economias de

escala e diversificação de risco que, num contexto de liberdade de movimentação de capitais e de maior

diversidade de produtos disponíveis, exige uma supervisão mais forte, tendo em vista assegurar a protecção

do investidor. Foi aprovado o novo regime jurídico dos Organismos de Investimento Colectivo em Valores

Mobiliários, com o surgimento de Fundos Flexíveis e Fundos Especiais de Investimento. Esta flexibilidade

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

foi entretanto alargada aos Fundos de Investimento Imobiliários, dotando-os de uma maior capacidade

competitiva, nomeadamente através da possibilidade de investir em participações de sociedades imobiliárias,

ou realizar investimentos imobiliários fora da União Europeia, ou ainda a criação de Fundos Especiais de

Investimento Imobiliário. Assistiu-se ainda ao alargamento do objecto social das sociedades gestoras dos

OIC, permitindo o exercício de actividades de gestão discricionária e individualizada de carteiras por conta

de outrém, actividades de consultadoria para investimento e de gestão de fundos de investimento imobiliário.

A titularização de créditos tem evidenciado uma importância crescente, tendo sido revisto o regime jurídico

que regula a constituição dos fundos de titularização de créditos, respectivas sociedades gestoras e das

sociedades de titularização de créditos, procedendo-se ainda à revisão do regime fiscal destas operações.

Ao nível dos fundos de capital de risco, destaca-se a alteração ao seu regime jurídico, concretizada em

meados de 2004, atribuindo à CMVM competência regulamentar nesta matéria, nomeadamente em relação à

determinação do valor das participações das sociedades de capital de risco, a organização da contabilidade

das mesmas sociedades, a admissão à negociação de unidades de participação de fundos de capital de risco e

as condições de aquisição de unidades de participação em fundos para investidores qualificados no âmbito da

actividade de gestão de carteiras por conta de outrém, por investidores que não reúnam essa condição.

Na vertente internacional, os trabalhos de transposição de Directivas Comunitárias têm sido particularmente

intensos, nomeadamente com participação da CMVM nas discussões das Directivas de Direito das

Sociedades, Directivas OICVM e aprovação de medidas de implementação das Directivas sobre Abuso de

Mercado e Prospectos. Especial enfoque na discussão sobre a Directiva da Transparência e sobre a

implementação da Directiva dos Mercados e Instrumentos Financeiros, que vem colocar desafios estruturais

na organização e funcionamento da supervisão.

A cooperação, nacional e internacional, entre reguladores e supervisores é um dos vectores fundamentais ao

desenvolvimento do mercado de capitais. A globalização dos mercados financeiros e em especial a sua

integração no âmbito da União Europeia implicam que a regulação e supervisão dos mercados e seus

intervenientes sejam uma tarefa comum. Em particular, a integração da bolsa portuguesa na plataforma

Euronext tem implicado necessariamente um esforço de concertação de práticas, tendo sido celebrados entre

a CMVM e as autoridades de supervisão dos mercados de valores mobiliários francês, belga, holandês e

inglês acordos para a coordenação da regulação e supervisão da Euronext N.V. e dos mercados

regulamentados geridos pelo Grupo Euronext.

Finalmente, no que toca ao próprio desenvolvimento do mercado, o futuro do mercado português depende

naturalmente da evolução dos mercados internacionais, da retoma da economia internacional e da europeia

em particular, e ainda da evolução do quadro macroeconómico português. Os termos em que a retoma da

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

12

CMVM

economia portuguesa se venha a processar, bem como as estratégias empresariais de recurso ao

financiamento através do mercado, serão determinantes para a sua dinamização quer na vertente primária,

accionista quer na obrigacionista, sendo o grande desafio dos próximos tempos.

Hoje em dia o desafio é, em minha opinião muito claro: ou somos capazes de enfrentar este processo de

liberalização e integração captando o aforro e desenvolvendo a prestação de serviços financeiros

competitivos e de qualidade ou então assistiremos ao progressivo esvaziamento do mercado de capitais

actualmente existente. Olhemos para o futuro aprendendo com o passado. A experiência dos anos 90 é

elucidativa mostrando que o desenvolvimento registado assentou em quatro pilares muito importantes: i) um

suporte tecnológico moderno; ii) um quadro regulador eficaz eficiente, flexível e aberto à inovação; iii) um

cenário macroeconómico credível de estabilidade e crescimento; e iv) uma política clara de promoção do

mercado.

Fernando Teixeira dos Santos

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

13

CMVM

1 ENQUADRAMENTO MACROECONÓMICO

1.1 ACTIVIDADE ECONÓMICA INTERNACIONAL

A economia mundial evidenciou em 2004 um crescimento de 5%, segundo estatísticas do FMI, superando as

melhores expectativas de crescimento económico. O excelente desempenho da economia americana e das

economias asiáticas, nomeadamente da China e também do Japão, contribuíram decisivamente para esse

crescimento.

O aumento da taxa de crescimento do PIB da economia mundial é explicado pelo bom comportamento de

alguns blocos económicos, particularmente os EUA e o Japão que cresceram acima dos 4% em 2004, pela

continuação das políticas macroeconómicas contracíclicas, aumento da rendibilidade e dos lucros das

empresas, crescimento da riqueza de investidores e consumidores, diminuição do desemprego e pela

ascensão de uma nova potência mundial como motora do crescimento económico, a China. Contrastando

com este excelente desempenho económico mundial, um dos melhores dos últimos trinta anos, alguns blocos

regionais como a Zona Euro continuaram a apresentar um crescimento modesto apesar de sustentado.

Para 2005, o FMI aponta para um crescimento económico mundial mais moderado, na ordem dos 4,3%. No

entanto, a necessidade de consolidação orçamental na maior parte das principais economias, o défice externo

de algumas economias desenvolvidas, as pressões inflacionistas motivadas pela instabilidade do preço do

petróleo e do aumento dos preços nos mercados imobiliários, o expectável abrandamento do crescimento

económico chinês e o efeito de arrastamento que este provoca em grande parte das economias do sudeste

asiático, perfilam-se como incertezas quanto à sustentabilidade deste ritmo de crescimento económico

mundial acelerado.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

14

CMVM

Gráfico 1 - Crescimento Real do PIB (%)

3,0

0,8

1,9

-0,3

0,4

3,9

0,5

3,02,5

-1,2

5,0

2,2

4,3

1,4

4,3

2,2

3,5

2,3 2,2

4,4

Economia Mundial Zona Euro EUA Japão Portugal

2002 2003 2004 2005

Fonte: FMI World Economic Outlook September 2004. Nota: Os valores de 2004 correspondem a estimativas e os de 2005 a previsões. No que respeita aos EUA, o elevado crescimento do PIB no último trimestre de 2003 teve continuidade

principalmente nos primeiros meses de 2004. Os factores que explicam este comportamento residem

sobretudo nos elevados ganhos de produtividade, no rápido crescimento do investimento privado e dos lucros

das empresas e no aumento de confiança dos consumidores e investidores. Estes factores foram sustentados

por uma política fiscal favorável, por uma política orçamental expansionista e por uma taxa de juro baixa. A

partir do segundo trimestre de 2004 existiu uma ligeira moderação no ritmo de crescimento económico

devido à incerteza quanto à sustentabilidade desta retoma. É importante salientar, neste particular, a

diminuição do consumo das famílias, o efeito do aumento do preço das rendas e do mercado imobiliário na

poupança das famílias, a par dum crescimento do emprego abaixo do esperado devido aos elevados ganhos

de produtividade e à “destruição de empregos” motivada pelo avanço tecnológico. A expansão económica e

a subida do preço do petróleo colocaram a economia norte americana sob pressões inflacionistas. É no

entanto a partir do segundo semestre, com a maior instabilidade política no Iraque e Palestina, o aumento da

procura por parte da China, a crise política venezuelana e as reacções negativas por parte dos mercados

accionistas, que as incertezas regressam, obrigando o FED a intervir e adoptar uma política monetária mais

restritiva, com aumentos suaves na taxa de juro, até ao final de 2004.

Para 2005 dois desafios são colocados à economia norte-americana. O primeiro passa pelo equilíbrio das

contas públicas e o segundo pela diminuição do défice externo. As contas públicas poderão beneficiar de

uma redução nos gastos com a defesa nacional, de uma política orçamental mais restritiva e de um aumento

de impostos auxiliado pelo dinamismo do investimento produtivo, pela diminuição do desemprego e pelos

ganhos de produtividade. A diminuição do défice externo afigura-se como uma tarefa mais difícil pelo facto

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

15

CMVM

da depreciação do dólar face ao euro ter gerado variações muito pequenas nas exportações mas o ritmo de

crescimento das importações ter-se mantido elevado, estimando o FMI que não diminua abaixo de 4% até ao

final da década.

A economia da Zona Euro exibiu uma taxa de crescimento do PIB de 2,2%, ultrapassando em 0,4 p.p. as

previsões iniciais do FMI para 2004. O comportamento moderado da economia europeia deve-se

especialmente à excessiva dependência da procura externa, a problemas de consolidação orçamental que o

Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) não conseguiu resolver e à dificuldade em controlar o

desemprego. Embora algumas das principais economias tenham apresentado sinais positivos no que concerne

ao dinamismo da procura interna, aos resultados apresentados pelas empresas que foram globalmente

positivos e aos mercados accionistas que cresceram no último trimestre do ano para valores próximos dos

anteriores à recessão económica, estes não foram suficientes para potenciar uma recuperação económica

mais significativa na Zona Euro. A subida do preço do petróleo e a consequente pressão inflacionista vieram

aumentar a incerteza sobre a estabilidade deste crescimento pois o BCE, contrariamente a outros bancos

centrais, continuou a adoptar uma política monetária acomodatícia, mantendo as taxas de juro de curto prazo

inalteradas, visando acelerar a recuperação económica. Para 2005, coloca-se à Zona Euro e também à UE um

conjunto de desafios de índole económica aos quais é necessário dar resposta, nomeadamente a consolidação

orçamental e harmonização fiscal, a diminuição do desemprego e o fraco crescimento da produtividade, a

redução de pressões inflacionistas motivados pelo aumento do preço da energia e do mercado imobiliário e a

apreciação do euro face ao dólar. Acrescem ainda factores políticos como a incerteza motivada pelo futuro

do PEC, a possível adopção da estratégia europeia preconizada em Lisboa ou a integração no espaço

económico europeu de 10 novos países com realidades económico-sociais muito diferentes, condicionando

dessa forma a obtenção de perspectivas económicas mais favoráveis para a Zona Euro.

O comportamento da economia do Japão foi em 2004 muito positivo, superando as projecções iniciais de

crescimento em mais de 1 p.p.. Este desempenho acima do esperado baseou-se no aumento do consumo e do

investimento privados e no crescimento das exportações sobretudo para os países asiáticos. No entanto, o

crescimento a partir do segundo trimestre foi afectado pela diminuição do investimento público e pelo menor

dinamismo dos mercados accionistas. O descontrolo do deficit público1 e a apreciação do iene afiguram-se

em 2005 como potenciais factores de risco para a economia japonesa. Todavia, o aumento da confiança dos

consumidores, a diminuição da taxa de desemprego, o aumento sustentado dos lucros das empresas e o

aparente fim das pressões deflacionistas perspectivam um crescimento mais moderado para o Japão em 2005.

1 Embora problemático, o deficit público japonês, ao contrário do americano, é essencialmente financiado pelos agentes económicos nacionais, o que o torna à partida um factor de risco menor em termos conjunturais.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

O desempenho económico do Reino Unido voltou em 2004 a superar o da Zona Euro, com uma taxa de

crescimento do PIB de 3,4%, sustentada em grande parte pelo crescimento do consumo privado, pelo

dinamismo do mercado imobiliário e pelos gastos públicos. Em sentido contrário, factores de ordem externa

como o aumento do preço do petróleo e a apreciação da libra face ao dólar e factores de ordem interna como

o aumento do preço dos imóveis, um maior endividamento das famílias e a necessária consolidação fiscal e

orçamental, apresentaram-se como potenciais ameaças à estabilidade de crescimento do Reino Unido. A

política monetária adoptada pelo Banco de Inglaterra tem-se pautado por uma intervenção rápida,

aumentando sucessivamente a taxa de juro a fim de evitar pressões inflacionistas, mantendo a inflação num

nível estável e reduzido (1,6%). Em 2005 é esperado um crescimento acima da média da Zona Euro, embora

mais moderado, em que a consolidação das finanças públicas implicará um aumento das receitas fiscais e a

contenção dos gastos públicos. No entanto, a continuada apreciação da libra face ao dólar poderá condicionar

o crescimento do PIB ao afectar a procura externa.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

17

CMVM

Quadro 1 - Estimativas e Previsões Económicas para EUA, União Europeia, Zona Euro, Reino Unido e Japão (Taxa de variação anual)

2003 2004 (1) 2005 (2) 2006 (2)

CE OCDE FMI CE OCDE FMI CE OCDE FMI CE OCDE FMI

EUA - Estados Unidos da América

PIB (real) 3,1 3,0 3,0 4,4 4,4 4,3 3,0 3,3 3,5 2,9 3,6 -

Inflação (3) 2,3 2,3 2,3 2,6 2,6 3,0 2,8 2,4 3,0 2,3 2,1 -

Taxa de Desemprego 6,0 6,0 6,0 5,5 5,5 5,5 5,5 5,3 5,4 5,4 5,1 -

Défice Orçamental (em % do PIB nominal) -4,6 -4,6 -4,6 -4,2 -4,4 -4,9 -4,0 -4,1 -4,3 -4,2 -4,2 -

Dívida do SPA (em % do PIB) - 62,5 - - 63,5 - - 64,9 - - 66,8 -

Balança de Pagamentos (% do PIB) -5,1 -4,8 -4,8 -5,7 -5,7 -5,4 -5,9 -6,2 -5,1 -5,7 -6,4 -

União Europeia (4)

PIB (real) 1,0 - 1,1 2,5 - 2,6 2,3 - 2,5 2,4 - -

Inflação (3) 1,9 - 2,0 2,2 - 2,2 2,1 - 2,0 1,9 - -

Taxa de Desemprego 9,1 - - 9,1 - - 9,1 - - 8,8 - -

Défice Orçamental (em % do PIB nominal) -2,8 - - -2,8 - - -2,4 - - -2,3 - -

Dívida do SPA (em % do PIB) 63,2 - - 63,5 - - 63,5 - - 63,3 - -

Balança de Pagamentos (% do PIB) 0,9 - - 0,8 - - 0,7 - - 0,6 - -

Zona Euro

PIB (real) 0,6 0,6 0,5 2,1 1,8 2,2 2,0 1,9 2,2 2,2 2,5 -

Inflação (3) 1,9 2,1 2,1 2,2 2,1 2,1 2,1 2,0 1,9 1,9 1,7 -

Taxa de Desemprego 8,9 8,8 8,9 8,9 8,8 9,0 8,9 8,6 8,7 8,6 8,3 -

Défice Orçamental (em % do PIB nominal) -2,7 -2,8 -2,8 -2,9 -2,9 -2,9 -2,5 -2,6 -2,5 -2,5 -2,4 -

Dívida do SPA (em % do PIB) 70,7 77,4 - 71,1 78,3 - 71,1 79,0 - 70,9 78,9 -

Balança de Pagamentos (% do PIB) 2,0 0,4 0,3 2,2 0,7 0,8 2,1 0,6 0,9 2,0 0,9 -

Reino Unido

PIB (real) 2,2 2,2 2,2 3,3 3,2 3,4 2,8 2,6 2,5 2,8 2,4 -

Inflação (3) 1,4 1,4 1,4 1,4 1,3 1,6 1,9 1,7 1,9 2,0 2,1 -

Taxa de Desemprego 5,0 5,0 5,0 4,9 4,7 4,8 4,9 4,7 4,8 4,9 5,0 -

Défice Orçamental (em % do PIB nominal) -3,3 -3,5 -3,4 -2,8 -3,2 -3,0 -2,6 -3,2 -2,9 -2,4 -3,3 -

Dívida do SPA (em % do PIB) 39,8 42,0 - 40,4 43,4 - 40,9 44,9 - 41,2 46,5 -

Balança de Pagamentos (% do PIB) -4,3 -1,9 -1,9 -4,8 -2,2 -2,0 -4,7 -2,4 -1,9 -5,0 -2,2 -

Japão

PIB (real) 2,4 2,5 2,5 4,2 4,0 4,4 2,1 2,1 2,3 2,3 2,3 -

Inflação (3) -0,3 -0,3 -0,2 -0,2 -0,1 -0,2 0,2 0,1 -0,1 0,3 0,6 -

Taxa de Desemprego 5,3 5,3 5,3 4,8 4,8 4,7 4,7 4,5 4,5 4,6 4,2 -

Défice Orçamental (em % do PIB nominal) -7,5 -7,7 -8,2 -7,1 -6,5 -6,9 -7,0 -6,4 -6,5 -6,8 -6,3 -

Dívida do SPA (em % do PIB nominal) - 157,5 - - 163,5 - - 170,0 - - 175,4 -

Balança de Pagamentos (% do PIB) 2,7 3,1 3,2 2,8 3,5 3,4 2,9 3,5 3,2 3,5 3,7 - Fonte: OECD Economic Outlook nº 76 December 2004; FMI World Economic Outlook Sep. 2004; CE Autumn 2004 Economic Forecasts. Legenda: (1) Estimativa; (2) Previsão; (3) IPC (excepto IPCH nas estimativas da CE e nas estimativas da OCDE referentes aos países da UE); (4) 25 Estados Membros.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

18

CMVM

Quanto ao resto do mundo, salienta-se o comportamento da economia asiática (excluindo o Japão), com uma

taxa de crescimento do PIB de 7,3%, das mais elevadas a nível mundial. É necessário realçar o crescimento

da China, baseado no dinamismo da procura interna e do crédito bancário que serviu de suporte ao

desenvolvimento de outras economias da região, nomeadamente dos chamados “Tigres Asiáticos”. As

principais economias asiáticas beneficiaram de políticas macroeconómicas expansionistas, de depreciações

cambiais favoráveis e do aumento do investimento privado. Muito embora algumas dúvidas sobre a

continuidade do ritmo de crescimento económico chinês tenham moderado o ritmo de crescimento do início

do ano, para 2005 a região deverá permanecer como uma das mais dinâmicas do mundo.

Os países candidatos à UE cresceram 5,5% no ano da sua integração, de acordo com as estimativas do FMI,

mantendo-se o padrão de subida apresentado nos últimos anos. O dinamismo da procura interna e o aumento

das exportações continuam a perspectivar para 2005 um crescimento acima da média mundial (4,8%). Como

factores de risco destacam-se as pressões inflacionistas motivadas pela instabilidade do preço do petróleo,

défices públicos elevados e a incerteza associada ao processo de integração europeia.

Na América Latina, a recuperação económica de 2004 superou as previsões. Este comportamento é

explicado em grande parte pelo aumento da procura interna, maior confiança dos consumidores, aumento das

exportações e pela subida do preço do petróleo beneficiando os países exportadores. As principais dúvidas

sobre o crescimento da região residem em factores externos, como as taxas de juro mundiais e a volatilidade

do preço das commodities, e em factores internos, como a pressão inflacionista motivada pela expansão

económica, excessivas depreciações cambiais e a instabilidade política em alguns desses países.

Em África, verificou-se uma melhoria da estabilidade macroeconómica que, aliada a um melhor

comportamento do preço das commodities e consequente melhoria da balança de transacções correntes,

permitiu um crescimento mais elevado. Apesar da instabilidade política e social persistir e continuar a ser um

factor de risco, é esperado que o ritmo de crescimento se mantenha em 2005.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

19

CMVM

Quadro 2 - Principais Indicadores Económicos de Outros Blocos Regionais (Taxa de variação anual)

PIB Taxa de Inflação Balança Corrente (1) 2003 2004 (2) 2005 (3) 2003 2004 (2) 2005 (3) 2003 2004 (2) 2005 (3) Ásia (4) 7,2 7,3 6,5 2,5 4,3 3,9 4,4 3,6 3,3 Tigres Asiáticos (5) 3,0 5,5 4,0 1,4 2,4 2,6 7,6 6,8 6,5 América Latina (6) 1,8 4,6 3,6 10,6 6,5 6,1 0,3 0,5 -0,3 Países a Integrar ou Candidatos à UE (7) 4,5 5,5 4,8 9,5 7,1 5,9 -4,1 -4,3 -4,1 CEI (8) 7,9 8,0 6,6 12,0 9,9 8,7 6,4 8,3 6,2 África (9) 4,3 4,5 5,4 10,3 8,4 8,1 -0,1 0,4 0,7 Médio Oriente (10) 6,0 5,1 4,8 8,0 9,2 8,7 8,1 12,7 12,5 Exportadores de Petróleo (11) 7,0 5,5 5,0 9,6 10,7 9,9 9,6 14,9 14,8 Fonte: FMI, World Economic Outlook, September 2004 Legenda: (1) Saldo em % do PIB (2) Estimativa; (3) Previsão; (4) Tigres Asiáticos, Indonésia, Malásia, Filipinas, Tailândia, Bangladesh, Índia, Paquistão, Nepal, Sri Lanka, Maldivas, China, Vietname, Laos, Cambodja e Mongólia; (5) Hong Kong, Coreia do Sul, Singapura e Taiwan; (6)Argentina, Brasil, Chile, Bolívia, Paraguai, Uruguai, Colômbia, Equador, Peru, Venezuela, Republica Dominicana, Guatemala e México; (7) Turquia, Estónia, Lituânia, Letónia, Republica Checa, Hungria, Polónia, Eslováquia, Eslovénia, Bulgária, Chipre, Malta e Roménia; (8) Rússia, Arménia, Azerbaijão, Geórgia, Casaquistão, Quirgistão, Moldávia, Ucrânia, Bielorússia, Tadjiquistão e Uzebequistão; (9) Argélia, Marrocos, Tunísia, Camarões, Costa do Marfim, Ghana, Quénia, Nigéria, Tanzânia, Uganda, e África do Sul; (10) Arábia Saudita, Irão, Iraque, Koweit, Egipto, Síria, Iémen, Líbano, Líbia, Omã, Quatar, Emiratos Árabes Unidos e Bahraim; (11) Bahraim, Irão, Iraque Koweit, Líbia, Omã, Quatar, Árabia Saudita, e Emiratos Árabes Unidos.

1.2 A ECONOMIA PORTUGUESA

A economia portuguesa apresentou em 2004, segundo projecções do Banco de Portugal, um crescimento do

PIB de 1,1%, recuperando do comportamento recessivo verificado em 2003. A retoma é explicada pela

expansão económica internacional, pelo aumento das exportações e pelo crescimento da procura interna.

Os primeiros dois trimestres do ano foram caracterizados pela aceleração do crescimento do produto, com o

investimento privado e as exportações a liderarem a recuperação económica. Nos terceiro e quarto trimestres,

cenários mais pessimistas de contracção económica voltaram a ressurgir com o aumento das importações

acima do crescimento das exportações, a diminuição da confiança dos agentes económicos e com o aumento

da taxa de desemprego para níveis máximos desde 1998.

Apesar da recuperação da procura interna, não se observou um aumento da taxa de inflação mas sim uma

aproximação com a média de inflação na Zona Euro. Esta situação poderá ser explicada pelo output gap que

existe entre o crescimento da economia nacional e o crescimento da Zona Euro e que tem aumentado nos

últimos anos.

Ao nível das contas externas e segundo dados do Banco de Portugal, registou-se um agravamento das

necessidades de financiamento com o exterior em 1,8%, justificado pelo aumento das importações acima das

exportações e consequente aumento dos défices das balanças de capital e corrente.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

20

CMVM

Num cenário de recuperação da economia mundial, a economia portuguesa não apresentou em 2004 um

desempenho económico muito positivo, crescendo apenas 1,1%. Muito embora o crescimento médio do

produto da Zona Euro tenha ficado aquém dos principais blocos económicos mundiais, mesmo assim foi

duplo do verificado pela economia portuguesa. As razões para o desempenho da economia nacional residem

num conjunto de factores que tiveram uma evolução abaixo das expectativas.

Em primeiro lugar, apesar do sobreendividamento das famílias, das empresas e do Estado, era esperado um

melhor comportamento por parte da procura interna em 2004. De facto, na primeira metade do ano, o

aumento do investimento privado e do consumo privado de bens duradouros e intermédios indiciavam uma

recuperação económica a que não será alheio o chamado efeito “Euro 2004”. Na segunda metade do ano, a

instabilidade política e o aumento do preço do petróleo levaram a uma diminuição da confiança dos agentes

económicos e a uma deterioração generalizada do clima económico. Neste período, o aumento do consumo

privado acima do inicialmente previsto permitiu compensar parcialmente a redução no ritmo de crescimento

do investimento privado, como poderá ser confirmado pela diminuição anual da taxa de poupança dos

particulares em 0,7 p.p. do rendimento disponível, segundo o Banco de Portugal.

Em segundo lugar, a política macroeconómica pautou-se novamente pelo cumprimento dos critérios

impostos pelo PEC. Assim, o nível do consumo público voltou a não ser o potencial relançador da economia

portuguesa, situando-se em 0,6%, segundo estatísticas da Comissão Europeia. Esta situação, conjugada com

a dificuldade de o aumento das receitas totais contrabalançarem o aumento das despesas totais, obrigou, pelo

terceiro ano consecutivo, à adopção de medidas de carácter extraordinário que assegurassem o cumprimento

do pacto, adiando a resolução estrutural do problema. Por conseguinte, perspectiva-se um baixo contributo

do consumo público, nos próximos anos, para o crescimento económico.

Finalmente, o aumento da procura externa motivou um crescimento das exportações especialmente no

primeiro semestre de 2004, tendo-se verificado posteriormente o seu menor dinamismo em resultado do

abrandamento da economia na maior parte dos parceiros comerciais e da maior concorrência de países que

beneficiaram da apreciação do euro ao longo de 2004. Por outro lado, o crescimento das importações foi de

7,8%, acima dos 3,9% inicialmente previstos pela Comissão Europeia.

A taxa de desemprego manteve a trajectória de subida, atingindo os 6,5% em 2004, segundo dados da

OCDE. Alguns dos motivos subjacentes a esse comportamento foram a deslocalização de empresas

intensivas em mão-de-obra para mercados onde esta é mais barata, bem como a fraca capacidade de gerar

investimento produtivo e emprego no sector privado da economia. Por outro lado, a combinação do

crescimento dos custos unitários de trabalho na indústria transformadora (superior aos registados em países

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

21

CMVM

nossos competidores) com o fraco crescimento da produtividade originaram uma perda de competitividade

da economia portuguesa.

Embora a procura interna tenha tido um comportamento positivo (aumento de 1,9% segundo dados do Banco

de Portugal), o menor crescimento do PIB relativamente à média das economias da Zona Euro veio aumentar

o output gap da economia portuguesa face às suas congéneres europeias, o que reduziu as pressões

inflacionistas motivadas pela expansão económica e pelo aumento do preço do petróleo. Assim, a taxa de

inflação diminuiu em 2004 para os 2,4%. Acresce ainda que a valorização do euro evitou uma subida mais

acentuada do preço da energia e uma possível espiral inflacionista.

Os resultados positivos obtidos em 2003 no que concerne ao ajustamento dos desequilíbrios externos da

economia portuguesa não se confirmaram em 2004. De facto, registou-se um aumento das necessidades de

financiamento externo, patente no aumento dos défices das balanças de transacções correntes e de capital,

resultante do aumento no consumo e investimento privados.

Quadro 3 - Previsões para a Economia Portuguesa (taxa de variação)

2003 2004 (1) 2005 (2) 2006 (2) Indicadores CE OCDE CE OCDE CE OCDE CE OCDE

PIB (real) -1,2 -1,2 1,3 1,5 2,2 2,2 2,4 2,8 Consumo Privado -0,5 -0,5 2,1 2,0 1,8 1,9 2,0 2,6 Consumo Público -0,4 -0,4 0,6 0,5 0,5 0,5 0,4 0,9 Formação Bruta de Capital Fixo -9,8 -9,8 2,4 2,6 3,3 4,9 4,8 6,4 Exportação de Bens e Serviços 4,0 4,0 7,9 7,3 7,0 6,1 7,0 6,2 Importação de Bens e Serviços -0,9 -0,9 7,8 7,1 5,5 5,5 6,1 6,4 Inflação (3) 3,3 3,3 2,4 2,5 2,4 2,0 2,3 1,8 Custo Unitário do Trabalho 4,9 4,3 2,2 1,1 2,5 1,2 2,6 1,4 Taxa de Desemprego 6,3 6,3 6,3 6,5 6,2 6,6 6,1 6,1 Défice Orçamental (4) -2,8 -2,8 -2,9 -2,9 -3,7 -3,0 -3,8 -3,8 Dívida do SPA (4) 60,3 70,3 60,8 70,6 62,0 71,8 62,9 73,9 Fonte: OECD Economic Outlook nº 76 December 2004; CE Autumn 2004 Economic Forecasts. Legenda. (1) Estimativa; (2) Previsão; (3) IPCH; (4) Em % do PIB.

Em 2005, Portugal poderá novamente voltar a crescer pelo menos ao mesmo ritmo que a Zona Euro, não se

afastando ainda mais da média de rendimento per capita europeia. As previsões apontam para um aumento

do produto nacional em 2,2%, embora condicionado pelo desempenho da economia mundial, em especial da

economia da Zona Euro. A procura externa será decisiva para a aceleração do crescimento do produto pois

não existe, no quadro actual, grande espaço para endividamento de particulares, empresas e sector público e

consequente alteração do ritmo de crescimento da procura interna.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

A deterioração do clima económico no final de 2004 poderá ter algum efeito nefasto na recuperação do

investimento privado e na confiança dos agentes económicos, embora as eleições do início de 2005 e o

estado de graça que normalmente um governo em início de mandato adquire possam servir de estímulo para

o relançamento da economia e da confiança dos agentes económicos nacionais, bem como dos investidores

externos.

Com efeito, apesar do ligeiro aumento esperado na taxa de poupança por via do aumento do rendimento

disponível, não é de esperar que o recurso ao crédito aumente significativamente. Essa contenção resulta do

elevado peso do serviço da dívida das famílias, do compromisso assumido de cumprimento do défice em

torno dos 3% do PIB e da consolidação das finanças públicas. Contudo, no aumento esperado do rendimento

disponível para 2005 está considerado o descongelamento salarial dos funcionários públicos e as alterações

propostas ao imposto sobre o rendimento das pessoas singulares.

No que respeita às previsões para a FBCF, apesar de mais optimistas, estão praticamente dependentes do

investimento empresarial, pois à falta de dinamismo do investimento público associam-se também fracas

expectativas de crescimento do mercado imobiliário e do investimento em habitação.

A estabilização do aumento das importações em virtude do menor ritmo de crescimento do consumo privado

previsto para 2005 e o dinamismo das exportações induzido pela expansão económica mundial justificam

uma melhoria no crescimento económico esperado. No entanto, é necessário que não ocorram perdas de

competitividade e que hajam ganhos de produtividade, por forma a manterem-se as quotas de mercado dos

sectores exportadores nacionais. O saldo da balança de transacções correntes e de operações de capital

deverá melhorar, através de termos de troca mais favoráveis e pela diminuição do ritmo de crescimento das

importações de bens e serviços para 5,5%.

Em termos de desemprego, é muito ligeira a melhoria esperada para 2005. Prevê-se que continue a política

de congelamento do nível de emprego no sector público e que a absorção de mão-de-obra desempregada seja

realizada pelo sector privado e não pelo sector público da economia.

Em consonância com o que se verificou em 2004, a taxa de inflação continua a prever-se em baixa face aos

diferentes ritmos de crescimento entre a economia nacional e os principais países desenvolvidos e pela

expectável estabilização ou mesmo redução do preço do petróleo. É esperada uma taxa de inflação de cerca

de 2% para 2005 e 1,8% para 2006, segundo dados da OCDE.

As grandes questões que se colocam à economia portuguesa para 2005 são de diversa ordem: o desempenho

da economia mundial e em especial dos seus parceiros económicos, a consolidação orçamental e a

sustentabilidade do sistema de segurança social (crescente envelhecimento da população e a ameaça de

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

23

CMVM

aumento do desemprego), as dificuldades de financiamento dos agentes económicos, a coesão económico-

social e a pouca proactividade do sector privado da economia. A acrescentar a estas naturais preocupações,

existem outras de carácter político e geopolítico como a estabilidade ou instabilidade governativa resultante

das eleições de Fevereiro de 2005 e das eleições autárquicas do final do ano, o posicionamento português

face à nova UE com 25 Estados e a concorrência de países com mão-de-obra barata. A todos estes

constrangimentos a economia portuguesa terá que dar resposta nos próximos anos sob pena de perder o

objectivo de convergência económica alcançado nos finais da década de 80 e durante a década de 90.

1.3 OS MERCADOS DE VALORES MOBILIÁRIOS

Em 2004 verificou-se uma subida generalizada dos índices accionistas mundiais, reflexo da conjugação de

um maior crescimento dos principais blocos económicos e da diminuição da incerteza. A tendência para a

diminuição das yields manteve-se ao longo do ano, paralelamente a um movimento ascendente do valor das

obrigações de Dívida Pública na grande maioria dos mercados. O mercado de derivados ficou marcado por

um forte crescimento no volume de transacções, sobretudo no que diz respeito aos futuros sobre taxa de juro

e taxa de câmbio.

1.3.1 O Mercado Internacional de Acções e de Obrigações

1.3.1.1 Evolução Global

Em 2004 assistiu-se à consolidação da recuperação dos mercados financeiros iniciada no ano anterior,

caracterizada pela diminuição da volatilidade bolsista, pelo registo de ganhos decorrentes dos bons

resultados das empresas mundiais, e pela revisão em alta do crescimento das economias desenvolvidas.

Os índices accionistas da Morgan Stanley revelam um crescimento de 12,8% do índice mundial, repartido de

forma não idêntica pelas diversas regiões do globo, com valores mais elevados para as Economias

Emergentes da América Latina (34,8%) e mais reduzido para a América do Norte (9,4%). No caso dos EUA

pode-se pensar na existência dos “défices gémeos” como factor explicativo, via depreciação do dólar,

enquanto que em relação às economias emergentes a subida do índice traduz o reconhecimento por parte dos

mercados de capitais de um desempenho económico sustentado. Este aumento de confiança resultou numa

maior afluência de capitais para estes mercados, e na diminuição generalizada dos spreads da dívida pública

dos governos centrais destes países.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

Quadro 4 - Índices Accionistas Morgan Stanley Capital International

Índices ∆% ∆% ∆%

Internacionais Dez-01 Dez-02 Dez-03 Dez-04

(2001-02) (2002-03) (2003-04) Índice Mundial 1.003,5 792,2 1.036,3 1.169,3 -21,1 30,8 12,8 América do Norte 1.155,7 882,7 1.127,9 1.233,5 -23,6 27,8 9,4 Europa 1.085,8 867,4 1.169,2 1.377,9 -20,1 34,8 17,8 Zona euro 133,2 102,1 142,9 169,6 -23,3 39,9 18,7 Pacifico 1.352,1 1.211,1 1.651,3 1.935,1 -10,4 36,3 17,2 Extremo Oriente 1.832,5 1.614,9 2.171,1 2.501,3 -11,9 34,4 15,2 América Latina Emergente 876,2 658,9 1.100,8 1.483,6 -24,8 67,1 34,8 Fonte: Morgan Stanley Capital International. Nota: Índice-preço em dólares norte-americanos. A capitalização bolsista das acções aumentou na esmagadora maioria das principais bolsas mundiais,

conjugando um efeito preço positivo com a desaceleração da emissão de títulos de dívida. Esta tendência foi

suportada pela alta das taxas de juro, tornando a dispersão de capital em bolsa mais atractiva enquanto fonte

de financiamento em detrimento do recurso à dívida.

