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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC
MARLON HENRIQUE SOARES SILVA
Conectando caminhos sob um novo olhar: Uma
proposta de requalificação para o Parque Gonçalves Lêdo, em
Maceió/AL
MACEIÓ - ALAGOAS
2018/2
MARLON HENRIQUE SOARES SILVA
Conectando caminhos sob um novo olhar: Uma
proposta de requalificação para o Parque Gonçalves Lêdo, em
Maceió/AL
Trabalho final de graduação de curso apresentado como requisito parcial,
para conclusão do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário
Cesmac, sob a orientação da Prof.ª Isabela Passos e coorientação Eveline
Athayde
MACEIÓ - ALAGOAS 2018/2
MARLON HENRIQUE SOARES SILVA
Conectando caminhos sob um novo olhar: Uma
proposta de requalificação para o Parque Gonçalves Lêdo, em
Maceió/AL
Trabalho final de graduação de curso apresentado como requisito parcial,
para conclusão do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário
Cesmac, sob a orientação da Prof.ª Isabela Passos e coorientação Eveline
Athayde
APROVADO em: 19 de outubro de 2018
BANCA EXAMINADORA _____________________________________________
Prof.ª Isabela Passos (orientadora) ______________________________________________
Prof. ª Eveline Athayde (coorientadora) ______________________________________________
Prof.ª Flávia Araújo (orientadora externa)
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a Doutora Caroline Gonçalves dos Santos, da qual foi minha mestra, e responsável pela motivação/inspiração para temática deste.
AGRADECIMENTOS
Chegar à reta final, é viver um mundo de nostalgia, é olhar pra trás e lembrar
o que me motivou até aqui, é lembrar a partida de casa, da chegada do diferente, do
desconhecido, e dos novos caminhos que foram trilhados. Foram anos de
dedicação, de anseios, e ansiedades, anos lidando com desafios e de adaptação ao
novo mundo, um mundo de desejos, de sonhos, mas também um mundo de novas
descobertas. Hoje, uma etapa se conclui, um sonho se realiza.
Bráulio Bessa, em seu poema “Sonho” diz que: Sonhar é verbo, é seguir, é
pensar, é inspirar, é fazer força, insistir, é lutar, é transpirar. São mil verbos, que vem
antes do verbo realizar. Sonhar é ser sempre meio, meio indeciso, meio chato, meio
bobo, é ser meio improviso, meio certo, meio errado, é ter só meio juízo. Sonhar é
ser meio doido...
Hoje quero agradecer as pessoas que me permitiram sonhar e realizar. A
minha mãe, que mesmo diante tanta luta e dificuldades, não mediu esforços pra me
ver formado, que foi meu ombro amigo nos momentos mais desesperadores, que
mesmo distante se fazia sempre presente, minha eterna gratidão e todo o meu
amor. A minha irmã que mesmo longe, torceu por mim, e foi indispensável nessa
minha trajetória. Não menos importante, ao Marcos Davi, que mesmo não sendo de
sangue, me acolheu como um filho, e me permitiu realizar esse sonho, sem você
nada disso seria possível, o meu muito obrigado.
A dona Marlene, que me deu estadia no momento que mais precisei, e que
acreditou no meu sonho, e sempre me dava forças para continuar.
Aos meus amigos de sala, que durante cinco anos foram a minha família
enquanto estive fora de casa, sentirei falta dos nossos dias, das nossas risadas, das
nossas brigas, da nossa total união, amo muito cada um, de forma impar. Em
especial a Anna Karolliny, Isabelly Brandão, Marília Pino, Nicolas Henrique, Thábata
Martins, Nathasha Helena, Evelyne Gusmão, Malena Rocha e Paulo Henrique.
E também aos meus amigos da vida, Jordan Vieira e Roney Luiz, que de
alguma forma fizeram parte de tudo isto, amo vocês.
Aos meus professores por todo conhecimento me passado, e que
contribuíram de forma honrosa para esta formação acadêmica.
As minhas orientadoras, em especial a Caroline Gonçalves, que me deu todo
apoio e acreditou na minha capacidade, por toda paciência e dedicação, e não
menos importante a Isabela Passos, que me recebeu no meio do caminho de braços
abertos.
As minhas coorientadoras, Adriana Guimarães, que apesar do pouco tempo
junto a mim, é uma pessoa que contribuiu, de forma direta, também como professora
e coordenadora do curso, a quem eu tenho um carinho e admiração como
profissional, a Eveline Athayde por ter tido paciência, e por me nortear quando mais
precisei.
RESUMO
Este Trabalho Final de Graduação (TFG) tem como finalidade desenvolver um
anteprojeto de requalificação paisagística, no Parque Gonçalves Lêdo, no bairro do
Farol, na cidade de Maceió, Alagoas. Neste, será abordado como os parques
urbanos chegaram no Brasil, assim também como seus desafios e transição no
contexto urbano na modernidade e na contemporaneidade. Contudo também será
abordado a relação dos usuários, segurança e o surgimento de novos espaços de
lazer no contexto socioespacial. Para isto, foi abordado referenciais teóricos, assim
como correlatos de parques urbanos brasileiros, para melhor compreensão e
análise.
Palavras – Chave: Áreas livres Públicas, Áreas Privadas, Parque Urbano
ABSTRACT
This Final Graduation Work (TFG) aims to develop a preliminary project of landscape
requalification, in the Gonçalves Lêdo Park, in the Farol neighborhood, in the city of
Maceió, Alagoas. In this, it will be approached how the urban parks arrived in Brazil,
as well as their challenges and transition in the urban context in modernity and
contemporaneity. However, the relationship of users, safety and the emergence of
new leisure spaces in the socio-spatial context will also be addressed. For this, it was
approached theoretical references, as well as correlates of Brazilian urban parks, for
better understanding and analysis.
Keywords: Public Free Areas, Private Areas, Urban Park
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 – Mulheres em protesto pelo espaço público...................................... 24
Figura 02 – “Igualdade sem desculpas............................................................... 25
Figura 03 – Mapa localização do Parque Ibirapuera........................................... 35
Figura 04 – Zoneamento do Parque Ibirapuera.................................................. 36
Figura 05 – Museu de Arte Moderna (MAM)....................................................... 36
Figura 06 – Monumento às Bandeiras................................................................ 37
Figura 07 – Oca Ibirapuera.................................................................................. 37
Figura 08 – Caminhos e área verde do parque Ibirapuera.................................. 38
Figura 09 – Prática do esporte Skateboard......................................................... 39
Figura 10 – Prática do cooper e o do ciclismo.................................................... 40
Figura 11 – Mapa localização do Parque da Jaqueira........................................ 41
Figura 12 – Capela Nossa Senhora da Conceição da Jaqueira......................... 41
Figura 13 – Cooper Parque da Jaqueira............................................................. 42
Figura 14 – Aniversário/Piquenique no parque da Jaqueira............................... 42
Figura 15 – Mapa localização do Parque Salón de Lucena................................ 43
Figura 16 – Parque Sólon de Lucena.................................................................. 44
Figura 17 – Mapa do Estado de Alagoas localizando a cidade de Maceió......... 48
Figura 18 – Mapa dos bairros de Maceió, mostrando áreas verdes................... 50
Figura 19 – Mapa do bairro do Farol...................................................................
Figura 20 – Mapa falado de concentração das áreas verdes (esc 1:2000)........
50
51
Figura 21 – Imagem do Parque Gonçalves Lêdo e suas limitações................... 52
Figura 22 – Mapa esquemático do recorte estudado (esc 1:2000)..................... 54
Figura 23 – Mapa esquemático de Uso e Ocupação do solo (esc 1:2000)......... 56
Figura 24 – Condomínio Porto Ferrario............................................................... 58
Figura 25 – Prédio de uso misto com mais de dois pavimentos......................... 59
Figura 26 – Supermercado/Padaria Palato......................................................... 60
Figura 27 – Mapa esquemático do Sistema Viário (esc 1:2000)......................... 61
Figura 28 – Zoneamento dos níveis das curvas de níveis.................................. 65
Figura 29 – Estudo Topográfico em três dimensões........................................... 65
Figura 30 – Topografia do terreno do Parque Gonçalves Lêdo.......................... 66
Figura 31 – Mapa esquemático de Infraestrutura (esc 1:2000)........................... 68
Figura 32 – Maior concentração de arborização dentro do recorte de estudo.... 70
Figura 33 – Zoneamento de concentração de mobiliários no Parque Gonçalves
Lêdo...................................................................................................................... 71
Figura 34 – Mapa de locais mais frequentados por usuários.............................. 73
Figura 35 – Centro Municipal de Ensino Infantil Professora Maria de Lourdes
Vieira................................................................................................................... 73
Figura 36 – Mapa mental feito por um entrevistado............................................ 77
Figura 37 – Mapa mental feito por um entrevistado............................................ 77
Figura 38 – Mapa mental feito por um entrevistado............................................ 77
Figura 39 – Rosa dos ventos de Maceió- AL, a frequência de ocorrência dos
ventos................................................................................................................... 80
Figura 40 – Ciclo diário dos ventos anabáticos e catabáticos............................. 81
Figura 41 – Ciclo diário da brisa do mar diurno e noturno.................................. 81
Figura 42 – Mapa predominância dos ventos..................................................... 82
Figura 43 – Zoneamento dos setores.................................................................. 85
Figura 44 – Ilustrações de raízes com silhuetas................................................. 88
Figura 45 – Planta Baixa do Parque Gonçalves Lêdo......................................... 89
Figura 46 – Recorte 01........................................................................................ 90
Figura 47 – Espaço para alimentação................................................................
Figura 48 – Corte Dreno Cego............................................................................
91
91
Figura 49 – Playground....................................................................................... 92
Figura 50 – Mirante............................................................................................. 92
Figura 51 – Recorte 02........................................................................................ 94
Figura 52 – Entrada principal.............................................................................. 95
Figura 53 – Passeio entre o lago ........................................................................ 95
Figura 54 – Espaço para jogos de Mesa............................................................. 96
Figura 55 – Parkour e Passarela......................................................................... 96
Figura 56 – Recorte 03........................................................................................ 97
Figura 57 – Quadra de areia, academia e banheiros.......................................... 98
Figura 58 – Feira, bicicletário e banca de revista................................................ 99
Figura 59 – Cobertura Vegetal........................................................................... 100
Figura 60 – Ipê Roxo........................................................................................... 101
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 – Categorias do método de Baker, adaptação ao paisagismo e
Definição ...........................................................................................................
34
Tabela 02 – Porcentagem e limitações de uso de terreno em declive.............. 67
Tabela 03 – Tabela de práticas de lazer esportivas, espaços existentes e
programa de necessidades................................................................................
84
Tabela 04 – Setores, programa de necessidades e pré-dimensionamento...... 84
Tabela 05 – Memorial botânico de vegetação existente................................... 102
Tabela 06 – Memorial de pisos.......................................................................... 104
Tabela 07 – Memorial de mobiliários................................................................. 106
Tabela 08 – Materiais........................................................................................ 107
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 01 – Esquema de definição dos espaços na malha urbana..................... 22
Gráfico 02 – Ciclo de consequências para insegurança....................................... 46
Gráfico 03 – Usuários por sexo............................................................................. 75
Gráfico 04 – Faixa etária dos entrevistados.......................................................... 75
Gráfico 05 – Porcentagem de Moradores e Usuários/Passantes entrevistados... 75
Gráfico 06 – Organofluxograma........................................................................... 85
SÚMARIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................. 16
2 PARQUES URBANOS E SEUS DESAFIOS NA
CONTEPOARANEIDADE .................................................................... 20
2.1 A Contextualização dos Espaços Públicos ...................................................... 20
2.1.2 A Diversidade dos Usos nos Espaços Públicos a Partir da Diversidade de
Gênero e Faixa Etária ......................................................................................... 23
2.1.2.1 Os Parques Urbanos como Agentes no Contexto Social e Público ..... 26
2.1.2.2 Parques Urbanos x Espaços Públicos, de administração privada ....... 28
2.1.2.3 Segurança ........................................................................................... 30
2.2 Reabilitações dos Espaços Públicos ................................................................ 31
2.3 Estudos de Casos ............................................................................................ 33
2.3.1 Parque Ibirapuera Consolação .................................................................. 34
2.3.2 Parque da Jaqueira .................................................................................... 40
2.3.3 Parque da Lagoa Sólon de Lucena............................................................ 43
2.4 Considerações ................................................................................................. 45
3 CARACTERIZAÇÃO DO PARQUE GONÇALVES LÊDO E SEU
ENTORNO ........................................................................................... 48
3.1 Caracterização Geral do Parque Gonçalves Lêdo ........................................... 49
3.2 Diagnostico e Levantamento Físico ................................................................. 55
3.2.1 Uso e ocupação do solo ............................................................................ 57
3.2.2 Sistema Viário ............................................................................................ 62
3.2.3 Topografia .................................................................................................. 64
3.2.4 Infraestrutura do Parque Gonçalves Lêdo ................................................. 69
3.2.5 Análise de apropriação dos usuários ......................................................... 72
3.2.5.1 Resultado das entrevistas ................................................................... 74
4 PROPOSTA DE UM ANTEPROJETO PAISAGISTICO PARA O
PARQUE GONÇALVES LÊDO ............................................................ 79
4. 2 Condicionantes Climáticos e Ambientais ........................................................ 79
4.3 Programa de Necessidades ............................................................................. 83
4. 4 Anteprojeto Paisagístico para o Parque Gonçalves Lêdo ............................... 87
4.4.1 Conceito e Partido ..................................................................................... 87
4.4.2 O anteprojeto ............................................................................................. 88
4.2.3 Memorial justificativo e descritivo............................................................... 88
4.2.3.1 Planta Baixa ............................................................................................ 89
4.2.3.1 Cobertura Vegetal ............................................................................... 99
4.2.3.2 Memorial de Piso ............................................................................... 104
4.2.3.3 Memorial de mobiliário....................................................................... 105
16
1 INTRODUÇÃO
O presente Trabalho Final de Graduação tem como objetivo desenvolver um
anteprojeto paisagístico de Requalificação do Parque Gonçalves Lêdo, localizado no
bairro do Farol, na cidade de Maceió, Alagoas.
De modo geral, os espaços públicos contribuem pela qualidade de vida
urbana1, social, e de expressão política, que funcionam de acordo com a
necessidade dos seus usuários, e da função dos espaços que os rodeiam. A
administração pública é responsável pela manutenção destes espaços. Uma vez
que os mesmos encontram-se degradados, isso repele os usuários causando
insegurança e insatisfação, fazendo com que eles migrem para outros espaços de
lazer, como os shoppings centers, que são espaços de investimentos privados para
uso coletivo, onde oferece lazer, mas que restringe a um determinado público.
Entretanto Custódia; Campos, Macedo; Queiroga (2011, [s.p.]) pontuam uma
visão referente ao lazer, da qual se refere aos ELs (espaços livres) urbanos com
relação aos espaços de administração privada:
A difusão do uso do automóvel e dos shopping centers como símbolo de lazer coletivo de várias frações de classe urbana não coibiu o uso de certos tipos de Els como os grandes parques. Inclusive, até se pode dizer que a esfera pública geral se realiza mais fortemente nos ELs urbanos do tipo parque regional/metropolitano e, sobretudo, nos finais de semana; e isso mesmo que haja outros tipos de ELs, como praças, com boa manutenção, nas proximidades das residências das pessoas.
Apesar do uso do automóvel e do shopping center não coibir as pessoas a
frequentar os espaços públicos como praças e parques, vale ressaltar que com
investimentos das ações e empresas privadas nos espaços urbanos para finalidade
no setor mobiliário sem um estudo prévio de causa e consequência do crescimento
urbano, como por exemplo, há um impacto dentro da mobilidade urbana, como
congestionamento no sistema viário. (CAVALCANTI et el, 2015)
1 Segundo Souza (2018): “Além da segurança, espaços verdes e obras de infraestrutura, há muitas
outras variáveis que contribuem para o resultado final - como preço dos imóveis, oportunidades para empreendedores e oferta de espaços culturais”.
