COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO · Interpretação de texto – consiste em saber o que se...

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COMPREENSÃO E

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

Prof. Me. William Alves

INSTITUTO VENTURO

Compreensão e interpretação de textos

é um tema que, geralmente, está presente

em todos os concursos públicos. Porém, a

maioria não atenta para a diferença que há

entre compreensão de texto e interpretação

de texto. Compreensão e interpretação de

textos são duas coisas completamente

diferente.

Compreensão de texto – consiste

em analisar o que realmente está

escrito, ou seja, coletar dados do

texto. Os comandos de

compreensão (está no texto) são:

Segundo o texto...

O autor/narrador do texto

diz que...

O texto informa que...

No texto...

Tendo em vista o texto...

De acordo com o texto...

O autor sugere ainda...

O autor afirma que...

Na opinião do autor do

texto...

Interpretação de texto – consiste em

saber o que se infere (conclui) do que está

escrito. Os comandos de Interpretação

(está fora (além) do texto) são:

Depreende-se/infere-se/conclui-se

do texto que...

O texto permite deduzir que...

É possível subentender-se a partir

do texto que...

Qual a intenção do autor quando

afirma que...

O texto possibilita o entendimento

de que...

Com o apoio do texto, infere-se

que...

O texto encaminha o leitor para...

Pretende o texto mostrar que o

leitor...

O texto possibilita deduzir-se que...

"Entenda: Enquanto a compreensão de texto

trabalha com as frases e ideias escritas no texto,

ou seja, aspectos visíveis, a interpretação de

textos trabalha com a subjetividade, com o SEU

entendimento do texto

Técnica de sublinhar

QUANDO VOCê REALIZA uma leitura tem o

hábito de fazer anotações nos textos

selecionados para a realização de suas

pesquisas? Faz isso logo na primeira leitura

para ganhar tempo?

Vejamos o que Medeiros diz a respeito

disso...(2007, p. 20)

Para a eficácia no uso dessa técnica, você

poderá seguir alguns passos:

fazer a primeira leitura integral do texto, sem

sublinhá-lo;

em uma segunda leitura, sublinhar apenas o

que é realmente importante – ideias principais,

destaque às palavras- chave. As palavras

sublinhadas devem permitir uma releitura do

texto, semelhante à leitura de um telegrama;

reconstruir a ideia do parágrafo com base nas

palavras e expressões sublinhadas;

Referência

MEDEIROS, João Bosco. Redação científica: a

prática de fichamentos, resumos, resenhas. 8.

ed. São Paulo: Atlas, 2006. p. 66.

KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria.

2006. LER E COMPREENDER OS SENTIDOS

DO TEXTO. São Paulo: Contexto

TIPOS DE

DISCURSOS

CONCEITO

DISCURSO consiste na forma de manifestação

da VOZ (fala e pensamento) da PERSONAGEM.

Os TIPOS DE DISCURSO correspondem às

opções do narrador para manifestar essa voz.

Os discursos são três:

i.DIRETO;

ii. INDIRETO;

iii. INDIRETO LIVRE.

DISCURSO DIRETO

Narrador dá voz à personagem de modo total.

Há reprodução fiel do falar/pensar da

personagem.

Esse recurso cria efeito de realidade.

verossimilhança.

Há, geralmente, emprego de pontuação

específica (dois-pontos, aspas, travessão, etc.) e

verbos de elocução (dizer, pensar, falar,

perguntar, etc.).

DISCURSO DIRETO

EXEMPLO:

“Já na primeira semana de aula,

o professor disse aos alunos:

— Amanhã, vocês entenderão

como somos tratados aqui!”

DISCURSO INDIRETO

Narrador dá voz à personagem de modo

parcial. Há interferência, mediação do

falar/pensar da personagem.

Esse recurso cria efeito de afastamento,

parcialidade.

Há, geralmente, emprego de oração

subordinada à voz do narrador, através de

conjunção específica (que ou se).

DISCURSO INDIRETO

EXEMPLO:

“Já na primeira semana de aula,

o professor disse aos alunos

que, no dia seguinte, eles

entenderiam como eram

tratados naquele lugar!”