No mercado accionista americano a variação da capitalização bolsista foi de 13,8% no Nasdaq e 2,8% na

NYSE, beneficiando dum optimismo generalizado, assente na eliminação de alguns factores de incerteza

como sejam as eleições presidenciais norte-americanas, a menor pressão sobre o preço do petróleo e o

carácter gradual da queda do dólar. A evolução não foi, contudo, homogénea ao longo do ano. De facto, se

no primeiro semestre houve efectivamente em desempenho positivo, já no segundo o comportamento foi

errático. Sectorialmente, as áreas de melhor desempenho foram a energia e as telecomunicações enquanto

que, por oposição, os automóveis e as farmacêuticas evidenciaram um pior comportamento.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

Quadro 5 - Capitalização Bolsista nos Mercados Accionistas Europeus, do Japão e EUA

Unidade: 10^6 Euro Capitalização Bolsista

∆% ∆% Mercados Dez-02 Dez-03 Dez-04

(2002-03) (2003-04)

Euronext (1) 1.477.108 1.646.178 1.796.036 11,4 9,1 Atenas 65.760 84.547 92.140 28,6 9,0 Bratislava - 2.204 3.239 - 47,0 Budapeste - 13.228 21.039 - 59,1 Copenhaga (3) 73.681 93.701 111.349 27,2 18,8 Chipre 4.505 3.807 3.588 -15,5 -5,8 Bolsa Alemã 658.573 855.452 878.806 29,9 2,7 Helsínquia 133.279 135.008 135.196 1,3 0,1 Bolsa Irlandesa 57.540 67.444 83.933 17,2 24,4 Bolsa Italiana 457.992 487.446 580.881 6,4 19,2 Ljubljana 5.355 5.660 7.115 5,7 25,7 Londres (3) 1.708.260 1.923.168 2.071.775 12,6 7,7 Luxemburgo 23.569 29.598 36.891 25,6 24,6 Malta - 1.467 2.089 - 42,4 Praga 9.796 12.288 21.720 25,4 76,8 Espanha 443.097 575.766 692.053 29,9 20,2 Estocolmo (3) 170.627 229.355 277.992 34,4 21,2 Varsóvia 27.055 29.350 51.888 8,5 76,8 Viena 32.235 44.811 64.577 39,0 44,1 Vilnius 1.394 2.783 4.755 99,7 70,9

Nasdaq (2) 1.914.714 2.314.987 2.634.928 20,9 13,8 NYSE (2) 8.654.560 9.221.026 9.477.609 6,5 2,8

Japão (Tokyo) (2) 1.986.527 2.403.629 2.653.397 21,0 10,4 Fonte: FIBV, FESE, Banco de Portugal. Nota: Inclui apenas empresas nacionais. Legenda: (1) Euronext Amsterdão, Euronext Paris, Euronext Bruxelas e Euronext Lisbon; (2) Dados convertidos para Euro à taxa de câmbio média do mês de Dezembro. 2004: 1 EUR=1,3408 USD; 2003: 1 EUR=1,2286 USD; 2002: 1 EUR=1,0417 USD; nomeadamente para as bolsas de Nasdaq, NYSE e Tokyo; (3) Foi corrigido para as bolsas de Londres, Estocolmo e Copenhaga a capitalização bolsista em Euro de acordo com os dados do FESE.

Em 2004, manteve-se uma forte correlação positiva (0,928) na evolução dos índices norte-americano e

europeu, reforçada pela maior interdependência dos movimentos bolsistas dos dois lados do Atlântico. Sendo

assim, as performances do índice Euro Stoxx e do índice S&P 500 são quase coincidentes2, o que, tendo em

conta o maior crescimento económico dos EUA relativamente à Zona Euro, indicia uma maior procura dos

investidores por títulos europeus resultante da valorização relativa do euro face ao dólar.

2 Estes índices estão expressos na moeda local, ou seja, o Euro Stoxx em euro e o S&P 500 em dólares. Na eventualidade de os índices serem expressos na mesma unidade monetária, a ordenação seria, eventualmente, distinta.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

No caso do Japão, após um ano de 2003 marcado por um crescimento que excedeu as expectativas e do

correspondente desempenho do Nikkey 225, verificou-se em 2004 um abrandamento desse crescimento –

sobretudo a partir do segundo trimestre - facto que poderá ser explicado, em parte, pelo aumento do preço do

petróleo.

Gráfico 2 - Evolução das Médias Mensais dos Índices Euro Stoxx, S&P 500 e Nikkey 225

859095

100105110115120125

2003/12

2004/01

2004/02

2004/03

2004/04

2004/05

2004/06

2004/07

2004/08

2004/09

2004/10

2004/11

2004/12

Euro Stoxx S&P500 Nikkey 225

Fonte: BCE. Nota: Média mensal de Dez 2003=100.

A volatilidade dos índices em 2004 foi menor e mais estável do que no ano anterior, com tendência para

diminuir no quarto trimestre do ano, por oposição aos três primeiros trimestres em que se assistiu a maiores

oscilações das rendibilidades dos índices Euro Stoxx 50, Dow Jones, Nasdaq Comp. e FTSE 100, ainda que

dentro de um intervalo de variação reduzido. Note-se que o Nasdaq cumpre com a sua natureza de índice

volátil de per si, contrariamente ao Dow Jones que ao longo de 2004 apresenta taxas de rendibilidade

mensais anualizadas estáveis.

Gráfico 3 - Volatilidade Mensal dos Índices Euro Stoxx 50, Dow Jones, Nasdaq Compósito e FTSE 100 (2004)

0%3%6%9%

12%15%18%21%24%

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Euro Stoxx 50 Dow Jones Nasdaq Comp. FTSE 100

Fonte:Bloomberg. Nota: Volatilidade Anualizada

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

No mercado obrigacionista manteve-se o movimento de valorização das obrigações de Dívida Pública na

grande maioria dos mercados, tendo mesmo ocorrido um crescimento significativo em alguns índices. A

tendência para a diminuição das yields, observada desde o terceiro trimestre de 2003, manteve-se ao longo

dos primeiros meses de 2004, facto que, conjugado com a diminuição dos spreads nas obrigações de risco

elevado, tornou a emissão de Dívida Pública mais atractiva.

Quadro 6 - Índices Obrigacionista de Dívida Pública a 10 Anos

∆% ∆% ∆% Mercados Internacionais Dez-01 Dez-02 Dez-03 Dez-04

(2001-02) (2002-03) (2003-04) Zona Euro 107,7 122,6 128,0 145,9 13,8 4,4 13,9 Estados Unidos da América 231,5 270,5 277,3 298,4 16,9 2,5 7,6 Japão 241,6 266,0 257,1 257,5 10,1 -3,3 0,1 Alemanha 234,5 266,4 276,9 317,3 13,6 3,9 14,6 Bélgica 257,7 292,6 307,2 346,6 13,5 5,0 12,8 Holanda 250,4 283,6 297,4 337,8 13,3 4,9 13,6 Portugal 111,8 123,5 132,4 263,3 (a) 10,5 7,2 98,9 (a) Reino Unido 298,9 329,8 333,9 360,8 10,4 1,2 8,1 Fonte: Bloomberg. Legenda: (a) O valor referente a Dezembro de 2004 para Portugal diz respeito a 30 de Junho desse ano, data em que o índice deixou de ser divulgado.

1.3.1.2 Os Mercados Accionistas e Obrigacionistas nos Países da União Europeia

Um pouco à imagem da subida dos índices representativos dos principais blocos económicos, todos os

índices accionistas dos diversos países da UE tiveram um desempenho favorável. As praças de negociação

dos países da Europa de Leste, recentemente integrados no espaço económico europeu, grosso modo,

evidenciaram crescimentos superiores a 20%. Por oposição, Holanda, Alemanha e Finlândia registaram os

desempenhos menos conseguidos.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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Quadro 7 - Índices Accionistas de Mercados de Valores Mobiliários Europeus

∆% ∆% ∆% Mercados Europeus

Dez-01 Dez-02 Dez-03 Dez-04 (2001-02) (2002-03) (2003-04)

Atenas (ASE Composite Index) 2.591,6 1.748,4 2.263,6 2.786,2 -32,5 29,5 23,1 Bolsa Alemã (DAX Return) 5.160,1 2.892,6 3.965,2 4.256,1 -43,9 37,1 7,3 Bolsa Irlandesa (ISEQ Overall) 5.707,0 3.995,0 4.920,7 6.197,8 -30,0 23,2 26,0 Bolsa Italiana (MIB Historical) 22.232,0 16.954,0 19.483,0 22.886,0 -23,7 14,9 17,5 Budapeste (BUX) 7.131,1 7.798,3 9.380,0 14.742,6 9,4 20,3 57,2 Chipre (CSE General Index ) 129,1 94,5 80,6 72,6 -26,8 -14,7 -10,0 Copenhaga (KAX Index) 211,8 166,6 216,6 263,3 -21,4 30,0 21,6 Eslováquia (SAX Index) 120,8 140,0 177,6 326,6 15,9 26,9 83,9 Estocolmo (SX All Share Index) 239,1 149,6 194,2 228,4 -37,4 29,8 17,6 Estónia (TALSE Index) 144,7 212,5 285,7 448,8 46,8 34,4 57,1 Euronext Amesterdão (AAX All Share) 702,7 459,3 484,8 513,3 -34,6 5,6 5,9 Euronext Bruxelas (BAS Return Index) 17.229,6 13.352,9 15.490,9 21.407,0 -22,5 16,0 38,2 Euronext Lisboa (PSI Geral) 2.030,5 1.611,2 1.891,4 2.231,8 -20,7 17,4 18,0 Euronext Paris (SBF 250) 2.981,4 2.053,3 2.411,5 2.634,1 -31,1 17,4 9,2 Helsínquia (HEX) 8.805,0 5.775,4 6.031,9 6.228,1 -34,4 4,4 3,3 Letónia (RINGSE Stock Index) 228,8 196,1 288,3 413,6 -14,3 47,0 43,5 Lituânia (LITIN-10 Stock Index) 1.145,4 1.337,5 2.353,6 3.258,4 16,8 76,0 38,4 Ljubljana (Slovene SE Index) 2.151,6 3.340,2 3.931,6 4.904,5 55,2 17,7 24,7 Londres (FTSE All Share Index) 2.523,9 1.893,7 2.207,4 2.410,8 -25,0 16,6 9,2 Luxemburgo (LuxX Index) 1.115,6 789,7 1.018,9 1.292,2 -29,2 29,0 26,8 Madrid (General Index) 824,4 634,0 808,0 959,1 -23,1 27,4 18,7 Malta (Malta Stock Exchange Share Index) 2.200,1 1.870,9 2.125,8 3.069,0 -15,0 13,6 44,4 Praga (PX-Global) 492,9 576,8 816,9 1.232,7 17,0 41,6 50,9 Varsóvia (WIG Index) 13.922,2 14.366,7 20.820,1 26.636,2 3,2 44,9 27,9 Viena (Vienna SE Index) 464,8 479,2 623,8 928,2 3,1 30,2 48,8 Fontes: FIBV, FESE, Bloomberg.

Assistiu-se em 2004 a um crescimento bolsista nos países recém-aderentes à UE e, concomitantemente, ao

aumento da importância relativa da maior Bolsa europeia – a Bolsa de Londres – no volume total de

transacções (de 39% para 42%). A este propósito refira-se que o conjunto das praças Alemã, Italiana,

Britânica, Espanhola e a Euronext, representam cerca de 92% do total do volume de transacções.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

Quadro 8 - Acções - Volume de Transacções nas Bolsas de Valores da União Europeia

Unidade: 10^6 Euro Volume de Transacções ∆ %

Bolsas de Valores 2003 2004 (2003-04)

Atenas (1) 34.480,5 35.183,8 2,0 Bolsa Alemã (1) 1.138.628,0 1.237.672,5 8,7 Bolsa Irlandesa (1) 38.757,7 36.442,6 -6,0 Bolsa Italiana (1) 721.525,6 772.960,8 7,1 Bratislava 588,1 529,0 -10,0 Budapeste 7.230,7 10.763,0 48,9 Chipre 208,3 194,6 -6,6 Copenhaga (2) 56.044,1 79.716,2 42,2 Estocolmo (2) 269.322,7 371.555,5 38,0 Euronext (2) 1.700.345,9 1.987.297,8 16,9 Helsinquia (1) 145.646,2 179.633,7 23,3 Ljubljana 626,8 844,2 34,7 Londres (2) 3.174.121,4 4.150.660,3 30,8 Luxemburgo (1) 233,3 324,3 39,0 Malta 30,8 75,0 143,5 Madrid (2) 820.437,4 963.367,8 17,4 Praga 7.470,6 15.073,2 101,8 Varsóvia 8.776,7 13.147,4 49,8 Viena (1) 9.803,9 19.400,8 97,9 Vilnius 160,9 315,9 96,3 Fonte: FESE. Notas: i) São excluídas transacções de fundos de investimento, que representam, em 2004, 0,08% do total dos mercados; ii) Foram corrigidos os valores para 2003 (excluindo transacções de fundos de investimento) para permitir que a informação seja comparável para todas as bolsas de valores. Legenda: (1) Trading System View; (2) Regulated Environment View.

No ano de 2004 a correlação entre a rendibilidade do índice Euro Stoxx 50 e as diferenças nas yields das

obrigações de dívida pública foi negativa (-0,1). Porém, o comportamento foi dissemelhante nos dois

semestres, já que a uma correlação negativa de -0,23 no primeiro semestre se segue o valor de 0,41 para o

segundo.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

30

CMVM

Gráfico 4 - Evolução Comparada da Rendibilidade do Índice Eurostoxx e das Variações nas Yields das Obrigações de Dívida Pública

-5%-4%-3%-2%-1%0%1%2%3%4%5%

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Euro

Sto

xx

-0,3 p.p.

-0,2 p.p.

-0,1 p.p.

0,0 p.p.

0,1 p.p.

0,2 p.p.

0,3 p.p.

Dife

renç

a Y

ield

s

Euro Stoxx 2 anos 5 anos 10 anos

A diminuição do ritmo de crescimento da emissão de dívida ao longo de 2004 por parte dos governos

centrais contribuiu para uma diminuição constante do spread entre dívida pública de longo e curto prazo.

Gráfico 5 - Evolução do Spread entre as Yields de Títulos de Dívida Pública a 10 e a 2 anos na Zona Euro

1,3

1,4

1,5

1,6

1,7

1,8

1,9

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Essa redução do spread tem tradução na alteração da estrutura da yield curve, pois assiste-se a um ligeiro

decréscimo do declive da curva relativamente à estrutura de taxas de juro de 2003, ainda que esta alteração

não seja substancial. Tal decorre da expectativa tida pelos agentes económicos do muito breve anúncio por

parte do BCE do aumento da taxa de juro directora, apenas aguardando indícios de retoma mais substanciais

e claros, suavizando dessa forma a actual política monetária acomodatícia.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

31

CMVM

Gráfico 6 - Estrutura das Taxas de Juro (Yield Curve) dos Títulos de Dívida Pública na Zona Euro

2,3

2,8

3,3

3,8

4,3

4,8

5,3

2 anos 3 anos 5 anos 7 anos 10 anosDez-00 Dez-01 Dez-02 Dez-03 Dez-04

Fonte: BCE. Nota: Médias Mensais.

1.3.2 O Mercados de Derivados

O ano de 2004 caracterizou-se por ser um ano de forte crescimento no volume de transacções nos mercados

de futuros sobre taxa de juro e taxa de câmbio. Em relação ao mercado de futuros sobre taxa de juro,

destaque para o crescimento do volume dos contratos de futuros Eurodollar de 42,5% e para o crescimento

do volume dos contratos de futuros sobre 10 yr T-Notes de 33,6%. No que diz respeito ao volume dos

contratos de futuros sobre taxas de câmbio, os contratos Euro FX e os contratos Sterling/Dólar registaram

crescimentos apreciáveis. Nos contratos de futuros sobre Energia, o realce vai para os futuros sobre Light

sweet crude, cujo volume de negociação cresceu 16,4%.

Em termos de Índices de Acções, é de salientar o crescimento (34,5%) do volume negociado dos futuros

sobre o DAX. Em destaque mas pela negativa estiveram os futuros S&P500 que tiveram uma queda em

termos de volume negociado de cerca de 19,8%.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

32

CMVM

Quadro 9 - Volume de Alguns Contratos Negociados em Bolsas de Futuros e Opções

Unidade: Moeda local ∆% Contrato Bolsa 2003 2004

(2003-04) Taxa de Juro Eurodollar CME 208.771.164 297.584.038 42,5 US T-Bonds CBoT 63.521.507 72.949.053 14,8 Euro-Bund Eurex 28.044.276 27.658.724 -1,4 10 yr T-notes CBoT 146.745.281 196.119.150 33,6 Energia Light sweet crude Nymex 45.436.931 52.883.220 16,4 Brent crude IPE 24.012.969 25.458.259 6,0 Natural gas Nymex 19.037.118 17.441.942 -8,4 Gasolene Tocom 25.677.079 23.648.587 -7,9 Gasoline C-Com 16.705.638 15.869.951 -5,0 Moeda Euro FX CME 11.193.922 20.456.672 82,7 Swiss franc/Dolar CME 3.596.658 4.067.767 13,1 Sterling/Dolar CME 2.595.155 4.676.512 80,2 Yen/Dolar CME 6.085.209 7.395.322 21,5 Índices de Acções DJ Euro Stoxx 50 Eurex 2.787.848 3.402.604 22,1 S&P 500 CME 20.175.462 16.175.584 -19,8 CAC 40 (Opt) Euronext(Fr) 73.668.131 63.152.339 -14,3 FTSE (Opt) Euronext Liffe 14.619.893 17.866.310 22,2 KOSPI 200 (Opt) KSE 2.837.724.953 2.521.557.274 -11,1 E-Mini S&P CME 167.202.962 161176639 -3,6 DAX Eurex 2.165.511 2.911.642 34,5 E-Mini Nasdaq-100 CME 67.888.938 77.168.513 13,7 Fonte: CME, CBOT, Eurex, Nymex, Tocom, C-Com, Euronext, KSE. Legenda: Opt - Contratos de opções. 1.3.3 Organismos de Investimento Colectivo

Em 2004, assistiu-se ao aumento do valor dos activos sob gestão dos Organismos de Investimento Colectivo

(OIC) nas três grandes potências económicas mundiais: União Europeia, EUA e Japão.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

33

CMVM

Quadro 10 - Activos sob Gestão e Número de OIC no Mundo

Unidade: 10^6 Euro

Valor ∆% N.º Fundos Países 2002 2003 Set-04 (2002-03) (2003-04) Jun-04

Alemanha 750.964 828.568 846.895 10,3 2,2 6.354 Àustria 85.821 110.996 121.547 29,3 9,5 1.980 Bélgica 77.181 89.537 96.026 16,0 7,2 1.328 Dinamarca 38.288 48.934 66.571 27,8 36,0 498 Espanha 172.913 207.465 224.614 20,0 8,3 2.500 Finlândia 15.749 22.082 29.127 40,2 31,9 344 França 891.000 1.008.000 1.085.850 13,1 7,7 11.764 Grécia 27.096 31.813 31.898 17,4 0,3 284 Holanda 93.200 87.182 8.637.1 (1) -6,5 -0,9 637 (2) Irlanda 303.881 361.760 420.903 19,0 16,3 3.559 Itália 372.316 401.143 394.555 7,7 -1,6 1.306 Luxemburgo 844.508 953.302 1.058.915 12,9 11,1 7.632 Portugal 25.625 28.708 30.491 12,0 6,2 281 Reino Unido 370.235 434.601 469.479 17,4 8,0 2.233 Suécia 56.065 71.213 77.958 27,0 9,5 497 Total da U.E. (15) 4.124.842 4685.304 5.041.200 13,6 7,6 41.197 EUA (3) 6.094.756 5.962.949 (4) 6.241.385 -2,2 4,7 8.096 Japão (3) 289.111 286.373 (4) 299.534 -0,9 4,6 2.531 Resto do Mundo (3) 4.411.736 4.762.263 (4) 5.310.682 7,9 11,5 2.302 Total Mundo (3) 10.795.603 11.011.585 (4) 11.851.601 2,0 7,6 54.126 Fonte: FEFSI, CMVM. Legenda: (1) Dados referentes a Junho de 2004; (2) Dados referentes a Dezembro de 2003; (3) Os dados referem-se ao valor dos activos sob gestão dos OICVM;(4) Dados referentes a Setembro de 2003.

No que se refere ao volume de activos geridos pelos fundos consoante a sua nacionalidade, a supremacia

norte-americana mantém-se, com 52,7% da quota mundial.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

34

CMVM

Quadro 11 - Montante de Activos sob Gestão a Nível Mundial por Categoria de Fundo (Junho 2004)

Unidade: 10^6 Euro

Activos sob Gestão - Tipos de Fundos

Países F. Acções

e FPA Fundo de

Obrigações

Fundos de Tesouraria

e FMM Fundos Mistos Outros Total

Quota de Mercado

(%) Alemanha 98.340 70.738 36.593 13.994 1.821 221.486 1,9 Àustria 12.989 44.983 7.737 7.280 0 72.989 0,6 Bélgica 49.744 9.959 2.125 20.826 23 82.677 0,7 Dinamarca 12.362 29.450 22 467 0 42.300 0,4 Espanha 72.207 60.988 57.101 26.211 0 216.508 1,8 Finlândia 9.439 4.928 9.216 3.334 873 27.789 0,2 França 237.500 176.600 355.100 213.400 0 982.600 8,3 Grécia 4.988 6.664 15.957 3.273 0 30.882 0,3 Holanda n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. Irlanda n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 325.365 2,7 Itália 76.636 143.311 92.322 58.330 0 370.599 3,1 Luxemburgo 326.015 314.647 195.293 65.769 68.276 970.000 8,2 Portugal 1.727 9.363 8.979 1.663 86 21.818 0,2 Reino Unido 255.173 57.531 3.548 26.524 0 342.776 2,9 Suécia 51.290 4.514 5.861 12.935 1.444 76.045 0,6 Total da U.E. 1.157.120 929.162 783.993 441.071 71.079 3.707.789 31,3 EUA (1) 3.249.142 1.004.780 1.603.333 384.132 0 6.241.385 52,7 Japão (1) 187.654 81.330 30.550 0 0 299.534 2,5 Resto do Mundo (1) 594.969 350.818 275.271 189.146 192.686 1.602.893 13,5 Total Mundo (1) 5.188.885 2.366.090 2.693.147 1.014.349 263.765 11.851.601 100,0 Fonte: FEFSI, CMVM. Legenda: FPA - Fundos Poupança Acções; FMM - Fundos do Mercado Monetário; (1) Os dados referem-se ao valor dos activos sob gestão dos OICVM; n.d. – não disponível.

Os activos geridos pelos OIC das três maiores potências económicas mundiais (EUA, U.E. (15), e Japão)

representam, em termos agregados, 45,3% do PIB dessas economias. Este rácio é particularmente elevado

nos EUA, onde atinge 66,1%, enquanto que na U.E. (15) o rácio entre o total de activos geridos pelos OIC e

o respectivo PIB se encontra próximo dos 40%. Em termos per capita, o destaque recai sobre o Luxemburgo,

onde os activos geridos pelos OIC atingem 2.146 euro por habitante.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

35

CMVM

Quadro 12 - Relevância Comparada de Activos sob Gestão

2003 2004 (3)

Países

Activos (10^6 Euro)

OIC Per Capita

(10^3 Euro)

OIC/PIB (%)

Activos (10^6 Euro)

OIC Per capita

(10^3 Euro)

OIC/PIB (%) (2)

Alemanha 218.780 3 10,3 221.486 3 10,2 Àustria 69.661 9 30,8 72.989 9 31,3 Bélgica 78.166 8 29,0 82.677 8 29,3 Dinamarca 39.219 7 20,9 42.300 8 21,6 Espanha 202.173 5 27,1 216.508 5 27,3 Finlândia 23.727 5 16,6 27.789 5 18,9 França 909.300 15 58,4 982.600 16 60,5 Grécia 30.399 3 19,9 30.882 3 18,8 Holanda (1) 74.088 5 16,3 77.051 5 16,6 Irlanda 285.372 72 211,7 325.365 82 222,6 Itália 379.045 7 29,1 370.599 6 27,3 Luxemburgo 874.198 1.934 3.649,2 970.000 2.146 3.808,0 Portugal 21.366 2 16,4 21.818 2 16,3 Reino Unido 313.953 5 19,7 342.776 6 20,0 Suécia 69.474 8 26,0 76.045 8 27,1 Total da U.E. 3.588.921 9 38,5 3.860.885 10 39,6 EUA (4) 5.870.217 20 60,3 6.241.385 21 66,1 Japão (4) 276.444 2 7,3 299.534 2 8,0 Total U.E. + EUA(4) + Japão(4) 9.735.582 12 42,6 10.401.804 13 45,3 Fonte: FEFSI, CMVM, Eurostat, OCDE Legenda: (1) Dados referentes a Março de 2004; (2) Os dados do PIB e população são previsões; (3) Dados referentes a Junho de 2004; (4) Os dados referem-se ao valor dos activos sob gestão dos OICVM.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

36

CMVM

2 O MERCADO PORTUGUÊS DE VALORES MOBILIÁRIOS

As emissões de acções aumentaram 70% em 2004, enquanto as emissões de obrigações diminuíram 16%. O

volume total de transacções no mercado a contado aumentou 10,4%, beneficando do crescimento do MEDIP

e do segmento accionista. A capitalização bolsista da Euronext Lisbon aumentou pelo segundo ano

consecutivo, impulsionada pelo segmento de acções, e o índice PSI-20 cresceu 12,6% face ao ano anterior.

A tendência de descida apresentada pelo mercado de futuros acentuou-se em 2004, tendo-se assistido uma

vez mais a uma quebra do volume transaccionado. Os contratos de opções foram extintos na sequência do

processo de migração do mercado a prazo para a plataforma de negociação Liffe.Connect.

O número de entidades gestoras de carteira por conta de outrem não se alterou, mas os montantes sob gestão

registaram um crescimento de 21.4%.

Na indústria dos OICVM, OEI, FII e FTC assistiu-se a um aumento do número de fundos e do valor sob

gestão, enquanto que o número de fundos estrangeiros comercializados no território português não se alterou.

Gráfico 7 - Evolução do PSI-20 no Ano de 2004

6600

6800

7000

7200

7400

7600

7800

8000

2-Ja

n

16-J

an

30-J

an

13-F

ev

27-F

ev

12-M

ar

26-M

ar

9-A

br

23-A

br

7-M

ai

21-M

ai

4-Ju

n

18-J

un

2-Ju

l

16-J

ul

30-J

ul

13-A

go

27-A

go

10-S

et

24-S

et

8-O

ut

22-O

ut

5-N

ov

19-N

ov

3-D

ez

17-D

ez

31-D

ez

Atentado terrorista em Madrid Preço do barril Brent

ultrapassa a barreira psicológica dos $50

FED sobe taxas directoras

Reeleição de G.W.Bush como Presidente dos

EUA

OPV do Grupo Media Capital

Demissão do XVI Governo

Constitucional Português

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

37

CMVM

Quadro 13 - Indicadores Síntese do Mercado Português de Valores Mobiliários

Unidade: 10^6 Euro 2003 2004 ∆ (2003-04) Emissões no Mercado Primário Acções (1) 1.041,4 1.756,0 68,6% Obrigações (2) 10.159,0 8.490,4 -16,4% Mercado Secundário à Vista Índices Bolsistas (3) Acções - PSI 20 6.747,41 7.600,16 12,6% Volatilidade Anualizada (4) 11,80% 10,35% -1,45 p.p. Máximo/Data 6747,41 (31 Dez) 7952,52 (08 Mar) Mínimo/Data 5218,66 (25 Fev) 6786,51 (07 Jan) Total Volumes de Transacção 169.434,8 186.642,3 10,1% Mercados Regulamentados 154.434,3 165.899,1 7,4% Mercados de Bolsa 22.379,3 30.139,1 34,7% Sessões Normais 21.693,2 29.731,2 37,1% Acções 19.023,9 27.745,1 45,8% Obrigações 1.267,5 653,8 -48,4% Títulos de Participação 4,2 6,5 54,8% Unidades de Participação 27,0 8,9 -67,0% Direitos 131,9 63,9 -51,6% Warrants 1.157,3 1.120,0 -3,2% Certificados 23,8 50,1 110,5% Convertíveis (5) 57,5 82,9 44,2% Sessões Especiais 686,1 407,9 -40,5% MEDIP 132.055,0 135.760,0 2,8% Obrigações do Tesouro 128.245,0 122.110,0 -4,8% Bilhetes do Tesouro (6) 3.810,0 13.650,0 258,3% Mercados Não Regulamentados 11,8 104,6 786,4% Mercado Sem Cotações (Euronext Lisbon) 2,7 17,7 555,6% Acções 2,7 17,7 555,6% Outros 0,0 0,0 - Mercado Estruturados (Euronext Lisbon) (7) - 82,9 - Warrants - 82,9 - Certificados - - - MEOG (8) 8,8 - - PEX (9) 0,4 4,0 900,0%

Fora de Mercado(10) 14.988,7 20.638,6 37,6%

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

38

CMVM

2003 2004 ∆ (2003-04) Capitalização Bolsista 157.120,0 170.036,1 8,2% Mercados Regulamentados 156.936,0 169.126,8 7,8% Acções 91.180,4 112.724,4 23,6% Obrigações 62.380,0 53.689,3 -13,9% Títulos de Participação 99,8 122,5 22,7% Unidades de Participação 381,5 243,9 -36,1% Direitos 0,0 0,0 - Warrants 1.799,1 1.258,0 -30,1% Certificados 381,4 413,8 8,5% Convertíveis (5) 713,9 674,8 -5,5% Mercados Não Regulamentados 184,4 909,3 393,1% Acções 184,4 539,4 192,5% Warrants 0,0 369,9 - Certificados 0,0 0,0 - Outros 0,0 0,0 - Mercado a Prazo Futuros: Valores Transaccionados (11) 1.449,8 1.038,3 -28,4% Futuros PSI-20 1.273,9 849,2 -33,3% Futuros Acções 175,9 189,1 7,5% Opções: Valores Transaccionados 8,5 - - Opções PSI-20 0,0 - - Opções Acções 8,5 - - Fundos de Investimento OICVM e FEI Nº de Fundos 215 224 9 VLGF (12) 22.850,1 24.415,1 6,8% Imobiliários Nº de Fundos 51 65 14 VLGF (12) 5.850,4 7.050,5 20,5% Fonte: CMVM, MTS - Portugal, Euronext Lisbon e Dathis. Legenda: p.p. - pontos percentuais. (1) Inclui Ofertas Particulares - realizadas no mercado Português de acordo com o art. 110º do Cód. VM, por sociedades com o capital aberto ao investimento público, e comunicadas subsequentemente à CMVM, e Ofertas Públicas - realizadas no mercado Português de acordo com o art. 109º do Cód. VM. (2) Emissões de dívida do sector privado. A dívida pública é tratada em 2.1.5. (3) Cotações de Fecho. (4) Calculada através da anualização das volatilidade das rendibilidades logarítmicas diárias. (5) O segmento de Convertíveis foi criado em Janeiro de 2003. (6) O segmento dos BT entrou em funcionamento em Julho de 2003. (7) O Mercado de Estruturados iniciou a actividade em Outubro de 2004. (8) O MEOG foi extinto em Novembro de 2003. (9) O PEX iniciou a actividade em 18 de Setembro de 2003. (10) Somente referente a Valores Mobiliários Cotados. (11) Valores determinados com base no preço dos negócios. (12) Inclui os valores investidos em Unidades de Participação.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

39

CMVM

2.1 EMISSÕES DE VALORES MOBILIÁRIOS

Inflectindo a tendência de anos anteriores, as emissões de acções registaram um significativo acréscimo em

2004. Contudo, este acréscimo ficou a dever-se à oferta pública de subscrição de acções da EDP, no âmbito

da 5ª fase de privatização desta sociedade.

O mercado primário de obrigações registou um decréscimo de 16% face ao ano anterior, que ficara

assinalado com o maior nível de emissões de dívida do sector privado dos últimos 10 anos. As emissões de

obrigações de caixa continuam a ser as mais representativas do mercado, apesar do seu peso ter diminuído.

No mercado primário de warrants não ocorreu qualquer emissão em 2004. Já as emissões de Obrigações do

Tesouro atingiram um montante global de 6.840 milhões de euro.

2.1.1 Acções Emitidas3

Em 2004 verificou-se uma inflexão da tendência registada em anos anteriores no que se refere a acções

emitidas. Com efeito, as ofertas de acções colocadas em mercado primário registaram um acréscimo de cerca

de 70% relativamente a 2003. No entanto, esta inflexão não revela uma reanimação estrutural do mercado de

capitais português. A oferta pública de subscrição de 656.537.715 acções ordinárias da EDP – Energias de

Portugal, SA, no âmbito da 5ª fase de privatização desta sociedade, no montante global de 1.208 milhões de

euro, explica aquele crescimento.

Por outro lado, manteve-se a falta de interesse nas acções preferenciais sem voto quer através de oferta

pública quer de oferta particular de acções.

3 À semelhança da abordagem seguida em anos anteriores, o âmbito de análise aqui considerado foi o seguinte: - “Ofertas públicas”: ofertas realizadas no mercado português de acordo com o preceituado no artigo 109.º do Cód. VM; - “Ofertas particulares”: ofertas realizadas no mercado português, por sociedades com o capital aberto ao investimento público, e comunicadas subsequentemente a esta Comissão de acordo com o preceituado no artigo 110.º do Cód. VM.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

40

CMVM

Gráfico 8 - Evolução do Valor das Emissões de Acções

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

Milh

ões d

e Eu

ro

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Quadro 14 - Emissões de Acções por Sociedades Abertas, por Tipo de Acções

Unidade: 10^6 Euro

2002 2003 2004 Natureza dos Valores Nº Emissões Valor Nº Emissões Valor Nº Emissões Valor

Acções Ordinárias 16 1.045 14 1.041 27 1.756 Acções Preferenciais Sem Voto 1 1 0 0 0 0 TOTAL 17 1.046 14 1.041 27 1.756

As ofertas públicas das sociedades com o capital aberto ao investimento público reuniram a quase totalidade

das emissões (92% do valor total emitido).