17
Em contraponto, Souza (2008) em análise a apropriação dos espaços livres
com foco em parques urbanos frisa que:
Além da relação entre a distribuição de renda x mobilidade, verificamos que o clima também é determinante na caracterização dos usos e apropriação dos ELs públicos. Os usos noturnos em locais de clima quente, ou épocas quentes, cotidianamente ou em períodos de férias, contrapõem-se a outras regiões, de clima menos quente.
Entende-se como Parque Urbano, aquele espaço destinado ao lazer de uso
livre e público, que possua vegetação (SILVA E PASQUALETTO (2013) apud
MACEDO 2003). Em contraponto, BALZA (1998) apud Silva; Pasqualetto, (2013)
listam oito funções que definem e ajudam a identificar um parque urbano, que são:
1) função de recreação, 2) dever de contribuir com estrutura do espaço urbano, 3)
função estética, 4) de contemplação, 5) orgânica ou ecológica, 6) social e cultural, 7)
planejador de opiniões, 8) uso educativo.
No Brasil, os parques urbanos surgem no século XX com a tentativa dos
brasileiros se aproximarem da Europa através dos espaços livres, que com a grande
urbanização e logo o adensamento urbano, estes espaços se tornaram raros, e
consequentemente se converteram em interesses de valores. Souza (2008) diz: “A
natureza verde e o lazer ao ar livre passam a se tornar raridades - o valor de uso se
converte em valor de troca.” O mesmo ainda confirma que no século XX a expansão
dos parques públicos, se deu também em áreas carentes, como em periferias,
chamando a atenção política, com finalidade de troca de interesses, porém, os
parques localizados em áreas pobres, têm atenção temporária, e tornam-se
abandonados com o decorrer dos anos, pois o poder público prioriza espaços
públicos bem centralizados, ou até mesmo a população prefere espaços de lazer
privado em busca de segurança.
Em Maceió, são muitos os espaços públicos como as orlas marítimas, das
quais são intituladas como parque linear, assim também como as áreas verdes,
Parque Municipal, Mata do IBAMA, Rio Jacarecica, Mangues, Cinturão Verde da
Braskem e etc.
18
Diante disso surge o interesse por propor um anteprojeto de requalificação
paisagística. Considerando a relação e a aproximação sentimental e de convívio do
autor com o Parque Gonçalves Lêdo, este foi escolhido como objeto de estudo,
quando se percebeu que o mesmo possuía uma grande potencialidade para a seu
entorno, mas que atualmente não é um espaço convidativo, assim, este trabalho
surge, com a finalidade de buscar a sociabilidade2 do mesmo.
Para construção deste trabalho, foram feitas revisões de literatura, abordando
autores que discutem sobre espaço público, assim como os parques urbanos, em
artigos, livros, revistas eletrônicas e trabalhos científicos. Foram importantes nesta
fase autores como: Miguel Silva Graça (2001), que contribuiu para o entendimento
dos espaços na cidade contemporânea, Felipe Silveira Souza (2008), que
possibilitou compreender o processo de transformação nos espaços públicos, Jane
Jacobs (2011) e Patrícia Rodriguez Alomá (2013), que foram fundamentais para
entender sobre os espaços públicos diante das dificuldades dos usuários. Outros
autores fundamentais foram Lúcia Leitão (2002) e Mascaró, Mascaró e Freitas
(2008) que serviram como suporte para compreensão do processo de criação dos
espaços públicos como praças e parques urbanos.
Além destas revisões, foram feitos estudos de repertório usando o método de
Baker3, adaptado ao paisagismo, onde foram analisados projetos correlatos de três
parques urbanos, Ibirapuera em São Paulo, Salón de Lucena em João Pessoa e
Jaqueira em Recife, com a finalidade de contribuir para o processo de criação do
anteprojeto de requalificação paisagística para o Parque Gonçalves Lêdo, assim
analisando todo processo de uso e ocupação destes, e também o funcionamento e
contribuição para a cidade onde cada um deles se localiza.
Concomitante a estas etapas, foram realizadas visitas in loco e realizado
levantamento fotográfico, com a finalidade de poder contribuir para análise de
compreensão do espaço e identificar o que poderia ser mudado ou mantido na sua
estrutura física, e compreender a função do local para o entorno. Nestas visitas
também identificada a vegetação existente que poderiam permanecer. Após esta
2 A sociabilidade pode ser vista, de forma geral, como a capacidade natural do ser humano de viver
em sociedade, viver sempre em contato com outras pessoas, o ser humano não tem intrínseco à sua natureza a solidão. 3 Geoffrey Baker foi o Arquiteto e Urbanista que criou o método de análise de correlatos como meio
de pesquisa de projetos arquitetônicos, através de sete categorias de análise: Contexto, Iconologia, Identidade, Significado do Uso, Movimento, Construção e Configuração (BARROCA, 2017)
19
análise, foram feitos diagnósticos dentro de um recorte urbano onde fica localizado o
Parque Gonçalves Lêdo, identificando o sistema viário, e assim compreender como
funciona o fluxo de veículos, e até mesmo de pedestres, como também um
mapeamento de uso e ocupação do solo, a fim de entender quais as funções dos
espaços edificados ou não.
Em seguida, foram feitas entrevistas e mapas mentais, para coleta de dados
das pessoas que residem no entorno, frequentam ou apenas passam pelo parque,
assim podendo identificar sua faixa etária, para compreender qual tipo de público e
também quais atividades de lazer mais fazem uso, ou até mesmo o que não as atrai
no parque, podendo entender o que as incomoda, e quais as suas perspectivas para
melhoria para o Parque Gonçalves Lêdo, e seu entorno.
Todas estas informações coletadas com base nas análises foram utilizadas
para elaboração de programa de necessidades, organofluxograma e pré-
dimensionamento para que assim pudesse apresentar o anteprojeto paisagístico
para o Parque Gonçlaves Lêdo.
Este trabalho esta distribuído em quatro capítulos, sendo o primeiro esta
introdução, o capítulo dois que se intitula como Parques Urbanos e Seus Desafios
na Contemporaneidade, busca compreender a função dos espaços públicos na
atualidade. Assim como suas transformações, desde a modernidade até os dias
atuais relatando todo o processo de desafios, uso e apropriação, assim também
como o surgimento de novos espaços públicos. Além também de trazer exemplos
como correlatos para melhor entendimento e compreensão do desenvolvimento do
trabalho.
O capítulo três: Caracterização do Parque Gonçalves Lêdo e seu Entorno,
buscaram discutir brevemente o atual cenário dos parques urbanos na cidade de
Maceió, Alagoas, com foco no parque Gonçalves, através de pesquisas,
levantamentos e mapeamento do recorte urbano do entorno, assim como do parque.
No último capítulo, Proposta de um Anteprojeto Paisagístico para o Parque
Gonçalves Lêdo, traz as diretrizes do processo de anteprojeto de requalificação,
assim como partido, conceito, programa de necessidades, pré-dimensionamento e
organofluxograma, junto da proposta.
20
2 PARQUES URBANOS E SEUS DESAFIOS NA CONTEPOARANEIDADE
Este capítulo tem como objetivo compreender o espaço público livre, na
sociedade contemporânea, com foco nos parques urbanos. Será discutido como os
parques urbanos foram se transformando ao longo dos anos e das mudanças da
sociedade, a fim de compreender seu atual cenário, e de como o mesmo vem se
desenvolvendo em meio aos desafios do grande crescimento das cidades
contemporâneas. Levando em consideração como as pessoas se apropriam destes
espaços, e quais as suas necessidades em espaços públicos como os parques
urbanos.
2.1 A Contextualização dos Espaços Públicos
Segundo Alomá (2013, [s.p.]), os espaços livres públicos são considerados
vazios urbanos, de responsabilidade administrativa do poder público, estes, são
tidos como calçadas, ruas, praças, jardins, e parques, que geralmente são também
locais onde estão inseridos todo funcionamento físico - estrutural da cidade, como:
infraestruturas viárias, elétricas e de esgotos.
A referida autora ainda afirma que:
Mas além de todas estas conotações objetivas e subjetivas o espaço público contém, por sua própria essência, uma característica fundamental: permite conectar lugares e pessoas de todo tipo e procedência, em qualquer momento. Portanto, o espaço público é intrinsecamente o mais democrático da cidade ao facilitar o intercâmbio mais heterogêneo em tempo, espaço, idade, gênero, nacionalidade... (ALOMÁ, 2013, [s.p.])
Entretanto, para compreendermos melhor sobre como os parques se integram
no contexto urbano, e de como eles são apropriados nos dias atuais, devemos
compreender os conceitos relativos aos espaços urbanos e suas diferentes
categorias e definições, dentro do contexto urbano, que são elas: espaço livre,
espaço livre público, espaço livre privado, espaço público, espaço público privado, e
espaço privado. De antemão, podemos dizer que para compreender suas diferentes
definições, é um tanto complexo.
Segundo Magnoli et al (1982 apud CUSTÓDIA 2011, p. 3) “O espaço livre é
todo espaço não ocupado por um volume edificado (espaço-solo, espaço-água,
21
espaço-luz) ao redor das edificações e que as pessoas têm acesso.” Entretanto, o
espaço mesmo que ele seja caracterizado como livre, e não edificado, ele pode ser
de caráter público ou privado, de tal maneira, que será discutido a seguir, suas
características e suas distintas vertentes de definição sobre espaços.
Segundo Leitão (2002, [s. p.]) o espaço público, é a definição dada no
urbanismo aos espaços aberto, de uso comum, apropriados livremente pelo conjunto
de pessoas que vivem numa cidade, a autora reforça ainda diferenciando o espaço
público do privado, dizendo que o espaço público é aquele que todos podem
usufruir, independente de origem, e classe social, já o privado é um local onde
recebe poucos, ou seja, limitado a um grupo.
Centros comerciais, meios de transporte de natureza privada, etc, são
espaços de uso coletivo mas não espaços públicos, exatamente pelas
circunstâncias que lhes condiciona o acesso. São espaços fechados, com
acesso destinados principalmente, pelo nível de renda e consequentemente
pela capacidade de consumo. (LEITÃO, 2002, [s. p.])
Desta forma, a autora em sua citação de espaços livres de administração
privada, refere-se a espaços dos quais são espaços destinados a um determinado
grupo social, logo, estes espaços são espaços de administração privada, porém de
caráter público, caracterizados como Espaços Público Privados. A exemplo disto
temos: supermercados, ônibus que presta serviço a população de uma cidade,
bares, restaurantes, shoppings, ou seja, espaços destinado a diversidade de público.
Entretanto pertencente a uma empresa privada. Os Espaços Livres Privados são
aqueles livres de edificações, porém restritivo a um determinado grupo, a exemplo,
campos de golfe. Logo os parques urbanos, do qual será o foco desta pesquisa, se
caracterizam como Espaço Livre Público, pois o mesmo é um espaço aberto, e que
qualquer pessoa deve ter acesso, assim como as praças, e boulevard.
22
Gráfico 01 - Esquema de definição dos espaços na malha urbana
Fonte: Elaboração própria, 2018
Segundo Graça (2001): “A esfera pública perde progressivamente o seu papel
de elemento estruturador das rotinas urbanas, enquanto que o espaço público
urbano representa, em muitos casos, apenas um espaço residual entre edifícios e
vias.” Nesse sentido, Alomá (2013) afirma que: “O que acontece no espaço público
está bastante relacionado com o uso das edificações que o conformam”.
As cidades modernas apresentam uma evolução acelerada, das mais
diversas formas físicas e sociais, isto se deu a partir da grande industrialização, e
em sequência ao avanço tecnológico, ao aceleramento da cultura do consumo, e
que segrega as classes sociais, e agrega no surgimento de novos espaços públicos
privados com as cidades contemporâneas, resultado do que chamamos de
globalização. Uma vez que o espaço público se encontra deteriorado, isto acarreta
negação social, e insegurança para a população, pois, o espaço público é de caráter
integrador para paisagem, ele é responsável por proporcionar a primeira percepção
espacial, social e cultural de uma determinada região ou cidade.
Desta forma, Graça (2001) diz que os espaços públicos na
contemporaneidade, configuram-se como monopólio para vias de circulação
automotivas, e em grande parte perdendo-se em meio às edificações, isto faz com
que os espaços públicos livres, sejam cada vez menos vistos, como atores
importantes na organização das cidades, e também dos fatores que ordenam a
prática social, como o convívio e afetividade nos locais de encontros e lazer. Isto se
deu com a expansão da cidade, pois com isto, mudam-se hábitos e usos nos
espaços livres, dos quais interferem na apropriação dos diversos espaços das
cidades, que por vez encontram-se cada vez mais adensadas, industrializadas, e
23
tecnológicas, onde se é visível que o indivíduo abandona o seu ideal de coletividade
e passa a viver por si só.
Assim, compreender os espaços públicos, como os parques urbanos, atuam
na malha urbana, e em meio ao contexto da cidade contemporânea, e quais os
fatores o transforma em uma área de importância, é essencial para que os parques
urbanos funcionem de maneira adequada, valorizando o homem em seu espaço
livre, dando a ele o direito de poder usufruir sem temer com a segurança e seu livre
arbítrio. Pois, mesmo que os espaços públicos, como os parques urbanos estejam
sempre em transição, o mesmo, tem caráter revigorante para a sociedade, pois se
trata de um espaço social que pode oferecer benefícios à saúde, ao lazer e de
interação social, como será tratado mais adiante.
2.1.2 A Diversidade dos Usos nos Espaços Públicos a Partir da Diversidade de
Gênero e Faixa Etária
Quando se trata de espaço público, logo pensamos que o mesmo deve ser
um local onde abriga a todos, com isto, os espaços urbanos como os parques,
devem sempre propor uso pensando no bem coletivo, visando o lazer e diversão
para todos. Entretanto, ao se pensar em espaço público devemos lembrar que as
pessoas mesmo estando em um poder de igualdade, possuem diferentes
necessidades, com isto, ao se planejar é de grande importância que o espaço
público seja um espaço acolhedor e inclusivo. Jacobs (2011) diz que “A diversidade
é natural às grandes cidades.” A autora afirma que, as formas de como os edifícios
se organizam em torno dos parques urbanos, diz muito sobre o seu uso, pois as
pessoas que ali vivem, possuem rotinas, compromissos e vidas diferentes, o que
influência na apropriação do espaço público (JACOBS, 2011)
Segundo Montaner e Dias (2017):
No caso do Brasil, apesar de urgente, a perspectiva de gênero é ainda uma
novidade. Como regra geral, os espaços públicos desconsideram as
necessidades reais das mulheres, a segurança das ruas, os carrinhos de
bebê, os banheiros públicos e uma longa lista de itens. Enquanto o
urbanismo contemporâneo brasileiro ignora estas demandas, respalda a
ideia tradicional de que o lugar da mulher é longe dos espaços públicos. O
24
feminismo ainda tem o desafio de fazer valer sua visão de mundo, na
defesa de direitos urbanos, da vida e da diversidade.
Diante das questões abordadas anteriormente sobre o espaço público e a sua
vulnerabilidade para atender as necessidades de todos os usuários, pode-se dizer
que isto está sempre em contexto e nas pautas do cenário de espaço público, para
discursão e até mesmo causando manifestação da população, afim, de buscar
visibilidade para este assunto, como podemos ver a baixo manifestações e protestos
pelas mulheres (figura 01 e 02).
