View
5
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
Curso de Pós-Graduação em Direito Médico e da Saúde - Módulo I -Responsabilidade Civil na Saúde
1
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Atividade profissional dos enfermeiros (Lein. 7.498/86, regulamentada pelo Decreto n.94.406/97).
2
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Conceito Jurídico de responsabilidade civil
A responsabilidade civil é a obrigaçãoque uma pessoa, em razão de sua atividade[enfermagem], assumir as consequênciasjurídicas de reparar o dano moral oupatrimonial causado a terceiros.
Exemplo: Aplicação de injeção e lesão no
nervo ciático.
3
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
A responsabilidade civil subjetiva é adecorrente de dano causado em função deato doloso ou culposo.
4
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Culpa: O enfermeiro e a enfermeira atuamcom negligência ou imprudência (art. 186do CC)
5
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
“Aquele que, por ação ou omissãovoluntária, negligência, ou imprudência,violar direito e causar dano a outrem, aindaque exclusivamente moral, comete atoilícito.” (Artigo 186 do Código Civil)
6
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
O enfermeiro e a enfermeira respondempela própria culpa.
7
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Por se caracterizar em fato constitutivo dodireito à pretensão reparatória, caberá aoautor, sempre, o ônus da prova da culpa doréu.
8
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Artigo 373, inciso I, do Código Civil
“O ônus da prova incumbe: I - ao autor,quanto ao fato constitutivo de seu direito”.
9
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
E a inversão do ônus da prova na relação deconsumo?
10
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Há hipótese em que não é necessáriosequer provar a culpa: responsabilidadecivil objetiva.
11
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Nesse caso, o dolo ou a culpa do agentecausador do dano é irrelevante juridicamente,havendo a necessidade da existência de umaligação de causalidade entre o dano e aconduta do agente responsável para que surjao dever de indenização.
Exemplo: responsabilidade civil do hospitalonde trabalha o enfermeiro ou a enfermeira.
12
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Artigo 927 do Código Civil:
Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187)causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.Parágrafo único: Haverá obrigação de reparar odano, independentemente de culpa, nos casosespecificados em lei, ou quando a atividadenormalmente desenvolvida pelo autor do danoimplicar, por sua natureza, risco para os direitos deoutrem.
13
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
A regra básica é que a obrigação deindenizar, pela prática de atos ilícitos,advém da culpa.
Exemplo: Enfermagem que não acompanhaidosa ao banheiro, deixando-a cair,fraturando o braço.
14
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Artigo 951 do Código Civil
O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-seainda no caso de indenização devida por aqueleque, no exercício de atividade profissional, pornegligência, imprudência ou imperícia, causar amorte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhelesão, ou inabilitá-lo para o trabalho.
15
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Pressupostos da responsabilidade civil
Existência de uma ação comissiva ouomissiva
Dano efetivo
Nexo de causalidade
16
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Se o enfermeiro causar dano ao paciente, ohospital responderá havendo ou não culpa “inelegendo”, e responderá pelo dano que ele causou.Depois, poderá exercer o direito de regresso contrao enfermeiro para obter o que pagou ao paciente.(Art. 932, inc. III e 934 do Código Civil)
17
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Artigo 932, inciso III, do Código Civil
São também responsáveis pela reparação civil:
III - o empregador ou comitente, por seusempregados, serviçais e prepostos, no exercício dotrabalho que lhes competir, ou em razão dele.
18
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Artigo 934 do Código Civil
Aquele que ressarcir o dano causado poroutrem pode reaver o que houver pago daquele porquem pagou, salvo se o causador do dano fordescendente seu, absoluta ou relativamenteincapaz.