Quadro 15 - Emissões de Acções por Sociedade Abertas, por Tipo de Ofertas, Registadas na CMVM

Unidade: 10^6 Euro

Tipo de Ofertas Nº Ofertas Subscrição Valor Particular 3 140 Pública 24 1.616 TOTAL 27 1.756

Em relação à repartição das ofertas por sector de actividade, verificou-se a preponderância do peso do sector

“Produção e Distribuição de Electricidade, Gás e Água” (69%), seguido do sector de “Construção e

Materiais de Construção” (12%) e o quase desaparecimento do sector “Intermediação Financeira”.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

41

CMVM

Cabe ainda mencionar o peso das ofertas a trabalhadores de subsidiárias portuguesas de sociedades sedeadas

no estrangeiro, que correspondem a cerca de 56% do número total das ofertas consideradas. No entanto e

dada a sua natureza, revestem-se de diminuta importância em termos de montantes efectivamente colocados.

Face à conjuntura económica portuguesa, 2004 continuou a revelar a falta de interesse das sociedades em

ocorrer ao mercado de valores mobiliários, não se verificando, pelo segundo ano consecutivo, nenhuma IPO

(oferta pública inicial) em mercado primário. A única novidade em termos de mercado accionista foi a

dispersão, através de oferta pública de venda, de 15,7% do capital social do Grupo Media Capital SGPS, SA.

2.1.2 Obrigações Emitidas

Depois de em 2003 se ter atingido o maior nível de emissões de dívida do sector privado dos últimos 10

anos, registou-se em 2004 um ligeiro decréscimo, de 16% em relação ao ano anterior, tendo o valor das

emissões de obrigações do sector privado sido de 8.490 milhões de euro.

Gráfico 9 - Evolução do Valor das Emissões de Obrigações

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

Milh

ões d

e Eu

ro

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

As emissões mais relevantes foram as emissões de obrigações de caixa da Caixa Geral de Depósitos (22%),

as obrigações titularizadas da SAGRES - Sociedade de Titularização de Créditos, S.A.(13%), e as obrigações

de caixa do grupo Millennium BCP (12%). De referir ainda a emissão de obrigações clássicas da

PARPÚBLICA - Participações Públicas SGPS, SA no montante de 500 milhões de euro.

As emissões realizadas assumiram maioritariamente a forma de subscrição particular (57% do valor total

emitido).

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

42

CMVM

Quadro 16 - Mercado Primário de Obrigações, por Tipo de Oferta

Unidade: 10^6 Euro

Tipo de Ofertas Nº de Emissões Valor Particular 100 4.829 Pública 171 3.661 TOTAL 271 8.490

Quadro 17 - Mercado Primário de Obrigações

Unidade: 10^6 Euro

Meses Residentes Não Residentes Total Nº Emissões Valor Nº Emissões Valor Nº Emissões Valor Janeiro 8 170 7 19 15 189 Fevereiro 20 236 1 12 21 248 Março 22 794 1 9 23 803 Abril 23 1.865 1 6 24 1.871 Maio 29 526 1 4 30 530 Junho 30 628 0 0 30 628 Julho 21 335 0 0 21 335 Agosto 15 366 0 0 15 366 Setembro 22 1.072 0 0 22 1.072 Outubro 23 930 0 0 23 930 Novembro 23 689 3 23 26 712 Dezembro 18 798 3 9 21 807 TOTAL 254 8.409 17 82 271 8.490

A taxa média ponderada do 1º cupão dos empréstimos obrigaccionistas situou-se nos 2,88%. As taxas

registadas nos meses de Março e Abril, de 3,64% e 4,07% respectivamente, deveram-se à emissão de

diversos empréstimos de obrigações de caixa ao abrigo do Aviso do Banco de Portugal nº 6/2002, i.e. de

Instrumentos de Captação de Aforro Estruturados, cujo perfil de maior risco ditou taxas de remuneração do

1º cupão mais elevadas do que as restantes emissões. Por outro lado, os valores mais baixos registaram-se

nos meses de Agosto e Setembro, tendo sido originados por uma série de emissões de obrigações de caixa

cuja taxa do 1º cupão rondou os 1,5%.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

43

CMVM

Gráfico 10 - Taxa Média Ponderada do 1º Cupão

0,0%0,5%1,0%1,5%2,0%2,5%3,0%3,5%4,0%4,5%

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Tal como no ano anterior, as emissões de obrigações clássicas viram o seu peso aumentar, de 14% para 20%,

e o peso das emissões de obrigações de caixa diminuiu de 60% para 47%. Com a abolição do conceito de

tipicidade dos valores mobiliários4 e de acordo com as comunicações subsequentes efectuadas à CMVM, as

emissões de obrigações estruturadas atingiram um montante que perfez cerca de 4% do total emitido.

Gráfico 11 - Emissão de Obrigações - por tipo

0%10%20%30%40%50%60%70%

1999 2000 2001 2002 2003 2004

Perc

enta

gem

do

mon

tant

e gl

obal

Clássicas Caixa Titularizadas Cupão 0* C/ warrants Obrigações estruturadas

Legenda: (*) Neste valor estão incluídas todas as emissões de obrigações de cupão 0.

O mercado Caravela continuou a manifestar fracos índices de utilização, tendência esta que já vinha de anos

anteriores. Nas entidades “Supranacionais e Soberanas” não se registou qualquer interesse pela colocação de

dívida no nosso país tendo, pelo contrário, sido incrementadas as emissões de “Restantes Entidades Não

Residentes”, fruto das já referidas emissões de obrigações estruturadas. 4 Decreto-lei 66/2004 de 24 de Março.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

44

CMVM

Gráfico 12 - Evolução do Valor Emitido no Mercado Caravela

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Milh

ões d

e Eu

ro

Supranacionais e Soberanos Restantes Entidades Não Residentes

2.1.3 Warrants Emitidos

Em 2004 não houve qualquer oferta pública de warrants, tendo os emitentes destes valores mobiliários

optado por colocar as respectivas emissões no mercado secundário.

2.1.4 Valores Mobiliários Convertíveis Emitidos

Em 2004, à semelhança do ano anterior, o Commerzbank Aktiengesellschaft efectuou uma emissão de

Valores Mobiliários Convertíveis por Opção do Emitente, desta feita sobre acções da Nokia OYJ, no

montante global de 15 milhões de euro e com uma taxa de juro de 11% a.a..

2.1.5 Dívida Pública

A Resolução do Conselho de Ministros nº 7/2004, de 3 de Fevereiro veio estabelecer os montantes máximos

para a emissão em 2004 de obrigações do tesouro, certificados de aforro e de bilhetes do tesouro, entre outros

tipos de dívida pública, tendo ficado estabelecido para as obrigações do tesouro um valor máximo de 8.000

milhões de euros para o ano de 2004. O valor efectivamente colocado foi de 6.700 milhões de euro, repartido

por uma emissão sindicada de 2.500 milhões de euro e o restante através da realização de leilões. As emissões

de obrigações do tesouro em 2004 foram colocadas a taxas médias ponderadas que variaram entre um mínimo

de 2,923% e um máximo de 4,438%.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

45

CMVM

Quadro 18 - Montantes Colocados e Taxas Ponderadas

Valor (10^6 Euro)

Taxa Média Ponderada de Cupão (%)

Taxa Média Ponderada das Colocações (%)

Meses 2002 2003 2004 2002 2003 2004 2002 2003 2004 Janeiro 700 0 0 5,25 - - 4,305 - - Fevereiro 2.500 0 0 5,00 - - 5,093 - - Março 2.332 2.500 800 4,875 3,00 4,375 4,944 3,165 4,076 Abril 775 0 0 5,00 - 5,375 - - Maio 750 919 900 4,875 3,00 4,375 4,959 2,659 4,405 Junho 911 852 800 5,00 3,00 4,375 5,321 2,275 4,438 Julho 1.500 800 2.500 5,143 3,00 3,25 4,903 2,514 3,332 Agosto 850 0 0 5,00 - 4,734 - - Setembro 700 0 800 4,875 - 3,25 4,132 - 3,263 Outubro 1.280 2.500 0 5,21 4,375 4,398 4,436 - Novembro 700 0 900 5,45 - 3,25 4,681 - 2,923 Dezembro 0 0 0 - - - - - TOTAL 12.998 7.571 6.700 5,06 3,27 3,66 4,861 3,354 3,634

Quadro 19 - Maturidade das Obrigações do Tesouro Unidade: 10^6 Euro

2002 2003 2004 Valor % Valor % Valor %

Taxa Fixa 12.998 100,0 7.571 100,0 6.700 100,0 2 anos 0 0,0 0 0,0 0 0,0 3 anos 700 5,4 5.071 67,0 0 0,0 4 anos 0 0,0 0 0,0 4.200 62,7% 5 anos 5.117 39,4 0 0,0 0 0,0 9 anos 0 0,0 0 0,0 0 0,0 10 anos 5.036 38,7 0 0,0 2.500 37,3% 11 anos 2.145 16,5 2.500 33,0 0 0,0 14 anos 0 0,0 0 0,0 0 0,0 15 anos 0 0,0 0 0,0 0 0,0 Taxa Variável 0 0,0 0 0,0 0 0,0 4 anos 0 0,0 0 0,0 0 0,0 5 anos 0 0,0 0 0,0 0 0,0 6 anos 0 0,0 0 0,0 0 0,0 7 anos 0 0,0 0 0,0 0 0,0 TOTAL 12.998 100,0 7.571 100,0 6.700 100,0

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

46

CMVM

2.2 O MERCADO SECUNDÁRIO

O volume total de transacções no mercado a contado aumentou 10,16% face a 2003, impulsionado pelo

segmento accionista. A capitalização bolsista dos valores mobiliários admitidos à negociação na Euronext

Lisbon aumentou 8,2%, beneficiando do comportamento favorável da vertente accionista. A capitalização

bolsista do segmento obrigacionista prosseguiu o movimento de descida dos últimos dois anos.

Os índices PSI Geral e PSI 20 valorizaram, respectivamente, 18% e 12,6%. A volatilidade dos índices

prosseguiu o seu movimento de descida dos últimos 4 anos.

Em Março de 2004 teve lugar a migração do mercado de futuros gerido pela Euronext Lisbon para a

plataforma de negociação Liffe.Connect. Acentuou-se em 2004 a tendência de descida apresentada pelo

mercado de futuros, embora menos significativa do que no ano anterior.

Em 2004 realizaram-se apenas 5 ofertas públicas de aquisição. Por outro lado, a reconhecida falta de

apetência pelo mercado de capitais enquanto veículo alternativo ao financiamento das empresas continuou a

constatar-se nos diminutos valores das operaçoes de dispersão de capital via bolsa de valores.

2.2.1 O Mercado a Contado

2.2.1.1 Evolução Geral

O volume transaccionado no mercado secundário em 2004 registou um acréscimo anual de 10,16%. Tal

acréscimo ficou a dever-se principalmente ao segmento accionista que registou um crescimento acentuado

quer no volume global de negócios em Bolsa (46%), quer no montante transaccionado Fora de Mercado

(387%). O peso destes dois sub-segmentos accionistas no valor global de transacções no mercado ascendeu a

14,9% e 4,2%, respectivamente.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

47

CMVM

Gráfico 13 - Evolução do Volume de Transacções nos Mercados Secundários

0

50.000

100.000

150.000

200.000

Milh

ões d

e Eu

ro

1999 2000 2001 2002 2003 2004

Bolsa Fora de Mercado MEOG MEDIP PEX

Quadro 20 - Transacções de Valores Mobiliários em Mercados Secundários

Unidade: 10^6 Euro

Segmentos 2002 2003 2004 Valor % Valor % Valor % Transacções Globais em Bolsa 010 – Obrigações 1.002,0 0,67 1.267,5 0,75 653,8 0,35 020 – Acções 21.692,7 14,57 19.026,6 11,23 27.762,9 14,87 030 - Títulos de Participação 2,5 0,00 4,2 0,00 6,5 0,00 040 - Unidades de Participação 46,0 0,03 27,0 0,02 8,9 0,00 050 – Direitos 65,0 0,04 131,9 0,08 63,9 0,03 060 – Warrants 787,4 0,53 1.157,3 0,68 1.202,9 0,64 070 – Certificados 111,2 0,07 23,8 0,01 50,1 0,03 080 – Convertíveis 57,5 0,03 82,9 0,04 090 - Credit Linked Notes

1.Subtotal Sessões Normais 23.707,0 15,93 21.695,8 12,81 29.831,9 15,98

2.Transacções em Sessões Especiais 101,7 0,07 686,1 0,40 407,9 0,22

3.Subtotal incluindo Sessões Especiais (1) + (2) 23.808,6 16,00 22.382,0 13,21 30.239,8 16,20

4. MEDIP (Dívida Pública) 111.163,0 74,68 132.055,0 77,94 135.760,0 72,74

5. PEX 0,0 0,00 0,40 0,00 4,0 0,00

Fora de Mercado - Valores Cotados 010 – Obrigações 10.413,4 7,00 13.326,1 7,87 12.591,4 6,75 020 – Acções 3.436,6 2,31 1.618,3 0,96 7.880,7 4,22 030 - Títulos de Participação 15,0 0,01 29,3 0,02 21,8 0,01 040 - Unidades de Participação 8,0 0,01 3,1 0,00 13,9 0,01 050 – Direitos 2,1 0,00 4,3 0,00 66,5 0,04 060 – Warrants 0,3 0,00 0,0 0,00 42,5 0,02 070 – Certificados 0,4 0,00 4,6 0,00 20,5 0,01 080 – Convertíveis 0,0 0,00 1,2 0,00 1,3 0,00 090 - Credit Linked Notes 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00

6.Subtotal Fora de Mercado VC 13.875,7 9,32 14.988,7 8,85 20.638,6 11,06

7.Total Mercado Secundário -VC (3)+(4)+(5)+(6) 148.847,3 100,00 169.426,1 100,00 186.642,4 100,00 Fonte: Euronext Lisbon, MTS-Portugal e OPEX.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

48

CMVM

Gráfico 14 - Evolução Mensal do Volume de Transacções nos Mercados Secundários em 2004

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

Milh

ões d

e Eu

ro

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

PEX

MEDIP

Fora de Mercado- ValoresAdmitidos

Bolsa - SessõesEspeciais

Bolsa - SessõesNormais

2.2.1.2 Evolução da Capitalização Bolsista

A capitalização bolsista do conjunto dos valores mobiliários admitidos à negociação na Euronext Lisbon

subiu pelo segundo ano consecutivo, tendo registado um acréscimo de 8,2%. O forte aumento do segmento

accionista (24%) suplantou as descidas verificadas em praticamente todos os restantes segmentos de títulos,

com excepção dos Certificados. A capitalização bolsista do segmento obrigacionista prosseguiu o

movimento de descida dos últimos dois anos, tendo o respectivo peso na capitalização bolsista global

diminuido para os 31,6%.

Apesar de ter surgido em 2004 a possibilidade de negociação dos Credit Linked Notes não foi admitida à

negociação nenhuma emissão.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

Quadro 21 - Evolução da Capitalização Bolsista

Unidade: 10^6 Euro

2002 2003 2004 ∆ % Valor % Valor % Valor % (2003-04) Obrigações 65.102,7 45,9 62.380,0 39,7 53.689,3 31,6 -13,9 Dívida Pública 56.626,2 39,9 55.708,6 35,5 48.986,8 28,8 -12,1 O. Fundos Públicos e Equip. 448,0 0,3 599,5 0,4 423,2 0,2 -29,4 Diversas 8.028,5 5,7 6.072,0 3,9 4.279,3 2,5 -29,5 Acções 73.239,4 51,7 91.364,8 58,1 113.263,8 66,6 24,0 TP e UP 585,8 0,4 481,3 0,3 366,4 0,2 -23,9 Warrants 2.548,6 1,8 1.799,1 1,1 1.627,9 1,0 -9,5 Certificados 294,0 0,2 381,4 0,2 413,8 0,2 8,5 Convertíveis 713,9 0,5 674,8 0,4 -5,5 Credit Linked Notes 0,0 0,0 0,0 TOTAL 141.770,5 100,0 157.120,4 100,0 170.036,0 100,0 8,2 Mercado de Cotações Oficiais 139.067,4 98,1 155.723,2 99,1 167.983,2 98,8 7,9 Segundo Mercado 2.461,4 1,7 1.212,8 0,8 1.143,6 0,7 -5,7

Mercado sem Cotações 241,7 0,2 184,4 0,1 542,3 0,3 194,1

Mercado Estruturados 367,0 0,2 - Fonte: Euronext Lisbon.

O aumento da capitalização bolsista de acções e o menor crescimento do PIB nacional (estimado),

contribuíram para que a capitalização bolsista global em percentagem do produto interno bruto atingisse os

124% no final do ano.

Gráfico 15 - Evolução do Peso da Capitalização Bolsista no PIB

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

1999 2000 2001 2002 2003 2004

Dívida Pública

ObrigaçõesDiversas e OutrosFundos Pub. Equip.

Acções

Títulos deParticipação eUnidades deParticipação

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

50

CMVM

2.2.1.3 Transacções em Bolsa

O volume de transacções em bolsa no ano de 2004 inverteu a tendência de queda dos anos anteriores,

registando um elevado crescimento de 35,1%. Esta evolução positiva foi motivada principalmente pelo

aumento do montante transaccionado em acções no Mercado de Cotações Oficiais (MCO). O peso deste

segmento no volume global das sessões de bolsa atingiu os 91,7%.

Em 2004, teve início o primeiro ano de actividade do Mercado Não Regulamentado de Estruturados. O

conjunto constituído pelo volume transaccionado em warrants nesse mercado e no Mercado de Cotações

Oficiais, manteve a trajectória de crescimento que tem evidenciado desde o aparecimento da negociação

deste valor mobiliário em Bolsa, no ano de 2000.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

Quadro 22 - Volume de Transacções em Bolsa de Valores

Unidade: 10^6 Euro

Segmentos 2002 2003 2004 Valor % Valor % Valor %

100 - Mercado de Cotações Oficiais 23.241,4 97,6 21.239,2 94,9 29.644,3 98,0 111- Obrigações da Dívida Pública 284,4 1,2 288,2 1,3 160,4 0,5 112 - Outros Fundos Públicos e Equiparados 25,9 0,1 33,9 0,2 37,7 0,1 113 - Obrigações Diversas 263,6 1,1 509,4 2,3 374,3 1,2 121 - Acções 21.655,3 91,0 19.006,1 84,9 27.739,7 91,7 126 - Dir. Subscrição Acções 38,2 0,2 131,9 0,6 63,9 0,2 127 - Dir. Incorporação Acções 26,8 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 131 - Títulos de Participação 2,5 0,0 4,2 0,0 6,5 0,0 141 - Unidades de Participação em Fundos Mobiliários 45,7 0,2 24,0 0,1 7,8 0,0 142 - Unidades de Participação em Fundos Imobiliários 0,3 0,0 3,0 0,0 1,1 0,0 151 - Warrants Autónomos 786,3 3,3 1.156,8 5,2 808,0 2,7 152 - Warrants Estruturados 0 0,0 0 0,0 311,4 1,0 159 - Warrants Destacados 1,1 0,0 0,5 0,0 0,6 0,0 171 - Certificados 111,2 0,5 23,8 0,1 50,1 0,2 181 - Reverse Convertibles 0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 182 - VMOC 0 0,0 57,5 0,3 82,8 0,3 183 - Credit Linked Notes 0 0,0 0 0,0 0 0,0 200 - Segundo Mercado 460,6 1,9 454,0 2,0 86,8 0,3 213 - Obrigações Diversas 428,2 1,8 436,1 1,9 81,4 0,3 221 - Acções 32,4 0,1 17,8 0,1 5,4 0,0 Sessões Especiais de Bolsa 101,7 0,4 686,1 3,1 408,0 1,3 Total Mercado Regulamentado 23.803,6 100,0 22.379,3 100,0 30.139,1 99,7 300 - Mercado Sem Cotações 5,0 0,0 2,7 0,0 18,0 0,1 321 - Acções 5,0 0,0 2,7 0,0 17,7 0,1 316 - Warrants 0 0,0 0 0,0 0,3 0,0 326 - Direitos de Subscrição de Acções 0 0,0 0 0,0 0 0,0 342 - Fundos de Investimento Imobiliário Fechados 0 0,0 0 0,0 0 0,0 400 - Mercado Estruturados 0 0,0 0 0,0 82,9 0,3 451 - Warrants Autónomos 0 0,0 0 0,0 5,4 0,0 452 - Warrants Estruturados 0 0,0 0 0,0 77,5 0,3 471 – Certificados 0 0,0 0 0,0 0 0,0 472 - Certificados Estruturados 0 0,0 0 0,0 0 0,0 Total Mercado Não Regulamentado 5,0 0,0 2,7 0,0 100,9 0,3 Total Geral 23.808,6 100,0 22.382,0 100,0 30.240,0 100,0 Fonte: Euronext Lisbon.

Os sectores de “Serviços de Telecomunicações Fixas”, “Bancos” e “Electricidade” são os principais

responsáveis pela capitalização bolsista e volumes transaccionados de acções da Euronext Lisbon, logo

seguidos pelos sectores “Retalhistas – Alimentação e Medicamentos” e “Transp. Ferroviárias, Rodoviários e

de Carga”.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

Quadro 23 - Distribuição Sectorial das Transacções e da Capitalização Bolsista de Acções

Unidade: 10^6 Euro

2003 2004 Cód. Sectores de Actividade Volume de Capitalização Bolsista Volume de Capitalização Bolsista Transacção Valor Data Transacção Valor Data

113 Industrias químicas – commodities 3,48 166,50 31-Dez 2,47 168,25 31-Dez 132 Construção e Materiais de Construção 282,05 3.139,33 31-Dez 987,75 3.952,96 31-Dez 137 Construção - Outros Tipos 107,21 965,03 31-Dez 83,70 4.137,86 31-Dez 156 Papel 205,05 912,42 31-Dez 315,72 868,95 31-Dez 188 Aço 0,00 0,00 - 0,00 0,00 - 252 Equipamento Eléctrico 7,48 51,50 31-Dez 21,58 92,03 31-Dez 263 Veículos Comerciais e camiões 0,63 118,65 30-Dez 0,52 126,00 31-Dez 267 Engenharia – Geral 0,31 0,00 - 0,00 0,00 - 318 Distribuição de Veículos 10,15 214,50 31-Dez 15,98 192,00 31-Dez 345 Electrodomésticos e Art. Uso Doméstico 0,90 41,01 31-Dez 4,13 31,95 31-Dez 349 Outros Produtos Têxteis e em Couro 0,00 0,00 - 0,00 0,72 31-Dez 415 Bebidas – Cervejas 0,00 0,00 - 0,00 0,00 - 416 Bebidas - Destilarias e Produtores de Vinho 18,24 152,95 31-Dez 26,42 140,98 31-Dez 418 Refrigerantes 2,01 51,84 31-Dez 5,66 75,69 31-Dez 433 Agricultura e Pesca 0,00 0,00 - 0,00 30,66 31-Dez 435 Transformação de Alimentos 0,00 0,00 - 0,00 14,77 31-Dez 532 Jogo 0,58 53,60 31-Dez 0,43 50,89 31-Dez 536 Hotéis 0,00 0,00 - 0,00 0,00 - 538 Instalações para Lazer 0,00 0,00 - 5,40 65,96 31-Dez 539 Restaurantes e Bares 7,39 78,20 31-Dez 17,25 97,80 31-Dez 542 Televisão e Radio – Fornecedores 101,01 294,00 31-Dez 397,93 938,27 31-Dez 543 Cabo e Satélite 502,21 2.415,43 31-Dez 615,12 2.900,08 31-Dez 547 Edição e Impressão 0,69 6,64 31-Dez 1,15 9,78 31-Dez 596 Transp. Ferroviárias, Rodoviários e de Carga 1.231,84 3.183,09 31-Dez 1.799,03 4.038,27 31-Dez 597 Transportes Marítimos/Fluviais e Portos 1,55 25,27 30-Dez 2,85 38,72 31-Dez 630 Retalhistas - Alimentação e Medicamentos 666,62 3.884,68 31-Dez 1.513,70 4.966,83 31-Dez 673 Serviços de Telecomunicações Fixas 8.171,48 10.009,19 31-Dez 10.453,04 11.413,99 31-Dez 678 Serviços de Telecomunicações Móveis 1.049,60 536,21 31-Dez 285,00 859,75 31-Dez 720 Electricidade 2.806,09 4.335,52 31-Dez 5.510,18 6.547,78 31-Dez 810 Bancos 3.717,38 59.383,07 31-Dez 4.966,63 69.717,39 31-Dez 862 Imobiliário - Propriedade e Desenvolvimento 0,00 0,00 - 0,13 0,00 - 864 Agências Imobiliárias 0,00 0,00 - 0,00 0,00 - 875 Bancos de Investimento 1,24 0,00 0,00 0,00 - 879 Outros serviços Financeiros 37,38 816,84 31-Dez 10,92 924,64 31-Dez 932 Hardware 0,00 0,00 - 0,00 0,00 - 972 Serviços Informáticos 73,55 237,44 31-Dez 612,02 321,42 31-Dez 974 Internet 0,00 0,00 - 0,00 0,00 -

Fonte: Euronext Lisbon. Nota: Distribuição sectorial de acordo com a classificação FTSE. A quantidade transaccionada quer das vinte acções mais transaccionadas no MCO, quer das restantes acções

aí admitidas, registaram elevados crescimentos, de 44,6% e 161,7%, respectivamente. No entanto, as

diferentes evoluções das quantidades admitidas à negociação em 2004 para estes dois sub-grupos (entrada de

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

53

CMVM

uma nova admissão no conjunto das restantes acções admitidas no MCO), fizeram com que o turnover médio

das vinte acções mais transaccionadas registasse um acentuado crescimento de 31,57 p.p., enquanto que o

das restantes acções regrediu 1,4 p.p..

Quadro 24 - Indicadores da Evolução da Liquidez das Acções Admitidas ao Mercado de Cotações Oficiais

2002 2003 2004 ∆ (2003-04) 20 Acções mais Transaccionadas Quantidade 6.031.056.140 6.432.079.965 9.301.032.913 44,6% Valor (milhões de Euro) 21.143 18.013 27.452 52,4% Quota (Quantidade) 98,7% 99,3% 98,8% -0,53 p.p. Quota (Valor) 98,2% 99,3% 99,0% -0,37 p.p. Turnover Médio (1) 48,6% 36,9% 68,5% 31,57 p.p. Frequência Média de Negociação (2) 92,9% 99,6% 99,2% -0,41 p.p. Restantes Acções Admitidas no MCO Quantidade 79.457.833 43.321.112 113.355.169 161,7% Valor (milhões de Euro) 398 120 287 138,7% Quota (Quantidade) 1,3% 0,7% 1,2% 0,53 p.p. Quota (Valor) 1,8% 0,7% 1,0% 0,37 p.p. Turnover Médio (1) 7,5% 1,9% 0,5% -1,4 p.p.

Frequência Média de Negociação (2) 70,6% 67,9% 69,9% 1,93 p.p. Fonte: Euronext Lisbon. Legenda: (1) O Turnover Médio é a média simples do turnover do conjunto de acções a que se refere; o turnover é o rácio entre a quantidade transaccionada e a quantidade admitida no período em análise. (2) A “Frequência Média de Negociação” é a média simples da “frequência de negociação” do conjunto de acções a que se refere; a “frequência de negociação” é o rácio entre o número de sessões em que a acção negociou e o número de sessões em que esteve admitida à negociação.

O acentuado crescimento do volume negociado no segmento accionista foi superior ao aumento da

respectiva capitalização bolsista, fazendo subir o seu “índice turnover5”, de 21% em 2003 para 25% em

2004. O efeito conjunto do aumento do montante transaccionado em warrants e da descida da respectiva

capitalização bolsista traduziram-se no aumento daquele índice para os 74% (64% em 2003).

5 Rácio entre o volume transaccionado em bolsa e a capitalização bolsista.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

Gráfico 16 - Evolução do Turnover nos Segmentos de Mercado

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

Dív

ida

Públ

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eis

2000 2001 2002 2003 2004

2.2.1.4 Evolução dos Índices

2.2.1.4.1 Índices de Acções

No final do ano de 2004, em linha com o sucedido no ano anterior, o mercado accionista apresentou um

elevado ritmo de crescimento dos seus índices de acções. Com efeito, o índice PSI Geral aumentou 18% e o

PSI 20 subiu 12,64%.

Gráfico 17 - Evolução Mensal do Índice PSI Geral em 2004

1.800

2.000

2.200

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Máximo Último Mínimo

Bas e J aneiro 1988 = 1.000

Máx 20042231,84

Min 20041904,64

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

55

CMVM

Quadro 25 - Índices Accionistas

Índices Accionistas 2002 Data 2003 Data 2004 Data

Índice PSI Geral (Base: 88/01/05=1000) Primeiro 2.023,91 2-Jan 1.636,92 2-Jan 1.917,40 2-Jan Último 1.611,15 31-Dez 1.891,44 31-Dez 2.231,84 31-Dez Máximo 2.066,38 04-Jan 1.891,44 31-Dez 2.231,84 31-Dez Mínimo 1.423,78 30-Set 1.472,84 25-Fev 1.904,64 07-Jan Variação homóloga (%) -20,65% 17,40% 18,00% Amplitude de Variação no ano (%) 45,13% 28,42% 17,18% Índice PSI-20TR (Base: 92/12/31=3 000) Primeiro 9.951,16 2-Jan 7.807,14 2-Jan 9.322,38 2-Jan Último 7.648,04 31-Dez 9.171,17 31-Dez 10.635,11 31-Dez Máximo 10.159,84 4-Jan 9.171,17 31-Dez 10.809,16 8-Mar Mínimo 6.673,98 23-Out 6.852,29 25-Fev 9.224,31 7-Jan Variação homóloga (%) -23,50% 19,92% 15,96% Amplitude de Variação no ano (%) 52,23% 33,84% 17,18% Índice PSI-20 (Base: 92/12/31=3 000) Primeiro 7.795,00 2-Jan 5.945,87 2-Jan 6.748,00 2-Jan Último 5.824,70 31-Dez 6.747,41 31-Dez 7.600,16 31-Dez Máximo 7.958,46 4-Jan 6.747,41 31-Dez 7.952,52 8-Mar Mínimo 5.083,34 23-Out 5.218,66 25-Fev 6.786,51 7-Jan Variação homóloga (%) -25,62% 15,84% 12,64% Amplitude de Variação no ano (%) 56,56% 29,29% 17,18% Fonte: Euronext Lisbon. Nota: Baseado em cotações de Fecho.

No ano de 2004, a volatilidade dos índices prosseguiu o seu movimento de descida dos últimos quatro anos6.

O decréscimo foi mais acentuado em termos de amplitude de variação.

Quadro 26 - Volatilidade dos Índices Accionistas

Valores em percentagem

2000 2001 2002 2003 2004 PSI Geral 19,3 17,1 15,5 9,9 9,4 PSI-20 21,7 18,6 18,0 11,8 10,4 Fonte: Euronext Lisbon. Nota: Calculada com base nas rendibilidades diárias logarítmicas e anualizadas através da multiplicação pela raíz quadrada de 250.

Todos os índices sectoriais aumentaram em 2004, com excepção do sector PSI Bens de Consumo (Cíclico e

Não Cíclico). O peso do sector dos Serviços Não Cíclicos no Índice PSI Geral sofreu um acentuado

6 Quer através do cálculo do desvio-padrão das rendibilidades diárias, quer através das amplitudes de variação dos índices durante o ano (medida pela relação entre a cotação máxima e a mínima).

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

56

CMVM

decréscimo de 31,28% para 7,15%. Em sentido contrário, o sector dos Serviços Financeiros, cujo peso no

Índice PSI Geral era já o mais elevado em 2003 (33,15%), viu essa preponderância reforçada para os

62,59%.

Quadro 27 - Índices Sectoriais de Acções

Fecho 2003 Máximo 2004 Mínimo 2004 Fecho 2004 Índice Valor % PSI Geral Valor data Valor data Valor % PSI Geral PSI Geral 1.891,44 100 2.231,84 31-Dez 1.904,64 7-Jan 2.231,84 100 Índices Sectoriais PSI (1) Indústrias de Base 3.209,89 11,17 3.764,97 01-Nov 3.216,45 12-Jan 3.709,20 8,31 Indústrias Gerais 2.796,25 0,37 3.873,23 02-Nov 2.591,36 08-Jan 3.664,60 0,19 Bens de Consumo Cíclico 1.697,90 0,55 1.956,10 21-Abr 1.474,98 17-Ago 1.583,73 0,20 Bens de Consumo não Cíclico 2.836,32 0,44 3.338,37 03-Mar 2.632,78 06-Dez 2.723,73 0,19 Serviços não Cíclicos 1.569,43 31,28 1.908,50 14-Dez 1.591,84 07-Jan 1.892,40 7,15 Serviços Cíclicos 2.215,74 13,13 2.868,31 29-Dez 2.230,55 02-Jan 2.864,12 15,28 Utilities 1.982,13 9,40 2.443,75 10-Nov 1.925,23 21-Jan 2.289,74 5,80 Serviços Financeiros 1.956,89 33,15 2.226,93 25-Nov 1.931,84 13-Jan 2.192,58 62,59 Tecnologias da Informação 1.405,40 0,51 2.168,12 09-Mar 1.393,43 13-Ago 1.742,52 0,28 Fonte: Euronext Lisbon. Legenda: (1) Classificação FTSE. Nota: A base dos índices sectoriais foi fixada em 31-12-1999 no valor assumido pelo PSI Geral, isto é, 2732,36 pontos.

2.2.1.4.2 Yield Curve

Em 2004 assistiu-se ao deslocamento para baixo da Yield Curve, num ano em que o BCE não procedeu a

qualquer alteração da sua taxa de referência. Pelo contrário, em 30 de Junho de 2004, a Federal Reserve

iniciou uma política monetária restritiva que se caracterizou por cinco movimentos de subida da sua taxa de

referência, de 0,25% cada, elevando-a de 1% para 2,25%.

Gráfico 18 - Yield Curve

0%

1%

2%

3%

4%

5%

2 3 5 6 7 10Nº de anos até à maturidade

29-12-2003 29-12-2004

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

57

CMVM

2.2.1.5 Admissões e Exclusões da Negociação em Bolsa

Verificou-se um forte crescimento do número total de novas admissões de valores mobiliários (615 em 2004

contra 379 em 2003). Na linha dos anos anteriores, observou-se uma acentuada predominância do peso dos

warrants autónomos admitidos no total de admissões de valores mobiliários.

Quadro 28 - Valores Mobiliários Admitidos aos Mercados de Bolsa

Mercado de Cotações Oficiais Número de Admissões Acções (1) 2 Obrigações 42 Títulos de Participação 0 Unidades de Participação 0 Warrants Destacados 0 Warrants Autónomos 570 Certificados 0 Convertíveis 1 Credit Linked Notes 0 TOTAL 615 Fonte: Euronext Lisbon. Legenda: (1) Novas Sociedades.

Verificou-se igualmente um aumento do número de valores mobiliários excluídos, principalmente warrants

autónomos (502 em 2004 contra 376 em 2003). Este aumento ocorreu somente nas exclusões no Mercado de

Cotações Oficiais, já que no Segundo Mercado e no Mercado Sem Cotações o número de valores mobiliários

excluídos diminuiu.