Figura 01 – Mulheres em protesto pelo espaço público
Fonte: Montaner e Dias, 2018
25
Figura 02 – “Igualdade sem desculpas”
Fonte: Montaner e Dias, 2018.
Jacobs (2011) ao falar de segurança nas ruas, diz que, as calçadas na
cidade moderna, são locais onde as crianças preferem para seu momento de lazer,
uma vez que os parques urbanos, deveriam ser para este fim, porém, encontram-se
abandonadas pela cidade, e rodeadas de muros de concreto, de tal forma que causa
medo, entretanto, vale ressaltar que a mesma diz que isso não é unânime, ou seja,
compreender as necessidades das crianças, ou de toda população influência como
as pessoas vão se apropriar e sentir seguras no local, desta forma devemos
aprender como estes espaços funcionam e assim, buscar inspiração, para que tudo
possa fluir de forma segura e em todo espaço público. Ainda sobre o espaço público
para as crianças, Montaner e Dias (2017), afirma que:
Na atualidade, muitos dos equipamentos lúdicos nas nossas praças são
condicionantes e deixam pouca margem para a criatividade. Predomina
uma falsa ideia de segurança e limpeza, com a instalação de
fechamentos/trancas, limitação do uso e pavimentação. Em muitos espaços
falta o contato com a natureza, onde se desconsidera a visão e o interesse
da infância acerca da natureza que nos rodeia, por mais urbano que seja o
ambiente. O seu interesse está nos pombos, formigas, cães e gatos; e
também na água, areia, terra e grama. Experimentar com o ambiente é
parte do crescimento.
26
A inclusão social no espaço público tende a conferir vitalidade ao passar dos
anos, incluir um espaço para todos, é o que afirma o significado do que é público, ou
seja, um espaço que acolha todos, visando às limitações dos usuários e suas
necessidades, entretanto, estes espaços ainda se encontra em sua maioria cheios
de obstáculos, desde a segurança, até as barreiras físicas. Por vez, esses
obstáculos, tornam-se problemas para a cidade, em sua maioria causando a
segregação entre as faixas etárias, ou até mesmo o abandono dos espaços
públicos, como os parques urbanos.
Montaner e Dias (2017) ao referir-se sobre espaços públicos para idosos, frisa
como estes espaços ainda são protagonistas da segregação entre pessoas de
diferentes idades, o que ocasiona a falta de relação entre elas, os autores dizem
que, os espaços devem manter o equilíbrio, para que as pessoas de diferentes
idades possam aprender uns com os outros, e afirma que o espaço público pode
ajudar a reforçar estas relações, além de que ao se planejar os espaços públicos,
como as praças e os parques urbanos, deve sempre pensar na acessibilidade,
segurança, e mobiliários como equipamentos de lazer adequados para todas as
idades, como os idosos e também as crianças das quais são pessoas mais
vulneráveis, entretanto, não os segregando. Os autores dizem que: “Se é agradável
e seguro para eles, também o será para os demais”.
2.1.2.1 Os Parques Urbanos como Agentes no Contexto Social e Público
Os parques urbanos surgiram concomitantes com a Revolução Industrial na
Europa. Segundo Souza (2008) isto se deu a partir do momento que se era
necessário que os trabalhadores tivessem direito a momentos de ócio - em espaços
livres, e em virtude de que com a revolução estes espaços livres se tornaram cada
vez mais escassos.
Desta forma Alex (2013) diz que: “O grande parque público urbano passou a
ser a resposta lógica às condições ambientais degradantes das cidades do século
XlX. ” Onde grandes espaços verdes, como praças e parques eram planejados longe
de todo caos da cidade, uma forma de descongestionar as cidades. Isto foi adotado
também pelos nortes americanos já no século XX, como uma forma de enfrentar a
urbanização acelerada, e uma tentativa de acomodar a sociedade.
27
O referido autor ainda diz que os parques estavam à espera da cidade, ou
seja, eram parques sem cidades, pois, os parques foram planejados para uma
solução caótica, era uma forma de fomentar soluções para os problemas infra
estruturais, e desafogar os centros urbanos, a principio era feito para as cidades, e
não para a população. Esta era a forma de fazer com que a cidade moderna, que
crescia de forma acelerada, pudesse ter espaços vazios, mesmo que distantes dos
grandes centros de concentração caótico como as vias, tendo a intensão de fazer
com que isto servisse para a cidade resfolegar, e assim permitir com que a mesma
crescesse, como dito anteriormente, era uma solução para a cidade, não pensado
como uma área de lazer para a população, o que deu-se de acordo com que a
população foi usufruindo destes espaços. Desta maneira os parques eram soluções
independentes, uma proposta que funcionaria sem necessariamente está ligado a
algum tipo de influência, mas segundo ele, essa independência vem desde os
primórdios das cidades ocidentais, com os jardins, praças e parques. (ALEX, 2013)
Apesar dos parques urbanos serem pensados, estrategicamente para
cidades, e longe delas, hora ou outra, o encontro de ambas iria acontecer. Jacobs
(2011) em sua obra “Morte e Vida de Grandes Cidades”, pontua divergentes fatores
que a cidade moderna vivenciava com a união do espaço edificado e espaço
público, em análise a estes, ela pontua sobretudo como o espaço público passou a
se relacionar e funcionar com seu entorno, a segurança, a vizinhança, a diversidade
e cotidiano das pessoas no mundo moderno estão entre suas análises.
A autora Jacobs (2011) diz que: “As cidades são lugares absolutamente
concretos.” Fazendo crítica ao crescimento urbano, às novas construções que
estavam sendo verticalizada com fachadas cegas, e segregacionistas, que davam
as costas para as necessidades das pessoas dentro do espaço público, ela afirma
que: “Os frequentadores de parques urbanos não procuram um cenário feito para os
edifícios; eles procuram um cenário feito para eles mesmos. Para eles, os parques
são o primeiro plano, e os edifícios, o pano de fundo, e não o contrário”.
Ou seja, a cidade moderna crescia cada vez mais, ignorando a real
necessidade da população, e convívio social, as fazendo enxergar o espaço público
como um local que as repelem e as deixam inseguras, diante dos muros de concreto
e as separando com barreiras radicais entre o espaço público do espapaço privado,
28
que em sua maioria oferecia benefícios atrativos de lazer, dentro deste espaço de
concreto, como algo positivo, acomodadiço, e visando isto como algo que pudesse
vir como influenciador para segurança e qualidade de vida dos moradores que
procuravam isto em meio ao contexto urbano das cidades que se modernizavam.
Porém, isso acarretou problemas sociais, culturais, de segurança e convívio.
Jacobs (2011, p 34) ao referir-se a segurança da cidade moderna, para que as
pessoas pudessem conviver entre estranhos ou não, podendo exercer seu caráter
de coletividade nos espaços públicos diz que:
Por alto, parece que temos algumas metas simples: tentar dar segurança às
ruas em que o espaço público seja inequivocamente público, fisicamente
distinto do espaço privado e daquilo que nem espaço é, de modo que a área
que necessita de vigilância tenha limites claros e praticáveis; e assegurar
que haja olhos atentos voltados para esses espaços públicos da rua o maior
tempo possível.
Ou seja, compreender que há limite entre o espaço público e o espaço
privado, compreender que os espaços edificados devem olhar para a rua, e não o
contrário, a ignorando, e por último, compreender que o espaço público deve ser um
local onde as pessoas estejam sempre transitando seguras, com isto, entender qual
o papel de todos, de forma que cada um possa contribuir para a cidade, visando à
unificação da cidade e o bem-estar coletivo, envolvendo e acolhendo as diferentes
causas e perfis sociais, pois, como dito anteriormente os parques urbanos possuem
caráter restruturado para o ser humano, podendo influenciar de forma direta na
maneira de usufruir dos espaços públicos das cidades e no comportamento dos
cidadãos diante destes espaços.
2.1.2.2 Parques Urbanos x Espaços Públicos, de administração privada
Jacobs (2011) em seu livro “Morte e Vida de grandes cidades”, defende a
importância dos parques urbanos e da qualidade dos espaços públicos para a
29
população, como caráter formador de sociabilidade, e coletividade4 na cidade.
Ferreira e Marques (2000) diz que:
Pode-se dizer que, em grande parte, a preocupação com a perda de
vitalidade dos espaços públicos tradicionais se deu paralelamente a uma
certa crítica às propostas do urbanismo modernista e sobretudo à utilização
do zoneamento como instrumento de racionalização do espaço urbano
(FERREIRAS E MARQUES, 2000, [s.p])
Como visto anteriormente, o modernismo foi um marco no surgimento e na
criação dos novos usos do espaço urbanos, com o avanço da urbanização, e a
chegada do movimento moderno na arquitetura, acabou influenciando também o
espaço público e sua organização socioespacial. Entretanto, segundo Ferreira e
Marques (2000) o abandono e a perda do espaço público é assunto entre arquitetos
e urbanistas desde a década de sessenta, e aponta a gentrificação5 como um dos
fatores do qual ocasionou abandono do espaço público e dos grandes centros
devido ao modernismo, e associa essa perda de sociabilidade do espaço público, ao
surgimento do Novo Urbanismo6, que tentava mesclar o uso das edificações, entre o
espaço público e privado, e apostava que isto oferecia melhor qualidade de vida
para os indivíduos.
A busca pela revalorização do espaço público tornou-se constante,
entretanto, na contemporaneidade, espaços tidos como espaços públicos de
investimento privado, como shoppings centers, estão em evidência, e são locais
onde apresentam conceito de coletividade, mesmo que estes espaços tenham
caráter de comércio, ainda assim, são em sua maioria locais que abrigam e atrai o
maior número de pessoas, das quais podem desfrutar de lazer, segurança em
espaços fechados, e por isso são os caracterizados como público, porém privado.
4 Agrupamento de indivíduos que possuem o mesmo interesse.
5 Processo de transformação de centros urbanos, através da mudança dos grupos sociais, partindo
do interesse de empresas privadas sobre o espaço público, com visão de supervalorização imobiliária. 6 O Novo Urbanismo é o renascimento de nossa arte perdida de fazer lugares, e é essencialmente um
reordenamento do ambiente construído na forma de cidades, vilas, aldeias e bairros completos - a forma como as comunidades foram construídas por séculos em todo o mundo.
30
É importante compreender que alguns destes espaços públicos,
principalmente os que são espaços livres de edificações podem se tornar ocioso,
podendo até mesmo ocasionar um novo uso para o mesmo, assim como um novo
significado para a cidade. E paralelo a isto, o crescimento e a supervalorização dos
espaços públicos de administração privada crescem, oferecendo segurança e mais
lazer.
2.1.2.3 Segurança
Como visto anteriormente, a segurança é algo que pode fortalecer o uso do
espaço público, uma vez que o usuário destes espaços se sinta confortável em
determinados lugares, sejam eles os parques urbanos, praças ou não, este lugar
torna-se confortável por ser seguro para o tal, mesmo que este lugar não seja para
fim do seu uso, como as calçadas como espaços de lazer citado por Jacobs (2011)
em seu livro Morte e Vida das Grandes Cidades, a autora ainda diz que: “O principal
atributo de um distrito urbano próspero é que as pessoas se sintam seguras e
protegidas na rua em meio a tantos desconhecidos. Não devem se sentir
ameaçadas por eles de antemão. O distrito que falha nesse aspecto também
fracassa em outros e passa a criar para si mesmo, e para a cidade como um todo,
um monte de problemas.”
O espaço público é onde mais possui a vulnerabilidade para insegurança, já
que o local onde todos transitam com diferentes no dia-a-dia, e por vez tendo que
lidar com o desconhecido, assim, se a população não se sente segura no espaço
público, ela o despreza, a autora relata isto ainda na cidade moderna, entretanto é
uma realidade vivida nos dias atuais na cidade contemporânea.
Jacobs (2011), ainda diz que em áreas públicas, a iluminação é de grande
importância, pois a mesma propõe conforto para quem ali transita, além do mais, a
boa iluminação pode propor uma boa visão aos olhos que cuidam da rua, referindo-
se às pessoas que mesmo estando em casa possuem visão para rua, pessoas estas
que a autora diz ser “a segurança da rua” e são as principais agentes da segurança,
pois não adianta ter uma boa iluminação, se as pessoas fecharem os olhos por que
acontece nas áreas públicas.
31
Entretanto com a transformação da cidade moderna, o avanço da tecnologia
construtiva, e o surgimento dos novos espaços de uso coletivo, e
concomitantemente a insegurança nos espaços públicos, surgem os espaços
públicos privados, como os shoppings centers, neste sentido, o espaço público vem
perdendo sua essência de experiência coletiva, ou seja, essa experiência tem sido
cada vez mais em espaços que possam disponibilizar de recursos como segurança,
que no caso, isso se mantém mais presente nos espaços públicos privados.
2.2 Reabilitações dos Espaços Públicos
Os espaços públicos são de inteira importância para a cidade, uma vez que
nele é onde tudo acontece, desde manifestações culturais e sociais, até os convívios
e práticas de lazer, são locais onde estes indivíduos possuem direitos iguais, sem
distinção de raça ou classe econômica, de tal forma, onde o conceito de coletivo é
colocado em prática. Entretanto, como já vem sendo abordado, ao longo dos anos,
alguns destes espaços vêm perdendo a visibilidade, por falta de investimento do
poder público e a população acaba dando um novo uso.
Porém, este espaços públicos que sofrem com transição do tempo, ou que
mudaram o uso, vem se tornando alvo de debate e dos olhares das pessoas, o que
as fazem em maioria das vezes, intervir no espaço público. Segundo Tanscheit
(2017) a busca pela regeneração dos espaços públicos se dá devido às
necessidades, que são: econômicas, sociais e ambientais, entretanto, a mesma frisa
que para isto acontecer, é importante o apoio da comunidade do espaço do qual
será regenerado. Ela ainda explica a diferença entre revitalização, requalificação,
renovação, e reabilitação dos espaços públicos.
Revitalização trata de recuperar o espaço ou construção; renovação trata de
substituir, reconstruir, portanto pode alterar o uso; requalificar dá uma nova
função enquanto melhora o aspecto; e a reabilitação trata de restaurar, mas
sem mudar a função. Cada um desses processos gera, portanto, resultados
diferentes para a área urbana. (TANSCHEIT, 2017 [s.p.])
32
Neste caso, esta pesquisa tem finalidade com foco em requalificação dos
espaços públicos, como os parques urbanos.
Alomá (2013) sobre o desenvolvimento e a recuperação do espaço público no
século XXl fala que para recuperar os espaços públicos, é necessário compreender
o motivo pelo qual se deu o seu surgimento, e o que o caracterizou, ou seja,
compreender a história do local e assim podendo tirar partido disto com um olhar
mais atual, a autora ainda fala que para isto funcionar, é também necessário mudar
a visão das pessoas sobre os espaços públicos que já estão enraizadas pelo tempo
e pelo abandono, para que assim possa assegurar que o espaço público após a
intervenção pela melhoria possa garantir cinco aspectos que pra ela são
fundamentais, que são: “conectividade-mobilidade, funcionalidade, segurança,
comodidade e beleza.” (ALOMÁ, 2013)
Alomá (2013) sobre as intervenções dos espaços públicos e o
comportamento das pessoas nos dias atuais, reforça dizendo:
Outro elemento essencial é modificar a noção do tempo em sua relação com o uso do espaço público da cidade tradicional e sua conotação. Conscientes de que é ir contra a correnteza, numa sociedade onde a velocidade foi imposta ao custo de perder qualidade de vida, onde “tempo é dinheiro”... Pareceria uma utopia planejar que é urgente acalmar a dinâmica do espaço público. É uma questão de essencial importância para a saúde da sociedade e dos indivíduos.