Transformações:

DIRETO INDIRETO

DIRETO INDIRETO

PRONOMES VOCÊS ELES

TEMPOS

VERBAIS

ENTENDERÃO

(fut. do presente)

ENTENDERIAM

(fut. do pretérito)

MARCADORES

TEMPORAIS

AMANHÃ NO DIA

SEGUINTE

MARCADORES

ESPACIAIS

AQUI NAQUELE LUGAR

PESSOA SOMOS (1ª) ERAM (3ª)

ORAÇÕES PERÍODO

PRÓPRIO

SUBORDINADAS

Exemplos:

Discurso direto: - Eu comecei minha dieta ontem.

Discurso indireto: Ela disse que começara (tinha começado) sua dieta

no dia anterior.

Discurso direto: - Vou ali agora e volto rápido.

Discurso indireto: Ele disse que ia lá naquele momento e que voltava

rápido.

Discurso direto: - Nós viajaremos amanhã.

Discurso indireto: Eles disseram que viajariam no dia seguinte.

1. Transforme o texto abaixo em um discurso indireto.

Esta casa é a única coisa que eu tenho, respondeu o pobre homem.

2. Passe para o discurso indireto:

a) "Os alunos estão interessados na competição do Mangahigh”, disse a

professora ao coordenador.

b) "Como você conseguiu ficar assim?” – perguntou Claudinei.

3. "A fúria de Alexandre chegara ao auge, e ele disse que arrombaria a porta, que

jamais o prenderiam ali." (A ARMADILHA, Murilo Rubião).

Assinalar a opção que indica a melhor alteração do discurso indireto do texto em

direto:

a) - Arrombarei a porta, jamais me prenderão aqui.

b) - Arrombaria a porta, jamais me prenderiam aqui.

c) - Arrombarei a porta se me prenderem

Características do discurso indireto livre

Não há marcas que indiquem a separação da fala do narrador da

fala da personagem, como os verbos de elocução, os sinais de

pontuação e as conjunções que aparecem nos discursos direto e

indireto. Assim, por vezes é difícil delimitar o início e o fim do

discurso da personagem, uma vez que o mesmo está inserido

dentro do discurso do narrador, confundindo-se com este.

Conforme o desenvolvimento da narração, as falas das

personagens surgem espontaneamente na 1.ª pessoa no discurso

do narrador que se encontra na 3.ª pessoa, sendo

gramaticalmente o discurso do narrador, mas transmitindo o

sentido do discurso da personagem.

O narrador é onisciente de todas as falas, sentimentos, reações e

pensamentos da personagem.

Exemplos de discurso indireto livre

Então Paula corria, corria o mais que podia para

tentar resolver a situação. Logo a mim, logo a mim

isso tinha que acontecer! Ela não sabia se

conseguiria chegar a tempo e resolver aquela

confusão. Tomara que eu consiga!

Na fazenda, os dias de Frederico eram sempre

iguais. Alimentava os animais e regava as plantas.

Ainda não remendei a mangueira que furou ontem…

Depois, Frederico colhia alguns alimentos e limpava

o campo. Com este calor, acho que vou é ficar sem

fazer nada, deitado na rede.

DISCURSO INDIRETO LIVRE

Ocorre quando as vozes de narrador e

personagem se confundem.

Esse recurso, geralmente, apresenta conflito

interno, dúvidas existenciais e insegurança.

Há, geralmente, emprego de terceira pessoa

(generalizando um conflito da personagem),

tempos verbais próprios (pretérito imperfeito,

futuro do pretérito, etc.) e pontuação marcando

dúvidas e conflitos (exclamações, interrogações).

DISCURSO INDIRETO LIVRE

EXEMPLO: (Vidas Secas, Graciliano Ramos)

“Fabiano orgulhava-se de ser um bicho. Um cabra. Cabra

vivendo em terra alheia, cuidando de coisas alheias;

ele entendia-se bem com a natureza. Sua vida seca e

difícil o reduzira à condição natural: era um bicho,

grunhia como bicho, relacionava-se com a família

como um bicho e era feliz assim. Recordava-se de seu

antigo patrão: seu Tomás da bolandeira, homem culto,

inteligente, só não sabia mandar. Imaginem, em vez de

mandar, pedia. Era um absurdo. Pedir?! Isso lá era

jeito de tratar empregado?”