Quadro 29 - Valores Mobiliários Excluídos dos Mercados de Bolsa

Valores Mobiliários Excluídos MCO SM MSC Acções 4 0 3 Obrigações 70 21 0 Títulos de Participação 0 0 0 Unidades de Participação 2 0 0 Warrants Destacados 1 0 0 Warrants Autónomos 502 0 0 Certificados 0 0 0 Credit Linked Notes 0 0 0 Convertiveis 1 0 0 TOTAL 580 21 3 Fonte: Euronext Lisbon. Legenda: MCO – Mercado Cotações Oficiais; SM – Segundo Mercado; MSC – Mercado Sem Cotações.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

58

CMVM

2.2.2 Mercado Especial de Dívida Pública (MEDIP)

O volume de negociação no MEDIP (Obrigações do Tesouro e Bilhetes de Tesouro) registou um aumento de

2,81% em 2004. Em termos da sua evolução mensal, o volume negociado mostrou um perfil mais irregular

do que o verificado no ano anterior7.

Gráfico 19 - Evolução Mensal do Volume de Negociação no MEDIP

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

14.000

16.000

18.000

Milh

ões d

e Eu

ro

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2.2.3 Mercado a Prazo

2.2.3.1 Mercado de Futuros

No dia 22 de Março de 2004 teve lugar a migração do Mercado de Futuros gerido pela Euronext Lisbon para

a plataforma de negociação Liffe.Connect. Na mesma data, a Euronext Lisbon criou dois novos contratos de

futuros: um sobre acções do BPI e outro sobre acções da Brisa.

A tendência de descida apresentada pelo mercado de futuros acentuou-se em 2004, tendo-se assistido uma

vez mais a uma quebra do volume transaccionado. Contudo, a quebra foi menos significativa do que a do ano

anterior. Em termos globais, o valor transaccionado para os contratos de futuros foi de 1.038 milhões de

euro, o que se traduz numa redução de 28% no valor transaccionado relativamente a 2003. O contrato de

futuros sobre o índice PSI 20 foi de novo o contrato com maior valor transaccionado.

O número de negócios efectuados registou igualmente uma diminuição em 2004, de 10.612 negócios para

4.899, o que representa uma descida de cerca de 54%.

7 Volumes mensais não corrigidos pelo número de dias úteis.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

59

CMVM

Em termos do número de posições abertas no final do ano nos contratos sobre o índice PSI 20 e sobre acções

Portugal Telecom, registou-se um aumento de 25% e de 230%, respectivamente.

Quadro 30 - Transacções em Contratos de Futuros

Contrato Posições Nº de Volume de Valor de Futuros Abertas Negócios Contratos Transaccionado

(fim-ano) (10^3 Euro) PSI-20 2002 8.532 10.304 346.134 2.374.077 2003 6.907 3.170 214.415 1.273.909 2004 8.622 2.045 114.955 849.156 Portugal Telecom 2002 6.624 19.450 473.201 357.558 2003 1.664 4.121 156.088 103.212 2004 5.492 1.068 98.965 87.469 Energias de Portugal, SA 2002 3.899 5.063 1.036.219 230.883 2003 6.728 1.230 122.297 22.184 2004 580 575 119.454 26.974 BCP 2002 1.320 2.273 451.724 162.123 2003 5.110 964 116.749 18.766 2004 2.603 441 128.219 24.377 Cimpor (1) 2002 0 114 1.199 2.327 2003 0 9 90 56 2004 0 2 20 8 PT Multimédia 2002 20 342 6.318 5.033 2003 955 677 14.373 20.230 2004 110 402 18.688 33.484 Sonae SGPS 2002 1.530 1.235 1.614.953 130.723 2003 15.135 406 206.440 10.744 2004 7.200 329 183.572 16.664

Vodafone-Telecel (2) 2002 70 1.028 14.398 11.680 2003 0 35 784 669 Brisa 2004 0 2 200 117 TOTAL 2002 21.995 39.809 3.944.146 3.274.403 2003 36.499 10.612 831.236 1.449.770 2004 24.607 4.899 664.857 1.038.249 Fonte: Euronext Lisbon. Legenda: (1) Este contrato foi extinto. (2) Este contrato foi extinto em virtude da saída de bolsa da Vodafone Telecel a 22 de Maio de 2003.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

60

CMVM

2.2.3.2 Mercado de Opções

Na sequência do processo de migração do mercado a prazo para a plataforma de negociação Liffe.Connect, a

Euronext Lisbon decidiu proceder à extinção dos contratos de opções sobre o PSI 20 e sobre as acções

Portugal Telecom, EDP, BCP, PT Multimédia e Sonae, e do contrato de futuros Cimpor, devido à ausência

de liquidez que historicamente estes contratos apresentavam.

2.2.3.3 Mercado de Reportes e Empréstimos

No âmbito da reestruturação das actividades de clearing, o Grupo Euronext decidiu, ainda no ano de 2003,

transferir para a Clearnet a actividade de clearing que era tradicionalmente prestada pela Euronext Lisbon.

Deste modo, a Clearnet passou a prestar os serviços integrados de registo, compensação e liquidação das

operações de reporte não garantidas e das operações de empréstimo garantidas e não garantidas (assumindo a

função de contraparte central apenas nas operações de empréstimo garantidas), tendo descontinuado os

serviços de registo, compensação e liquidação de operações de reporte garantidas.

Em Março de 2004, a Clearnet decidiu cessar a prestação dos serviços de registo, compensação, contraparte

central e liquidação de operações de repos e empréstimos.

2.2.4 Renominalização

Após o grande número de redenominações (alteração para euro do valor nominal dos valores mobiliários)

ocorrido na sequência da adopção do euro, registou-se um aumento do número de renominalizações

(adopção de um valor nominal diferente daquele que se obteria directamente do simples procedimento de

redenominação). Em 2004, foram renominalizados 3 valores mobiliários, correspondentes a 3 sociedades.

Quadro 31 - Valores Renominalizados em 2004

Unidade: 10^3 unidades

Activo Qt. Integrada Antes da Renominalização

Qt. Integrada Após a Renominalização

Número de Valores Renominalizados

Número de Sociedades

Acções 19.350.408 159.028.788 3 3 TOTAL 19.350.408 159.028.788 3 3

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

61

CMVM

2.2.5 Suspensão da Negociação

Como referido, na sequência da migração para a plataforma de negociação Liffe.Connect, a Euronext Lisbon

procedeu à extinção dos contratos de opções existentes e também de um contrato de futuros. Dada a intenção

da entidade gestora de exclusão dos referidos contratos, a Euronext Lisbon suspendeu a negociação de todos

os contratos de opções, por forma a prevenir a abertura de posições. Por este motivo, verificou-se igualmente

que o número de dias em que existiram suspensões apresentou um aumento significativo em 2004.

Quadro 32 - Suspensões da Negociação de Valores Mobiliários

Nº de dias em que houve

suspensões Nº de Valores Mobiliários

Suspensos Tipo de Valor

Merc. Contado Merc. Contado Merc. Contado Merc. Prazo MCO SM MSC

Merc. Prazo

MCO SM MSC

Merc. Prazo

Acções Obrigações Warrants Futuros Opções 2001 42 35 10 3 90 88 7 3 15 36 20 3 0 2002 5 1 1 2 (a ) 6 1 1 24 (b) 8 0 0 7 (a) 5 (a) 2003 2 0 0 0 3 0 0 0 3 0 0 0 0 2004 3 0 0 20 4 0 0 7 4 0 0 2 5 Legenda: (a) Um destes dias foi a greve de Interbolsa sendo que todos os contratos foram suspensos. (b) Todos os contratos foram suspensos em ambos os dias. 2.2.6 Sistema Centralizado de Valores Mobiliários

No final do ano, encontravam-se registadas na Central de Valores Mobiliários 1.625 emissões, o que

representa um aumento de 10,69% face a 2003. Dessas emissões, 38,52% correspondiam a emissões de

obrigações privadas e 34,40% a emissões de acções.

A quantidade de valores mobiliários integrados na Central foi de 6.302.843 milhões de unidades, ou seja,

mais 0,12% do que no ano anterior.

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CMVM

Quadro 33 - Valores Mobiliários Integrados na Central de Valores Mobiliários

Número de Quantidade Integrada Emissões

2002 2003 2004 Valores Mobiliários

2002

2003

2004

Milhões Unidades

Valor (10^6 €)

Milhões Unidades

Valor (10^6 €)

Milhões Unidades

Valor (10^6 €)

Acções 564 565 559 18.904 31.787 20.544 32.473 22.176 33.829 Escriturais 492 497 507 18.693 30.875 20.348 31.631 22.001 33.128 Tituladas 72 68 52 210 911 196 842 175 700 Obrigações 744 658 644 6.358.496 74.131 6.253.377 78.087 6.257.461 80.494 Dívida Pública 22 21 18 5.374.075 53.741 5.579.505 55.795 5.719.233 57.192 Escriturais 22 21 18 5.374.075 53.741 5.579.505 55.795 5.719.233 57.192 Tituladas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Outras 722 626 626 984.421 20.390 673.872 22.292 538.227 23.302 Escriturais 716 621 621 984.417 20.377 673.869 22.280 538.225 23.291 Tituladas 6 5 5 4 13 4 12 2 11 Obrigações Titularizadas 0 0 6 0 0 0 0 0 4 Escriturais 0 0 6 0 0 0 0 0 4 TP 8 7 7 21.028 0 19.943 199 19.943 199 Escriturais 8 7 7 21.028 0 19.943 199 19.943 199 Tituladas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 UP 24 22 16 170 0 169 0 68 0 Escriturais 23 21 16 169 0 168 0 68 0 Tituladas 1 1 0 1 0 1 0 0 0 Warrants 278 214 376 2.240 0 1.161 0 3.042 0 Escriturais 191 165 158 955 0 674 0 572 0 Tituladas 87 49 218 1.285 0 487 0 2.470 0 Certificados 10 11 11 10 0 10 0 10 0 Escriturais 3 4 4 3 0 3 0 3 0 Tituladas 7 7 7 7 0 7 0 7 0 VMOC 0 1 1 0 0 140 700 140 700 Escriturais 0 1 1 0 0 140 700 140 700 Tituladas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 VMOC EE 0 1 1 0 0 0 15 0 15 Escriturais 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Tituladas 0 1 1 0 0 0 15 0 15 Val. Mob. Estruturados 0 0 2 0 0 0 0 2 0 Escriturais 0 0 2 0 0 0 0 2 0 TOTAL 1.628 1.468 1.625 6.400.847 105.917 6.295.343 111.475 6.302.843 115.241 Escriturais 1.455 1.337 1.340 6.399.341 104.993 6.294.649 110.606 6.300.187 114.515 Tituladas 173 131 285 1.506 925 694 869 2.656 726 Fonte: CVM. Legenda: TP – Títulos Participação; UP - Unidades de Participação (valor de subscrição); VMOC - Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis; VMOC EE - Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis por Opção do Emitente.

A quantidade de valores mobiliários do mercado a contado de Bolsa registou em 2004 um decréscimo de

73,2% face a 2003, com 27.623.189 milhares de unidades liquidadas através da Central de Valores

Mobiliários.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

63

CMVM

O número de transacções liquidadas através do SLrt (Sistema de Liquidação real time) registou um aumento

de 55% em 2004. Tal resultou das alterações às regras de liquidação ocorridas em Novembro de 2003, as

quais passaram a incluir a resubmissão das guias de liquidação de operações de bolsa não liquidadas no

processamento normal.

Quadro 34 - Liquidações Através da Central de Valores Mobiliários

Unidade: 10^3 unidades 2002 2003 2004 ∆ %

Valores Mobiliários Quantidade Quantidade Quantidade (2003-04)

Mercado a Contado de Bolsa Obrigações 56.274.676 93.807.055 22.293.967 -76,2% Dívida Pública 18.633.599 27.480.203 9.264.381 -66,3% Outros Fund. Públ. e Equip. 2.494.175 2.135.297 3.502.059 64,0% Privadas 35.146.901 64.191.555 9.527.527 -85,2% Acções 3.594.560 6.164.668 3.506.239 -43,1% Títulos de Participação 280.518 469.645 576.856 22,8% Unidades de Participação 1.086 1.149 224 -80,5% Warrants 565.276 1.510.521 877.734 -41,9% Certificados 2.377 643 240 -62,7% Direitos 201.275 1.070.776 362.284 -66,2% Convertíveis 10.469 5.645 -46,1%

Total do Mercado a Contado de Bolsa 60.919.767 103.034.927 27.623.189 -73,2% Futuros e Opções 32.230 8.277 3.495 -57,8% SLRT 5.976.378.460 6.051.596.945 9.396.196.254 55% Fonte: CVM.

2.2.7 As Ofertas Públicas de Aquisição8 e Ofertas Públicas de Venda

As ofertas públicas de aquisição (OPA) diminuiram face ao ano anterior, quer em número, quer em valor

final (cerca de metade do valor registado em 2003).

Predominaram as OPA obrigatórias sobre apenas uma OPA facultativa lançada pela Edinger Holdings LLC

sobre uma parte das acções representativas do capital social da sociedade Imobiliária Construtora Grão-Pará,

SA. Em todas as ofertas obrigatórias a contrapartida foi determinada por aplicação do nº 1 do artigo 188.º do

Cód. VM.

Apenas uma OPA foi lançada sobre valores não admitidos à negociação em mercado regulamentado, i.e.

sobre as acções da Estoril Praia – Futebol SAD.

8 Toda a informação sobre as OPA realizadas em 2004 pode ser consultada no sítio da CMVM na Internet em http://web3.cmvm.pt/sdi/emitentes/opas.cfm.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

64

CMVM

Quadro 35 - Ofertas Públicas de Aquisição em 2004

Sociedade Oferente Sociedade Visada Tipo Nº Acções a adquirir

Preço (Euro)

Valor Previsto

(10^3 Euro)

Valor Final (10^3 Euro) Sucesso (%)

António José da Silva Veiga

Estoril Praia - Futebol SAD

Obrig. 69.917 5 350 253 72,4

Edinger Holdings LLC Imobiliária Construtora Grão-Pará, SA

Facult. 500.000 3 1.500 265 17,7

Semapa Investments BV Portucel - Empresa Produtora de Pasta e Papel, SA

Obrig. 537.218.000 1,55 832.688 361.196 43,4

Sacyr Vallehermoso, AS Somague, SGPS, SA Obrig. 1.573.393 9,8 15.419 13.552 87,9

Sacyr Vallehermoso, AS Warrants emitidos pela Somague

Obrig. 10.000.000 0,29 2.900 2.889 99,6

TOTAL 549.361.310 852.857 378.154 44,34%

A reconhecida falta de apetência pelo mercado de capitais enquanto veículo alternativo ao financiamento das

empresas continuou a constatar-se nos valores diminutos das operações de dispersão via bolsa de valores. De

facto, somente a oferta pública de venda (OPV) de 8.823.530 acções da sociedade Grupo Media Capital

SGPS, SA no montante final de 15 milhões de euro animou o mercado accionista português. À semelhança

de outras operações de dispersão, a oferta obedeceu ao modelo de articulação de uma OPV com uma oferta

dirigida a investidores institucionais nacionais e estrangeiros (com recurso prévio ao mecanismo de book-

building). A ligação entre ambas as operações fez-se através dos mecanismos de comunicabilidade entre as

tranches (claw-back e claw-forward).

As duas OPV realizadas por entidades não residentes envolveram um valor de cerca de 300 milhares de euro.

A OPV da SNECMA - Société Nacionale d'Étude et de Construction de Moteurs d'Aviation decorreu da

decisão do Estado Francês em abrir o capital da sociedade ao público e inseriu-se na parte denominada Offre

Réservé aux Salariés.

Na sequência de operações já desencadeadas em anos anteriores, a BP, P.L.C. realizou uma nova OPV de

acções no âmbito de uma oferta a trabalhadores como consequência do BP ShareMatch Plan (programa de

distribuição de acções dirigido a trabalhadores do Grupo BP em todo o mundo).

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65

CMVM

Quadro 36 - Ofertas Públicas de Venda em 2004

Unidade: 10^3 Euro

Entidade Oferente Sociedade Período da Oferta Valor Final % Total Vertix, SGPS, SA; HMTF – Madeira Cayman, LP Hercules Enterprises, Inc; Alvor 2004, SGPS, SA; Heisamore, SGPS, SA; Partrouge, SGPS, SA; Fredter, SGPS, SA

Grupo Media Capital 19 a 27 de Março 15.224 98

Estado Françês

SNECMA - Société Nacionale d'Étude et de Construction de Moteurs d'Aviation

7 a 16 de Junho 97 1

BP, Plc BP, Plc 2 a 16 de Junho 198 1

Sociedade Comercial Orey Antunes Sociedade Comercial Orey Antunes, SA

26 de Novembro a 10 de Dezembro

90 1

TOTAL 15.609 100

2.2.8 Declarações de Perda da Qualidade de Sociedade Aberta

Sete empresas solicitaram a perda da qualidade de sociedade aberta em 2004, fundamentando-se todas na

alínea b) do n.º 1 do artigo 27.º do Cód. VM, tendo por base uma deliberação dos accionistas da sociedade

tomada por mais de 90% do capital social. No caso da sociedade Celulose do Caima, SGPS, SA, a

percentagem do capital social representado em assembleia geral de accionistas teve em conta as acções

próprias de acordo com o disposto no n.º 5 do artigo 386.º do Código das Sociedades Comerciais. Em todos

os casos, a contrapartida foi determinada com recurso ao disposto no n.º 1 do artigo 188.º aplicável por

remissão do n.º 4 do artigo 27.º, ambos do Cód. VM. No caso da Gestnave – Serviços Industriais, SA,

saliente-se o facto do oferente ter passado a deter 100% na sequência de uma operação de redução do capital

a zero e imediato aumento em que foi único subscritor o Estado Português. Por este facto não coube

qualquer apreciação sobre a caução ou sobre a contrapartida porque não existiam valores mobiliários

remanescentes que o oferente estivesse obrigado a adquirir.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

66

CMVM

Quadro 37 - Perdas da Qualidade de Sociedade Aberta em 2004

Acções a adquirir Preço Sociedade

Adquirente

Fundamento N.º % capital (Euro)

Banco Totta & Açores, SA Santusa Holding, SL 27.º/1b) 673.700 0,64 36 Celulose do Caima, SGPS, SA Cofina, SGPS, SA 27.º/1b) 463.268 2,14 6,40 Construtora do Tâmega, SA José Francisco da Silva Fonseca 27.º/1b) 410.982 4,35 6,36 Gestnave - Serviços Industriais, SA Gestnave – Serv. Industriais, SA 27.º/1b) 0 0,00 0 Proemba – Prod. de Embalagem, SA Almonda, SGPS, SA 27.º/1b) 4.101 1,86 15 Somague, SGPS, SA Sacyr Vallehermoso 27.º/1b) 178.754 0,68 9,80 Somague, SGPS, SA Sacyr Vallehermoso 27.º/1b) 36.209 0,36 0,29 STE - Serv. de Telecom. e Elect., SA António Martins de Freitas 27.º/1b) 29.297 1,88 0,32

2.2.9 Aquisições Potestativas Tendentes ao Domínio Total

Em 2004 ocorreu apenas a aquisição potestativa sobre o Banco Comercial dos Açores, SA, na sequência da

OPA obrigatória lançada pelo Banif Comercial, SGPS, SA, por via da qual passou a deter mais de 90% dos

direitos de voto na sociedade visada. A contrapartida foi fixada com recurso ao n.º 1 do artigo 188.º.

A utilização do procedimento previsto no artigo 194º do Cód. VM determina a perda da qualidade de

sociedade aberta da sociedade emitente das acções que foram objecto do direito de aquisição potestativa,

conforme entendimento da CMVM de Março de 2000 divulgado no seu sítio na Internet.

Quadro 38 - Aquisições Potestativas em 2004

Unidade: Euro

Sociedade Oferente Sociedade Visada Acções adquiridas Preço Valor N.º % Capital da operação

Banif Comercial, SGPS, SA Banco Comercial dos Açores, SA 44.246 0,43 6,00 265.476

TOTAL 44.246 265.476

2.2.10 Prospectos de Referência

Em 2004, as entidades emitentes que solicitaram a aprovação dos respectivos prospectos de referência foram

em menor número que em 2003, já que a UBS AG decidiu não optar por este documento informativo. Assim,

e com o objectivo de agilizar os seus processos de admissão à cotação de warrants e/ou certificados, o BCP

Investimento, o Citigroup, a Société Générale, e o Commerzbank, recorreram mais uma vez ao prospecto de

referência por forma a tornar mais célere a aprovação de prospectos de admissão de warrants ao mercado

regulamentado da Euronext Lisbon.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

67

CMVM

2.2.11 Registo de Operações

Deram entrada na CMVM 33 processos de registo em 2004. Com excepção da desistência de uma oferta

pública de subscrição de certificados, os restantes processos foram todos registados (incluindo um processo

transitado de 2003).

Quadro 39 - Registo de Operações

Tipo de Transitados Entrados Registados Recusados Retiraram Desistiram Transitados Operações de para

2003 2002 2004 2003 2004 2003 2004 2003 2004 2003 2004 2003 2005 2004 OPSO 0 0 1 4 1 4 0 0 0 0 0 0 0 0 OSOE 0 0 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 OPSC 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 OPSA 0 1 21 10 21 11 0 0 0 0 0 0 0 0 OPSW 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 OPVA 0 0 4 4 4 4 0 0 0 0 0 0 0 0 OPA 1 0 4 8 5 7 0 0 0 0 0 0 0 1 Sub-total Ofertas 1 1 32 27 32 27 0 0 0 0 1 0 0 1 AQP 0 0 1 3 1 3 0 0 0 0 0 0 0 0 TOTAL 1 1 33 30 33 30 0 0 0 0 1 0 0 1 Legenda: OPSO - Oferta pública de subscrição de obrigações. OPSC - Oferta Pública de Subscrição de Certificados OSOE - Oferta pública de valores convertíveis por opção do emitente. OPVA - Oferta pública de venda de acções, inclui registos preliminares. OPSA - Oferta pública de subscrição de acções. OPA - Oferta pública de aquisição. OPSW - Oferta pública de subscrição de warrants, inclui registos preliminares. AQP - Aquisição potestativa.

2.3 INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA

Apesar da constituição de 3 novas sociedades, o número de Intermediários Financeiros registados na CMVM

reduziu-se de novo em 2004, reflectindo os movimentos de fusão por incorporação.

Os volumes transaccionados pelos intermediários financeiros para execução de operações a contado

diminuiram em Outros Mercados Regulamentados, ao contrário do sucedido em Mercados Regulamentado e

em Fora de Mercado. Os montantes transaccionados via canal Internet continuam a aumentar, sendo cada

vez mais generalizada a sua utilização para o serviço de recepção de ordens.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

68

CMVM

2.3.1 A Intermediação Financeira e as Actividades Registadas na CMVM

O número de Intermediários Financeiros (IF’s) registados9 na CMVM voltou a diminuir em 2004,

continuando a verificar-se um número crescente de fusões. As mais significativas ocorreram nas Sociedades

Gestoras de Patrimónios onde, apesar de ter surgido uma nova entidade, 7 intermediários financeiros

cancelaram o registo, 6 por fusão, e nas Instituições de Crédito Nacionais onde se fundiram 4 entidades. Foi

ainda criada uma nova sociedade gestora de fundos de titularização de crédito e uma sociedade gestora de

fundos de investimento imobiliário.

Quadro 40 - Intermediários Financeiros Registados na CMVM

INTERMEDIÁRIOS FINANCEIROS 31-12-2002 31-12-2003 Cancelados Alterados Registados 31-12-2004

ICN - Instituições de Crédito Nacionais 36 36 4 a) 0 0 32

IC EU - Inst. de Crédito - Sucursais Comunitárias 8 8 0 0 0 8

IC extra EU - Inst. Crédito - Suc. Extra Comunitárias 1 1 0 0 0 1

SI - Sociedades de Investimento 0 0 0 0 0 0

SFC - Sociedades Financeiras de Corretagem 8 7 1 b) 0 0 6

SC - Sociedades Corretoras 10 9 1 c) 0 0 8

SGFII - Soc. Gest. de Fundos de Inv. Imobiliário 28 28 2 d) 0 1 f) 27

SGFIM - Soc. Gest. de Fundos de Inv. Mobiliário 17 17 0 0 0 17

SGP - Soc. Gest. de Patrimónios 23 22 7 e) 0 1 g) 16

SGFTC - Soc. Gest. Fundos Titulariz. de Crédito 2 3 0 0 1 h) 4

EI EU - Emp. Investimento – Suc. Comunitárias 3 4 0 0 0 4

TOTAL 136 135 15 0 3 123

Emp.de Investimento - Livre Prestação Serviços 779 805 6 0 156 955

Cancelamento de Intermediário Financeiro a) Banco Expresso Atlântico, SA (fundiu-se no Banco Comercial Português, SA), Banco Totta & Açores, SA (fundiu-se no Crédito Predial Português, SA actual Banco Santander Totta, SA), Banco Santander Portugal, SA (fundiu-se no Crédito Predial Português, SA actual Banco Santander Totta, SA); Central - Banco de Investimento, SA (fundiu-se na NCO Dealer - SFC, SA actual Crédito Agrícola Dealer - SFC, SA); b) BSN Dealer - SFC, SA (fundiu-se no Banco Santander de Negócios Portugal, SA); c) Probolsa - SC, SA (fundiu-se no Banco Alves Ribeiro, SA); d) Banif Imo - Sociedade Gestora de Fundos de Investimentos Imobiliários, SA (fundiu-se no Banif Gestão de Activos – SGFIM, SA) e Finimus - Sociedade Gestora de Fundos Imobiliários, SA, (fundiu-se na Finivalor – Sociedade Gestora de Fundos Mobiliários, SA); e) Finipatrimónio - Sociedade Gestora de Patrimónios, SA (fundiu-se na Finivalor – Sociedade Gestora de Fundos Mobiliários, SA), NCO - Gestão de Patrimónios, SA (fundiu-se na Crédito Agrícola Gest – SGFIM, SA), Espírito Santo Financial Consultants (Gestão de Patrimónios), SA (cancelamento), MG Patrimónios - Sociedade Gestora de Patrimónios, SA (fundiu-se na MG Gestão de Activos Financeiros - SGFIM), Caixa - Gestão de Patrimónios, SA (fundiu-se na Caixagest – Técnicas de Gestão de Fundos, SA), BPN Gestão de Activos, SA (fundiu-se na BPN Gestão de Activos – SGFIM, SA), Santander Gest - Sociedade Gestora de Patrimónios, SA (fundiu-se na Santander Gestão de Activos – SGFIM, SA). Registo Inicial de Intermediário Financeiro f) SGFI - Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Imobiliário, SA; g) Blue Activos Financeiros - Sociedade Gestora de Patrimónios, SA; h) Portucale - Sociedade Gestora de Fundos de Titularização de Créditos, SA.

Por tipo de actividade de intermediação financeira, constata-se a diminuição dos registos em actividades de

recepção, transmissão e execução de ordens por conta de outrem, reflexo do processo de concentração

ocorrido em 2004. É de salientar que 2 sociedades gestoras de fundos de investimento mobiliário estão

9 O número de Intermediários Financeiros registados para uma determinada actividade de intermediação não é necessariamente igual ao número de Intermediários Financeiros que efectivamente exercem essa actividade.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

69

CMVM

registadas para a gestão de fundos de investimento imobiliário e 5 outras gerem carteiras por conta de

outrem, ao abrigo do Decreto Lei n.º 252/2003 de 17 de Outubro.

Quadro 41 - Registo de Intermediários Financeiros

Sucursais Total

Actividades de Intermediação em VM ICN SI SC SFC SGP SGFIM SGFII SGFTC IC UE

IC extra UE

EI UE 2004 2003

Recepção e transmissão de ordens por conta de outrem 30 0 8 6 0 0 0 0 6 1 2 53 59

Execução de ordens por conta de outrem - Merc. Contado 23 0 8 6 0 0 0 0 4 1 1 43 48

Execução de ordens por conta de outrem - Merc. Prazo 21 0 3 5 0 0 0 0 4 1 1 35 37

Gestão de carteiras por conta de outrem 14 6 4 18 5 0 0 4 1 52 50 Colocação em ofertas públicas de distribuição 31 0 3 3 0 0 0 0 5 1 2 45 48

Negociação por conta própria em VM 32 0 0 6 0 0 0 0 5 1 0 44 48

Registo e depósito de VM 30 0 8 5 0 0 0 0 6 1 0 50 54

Serviço de câmbios e aluguer de cofres 32 0 0 6 0 0 0 0 5 1 1 45 50

Concessão de crédito 30 0 0 2 0 0 0 0 5 1 0 38 41

Consultoria sobre a estrutura do capital 28 0 0 1 0 0 0 0 5 1 2 37 39

Consultoria para investimento em VM 22 0 4 1 18 4 0 0 6 1 2 58 59 Assistência em oferta pública relativa a VM 28 0 0 3 0 0 0 0 5 1 0 37 40

Gestão de instituições de investimento colectivo mobiliário 0 0 0 0 0 17 0 0 0 0 0 17 17

Gestão de instituições de investimento colectivo imobiliário 1 0 0 0 0 2 27 0 0 0 0 30 29

Função de depositário de OICVM 17 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 17 20 Gestão de fundos de titularização de créditos 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 4 3

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

Das actividades registadas cujas cláusulas contratuais gerais se encontram sujeitas a registo junto da CMVM,

destacam-se as relativas à actividade de gestão de carteiras por conta de outrem.

Quadro 42 - Registo de Cláusulas Contratuais Gerais

Registo e depósito de valores mobiliários Registo Gestão de Carteiras 8 24

2.3.2 Corretagem10 11

O volume de transacções dos intermediários financeiros em mercados regulamentados de bolsa aumentou

23,4% face a 2003, um incremento inferior ao registado na Euronext Lisbon (34,7%). No entanto, o volume

negociado foi ligeiramente inferior (-7,1%) ao transaccionado na bolsa nacional, o que significa que as

transacções dos intermediários financeiros nacionais nas bolsas internacionais foram inferiores aos

montantes transaccionados pelos membros remotos da Euronext Lisbon. Contrariamente ao verificado no ano

anterior, registou-se um aumento da concentração neste segmento de mercado, passando as três maiores

entidades a ser responsáveis por 46,6% do mercado em 2004 (43,4% em 2003).

10 A quota de mercado respeita aos intermediários financeiros registados na CMVM para a execução de operações, por conta de outrem ou própria. Assim, também é considerado o volume de transacções efectuado em mercados ou plataformas de negociação localizadas fora de Portugal, dos quais estes intermediários financeiros sejam membros. O volume de transacções efectuado pelos intermediários financeiros não é imediatamente comparável com o divulgado, nomeadamente, pelas entidades gestoras de mercados. De facto, a execução de um negócio implica que ambos os intermediários financeiros intervenientes na operação, um como comprador e o outro como vendedor, registem esse negócio como seu, resultando numa duplicação do volume transaccionado quando comparado com o considerado relevante pela entidade gestora. 11 Para uma análise mais detalhada, deve ver-se o relatório trimestral sobre Intermediação Financeira, disponível em www.cmvm.pt.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

Quadro 43 - Volumes Transaccionados e Quotas de Mercado em Mercados Regulamentados de Bolsa dos Intermediários Financeiros Registados na CMVM para Execução de Operações a Contado

Unidade: 10^6 Euro 2003 2004 ∆% Intermediário Financeiro

Valor % Valor % (2003-04) Espírito Santo Dealer - SFC (1) 6.958 15,4 10.463 18,7 50,4 BCP Investimento 6.759 14,9 8.635 15,5 27,8 BSN Dealer – SFC 5.923 13,1 6.921 12,4 16,8 Lisbon Brokers – SC 5.385 11,9 5.582 10,0 3,7 Banco Português de Investimento 4.133 9,1 5.436 9,7 31,5 Caixa - Banco de Investimento 2.436 5,4 4.073 7,3 67,2 Fincor – SC 4.414 9,8 3.665 6,6 -17,0 Título – SFC 1.129 2,5 3.567 6,4 215,9 Crédito Agrícola Dealer - SFC (2) 2.290 5,1 1.803 3,2 -21,3 Banco de Investimento Global 719 1,6 1.215 2,2 68,9 Banco Bilbao Vizcaya Argentaria 1.085 2,4 1.065 1,9 -1,9 LJ Carregosa – SFC 547 1,2 1.042 1,9 90,4 Banco Santander de Negócios Portugal (3) - - 718 1,3 - Banif - Banco de Investimento 772 1,7 532 1,0 -31,1 Banco Alves Ribeiro (4) - - 399 0,7 - Intervalores – SC - - 371 0,7 - Barclays Bank 104 0,2 180 0,3 73,4 BNC - Banco Nacional de Crédito 188 0,4 101 0,2 -46,4 InterMoney Valores 119 0,3 84 0,2 -29,2 Banco Finantia 4 0,0 - - - Deutsche Bank 1.052 2,3 - - - Finanser – SFC 105 0,2 - - - Probolsa – SC 669 1,5 - - - Investimento Directo – SFC 17 0,0 - - - Dif Broker – SC 343 0,8 - - - Cotavalor – SC 34 0,1 - - - Ok2deal – SC 38 0,1 - - - Luso Partners – SC 31 0,1 - - - TOTAL 45.255 100,0 55.853 100,0 23,4 Fonte: Dados remetidos pelos Intermediários Financeiros - Instrução da CMVM 2/2000. Legenda: (1) A Espírito Santo Dealer foi incorporada no Banco Espírito Santo de Investimento em 2004; (2) O Crédito Agrícola Dealer resultou da fusão por incorporação do Central – Banco de Investimento na NCO Dealer em 2004; (3) O Banco Santander Negócios Portugal incorporou o BSN Dealer em 2004; (4) O Banco Alves Ribeiro incorporou a Probolsa em 2003. No MEDIP os intermediários financeiros nacionais foram responsáveis por 26% do volume total

transaccionado, percentagem que se aproxima da verificada no ano anterior.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

Quadro 44 - Volumes Transaccionados e Quotas de Mercado em Outros Mercados Regulamentados dos Intermediários Financeiros Registados na CMVM para Execução de Operações a Contado

Unidade: 10^6 Euro 2003 2004 ∆% Intermediário Financeiro

Valor % Valor % (2003-04) Banco Espírito Santo 41.835 50,2 45.085 61,9 7,8 Caixa Geral de Depósitos 16.983 20,4 15.520 21,3 -8,6 BCP Investimento 9.256 11,1 9.693 13,3 4,7 Banco Português de Investimento 11.953 14,4 2.405 3,3 -79,9 Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo 15 0,0 90 0,1 500,0 Banco Santander de Negócios Portugal 3.225 3,9 - - - TOTAL 83.266 100,0 72.793 100,0 -12,6 Fonte: MTS Portugal e dados remetidos pelos Intermediários Financeiros - Instrução da CMVM 2/2000.

Relativamente às operações efectuadas Fora de Mercados Regulamentados, registou-se um aumento de

17,7% nos montantes transaccionados. A concentração das transacções nos três maiores intermediários

financeiros diminuiu de 71,4% para 70,1%.