É, sobretudo compreender como a sociedade se comporta nos dias atuais e
quais as suas necessidades, e entender que com a modernidade e com a tecnologia
tudo se torna mais veloz, e se transforma muito rápido, assim como o espaço
urbano, do qual se é pensado como uma proposta futura, um planejamento.
Entretanto, quando se planeja um espaço público ou uma intervenção no mesmo, é
preciso compreender e ter noção do tempo, e do que ocorre, para que assim em
meio a rotina diária das pessoas, elas se sintam convidadas a usufruir deste espaço
e isso faça parte da vida delas.
Carpegiani (2016) reúne algumas iniciativas que partiram de pessoas para
transformar o espaço público como as praças, que perderam o uso com o tempo, a
33
autora questiona dizendo: “Afinal, o que faz uma praça ser boa para as pessoas?
resposta é simples: são as próprias pessoas!” (CARPEGIANI, 2016).
Dentre os espaços urbanos está a Praça Homero Silva, que fica localizado no
bairro da Pompeia na cidade de São Paulo-SP, segundo Carpegiani, a praça foi
abraçada pela vizinhança, onde hoje acontece o Festival Praça da Nascente,
coletivo Ocupe & Abrace, nome dado devido a descoberta de nascentes dentro da
praça, o festival reúne toda a vizinhança e visitantes desde 2013, ainda em São
Paulo-SP, em 2008 devido o desejo de uma garota, de ter uma festa de aniversário
na praça, houve a revitalização da Praça François Berlanger, no Sumarezinho, e
assim surgiu o projeto Movimento Boa Praça, onde atualmente promove piqueniques
comunitários, feiras de trocas, e com isto fazendo também outras atividades em mais
quatro praças.
Além destes projetos, o Wikipraça é um projeto virtual, que acredita que para
ocupar os espaços públicos, é necessário fazer com que as pessoas possam se
mobilizar, desde então o projeto Wikipraça, faz intervenções em largos nas cidades
de São Paulo-SP, Rio de Janeiro-RJ e Porto Alegre-SC, o site possui uma
metodologia aberta, da qual conecta pessoas e as convidam a participar de
pequenas mudanças nos espaços públicos, disponibilizando metodologias,
ferramentas digitais e processos colaborativos, como o urbanismo tático7.
Assim, foram analisados alguns parques urbanos nacionais, contudo para
compreender como os mesmo funcionam.
2.3 Estudos de Casos
Os estudos de caso a seguir, foram realizados através do método de Baker,
adaptado pelas professoras Caroline Gonçalves e Carlina Rocha, da disciplina de
Paisagismo ll, do oitavo semestre, do curso de Arquitetura e Urbanismo, do Centro
Universitário Cesmac.
Os mesmo têm intuito de compreender como os parques urbanos em questão
estão atuando no contexto de sociabilidade, estes, foram escolhidos através de
7 Intervenções que permitem experimentar mudanças na cidade por um período determinado, ou seja,
uma intervenção urbana efêmera.
34
possuir características similares para a proposta de um anteprojeto paisagístico para
um parque urbano na cidade de Maceió.
O método conta com sete categorias que buscam analisar correlatos:
Tabela 01 – Categorias do método de Baker, adaptação ao paisagismo e definição
(Adaptado de Baker)
Os parques a serem estudados e correlacionados são: Parque Ibirapuera
Consolação na cidade de São Paulo, Parque da Jaqueira na cidade de Recife,
Parque da Lagoa Sólon de Lucena na cidade de João Pessoa, foram escolhidos por
serem parques urbanos de referência contemporânea, e por possuírem atividades
diversificadas, das quais atraem a população, ambos possuem características e
localização diferentes, porém alcançam o mesmo propósito de ocupar o espaço
público através de suas práticas de lazer.
2.3.1 Parque Ibirapuera Consolação
Localizado no bairro Vila Mariana, região Centro-Sul de São Paulo, que
segundo o Portal Vila Mariana (s.d.) é “um bairro nobre, habitado em sua grande
maioria pela classe média alta, e sua população possui renda média de R$ 3,6 mil
mensais, bem acima do índice do município que é cerca de R$ 1,3 mil”. O bairro
35
possui um perfil comercial e residencial, onde se encontra escolas, faculdades,
teatros e praças.
O Parque Ibirapuera Consolação, atualmente ocupa uma posição de grande
importância para o país, sendo um parque modelo. O mesmo limita-se no sentido
Nordeste a Av Pedro Álvares Cabral, ao Leste a Av. Vinte e Três de Maio, ao Oeste
a Av IV Centenário, e ao Sul a Av República do Líbano (figura 03).
Figura 03 – Mapa localização do Parque Ibirapuera
Fonte: google maps, 2018
Segundo o site do Parque Ibirapuera Consolação, ele possui 1 milhão e 584
mil metros quadrados, distribuídos em lagos, praças, e construções de atividades
múltiplas (figura 04), como: museus, playground, escolas, fundações culturais e
educativas, obras de arte, quiosques, áreas para pedestres, ciclovias,
estacionamentos e etc. Dentre eles, estão: o MAM - Museu de Arte Moderna (figura
05), o Monumento às Bandeiras (figura 06) e a Oca Ibirapuera (figura 07)
36
Figura 04 – Zoneamento do Parque Ibirapuera
Fonte: Editora de Arte/Folhapress, 2018
Figura 05 – Museu de Arte Moderna (MAM)
Fonte: Ibirapuera, 2018
37
Figura 06 - Monumento às Bandeiras
Fonte: Ibirapuera, 2018
Figura 07 – Oca Ibirapuera
Fonte: Dados de pesquisa, 2017
38
Lofego (2004) diz que o Parque Ibirapuera Consolação, foi inspirado no
Central Park, de Nova Iorque, o desejo da criação do mesmo partiu do prefeito
do Rio de Janeiro, em criar um parque na cidade de São Paulo que seguisse o
modelo dos grandes parques na década de 1920. Antes do parque, a grande
gleba triangular era ocupada por uma aldeia de solo alagadiço, o nome
Ibirapuera significa “árvore apodrecida” e tem origem tupi-guarani. Hoje o
parque possui uma grande extensão de áreas verdes (figura 08), possuindo
mais de quinhentas espécies de árvores nativas e exóticas como: jacarandá
mimoso (Jacaranda mimosifolia), ipês (Tabebuia), jatobá (Hymenaea courbaril),
e pau ferro (Caesalpinia leiostachya), e também é palco de manifestações
culturais, como músicas e teatro.
Figura 08 – Caminhos e áreas verdes do Parque Ibirapuera
Fonte: Ibirapuera, 2018
39
Apesar de ser de caráter público, o parque conta com contribuições de
empresas privadas e da população, tanto financeiramente quanto na
manutenção física, nele é feito ações com a comunidade e voluntários, dos
quais participam de limpezas, restaurações dos prédios, fazendo com que o
seu entorno, faça parte de sua evolução, colaborando com a cidadania e
promovendo um espaço para todos.
Em análise, pode-se observar que o parque Ibirapuera é frequentado por
pessoas com faixa etárias distintas, assim como pessoas de todos os gêneros,
pois o mesmo como citado acima possui diversas atividades, entre elas, a
prática do skate (figura 09), da dança, e até mesmo dos exercícios físicos como
cooper e o passeio com bicicletas (figura 10).
Figura 09 – Prática do esporte Skateboard
Fonte: Esportividade, 2018
40
Figura 10 - Prática do cooper e o do ciclismo
Fonte: Nineway, 2018
Ou seja, é um parque que possui uma diversificada variação de
atividades de lazer, que vai da arte ao esporte físico, e por isto o parque é
aberto das 05:00 as 00:00 horas de segunda-feira a sexta-feira, e 24 horas nos
finais de semana (sábado e domingo).
2.3.2 Parque da Jaqueira
Localizado no bairro da Jaqueira, um dos bairros nobres da cidade de
Recife no estado de Pernambuco, onde segundo Atlas do Desenvolvimento
Humano no Recife (2005) “Um chefe de domicílio de Jaqueira tem renda média
de R$ 5.178,64 mensais”. O mesmo é um bairro predominantemente
residencial, onde se encontra o metro quadrado mais caro da capital.
O Parque da Jaqueira limita-se no sentido sudoeste com rio Capibaribe,
e a Av. Rui Barbosa, ao sudeste a R. Dep. Pedro Pires Ferreira e ao nordeste
com a Rua do Futuro (figura 11), possui 70 mil m² dividido em atividades de
práticas esportivas, culturais e de contemplação, e formato quadrado, com um
traçado mais linear.
41
Figura 11 – Mapa localização do Parque da Jaqueira
Fonte: google maps, 2018
Antes de ser intitulado como Parque da Jaqueira, o espaço era apenas
um sítio, do qual pertencia o capitão Henrique Martins, do qual é responsável
pela capela de Nossa Senhora da Conceição de Ponte d'Uchôa, que hoje é
conhecida por Nossa Senhora da Conceição da Jaqueira (figura 12), devido à
grande presença da espécie de árvore Jaqueira, a qual também originou o
nome do parque, que recebeu esse título apenas em 1985, ano também de sua
inauguração.
Figura 12 – Capela Nossa Senhora da Conceição da Jaqueira
Fonte: Vai pra rua menino, 2018
42
O parque divide-se em: pistas de cooper, prática corriqueira dos
frequentadores (figura 13), ciclovias, playgrounds, pistas de bicicross, e pistas
de caminhadas, além da capela e fica aberto das 05:00 as 22:00 horas. Sua
vegetação acolhe espécies como jaqueiras (Artocarpus heterophyllus), pau-
brasil (Caesalpinia echinata), pitangueiras (Eugenia uniflora), sapotizeiros
(Manilkara zapota), sombreiros (Clitoria fairchildiana), palmeiras imperiais
(Roystonea oleracea), e entre outras. Além de ser um local de práticas
esportivas e religioso, o Parque da Jaqueira, também é palco de muitas
manifestações, como aniversários e piqueniques (figura 14).
Figura 13 – Cooper Parque da Jaqueira
Fonte: Diário de Pernambuco, 2018
Figura 14 – Aniversário/Piquinique no parque da Jaqueira
Fonte: Vivo intensamente as coisas mais simples, 2018
43
Pode-se observar através das imagens, que o parque devido as suas
atividades, como já citada, é frequentado por pessoas de faixa etárias
diferentes, desde crianças a pessoas idosas, o que faz o mesmo possuir um
perfil diversificado de público, isso se dá devido aos diferentes tipos de
apropriação do espaço.
2.3.3 Parque da Lagoa Sólon de Lucena
Conhecida também como “lagoa”, o Parque Lagoa Sólon de Lucena,
margeia-se as margens de um lago, que antes de se intitular como parque, era
apenas conhecido como “Lagoa dos Irerês”, possui 35 mil metros quadrados e
fica localizado no Centro da cidade de João Pessoa, na zona norte no estado
da Paraíba. Segundo dados da prefeitura o bairro possui uma área de 227,70
hectares, onde 30 hectares de áreas verdes e a renda média do morador é de
1.379,57, entretanto 10% das famílias tem renda de até um salário mínimo.
O Parque da Lagoa Sólon de Lucena fica próximo a Av, Pres. Getúlio
Vargas e Av. Pe Moreiras (figura 15).
Figura 15 - Mapa localização do Parque Sólon de Lucena
Fonte: Google maps, 2018
44
Em 1922, no governo de Sólon de Lucena, a área onde abriga o
rio, foi transformada em parque, e recebeu o nome de Parque Sólon de Lucena
(figura 16), devido ao governador, sua configuração divide-se em: praças,
ciclovia, pista de cooper, pista de skate, área para esportes radicais, com
slackline, parede de escalada, quiosques e um deck disponível gratuitamente
para festas e eventos e fica disponível ao público das 05:00 as 00:00 horas.
Sua vegetação distribui-se em: tem 215 Palmeiras, 738 árvores nativas como,
pau-brasil (Caesalpinia echinata), sibipiruna (Caesalpinia pluviosa), gameleiras
(Ficus adhatodifolia), oitizeiros (Licania tomentosa), pitombeiras (Talisia
esculenta) e ipês (Tabebuia), e exóticas como: ficus microcarpa (Ficus
benjamina), castanholas (Terminalia catappa), e canafístula (cássia ferrugínea).
,
Figura 16 – Parque Sólon de Lucena
Fonte: UFPB, 2018
45
Em análise, pode-se observar que este é palco de manifestações
politicas e culturais, o que atrai pessoas mais adultas para estas finalidades,
entretanto o mesmo é frequentado por crianças, e adolescentes, em busca das
práticas de atividades citadas acima, o que gera uma apropriação por diversas
pessoas que possuem diferentes gêneros e faixas etárias distintas. Por fim,
salienta dizer, que as informações obtidas através destes correlatos, como
análise de práticas e atividades, sistemas estruturais, físicos, apropriação e
afins, serão considerados para a proposta de requalificação do Parque
Gonçalves Lêdo, no planejamento de requalificação dos espaços de lazer, e
também das novas propostas, do qual será o foco dos próximos capítulos.
2.4 Considerações
Observa-se que os parques citados acima, ficam localizados em bairros
de características econômicas parecidas, onde a renda mensal dos moradores
dos seus devidos bairros varia entre 1.379,57 e 5.178,64 mil reais, que
predominantemente são bairros nobres. Entretanto, os parques possuem
condicionantes projetuais e partidos diferentes. O Ibirapuera da Consolação é o
maior entre eles e consequentemente abriga uma maior estrutura, tendo
museu, grandes pátios e pistas esportivas como a de skate, possuindo uma
área equivalente a mais de 10 vezes o tamanho dos demais parques em m². O
Parque da Jaqueira, que antes era um sítio possui um estrutura inferior ao
Ibirapuera, entretanto abriga uma grande variedade de práticas de lazer e
esportiva, diferente do Ibirapuera não há nenhum setor ou instituição de caráter
artístico, apenas uma capela como citada acima. Já o Parque Sólon de Lucena,
é o menor entre eles, porém possui características parecidas com o Parque da
Jaqueira, além do mais ficam localizados na mesma região, nordeste.
Em análise aos correlatos observou-se que os parques possuem uma
área altamente superior ao parque Gonçalves Lêdo, do qual será o foco deste
trabalho, entretanto, pode-se compreender como os mesmos funcionam e
dividissem, e como estão inseridos dentro da cidade, assim entendendo o seu
entorno imediato e com isto tirar partido para a proposta de anteprojeto
paisagístico do Parque Gonçalves Ledo.
46
De modo geral, pode-se observar que as dificuldades dos parques
contemporâneos não se deram pelo atual cenário das cidades
contemporâneas, mas sim pela forma de como as cidades lidou com a
transição urbana até os dias atuais. As cidades sofrem gradativamente em
todos os aspectos com as mudanças físicas, sociais, e econômicas proposta
pelo tempo, assim acredita-se que o comportamento do indivíduo é espelho
das consequências obtidas devido as consequências de administração.
Entretanto, ao ver como a cidade se comporta diante a expansão da
tecnologia construtiva é, sobretudo poder entender como o cenário do espaço
público irá se refletir na segurança, na sociabilidade, e no conceito de coletivo
da cidade. Hoje, sofre-se com o ciclo que nos impõe a refletir sobre como o
espaço público se degrada, e de como ele interfere no nosso cotidiano.