19
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
RESPONSABILIDADE CIVIL - Ação de indenização - Dano moral e material- Aventada falha procedimental pelo setor de enfermagem do hospitalem coleta de exame de sangue realizada na paciente - Supostatransfixação da veia que teria lesionado o nervo do braço esquerdo, comaparecimento de hematomas, dor, inchaço, perda de mobilidade, comdanos estéticos - Responsabilidade objetiva do hospital demandado quedepende do reconhecimento daquela subjetiva do profissionalmédico/enfermeiro que prestou o atendimento (art. 14, § 4o, do CDC) -Conjunto probatório que não apontou essa existência - Perícia realizadapor profissional do IMESC testificando que a sequela advinda na pacientenão tem relação direta com o tratamento a ela dispensada, mas sim coma gravidade do quadro de cardiopatia por ocasião de sua internação(UTI), sendo que a coleta dos exames de sangue e o aparecimento dehematomas em sítios de venóclise "é uma complicação possível deocorrer sendo o caso em tela agravado em razão do uso deantiagregante plaquetário e anticoagulante" - Circunstância que nãoimplica imperícia, imprudência e negligência - Apelodesprovido. (TJSP; Apelação Cível 1075450-35.2014.8.26.0100; Relator(a): Galdino Toledo Júnior; Órgão Julgador: 9ª Câmara de Direito Privado;Foro Central Cível - 27ª Vara Cível; Data do Julgamento: 28/08/2018;Data de Registro: 23/10/2018)
20
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
RESPONSABILIDADE CIVIL. NECROSE DE TECIDO HUMANO CAUSADA PORINJEÇÃO DE MEDICAMENTO INTRAMUSCAULAR. FALHA NA PRESTAÇÃO DOSERVIÇO E CULPA NA CONDUTA DA ENFERMAGEM CONSTATADAS. DEVER DEINDENIZAR ESTABELECIDO. 1. Trata-se de ação condenatória em que sebusca indenização pelos danos materiais e morais suportados em razão danecrose do tecido de suas nádegas decorrente de aplicação de injeção demedicamento por enfermeira do Pronto Socorro do bairro Piracicamirim,pertencente à rede pública de saúde do Município de Piracicaba. 2.Constatação de falha na prestação do serviço pelo Pronto Socorro municipal.Responsabilidade civil do Estado na modalidade objetiva, consoante odisposto no artigo 37, parágrafo 6º da Constituição da República. 3.Constatação de falta de zelo da enfermeira Iriane ao aplicar a injeção naautora culpa caracterizada. Responsabilidade da enfermeira firmada nostermos da modalidade subjetiva. 4. Incidência do regime de juros de moraprevisto pelo artigo 1º-F da Lei 9.494/97, a partir da vigência da Lei11.960/09, e do IPCA para atualização monetária às condenações daFazenda Pública. Reexame necessário e recurso da rés desprovidos e recursoda autora provido. (TJSP; Apelação Cível 0000091-91.2006.8.26.0451;Relator (a): Nogueira Diefenthaler; Órgão Julgador: 5ª Câmara de DireitoPúblico; Foro de Piracicaba - 1ª Vara da Fazenda Pública; Data doJulgamento: 29/09/2014; Data de Registro: 01/10/2014)
21
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
VOTO Nº 29.274 RESPONSABILIDADE CIVIL – DANO MORAL – Queda sofridapor paciente no interior de hospital, por queda de pressão, em virtude de tersido deixada sozinha no banheiro, para o primeiro banho pós-cirúrgico,apesar de ter dado ao enfermeiro notícia de que sofria tonturas – Queda queocasionou ferimento na fronte, resultando pontos cirúrgicos – Em secuidando de relação de consumo, não tendo o hospital negado o ocorrido,cabia-lhe o ônus da prova da inexistência de defeito na prestação do serviço– Inexistência de prova de que o fato se deu por culpa da vítima, prova decujo ônus a requerida não se desincumbiu – Dano à integridade física daautora, dando azo a transtornos e aborrecimentos consequentes – Danomoral configurado – Nexo causal demonstrado – Indenização cabível – Valorarbitrado em R$ 1.000,00 que comporta elevação para o montantepretendido (R$ 23.250,00) – Sentença reformada apenas para majorar o valorda indenização. Apelação da autora provida, não provida a da ré.(TJSP; Apelação Cível 0015834-73.2010.8.26.0008; Relator (a): João CarlosSaletti; Órgão Julgador: 10ª Câmara de Direito Privado; Foro Regional VIII -Tatuapé - 2ª Vara Cível; Data do Julgamento: 07/08/2018; Data de Registro:(02/10/2018)
22
Recommended