Quadro 45 - Volumes Transaccionados e Quotas de Mercado Fora de Mercados Regulamentados dos Intermediários Financeiros Registados na CMVM

Unidade: 10^6 Euro 2003 2004 ∆% Intermediário Financeiro

Valor % Valor % (2003-04) Banco Espírito Santo de Investimento (1) 2.337 3,5 24.553 31,4 950,5 Banco Espírito Santo 24.007 36,1 21.919 28,0 -8,7 BCP Investimento 8.902 13,4 8.384 10,7 -5,8 Banif - Banco Internacional do Funchal 584 0,9 5.441 7,0 831,4 Banco Comercial Português 2.517 3,8 3.828 4,9 52,1 Caixa Geral de Depósitos 2.138 3,2 2.862 3,7 33,9 Banco Finantia 3.608 5,4 2.753 3,5 -23,7 InterMoney Valores 1.217 1,8 2.279 2,9 87,3 Banco Santander de Negócios Portugal (2) 326 0,5 1.907 2,4 484,8 Banco Alves Ribeiro (3) - - 1.134 1,4 - Banco BPI 893 1,3 753 1,0 -15,7 Espírito Santo Dealer - SFC 233 0,3 623 0,8 167,8 Banco Português de Investimento 1.177 1,8 581 0,7 -50,6 Banco de Investimento Global 117 0,2 215 0,3 83,2 BSN Dealer - SFC 47 0,1 207 0,3 337,8 Lisbon Brokers - SC 85 0,1 112 0,1 32,3

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

2003 2004 ∆%

Intermediário Financeiro Valor % Valor % (2003-04) Banco Internacional de Crédito 181 0,3 105 0,1 -41,8 Fincor - SC 73 0,1 103 0,1 39,7 Banco Português de Gestão 434 0,7 102 0,1 -76,5 BNC - Banco Nacional de Crédito 1.112 1,7 84 0,1 -92,4 Banco Totta & Açores 127 0,2 57 0,1 -55,3 Montepio Geral 71 0,1 51 0,1 -28,4 Crédito Agrícola Dealer - SFC (4) 14.560 21,9 46 0,1 -99,7 Banif - Banco de Investimento 18 0,0 39 0,1 118,1 Central - Banco de Investimento 14 0,0 25 0,0 75,5 LJ Carregosa - SFC 43 0,1 13 0,0 -69,7 Intervalores - SC - - 12 0,0 - Banco Santander Totta 88 0,1 11 0,0 -87,2 Banco Santander Portugal 26 0,0 10 0,0 -61,8 Banco Bilbao Vizcaya Argentaria 219 0,3 3 0,0 -98,6 ABN Amro Bank, NV - - 3 0,0 - Caixa - Banco de Investimento 67 0,1 0 0,0 -99,3 Banco ActivoBank 3 0,0 0 0,0 -88,7 Golden Broker - SC - - 0 0,0 - Investimento Directo - SFC 0 0,0 0 0,0 -22,1 Banco Expresso Atlântico 0 0,0 0 0,0 -35,5 Cotavalor - SC 0 0,0 0 0,0 69,5 Banco Espírito Santo dos Açores 0 0,0 0 0,0 163,5 Deutsche Bank 4 0,0 - - - Título - SFC 0 0,0 - - - Finanser - SFC 2 0,0 - - - Barclays Bank 1 0,0 - - - Probolsa - SC 1.227 1,8 - - - Dif Broker - SC 0 0,0 - - - Ok2deal - SC 0 0,0 - - - TOTAL 66.460 100,0 78.218 100,0 17,7 Fonte: Dados remetidos pelos Intermediários Financeiros - Instrução da CMVM 2/2000. Legenda: (1) O Banco Espírito Santo de Investimento incorporou a Espírito Santo Dealer em 2004; (2) O Banco Santander Negócios Portugal incorporou o BSN Dealer em 2004; (3) O Banco Alves Ribeiro incorporou a Probolsa em 2003.(4) O Crédito Agrícola Dealer resultou da fusão por incorporação do Central – Banco de Investimento na NCO Dealer em 2004.

A dívida pública permance como o valor mobiliário mais transaccionado, apesar da diminuição do seu peso

no volume global negociado (56% em 2003 contra 42% em 2004). As plataformas de negociação de Dívida

Pública (MEDIP e EuroMTS) concentram cerca de 83,4% da negociação deste tipo de valor mobiliário

(77,5% em 2003). Verificou-se um decréscimo das transacções em Dívida Pública em todos os segmentos,

com a redução mais acentuada a ocorrer nos Mercados Regulamentados de Bolsa.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

As transacções de acções representaram 31,4% do total das transacções, salientando-se a sua importância em

Mercados Regulamentados de Bolsa (93% do volume negociado). As transacções sobre Outros Valores

Mobiliários registaram acréscimos significativos no Fora de Mercados Regulamentados (+70%).

Quadro 46 -Volume de Transacções Efectuadas por Tipo de Valor Mobiliário

Unidade: 10^6 Euro 2003 2004 ∆% Mercado e Valor Mobiliário

Valor % Valor % (2003-04) Mercados Regulamentados de Bolsa (1) 45.255 23,2 55.853 27,0 23,4 Acções 40.282 20,7 52.070 25,2 29,3 Dívida Pública 589 0,3 324 0,2 -45,0 Outros VM 4.383 2,2 3.458 1,7 -21,1 Outros Mercados Regulamentados (2) 83.266 42,7 72.793 35,2 -12,6 Dívida Pública 83.266 42,7 72.793 35,2 -12,6 Fora de Mercados Regulamentados (3) 66.460 34,1 78.218 37,8 17,7 Acções 12.253 6,3 12.901 6,2 5,3 Dívida Pública 24.334 12,5 14.543 7,0 -40,2 Outros VM 29.873 15,3 50.774 24,5 70,0 TOTAL (1) + (2) + (3) 194.980 100,0 206.863 100,0 6,1 Fonte: Dados remetidos pelos Intermediários Financeiros - Instrução da CMVM 2/2000.

Em termos agregados, as transacções por conta própria dos intermediários financeiros são responsáveis por

mais de metade das transacções, reflectindo a representatividade das plataformas de negociação de Dívida

Pública constituídas para a realização exclusiva de operações entre institucionais intervindo por conta

própria. Nas transacções nos Mercados Regulamentados de Bolsa os membros intervieram preferencialmente

por conta de terceiros (92%), enquanto que na negociação Fora de Mercados Regulamentados essas

transacções representaram 43% dos volumes negociados.

Quadro 47 - Volume de Transacções Efectuadas por Tipo de Intervenção

Unidade: 10^6 Euro 2003 2004 ∆% Mercado e Tipo de Intervenção

Valor % Valor % (2003-04) Mercados Regulamentados de Bolsa (1) 45.255 23,2 55.853 27,0 23,4 Conta de Outrem 43.123 22,1 51.426 24,9 19,3 Conta Própria 2.131 1,1 4.427 2,1 107,7 Outros Mercados Regulamentados (2) 83.266 42,7 72.793 35,2 -12,6 Conta Própria 83.266 42,7 72.793 35,2 -12,6 Fora de Mercados Regulamentados (3) 66.460 34,1 78.218 37,8 17,7 Conta de Outrem 41.165 21,1 33.869 16,4 -17,7 Conta Própria 25.295 13,0 44.349 21,4 75,3 TOTAL (1) + (2) + (3) 194.980 100,0 206.863 100,0 6,1 Fonte: Dados remetidos pelos Intermediários Financeiros - Instrução da CMVM 2/2000.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

Quadro 48 - Quota de Mercado dos Intermediários Financeiros Registados na CMVM para Execução de Operações com Contratos de Futuros em Mercados Regulamentados12

Unidade: 10^3 Eur

Futuros sobre Acções Futuros sobre Índices de Valores

Mobiliários Futuros sobre Taxas de Juro Total (1) Intermediários Financeiros N.º de Quota Volume de Quota N.º de Quota Volume de Quota N.º de Quota Volume de Quota N.º de Quota Volume de Quot

Contratos % Transacções % Contratos % Transacções % Contratos % Transacções % Contratos % Transacções %

Empresas de Investimento 96.433 7,8 1.096.668 83,0 69.491 17,5 3.912.691 45,8 2.248 0,9 265.912 0,7 168.380 8,9 5.279.713 10,BSN Dealer - SFC 64.200 5,2 8.693 0,7 16.204 4,1 117.703 1,4 - - - - 80.404 4,2 126.396 0,Espírito Santo Dealer - SFC 895 0,1 1,88155 0,0 2.388 0,6 17.108 0,2 - - - - 3.283 0,2 17.110 0,LJ Carregosa - SFC 31.195 2,5 1.087.972 82,4 50.861 12,8 3.777.599 44,2 2248 0,9 265911,91 0,7 84.512 4,5 5.135.926 10,Fincor - SC 143 0,0 1,21473 0,0 38 0,0 280 0,0 - - - - 181 0,0 282 0,Bancos 1.139.001 92,2 224.275 17,0 327.587 82,5 4.625.803 54,2 258.556 99,1 38.419.640 99,3 1.726.692 91,1 43.281.364 89,BCP Investimento 78.151 6,3 27.740 2,1 39.470 9,9 2.384.451 27,9 257.008 98,5 38.407.994 99,3 374.629 19,8 40.820.185 84,Banco Português de Investimento 252.395 20,4 1.954 0,1 98.123 24,7 779.576 9,1 - - - - 350.518 18,5 781.530 1,Banco Santander Negócios de Portugal 461.172 37,3 176.943 13,4 137.932 34,7 944.061 11,1 - - - - 599.104 31,6 1.121.004 2,Central Banco de Investimento 296.778 24,0 12.393 0,9 7.342 1,8 54.355 0,6 1548 0,6 11646,151 0,0 307.216 16,2 90.040 0,Banco Bilbao Vizcaya Argentária 1.044 0,1 8,96998 0,0 32.569 8,2 239.274 2,8 - - - - 33.613 1,8 239.283 0,Barclays Bank (Sucursal) 1.973 0,2 1.750 0,1 9.356 2,4 203.926 2,4 - - - - 11.329 0,6 205.677 0,Caixa Geral de Depósitos 8.200 0,7 3.411 0,3 264 0,1 1.860 0,0 - - - - 8.464 0,4 5.270 0,Caixa - Banco de Investimento 39.288 3,2 74,32834 0,0 1.996 0,5 14.466 0,2 - - - - 41.284 2,2 14.540 0,Banco Alves Ribeiro 0,0 0,0 535 0,1 3.834 0,0 - - - - 535 0,0 3.834 0,TOTAL 1.235.434 100,0 1.320.943 100,0 397.078 100,0 8.538.493 100,0 260.804 100,0 38.685.552 100,0 1.895.072 100,0 48.561.077 100,Fonte: Dados remetidos pelos Intermediários Financeiros - Instrução da CMVM 2/2000. Legenda: (1) Inclui contratos sobre Outros Futuros realizados pelo Central Banco de Investimentos e pela LJ Carregosa.

12 A quota de mercado dos intermediários financeiros responsáveis pela execução de operações no mercado a prazo respeita a mercados regulamentados dos quais os intermediários financeiros sejam membros, independentemente de os mercados estarem localizados em Portugal ou não. Nos contratos de futuros e opções transaccionados na Euronext Lisbon estão incluídos os abrangidos pelo acordo realizado com a MEFF - Mercado Español de Futuros Financeiros.

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O número e volume de contratos de futuros transaccionados reduziram-se face a 2003 (-14,8% e -13,6%,

respectivamente). Os contratos mais transaccionados foram, em termos de número, os futuros sobre acções

(65,2%) e, em volume, os futuros sobre taxa de juro (79,7%).

Quadro 49 - Transacções de Contratos de Futuros em Mercados Regulamentados Efectuadas por Tipo de Intervenção e de Contrato Negociado

2003 2004 Contratos Volume Contratos Volume Futuros e Tipo de Intervenção

Número % (10^6 Euro) % Número % (10^6 Euro) % Futuros sobre Acções (1) 1.216.397 54,7 282 0,5 1.235.434 65,2 1.321 2,7 Conta de Outrem 466.259 21,0 240 0,4 546.479 28,8 1.227 2,5 Conta Própria 750.138 33,7 41 0,1 688.955 36,4 94 0,2 Futuros sobre Índices de Valores Mobiliários (2) 547.674 24,6 4.829 8,6 397.078 21,0 8.538 17,6 Conta de Outrem 329.169 14,8 2.885 5,1 206.683 10,9 5.648 11,6 Conta Própria 218.505 9,8 1.944 3,5 190.395 10,0 2.891 6,0 Futuros sobre Taxas de Juro (3) 453.903 20,4 51.126 90,9 260.804 13,8 38.686 79,7 Conta de Outrem 323.369 14,5 36.326 64,6 63.085 3,3 6.916 14,2 Conta Própria 130.534 5,9 14.800 26,3 197.719 10,4 31.770 65,4 Outros Futuros (4) 5.615 0,3 0 0,0 1.756 0,1 16 0,0 Conta de Outrem 0 0,0 0 0,0 1.729 0,1 16 0,0 Conta Própria 5.615 0,3 0 0,0 27 0,0 0 0,0 TOTAL (1) + (2) + (3) + (4) 2.223.589 100,0 56.237 100,0 1.895.072 100,0 48.561 100,0 Fonte: Dados remetidos pelos Intermediários Financeiros - Instrução da CMVM 2/2000.

À semelhança do verificado no ano anterior, em 2004 apenas 2 intermediários financeiros registados na

CMVM realizaram operações sobre opções em mercados regulamentados. No entanto, o número de contratos

transaccionados aumentou significativamente.

Quadro 50 - Quota de Mercado dos Intermediários Financeiros Registados na CMVM para Execução de Operações com Contratos de Opções em Mercados Regulamentados

Unidade: N.º de Contratos Intermediários Opções sobre Quota Opções sobre Quota Total Quota

Financeiros Futuros de Acções % Futuros de Indices % % Banco Português de Investimento 0 0,0 18.614 100,0 18.614 88,3 Central - Banco de Investimento 2.469 100,0 0 0,0 2.469 11,7 TOTAL 2.469 100,0 18.614 100,0 21.083 100,0 Fonte: Dados remetidos pelos Intermediários Financeiros - Instrução da CMVM 2/2000. A prestação de serviços de intermediação financeira através da Internet tem vindo a generalizar-se. Tal é

patente no número de intermediários financeiros que oferecem o serviço de recepção de ordens através da

Internet, que mais do que duplicou entre Dezembro de 2000 e 2004.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

Quadro 51 - Volume de Transacções: Corretagem Online

Unidade: 10^3 Euro 2003 2004 ∆% Intermediário Financeiro Sítio na Internet

Valor % Valor % (2003-04) ActivoBank Activobank7 948.310 23,9 1.523.404 27,3 60,6 Banco Investimento Global Bigonline 1.022.960 25,8 1.126.100 20,1 10,1 Banco Comercial Português MillenniumBCP 422.805 10,7 682.192 12,2 61,3 Banco Português Investimento BPI Online 277.449 7,0 486.724 8,7 75,4 Banco Best Banco Best 318.422 8,0 379.549 6,8 19,2 Caixa - Banco Investimento Caixadirecta invest 213.239 5,4 322.901 5,8 51,4 Caixa Geral Depósitos Caixadirecta on-line 131.062 3,3 292.443 5,2 123,1 Banco BPI BPI Net 235.268 5,9 285.855 5,1 21,5 Banco Espírito Santo BESnet 136.293 3,4 158.951 2,8 16,6 Banco Santander Portugal (1) Santander NetB@nco 53.943 1,4 69.503 1,2 28,8 Banco Totta & Açores (1) Totta NetB@nco 50.433 1,3 69.369 1,2 37,5 Finibanco Titulodirecto 74.447 1,9 49.983 0,9 -32,9 L. J. Carregosa - SFC L.J. Carregosa 24.327 0,6 47.140 0,8 93,8 Crédito Predial Português (1) Crédito Predial NetB@nco 23.285 0,6 34.919 0,6 50,0 Montepio Geral Net24 13.893 0,4 29.506 0,5 112,4 BNC - Banco Nacional Crédito BNC Net 5.897 0,1 11.311 0,2 91,8 Barclays Bank Barclaysnet 129 0,0 6.343 0,1 4.813,4 Banco Internacional Crédito Bicnet - - 4.101 0,1 - Crédito Agrícola Dealer (2) NetInvest 3.224 0,1 3.989 0,1 23,7 Banco Expresso Atlântico (3) - 3.377 0,1 3.702 0,1 9,6 BES Açores BESnet dos Açores 346 0,0 454 0,0 31,1 Banif - Banco Investimento Binvestor 353 0,0 181 0,0 -48,7 Ok2Deal - SC (4) - 4.468 0,1 - - - Investimento Directo (5) - 2.443 0,1 - - - TOTAL 3.966.373 100,0 5.588.618 100,0 40,9 Fonte: Dados remetidos pelos Intermediários Financeiros - Regulamento da CMVM 21/2000. Legenda: (1) Em Dezembro de 2004 ocorreu a fusão por incorporação do Banco Totta & Açores, SA e do Banco Santander de Portugal, SA no Crédito Predial Português, SA e alteração da denominação deste para Banco Santander Totta, SA. (2) O Crédito Agrícola Dealer resultou da fusão por incorporação do Central – Banco de Investimento, SA na NCO Dealer – Sociedade Financeira de Corretagem, SA (27.12.2004).(3) O Banco Expresso Atlântico foi, através de fusão, incorporado no Banco Comercial Português (28.06.2004).(4) A Ok2Deal deixou de prestar o serviço de recepção de ordens através da Internet (29.12.2003).(5) A Investimento Directo deixou de prestar o serviço de recepção de ordens através da Internet a (17.10.2003).

O volume de transacções através da Internet inclui não só ordens recebidas e executadas no mercado

nacional, mas também as destinadas a execução em mercados internacionais, não sendo directamente

comparável com o volume negociado na Euronext Lisbon. De qualquer modo, as transacções através da

Internet representaram, no último trimestre de 2004, cerca de 9,4% do volume negociado em sessões

normais de bolsa na Euronext Lisbon, valor que se situava nos 10,5% em igual período de 2003.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

Quadro 52 - Evolução Trimestral do Peso das Transacções através da Internet no Total Transaccionado na Euronext Lisbon (Sessões Normais de Bolsa)

Trimestre 4T2002 1T2003 2T2003 3T2003 4T2003 1T2004 2T2004 3T2004 4T2004 % 8,9 7,7 8,1 10,5 10,5 11,7 7,2 8,5 9,4

2.4 GESTÃO DE ACTIVOS13

O número de entidades gestoras de carteira por conta de outrem manteve-se inalterado mas os montantes sob

gestão conheceram um aumento significativo. A recuperação dos mercados financeiros reflectiu-se num

aumento dos activos sob gestão nos Organismos de Investimento Colectivo em Valores Mobiliários e nos

Fundos Especiais de Investimento. Os Fundos Especiais de Investimento surgiram em Portugal em 2004,

constituindo um factor de inovação na indústria.

O valor dos activos sob gestão e o número de Fundos de Investimento Imobiliário continuaram a aumentar,

mas o montante médio administrado por cada fundo diminuiu. A indústria de Fundos de Titularização de

Crédito e a comercialização de fundos estrangeiros em território português confirmaram a tendência de

crescimento verificada no ano anterior.

2.4.1 Gestão Individual de Carteiras por Conta de Outrem14

No final de 2004, o número de entidades gestoras de carteira por conta de outrem (em exercício) foi de 46,

idêntico ao observado em 2003. Contudo, verificaram-se movimentações significativas neste sector, com o

número de novas15 entidades a ser idêntico ao número das que abandonaram16 o mercado.

13 Para uma análise mais detalhada, deve ver-se o relatório trimestral sobre Gestão de Activos (versão alargada), disponível em www.cmvm.pt. 14 Para eliminar a dupla contabilização decorrente do facto de uma SGP ter como clientes Organismos de Investimento Colectivo em Valores Mobiliários ao abrigo de um contrato de subcontratação entre a Sociedade Gestora de Fundos de Investimento e essa SGP, foram expurgados os valores sob gestão da SGP correspondentes aos referidos fundos de investimento, a partir de Dezembro de 2001. 15 A Caixagest, o Banco BEST, a MG Gestão Activos Financeiros - SGFIM, a OK2deal - SC, a Finivalor - SGFIM e a Blue Activos Financeiros - SGP. 16 O Banco Santander de Negócios Portugal, a MG Patrimónios, a Amorim Patrimónios - SGP, a Finipatrimónio, a Espírito Santo Financial Consultants - SGP e a Caixa - Gestão de Patrimónios.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

Quadro 53 - Número de Entidades Gestoras de Carteiras por Conta de Outrem (em exercício)

2004 31-12-2002 31-12-2003 Entradas Saídas 31-12-2004 Instituições de crédito 15 16 1 1 16 Nacionais 12 13 1 1 13 Sucursais 3 3 0 0 3 Empresas de Investimento 29 30 2 5 27 Soc. Gest. Patrimónios 22 22 1 5 18 Soc. Corretoras 3 4 1 0 5 Soc. Fin. Corretagem 3 3 0 0 3 Sucursais E.I. 1 1 0 0 1 Gestoras de Fundos 0 0 3 0 3 TOTAL 44 46 6 6 46

O montante sob gestão atingiu os 25.610,8 milhões de euro, um crescimento de 21,4% em relação a

Dezembro de 2003. As Sociedades Gestoras de Patrimónios continuam a liderar em termos de quota de

mercado (75,1%).

Quadro 54 - Valor sob Gestão por Tipo de Entidade

Unidade: 10^6 Euro 31-12-2002 31-12-2003 31-12-2004 ∆% ∆%

Valor % Valor % Valor % (2002-03) (2003-04) Instituições de crédito 1.512,6 9,4 2.207,4 10,5 2.656,9 10,4 45,9 20,4 Nacionais 1.324,8 8,3 1.979,9 9,4 2.370,5 9,3 49,5 19,7 Sucursais 187,8 1,2 227,5 1,1 286,4 1,1 21,2 25,9 Empresas de Investimento 14.513,5 90,6 18.887,6 89,5 19.321,4 75,4 30,1 2,3 Soc. Gest. Patrimónios 14.478,3 90,3 18.831,3 89,3 19.235,8 75,1 30,1 2,1 Soc. Corretoras 19,5 0,1 32,6 0,2 43,8 0,2 67,0 34,4 Soc. Fin. Corretagem 14,5 0,1 22,8 0,1 40,8 0,2 57,4 78,5 Sucursais E.I. 1,2 0,0 0,9 0,0 1,1 0,0 -23,1 15,5 Gestoras de Fundos 0,0 0,0 0,0 0,0 3.632,6 14,2 - - TOTAL 16.026,1 100,0 21.095,1 100,0 25.610,8 100,0 31,6 21,4

No que concerne à composição da carteira, todos os tipos de valores mobiliários registaram um aumento das

aplicações durante o ano de 2004.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

80

CMVM

Quadro 55 - Montantes sob Gestão por Tipo de Valor

Unidade: 10^6 Euro 31-12-2002 31-12-2003 31-12-2004 ∆% ∆% Valor % Valor % Valor % (2002-03) (2003-04)

Valores Mobiliários 14.372,1 89,7 17.103,4 81,1 21.625,8 84,4 19,0 26,4 Acções 958,8 6,0 1.140,3 5,4 1.327,4 5,2 18,9 16,4 Dívida Pública 4322,8 27,0 4.629,2 21,9 7.285,3 28,4 7,1 57,4 Obrigações(1) 6340,4 39,6 8.177,5 38,8 9.348,2 36,5 29,0 14,3 Unidades de Participação 2628,8 16,4 3.095,9 14,7 3.502,5 13,7 17,8 13,1 Outros VM 121,3 0,8 60,5 0,3 162,3 0,6 -50,1 168,2 Outros Activos 1653,8 10,3 3.991,7 18,9 3.985,0 15,6 141,4 -0,2 TOTAL 16.025,9 100,0 21.095,0 100,0 25.610,8 100,0 31,6 21,4 Legenda: (1) Inclui a rubrica “Outros Fundos Públicos”.

No que diz respeito ao investimento por país, são privilegiadas as aplicações em Portugal e no Luxemburgo,

que representam, respectivamente, 21,8% e 10,7% da carteira. É de salientar o forte crescimento das

aplicações em bolsas italianas (98,2%), gregas (87,5%) e espanholas (49,9%), para além do significativo

crescimento (43%) das aplicações em valores mobiliários cotados em Portugal. As aplicações em UP’s de

fundos de investimento nacionais aumentaram 13,9%. Uma parte significativa das carteiras está aplicada em

activos não cotados (15,2%) e em outros activos (15,4%).

Quadro 56 - Investimento por País

Unidade: 10^6 Euro 31-12-2002 31-12-2003 31-12-2004 ∆% ∆%

Valor % Valor % Valor % (2002-03) (2003-04) Valores Mobiliários Cotados(*) 8.901,2 55,5 11.025,3 52,6 14.172,7 55,7 23,9 28,9 Portugal 4.056,7 25,3 3.869,3 18,6 5.554,1 21,8 -4,6 43,0 Luxemburgo 1.799,6 11,2 2.640,3 12,5 2.730,5 10,7 46,7 4,2 Alemanha 555,1 3,5 1.231,3 5,9 1.748,7 6,9 121,8 42,5 Reino Unido 901,1 5,6 1.259,7 5,9 1.307,4 5,1 39,8 4,2 Espanha 435 2,7 493,4 2,4 734,8 2,9 13,4 49,9 França 441,3 2,8 496,2 2,4 512,3 2,1 12,4 6,3 Holanda 253,4 1,6 344,6 1,7 431,4 1,7 36,0 24,2 Itália 152,9 1,0 217,6 1,0 430,4 1,7 42,3 98,2 Grécia 24,1 0,2 133,1 0,6 249,6 1,0 452,4 87,5 Irlanda 17,1 0,1 130,9 0,6 161,0 0,6 665,7 23,2 Outros 264,9 1,7 208,8 0,0 312,3 1,2 -21,2 49,2 Unidades de Participação 2.628,8 16,4 3.095,9 14,6 3.502,5 13,6 17,8 13,3 Nacionais 949,4 5,9 1.152,2 5,4 1.298,1 5,1 21,4 13,9 Países da UE 1.131,6 7,1 1.209,3 5,7 1.137,0 4,4 6,9 -6,4 Outros países 547,9 3,4 734,5 3,5 1.067,3 4,1 34,1 45,3 Não Cotados 2.842,2 17,7 2.982,2 14,0 3.950,6 15,2 4,9 32,5 Outros Activos 1.653,8 10,3 3.991,7 18,8 3.985,0 15,4 141,4 -0,1 TOTAL 16.026,0 100,0 21.095,1 100,0 25.610,8 100,0 31,6 21,7 Legenda: (*) Excluindo Unidades de Participação em Fundos de Investimento.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

81

CMVM

2.4.2 Os Organismos de Investimento Colectivo em Valores Mobiliários e os Organismos Especiais de Investimento

A indústria de fundos de investimento tem mantido a sua tendência de crescimento. Os valores sob gestão

ascendem a 24.415,1 milhões de euro em Dezembro de 2004, o que representa um aumento de 6,8% em

relação ao final de 2003. Os Fundos de Poupança Reforma Educação registaram o crescimento mais

acentuado (+18,5%) e o valor gerido pelos Fundos de Obrigações de taxa fixa evidenciou a queda mais

significativa (-5,9%) em 2004. Em termos de representatividade, os Fundos de Obrigações, em particular os

de taxa variável, ultrapassaram este ano o peso dos Fundos de Tesouraria (correspondendo a 34,9% e 32,0%

do total da indústria, respectivamente). A dimensão média dos fundos nacionais continuou a aumentar,

ascendendo a 109 milhões de euro no final de 2004.

No que concerne aos Organismos Especiais de Investimento, os Fundos Especiais de Investimento merecem

ser relevados uma vez que, tendo surgido pela primeira vez no nosso mercado em 2004, constituem um

factor de inovação na indústria.

Quadro 57 - Número de Fundos e Valor sob Gestão por Categoria de Fundo

Unidade: 10^6 Euro

31-12-2002 31-12-2003 31-12-2004 ∆% Valor

Tipo Fundo N.º Valor N.º Valor % N.º Valor % (2002-

03) (2003-

04) F. Acções 62 1.118,9 5,4 57 1.262,4 5,5 52 1.336,7 5,5 12,8 5,9 F. Obrigações 44 6.600,6 32,0 42 8.160,8 35,7 43 8.951,2 36,7 23,6 9,7

FOTF 22 470,0 2,3 18 460,4 2,0 18 433,0 1,8 -2,0 -5,9 FOTV 22 6.130,7 29,7 24 7.700,5 33,7 25 8.518,2 34,9 25,6 10,6

F. Mistos 19 772,8 3,7 15 789,5 3,5 15 822,4 3,4 2,2 4,2 F.de Fundos 40 1.114,1 5,4 40 944,8 4,1 36 1.017,6 4,2 -15,2 7,7 F. Tesouraria 23 8.263,5 40,1 23 8.213,9 35,9 22 7.809,6 32,0 -0,6 -4,9 FPA 11 349,5 1,7 11 394,7 1,7 11 415,8 1,7 12,9 5,3 FPR/E 11 1.355,5 6,6 13 1.533,1 6,7 13 1.816,7 7,4 13,1 18,5 F. Garantidos 7 370,9 1,8 11 493,0 2,2 15 508,4 2,1 32,9 3,1 FMM 4 664,7 3,2 3 1.057,9 4,6 3 1.069,4 4,4 59,2 1,1 FEI 0 - 0,0 0 - 0,0 12 567,0 2,3 - - F. Flexíveis 0 - 0,0 0 - 0,0 2 100,3 0,4 - - TOTAL 221 20.610,4 100,0 215 22.850,1 100,0 224 24.415,1 100,0 10,9 6,8

Legenda: FOTF - F. Obrigações Taxa Fixa; FOTV - F. Obrigações Taxa Variável; FPA - F. Poupança Acções; FPR/E - F. Poupança Reforma Educação; FMM - F. Mercado Monetário; FEI – Fundos Especiais de Investimento.

A estrutura da carteira dos OICVM e FEI não se alterou de forma significativa em 2004, mantendo as

obrigações estrangeiras um peso simultaneamente crescente e mais relevante (52,9%). As aplicações em

acções nacionais e em unidades de participação nacionais aumentaram significativamente em 2004.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

Quadro 58 - Estrutura da carteira dos OICVM e FEI, por Tipo de Activos e de Mercados

Unidade: 10^6 Euro

31-12-2002 31-12-2003 31-12-2004 ∆% ∆%

Valor % Valor % Valor % (2002-

03) (2003-

04) Nacional 496,7 2,4 589,9 2,6 744,9 3,1 18,8 26,3 Acções Estrangeira 1.209,4 5,9 1.309,0 5,7 1.217,1 5,0 8,2 -7,0 Nacional 1.095,7 5,3 811,1 3,5 710,6 2,9 -26,0 -12,4 Obrigações Estrangeira 9.888,9 48,0 11.737,4 51,4 12.904,5 52,9 18,7 9,9 Nacional 177,7 0,9 231,4 1,0 127,3 0,5 30,2 -45,0 Dívida Pública Estrangeira 1.578,9 7,7 1.544,8 6,8 1.588,8 6,5 -2,2 2,8 Nacional 112,8 0,5 100,8 0,4 93,4 0,4 -10,6 -7,4 Outros Fundos Públicos Estrangeira 25,3 0,1 24,3 0,1 66,1 0,3 -4,1 172,4 Nacional 844,3 4,1 717,0 3,1 1.037,6 4,3 -15,1 44,7 Unidades Participação Estrangeira 224,0 1,1 334,4 1,5 617,4 2,5 49,3 84,6 Nacional 18,3 0,1 17,1 0,1 17,6 0,1 -6,5 2,8 Títulos Participação Estrangeira 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 - - Nacional 0,2 0,0 0,1 0,0 0,0 0,0 -74,3 -100,0 Direitos Estrangeira 6,4 0,0 1,3 0,0 0,0 0,0 -79,9 -98,4 Nacional 1,0 0,0 16,2 0,1 14,8 0,1 1517,1 -8,7 Warrants Estrangeira 0,6 0,0 0,0 0,0 2,3 0,0 - - Nacional 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 - - Opções Estrangeira 0,0 0,0 0,0 0,0 1,3 0,0 - -

Valores Mobiliários 15.680,2 76,1 17.434,7 76,3 19.143,5 78,4 11,2 9,8 Outros Activos - - 0,0 0,0 0,0 0,0 - - Outros Instrumentos de Dívida 2.261,7 11,0 2.712,0 11,9 2.292,8 9,4 19,9 -15,5 Liquidez 2.797,2 13,6 3.026,6 13,2 3.160,5 12,9 8,2 4,4 Empréstimos -1,0 0,0 -10,3 0,0 -5,5 0,0 - -46,8 Valores a Regularizar -127,7 -0,6 -312,8 -1,4 -176,2 -0,7 145,0 -43,7 TOTAL 20.610,4 100,0 22.850,1 100,0 24.415,1 100,0 10,9 6,8 O peso dos diferentes tipos de valores mobiliários na capitalização bolsista da Euronext Lisbon aumentou em

2004, com excepção das rubricas de Dívida Pública e Títulos de Participação.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

Quadro 59 - Peso por Tipo de Activos na respectiva Capitalização da Euronext Lisbon

Unidade: 10^6 Euro

31-12-2002 31-12-2003 31-12-2004 ∆ (2002-03) ∆ (2003-04) Valor gerido (Nacional) 496,6 589,8 744,4 Capitalização Euronext Lisbon (*) 73.239,4 91.180,4 112.724,4

Acções Valor gerido/Euronext Lisbon 0,68% 0,65% 0,66% -0,03 p.p 0,01 p.p Valor gerido (Nacional) 1.062,7 767,3 602,4 Capitalização Euronext Lisbon 8.028,5 6.072,0 4.279,3 Obrigações Valor gerido/Euronext Lisbon 13,24% 12,64% 14,08% -0,6 p.p 1,44 p.p Valor gerido (Nacional) 177,7 231,4 127,3 Capitalização Euronext Lisbon 56.626,2 55.708,6 48.986,8 Dívida Pública Valor gerido/Euronext Lisbon 0,31% 0,42% 0,26% 0,11 p.p -0,16 p.p Valor gerido (Nacional) 110,5 100,8 93,4 Capitalização Euronext Lisbon 448,0 599,5 423,2 Outros Fundos Públicos Valor gerido/Euronext Lisbon 24,67% 16,81% 22,06% -7,85 p.p 5,25 p.p Valor gerido (Nacional) 18,3 17,1 17,6 Capitalização Euronext Lisbon 92,5 99,8 122,5 Títulos de Participação Valor gerido/Euronext Lisbon 19,75% 17,14% 14,35% -2,61 p.p -2,8 p.p

Nota: Os dados respeitam unicamente a valores cotados. Excluem-se os valores em processo de admissão no mercado nacional. Legenda: p.p. – pontos percentuais; (*) Se considerarmos somente a capitalização bolsista de acções nacionais o peso é de, respectivamente, 1,46%, 1,66% e 1,44%. Nos mercados de derivados, os OICVM e FEI diminuíram as suas posições líquidas (curtas) em contratos

sobre taxa de juro e aumentaram as suas posições líquidas (longas) em contratos sobre índices de acções.