Como analisa Jacobs (2011) em seu livro Morte e Vida de Grandes
Cidades, as cidades estão cada vez mais adensadas, propondo e oferecendo
um modelo idealizado para a segurança, e lazer, por trás das paredes de
concreto, o que por sua vez ocasiona a segregação espacial, social, econômica
e cultural, no espaço público, uma vez que o indivíduo encontra nestes
espaços a “qualidade de vida” sensacionalista de civilização e socialização,
eles acabam abandonando o espaço público, como os parques, o que os
deixam mais inseguro e isso vira mais um motivo pra que isto cresça no
contexto urbano, como um ciclo expansivo destes espaços público. (esquema
02)
Gráfico 02 - Ciclo de consequências para insegurança
Fonte: Elaboração própria, 2018
47
Entretanto, entender que o abandono do espaço público não acontece
de forma generalizada, faz com que possamos aprender com estes espaços
vivos e, como isto se dar nos dias atuais é, sobretudo compreender que a
transição urbana pode ter acarretado mudanças no espaço, não só negativos,
mas também de forma positiva e evolutiva nos espaços que conseguiram
resistir a toda transição e se mantém mesmo diante dos obstáculos.
48
3 CARACTERIZAÇÃO DO PARQUE GONÇALVES LÊDO E SEU ENTORNO
Este tópico tem como objetivo identificar as necessidades socioespaciais
do Parque Gonçalves Lêdo, e de seu entorno, porém, antes de caracterizar o
parque, será mostrado brevemente o cenário das áreas verdes da cidade de
Maceió, Alagoas.
Estas identificações socioespaciais, se deram através de pesquisas
bibliográficas e levantamento físico da área onde fica localizado o Parque
Gonçalves Lêdo, o objeto de estudo desta pesquisa. Além disso, foram feitos
diagnósticos sociais da área, com a finalidade de obter dados e informações,
onde posterior será aplicado a um anteprojeto arquitetônico. Isso será
apresentado, através de mapas, que estarão presentes neste capitulo.
Estes diagnósticos e levantamentos físicos serão apresentados nas
seguintes categorias: sistema viário, uso e ocupação de solo, estudo
topográfico, e infraestrutura, onde poderemos verificar os problemas da área,
assim como suas potencialidades.
Maceió (figura 17) é conhecida como “Caribe Brasileiro” e os olhares
turísticos, estão voltados para as orlas assim como da gestão da cidade.
Entretanto, o foco desta pesquisa, busca fortalecer a importância destes
espaços públicos verdes, porém limitando-se apenas ao Parque Gonçalves
Lêdo e o seu entorno.
Figura 17 – Mapa do Estado de Alagoas localizando a cidade de Maceió
Fonte: Mapas para colorir, 2018. (Adaptado pelo autor)
49
Machado (2017) diz ter tido dificuldade de encontrar dados que
informem, contabilizem ou controlem sobre as áreas verdes em Maceió,
Alagoas, porém a mesma diz que: “Basta vivenciar a cidade para entender
onde são localizadas as principais áreas verdes da cidade” e conclui pontuando
algumas áreas verdes e diz que:
Maceió se tornou uma cidade com poucas áreas verdes e flora local escassa como justificado no parágrafo anterior. Como áreas verdes significativas em relação às suas áreas (figura 28) se destacam hoje a mata do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), localizada na parte alta da cidade, no bairro Chã da Jaqueira; o Cinturão Verde da Braskem, localizado no litoral sul próximo à orla marítima e lagunar, no bairro do Trapiche da Barra; o Parque Municipal localizado no bairro Chã do Bebedouro e a quantidade significativa de coqueiros presentes na orla marítima presentes entre os bairros de Ponta Verde e Pajuçara e também no litoral norte da cidade, bairro de Cruz das Almas. (MACHADO, 2017)
A autora, ainda frisa que além destas áreas, ao vivenciar a cidade de
Maceió, Alagoas, ainda é possível identificar espaços que foram destinadas
para áreas verdes, mas, que foram edificadas pela população. Assim, pode-se
dizer que grande parte das áreas verdes na cidade de Maceió, são
corrompidas devido ao grande crescimento em massa das construções civis, e
pela valorização financeira dos espaços, causando interesse por parte das
grandes construtoras, e da população, renegando os espaços livres de
edificações e sua importância para a cidade.
3.1 Caracterização Geral do Parque Gonçalves Lêdo
Com tudo como dito anteriormente, a escolha do Parque Gonçalves
Lêdo como objeto de estudo para este Trabalho Final de Graduação,
aconteceu através da forte ligação do autor com o mesmo, do qual reside em
frente ao parque e o vivencia diariamente. O Parque fica localizado na cidade
de Maceió (figura 18), no estado de Alagoas, mais precisamente no bairro do
Farol (figura 19), segundo Lins (2013) o bairro recebeu este nome, por abrigar
o farol da marinha durante muitos anos, o bairro Farol é um dos primeiros
bairros da cidade, e limita-se com o bairro Centro, o mesmo abriga grandes
marcos e instituições de grande conhecimento, como CEPA – Centro
50
Educacional de Pesquisa Aplicada do qual no mesmo pode-se encontrar
grandes áreas livres, apesar de estas não possuir um tratamento paisagístico,
Hospital do Açúcar, Quartel do Exército, e uma das principais vias da cidade, a
Avenida Fernandes Lima.
Figura 18 – Mapa dos bairros de Maceió, mostrando áreas verdes
Fonte: Melo, 2018
Figura 19 – Mapa do bairro Farol
Fonte: Cartografia do bairro e Google Maps, 2018.
51
Figura 20 – Mapa falado de concentração das áreas verdes (esc 1:2000)
Fonte: Base cartográfica da cidade de Maceió, Google Maps, adaptado pelo autor, 2018
52
O Parque Gonçalves Lêdo, possui aproximadamente 7.400 m², que
como dito anteriormente, possui uma área inferior aos parques analisados, é
notório que sua escala urbana corresponde a uma praça, entretanto, o
surgimento deste espaço como parque está relacionado ao crescimento da
área (bairro do Farol) que antes de receber este nome, era nomeado como
Praça 11 Junho, e recebeu o título de Parque Gonçalves Lêdo em meado de
1937. “A praça foi reurbanizada e, graças à quantidade de árvores ali
existentes, ganhou o status de parque” (Ticineli, 2016).
Entretanto em análise cartográfica da área onde fica localizado o Parque
Gonçalves Lêdo, pode observar que existe outra área verde, margeando a
Ladeira do Brito, da qual também faz parte do parque, dessa forma acredita-se
que essa área verde fortalece o título de parque ao agregar em m², além disto,
observou que está área limita-se também com outra área verde, a Praça Bagio
Filho (figura 20). Contudo, este anteprojeto paisagístico que aqui será proposto
focará apenas na área 01 do Parque Gonçalves Lêdo.
O mesmo parque limita-se entre a Rua dos Bandeirantes, Rua
Comendador Palmeira, Rua Dr Ciridião Durval e Ladeira do Brito. (figura 21)
Segundo Ticianeli (2016)
Figura 21 – Imagem do Parque Gonçalves Lêdo e suas limitações.
Fonte: Google Maps, adaptado pelo autor, 2018.
53
Um estudo feito por Cansanção (2012) relatou um significado
sentimental pelo Parque Gonçalves Lêdo partindo de depoimentos dos
moradores, que guardam consigo afetividade do local, isto, deu-se a
compreender, que mesmo o parque estando “Invisível” como intitulado na
pesquisa de Cansanção (2012) o mesmo revela-se de grande potencialidade
para a sociedade, como disse Custódio; et al (2011 apud SOBARZO, 2006): “o
espaço público está em transformação, mas não morto.” Os entrevistados pela
autora Cansanção (2012), falam de suas memórias, e de vivências, das quais,
hoje não se é mais visto. Neste mesmo estudo Cansanção (2012) relata:
“Lugar comum de passagem: carro, semáforo, buzina, ladeira, viaduto,
pedestre. Nunca permanência. Ver todo dia sem nunca enxergá-lo. Esquecido,
invisível até na literatura.” Diante de tudo visto, pode-se ver que são inúmeros
os fatores que fazem um espaço livre, como os parques urbanos funcionar, ou
não. Leitão (2002) relata que:
A função das praças é definida pelo modo como cada sociedade
expressa sua vida coletiva e varia em consequência das mudanças
sociais e históricas vivenciadas ao longo do tempo. Na verdade,
mudanças sociais importantes implicam novas necessidades e novas
formas de comportamento da comunidade.
Assim, pode-se dizer que o espaço urbano está sempre em processo de
mudança, já que o mesmo funciona de acordo com a sociedade, e a mesma
está sempre se modificando ao longo do tempo, e com isto surgem novas
necessidades. Desta forma e, sobretudo, este diagnostico parte do intuito de
entender o Parque Gonçalves Lêdo, sua transição social, cultural e educativa, e
também de todo o seu entorno. Será que o Parque Gonçalves Lêdo está
realmente invisível, ou apenas degradado?
54
Figura 22 – Mapa esquemático do recorte estudado (esc 1:2000)
Fonte: Elaboração própria, 2018
55
3.2 Diagnostico e Levantamento Físico
A área a ser analisada, será um recorte do Parque Gonçalves Lêdo e
seu entorno (figura 22), do qual terá o propósito de colher informações in loco,
com a finalidade de contribuir com o processo de planejamento para a proposta
de um anteprojeto do Parque Gonçalves Lêdo, da qual está inserida no bairro
do Farol, assim também como citado anteriormente.
Estas informações estão subdivididas através tópicos das quais irão
relatar diferentes questões, como sistema viário, uso e ocupação do solo,
infraestrutura, e topografia. A mesma foi abrangida mediante as visitas no local,
levantamento físico, análises histórica, e entrevistas, - está que será inserida
na próxima etapa deste.
56
Figura 23 – Mapa esquemático de Uso e Ocupação do solo (esc 1:2000) Fonte: Elaboração própria, 2018
57
3.2.1 Uso e ocupação do solo
Ao intervir nos espaços urbanos, como em áreas públicas, é importante
compreender o seu entorno, uma vez que o mesmo é local comum frequentado
por uma diversidade de pessoas, entretanto, é importante entender como o
solo é ocupado, e quais seus usos, para que assim possamos analisar as
necessidades da área que será transformada e qual característica do uso e
ocupação do solo predomina, e com isto entender qual o perfil das pessoas
que frequentam esta área.
Observa-se que nas ruas que limitam o Parque Gonçalves Lêdo, (Rua
dos Bandeirantes e Rua Ciridião Durval) os imóveis em maioria, possuem
características residenciais, entretanto na rua Comendador Palmeira, encontra-
se em maioria imóveis de uso comercial e nenhum de uso residencial, nestas,
pode-se observar que as ruas das quais possuem características mais
residenciais, são de pequeno fluxo de carros e não se ligam a grandes
avenidas, como a Comendador Palmeira, da qual limita-se com a Av Moreira e
Silva, que fica paralela a Fernandes Lima, uma das principais avenidas da
cidade de Maceió, Alagoas, assim sendo uma rua de grande fluxo de
automóveis, como dos transportes públicos.
Diante disto, foi feito um mapa esquemático (figura 23), para poder
identificar o uso e ocupação do solo das ruas e vias que ficam localizadas na
área escolhida para estudo, tendo como principais a Rua Gonçalves Lêdo, Rua
Ciridião Durval e Rua Comendador Palmeira, estas, voltada para o Parque
Gonçalves Lêdo, e também a Ladeira do Brito da qual liga o bairro Farol, ao
bairro Centro que possui característica predominante comercial.
Dessa forma, pode-se observar que as quadras que ficam mais
próximos ao Parque Gonçalves Lêdo, são predominantes de lotes com uso
residencial, de um ou até dois pavimentos, com exceção dos condomínios
verticais Porto Ferrario (figura 24), e outro cujo nome não foi possível ser
identificado (figura 25), na rua dos Bandeirantes que da área em estudo são os
únicos com esta característica. Em análise, foi identificado que a área mesmo
sendo em grande parte de uso residencial, o parque é pouco frequentado, ou
até mesmo nunca frequentado, pode-se observar também que durante o
58
horário matutino, de segunda-feira a sexta-feira o parque é usado para
atividades físicas, geralmente, por Policiais e Bombeiros, e também devido a
escola de ensino infantil, que fica dentro do parque e que faz uso dos
brinquedos existentes no local, pouco se ver moradores ou pessoas do entorno
usufruindo a mesma, entende-se que isto se dá devido a falta de segurança e
iluminação, principalmente nos períodos vespertino e noturno, ou em
determinadas épocas do ano, como no inverno. Como dito anteriormente, o uso
desta área geralmente é nos dias de segunda-feira a sexta-feira, pode-se
analisar também que o parque é local de passagem como analisou Cansanção
(2012), acredita-se que isto se dá por que o Parque Gonçalves Ledo, fica
localizado em uma área da qual limita-se os bairros Farol e Centro, e por isto, o
movimento de passagem das pessoas são nestes dias, devido o
funcionamento do comércio e serviços.
Figura 24 – Condomínio Porto Ferrario
Fonte: Dados de pesquisa, 2018
59
Figura 25 – Prédio de uso misto com mais de dois pavimentos
Fonte: Dados de pesquisa, 2018
Quanto os demais como: comércio, saúde, instituições religiosas,
públicas e educacionais, possuem diferentes horários de uso, o que hora
movimenta o entorno, mas nunca o Parque Gonçalves Ledo, pode-se analisar
que as pessoas que fazem uso destes estabelecimentos, e instituições,
geralmente são atraídas apenas pelos serviços que buscam nesta área, como
por exemplo, o Colégio Contato, que mesmo tendo um grande fluxo em
diferentes horários, as pessoas que o frequentam, limitam-se apenas a área
onde fica localizado o colégio. Quanto aos comércios, com exceção do Palato
(figura 26), que funciona durante o período noturno, até as 22:00 horas, os
demais fecham com o horário comercial junto às instituições públicas, destes, o
único que não funciona diariamente, porém geralmente funciona aos finais de
semana, é a Igreja Batista do Farol, o que atrai pessoas de diferentes faixas
etárias aos sábados e domingos, durante o período da manhã e da noite, mas
como dito, estas pessoas nunca usufruem do Parque Gonçalves Lêdo.
60
Figura 26 – Supermercado/Padaria Palato
Fonte: Dados de pesquisa, 2018
Assim, pode-se concluir que a área onde se encontra o Parque
Gonçalves Lêdo possui grande fluxo de pessoas, das quais poderiam usufruir
do parque, por isso a importância de compreender o uso dessa área, e assim
seu público, e somar isto ao projeto de requalificação paisagística do mesmo,
com intuito de oferecer atratividade a estas pessoas.
61
Figura 27 – Mapa esquemático do Sistema Viário (esc 1:2000) Fonte: Elaboração própria, 2018
62
3.2.2 Sistema Viário
Ao analisar o sistema viário, compreende-se que é de grande
importância para poder entender o fluxo da área, prevendo a requalificação do
Parque Gonçalves Lêdo, observando as vias que a circunda, a área destinada
a passeio público e as faixas de pedestres, e assim entender como as pessoas
se movimentam e circulam nesta área. Levando em consideração também, que
está previsto a ocupação de uma das vias.
As ruas principais são as Ruas dos Bandeirantes, Rua Ciridião Durval, e
Rua Comendador Palmeira que estão voltadas para o parque a ser
requalificada, a última liga a Av. Moreira e Silva que também limita o bairro farol
ao bairro centro, e Av. Dom Antônio Brandão, estas que se ligam a Av.
Fernandes Lima, como dito anteriormente, uma das principais vias da cidade
de Maceió, Alagoas, e com isto acarretando grande fluxo de transporte e de
pessoas, geralmente durante o período matutino e vespertino, já que além de
ser uma das ruas de fluxo de transporte público, também é rua perpendicular
avenida (Dom Antônio Brandão), onde fica localizado instituições de ensino,
sendo mão única, e provocando trânsito nos horário entre 12:00 as 13:00
horas, e das 17:00 as 18:00 horas.