Quadro 60 - Intervenção dos OICVM e FEI em Contratos de Derivados de Taxas de Juro e Índices de Acções

(posições líquidas) Contratos 31-12-2003 31-12-2004

Taxa de Juro -7.471 -3.992 Índices de acções 6.215 7.197 PSI20 4.744 6.377 DJ EurostoXX50 1.309 895 IBEX 35 29 0 NASDAQ 6 0 MIB30 0 -75 FTSE100 33 0 S&P500 94 0 TOTAL -1.256 3.205

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

Quadro 61 - Número de Fundos Geridos por Entidade Gestora

31-12-2002 31-12-2003 31-12-2004 ∆ ∆ Entidade Abertos Fechados Total Abertos Fechados Total Abertos Fechados Total (2002-03) (2003-04)

Caixagest 28 0 28 26 5 31 28 9 37 3 6 AF Investimentos 33 5 38 32 4 36 32 2 34 -2 -2 ESAF 29 0 29 27 0 27 29 0 29 -2 2 Santander 23 4 27 22 3 25 22 1 23 -2 -2 BPI Fundos 22 0 22 21 0 21 19 0 19 -1 -2 Barclays Fundos 10 0 10 10 0 10 14 0 14 0 4 BBVA Gest 7 0 7 10 0 10 13 0 13 3 3 MG Gestão de Activos Financeiros 11 0 11 11 0 11 11 0 11 0 0 Banif Gestão Activos 10 0 10 9 0 9 11 0 11 -1 2 BNC Gerfundos 8 0 8 8 0 8 9 0 9 0 1 Outros 29 2 31 25 2 27 21 3 24 -4 -3 TOTAL 210 11 221 201 14 215 209 15 224 -6 9 Nota: Ordenação por ordem descendente do número de fundos geridos no último ano em análise.

À semelhança do ocorrido no ano anterior, diminuiu a concentração na indústria, sendo de 57,2% a quota de

mercado das 3 maiores entidades gestoras de fundos de investimento.

Quadro 62 - Valores Geridos por Entidade Gestora

Unidade: 10^6 Euro

31-12-2002 31-12-2003 31-12-2004 ∆% ∆% Entidade Valor % Valor % Valor % (2002-03) (2003-04)

AF Investimentos 5.883,7 28,5 5.315,8 23,3 4.851,7 19,9 -9,7 -8,7 Caixagest 4.088,0 19,8 4.541,2 19,9 4.654,0 19,1 11,1 2,5 Santander 3.577,9 17,4 4.254,8 18,6 4.437,1 18,2 18,9 4,3 BPI Fundos 3.474,7 16,9 4.003,7 17,5 4.369,8 17,9 15,2 9,1 ESAF 1.788,7 8,7 2.322,2 10,2 3.099,2 12,7 29,8 33,5 Barclays Fundos 605,0 2,9 664,1 2,9 718,2 2,9 9,8 8,1 BPN Fundos 25,5 0,1 227,6 1,0 606,0 2,5 791,4 166,2 BBVA Gest 368,3 1,8 441,2 1,9 529,3 2,2 19,8 20,0 MG Gestão de Activos Financeiros 299,2 1,5 344,2 1,5 346,9 1,4 15,1 0,8 Crédito Agrícola Gest 190,1 0,9 219,8 1,0 238,1 1,0 15,6 8,3 Outras 309,3 1,5 515,5 2,3 564,8 2,3 66,7 9,6 TOTAL 20.610,4 100,0 22.850,1 100,0 24.415,1 100,0 10,9 6,8 Nota: Ordenação por ordem descendente dos valores geridos no último ano em análise.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

85

CMVM

2.4.3 Participações de Instituições de Investimento Colectivo Estrangeiras Comercializadas em Portugal

Em 2004, o número de entidades comercializadoras de participações em organismos de investimento

colectivo em valores mobiliários (OICVM) estrangeiros diminuiu para 917, mas o montante global sob gestão

atingiu os 341,2 milhões de euro (um crescimento de 10,2% face a 2003). O peso dos fundos estrangeiros no

total administrado pelos OICVM e FEI nacionais permaneceu reduzido (1,40% no final de 2004, contra os

1,35% registados no final de 2003). O número de OICVM estrangeiros comercializados em Portugal foi de

46 e o número de participantes passou para 28.745 (mais 33% do que em Dezembro de 2003).

Quadro 63 - Indicadores Agregados dos OICVM Estrangeiros

Unidade: 10^6 Euro 31-12-2002 31-12-2003 31-12-2004 ∆ (2002-03) ∆ (2003-04)

N.º Entidades Comercializadoras 10 10 9 0 -1 N.º OICVM 39 46 46 7 0 Valor em Portugal 219,5 309,5 341,2 41,0% 10,2%

Contrariamente ao verificado em 2002, durante os anos de 2003 e 2004 registou-se um incremento da

concentração, tendo a quota de mercado das três maiores entidades aumentado para 69,2% e 70,1%, em

finais de 2003 e 2004, respectivamente.

Quadro 64 - Valor Comercializado em Portugal por Entidade

Unidade: 10^6 Euro

31-12-2002 31-12-2003 31-12-2004 ∆% ∆% Valor % Valor % Valor % (2002-03) (2003-04) Banco ActivoBank 26,2 11,9 75,4 24,4 105,0 30,8 188,0 39,1 Banco Best 18,0 8,2 45,3 14,6 68,2 20,0 152,0 50,5 Deutsche Bank 36,0 16,4 86,2 27,8 66,1 19,4 139,2 -23,3 BNP Paribas Private Bank 78,2 35,6 52,5 17,0 57,9 17,0 -32,9 10,4 Barclays Bank (Suc.) 30,1 13,7 28,1 9,1 19,3 5,7 -6,6 -31,3 BIG 6,0 2,7 8,0 2,6 11,3 3,3 34,1 40,8 BBVA 9,3 4,2 8,4 2,7 7,2 2,1 -9,9 -13,4 Banco Português de Investimento 6,7 3,0 0,2 0,1 3,5 1,0 -97,5 1978,5 Banco Português de Gestão - - 3,3 1,1 2,7 0,8 - -16,7 Investimento Directo 5,4 2,5 2,2 0,7 - - -60,1 - Morgan Stanley (Suc.) 3,6 1,6 - - - - - - TOTAL 219,5 100,00 309,5 100,00 341,2 100,0 41,0 10,2

17 A Investimento Directo deixou de comercializar OICVM estrangeiros.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

86

CMVM

2.4.4 Os Fundos de Investimento Imobiliário

No final de 2004 os valores sob gestão de Fundos de Investimento Imobiliário (FII) ascenderam a 7.050,5

milhões de euro, o que representa um crescimento de 20,5% face ao ano anterior. Já a dimensão média dos

FII diminuiu de 114,7 milhões de euro para os 108,5 milhões de euro. No que concerne à composição da

carteira, os imóveis situados em Portugal têm vindo a aumentar a sua importância, atingindo 90% do valor

administrado total em 2004. A liquidez e a rubrica de outros valores a regularizar foram as únicas

componentes a registar um decréscimo face ao ano anterior.

Quadro 65 - Estrutura da carteira dos Fundos de Investimento Imobiliário

Unidade: 10^6 Euro

31-12-2002 31-12-2003 31-12-2004 ∆% ∆% Valor % Valor % Valor % (2002-03) (2003-04) Imóveis situados em Portugal 4.062,1 81,0 4.892,1 83,6 6.342,7 90,0 20,4 29,7

Projectos de Construção 735,5 14,7 939,6 16,1 1.455,1 20,6 27,8 54,9 Construções Acabadas 3.326,6 66,3 3.952,5 67,6 4.887,6 69,3 18,8 23,7

Arrendadas 3.090,6 61,6 3.482,5 59,5 4.267,1 60,5 12,7 22,5 Não arrendadas 236,0 4,7 470,0 8,0 620,5 8,8 99,1 32,0

Imóveis situados noutros Estados da UE 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 - -

Sub-Total IMÓVEIS 4.062,1 81,0 4.892,1 83,6 6.342,7 90,0 20,4 29,7 Unidades de Participação em FII 5,1 0,1 5,3 0,1 8,2 0,1 4,9 53,9 Liquidez 636,1 12,7 590,2 10,1 551,6 7,8 -7,2 -6,5

À vista 372,8 7,4 348,2 6,0 271,0 3,8 -6,6 -22,2 A prazo 263,3 5,3 241,9 4,1 280,6 4,0 -8,1 16,0

Empréstimos -19,3 -0,4 -42,5 -0,7 -96,4 -1,4 121,0 126,5 Outros valores a regularizar 330,8 6,6 405,4 6,9 244,3 3,5 22,5 -39,7

Sub-Total 952,8 19,0 958,3 16,4 707,8 10,0 0,6 -26,1 TOTAL 5.014,8 100,0 5.850,4 100,0 7.050,5 100,0 16,7 20,5

O número de fundos de investimento imobiliário aumentou para 65, em resultado do aumento do número de

fundos fechados. O número de entidades gestoras de fundos de investimento imobiliário manteve-se em 26.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

Quadro 66 - Número de Fundos Geridos por Entidade Gestora de Fundos de Investimento Imobiliário

31-12-2002 31-12-2003 31-12-2004 Entidade Abertos Fechados Total Abertos Fechados Total Abertos Fechados Total

Fundimo 1 4 5 1 5 6 1 8 9 BPN Imofundos 1 3 4 1 4 5 1 5 6 Norfin 0 2 2 0 4 4 0 6 6 AF Investimentos 3 1 4 1 3 4 2 3 5 Banif Gestão Activos 1 1 2 1 1 2 1 3 4 Gesfimo 0 2 2 0 2 2 0 4 4 Santander Imovest 2 1 3 2 1 3 2 1 3 TDF 0 3 3 0 3 3 0 3 3 Imorendimento 0 2 2 0 2 2 0 3 3 F.Turismo - 0 2 2 0 2 2 0 2 2 Outras 8 10 18 8 10 18 7 13 20 TOTAL 16 31 47 14 37 51 14 51 65 Nota: Ordenação por ordem descendente do número de fundos geridos no último ano em análise. A quota de mercado das três maiores entidades gestoras continuou a diminuir, atingindo os 43,7% no final de

2004.

Quadro 67 - Valores Geridos por Entidade Gestora de Fundos de Investimento Imobiliário

Unidade: 10^6 Euro

31-12-2002 31-12-2003 31-12-2004 ∆% ∆% Entidade Valor % Valor % Valor % (2002-03) (2003-04)

ESAF 1.374,1 27,4 1.458,6 24,9 1.406,2 19,9 6,2 -3,6 BPN Imofundos 392,4 7,8 671,5 11,5 891,0 12,6 71,1 32,7 Fundimo 532,5 10,6 646,5 11,1 792,5 11,2 21,4 22,6 Santander Imovest 372,5 7,4 426,6 7,3 592,2 8,4 14,5 38,8 AF Investimentos 406,9 8,1 406,2 6,9 583,4 8,3 -0,2 43,6 TDF 547,1 10,9 549,1 9,4 553,4 7,8 0,4 0,8 Banif Gestão Activos 50,2 1,0 144,9 2,5 375,3 5,3 188,9 158,9 Norfin 171,3 3,4 206,6 3,5 330,0 4,7 20,6 59,7 Imopólis 261,6 5,2 283,6 4,8 294,9 4,2 8,4 4,0 Silvip 185,9 3,7 214,6 3,7 237,4 3,4 15,4 10,6 Outras 720,3 14,4 842,2 14,4 994,4 14,1 16,9 18,1 TOTAL 5.014,8 100,0 5.850,4 100,0 7.050,5 100,0 16,7 20,5 Nota: Ordenação por ordem descendente dos valores geridos no último ano em análise. O número de Peritos Avaliadores de Imóveis registados na CMVM tem vindo a aumentar, sendo na sua

maioria pessoas singulares.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

Quadro 68 – Registo de Peritos Avaliadores de Imóveis

Peritos Avaliadores de Imóveis Registados 31-12-2003 Cancelados Registados 31-12-2004 Pessoas Singulares 27 0 20 47 Pessoas Colectivas 23 1 10 32

Total 50 1 30 79

2.4.5 Os Fundos de Titularização de Créditos

Em 2004 o valor sob gestão da indústria dos FTC cresceu 35,2%, tendo o número de fundos aumentado para

27. Surgiu uma nova sociedade gestora, a Portucale – Sociedade Gestora de Fundos de Titularização de

Créditos.

Quadro 69 - Indicadores Agregados dos FTC

Unidade: 10^6 Euro 31-12-2002 31-12-2003 31-12-2004 ∆ (2002-2003) ∆ (2003-2004) N.º Entidades Gestoras 2 3 4 1 1 N.º Fundos 8 20 27 12 7 Valor sob Gestão 3.605,8 12.397,9 16.764,0 243,8% 35,2% Os Créditos Hipotecários são a componente mais significativa da carteira dos FTC, tendo crescido mais de

58% em relação a Dezembro de 2003.

Quadro 70 - Estrutura da carteira dos FTC

Unidade: 10^6 Euro 31-12-2002 31-12-2003 31-12-2004

Valor % Valor % Valor % ∆%

(2002-03) ∆%

(2003-04) Créditos Hipotecários 2.283,1 63,3 8.962,4 72,3 14.190,5 84,6 292,5 58,3 Créditos ao Consumo 0,0 0,0 865,6 7,0 1.336,0 8,0 - 54,3 Créditos sobre o Estado (1) 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 - - Créditos de F. de Pensões 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 - - Créditos Futuros 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 - - Outros Créditos 1.236,3 34,3 2.328,5 18,8 1.882,1 11,2 88,3 -19,2

Créditos 3.519,4 97,6 12.156,5 98,1 17.408,6 103,8 245,4 43,2 VM cotados 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 - - Dívida de Curto Prazo 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 - - Unidades de Participação 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 - - Liquidez 86,0 2,4 355,2 2,9 456,7 2,7 313,0 28,6 Empréstimos 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 - - Valores a Regularizar 0,3 0,0 -113,7 -0,9 -1.101,3 -6,6 -34.478,0 868,2

TOTAL 3.605,8 100,0 12.397,9 100,0 16.764,0 100,0 243,8 35,2 Legenda: (1) Ou a outras Pessoas Colectivas Públicas

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

2.4.6 Actividade de Capital de Risco

Nos termos do regime jurídico sobre fundos e sociedades de capital de risco18, a CMVM passou também a

dispor de competência para regulamentar a determinação do valor das participações das sociedades de capital

de risco, a organização da contabilidade das mesmas sociedades, a admissão à negociação de unidades de

participação de fundos de capital de risco e as condições de aquisição de unidades de participação em fundos

para investidores qualificados no âmbito da actividade de gestão de carteiras por conta de outrem, por

investidores que não reúnam essa condição.

Em relação às sociedades habilitadas a gerir fundos de capital de risco, bem como a deter carteira própria

(neste caso reservada exclusivamente às Sociedades de Capital de Risco), o número de Fundos de Capital de

Risco e de Sociedades de Capital de Risco aumentou 13,8% (+ 4 fundos) e 18,2% (+ 2 sociedades),

respectivamente, face ao ano anterior.

Quadro 71 - Entidades Gestoras de Fundos de Capital de Risco e Sociedade de Capital de Risco

31-12-2004 Entidades Gestoras – Fundos de Capital de Risco N.º

FCR SCR (1) API Capital - Sociedade de Capital de Risco, S.A. 5 Sim PME Investimentos - Sociedade de Investimento, S.A. 4 - PME Capital - Soc. Port. de Capital de Risco, S.A. 4 Sim Caixa Capital – SCR 3 (1) Sim ES Capital - Sociedade de Capital de Risco, S.A. 3 Sim Newcapital – Sociedade de Capital de Risco, S.A. 3 Sim Change Partners – Soc. de Capital de Risco, S.A. 2 Sim Inter Risco - Sociedade de Capital de Risco, S.A. 2 Sim Banco Efisa, S.A. 1 - BCP Capital – Sociedade de Capital de Risco, S.A. 1 Sim BIG Capital – Sociedade de Capital de Risco, S.A. 1 - BPN Gestão Activos - Soc. Gest. Fundos de Invest. Mob., S.A. 1 - Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo, CRL 1 - Ecplorer Investments – Sociedade Capital de Risco, S.A. 1 Sim F. Turismo - Capital de Risco, S.A. 1 Sim Drive – Sociedade de Capital de Risco, S.A. - Sim ISQ – Sociedade de Capital de Risco, S.A. - - Novabase Capital – Sociedade de Capital de Risco, S.A. - Sim Beta – Sociedade Capital de Risco, SA - Sim TOTAL 33 13 Nota: Entre parêntesis encontra-se o número de fundos em inactividade à data. Ordenação por ordem descendente do número de fundos geridos à data. Legenda: (1) Indica que a entidade prossegue igualmente a actividade através de carteira própria; FCR – Fundos de Capital Risco; SCR – Sociedades de Capital de Risco.

18 Decreto-Lei n.º 319/2002, de 28 de Dezembro, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 151/2004, de 29 de Junho.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

90

CMVM

Os montantes sob gestão atingiram os 473 milhões de euro no final de 2004, estando cerca de 3/4 sob a

forma de Fundos de Capital de Risco.

Quadro 72 - Valores Geridos por Entidade Gestora de Fundos de Capital de Risco e Sociedades de Capital de Risco

Unidade: 10^6 Euro

31-12-2004 FCR SCR Total Entidades Gestoras

Valor % Valor % Valor % API Capital – Sociedade de Capital de Risco, S.A. 75,8 21 17,3 15 93,2 20 ES Capital - Sociedade de Capital de Risco, S.A. 65,9 18 23,6 20 89,5 19 Caixa Capital - SCR 43,3 12 12,9 11 56,2 12 F. Turismo - Capital de Risco, S.A. 40,6 11 3,3 3 43,9 9 PME Capital - Soc. Port. de Capital de Risco, S.A. 22,3 6 12,8 11 35,2 7 PME Investimentos - Sociedade de Investimento, S.A. 29,1 8 n.a 0 29,1 6 BCP Capital – Sociedade de Capital de Risco, S.A. 1,4 0 23,7 21 25,1 5 BPN Gestão Activos - Soc. Gest. Fundos Invest. Mob, S.A. 22,5 6 n.d 0 22,5 5 Inter Risco - Sociedade de Capital de Risco, S.A. 4,8 1 15,6 13 20,4 4 Banco Efisa, S.A. 13,7 4 n.d 0 13,7 3 BIG Capital – Sociedade de Capital de Risco, S.A. 13,7 4 0,0 0 13,7 3 Newcapital – Sociedade de Capital de Risco, S.A. 10,3 3 3,0 3 13,3 3 Change Partners – Soc. de Capital de Risco, S.A. 5,8 2 2,2 2 7,9 2 Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo,CRL 7,7 2 n.d 0 7,7 2 Explorer Investments – Sociedade Capital de Risco, S.A. 0,0 0 0,8 1 0,8 0 Drive – Sociedade de Capital de Risco, S.A. n.d. n.d. 0,6 1 0,6 0 Novabase Capital – Soc. De Capital de Risco, S.A. n.d. n.d. 0,2 0 0,2 0 Beta – Sociedade Capital de Risco, SA n.d. n.d. 0,1 0 0,1 0 ISQ – Sociedade de Capital de Risco, S.A. n.d. n.d. 0,0 0 0,0 0 TOTAL 357,0 100 115,9 100 473,0 100 Legenda: FCR – Fundos de Capital Risco; SCR – Sociedades de Capital de Risco; n.d. – Não disponível. 2.4.7 Autorizações em Matéria de Gestão de Activos

Em matéria de Organismos de Investimento Colectivo (OIC), o ano de 2004 foi essencialmente caracterizado

pela entrada em vigor do novo Regime Jurídico dos OIC aprovado pelo Decreto Lei n.º 252/2003, de 17 de

Outubro, o qual visou efectuar a transposição para o ordenamento jurídico interno das directivas

comunitárias que regulam esta matéria. No que se refere aos aspectos essenciais do mencionado regime,

foram introduzidas alterações, tanto ao nível das sociedades gestoras de fundos de investimento mobiliário,

como ao nível do exercício da actividade dos Organismos de Investimento Colectivo em Valores

Mobiliários. No que respeita ao primeiro conjunto de alterações, procedeu-se ao alargamento do seu objecto

social que se consubstanciou na possibilidade de poderem ser autorizadas a exercer as actividades de gestão

discricionária e individualizada de carteiras por conta de outrem com base em mandato conferido pelos

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

91

CMVM

investidores, bem como actividades de consultoria para investimento e de gestão de fundos de investimento

imobiliário. No que concerne à matéria da actividade dos OICVM harmonizados, as alterações introduzidas

visam essencialmente tornar a política de investimentos mais flexível, na medida em que o elenco de

investimentos tidos como nucleares foi ampliado e os critérios de avaliação de risco tornaram-se mais

exigentes.

Quadro 73 - Processos Administrativos de Fundos de Investimento

Autorização Para Autorização Para Constituição Alterações OICVM 13 152 F. Abertos 8 129 Mercado Monetário 0 1 Tesouraria 1 20 Obrigações 2 27 Mistos 0 13 Acções 1 25 F. Fundos 1 36 Agrupamentos 0 5 Garantidos 1 1 Flexíveis 2 1 FPA 0 10 FPR/E 1 11 F. Fechados 4 2 Outros F. Não Harmonizados 3 0 Fundos Especiais de Investimento 11 3 FII 15 40 Abertos 0 9 Fechados 15 31 TOTAL 39 195 No que respeita ao segmento de investidores, nos OICVM, os 4 processos ocorridos em 2004 relativos a

fundos fechados (todos relativos a fundos garantidos) deram origem a ofertas públicas de distribuição de

unidades de participação, enquanto que todos os FII fechados que se constituíram no decurso do ano foram

colocados através de oferta particular em investidores previamente identificados (tal como os processos de

aumento de capital entretanto ocorridos).

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

Quadro 74 - Ofertas de Distribuição de Fundos de Investimento Fechados

Processos de Constituição Processos de Aumento de Capital Oferta Pública Oferta Particular Oferta Pública Oferta Particular de Distribuição de Distribuição de Distribuição de Distribuição

Admissão à Negociação

OICVM 4 0 0 0 0 F. Especiais 2 0 0 0 0 F. Imobiliários 0 14 0 7 0 TOTAL 6 14 0 7 0 Apenas ocorreu um processo de concentração de um Fundo de Tesouraria em 2004 (6 em 2003).

O número de novos fundos e sub-fundos habilitados a colocar participações em Portugal aumentou em 2004,

sendo de destacar 3 novos OICVM estrangeiros - 1 SICAV e 2 agrupamentos de fundos. O ano de 2004 fica

ainda marcado por um aumento significativo dos sub-fundos efectivamente comercializados, isto é, aqueles

que efectivamente tinham participantes em Portugal à data de 31 de Dezembro.

Quadro 75 - Comercialização de OICVM Estrangeiros em Portugal

Período OICVM

habilitados Sub-

Fundos habilitados

OICVM Comercializados

Sub-Fundos Comercializados

Entidades Habilitadas

Entidades Comercializadoras

31-Dez-2001 52 454 34 156 14 10 31-Dez-2002 57 652 39 270 15 10 31-Dez-2003 60 729 46 440 16 10 31-Dez-2004 63 847 46 483 16 9

A titularização de créditos viveu um ano de actividade moderada, continuando a assumir-se como uma

importante fonte de funding para as instituições de crédito. Foram constituídos 6 novos fundos de

titularização, um número inferior ao observado em 2003. O montante emitido de unidades de titularização de

crédito registou uma quebra de 42% face a 2003.

Quadro 76 - Processos Administrativos de Titularização de Créditos em 2004

Autorização para constituição Autorização para n.º FTC Montante emitido UTC (10^6 euro) alterações FTC Crédito à habitação 2 4.602,3 3 Crédito ao consumo 3 458,1 2 Créditos fora do sistema financeiro 1 275,5 4 Total de Fundos de Titularização de Créditos 6 5.336 9

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

93

CMVM

Foi concedida autorização para a constituição de duas novas Sociedades de Titularização de Crédito, a Tagus

- Sociedade de Titularização de Créditos, SA e a SOTICRE – Sociedade de Titularização de Créditos, SA,

tendo somente esta última sido registada para o início da sua actividade.

Quadro 77 - Autorizações/Registos no âmbito da Titularização de Créditos

Autorização/Registo Sociedades Gestoras de Fundos de Titularização de Créditos 1 Sociedades de Titularização de Créditos 2 (a) TOTAL 3 Legenda: (a) Corresponde a duas autorizações, mas apenas uma das entidades estava registada à data de 31-12-2004. Em 2004 foram registados 7 novos FIQ e 5 novas entidades gestoras de fundos de capital de risco, mais uma

entidade gestora do que no ano anterior.

Quadro 78 - Processos Administrativos de Capital de Risco

Alterações ao

Registos registo

Fundos de Capital de Risco 7 16 FIQ 7 16 FCP 0 0 Entidades Gestoras de Fundos de Capital de Risco (1) 5 3 TOTAL 12 19 Legenda: (1) Com excepção de Bancos e SGFIM.

Em Dezembro de 2004 encontravam-se autorizados a comercializar fundos de investimento através de sítio

na Internet 18 intermediários financeiros, sendo que um desses sítios foi pela primeira vez autorizado em

2004.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

Quadro 79 - Comercialização de Fundos de Investimento on-line

Intermediários Financeiros Sítio na Internet

Banco de Investimento Global, S.A. www.bigonline.pt Banco Comercial Português, S.A. www.millenniumbcp.pt Banco ActivoBank (Portugal), S.A. www.activobank7.com Banco Português de Investimento, S.A. www.bpionline.pt BEST-Banco Electrónico de Serviço Total, S.A. www.bancobest.pt Banco BPI, S.A. www.bpinet.pt Banco Espírito Santo dos Açores, S.A. www.besdosacores.pt Banco Espírito Santo, S.A. www.bes.pt Banco Internacional de Crédito, S.A. www.bic.pt Barclays Bank, PLC - Sucursal em Portugal www.barclays.pt (1) Caixa Económica Montepio Geral www.montepiogeral.pt Caixa Geral de Depósitos, S.A. www.cgd.pt Deutsche Bank (Portugal), S.A. www.deutsche-bank-24.pt Finibanco, S.A www.finibanco.pt Investimento Directo-Sociedade Financeira de Corretagem, S.A. www.atrium.pt BANIF - Banco de Investimento, S.A. www.binvestor.com Banco Nacional de Crédito, S.A. www.bnc.pt Banco Santander Totta, S.A. www.santander.pt www.totta.pt Legenda: (1) Sítio disponibilizado em 2004.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

95

CMVM

3 SUPERVISÃO, REGULAÇÃO E COOPERAÇÃO

Os mercados de capitais e o sistema financeiro em geral estão em permanente mutação, colocando novos

desafios não só às entidades reguladoras e supervisoras, mas também a todos os intervenientes no mercado

de capitais. É necessário acompanhar os desenvolvimentos legais e regulamentares emanados das instituições

europeias, nomeadamente através da intervenção na elaboração de Directivas e Regulamentos comunitários

bem como da participação nos respectivos processos de transposição. Em 2004 a CMVM participou

activamente na actividade normativa internacional, em particular nas iniciativas em curso na União Europeia,

cuja importância para o mercado português justificaram a realização de sessões públicas de esclarecimento

sobre diversas matérias.

A supervisão do mercado nacional foi reforçada a diferentes níveis: actividade dos intermediários financeiros

e gestão de activos, práticas de transparência por parte das empresas cotadas no âmbito das recomendações

relativas ao governo das sociedades, acompanhamento dos mercados com base num novo enquadramento

regulamentar resultante da migração do mercado de derivados para a plataforma de negociação da

Euronext.Liffe. Foram ainda consolidadas as medidas e acções levadas a cabo pela CMVM em relação à

actividade dos analistas financeiros e das recomendações de investimento.

Em 2004 transitou em julgado o primeiro processo penal em que foi proferida uma condenação em Portugal

no domínio da criminalidade financeira. Por diversas razões, este processo faz história na protecção da

transparência do mercado nacional de valores mobiliários. No primeiro semestre do ano foram proferidas

pelo Tribunal Criminal de Lisboa, a segunda e terceira sentenças condenatórias pela prática de crime de

abuso de informação.

3.1 APOIO AO INVESTIDOR E MEDIAÇÃO DE CONFLITOS

Através do Gabinete de Apoio ao Investidor e Mediação foram iniciados na CMVM 739 procedimentos

decorrentes de pedidos de informação formulados por investidores não profissionais, mantendo-se a usual

recepção e tratamento de questões objecto de reencaminhamento para a CMVM por outras entidades,

nomeadamente pelo Banco de Portugal e pela DECO.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

96

CMVM

Os pedidos de informação versaram sobre as mais diversas matérias respeitantes ao mercado de valores

mobiliários recaindo, nomeadamente, sobre emitentes, ofertas públicas e seus valores de contrapartida

relativamente a operações a decorrer ou sobre a distribuição de dividendos pelas entidades emitentes.

Durante o ano de 2004 o número de procedimentos iniciados, referentes a reclamações, foi de 284 petições,

que na sua grande maioria foram resolvidos no âmbito da actividade do Gabinete, quer através da prestação

de informação sobre a questão em causa, quer através da compensação patrimonial aos investidores que

deram origem a esse procedimento.

Quadro 80 - Situação Geral dos Processos em 2004

Natureza dos Processos Situação dos Processos N.º Resolvidas a contento 234 Pendentes 23 Processos com proposta de intervenção da Supervisão 13 Arquivadas 6

Reclamações

Fora das competências da CMVM 8 TOTAL 284

Quanto aos sujeitos que iniciaram as queixas, manteve-se o perfil típico: pessoas singulares, de

nacionalidade portuguesa, residentes em território nacional. Em termos de procedimento de reclamação, os

investidores continuam a dirigir-se à CMVM essencialmente através de correio postal e mensagens de

correio electrónico, em percentagens equivalentes, enquanto que no âmbito dos pedidos de informação, o

contacto verbal (posteriormente reduzido a escrito) continua a ser preferencial (56%), seguido do correio

electrónico (36%).

No que se refere aos assuntos versados nos procedimentos de reclamação, incidiram essencialmente sobre

matérias directamente relacionadas com o funcionamento dos mercados, nomeadamente a execução de

ordens de bolsa. Muitas reclamações têm origem em alegadas deficiências técnicas relacionadas com a

utilização e disponibilidade dos meios informáticos “on-line” dos intermediários financeiros, assim como a

falta de informação prestada pelas entidades emitentes e intermediários financeiros.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

Quadro 81 - Súmula dos Principais Assuntos Versados nos Processos

Assuntos N.º Ofertas Públicas / Valor de contrapartida/Aquisição potestativa 8 Falta de informação, ou prestação de informação incorrecta pelas entidades emitentes 33 Falta de informação, ou prestação de informação incorrecta pelos IF's 23 Actuação dos market makers na negociação de warrants (inclui as reclamações contra a Euronext) 31 Ordens de bolsa 44 Cobrança de comissões pelos intermediários financeiros pelos serviços prestados 26 Comercialização, subscrição, valorização, resgate e publicidade de rentabilidade de UP's de FIM 16 Questões relacionadas com a transferência de valores mobiliários 2 Empréstimos obrigacionistas 2 Empréstimos para aquisição de acções 1

Os intermediários financeiros continuam a ser as principais entidades visadas pelas questões colocadas. As

queixas contra os market makers de warrants autónomos também aumentaram, assim como denúncias de

alegados crimes de intermediação financeira não autorizada e manipulação de mercado.

Quadro 82 - Entidades Reclamadas

Reclamados 2001 2002 2003 2004 Intermediários financeiros 127 176 171 187 CMVM 5 4 8 3 Indeterminados 13 8 4 12 Euronext 10 3 15 8 Entidades emitentes 49 51 83 33 IF não Registados - 4 5 10 Outras Entidades 27 12 12 31 TOTAL 231 258 298 284

3.2 INTEGRIDADE, TRANSPARÊNCIA E EQUIDADE DO MERCADO

3.2.1 Supervisão do Mercado e Actividades de Investigação

Prosseguiu em 2004 a actividade de supervisão da negociação nos mercados secundários, ou seja, mercados

a contado e de derivados geridos pela Euronext Lisbon, mercado de dívida pública por grosso (MEDIP)

gerido pela MTS Portugal e o mercado não regulamentado PEX gerido pela OPEX. Há a assinalar a cessação

em Março do serviço integrado de registo, compensação e liquidação de operações de reporte e empréstimo

prestado pela Euronext Lisbon. Em 22 de Março teve lugar a migração do mercado de derivados gerido pela

Euronext Lisbon para a plataforma de negociação da Euronext.Liffe, o que implicou a análise e registo de

significativas alterações do enquadramento regulamentar deste mercado, designadamente a adopção das

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

98

CMVM

“regras harmonizadas” seguidas nos cinco mercados de derivados Euronext (Reino Unido, França, Holanda,

Bélgica e Portugal). Foi alterada a especificação dos contratos de futuros e foram excluídos da negociação

todos os contratos de opções existentes.

Com a migração dos mercados a contado e de derivados geridos pela Euronext Lisbon para as plataformas de

negociação do grupo Euronext e a adopção de regras e procedimento de negociação comum, tornou-se mais

crítica a cooperação entre a CMVM e os supervisores dos mercados “Euronext”. A CMVM participa

activamente nas estruturas organizativas criadas para a coordenação da supervisão, baseadas num

“Memorandum of Understanding”.

As operações a contado e de derivados continuaram a beneficiar dos serviços de clearing, incluindo

Contraparte Central, prestados pelo Banque Centrale de Compensation (agora com a designação comercial

de LCH.Clearnet SA), entidade sob jurisdição francesa. A CMVM participa na supervisão das actividades de

clearing desta entidade através da sua presença no Co-ordination Committee on Clearing que reúne para este

efeito os vários supervisores dos países com “mercados Euronext” (Bélgica, França, Holanda e Portugal).

Em 2004 foi celebrado um Memorandum of Understanding com os supervisores do Reino Unido com vista à

coordenação da supervisão do Grupo LCH.Clearnet resultante do merger entre a LCH e a Clearnet.

No âmbito das actividades de investigação, foram objecto de relatório preliminar 73 processos de transacções

eventualmente anómalas, dos quais treze (seis por indícios de manipulação do mercado, quatro por indícios de

abuso de informação privilegiada e três por defesa do mercado) transitaram para o Departamento de

Investigação para prosseguimento das averiguações. Nesse departamento foram abertos 27 novos processos,

dos quais se destacam sete inquéritos por abuso de informação privilegiada, quatro inquéritos por

manipulação de mercado e outros nove por exercício não autorizado de intermediação financeira por

sociedades sediadas em Portugal ou no estrangeiro. Dos processos em curso, concluiu-se o apuramento dos

factos em 33, entre os quais dez inquéritos na área de crimes do mercado.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

Quadro 83 - Inquéritos Desenvolvidos em 2004 pelo Departamento de Investigação

Inquéritos Transitados Entrados Total Concluídos Pendentes Abuso de informação privilegiada 4 7 11 6 5 Manipulação de Mercado 3 4 7 4 3 Exercício não autorizado de intermediação 8 8 16 14 2 Outros ilícitos criminais 0 1 1 1 0 Outros ilícitos contra-ordenacionais 0 3 3 2 1 Cooperação com as autoridades judiciárias 1 1 2 2 0 Pedidos de assistência internacional 1 3 4 4 0 TOTAL 17 27 44 33 11

A investigação de situações de potencial abuso de informação, mais uma vez evidenciou que muitas

situações eventualmente suspeitas ocorrem nos dias imediatamente anteriores à divulgação pública de

informação que irá influenciar de maneira sensível a evolução da cotação de valores no mercado,

nomeadamente aquando do apuramento de resultados anuais ou trimestrais (favoráveis ou desfavoráveis à

emitente), operações de fusão, cisão ou transformação e, mais frequentemente, em anúncios de ofertas

públicas de aquisição.

Mereceram também despacho final de acusação por parte do Ministério Público e foram já objecto de

despacho de pronúncia outras participações de indícios de crime de abuso de informação e de manipulação

de mercado remetidas pela CMVM ao Departamento de Investigação e Acção Penal, pelo que se aguardam

os respectivos julgamentos ao longo do ano de 2005.

A CMVM investigou operações e práticas susceptíveis de pôr em risco a regularidade de funcionamento, a

transparência e a credibilidade do mercado envolvendo intermediários financeiros. Por outro lado, ao longo

de 2004 verificou-se que diversas pessoas singulares e colectivas de outras jurisdições ofereceram serviços

enquadráveis na actividade de consultoria autónoma para investimento em valores mobiliários a pessoas

residentes em Portugal, não autorizados, tendo sido objecto de investigação.

3.2.2 Supervisão das Entidades Gestoras e Sistemas Conexos

3.2.2.1 Situação Patrimonial das Sociedade Gestoras de Mercados e de Sistemas Conexos

Na qualidade da entidade responsável pela supervisão prudencial das entidades gestoras de mercados e de

sistemas conexos, a CMVM acompanha e analisa a situação económico-financeira das sociedades gestoras,

no sentido de preservar a sua solvabilidade.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

100

CMVM

Quadro 84 - Situação Patrimonial das Sociedades Gestoras (31 de Dezembro de 2004)

Unidade: 10^3 Euro

Sociedade Activo Passivo Capitais Ratio Resultados Rendibilidade dos Rendibilidade

Gestora Total Total Próprios Solvabilidade Líquidos Capitais Próprios do Activo Total (A) (B) (C) (C/B) (E) (E/C) (E/A) Euronext Lisbon Ind 34.162 6.892 27.270 396% 9.486 34,79% 27,77% Euronext Lisbon Cons 36.016 8.746 27.270 312% 8.746 32,07% 24,28% Interbolsa 19.190 1.861 17.329 931% 6.329 36,52% 32,98% MTS Portugal 1.827 318 1.508 474% 258 17,13% 14,15% OPEX 1.765 608 1.158 190% -650 -56,18% -36,84% Nota: Contas não auditadas. A MTS Portugal (sociedade gestora do MEDIP) continuou a apresentar uma estrutura patrimonial sólida,

assente em recursos próprios, com níveis de rendibilidade dos capitais próprios e do activo total satisfatórios

e um ratio de solvabilidade superior ao exigido regularmente.

Os proveitos operacionais estiveram em linha com os valores registados em 2003 e os custos operacionais

apresentaram uma quebra. Em consequência, o resultado operacional e o resultado líquido do exercício

foram superiores aos registados em 2003.

A Interbolsa (sociedade gestora de sistemas de liquidação e de sistemas centralizados de valores mobiliários)

continuou a apresentar igualmente uma estrutura patrimonial sólida, assente em recursos próprios, com

níveis de rendibilidade dos capitais próprios e do activo total elevados e um ratio de solvabilidade superior

ao exigido regularmente. O ano de 2004 foi marcado por um aumento da rendibilidade, assente sobretudo na

redução de custos operacionais. Os proveitos operacionais registaram um ligeiro aumento relacionado

essencialmente com o aumento das receitas provenientes do exercício de direitos de subscrição, do

pagamento de dividendos e da utilização do SLrt (sistema de liquidação real time). Como consequência, teve

lugar um acréscimo dos resultados operacionais e do resultado líquido do exercício face a 2003.

A Euronext Lisbon continuou também a apresentar uma estrutura patrimonial sólida, assente em recursos

próprios, com níveis de rendibilidade dos capitais próprios e do activo total elevados e um ratio de

solvabilidade superior ao exigido regularmente. Verificou-se uma melhoria da rendibilidade operacional

relacionada essencialmente com a redução de custos resultante do processo de reestruturação levado a cabo

em 2004. Com efeito, as receitas diminuíram face ao período homólogo por via da aplicação do novo

preçário aquando da migração do mercado a contado para a nova plataforma de negociação, pelo que a

performance da sociedade gestora em 2004 dependeu essencialmente da política de contenção de custos

aplicada.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

101

CMVM

O resultado líquido do exercício consolidado registou uma descida de 19% face a 2003. O resultado líquido

correspondente apenas à actividade da Euronext Lisbon (obtido após a dedução do resultado líquido da

Interbolsa, detida a 100% pela Euronext Lisbon) registou um decréscimo de 54% face a 2003, devido ao

facto de em 2003 se ter registado a operação de venda da actividade de Clearing à LCH.Clearnet, SA. que

gerou proveitos extraordinários.

Quadro 85 - Evolução das Principais Rubricas de Resultados da Euronext Lisbon

Unidade: Euro

∆ % Rubricas

2003

2004 (a) (2003-04)

Proveitos Operacionais 15.621.000 9.411.264 -40 Custos Operacionais ( 24.376.000 ) ( 7.144.695 ) -71 Resultados Operacionais ( 8.755.000 ) 2.266.569 126 Resultado Líquido Euronext/Interbolsa 11.659.000 9.486.249 -19 Resultado Líquido Euronext (b) 6.888.078 3.157.204 -54 Legenda: (a) Contas não auditadas; (b) Resultado líquido decorrente apenas da actividade da Euronext Lisbon, excluindo a participação financeira na Interbolsa. Em 18 de Junho de 2003, foi concedido o registo inicial da OPEX – Sociedade Gestora de Mercado de

Valores Mobiliários Não Regulamentado, S.A e do mercado PEX, que iniciaram a sua actividade em 19 de

Setembro de 2003. A sua actividade em 2004 foi caracterizada por um nível reduzido de operações, o que

constituiu factor determinante para a apresentação de rendibilidades negativas.

3.3 QUALIDADE DA INFORMAÇÃO

3.3.1 Governo das Sociedades

A CMVM procurou dar resposta à natureza dinâmica das matérias respeitantes ao governo das sociedades,

bem como às Recomendações da Comissão Europeia sobre independência dos auditores e ao Plano de Acção

da Comissão Europeia sobre Direito das Sociedades, elaborando, em finais de 2003, um novo conjunto de

recomendações sobre o Governo das Sociedades. O Regulamento da CMVM n.º 11/2003 vem alterar

algumas das recomendações previstas no Regulamento CMVM n.º 7/2001 e, simultaneamente, introduzir

novas recomendações. O grau de cumprimento médio situou-se em 56,1%19. Cinco das recomendações

avaliadas (1, 3, 5, 6 e 10) são cumpridas por mais de 60% das sociedades. As principais dificuldades residem

na recomendação 2 (6,5% das sociedades cotadas cumpriram a recomendação), devido à antecedência legal

ao bloqueio das acções prevista, aos prazos de envio do voto por correspondência e à existência de modelo 19 A recomendação 4 não foi incluida devido à dificuldade em avaliar o mérito das cláusulas defensivas existentes e indicadas pelas sociedades.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

102

CMVM

de boletim de voto, não serem cumpridos, e na recomendação 8 com 4,3% de cumprimento, pelo facto das

remunerações individuais dos administradores ou meios de alinhamento dos interesses dos administradores e

dos accionistas não serem indicados.

Gráfico 20 - Grau de Cumprimento das Recomendações sobre o Governo das Sociedades (2004)

0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%

100%

R1 R2 R3 R5 R6 R7 R8 R9 R10 Média

3.3.2 Relatórios de Análise Financeira (Research)

O ano de 2004 foi um ano de continuidade no que diz respeito à consolidação e implementação das acções

levadas a cabo pela CMVM em relação à actividade dos analistas financeiros e das recomendações de

investimento.

No que diz respeito às recomendações de investimento emitidas por intermediários financeiros, a CMVM

identificou 623 em 2004, correspondendo 61,5% a recomendações de compra e 12,8% a recomendações de

venda.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

103

CMVM

Gráfico 21 - Tipologia das Recomendações de Investimento

0%10%20%30%40%50%60%70%80%

2000 2001 2002 2003 2004

Compra Mantém Vende Neutral

Em relação ao número de recomendações efectuadas a cada valor mobiliário, cerca de 49,1% (53,7% em

2003) recaíram apenas sobre 5 títulos. De entre estes, a Portugal Telecom é alvo de 19,1% das

recomendações, seguida da EDP com 10,8%.

Gráfico 22 - Recomendações de Investimento e Valores Mobiliários

2003

19,9%

9,2%7,5%6,5%

10,7%

46,3%

PT TLE BCP Brisa EDP Outros

2004

19,1%10,8%

7,2%6,0%6,0%

50,9%

PT EDP BCP Brisa Sonae Outros

Por outro lado, cerca de 69% das recomendações foram emitidas por entidades nacionais e 31% por

entidades estrangeiras, o que revela um maior interesse por parte das entidades estrangeiras em relação ao

mercado de valores mobiliários nacional, quando comparado com o ano de 2003.

3.3.3 Difusão de Informação e Informação no Sítio da CMVM

A CMVM tem prosseguido o desenvolvimento e a ampliação dos mecanismos de transparência que

permitam não só um acesso mais rápido e equitativo, por todos os agentes do mercado, à informação pública

divulgada pelas entidades sujeitas à sua supervisão, mas também uma maior accountability da acção que

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

104

CMVM

exerce aos níveis regulamentar, da supervisão, da cooperação e sancionatório. Desta forma, pretende a

CMVM dotar o público em geral e os investidores de informação completa e actual sobre todos os aspectos

essenciais ao regular funcionamento do mercado de capitais.

Com a consolidação da integração da Bolsa portuguesa no grupo Euronext, a CMVM procurou tornar

também acessível aos agentes dos mercados que compõem este grupo toda a informação prestada a

residentes, tendo dado um impulso significativo na tradução para língua inglesa dos conteúdos

disponibilizados pelo sítio na Internet, o que envolveu, em 2004, o tratamento e revisão de mais de 220

documentos e cerca de 1.350 páginas de texto.

Durante o segundo semestre de 2004, a CMVM procedeu a uma reorganização profunda de todas as

vertentes do seu site: organização e apresentação de conteúdos, grafismo e soluções tecnológicas. Procedeu-

se ainda a uma restruturação da área dedicada à difusão de informação sobre intermediários financeiros que

passou a incluir a identificação completa de todas as entidades registadas na CMVM para o exercício de

actividades de intermediação financeira. Reorganizaram-se também as comunicações efectuadas pelos

emitentes de valores mobiliários, criando-se uma divisão temática das mesmas. Estendeu-se a utilização da

extranet a todos os tipos de comunicações, o que permitiu aos emitentes a divulgação da informação

obrigatória mesmo fora do horário de funcionamento da CMVM.

Quadro 86 - Evolução do Número de Documentos Divulgados por Tipo de Comunicação

2001 2002 2003 2004 Factos Relevantes 376 307 253 430 Outras Comunicações 901 838 1.016 1.291 Prestação de Contas 359 339 361 351 Participações Qualificadas 218 233 160 227 Documentos de Ofertas 128 85 114 103 Outros 85 107 160 191 TOTAL 2.067 1.909 2.064 2.593

Em 2004, o site da CMVM na Internet registou 832.299 utilizadores, o que representa um aumento de 40,4%

relativamente ao número de visitantes em 2003. Foram visitadas 7.959.128 páginas, um aumento de 17,2%

relativamente ao ano anterior. Na versão em língua inglesa do site, o número de utilizadores aumentou

36,2% e o número de páginas visitadas cresceu 35,1%.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

105

CMVM

3.3.4 Controlo da Informação dos Emitentes

3.3.4.1 Informação Periódica

A CMVM analisou a informação financeira elaborada pelos emitentes com valores cotados, merecendo

destaque a análise aos relatórios de auditoria que acompanham as contas anuais e semestrais. Pelo terceiro

ano consecutivo, a CMVM elaborou e divulgou, através do seu sítio na Internet, uma listagem com

referência à existência ou ausência de reservas de opinião do auditor.

Quadro 87 - Opiniões dos Auditores em Relação às Contas Anuais de 2003

RAE Simples Consolidadas RESERVAS DE OPINIÃO Relatórios Sem Reservas 71 60 Relatórios Com Reservas 27 18

Total 98 78 Reservas de Opinião Reservas em Imob. Financeiro 6,0% 10,3% Não aplicação do método da equivalência patrimonial 28,0% - Insuficiente Provisionamento de Clientes 10,0% 12,8% Reservas em Imobilizado Corpóreo 6,0% 5,1% Reservas na contabilização do goodwill 0,0% 10,3% Reservas em outros Imobilizados Incorpóreos 6,0% 15,3% Reservas em Critérios Contabilísticos 8,0% 7,7% Contabilização de Impostos Diferidos 2,0% 2,6% Responsabilidades Contigenciais 4,0% 0,0% Outras 2,0% 0,0%

Total 72,0% 64,1% Reservas de Âmbito Não Circularização 0,0% 0,0% Análise Limitada de Participadas 10,0% 15,4% Inexistência de Estudos Actuariais 0,0% 0,0% Avaliação de Activos 14,0% 12,8% Outras 4,0% 7,7%

Total 28,0% 35,9% Em situações de reserva por limitação de âmbito, a actuação da CMVM pautou-se pela solicitação de

esclarecimentos ao auditor sobre a situação que originou a emissão da referida reserva, seguida de

recomendação ao emitente sobre a resolução da situação.

Em situações de reserva por desacordo ou quando detectadas situações divergentes dos princípios

contabilísticos generalizadamente aceites em Portugal, a CMVM recomendou aos emitentes a correcção da

situação que originou a reserva. Face à recusa de alguns emitentes ou à impossibilidade de correcção devido

à publicação das contas ter entretanto ocorrido, a CMVM determinou, ao abrigo do artigo 245.º, n.º 4 do

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

106

CMVM

Cód.VM, a publicação de informações complementares necessárias para uma imagem mais verdadeira e

apropriada do património, resultados e da situação financeira do emitente.

Além dos relatórios de auditoria, a CMVM analisou os relatórios e contas dos emitentes, da qual resultou a

solicitação de esclarecimentos a uma série de entidades ou exigência de prestação de informação

complementar.

O universo dos emitentes obrigados a prestar informação financeira anual ao mercado durante 2004,

referente a 31 de Dezembro de 2003, foi o seguinte:

Quadro 88 - Emitentes Obrigados à Prestação de Informação Anual

Grupo Designação Nº Empresas A Entidades com acções admitidas à negociação no Mercado de Cotações 57 Oficiais e no Segundo Mercado da Euronext Lisbon B Entidades com obrigações e warrants admitidos à negociação no Mercado 44 de Cotações Oficiais e no Segundo Mercado da Euronext Lisbon TOTAL 101 Os documentos de prestação de contas anuais foram exigidos de acordo com a legislação e regulamentação

aplicáveis. A acrescer aos elementos mencionados no ano transacto, foi ainda exigido o Relato por

Segmentos, obrigatório para as sociedades dos grupos A e B.

Apesar dos esforços da CMVM e das próprias entidades emitentes, continuaram a verificar-se atrasos no

envio e publicação dos documentos de prestação de contas anuais, em proporção semelhante à do ano

anterior.

Quadro 89 - Envio à CMVM e Publicação dos Documentos de Prestação de Contas Anuais

Total Grupos A B

Cumprimento de Envio de Documentos à CMVM e de Publicação em Jornal de Grande Circulação Envio Publica.

Env. Pub. Env. Pub. Todos os documentos 98 98 57 57 41 41 Sem atraso 89 87 57 52 32 35 Apenas parte dos documentos 0 0 0 0 0 0 Nenhum documento 0 0 0 0 0 0 Total das Empresas 98 98 57 57 41 41

Com a entrada em vigor do Regulamento da CMVM n.º 4/2004, os documentos de prestação de contas

passaram a ser obrigatoriamente publicados no Sistema de Difusão de Informação da CMVM, mantendo-se

porém a opção de publicação noutros meios de comunicação, nomeadamente os disponibilizados pela

entidade gestora do mercado ou jornal de grande circulação. Assim, ainda que se tenham verificado atrasos

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

107

CMVM

pontuais na publicação das contas anuais, todos os emitentes divulgaram as suas contas anuais de 2003 no

sítio da Internet da CMVM, que se tornou um valioso instrumento de consulta para o público investidor.

Foram 56 os emitentes obrigados a prestar informação financeira semestral ao mercado durante 2004,

havendo apenas a registar um emitente que apresentou informação semestral com atraso.

Quadro 90 - Informação Semestral a Publicar

Documentos Acções no Mercado Acções no Segundo Mercado

de Cotações Oficiais 1º ano 2º ano e seguintes Relatório de Gestão O O O Balanço O O O Demonstração de Resultados O O O Anexos ao Balanço e Dem. Resultados O O O Resumo da informação por segmentos O O O Parecer do Auditor Externo O O O Lista de transacções de valores mobiliários emitidos pela Sociedade e efectuadas pelos titulares de órgãos sociais

O NE O

Lista de titulares de participações qualificadas O O O Legenda: O - Obrigatório; NE - Não Exigível.

Quadro 91 - Envio à CMVM e Publicação dos Documentos de Prestação de Contas Semestrais

Total Acções MCO Acções Segundo Mercado 1º ano +1 ano

Cumprimento de Envio de Documentos à CMVM e de Publicação em Jornal de

Grande Circulação Envio Publica. Envio Publica. Env. Pub. Env. Pub.

Todos os documentos 56 56 49 49 0 0 7 7 Sem atraso 55 55 49 49 0 0 6 6 Apenas parte dos documentos 0 0 0 0 0 0 0 0 Nenhum documento 0 0 0 0 0 0 0 0 Total das Empresas 56 56 49 49 0 0 7 7

Os emitentes com acções admitidas no Mercado de Cotações Oficiais da Euronext Lisbon são ainda

obrigados a prestar informação financeira trimestral, cujo conteúdo deve, no mínimo, corresponder ao

exigido em modelo disponibilizado pela CMVM. Registou-se apenas um atraso no envio e publicação da

informação relativa ao primeiro trimestre de 2004.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

Quadro 92 - Entidades que Prestam Contas Trimestrais

Mercado Nº Empresas Primeiro Trimestre Acções Mercado de Cotações Oficiais 50 Sociedades Não Obrigadas 0 TOTAL 50 Terceiro Trimestre Acções Mercado de Cotações Oficiais 49 Sociedades Não Obrigadas 0 TOTAL 49

Quadro 93 - Envio à CMVM e Publicação dos Documentos de Prestação de Contas Trimestrais

1º Trim 3º Trim 1º Trim 3º Trim Cumprimento de Envio de Documentos à CMVM e de Publicação em Jornal de Grande Circulação Envio Publicação

Todos os documentos 50 49 50 49 Sem atraso 49 49 49 49 Apenas parte dos documentos 0 0 0 0 Nenhum documento 0 0 0 0 Total das Empresas 50 49 50 49

A transição para as Normas Internacionais de Contabilidade, obrigatória para as demonstrações financeiras

elaboradas a partir de 1 de Janeiro de 2005, foi uma das matérias a que a CMVM dedicou particular atenção.

Além do acompanhamento nos grupos internacionais onde a CMVM está representada, salienta-se o trabalho

desenvolvido com outros organismos nacionais relativo ao âmbito de aplicação destas Normas. Em finais de

2004, a CMVM enviou um questionário aos emitentes de modo a aferir do seu grau de preparação para o

processo de transição.

3.3.4.2 Divulgação de Informação Contínua

A divulgação de factos relevantes continuou a merecer muita atenção da CMVM, dado o eventual impacto

da informação na formação dos preços em mercado. Em variadas situações, a CMVM solicitou

esclarecimentos imediatos às entidades emitentes sobre informação susceptível de qualificação como facto

relevante, dando particular ênfase à quantificação financeira da informação. Foram analisados com maior

profundidade três casos de eventual incumprimento no dever de comunicação de factos relevantes, tendo

sido instaurado processo de contra-ordenação em um deles.

A estrutura proprietária e o controlo das entidades emitentes também foi uma área de particular destaque pela

CMVM. A transparência dos participantes em sociedades abertas motivou pedidos de esclarecimentos

relacionados com dezasseis sociedades abertas. Foram também instaurados cinco processos de contra-

ordenação por incumprimento dos deveres de comunicação de participações qualificadas.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

109

CMVM

Tema conexo é o do dever de comunicação à CMVM, estabelecido no Regulamento da CMVM n.º 7/2001

(com a redacção dada pelo Regulamento n.º 11/2003), de transacções de acções por parte de membros do

órgão de administração de entidades emitentes de acções admitidas em mercado. Foram instaurados sete

processos de contra-ordenação por incumprimento deste dever.

3.3.5 Registo e Acompanhamento dos Auditores Externos

No ano de 2004 foram registados dois novos auditores, tendo-se procedido ao acompanhamento da

verificação dos requisitos e condições de funcionamento através de acções de supervisão presenciais,

previamente à concessão daquele registo. Procedeu-se, ainda, ao cancelamento de quatro auditores,

passando assim para 48 o número de auditores registados na CMVM no final do ano. A CMVM registou

ainda averbamentos em 12 auditores, tendo como principal motivo entradas e saídas de sócios e revisores

contratados.

Deu-se continuidade aos estudos e acompanhamento das alterações em discussão da 8ª Directiva

Comunitária sobre Direito das Sociedades onde merecem tratamento, nomeadamente, novos requisitos de

independência dos auditores, sistemas de supervisão, requisitos de registo e deveres especiais em caso de

prestação de serviços para entidades cotadas bem como adopção de normas internacionais de auditoria. Estas

matérias têm vindo a ser especialmente tomadas em consideração, quer na aferição das condições de

funcionamento de novos candidatos a registo junto da CMVM, quer nas condições de funcionamento de

auditores já registados.

Prosseguiram as acções de supervisão dos auditores externos, das quais resultaram recomendações no

sentido do melhoramento do exercício da respectiva actividade. Ainda em matéria de controlo de qualidade,

a CMVM colaborou com a Ordem dos Revisores Oficiais de Contas, no âmbito do seu programa anual de

verificação dos trabalhos dos auditores.

3.4 QUALIDADE DA INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA

3.4.1 Supervisão Presencial e à Distância

As acções de supervisão realizadas durante o ano de 2004 centraram-se na detecção da existência de

eventuais indícios de conflitos de interesse, assim como na verificação do cumprimento das determinações

emitidas pela CMVM, na sequência das acções de supervisão anteriormente realizadas. Acresce ainda a

avaliação presencial da adequação de meios materiais, técnicos e humanos, bem como da suficiente

segregação funcional e institucional, para efeitos da concessão de registo prévio para o exercício de

actividades no âmbito de gestão de activos e de intermediação financeira em geral.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

110

CMVM

Relativamente à supervisão à distância na área de gestão de activos, destaca-se a verificação do cumprimento

das regras legalmente aplicáveis aos fundos de investimento mobiliário, imobiliário, fundos de capital de

risco e fundos de titularização de créditos, bem como o reforço da supervisão realizada no âmbito da

valorização do património dos fundos de investimento mobiliário.

Prosseguiram as acções de supervisão presenciais aos intermediários financeiros registados na CMVM para o

exercício de actividades de intermediação financeira. As acções de supervisão centraram-se na detecção de

eventuais conflitos de interesse entre os intermediários financeiros e os seus clientes, na prestação do serviço

de registo e depósito de valores mobiliários, funcionamento da área de research e procedimentos destinados

à prevenção de práticas de branqueamento de capitais.

Quadro 94 - Acções de Supervisão Presencial da Actividade Corrente

Intermediários Financeiros 2001 2002 2003 2004 Sociedades Gestoras de Fundos de Investimento Mobiliário 8 9 5 3 Sociedades Gestoras de Fundos de Investimento Imobiliário 8 16 4 2 Sociedades Gestoras de Patrimónios 7 13 4 2 Instituições de Crédito, Soc. Corretoras e Soc. Financeiras de Corretagem 26 32 16 11 Sucursais (Instituições de Crédito e Empresas de Investimento) 0 6 0 0 Sites (recepção de ordens e comercialização de fundos de investimento) 27 55 41 55 Consultores Autónomos - 0 5 1 Peritos Avaliadores de Imóveis - 0 0 3

Total 76 131 75 77 3.4.2 Supervisão da Prestação de Serviços Financeiros através da Internet

Em 2004 foram supervisionados a totalidade dos sítios de Internet onde se procede à recepção de ordens para

subscrição ou transacção de valores mobiliários e se comercializam unidades de participação em fundos de

investimento. Na sequência das acções de supervisão desenvolvidas neste âmbito, os intermediários

financeiros são notificados pela CMVM para implementar os ajustamentos solicitados, decorrentes da

regulamentação em vigor, de forma a prestar o serviço em condições de eficiência e segurança.

3.5 PROCESSOS DE CONTRA-ORDENAÇÃO

Em 2004 foram iniciados na CMVM 81 processos de contra-ordenação, sendo que existiam 38 processos

transitados de anos anteriores, num total de 119 processos. No que respeita ao âmbito desses processos, os

ilícitos relativos a deveres dos intermediários financeiros (27%), organismos de investimento colectivo

(26%) e deveres de informação (18%) são os mais relevantes.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

Quadro 95 - Processos de Contra-Ordenação

Na CMVM Total PAI ITEM SOIC DI PQ RCA RCS RCT IFnA PSFaI DIF Processo transitados de anos anteriores 38 0 3 4 10 4 0 1 1 3 2 10 Iniciados em 2004 81 0 6 27 12 7 5 0 0 1 0 23 Total 119 0 9 31 22 11 5 1 1 4 2 33 Processos investigados e não instaurados 22 0 1 12 2 0 0 0 0 1 1 5 Processos decididos 30 0 1 10 3 8 2 0 0 0 0 6 Processos em curso 67 0 7 9 17 3 3 1 1 3 1 22 Total 119 0 9 31 22 11 5 1 1 4 2 33 Nos Tribunais Decididos em Tribunal 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 A decorrer no Tribunal 3 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 Total 4 0 0 2 1 1 0 0 0 0 0 0 Legenda: PAI - Protecção e Apoio ao Investidor RCS - Relatório e Contas Semestrais ITEM – Integridade, Transparência e Equidade do Mercado RCT - Relatório e Contas Trimestrais SOIC - Supervisão dos Organismos de Investimento Colectivo IFnA - Intermediação Financeira não Autorizada DI - Difusão da Informação PSFaI - Prestação de Serv. Financ. através da Internet PQ - Participações Qualificadas DIF - Deveres dos Intermediários Financeiros RCA - Relatório e Contas Anuais

3.6 REGULAÇÃO

3.6.1 Regulamentos e Instruções da CMVM

Em sede dos organismos de investimento colectivo foi aprovado o Regulamento n.º 7/2004 que teve como

objectivo estabelecer as regras para a comercialização em Portugal de organismos de investimento colectivo

harmonizados domiciliados noutro Estado-Membro da União Europeia que, transitoriamente, não disponham

de prospecto simplificado. No ano de 2004 foram também desenvolvidos os trabalhos preparatórios relativos

à alteração do Regulamento da CMVM nº 8/2002, a qual foi concretizada em Janeiro de 2005.

No que concerne à actividade de capital de risco, na sequência da alteração ao regime jurídico do capital de

risco (Decreto-Lei n.º 151/2004, de 29 de Junho) que alargou o âmbito de actuação da CMVM, o

Regulamento da CMVM n.º 8/2004 veio concretizar o regime de prestação de informação à CMVM, a

admissão à negociação de unidades de participação de fundos de capital de risco e a aquisição de fundos para

investidores qualificados no âmbito da gestão de carteiras.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

112

CMVM

Em matéria de emitentes e deveres de informação foram aprovados cinco regulamentos. O primeiro visou o

desenvolvimento do Decreto-Lei n.º 69/2004, de 25 de Março que introduziu alterações no regime do papel

comercial. Em consequência deste regulamento, o Regulamento n.º 7/2003 em matéria de taxas foi também

alterado pelo Regulamento n.º 2/2004. O Regulamento n.º 7/2003 foi ainda alterado em 2004 pelo

Regulamento n.º 6/2004 que procedeu a um desagravamento de diversas taxas que oneram os emitentes. O

Regulamento n.º 4/2004 visou a actualização dos meios de divulgação de informação a utilizar pelos

emitentes e uma melhor sistematização dos deveres informativos a que se encontram sujeitos. O

Regulamento n.º 5/2004, por seu turno, desenvolveu em matéria de warrants autónomos o regime constante

do Decreto-Lei n.º 70/2004, de 25 de Março.

No que concerne às instruções, foram aprovadas pela CMVM cinco instruções no âmbito da gestão de

activos. A Instrução n.º 1/2004, sobre a carteira de organismos de investimento colectivo, a Instrução n.º

2/2004, sobre a carteira de fundos de investimento imobiliário e a Instrução n.º 3/2004, sobre o valor das

unidades de participação de organismos de investimento colectivo e fundos de investimento imobiliário,

tiveram como objectivo actualizar as informações recebidas pela CMVM. A Instrução n.º 4/2004 estabeleceu

o modo de envio trimestral à CMVM de informação sobre a actividade de fundos de investimento

imobiliário. Nos termos da Instrução n.º 5/2004, as entidades gestoras de fundos de titularização de créditos

passam a reportar mensalmente à CMVM, através do domínio de extranet, a composição discriminada da

carteira de aplicações de cada fundo que administrem. Em matéria de Intermediação Financeira foram

aprovadas 3 instruções: as Instruções da CMVM nºs 7, 8 e 9/2004, aplicáveis, respectivamente, às

actividades de recepção de ordens por conta de outrem, execução de ordens por conta de outrem e

negociação por conta própria em valores mobiliários.

3.6.2 Pareceres Genéricos, Entendimentos e Recomendações da CMVM

Com incidência na área de emitentes, a CMVM aprovou a Recomendação sobre a designação identificativa

de valores mobiliários. A recomendação surge na sequência da abolição do princípio da taxatividade dos

tipos de valores mobiliários e visa dar orientações aos vários agentes de mercado quanto à designação de

valores mobiliários atípicos ou que contenham elementos de mais do que um tipo de valor mobiliário.

A CMVM designou, a pedido da autoridade judiciária, um perito que procedeu à elaboração de um parecer,

considerado de especial complexidade, que tinha por objecto a descrição e apreciação das decisões de

investimento especulativo em derivados, efectuadas por responsável de uma sociedade industrial, as quais

poderão ser consideradas lesivas dos interesses patrimoniais da mesma.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

113

CMVM

3.6.3 Colaboração com Outras Entidades na Elaboração de Normas

Durante 2004 a CMVM desencadeou e participou em diversos processos legislativos com incidência na área

do Direito dos Valores Mobiliários, donde se destacam o Decreto-Lei n.º 69/2004 de 25 de Março, que

regula a disciplina aplicável aos valores mobiliários de natureza monetária designados por papel comercial e

o Decreto-Lei n.º 66/2004, de 24 de Março, que altera o Código dos Valores Mobiliários introduzindo,

nomeadamente, a adopção dum princípio de liberdade de criação de valores mobiliários, em detrimento do

anterior princípio de tipicidade dos mesmos.

Com impacto assinalável na estrutura do mercado de capitais, são de referir os processos legislativos de

transposição das Directivas de Abuso de Mercados e de Prospectos, ainda em curso, da Directiva relativa à

Sociedade Europeia, a revisão do regime das obrigações hipotecárias, a proposta de definição do regime de

tributação dos rendimentos de valores mobiliários representativos de dívida e a fixação das opções nacionais

quanto à aplicação do regime das International Financial Reporting Standards (IFRS) às sociedades

nacionais.

A CMVM elaborou um anteprojecto de revisão do Regime Jurídico dos fundos de investimento imobiliário,

o qual veio a ser publicado em 7 de Janeiro de 2005. Foi também elaborado pela CMVM um projecto de

revisão do regime jurídico do capital de risco, o qual veio a ser publicado em 29 de Junho de 2004 (Decreto-

Lei n.º 151/2004).

3.7 COOPERAÇÃO

3.7.1 Cooperação com Autoridades Nacionais

A CMVM tomou parte em diversos grupos de trabalho interministeriais (Ministérios das Finanças, Justiça,

Negócios Estrangeiros e Economia), que integraram outras autoridades de supervisão, para efeitos de

coordenação da posição nacional nas negociações de diversas Directivas, respectiva transposição ou ainda

posicionamento face a iniciativas da Comissão Europeia na área do mercado interno, em geral, e dos serviços

financeiros, em particular. A CMVM manteve ainda uma cooperação estreita com o Gabinete de Relações

Internacionais, Europeias e de Cooperação do Ministério da Justiça, no acompanhamento de diversos

trabalhos a decorrer em fora vocacionados para o tratamento de questões de Direito internacional privado.

Tal como em anos anteriores, a CMVM estreitou os canais de cooperação com as outras duas autoridades de

supervisão do sistema financeiro nacional, tendo sido constituídos diversos grupos de trabalho que integram

representantes da CMVM, do Banco de Portugal e do Instituto de Seguros de Portugal. Foram visadas

matérias de supervisão e regulação financeiras, designadamente na área dos conglomerados financeiros,

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

114

CMVM

liquidação e compensação e auditoria, analisando-se o grau de adopção dos princípios internacionais nos

sectores mobiliário, bancário e segurador. Para o efeito, as três autoridades de supervisão nacionais

trabalharam em estreita cooperação, nomeadamente na preparação da avaliação, pelo Fundo Monetário

Internacional, do grau de cumprimento dos referidos princípios internacionais, em Portugal.

De referir ainda que a CMVM estabeleceu um protocolo com o Banco de Portugal para troca de

informações, numa base periódica, sobre falhas de liquidação de operações realizadas na Euronext Lisbon.

O envolvimento com o Conselho Nacional de Supervisores Financeiros (CNSF) também prosseguiu, à

semelhança dos anos anteriores, sendo este ano preenchido com um acompanhamento próximo da 8.ª

Directiva de Direito das Sociedades, respeitante à auditoria. O grupo de trabalho constituído no âmbito do

CNSF para as matérias relacionadas com o branqueamento de capitais realizou um exercício de self-

assessment das Quarenta Recomendações do GAFI (Grupo de Acção Financeira Internacional) relativas ao

branqueamento de capitais e das Oito Recomendações Especiais sobre o financiamento do terrorismo, à luz

do actual enquadramento legal e das práticas de supervisão existentes.

3.7.2 Cooperação com Instituições Congéneres Estrangeiras

Ao longo de 2004, a CMVM reforçou a cooperação com Autoridades congéneres estrangeiras, tendo

assinado Memorandos de Acordo bilaterais, para efeitos de assistência e troca de informações, com as

autoridades de supervisão mobiliária de Malta, da Malásia e da República da China.