Limitando também o Parque Gonçalves Lêdo, encontra-se a Ladeira do
Brito, que liga o bairro Farol ao Centro, e a Av. Dom Antônio Brandão, através
do viaduto Des. Washington Luiz, sendo via também de transporte público e
geralmente de grande trafego, por ser uma via que liga dois bairros, em análise
pode-se observar que o trânsito fica intenso, e até acarretando
congestionamento, entre 17:00 e 18:00 horas, acredita-se por ser o horário
onde os comércios do bairro Centro, fecham.
Deste modo, foi feito um mapa esquemático do sistema viário (figura 27),
para compreendermos de forma geral, como estes trafegam na área escolhida
para estudo, com a finalidade de entender o fluxo para proposta de
requalificação do Parque Gonçalves Lêdo, assim identificando as ruas locais,
vias coletoras, e arteriais, e o sentido das mesmas, mas também identificando
semáforos e pontos de ônibus, já que as principais vias são de grande fluxo.
63
Assim, pode-se analisar que o grande fluxo de carros encontra-se nas
vias que geralmente se ligam a outras grandes vias, como Ladeira do Brito, Av.
Dom Antônio Brandão, e a Rua Comendador palmeira, já nas ruas dos
Bandeirantes, e Ciridião Durval, o fluxo de automóveis são menores, por ser
ruas mais residenciais e de rotatórias, para as vias da Ladeira do Brito e para
rua Comendador Palmeira, também pode-se observar que o maior fluxo de
pessoas são na Av. Dom Antônio Brandão, na Ladeira do Brito, na via que fica
paralela ao Parque Gonçalves Lêdo, e na Ladeira Dr. Geraldo Melo dos
Santos, acredita-se por ser vias onde encontram-se instituições educacionais e
pontos de ônibus, como nas ladeiras. As ruas adjacentes com como a rua
Professor Ângelo Neto, e a parte da rua Comendador Palmeira que fica
paralela a Praça Bagio Filho, possuem fluxo de veículos moderado, e no
período de funcionamento do comércio, e mais intenso na rua Professor Ângelo
Neto, no horário das 17:00 as 18:00 por ligar-se a Ladeira do Brito, sentido
viaduto Des. Washigton Luiz.
Quanto as faixas de pedestres encontradas nesta área ficam localizadas
na rua Comendador Palmeira, próximo ao Parque Gonçalves Lêdo, e próximo
ao colégio Pontual, também na rua Santa Cruz, próximo a Sorveteria Fika Frio,
estas duas últimas possuindo semáforos, e outras entre a Av. Dom Antônio
Brandão e Ladeira Dr. Geraldo Melo dos Santos. Percebeu-se a ausência de
faixas que possam ligar a rua Comendador Palmeira a Ladeira Dr, Geraldo
Melo dos Santos de forma direta, entre a praça Bagio Filho e Palato, pois
pode-se ver que as pessoas que circulam entre a rua Comendador Palmeira, e
Ladeira Dr, Geraldo Melo dos Santos, geralmente não fazem uso da faixa que
possa permitir o acesso da Comendador Palmeira a Ladeira Dr. Geraldo Melo
dos Santos, que fica entre a Av. Dom Antônio Brandão com a Ladeira Dr.
Geraldo Melo dos Santos, e acabam fazendo essa travessia entre a praça
Bagio Filho e o Palato, pela rua Comendador Palmeira, já que o percurso é
menor até o ponto de ônibus que fica localizado próximo a Igreja Batista, ou
para os comércios, que ficam próximos. Há ausência de faixa de pedestre
também na rua Comendador Palmeira entre a praça Bagio Filho para que as
pessoas possam ter acesso aos passeios de pedestres, de uma lado paro o
64
outro da praça, e também na Ladeira do Brito, onde fica localizado um outro
ponto de ônibus, e com isso acarretando um grande fluxo de pessoas.
Assim, pode-se concluir que o sistema viário da área estudada, não
possui uma compatibilidade ou uma relação entre os espaços de circulação
para os pedestres e os automóveis, fazendo com que maioria das vezes estes
usufruam do mesmo espaço para passagem ou travessia, o que pode agravar
a segurança dos pedestres e até mesmo dos usuários de automóveis.
3.2.3 Topografia
Na arquitetura, um fator de importância para poder projetar, é a
topografia, ela guia os arquitetos ao planejar uma construção, e diz quais os
limites topográficos do terreno, através de um mapeamento de níveis.
Segundo Domingues (1979) apud Brandalize [S.d.]:
ela é a base de qualquer projeto e de qualquer obra realizada por
engenheiros ou arquitetos. Por exemplo, os trabalhos de obras
viárias, núcleos habitacionais, edifícios, aeroportos, hidrografia,
usinas hidrelétricas, telecomunicações, sistemas de água e esgoto,
planejamento, urbanismo, paisagismo, irrigação, drenagem, cultura,
reflorestamento etc., se desenvolvem em função do terreno sobre o
qual se assentam.
Assim, foi feito um estudo topográfico (figura 28), onde foram
identificadas as curvas de níveis da região onde fica localizado o Parque
Gonçalves Lêdo, com a finalidade de entender o terreno onde o mesmo está
inserido, e assim tirar partido para a requalificação.
65
Figura 28 – Zoneamento dos níveis das curvas de níveis
Fonte: Dados de pesquisa, 2018
Através disso, foi possível compreender o terreno também em três
dimensões (figura 29), tendo toda a visibilidade dos níveis dentro do perímetro
onde o Parque Gonçalves Lêdo ocupa este possuindo três diferentes níveis 40,
35 e 30, do crescente para o decrescente vista de forma diagonal.
Figura 29 – Estudo topográfico em três dimensões
Fonte: Dados de pesquisa, 2018
66
Em visita ao local, foi possível vivenciar essa topografia, e perceber que
a maior declividade encontra-se na Rua dos Bandeirantes que fica
perpendicular a Ladeira do Brito (figura 30), da qual percorre pelos três níveis,
possui uma declividade limitando o seu uso. Mascaró et al (2008) lista uma
tabela onde fala das inclinações e suas limitações de uso (tabela 02)
Figura 30 – Topografia do terreno do Parque Gonçalves Lêdo
Fonte: Google Maps, 2018
67
Tabela 02 – Porcentagem e limitações de uso de terreno em declive
Declividade
%
Limitações de uso
Até 7 Os pedestres circulam com conforto; pode-se jogar
futebol e outros usos que requeiram terrenos plano.
Até 8 A rega da grama pode ser feita por aspersão, sem
perigo de perder água por escorrimento.
Até 15 Os pedestres podem transitar pela grama sem criar
problemas. A partir desta declividade e até 20%, só
criando caminhos pavimentados.
Até 20 É possível cortar a grama com máquinas de alta
produtividade.
Até 30 É possível cortar a grama com máquinas especiais.
>30 O terreno poderá ser estabilizado só com ajuda de
vegetação.
Fonte: Infraestrutura Urbana, 2018
Mascaro et al (2008), fala que: “Para avaliar as possíveis alternativas de
desenhos da paisagem é importante se colocar perante uma planta com curvas
de nível.” O referido autor ainda ressalta que não existe um receita absoluta
para resolução de problema de desenho.
68
Figura 31 – Mapa esquemático de Infraestrutura (esc 1:2000) Fonte: Elaboração própria, 2018
69
3.2.4 Infraestrutura do Parque Gonçalves Lêdo
No contexto urbano, a infraestrutura, é tudo que de serviços públicos,
como rede de energia elétrica, saneamento básico, rede viária, pavimentação e
entre outros, que possa permitir que o individuo viva com qualidade de vida
dentro do contexto urbano.
Dentro desta questão, foi analisada a infraestrutura do Parque
Gonçalves Lêdo, com intuito de poder identificar quais as condições físicas do
mesmo, apontando quais seus problemas de infraestrutura, visando o que pode
ser melhorado para que o parque venha a contribuir positivamente para a
cidade, oferecendo aos seus visitantes uma boa mobilidade e momentos de
lazer. Após esta análise, foi feito um mapa identificando os problemas na
infraestrutura do parque, dos quais estão listado e locado, assim como suas
potencialidades (figura 31).
Como dito anteriormente o Parque Gonçalves Lêdo, só foi nomeado
como tal devido a sua grande quantidade de árvores (figura 32), assim, vindo a
ser um ponto positivo para o microclima do mesmo, porém, a iluminação
elétrica, os postes (que somam em onze), são de pequeno porte e coincidem
com a altura das árvores, ficando paralela, ou até mesmo dentro das suas
copas, o que também causa insegurança as pessoas, principalmente no
período da noite, pois deixa o parque escuro.
70
Figura 32 – Maior concentração de arborização dentro do recorte de estudo
Fonte: Dados de pesquisa, 2018
Quanto à mobilidade das pessoas dentro do parque, em áreas das quais
as árvores se encontram, há dificuldade devido as grandes raízes aparente, ou
até mesmo buracos, devido à remoção de árvores, porém no passeio que se é
direcionado e pavimentado, não há nenhuma presença de degradação. Em
todo parque, foi encontrado apenas um acesso para deficientes físicos, através
de rampas, que fica voltado para Ladeira do Brito, onde geralmente os carros
fazem retorno, e na rua Dr. Ciridião Durval. Vale ressaltar que o passeio
público que limita o parque na área externa, acompanha a topografia do
terreno, de forma nivelada. Ainda no passeio público externo (calçada), há
dificuldade de locomoção devido ao grande acumulo de galhos, e também de
lixo acumulado e jogado na praça pelos moradores.
Mesmo sendo um grande parque, é possível notar a carência de
mobiliários, que somam em oito, sendo dois deles de concreto, (um degradado)
71
e estão concentrados todo em uma mesma área (figura 33), próximo a escola
infantil, estes, que no período da noite, geralmente são ocupados por
moradores de rua, com exceção do banco em alvenaria, do qual é possível
identificar patologias por intemperes causados possivelmente pelo tempo, os
demais encontram-se em bom estado de uso.
Figura 33 - Zoneamento de concentração de mobiliários no Parque Gonçalves Lêdo
Fonte: Dados de pesquisa, 2018
Os brinquedos do playground, utilizado em maior parte do tempo por
alunos da escola, encontra-se enferrujado, o que é um risco, alguns deles
encontram-se também deteriorados, acredita que isto se dá devido a chuva, e
por falta de manutenção.
Foi possível também identificar, esgotos ao céu aberto, que devido a
isto, acumulam também lixo, sendo um risco para os moradores, e visitantes da
praça, podendo acarretar problemas de saúde, e até mesmo acidentes, outra
questão a ser colocada, é a falta de planejamento para o acolhimento de águas
pluviais, pois também podem ser um problema para acidentes, uma vez que
estes encontram-se na parte externa do solo.
72
3.2.5 Análise de apropriação dos usuários
Ao intervir em um espaço público, é necessário entender como funciona
o mesmo, como as pessoas o enxergam e de como elas se apropriam do
espaço. Com isto é necessário interagir e fazer com que a comunidade que
vive no entorno participe, através de questionário e análises, para que assim
seja possível compreender este espaço através do olhar do usuário.
Leitão (2002), fala sobre a importância de conhecer o local onde se quer
intervir, assim observando exaustivamente, citando sete diretrizes que foram
utilizadas do decorrer deste trabalho. E a partir destas diretrizes, foi visto a
necessidade de conhecer como as pessoas se apropriam do Parque
Gonçalves Lêd, como horários, locais e práticas mais utilizadas. Contudo, esta
análise foi feita das 07:00 as 09:00, das 12:00 as 15:00, e as 17:00 as 20:00 de
segunda a sexta – feira, e nos finais de semana pode perceber que o
movimento diminui ou não existe.
Em visita ao parque, pode-se observar que existem dois pontos onde
eles mais se concentram (figura 34) das 08:00 am as 13:00 pm, devido a maior
concentração arbórea, o que gera maior conforto durante todo o dia. No
decorrer das análises diárias, foi possível perceber que durante a manhã das
07:00 am as 09:00 am, o parque é frequentado por pessoas com a finalidade
práticas esportivas como cooper e vôlei, e também por ambulantes com
carrinhos de frutas e vendas de jogos de azar, este último permanecendo até
as 14:00 pm.
73
Figura 34 - Mapa de locais mais frequentados por usuários.
Fonte: Dados de pesquisa, 2018.
Notou-se também que devido a escola infantil (figura 35)
localizada dentro do parque crianças brincando no playground (degradado) ou
fazendo brincadeiras educativas em frente à mesma.
Figura 35 – Centro Municipal de Ensino Infantil Professora Maria de Lourdes Vieira
Fonte: Dados de pesquisa, 2018
74
É de importância ressaltar que pela pouca frequência de usuários no
parque principalmente no período noturno, o mesmo é tomado por moradores
de ruas, que se instalam e fazem do parque seu ponto de morada,
principalmente no inverno, estes que por vezes, acabam intimidando os
usuários.
3.2.5.1 Resultado das entrevistas
As entrevistas foram realizadas com dez pessoas, entre moradores,
usuários e passantes do Parque Gonçalves Lêdo, nota-se que o número de
entrevistados foi considerado pequeno para um parque, o que reafirma as
questões sobre o uso do mesmo e a passagem das pessoas citadas nos
capítulos anteriores. Entres os dez entrevistados 70% foram mulheres e 30%
homens (gráfico 03). As perguntas foram desenvolvidas através do interesse
de compreender a relação destas com o parque, e quais suas necessidades
para usufruir do mesmo, contando também com sugestões partindo destes
entrevistados, além das perguntas também foi feito um mapa mental para
conhecer a percepção visual das pessoas e quais os pontos e elementos
marcantes da paisagem do parque, entretanto apenas 60% dos entrevistados
se dispuseram a fazer.
Foi possível observar que 50% dos entrevistados possuem entre 18 e 26
anos de idade, e os outros 50% entre 30 a 51 anos de idade (gráfico 04),
assim, foi possível também identificar que 60% não moram no entorno, são
estudantes ou pessoas que trabalham próximo, 40% são moradores do entorno
(gráfico 05). A igualdade de porcentagem de entrevistados por faixa etária, se
dar devido a grande quantidade de moradias no entorno, assim como clínicas e
instituições de ensino, que diversifica o fluxo de usuários ou passantes do
Parque Gonçalves Lêdo.
75
Gráfico 03 – Usuários por sexo
Fonte: Dados de pesquisa, 2018
Gráfico 04 – Faixa etária dos entrevistados
Fonte: Dados de pesquisa, 2018
Gráfico 05 – Porcentagem de Moradores e Usuários/Passantes entrevistados
Fonte: Dados de pesquisa, 2018
76
Dos entrevistados apenas 40% frequentam o Parque Gonçalves Lêdo,
30% não frequentam, e 30% apenas passam nas ruas paralelas a ele, foi
possível observar que 70% reclamam da falta de segurança, mesmo
frequentando, e 30% dos moradores de rua que se apropriaram da praça como
moradia, e acabam causando a sensação de insegurança para os usuários,
além destes, de modo geral, pode-se observar que os entrevistados apontam
às mesmas problemáticas, a segurança, alguns citam junto à segurança a falta
de iluminação, e até mesmo a degradação do local, com isto observou que
estes são os principais problemas dos quais repelem os usuários e que não
atrai os que passam pelas suas ruas, apenas com intuito de ir para locais
próximos, como o bairro Centro, e instituições de ensino.