No âmbito do Grupo de Reguladores do Euronext a CMVM deu sequência à sua colaboração com as

autoridades de supervisão dos mercados de valores mobiliários francês, belga e holandês ao nível do

Working Party 2 (que executou trabalhos em relação às práticas de mercado primário, recomendações no

contexto de oferta pública e guia de reguladores), a que se juntou a congénere britânica ao nível do Working

Party 7 (Supervisão coordenada de Entidades Gestoras Euronext).

Dando cumprimento ao dever de cooperação que lhe está cometido por lei, a CMVM prestou assistência

internacional a diversas congéneres estrangeiras, designadamente para efeitos de troca de informação sobre

actividade transfronteiriça de intermediários financeiros, sobretudo em relação a intermediação financeira

não autorizada, participações qualificadas e investigações em relação à suspeita de práticas ilícitas

verificadas nos mercados de valores mobiliários.

A CMVM continuou a presidir ao Conselho das Autoridades do Instituto Iberoamericano de Mercados de

Valores Mobiliários, em cujo âmbito foram tratadas matérias como os poderes de enforcement das

Autoridades e a comparabilidade dos IFRS com regras nacionais.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

115

CMVM

3.7.3 Participação em Organismos da União Europeia

A CMVM continuou a integrar a delegação portuguesa em diversos fora contabilísticos comunitários,

especificamente no Comité de Regulamentação Contabilística e no Comité de Contacto, bem como a

participar nos trabalhos do Comité de Auditoria.

No âmbito do Conselho da União Europeia, a CMVM marcou presença nos trabalhos de discussão da

Proposta de Directiva do Parlamento Europeu e do Conselho que altera as Directivas 78/660/CEE (4.ª

Directiva de Direito das Sociedades) e 83/349/CEE (7.ª Directiva de Direito das Sociedades) respeitantes às

contas individuais de certas sociedades e contas consolidadas, bem como no grupo de trabalho que discutiu

os problemas de transposição da Directiva dos Prospectos. A CMVM integrou também o Grupo de Peritos

em Direito das Sociedades junto da Comissão Europeia, no âmbito do qual foram discutidos a Proposta de

Directiva de alteração Directiva 84/253/CEE (8.ª Directiva de Direito das Sociedades) e as Propostas de

Recomendação da Comissão Europeia sobre remuneração dos administradores e o papel dos administradores

não executivos.

No âmbito do Comité Europeu de Valores Mobiliários e do Conselho da União Europeia são de salientar os

trabalhos de implementação das Directivas OICVM, o acompanhamento dos trabalhos de nível 2 (medidas

de implementação) desenvolvidos no contexto da Directiva sobre os Mercados de Instrumentos Financeiros,

e a aprovação das medidas de implementação das Directivas sobre Abuso de Mercado e Prospectos.

A CMVM continuou a acompanhar a troca de experiências no âmbito da FIN-NET, a rede europeia de

entidades e sistemas de resolução extra-judicial de conflitos na área dos serviços financeiros.

Foi aprovado o relatório que consagrou uma posição comum a adoptar pelos Estados Membros, aquando da

transposição das directivas OICVM, relativamente à utilização de instrumentos financeiros derivados,

resultante de Task Force coordenada pela CMVM, na sequencia do entretanto extinto Comité de Contacto da

Directiva OICVM (que passou a funcionar ao nível do CESR).

3.7.4 Committee of European Securities Regulators − CESR

A CMVM participou nos trabalhos desenvolvidos no âmbito dos grupos de peritos criados no CESR para

efeitos da implementação das medidas de nível 3, relativas à Directiva dos Prospectos, na qualidade de

Presidente do grupo de trabalho, e à Directiva sobre Abuso de Mercado.

A CMVM tem participado nos trabalhos desenvolvidos pelo grupo de peritos do CESR e do BCE relativo à

supervisão dos sistemas de compensação e liquidação de operações sobre valores mobiliários, tendo sido

aprovados os standards sobre liquidação. A CMVM participa ainda nos dois grupos permanentes

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

116

CMVM

actualmente existentes no CESR, o CESRPOL e o CESRFIN (respectivamente vocacionados para a

cooperação nas áreas da troca de informação e imposição do cumprimento dos deveres no exercício de

actividades sobre valores mobiliários e da contabilidade).

A CMVM tem coordenado e participado em projectos específicos na área contabilística, designadamente na

definição de princípios europeus para o enforcement da aplicação das IFRS. Na área da auditoria foi ainda

constituída a Audit Task Force, da qual a CMVM faz parte.

O CESR prosseguiu os trabalhos de nível 2 relativamente à Directiva sobre os Mercados de Instrumentos

Financeiros, isto é, de propostas de medidas de implementação desta Directiva, a apresentar à Comissão

Europeia. A CMVM integrou os três grupos de peritos com mandatos de elaboração das medidas de

execução para as seguintes áreas: intermediários financeiros, mercados e cooperação/enforcement.

Relativamente à regulação da gestão de activos, a CMVM participa dos trabalhos do CESR - Grupo ad hoc –

Undertakings for Collective Investment in Transferable Securities (UCITS), o qual tem por objectivo a

harmonização entre os vários estados membros da supervisão em matéria de organismos de investimento

colectivo, das regras relativas à sua comercialização transfronteiriça e da implementação das UCITS

Directives.

3.7.5 Organização Internacional das Comissões de Valores − OICV/IOSCO

A CMVM integra o Comité Executivo da OICV/IOSCO e o Grupo Decisório responsável pela validação da

adesão das autoridades de supervisão ao Memorando de Acordo Multilateral de Cooperação da

OICV/IOSCO.

A nível do Comité Técnico, a CMVM continuou a sua participação em dois dos seus grupos: o Standing

Committee on Enforcement and Exchange of Information (SC 4), em cujo âmbito são discutidas e adoptadas

práticas de cooperação internacional entre as autoridades de supervisão, com o objectivo de reforçar a

prevenção de práticas de mercado abusivas, à escala global e o Standing Committee on Investment

Management (SC 5), no domínio da gestão de activos. Neste contexo, a CMVM liderou, em conjunto com a

Securities and Exchange Commission dos Estados Unidos da América, um projecto relativo à análise do

Governo de Organismo de Investimento Colectivo (OIC), tendo sido elaborado e aprovado pelo SC5 um

relatório onde se propõem princípios gerais que devem estar subjacentes a um bom Governo dos OIC. Ao SC

5 foram ainda cometidos mandatos tendentes à definição de standards internacionais de supervisão na área

da gestão de activos.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

Foi criada uma Task Force de combate à fraude financeira, ao nível dos Presidentes das Autoridades de

supervisão, a fim de ser dada uma resposta coordenada da IOSCO/OICV aos recentes escândalos financeiros

(abuso de mercado). Este Sub-comité de Presidentes foi também integrado pela CMVM.

Lisboa, 16 de Fevereiro de 2005

O Conselho Directivo

Fernando Teixeira dos Santos – Presidente

Luís Lopes Laranjo – Vice-Presidente

Amadeu Ferreira – Vogal

Rui Ambrósio Tribolet – Vogal

Carlos Costa Pina - Vogal

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

ANEXO

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

ANEXO

Legislação Relativa ao Mercado de Valores Mobiliários Publicada em 2004

LEIS

Lei n.º 3/2004, 15/01 - Aprova a lei quadro dos institutos públicos

Lei n.º 5/2004, de 10/02 - Lei das Comunicações Electrónicas [Declaração de Rectificação n.º 32-A/2004,

de 20/04 - De ter sido rectificada a Lei n.º 5/2004, de 10 de Fevereiro (Lei das Comunicações Electrónicas),

publicada no Diário da República, I Série -A, n.º 34, de 10 de Fevereiro de 2004]

Lei n.º 11/2004, de 27/03 - Estabelece o regime de prevenção e repressão do branqueamento de vantagens de

proveniência ilícita e procede à 16.ª alteração ao Código Penal e à 11.ª alteração ao Decreto-Lei n.º 15/93, de

22 de Janeiro [Declaração de Rectificação n.º 45/2004, de 05/06 - De ter sido rectificada a Lei n.º 11/2004,

de 27 de Março (estabelece o regime de prevenção e repressão do branqueamento de vantagens de

proveniência ilícita e procede à 16.ª alteração ao Código Penal e à 11.ª alteração ao Decreto-Lei n.º 15/93, de

22 de Janeiro)]

Lei n.º 27/2004, de 16/07 - Primeira alteração à Lei n.º 11/2004, de 27 de Março, que estabelece o regime de

prevenção e repressão do branqueamento de vantagens de proveniência ilícita e procede à 16.ª alteração ao

Código Penal e à 11.ª alteração ao Decreto-Lei n.º 15/93, de 22 de Janeiro

Lei n.º 29/2004, de 17/07 - Autoriza o Governo a legislar sobre a liquidação de instituições de crédito e

sociedades financeiras

Lei n.º 32/2004, de 22/07 - Estabelece o estatuto do administrador da insolvência

Lei Constitucional n.º 1/2004, de 24/07 - Sexta revisão constitucional

Lei n.º 41/2004, de 18/08 - Transpõe para a ordem jurídica nacional a Directiva n.º 2002/58/CE, do

Parlamento Europeu e do Conselho, de 12 de Julho, relativa ao tratamento de dados pessoais e à protecção da

privacidade no sector das comunicações electrónicas

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

Lei n.º 43/2004, de 18/08 - Lei de organização e funcionamento da Comissão Nacional de Protecção de

Dados

Lei n.º 48/2004, de 24/08 - Terceira alteração à Lei n.º 91/2001, de 20 de Agosto (lei de enquadramento

orçamental)

Lei n.º 55/2004, de 30/12 - Primeira alteração à Lei n.º 107-B/2003, de 31 de Dezembro (Orçamento do

Estado para 2004)

Lei n.º 55-A/2004, de 30/12 - Grandes Opções do Plano para 2005

Lei n.º 55-B/2004, de 30/12 - Orçamento do Estado para 2005

DECRETOS-LEI

Decreto-Lei n.º 7/2004, de 07/01 - No uso da autorização legislativa concedida pela Lei n.º 7/2003, de 9 de

Maio, transpõe para a ordem jurídica nacional a Directiva n.º 2000/31/CE, do Parlamento Europeu e do

Conselho, de 8 de Junho de 2000, relativa a certos aspectos legais dos serviços da sociedade de informação,

em especial do comércio electrónico, no mercado interno

Decreto-Lei n.º 17/2004, de 15/01 - Altera o artigo 119.º do Código do IRS, aprovado pelo Decreto-Lei n.º

442-A/88, de 30 de Novembro

Decreto-Lei n.º 30/2004, de 06/02 - Atribui à Autoridade da Concorrência parte das receitas de entidades

reguladoras sectoriais, provenientes de taxas cobradas pelos serviços por elas prestados

Decreto-Lei n.º 49/2004, de 10/03 - Revoga o Decreto-Lei n.º 380/93, de 15 de Novembro, que estabelece

regras relativas à aquisição de acções representativas do capital das sociedades a reprivatizar

Decreto-Lei n.º 53/2004, de 18/03 - No uso da autorização legislativa concedida pela Lei n.º 39/2003, de 22

de Agosto, aprova o Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas

Decreto-Lei n.º 54/2004, de 18/03 - Estabelece o regime jurídico das sociedades de administradores da

insolvência

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

Decreto-Lei n.º 57/2004, de 19/03 - Estabelece as normas de execução do Orçamento do Estado para 2004

Decreto-Lei n.º 60/2004, 22/03 - Altera o Decreto-Lei n.º 176/95, de 26 de Julho, que estabelece regras de

transparência para a actividade seguradora e disposições relativas ao regime jurídico do contrato de seguro

Decreto-Lei n.º 66/2004, de 24/03 - Altera o Código dos Valores Mobiliários, aprovado pelo Decreto-Lei n.º

486/99, de 13 de Novembro

Decreto-Lei n.º 69/2004, de 25/03 - Regula a disciplina aplicável aos valores mobiliários de natureza

monetária designados por papel comercial

Decreto-Lei n.º 70/2004, de 25/03 - Altera o Decreto-Lei n.º 172/99, de 20 de Maio, que regula a emissão,

negociação e comercialização de warrants autónomos

Decreto-Lei n.º 88/2004, de 20/04 - Transpõe para a ordem jurídica nacional a Directiva n.º 2001/65/CE, do

Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de Setembro, relativa às regras de valorimetria aplicáveis às

contas individuais e consolidadas de certas formas de sociedades, bem como dos bancos e de outras

instituições financeiras [Declaração de Rectificação n.º 52/2004, de 17/06 - De ter sido rectificado o

Decreto-Lei n.º 88/2004, do Ministério das Finanças, que transpõe para a ordem jurídica nacional a Directiva

n.º 2001/65/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de Setembro, relativa às regras de valorimetria

aplicáveis às contas individuais e consolidadas de certas formas de sociedades, bem como dos bancos e de

outras instituições financeiras, publicado no Diário da República, I Série , n.º 93, de 20 de Abril de 2004]

Decreto-Lei n.º 92/2004, de 20/04 - No uso da autorização legislativa concedida pela Lei n.º 107-B/2003, de

31 de Dezembro, estabelece a forma, extensão e limites da interconexão de dados entre os serviços da

administração fiscal e as instituições da segurança social

Decreto-Lei n.º 105/2004, de 08/05 - Aprova o regime jurídico dos contratos de garantia financeira e

transpõe para a ordem jurídica nacional a Directiva n.º 2002/47/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho,

de 6 de Junho, relativa aos acordos de garantia financeira

Decreto-Lei n.º 151/2004, de 29/06 - Altera o Decreto-Lei n.º 319/2002, de 28 de Dezembro, que disciplina

a constituição e actividade das sociedades de capital de risco e dos fundos de capital de risco

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

Decreto-Lei n.º 165/2004, de 06/06 - Altera o artigo 29.º do Decreto-Lei n.º 290-D/99, de 2 de Agosto, que

aprova o regime jurídico dos documentos electrónicos e da assinatura digital, na redacção que lhe foi dada

pelo Decreto-Lei n.º 62/2003, de 3 de Abril

Decreto-Lei n.º 199/2004, de 18/08 - Estabelece medidas de carácter extraordinário tendo em vista a

regularização da situação jurídica do património imobiliário do Estado e dos institutos públicos

Decreto-Lei n.º 200/2004, de 18/08 - Altera o Decreto-Lei n.º 53/2004, de 18 de Março, que aprova o

Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas

Decreto-Lei n.º 201/2004, de 18/08 - Altera o Decreto-Lei n.º 316/98, de 20 de Outubro, que institui o

procedimento extrajudicial de conciliação para viabilização de empresas em situação de insolvência ou em

situação económica difícil

Decreto-Lei n.º 204/2004, de 19/08 - Altera pela quarta vez o Código Cooperativo, aprovado pela Lei n.º

51/96, de 7 de Setembro, concedendo às cooperativas a faculdade de emitir títulos de capital e títulos de

investimento, sob a forma escritural

Decreto-Lei n.º 218-A/2004, de 25/10 - Aprova a 5.ª fase do processo de reprivatização do capital social da

EDP - Electricidade de Portugal, S.A.

Decreto-Lei n.º 243/2004, de 31/12 - Aprova a 1.ª e a 2.ª fases do processo de reprivatização directa da

Electricidade dos Açores, S. A

Decreto-Lei n.º 241-B/2004, de 30/12 - Determina que constituem receita geral do Estado de 2004 85% dos

saldos de gerência existentes em 31 de Dezembro de 2003 da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários

(CMVM), da Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM), da Entidade Reguladora dos Serviços

Energéticos (ERSE) e do Instituto de Seguros de Portugal (ISP)

DECRETOS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Decreto do Presidente da República n.º 4-A/2004, de 15/01, Presidência da República - Ratifica o

Tratado entre o Reino da Bélgica, o Reino da Dinamarca, a República Federal da Alemanha, a República

Helénica, o Reino de Espanha, a República Francesa, a Irlanda, a República Italiana, o Grão-Ducado do

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

Luxemburgo, o Reino dos Países Baixos, a República da Áustria, a República Portuguesa, a República da

Finlândia, o Reino da Suécia, o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte (Estados membros da

União Europeia) e a República Checa, a República da Estónia, a República de Chipre, a República da

Letónia, a República da Lituânia, a República da Hungria, a República de Malta, a República da Polónia, a

República da Eslovénia e a República Eslovaca Relativo à Adesão à União Europeia da República Checa, da

República da Estónia, da República de Chipre, da República da Letónia, da República da Lituânia, da

República da Hungria, da República de Malta, da República da Polónia, da República da Eslovénia e da

República Eslovaca, incluindo o Acto Relativo às Condições de Adesão da República Checa, da República

da Estónia, da República de Chipre, da República da Letónia, da República da Lituânia, da República da

Hungria, da República de Malta, da República da Polónia, da República da Eslovénia e da República

Eslovaca e às adaptações dos tratados em que se funda a União Europeia, os anexos, os protocolos e a Acta

Final com as suas declarações, assinado em Atenas em 16 de Abril de 2003

Decreto do Presidente da República n.º 20/2004, de 29/04 - Ratifica a decisão do Conselho, reunido ao

nível dos Chefes de Estado ou de Governo, de 21 de Março de 2003, relativa a uma alteração do n.º 2 do

artigo 10.º dos Estatutos do Sistema Europeu de Bancos Centrais e do Banco Central Europeu, aprovada,

para ratificação, pela Resolução da Assembleia da República n.º 35/2004, em 15 de Abril de 2004

DIRECTIVAS COMUNITÁRIAS

Directiva 2003/123/CE do Conselho, de 22 de Dezembro de 2003, JO L 7, de 13/01 - que altera a

Directiva 90/435/CEE relativa ao regime fiscal comum aplicável às sociedades-mãe e sociedades afiliadas de

Estados-Membros diferentes

Directiva 2004/39/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 21 de Abril de 2004, JO L 145, de

30/04 - relativa aos mercados de instrumentos financeiros, que altera as Directivas 85/611/CEE e 93/6/CEE

do Conselho e a Directiva 2000/12/CE do Parlamento Europeu e do Conselho e que revoga a

Directiva 93/22/CEE do Conselho

Directiva 2004/72/CE da Comissão, de 29 de Abril de 2004, JO L 162, de 30/04 - relativa às modalidades

de aplicação da Directiva 2003/6/CE do Parlamento Europeu e do Conselho no que diz respeito às práticas

de mercado aceites, à definição da informação privilegiada em relação aos instrumentos derivados sobre

mercadorias, à elaboração de listas de iniciados, à notificação das operações efectuadas por pessoas com

responsabilidades directivas e à notificação das operações suspeitas

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

Directiva 2004/25/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 21 de Abril de 2004, JO L 142, de

30/04 - relativa às ofertas públicas de aquisição

Directiva 2004/109/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de Dezembro de 2004, JO L 390

de 31/12 - relativa à harmonização dos requisitos de transparência no que se refere às informações

respeitantes aos emitentes cujos valores mobiliários estão admitidos à negociação num mercado

regulamentado e que altera a Directiva 2001/34/CE.

REGULAMENTOS COMUNITÁRIOS

Regulamento (CE) n.º139/2004 do Conselho, de 20 de Janeiro de 2004, JO L24 de 29/01 - relativo ao

controlo das concentrações de empresas ("Regulamento das concentrações comunitárias")

Regulamento (CE) n.º707/2004 da Comissão, de 6 de Abril de 2004, JO L111, de 17/04 - que altera o

Regulamento (CE) n.º1725/2003, que adopta certas normas internacionais de contabilidade, nos termos do

Regulamento (CE) n.º1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho

Regulamento (CE) n.º 802/2004 da Comissão, de 7 de Abril de 2004, JO L 133, de 30/04 - de execução

do Regulamento (CE) n.º 139/2004 do Conselho, relativo ao controlo das concentrações de empresas

[Rectificação ao Regulamento (CE) n.º 802/2004 da Comissão, de 7 de Abril de 2004, de execução do

Regulamento (CE) n.º 139/2004 do Conselho, relativo ao controlo das concentrações de empresas – JO L

172, de 06/05]

Regulamento (CE) n.º 885/2004 do Conselho, de 26 de Abril de 2004, JO L 168, 01/05 - que adapta o

Regulamento (CE) n.º 2003/2003 do Parlamento Europeu e do Conselho, os Regulamentos (CE)

n.º1334/2000, (CE) n.º2157/2001, (CE) n.º 152/2002, (CE) n.º 1499/2002, (CE) n.º 1500/2003 e (CE) n.º

1798/2003 do Conselho, as Decisões n.º 1719/1999/CE, n.º 1720/1999/CE, n.º 253/2000/CE, n.º

508/2000/CE, n.º 1031/2000/CE, n.º 163/2001/CE, n.º 2235/2002/CE e n.º 291/2003/CE do Parlamento

Europeu e do Conselho, e as Decisões 1999/382/CE, 2000/821/CE, 2003/17/CE e 2003/893/CE do Conselho,

no domínio da livre circulação de mercadorias, direito das sociedades, agricultura, fiscalidade, educação e

formação, cultura e política audiovisual e relações externas, em virtude da adesão da República Checa, da

Estónia, de Chipre, da Letónia, da Lituânia, da Hungria, de Malta, da Polónia, da Eslovénia e da Eslováquia

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

Regulamento (CE) n.º 886/2004 da Comissão, de 4 de Março de 2004, JO L 168 de 01/05 - que adapta

certos regulamentos e decisões no domínio da livre circulação de mercadorias, política de concorrência,

agricultura, ambiente e relações externas, em virtude da adesão da República Checa, da Estónia, de Chipre,

da Letónia, da Lituânia, da Hungria, de Malta, da Polónia, da Eslovénia e da Eslováquia

Regulamento (CE) n.º 809/2004 da Comissão, de 29 de Abril de 2004, JO L 149 de 30/04 - que

estabelece normas de aplicação da Directiva 2003/71/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, no que diz

respeito à informação contida nos prospectos, bem como os respectivos modelos, à inserção por remissão, à

publicação dos referidos prospectos e divulgação de anúncios publicitários

Regulamento (CE) n.º 2086/2004 da Comissão, de 19 de Novembro de 2004, JO L 363, de 09/12 - que

altera o Regulamento (CE) n.º1725/2003, que adopta certas normas internacionais de contabilidade nos

termos do Regulamento (CE) n.º1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho, no que diz respeito à

inserção da IAS 39

Regulamento (CE) n.º 2181/2004 do Banco Central Europeu, de 16 de Dezembro de 2004, JO L 371, de

18/12 - que altera o Regulamento (CE) n.º 2423/2001 (BCE/2001/13) relativo ao balanço consolidado do

sector das instituições financeiras monetárias e o Regulamento (CE) n.º 63/2002 (BCE/2001/18) relativo às

estatísticas das taxas de juro praticadas pelas instituições financeiras monetárias em operações de depósitos e

empréstimos face às famílias e às sociedades não financeiras

Regulamento (CE) n.º 2236/2004 da Comissão, de 29 de Dezembro de 2004, JO L 392, de 31/12 - que

altera o Regulamento (CE) n.º 1725/2003, que adopta certas normas internacionais de contabilidade nos

termos do Regulamento (CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho, no que diz respeito às

normas internacionais de relato financeiro (IFRS) 1 e 3 a 5, às normas internacionais de contabilidade (IAS)

1, 10, 12, 14, 16 a 19, 22, 27, 28 e 31 a 41 e às interpretações 9, 22, 28 e 32 do Standard Interpretation

Committee (SIC)

Regulamento (CE) n.º 2237/2004 da Comissão, de 29 de Dezembro de 2004, JO L 393, de 31/12 - que

altera o Regulamento (CE) n.º 1725/2003 que adopta certas normas internacionais de contabilidade nos

termos do Regulamento (CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho no que diz respeito à

IAS 32 e à IFRIC 1

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

Regulamento (CE) n.º2238/2004 da Comissão, de 29 de Dezembro de 2004, JO L 394, de 31/12 - que

altera o Regulamento (CE) n.º1725/2003, que adopta certas normas internacionais de contabilidade nos

termos do Regulamento (CE) n.º1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho, relativamente à IFRS 1,

às IAS 1 a 10, 12 a 17, 19 a 24, 27 a 38, 40 e 41 a às SIC 1 a 7, 11 a 14, 18 a 27 e 30 a 33.

DECISÕES

Decisão 2004/5/EC da Comissão, de 5 de Novembro de 2003, JO L 3, de 07/01 - que institui o Comité das

Autoridades Europeias de Supervisão Bancária

Decisão 2004/6/EC da Comissão, de 5 de Novembro de 2003, JO L 3, de 07/01 - que institui o Comité das

Autoridades Europeias de Supervisão dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma

Decisão 2004/7/EC da Comissão, de 5 de Novembro de 2003, JO L 3, de 07/01 - que altera a Decisão

2001/527/CE, que institui o Comité das Autoridades de Regulamentação dos Mercados Europeus de Valores

Mobiliários

Decisão 2004/8/EC da Comissão, de 5 de Novembro de 2003, JO L 3, de 07/01 - que altera a Decisão

2001/528/CE, que institui o Comité Europeu dos Valores Mobiliários

Decisão 2004/9/EC da Comissão, de 5 de Novembro de 2003, JO L 3, de 07/01 - que institui o Comité

Europeu dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma

Decisão 2004/10/EC da Comissão, de 5 de Novembro de 2003, JO L 3, de 07/01 - que institui o Comité

Bancário Europeu.

Decisão do Comité Misto do EEE n.º176/2003, de 5 de Dezembro de 2003, JO L 88, de 25/03 - que altera

o anexo IX (serviços financeiros) e o anexo XXII (direito das sociedades) do Acordo EEE

OUTROS ACTOS

Comunicação 2004/C 310/01, JO C 310, 16/12 - Tratado que estabelece uma Constituição para a Europa

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

Recomendação da Comissão, de 14 de Dezembro de 2004, JO L 385, de 29/12 - relativa à instituição de

um regime adequado de remuneração dos administradores de sociedades cotadas

RESOLUÇÕES

Resolução do Conselho de Ministros n.º 4/2004, de 14/01, I-A Série - Altera a Resolução do Conselho de

Ministros n.º 166/2003, de 3 de Novembro, que aprova a alienação de um lote indivisível de acções

nominativas do capital social da sociedade Serviços Portugueses de Handling, S.A., a realizar mediante

concurso público internacional, e o respectivo caderno de encargos

Resolução da Assembleia da República n.º 5-A/2004, de 15/01, I-A Série - Aprova, para ratificação, o

Tratado entre os Estados membros da União Europeia e a República Checa, a República da Estónia, a

República de Chipre, a República da Letónia, a República da Lituânia, a República da Hungria, a República

de Malta, a República da Polónia, a República da Eslovénia e a República Eslovaca Relativo à Adesão à

União Europeia da República Checa, da República da Estónia, da República de Chipre, da República da

Letónia, da República da Lituânia, da República da Hungria, da República de Malta, da República da

Polónia, da República da Eslovénia e da República Eslovaca, incluindo o Acto Relativo às Condições de

Adesão da República Checa, da República da Estónia, da República de Chipre, da República da Letónia, da

República da Lituânia, da República da Hungria, da República de Malta, da República da Polónia, da

República da Eslovénia e da República Eslovaca e às adaptações dos tratados em que se funda a União

Europeia, os anexos, os protocolos e a Acta Final com as suas declarações, assinado em Atenas em 16 de

Abril de 2003

Resolução da Assembleia da República n.º 35/2004, de 29/04 - Aprova, para ratificação, a decisão do

Conselho, reunido ao nível dos Chefes de Estado ou de Governo, de 21 de Março de 2003, relativa a uma

alteração do n.º 2 do artigo 10.º dos Estatutos do Sistema Europeu de Bancos Centrais e do Banco Central

Europeu

Resolução do Conselho de Ministros n.º 62-A/2004, de 18/05, I-B Série - Homologa a ordenação proposta

pelo júri e determina o concorrente vencedor do concurso da segunda fase da reprivatização do capital social

da PORTUCEL - Empresa Produtora de Pasta e Papel, S.A., nos termos do Decreto-Lei n.º 6/2003, de 15 de

Janeiro

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

Resolução do Conselho de Ministros n.º 164/2004, de 11/11 - Aprova a minuta do contrato de compra e

venda de acções da sociedade Serviços Portugueses de Handling, S.A. (SPdH)

Resolução do Conselho de Ministros n.º 165/2004, de 11/11 - Delega no Ministro das Finanças e da

Administração Pública a competência para decidir participar no aumento de capital da EDP - Energias de

Portugal, S.A., e regula o envolvimento do Estado nessa operação

Resolução do Conselho de Ministros n.º 166/2004, de 11/11 - Regula a venda directa de referência de

acções representativas do capital social da EDP - Energias de Portugal, S.A

PORTARIAS

I-B Série

Portaria n.º 203/2004, de 03/03, Ministério das Finanças - Acrescenta à lista publicada através da Portaria

n.º 377-A/94, de 15 de Junho, os valores mobiliários representativos da dívida pública obtidos por entidades

que não tenham em território português residência, sede, direcção efectiva ou estabelecimento estável aos

quais os rendimentos possam ser imputáveis

Portaria n.º 204/2004, de 03/03, Ministério das Finanças - Aprova o formulário dos mapas através dos

quais os entes públicos e entidades equiparadas enviam à Inspecção-Geral de Finanças a relação de todas as

participações detidas em entidades societárias e não societárias

Portaria n.º 378/2004, de 14/04, Ministério das Finanças - Aprova a declaração modelo n.º 34 - entidades

emitentes de valores mobiliários sujeitos a depósito ou registo em Portugal sempre que tenham em circulação

valores mobiliários

Portaria n.º 927/2004, de 27/07, Ministério das Finanças e da Economia - Autoriza a actuar como câmara

de compensação de operações a prazo, nomeadamente futuros e opções, que tenham por activo subjacente

electricidade, produtos de base energética ou outros activos equivalentes, de natureza real ou nocional,

índices de electricidade, de produtos de base energética ou de outros activos equivalentes, quer tenham uma

liquidação por entrega quer meramente financeira, e, bem assim, a assumir a posição de contraparte central

em tais operações, realizadas em mercado, regulamentado ou não regulamentado, nacional ou estrangeiro, ou

fora de mercado.

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CMVM

Portaria n.º 945/2004, de 28/07, Ministério das Finanças e da Economia - Autoriza a constituição do

mercado de operações a prazo sobre energia eléctrica, gerido pelo OMIP - Operador do Mercado Ibérico de

Energia (Pólo Português), S.A., e define as entidades que aí podem actuar como membros

Portaria n.º 1269/2004, de 06/10, Ministério da Justiça - Altera o Regulamento do Registo Comercial no

que se refere às menções especiais das inscrições relativas a decisões judiciais proferidas durante o processo

de insolvência e das menções especiais dos averbamentos às inscrições resultantes de decisões judiciais e

outros actos que tenham lugar no decurso do processo de insolvência

II Série

Portaria n.º 748/2004, de 30/06, do Ministério das Finanças - Autoriza a substituição da ESAF - Espírito

Santo Fundos de Investimento Imobiliário, S. A., pela GESFIMO - Espírito Santo Irmãos, Sociedade Gestora

de Fundos de Investimento Imobiliários, S. A., na administração, gestão e representação do Fundo de Gestão

de Património Imobiliário - FUNGEPI BES

Portaria n.º 1018/2004, de 17/09, do Ministério das Finanças e da Administração Pública - Altera a

Portaria n.º 913-I/2003, de 30 de Agosto.

REGULAMENTOS DA CMVM20

Regulamento da CMVM n.º 2/2004, de 24/05 - Altera o artigo 5.º do Regulamento da CMVM n.º 7/2003,

sobre taxas

Regulamento da CMVM n.º 1/2004, de 25/05 - Papel comercial

Regulamento da CMVM n.º 3/2004, de 11/06 - Alteração ao Regulamento da CMVM n.º 5/2000

Regulamento da CMVM n.º 4/2004, de 11/06 - Deveres de informação [Rectificação n.º 1181/2004, de

23/06]

Regulamento da CMVM n.º 5/2004, de 11/06 - Warrants autónomos 20 Inclui 6 Regulamentos da CMVM que foram publicados no Diário da República em Janeiro de 2004.

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

Regulamento da CMVM n.º 6/2004, de 20/09 – Altera o Regulamento n.º 7/2003 – Taxas

Regulamento da CMVM n.º 7/2004, de 23/12 – Comercialização de organismos de investimento colectivo

estrangeiros harmonizados que não disponham de prospecto simplificado

Regulamento da CMVM n.º 8/2004, de 31/12 - Capital de risco (altera o regulamento da CMVM n.º

12/2003 sobre fundos de capital de risco)

AVISOS

Aviso do Banco de Portugal n.º 3/2004, de 09/07 - Prevê a possibilidade de o Banco de Portugal, por aviso,

estabelecer a relação mínima entre o montante dos fundos próprios das sociedades gestoras de patrimónios e

o valor global das carteiras por elas geridas, bem como definir os critérios de valorização dessas carteiras

OUTROS REGULAMENTOS

Regulamento do ISP n.º 3/2004, 14/01, II Série - Norma n.º 23/2003-R - ajustamentos no plano de contas

para as empresas de seguros e avaliação ao justo valor para efeitos de reporte e divulgação de informação.

Regulamento do ISP n.º 4/2004, 14/01, II Série - Norma n.º 22/2003-R - Reporte de informação para

efeitos de supervisão - Sociedades gestoras de fundos de pensões.

DECLARAÇÕES DE RECTIFICAÇÃO

Declaração de Rectificação n.º 9/2004, de 14/01, I-B Série - De ter sido rectificado o Decreto-Lei n.º

295/2003, do Ministério das Finanças, que no uso da autorização legislativa concedida pela Lei n.º 25/2003,

de 17 de Julho, aprova o regime jurídico das operações económicas e financeiras com o exterior e das

operações cambiais, publicado no Diário da República, I Série , n.º 270, de 21 de Novembro de 2003

Declaração de Rectificação n.º 23-A/2004, de 18/02 - De ter sido rectificada a Portaria n.º 1375-A/2003, de

18 de Dezembro, dos Ministérios das Finanças e da Segurança Social e do Trabalho, que regulamenta os

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Relatório sobre a Situação Geral dos Mercados de Valores Mobiliários - 2004

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CMVM

termos em que o Estado e a segurança social procedem à cessão de créditos fiscais e tributários para efeitos

de titularização, publicada no Diário da República, I Série , n.º 291, de 18 de Dezembro de 2003

Declaração de Rectificação n.º 26-A/2004, de 28/02, I-A Série - De ter sido rectificada a Lei n.º 107-

B/2003 (Orçamento do Estado para 2004), publicada no 2.º suplemento ao Diário da República, I-A Série, n.º

301, de 31 de Dezembro de 2003

DESPACHOS

Despacho n.º 1866/2004, 28/01, Ministério das Finanças - Gabinete do Secretário de Estado do Tesouro

e Finanças – autoriza a EDIA - Empresa de Desenvolvimento e Infra-Estruturas do Alqueva, S. A., a

proceder à emissão de um empréstimo obrigaccionista no montante de Euro 300. 000.000

Deliberação n.º 147/2004 Ministério das Finanças – Comissão do Mercado de Valores Mobiliários -

Delegação de poderes

Decreto Regulamentar n.º 25/2004, do Ministério da Justiça, de 15/07, I-B Série - Regulamenta o

Decreto-Lei n.º 290-D/99, de 2 de Agosto, que aprova o regime jurídico dos documentos electrónicos e da

assinatura digital