Entretanto observa-se a carência de áreas de lazer no parque, pois o
mesmo conta com apenas um Playground, uma quadra de areia que é usada
por 30% dos entrevistados, vale ressaltar que foi analisado, que usuários
fazem uso de mobiliário dos quais não são usados como o escorregador de
concreto para finalidade de esportes como o parkour Quanto a sugestões do
que poderia melhorar no parque ou ser implantado 70% respondeu que
desejaria espaços para atividades físicas, 10% outros esportes, 10% jogos de
mesa, 10% espaço familiar, como espaços de convívio e alimentação 10%
espaço infantil para as crianças, enfatizando a degradação do atual playground
Dessa forma, podemos concluir com base nas entrevistas, que o Parque
Gonçalvês Ledo, possui uma carência em investimento da gestão para
segurança e espaços de lazer, pois o mesmo possui uma área de
potencialidade onde possa existir espaços de lazer, assim também como uma
área que seja suficiente para demanda de investimento com a segurança
pública. Quanto a sua atratividade, foi possível observar que as árvores do
local e o único espaço de recreação infantil, são pontos marcantes para os
entrevistados, que puderam descrever isto nos mapas mentais (figura 35, 36 e
37)
77
Figura 36 – Mapa mental feito por um entrevistado
Fonte: Dados de pesquisa, 2018
Figura 37 – Mapa mental feito por um entrevistado
Fonte: Dados de pesquisa, 2018
Figura 38 – Mapa mental feito por um entrevistado
Fonte: Dados de pesquisa, 2018
78
Através das entrevistas foi possível observar o que poderia atrair os
usuários, assim como a sensação de segurança no local, e até mesmo a
diversidades de espaços de lazer, para diferentes idades. Com estas
informações, foi possível colher dados para o anteprojeto de requalificação
paisagístico para o Parque Gonçalves Lêdo, levando em consideração a
necessidade e sugestões de cada entrevistado.
Já os mapas mentais, revelou como os entrevistados enxergam o
parque atualmente, com isto é possível compreender quais os elementos são
marcantes para estes, e assim tirar partido. As imagens acima (figura 36, 37,
38) revelam que ambos os entrevistados veem o parque com árvores, que
como dito anteriormente, a grande presença das árvores fez com que o Parque
Gonçalves Ledo que antes era praça, recebesse este titulo de parque.
Também é possível ver, que além das árvores, a escola infantil, a
quadra de areia e o piso em circulo são elementos que marcam os visitantes
entrevistados, assim também, como os caminhos marcantes e o jardim.
79
4 PROPOSTA DE UM ANTEPROJETO PAISAGISTICO PARA O PARQUE GONÇALVES LÊDO
Este capítulo tem como objetivo apresentar um anteprojeto de
requalificação paisagística para o Parque Gonçalves Lêdo, baseado nas
informações e dados coletados, como foi mostrado nos capítulos anteriores.
Para a proposta do anteprojeto de requalificação paisagística, foram
considerados estudos no local, entrevistas com a população que reside no
entorno ou frequenta, assim como diagnósticos, e levantamento fotográfico
para a análise dos condicionantes projetuais.
Para o desenvolvimento do anteprojeto paisagístico, foram realizados,
análise dos condicionantes climáticos e ambientais, programa de necessidades
e organofluxograma, com a finalidade estudar o Parque Gonçalves Lêdo e
assim zonear as áreas para as atividades que serão propostas de acordo com
as necessidades dos usuários.
Foi desenvolvido o partido e o conceito, além da elaboração do memorial
justificativo, contendo memorial botânico, especificações dos materiais usados
em toda proposta e detalhamento de mobiliário urbano.
4. 2 Condicionantes Climáticos e Ambientais
Segundo Barbirato e Mattos (S.d.): a cidade de Maceió possui
temperatura média anual de 25,4ºC e uma variação anual equivalente a 3,4ºC,
com 78% de umidade. Recebe a incidência de ventos alísios de Sudeste mais
frequentemente e ventos Nordeste (figura 39) durante o período mais quente
do ano (de janeiro a março), com velocidade média de 2,8m/s, podendo chegar
a 10m/s na direção do Nordeste. Os períodos mais chuvosos ficam entre abril e
julho, e a pluviosidade média anual chega a 1654mm.
80
Figura 39 - Rosa dos ventos de Maceió- Al, a frequência de ocorrência dos
ventos.
Fonte: MEDEIROS, 2017.
Após estudos, com base na rosa dos ventos de Maceió, pode-se concluir
que os ventos mais frequentes são Nordeste, Leste e Sudeste, assim, optou-se
por priorizar estes no anteprojeto paisagístico, e com isto oferecer conforto nas
áreas de lazer do parque. Porém, como visto no capítulo anterior o parque
possui um terreno de topografia com declividade.
Mascaró et al (2008), diz que a declividade altera a ventilação,
acelerando ou diminuindo a velocidade dos ventos, o mesmo ainda ressalta
que durante o dia as partes mais elevadas recebem mais incidência solar
formando ventos ascendentes, chamados de anabáticos e durante o período
noturno isso se inverte, e formam os ventos catabáticos, (figura 40). O autor
ainda explica que durante o dia o solo atinge uma temperatura superior que a
massa de água, assim quando a temperatura do solo aumenta, os ventos
anabáticos levam consigo outras massas provenientes do oceano, e assim
como a situação anterior, no período noturno esse processo também inverte
levando os ventos direção do solo para o mar (figura 41).
81
Figura 40 - Ciclo diário dos ventos anabáticos e catabáticos ventos.
Fonte: Infraestrutura Urbana, 2008
Figura 41 - Ciclo diário da brisa do mar diurno e noturno
Fonte: Infraestrutura Urbana, 2008
No Parque Gonçalves Lêdo, pode-se observar que os ventos nordeste e
leste vem na direção da Av. Comendador Palmeira, uma via de grande
movimento de veículos e edificações de baixas, de até dois pavimentos, que
permitem a passagem dos ventos em direção ao parque, o vento sudeste vem
na direção da ladeira do brito (figura 42). Esta via possui um fluxo pequeno de
veículos e, por esta razão, conforme citado anteriormente, será ocupada neste
anteprojeto.
82
Figura 42 - Mapa predominância dos ventos.
Fonte: Dados de pesquisa, 2018.
Como discutido nos capítulos anteriores, o Parque Gonçalves Lêdo,
recebeu esse título devido à grande quantidade de árvores existente no local.
Entretanto como discutido anteriormente, este não é o único fator que define
um parque, e sim a soma de vários outros, como educacional, cultural e
recreativo. A maioria das árvores do parque possui grande copa,
proporcionando sombreamento no local durante todo o dia, o que implica de
forma positiva no microclima e no conforto térmico do parque.
Segundo Barbosa, Babirato e Vecchia (2003):
A vegetação desempenha diversas funções como elemento do
espaço urbano, como: ornamentais, paisagísticas, controle de ruídos
e filtragem da poluição atmosférica, bem como elemento modificador
do microclima, de modo a adequar o comportamento térmico do
arranjo urbano.
83
Ou seja, pode-se concluir que a grande presença das árvores vem a
somar de forma positiva como fator de potencialidade na estratégia de
desenvolvimento do anteprojeto, sendo utilizada de forma eficiente para
qualidade de vida urbana. Além do mais como foi visto nos capítulos anteriores
o parque possui arborização também em suas imediações o que agrega na
potencialidade de conforto térmico do entorno.
4.3 Programa de Necessidades
Foi elaborado um programa de necessidades do qual pudesse atender
as necessidades destas pessoas, com a finalidade de suprir o que falta no
parque para que o mesmo venha a recuperar a visibilidade que foi perdida ao
longo do tempo, como foi discutido nos capítulos anteriores.
Este programa de necessidades conta com novas propostas, como:
espaço para alimentação, academia, novos espaços para jogos de mesa,
assim também como espaço esportivo voltado para o parkour, anfiteatro,
mirante, passarela, um posto policial e faixa para cooper.
A identificação da necessidade destes espaços citados no programa de
necessidades foi possível identificar através das entrevistas citadas
anteriormente, entretanto vale ressaltar que o Parque Gonçalves Lêdo dispõe
de áreas e práticas de lazer como: brinquedos para recreação infantil e
também um quadra de areia, além da população fazer prática de cooper no
passeio externo, nas margens do parque, e também o parkour, de tal modo,
que este programa buscou obedecer a existências destes espaços, apenas os
melhorando para o uso da população, com intuito de preservar para esta
proposta de anteprojeto de requalificação. Para melhor compreensão ver a
tabela a seguir (tabela 04)
,
84
Tabela 03– Tabela de práticas de lazer esportivas, espaços existentes e
programa de necessidades.
Práticas Existentes Espaços Existentes Espaços Propostos
Vôlei
Quadra de Areia
Posto Policial
Espaço Parkour
Faixa de Cooper
Recreação Infantil
Espaço para alimentação e feirinha
Cooper
Brinquedos Infantis
(degradado)
Espaço para jogos de mesa
Parkour
Academia
Anfiteatro
Após identificar as práticas esportivas, os espaços existentes e quais os
espaços que seriam propostos, levando em consideração as entrevistas foi
possível elaborar o programa de necessidades junto ao pré-dimensionamento
(tabela 05), e o organofluxograma (gráfico 05) zonear os setores (figura 43)
usando as diretrizes a partir das condicionantes climáticas e ambientais,
entretanto, respeitando o uso dos espaços já existentes, e assim adaptando os
novos, sendo eles: Setor Esportivo, Setor Recreativo, Setor Alimentação, Setor
Cultural, Setor de Contemplação e Setor Segurança (tabela 05).
Tabela 04 – Setores, programa de necessidades e pré-dimensionamento.
85
Gráfico 06 – Organofluxograma
Figura 43 – Zoneamento dos setores
Fonte: Elaboração própria, 2018
O setor esportivo está voltado para diversidade de esportes, que foi
pensado com a finalidade de oferecer estrutura aos esportes já existentes e
oferecer novas áreas de lazer para a população, da qual foi possível identificar
a carência através das pesquisas, os novos espaços oferecidos foram
setorizados próximos às áreas esportivas já existentes, ou das quais as
pessoas já estavam habituadas a fazer uso, assim apenas adaptando como a
área de parkour.
86
O setor recreativo do qual está localizado o playgrund, permaneceu na
mesma área onde hoje é localizado os brinquedos infantis, vale ressaltar que
atualmente os espaços infantis ficam localizados em duas áreas, nas laterais
da escola infantil existente no parque, entretanto o setor recreativo buscou
unificar estes espaços, em apenas em uma das suas áreas e próximo ao setor
alimentação.
O setor de alimentação foi proposto devido à carência de espaços
para alimentação na área. Após o levantamento físico de uso e ocupação de
solo, verificou-se que a região de estudo possui instituições de ensino, como
colégio e cursinhos pré-vestibulares, assim também como instituições
religiosas, mas poucos espaços voltados para alimentação. Foi proposto um
espaço de food truck8 e um espaço de alimentação com mobiliários, este
colocado em ponto estratégico de maior fluxo de passagem para pedestres e
também próximo ao ponto de ônibus da Ladeira do Brito. No lado oposto,
voltado para a Av. Comendador Palmeira, foi proposto um espaço para feira,
prática já existente no local.
O setor cultural foi uma adaptação a um espaço já existente no Parque
Gonçalves Lêdo em forma circular, visto que o mesmo, possui carência de
espaços voltados para manifestações culturais e politicas, assim, buscou-se
propor um anfiteatro. Este espaço fica em uma das áreas de maior arborização,
e consequentemente de maior fluxo de pessoas, assim, contribuindo para a
escolha desta região para este setor.
O setor de contemplação, foi pensado através de tirar proveito da
topografia do terreno, assim foi proposto um mirante9, o primeiro localizado
entre a Rua dos Bandeirantes e Rua Dr. Ciridião Durval, do qual é possível ter
uma visão ampla da cobertura vegetal do parque, e também uma passarela
que fica próximo a escada, na Rua Ciridião Durval, entrada secundária, este
ficou voltada para todo o parque com foco para o anfiteatro e o espaço de
parkour.
8 Carros de comida, palavra americana que significa: caminhão de comida.
9 Lugar elevado, onde pode ser possível apreciar algo ou paisagem.
87
O setor Segurança, do qual conta com a disponibilidade de um posto
policial, ficou localizado em um ponto estratégico, no inicio do Parque
Gonçalves Lêdo, próximo a Av. Comendador Palmeira, está também onde fica
o maior nível da topografia do terreno, assim podendo possibilitar maior
visualização de todo o parque.
O setor de serviço, conta com banheiros públicos, e fica localizado
próximo as áreas de maior uso como jogos, academia e quadra de areia.
Assim, foi possível compreender como funcionária o parque, para em
seguida ser desenvolvido o anteprojeto, junto ao partido e ao conceito, como
também o memorial justificativo onde será apresentada a ideia criativa para o
mesmo.
4. 4 Anteprojeto Paisagístico para o Parque Gonçalves Lêdo
Neste tópico será apresentado o desenvolvimento da proposta de
anteprojeto paisagístico para o Parque Gonçalves Lêdo.
Será apresentado o memorial justificativo e descritivo, onde será
detalhado todo o processo de criação, e também dos componentes utilizados.
4.4.1 Conceito e Partido
O Parque Gonçalves Lêdo, é um marco devido a sua grande quantidade
de árvores de grande porte, que possuem raízes vigorosas e aparentes, o
mesmo, recebeu esta nomenclatura devido a grande quantidade destas
árvores, - como foi visto nos capítulos anteriores.
Sabendo que as árvores são elementos fundamentais para identidade
do parque assim como para o meio ambiente e paisagem urbana, o partido foi
tirado de suas raízes. Assim, com o intuito de poder oferecer as pessoas uma
relação mais intima com a natureza, e as deixar mais confortáveis com a
presença das raízes no parque.
Entretanto, trazendo o conceito de conectividade, já que elas são órgãos
que geralmente encontram-se por baixo da terra, e quando se manifestam para
o interior faz parecer algo agressivo e degradante.
88
Figura 44 – Ilustrações de raízes com silhuetas
Fonte: Vdsciences, 2018.
Este conceito será aplicado através da ideia de compreensão de como
as raízes se desenvolvem, e crescem, formando uma silhueta (figura 44). Isto
será apresentado através do percurso proposto para os usuários e de sua
forma, e também de como este se ramifica ao longo do caminho, causando a
sensação de estar crescendo junto das raízes com uma finalidade de encontrar
algo, assim como as raízes se desenvolvem e são responsáveis por buscar e
absorver nutriente para as árvores. Assim, este conceito se materializa no
anteprojeto paisagístico sendo aplicado na forma do caminho/passeio que une
todos os setores ao longo do parque.
4.4.2 O anteprojeto
O anteprojeto de requalificação do Parque Gonçalves Lêdo, trata-se de
um anteprojeto paisagístico. O resultado final deu-se devido a todas as
informações colhidas que envolvem o parque e que possam intervir no
processo de planejamento. Estas informações foram de caráter social, através
da população, físico, através de levantamentos e visitas, histórica, através de
pesquisas literaturas, e ambiental.
4.2.3 Memorial justificativo e descritivo
89
Neste tópico será discutida a proposta de anteprojeto paisagístico, assim
como o mesmo se desenvolveu. Será apresentada sua planta baixa, planta de
cobertura vegetal, e recortes para melhor ser discutido o processo criativo.
4.2.3.1 Planta Baixa
O Parque Gonçalves Lêdo, possui 8.195,617 m² nele ficaram
distribuídas sete setores, um deles dividido em dois, como visto anteriormente.
O mesmo possui um formato triangulo retângulo, e por isso a intenção
de criar um espaço onde estes setores se conectem.
Após a distribuição de setores usando a área da qual fosse mais
adequada para recebê-los, foi possível interliga-los através de um mesmo
caminho que percorre todo o parque.
O projeto busca propor um novo olhar para o parque, do qual atualmente
encontra-se em estado degradado, e pouco visitado pela população para
práticas de lazer, contudo o anteprojeto (figura 45) buscou aproveitar toda a
área do parque, para que as pessoas usufruam do mesmo como um todo. É
possível identificar uma faixa vermelha ao redor do parque, esta do qual é a
pista de cooper que buscou tirar partido do percurso já percorrido pelos
frequentadores que vem ao parque com esta finalidade.
Figura 45 – Planta Baixa do Parque Gonçalves Lêdo
Fonte: Dados de Pesquisa, 2018.
90
O Primeiro recorte fica paralelo a Rua dos Bandeirantes, do qual é o
único recorte que possui os três níveis topográficos. Este é o mesmo recorte
onde fica localizada a escola de ensino infantil, nele podemos observar a
distribuição de espaços de convívio, assim como de lazer e circulação.
É possível observar a integração das áreas verdes com os setores, e
também o do caminho em alusão a raiz, do qual foi o partido deste anteprojeto,
agregando todos os setores. Neste recorte (figura 46) também é possível ver a
distribuição dos mobiliários por todo o parque.
Figura 46 - Recorte 01
Fonte: Elaboração própria, 2018.
91
Este recorte mostra o setor onde fica espaço para alimentação (figura
47), margeado por um ralo cego com profundidade de 80 cm (figura 48)
apresentado na cor cinza escuro paralelo com o espaço para food trucks, este
local foi escolhido devido à proximidade com a avenida de mais movimento de
pedestres, e também pela proximidade com o ponto de ônibus na Av. Ladeira
do Brito que liga ao bairro Centro. Este mesmo recorte como dito anteriormente
é o mesmo onde fica localizado a escola de ensino infantil já existente no
parque, ao lado da mesma é possível observar o playgound (figura 49), área da
qual atualmente já é ocupada por brinquedos infantis degradados.
Figura 47 – Espaço para alimentação
Fonte: Elaboração própria, 2018
Figura 48 – Corte Dreno Cego
Fonte: Pinterest
92
Figura 49 – Playground
Fonte: Elaboração própria, 2018
Como dito anteriormente este recorte possui três níveis, com isto foi
proposto uma escadaria, que leva ao mirante (figura 50) na parte mais alta do
terreno onde do parque. É possível observar, que esta escadaria possui
desenhos no piso de folhas, que juntas forma uma linha curva, dando ilusão de
movimento, já no mirante, foi proposto um desenho de grafite, para criar uma
sensação e um espaço lúdico para quem desfruta da paisagem.
Figura 50 – Mirante
Fonte: Elaboração própria, 2018
93
O Segundo recorte (figura 51), é parte central do parque, nele fica
localizado a entrada principal (figura 52), da qual foi inspirada em um sistema
de telhado de duas águas, podendo oferecer aos visitantes a sensação de
acolhimento e está passando dentro de uma casa na árvore.
Neste recorte também fica entrada secundária interligada por um
passeio, que corta uma ilha margeada por um espelho d’água, que dá ilusão de
um lago (figura 53), é possível ver neste recorte a integração dos caminhos, e
de como eles se conectam interligando os espaços.
94
Figura 51 – Recorte 02
Fonte: Elaboração própria, 2018
95
Figura 52 – Entrada principal
Fonte: Elaboração própria, 2018.
Figura 53 – Passeio entre o lago
Fonte: Elaboração própria, 2018.
Neste recorte encontra-se o espaço para jogos de mesa (figura 54), que
ficou localizado ao lado da quadra de areia, já existente - que será vista no
próximo recorte, criando uma setorização para esportes. Neste, ficou a pista
de parkour (figura 55), ao lado da entrada secundária, onde atualmente este
espaço já é utilizado para esta prática, neste mesmo espaço no nível superior,
encontra-se uma passarela, da qual envolve uma árvore.
96
Figura 54 – Espaço para jogos de Mesa
Fonte: Elaboração própria, 2018.
Figura 55 – Parkour e Passarela
Fonte: Elaboração própria, 2018.
O terceiro recorte (figura 56) fica paralelo a uma via de grande circulação
de veículos, a Av. Comendador Palmeira, o local onde fica este recorte, já era
um local onde as pessoas faziam uso para determinadas atividades, com isto
foi possível promover locais adequados para estas práticas.
97
Figura 56 – Recorte 03
Fonte: Elaboração própria, 2018.
No terceiro recorte encontra-se um anfiteatro em círculo, local já
existente, do qual foi apenas direcionado para tal uso e também a quadra de
areia, da qual foi feito uma proposta de rotação a 90º do norte devido à posição
da mesma em relação ao o sol, e ao lado a academia e também os banheiros
(figura 57).
98
Figura 57 – Quadra de areia, academia e banheiros
Fonte: Elaboração própria, 2018.
No terceiro recorte, observa-se o início do caminho que percorre todo o
parque com alusão a raiz, este local (anfiteatro) foi escolhido devido a sua
forma, que vista de cima possui forma de tronco cortado e por ser um local
onde possui a maior árvore do parque. É possível observar na planta baixa,
este caminho do qual guiará o usuário por todo o parque. Mascaró et al (2008)
diz que o passeio dos espaços públicos em terrenos em declive, deve
acompanhar o mesmo, entretanto este é mais um motivo pelo qual o caminho
que representa o partido arquitetônico iniciar neste ponto, partido do maior
nível, para o menor.
Ainda neste recorte, é possível ver o local destinado para feira (figura
58), citado no organofluxograma como setor de alimentação 2, este local foi
escolhido por ficar próximo a um prédio unifamiliar e como dito anteriormente
em uma via de grande fluxo, também, está já é um prática existente no local.
99
Figura 58 – Feira, bicicletário e banca de revista
Fonte: Elaboração própria, 2018.
Ao lado da feira ficaram os bicicletários, para que os usuários possam
ter um vínculo, com a mesma, de tal forma que estes usuários possam ir ao
parque usufruir e no fim fazer uso da feira, na volta pra casa. Após o bicicletário
ficou um espaço para banca de revista, em uma área diagonal de vista para
supermercados, ponto de ônibus, e vias de escolas e cursos.
4.2.3.1 Cobertura Vegetal
Como visto anteriormente, o parque é conhecido pela sua grande
quantidade arbórea de grande porte, assim, este projeto buscou por preserva-
las, para identificação destas vegetações arbóreas existentes, foi utilizado o
aplicativo PlantNet. A nova proposta paisagística buscou focar na vegetação de
pequeno porte, como as forrações, arbustivas e flores, principalmente como
bordaduras e teve como foco vegetações das quais fossem adequadas para
nossa região e também para um espaço de grande cobertura vegetal, de
luminosidade meia sobra, ou sol pleno (figura 59).
100
Figura 59 – Cobertura Vegetal
Fonte: Dados de pesquisa, 2018.
Na planta de cobertura vegetal, é possível ter compreensão da grande
quantidade de árvore existe de diversas espécies, que somam em seis, com
exceção da ipê roxo, que foi uma nova proposta para um espaço do qual não
continha muita sombra. A ipê (figura 60) foi escolhida por ser uma árvore nativa
do brasil, e também por uma questão de estética, como sua cor, que foi
escolhida para se agregar a diversificação das cores na vegetação e dos
materiais escolhidos.
101
Figura 60 – Ipê Roxo
Fonte: Pinterest, 2018
No memorial botânico estão especificadas as árvores existentes, assim
como seu porte, nome cientifico, e luminosidade, como também a vegetação
proposta para proposta paisagística (tabela 06)
102
Tabela 05 – Memorial botânico
103
A jacinto (Hyacinthus orientalis) é uma planta que floresce na primavera,
é também bulbosa e herbácea, a escolhida para incorporar o projeto foi a de
cor roxa, sua folhagem é brilhante e grossas.
O coqueiro de vênus (Cordyline fruticosa), é uma planta de porte
arbustivo de cor verde e roxo, nos indivíduos adultos ocorre a floração pequena
em qualquer época do ano, seu fruto são do tipo baga, que ficam
avermelhadas quando maduras.
A hera batata (Hedera canariensis), é uma forração ideal para aplicar a
taludes, além de possuir uma estética ornamental, por isso a escolha. Na
planta de cobertura vegetal, é possível identifica-la na cor verde escuro área
onde possui talude, e também a Lambari (Tradescantia zebrina) que é ideal
para locais onde são sombreadas, a mesma é uma herbácea perene.
Uma outra forração escolhida pra compor o paisagismo do parque, foi a
grama esmeralda (Zoysia japônica), que propões um gramado denso e macio,
além da sua resistência ao pisoteio, já que a proposta do projeto era criar
grandes áreas verdes interativas, dos quais os usuários pudessem se
apropriar.
A bulbine (Bulbine frutescens) é uma planta ornamental de cor amarela,
que floresce durante a primavera e verão, entretanto sua floração pode ocorrer
durante todo ano em climas quentes. A mesma é uma planta herbácea e sem
caule.
Já a deutzia (Deutzia gracilis), é uma planta florífera e arbustiva de
pequeno porte, de flores brancas e perfumadas e pode ser cultivada isolada,
em grupos ou renques e geralmente são encontradas no sul do Brasil.
Como proposta escultural das áreas onde ficaram as forrações foi
escolhida a pata de elefante (Beaucarnea recurvata), uma planta considerada
arbustiva ou arvoreta, de caráter semi-lenhosa com tronco de base dilatada,
para que assim a mesma armazene água nos períodos de estiagem.
Por fim, a clúsia (Clúsia Fluminensis), que é uma planta de porte
arbustiva, e suas folhas são verdes e brilhantes, uma das suas potencialidades
104
para meio ambiente é sua capacidade de absorver o gás carbônico no período
noturno, é possível identifica-la na aplicação entre as áreas de diferentes usos,
criando um limite.
4.2.3.2 Memorial de Piso
A proposta do anteprojeto foi a utilização de pisos ecológicos e
permeáveis onde fosse possível, além de resistente. Sendo assim, os pisos
utilizados foram o ecodreno da Pará Blocos, em diferentes cores (tabela 08)
que é 100% de concreto e permeável, ideal para tráfegos de veículos ou de
pedestres. Além deste para compor o principal passeio foi escolhido o piso
fulget resinado máster, piso que também é drenante e resistente trafego de
pedestres. O piso de borracha em manta foi utilizado na área de academia,
devido a utilização de objetos de peso, onde pode ocorrer atrito.
Tabela 06 – Memorial de pisos
105
Para as áreas de alimentação, parkour e feira, foram escolhidos o piso
ecodreno na cor azul, já nas áreas de food trucks, jogos de mesa, e área
externa do posto policial, foi escolhido o ecodreno na cor cereja, para seguir a
linha de pensamento em utilizar pisos ecológicos e permeáveis, optou-se
também por propor um piso ecodreno na cor vermelha na pista de cooper, ao
invés de tinta. Todos estes pisos possuem placas de tamanho 48 cm x 48 cm,
já na escada, e também no anfiteatro optou-se por placas pré moldadas de
concreto.
4.2.3.3 Memorial de mobiliário
Para compor o anteprojeto foi proposto a criação de mobiliários, do qual
pudessem integrar a proposta do partido arquitetônico, como bancos, lixeiros,
postes, mesas e bicicletário (tabela 09), comitantemente a isto, foi pensado
também em materiais dos quais fossem resistentes e cultivado na região como
a madeira de eucalipto, (tabela 10).
Nas áreas de convívio verde, foi proposto o banco silhueta, de forma
sinuosa como as raízes, nele foi utilizado à madeira eucalipto e pés de ferro.
No passeio foi proposto o banco silhueta 2 seguindo o mesmo padrão de
materiais e conceito do banco silhueta 1, porém com um encosto.
A mesa raiz foi pensada para criar conexão entre os usuários, em forma
de circulo, esta que possui uma ombreira para proteção de chuva, sustentada
por uma estrutura de forma sinuosa que da a ilusão de sair do chão como uma
raiz, entretanto estra estrutura oca serve também como dreno, para a água que
cair na ombreira.
A mesa de jogos possui formato redondo, para que assim os jogadores
possam ter interatividade, a mesma é composta de concreto com revestimento
em madeira eucalipto.
Os postes foram pensando para desempenhar funcionalidade, visto de o
parque possui árvores de grande porte, foi proposto postes de tamanhos
diferentes, que tivessem um desempenho adequado para os usuários e
também para o parque. Estes seguem a mesma ideia de silhueta, com alusão
106
as raízes saindo do chão, material utilizado foi o ferro com lâmpadas de led de
formato redondo.
O lixeiro em seu formato buscou permanecer na mesma linha de
pensamento dos demais mobiliário, de formato curvo e circular, feito em
madeira de eucalipto. Entretanto o mesmo possui uma proteção de aço
galvanizado.
Já o bicicletário, a ideia era que o mesmo funcionasse como peça única
para cada usuário, entretanto, que quando colocados lado a lado, fossem
vistos de como um conjunto de coletividade. O material escolhido foi o aço
galvanizado.
Tabela 07 – Memorial de mobiliários
107
Tabela 08 – Materiais
Como visto anteriormente, um dos materiais escolhidos foi à madeira de
eucalipto, que segundo o G1 Alagoas (2013) o seu plantio para exploração da
madeira se expandiu em Alagoas. Visto também que o mesmo é ideal para
mobiliários urbanos, por ser sustentável e de teor econômico.
Outro material foi o ferro, pois estes mobiliários ficarão expostos a
intempéries, assim também como o aço galvanizado e o concreto, além de ser
prático, e de fácil montação.
Material
Imagem
Observação
Madeira Eucalipto
Resistente ao
apodrecimento e durável ao ataque de cupins
Ferro
Resistente a corrosão e à ferrugem
Aço Galvanizado
100% reciclável
Concreto
Resistente e econômico.
108
CONCLUSÃO
Ao perceber, a negação da população nos dias atuais pelos espaços
públicos, e a supervalorização dos espaços de administração privado, este
trabalho surge com a finalidade de debater sobre espaços públicos na
contemporaneidade, e também com a intensão de reforçar a importâncias
destas áreas para a cidade e sua população, porém focando em parques
urbanos.
A escolha pelo Parque Gonçalves Lêdo, partiu da relação do autor com
o mesmo, do qual possuía uma grande relação com espaços públicos, e após
migrar de uma cidade pequena e pacata para a capital de Maceió, passou a
morar em frente ao parque, e dessa forma pode perceber a negação da
população, e com isto a insegurança e a degradação do mesmo apesar da sua
grande potencialidade arbórea e de área.
Após pesquisas bibliográficas, foi possível ver que o Parque
Gonçalves Lêdo, já foi um espaço de sociabilidade, e um local de afetividade
para muitos que frequentaram e moram até hoje no entorno.
Ao longo do desenvolvimento deste trabalho, pode-se entender a
necessidade da população através de conversas e entrevistas, e o que as
impedem de frequentar, o que levou a acreditar que o espaço público é negado
primeiramente pelos gestores da cidade, e consequentemente entrando em
estado de abandono, e com isso levando as pessoas a se sentirem repelidas
por estes espaços por falta de segurança.
Assim, este trabalho estendeu-se com intensão de resgatar a
sociabilidade perdida do Parque Gonçalves Lêdo, e fazer dele um espaço onde
as pessoas possam usufruir, tendo qualidade de vida, segurança e lazer.
Contudo afirmando, a importância destes espaços para a valorização urbana e
ambiental.
Acredita-se que esta proposta de requalificação paisagística, pode vir a
reestruturar este espaço ocioso, retomando a importância para os usuários que
possam vir a frequentar e usufruir do Parque Gonçalves Lêdo.
109
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116
APÊNDICE A
(MODELO DA ENTREVISTA)
117
APÊNDICE B
(PLANTA DE SITUAÇÃO, PLANTA BAIXA, MEMORIAL BOTÂNICO,
MEMORIAL DE PISO E MEMORIAL DE MOBILIÁRIOS)
118
APÊNDICE C
(PLANTA DE COBERTURA VEGETAL, MEMORIAL BOTÂNICO)
119
APÊNDICE D
(CORTES, DETALHAMENTO PÓRTICO ACESSO PRINCIPAL)
120
APÊNDICE E
(DETALHAMENTO DOS MOBILIÁRIOS)
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